John Krizanc Acto I
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John Krizanc acto i não resistir nem a uma ideia nova nem a um vinho velho t de LempicKa (acto i) John Krizanc tradução carLos carvaLheiro revisão de regina redinha e de cláudia Gomes tradução das personagens de expressão francesa de Jean pierre taillade revisão de Fernando rodrigues e de raquel Baião edição 2010 Fatias de cá apartado 140 • 2304-909 tomar • portugal tlm 960 303 991 • [email protected] • www.fatiasdeca.net t de LempicKa (acto i) • Fdc 3 the accuracies i deal in are the accuracies of my impressions. if you want factual accuracies you must go to… but no, don’t go to anyone, stay with me o rigor com que eu lido é o rigor das minhas impressões. se queres rigor factual tens de ir… não, não vás, fica comigo Ford madox Ford 4 t de LempicKa (acto i) • Fdc dramatis personæ por ordem de entrada dante Fenzo, mordomo de d'annunzio, ex-gondoleiro aldo Finzi, polícia fascista Gian Francesco de spiGa, compositor boémio, diletante emiLia pavese, criada, cleptómana Gabriele d'annunzio, grande poeta italiano, patriota e herói da 1ª Guerra mundial aéLis mazoyer, governanta e confidente de d'annunzio carLotta Barra, bailarina à espera da recomendação de d'annunzio para diaghilev mario pagnutti, misterioso novo chauffer de d'annunzio Luisa Baccara, pianista e ex-amante de d'annunzio tamara de Lempicka, aristocrata, pintora polaca de expressão francesa t de LempicKa (acto i) • Fdc 5 t de LempicKa John Krizanc a estreia de t de LempicKa (tamara no original) realizou-se na strachan house em trinity-Bellwoods, toronto, ontario, canadá em 8 de maio de 1981. a produção ori - ginal foi feita pela necessary angel theatre company de toronto com encenação de richard rose. Foi depois estreada em Los angeles, usa e depois em novembro de 1987, em nova iorque, sempre encenada por richard rose e produzida por moses znaimer e Barrie Wexler (e ainda Larry dykun em nova iorque). tradução carlos carvalheiro revisão de regina redinha e de cláudia Gomes tradução das personagens de expressão francesa de Jean pierre taillade revisão de Fernando rodrigues e de raquel Baião estreada em portugal pelo Fatias de cá no convento de cristo, em tomar, parceria com mc-ippar-convento de cristo, em 12 de setembro de 1998 (carreira 1998-1999) reposição no mosteiro de s. Jorge de milréus, em coimbra, parceria com universidade vasco da Gama (carreira 2000-2001) reposição no convento de cristo, em tomar, parceria com mc-igespar-convento de cristo (carreira 2003-2007) reposição no palácio sotto-mayor, Figueira da Foz, parceria com casino da Figueira (carreira a partir de 2009) 6 t de LempicKa (acto i) • Fdc índice 9 prólogo aLBerto manGeL 17 introdução 19 Ficha dos espectáculos 23 acto i secção a 24 arrivo • salão • dante, de spiGa, Finzi o público é introduzido no il vitorialle . 26 a 1 • salão • aéLis, carLotta, d’annunzio, dante, de spiGa emiLia, Finzi, mario dante e Finzi apresentam as personagens e explicam as regras ao público. secção B 33 B 2 • salão • de spiGa de spiga monologa ao piano sobre música. 34 B 3 • Quarto de Luisa • Luisa Luisa monologa sobre as amantes de d'annunzio. 35 B 4 • corredor • carLotta, Finzi Finzi encontra carlotta e conversam sobre a ligação deste com Luisa. 38 B 5 • corredor • Finzi Finzi monologa sobre Luisa. 39 B 6 • Quarto de d'annunzio • d’annunzio d'annunzio monologa sobre tamara e recebe um telefonema de mussolini. 41 B 7 • suite • emiLia emilia monologa sobre si. 43 B 8 • suite • carLotta, emiLia carlotta e emilia falam de vestidos, criados e histórias horríveis. 46 B 9 • sala de Jantar • aéLis aélis monologa sobre tamara e d'annunzio. 48 B 10 • salão • dante, de spiGa dante e de spiga conversam sobre ópera. 51 B 11 • Quarto de d'annunzio • d’annunzio, Luisa Luisa vai ao quarto de d'annunzio e conversam sobre a sua ligação. secção c 53 c 12 • salão • aéLis, carLotta, d’annunzio, dante, de spiGa, emiLia, Finzi, Luisa t de LempicKa (acto i) • Fdc 7 todos esperam tamara. 61 c 13 • corredor • aéLis, carLotta, emiLia, Finzi, Luisa emilia, aélis, carlotta e Luisa transportam os presentes para tamara. 63 c 14 • suite • carLotta, dante, emiLia, Luisa carlotta, dante, Luisa e emilia preparam a suite para tamara. secção d 65 d 15 • átrio • d’annunzio, dante, emiLia, Finzi, mario, tamara d'annunzio recebe tamara. 69 d 16 • sala de Jantar • emiLia, Finzi Finzi solicita emilia. 70 d 17 • salão • aéLis, carLotta, d’annunzio, de spiGa, Luisa, tamara apresentações. 78 d 18 • cozinha • emiLia, Finzi emilia e Finzi falam sobre mario. 82 d 19 • suite • dante, mario mario e dante conversam sobre ser-se criado. secção e 85 e 20 • Quarto de carlotta • aéLis, carLotta aélis dá um vestido a carlotta. 92 e 21 • salão • de spiGa, Luisa Luisa e de spiga conversam sobre si, d'annunzio e Finzi. 97 e 22 • suite • d’annunzio, tamara d'annunzio assedia tamara. 101 e 23 • suite • tamara tamara monologa sobre o assédio de d'annunzio. 103 e 24 • Quarto de d’annunzio, escritório de Finzi e Quarto de mario • mario mario rouba a pistola de d'annunzio e revista o escritório de Finzi. 105 e 25 • cozinha • dante, emiLia, Finzi, mario Finzi e dante discutem. Finzi interroga mario. secção F 114 F 26 • sala de Jantar • dante, emiLia emilia e dante resmungam com a falta de criados. 116 F 27• sala de Jantar •aéLis, carLotta, dante, de spiGa, emiLia, Finzi, Luisa, tamara sobremesa. 127 F 28 • Quarto de d'annunzio • aéLis, d’annunzio aélis escolhe um poema de d'annunzio para tamara. 131 F 29 • suite • mario, tamara tamara apanha mario a revistar-lhe a bagagem. 138 F 30 • corredor • emiLia, mario mario encontra emilia aflita. secção G 140 G 31 • cozinha • aéLis, d’annunzio, mario d'annunzio encontra mario na cozinha. e faz uma omelete para aélis. 148 G 32 • sala de Jantar • emiLia 8 t de LempicKa (acto i) • Fdc emilia faz um pequeno monologo a lamentar-se. 149 G 33 • corredor • emiLia emilia continua a lamentar-se. 150 G 34 • salão • carLotta, de spiGa, emiLia, Finzi, Luisa, tamara de spiga, tamara, carlotta, Finzi e Luisa dançam. 158 G 35 • átrio • Luisa, tamara Luisa e tamara retocam a maquilhagem. secção h 160 h 36• salão •aéLis, carLotta, d’annunzio, de spiGa, emiLia, Finzi, Luisa, tamara d'annunzio tenta seduzir tamara. 162 h 36a • salão • de spiGa, Luisa conversa sobre tamara. 165 h 36B • salão • aéLis, carLotta, emiLia conversa sobre as pessoas da casa. 168 h 36c • salão • d’annunzio, tamara conversa sobre Luisa. 170 h 36d • salão • aéLis, carLotta, d’annunzio, de spiGa, Luisa, tamara conversa sobre debussy. 173 h 37 • sala de Jantar • Finzi Finzi resmunga contra d'annunzio. 174 h 38 • sala de Jantar • emiLia, Finzi Finzi interroga emilia sobre mario. secção i 176 i 39 • salão • d’annunzio, de spiGa Luisa d'annunzio quer falar sobre tamara com Luisa. 178 i 40 • corredor • aéLis, carLotta, de spiGa aélis beija carlotta. 183 i 41 • escritório de Finzi • Finzi Finzi telefona para mandar cercar il vittoriale e prender defelice. 184 i 42 • Quarto de emilia • emiLia, Finzi Finzi e emilia falam de ser-se pobre. 187 i 43 • Quarto de emilia • emiLia emilia reza. 188 i 44 • Quarto de mário e cozinha • dante, emiLia, Finzi, mario dante e mario embebedam-se e “passeiam” por venezia. 202 i 45 • corredor • emiLia, Finzi, mario emilia faz jogo duplo. 204 i 46 • cozinha e corredor • dante dante leva o público a jantar. 205 i 47 • salão • d’annunzio, de spiGa d'annunzzio discursa. 207 i 48 • salão • aéLis, d’annunzio aélis vai buscar d'annunzio. 208 intermezzo • refeitório • dante Jantar- Buffet t de LempicKa (acto i) • Fdc 9 próLoGo da edição inGLesa de “tamara” (títuLo oriGinaL de “t de LempicKa”) o verão de 1980, dois estudantes com um vago inte - nresse teatral discutiam personagens de uma peça de tchekhov. John Krizanc, que pretendia ser autor dramá - tico, argumentava que o que mais lhe interessava eram os criados, as ressentidas criadas russas e os mordomos que diziam uma frase aqui e outra ali e depois desapare - ciam para a cozinha. eles, sentia Krizanc, eram os únicos a conhecer o reverso do tecido social; eles eram os úni - cos que Krizanc queria seguir. richard rose sugeriu então que talvez pudesse ser escrita uma peça que fosse posta em cena de uma tal forma que ao público era per - mitido , de facto, seguir os criados. Krizanc disse que iria tentar. Krizanc estava menos interessado em seguir um esquema dramático engenhoso do que em explorar um tema que sempre o tinha intrigado. durante a sua vida, o assunto aparecera de diversas maneiras: ou como um conflito entre cidadãos e a coisa pública (a política era um assun - to habitual à mesa de jantar dos Krizanc, sendo o pai um ardente nacionalista jugoslavo), ou como uma luta entre o artista e a sociedade (a qual Krizanc via ilustrada na sua tentativa diária de sobreviver, vendendo livros na baixa de toronto), ou como o choque de responsabili - dades cívicas e oficiais (sempre presente em temas que apareciam diariamente pedindo a adesão a todo o tipo 10 t de LempicKa (acto i) • Fdc de causas, canadianas e internacionais). em resumo, o assunto de Krizanc tinha sido sempre o do indivíduo perante o estado. a peça que resultou da conversa sobre tchekov foi mol - dada por várias circunstâncias. uma delas era uma histó - ria de família: o pai de Krizanc, um liberal convicto, quan - do era estudante em itália, andou a colar cartazes do partido fascista para ganhar algum dinheiro.