Universidade Regional Do Noroeste Do Estado Do Rio Grande Do Sul-UNIJUÍ, Como Requisito Parcial Para Obtenção Do Título De Doutor Em Educação
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0 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL-UNIJUÍ ANTONIO CARLOS GONÇALVES DO AMARAL UM ESPAÇO PEDAGÓGICO DE CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA POSSÍVEL ÀS PESSOAS COM ESQUIZOFRENIA PARA O MELHOR CUIDAR DE SI. IJUÍ/RS 2018 ANTONIO CARLOS GONÇALVES DO AMARAL 1 UM ESPAÇO PEDAGÓGICO DE CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA POSSÍVEL ÀS PESSOAS COM ESQUIZOFRENIA PARA O MELHOR CUIDAR DE SI. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul-UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de doutor em educação. ORIENTADOR: PROF. DR.WALTER FRANTZ Linha de pesquisa: Educação popular em movimentos e organizações sociais. Área de saúde mental. IJUÍ/RS 2018 2 Catalogação na Publicação A485e Amaral, Antonio Carlos Gonçalves do. Um espaço pedagógico de construção da autonomia possível às pessoas com esquizofrenia para o melhor cuidar de si / Antonio Carlos Gonçalves do Amaral. – Ijuí, 2018. 221 f. : il. ; 30 cm. Tese (doutorado) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Campus Ijuí). Educação nas Ciências. “Orientador: Walter Frantz.” 1. Esquizofrenia. 2. Grupo operativo-terapêutico. 3. Autonomia para o cuidar de si. I. Frantz, Walter. II. Título. CDU: 616.89 Eunice Passos Flores Schwaste CRB10/2276 3 4 DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho àqueles que, ao longo desta caminhada, não tiveram voz e vez para enfrentar a exclusão da sociedade. Dedico este trabalho àqueles que ficaram à margem do social. Dedico este trabalho aos meus familiares sempre presentes no meu mundo real e no meu mundo imaginário. Em especial, ao meu pai Epifânio e a minha mãe Ondina in memorian pelo esforço que fizeram para saírem das margens do social, e de dar melhores condições culturais a todos seus filhos: Elza, Iolanda, Marlene, Marli, Aldeci, Jussara e Antônio Carlos. Dedico aos professores que tive ao longo da vida. Pelo idealismo e amorosidade com que me acolheram quando, pelo determinismo social, deveria ter ficado às margens. Aos clientes, pela sua bondade de tolerarem minhas limitações e acreditarem no meu profissionalismo, permitindo que, ao lado de uma “técnica de atendimento”, estivesse presente a minha preocupação pelo humano no social. Aos professores do mestrado e do doutorado em Educação nas Ciências da Unijuí, instituição que me acolheu com respeito e profissionalismo. Especialmente ao professor e orientador Walter Frantz, que muita luz trouxe para este tema tão complexo, qual seja, a associação entre educação e saúde. Por fim, obrigado aos meus filhos Clarissa, Daniel e Carolina. A Isabela e a Elisa por serem a vida em continuidade... E àquela que me incentivou em todos os momentos com solidariedade e amorosidade sem limites, Profª. Roseli. 04/10/2018 PAZ E BEM. 5 EPÍGRAFE Epitáfio Titãs Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais E até errado mais Ter feito o que eu queria fazer Queria ter aceitado As pessoas como elas são Cada um sabe a alegria E a dor que traz no coração O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Devia ter me importado menos Com problemas pequenos Ter morrido de amor Queria ter aceitado A vida como ela é A cada um cabe alegrias E a tristeza que vier O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr. 6 RESUMO O estudo envolve as pessoas com esquizofrenia e seus familiares no CAPS II, na cidade de Ijuí, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. No total, foram entrevistados vinte e um (21) usuários e vinte e um (21) de seus familiares. A pesquisa tem como problemática: “Um espaço pedagógico de construção da autonomia possível às pessoas com esquizofrenia para o melhor cuidar de si”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva compreensiva de Minayo (2013), acrescida da análise de conteúdo de Bardin (2011). Contém um resumo histórico da reforma psiquiátrica no Brasil, associando-a com a fala dos usuários e de seus familiares no atual contexto da mesma. Adquirem destaque na reforma psiquiátrica os usuários e os seus familiares no papel de protagonistas na produção de conhecimento. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) recebe atenção especial por ser um indispensável referencial para o momento atual da saúde mental no Brasil. O CAPS II, como território pedagógico, por meio do grupo mostra o enfrentamento dos déficits cognitivos, frequentemente presentes nas pessoas com esquizofrenia, por meio de um relato da circulação dos usuários por diferentes “territórios culturais” da cidade de Ijuí e da região. No processo educativo, usa-se a educação popular como um método para dialogar com os usuários e seus familiares sobre esta nova realidade possível em saúde mental, qual seja, a construção da autonomia possível às pessoas com esquizofrenia para o melhor cuidar de si. Associam-se, necessariamente, a participação familiar e sua observação da participação ativa e criativa dos usuários por meio da técnica do grupo operativo (PICHON RIVIERE 2009). Examina-se a autonomia como um processo de emancipação, na visão de Freire (2013) por meio de uma educação popular, e na contextualização de Foucault (2014) a partir do cuidado de si. O aprendizado da autonomia para o cuidar de si é o que se espera encontrar nas respostas dos usuários e de familiares tendo como pano de fundo o “grupo operativo-terapêutico”. É necessário que, além da inclusão social da pessoa com esquizofrenia inicialmente em sua família e na própria comunidade, se evidencie o quanto de empoderamento essas pessoas estão conquistando para o cuidar de si nesse processo de retorno à sua comunidade e à sua própria família. Observa-se ao longo desta investigação o quanto o “grupo operativo-terapêutico” pôde constituir-se num espaço pedagógico para a construção da autonomia possível às pessoas com esquizofrenia para o melhor cuidar de si. Palavras-chave: Esquizofrenia. “Grupo operativo-terapêutico”. Autonomia para o cuidar de si. 7 SUMMARY The study involves people with schizophrenia and their families at the CAPS II, in the city of Ijuí, in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. In total, twenty one (21) users and twenty one (21) of their families were interviewed. The research has as problematic: "A pedagogical space of construction of the possible autonomy to the people with schizophrenia for the best care of itself". This is a comprehensive descriptive qualitative research by Minayo (2013), plus content analysis, Bardin (2011). It contains a historical summary of the psychiatric reform in Brazil, associating with the speech of the users and their relatives in the current context of the same. Users and their families are prominent in the psychiatric reform, as protagonists in the production of knowledge. The Psychosocial Care Network (RAPS) receives special attention for being an indispensable reference for the current moment of mental health in Brazil. The CAPS II as a pedagogical territory, through the group, shows the confrontation of the cognitive deficits, frequently present in people with schizophrenia, through an account of the circulation of the users by different "cultural territories" of the city of Ijuí and the region. In the educational process, popular education is used as a method to dialogue with users and their families about this new possible reality in mental health, that is, the construction of the possible autonomy for people with schizophrenia to take better care of themselves. The family participation and observation of the active and creative participation of the users are necessarily associated with the technique of the operating group (PICHON RIVIERE 2009). Autonomy is examined as a process of emancipation, in the vision of Freire (2013) through a popular education, and in the contextualization of Foucault (2014) from caring for oneself. The learning of autonomy to care for oneself is what one expects to find in the responses of the users and their relatives, against the background of the "therapeutic- operative group”. It is necessary that, in addition to the social inclusion of the person with schizophrenia, initially in their family and in the community itself, it is evident how much empowerment these people are conquering to take care of themselves in this process of return to their community and to their own family. It is observed throughout this investigation how the "operative-therapeutic group” could constitute a pedagogical space for the construction of the possible autonomy to the people with schizophrenia to the best care of itself. Key words: Schizophrenia. “Operative-therapeutic group”. Self-care autonomy. 8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AIHS Autorizações para Internações Hospitalares AMA Auto Mútua Ajuda ASG Antipsicóticos de Segunda Geração AL Alagoas BA Bahia C Categoria CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CAPS Centro de Atenção Psicossocial CEO Centro de Especialidades Odontológicas CNSM Conferência Nacional de Saúde Mental CNTRICS Cognitive Neuroscience Treatment Research to Improve Cognition in Schizophrenia- CTI Centro de Tratamento Intensivo DATASUS (SAI-SUS) Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil Sistema de Informação Ambulatorial DATASUS (SIH-SUS) Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil Sistema de Informações Hospitalares dlPFC Disfunção do Córtex Pré-Frontal