Redalyc.CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DE
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Revista Caatinga ISSN: 0100-316X [email protected] Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil ALVES-ARAÚJO, ANDERSON; PESSOA, EDLLEY; ALVES, MARCCUS CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DE ESPÉCIES DE AMARYLLIDACEAE s.s. E ALLIACEAE s.s. DO NORDESTE BRASILEIRO Revista Caatinga, vol. 25, núm. 4, octubre-diciembre, 2012, pp. 68-81 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Mossoró, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237125883009 Como citar este artigo Número completo Sistema de Informação Científica Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto Universidade Federal Rural do Semi Árido ISSN 0100-316X (impresso) Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação ISSN 1983-2125 (online) http://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/sistema CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DE ESPÉCIES DE AMARYLLIDA- CEAE s.s. E ALLIACEAE s.s. DO NORDESTE BRASILEIRO ANDERSON ALVES-ARAÚJO*, EDLLEY PESSOA, MARCCUS ALVES RESUMO – Neste trabalho são apresentadas as características morfoanatômicas de raízes, catafilos, folhas e escapos de espécies de Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. do Nordeste do Brasil. As lâminas histológicas fo- ram preparadas seguindo técnicas usuais em anatomia vegetal. Dentre os órgãos estudados, folhas e escapos foram os que apresentaram maior variação fenotípica. Os caracteres analisados mostraram-se úteis para a segre- gação de agrupamentos em nível de família, gêneros e espécies. Dentre os caracteres diagnósticos levantados estão: a presença de escapo biconvexo como caráter exclusivo de Griffinia e Hymenocalllis (Amaryllidaceae), células epidérmicas com paredes anticlinais sinuosas nas folhas e escapos ocorrem apenas em Griffinia espiri- tensis e bordo foliar agudo apenas em Habranthus robustus. Zephyranthes candida diferencia-se por possuir folhas subcirculares e unifaciais, Hymenocallis littoralis por apresentar colênquima formando calotas subepi- dérmicas nos escapos e acima dos feixes vasculares nas folhas e a presença de laticíferos é exclusiva de No- thoscordum pernambucanum (Alliaceae). Palavras-chave : Taxonomia. Raiz. Catafilo. Folha. Escapo. ANATOMICAL CARACTERIZATION OF AMARYLLIDACEAE S.S. AND ALLIACEAE s.s EN- FATIZING SPECIES OF BRAZILIAN CAATINGA ABSTRACT – This paper presents morphoanatomic characteristics of roots, cataphylls, leaves and scapes of Amaryllidaceae s.s. and Alliaceae s.s. species from Northeastern Brazil. The histological laminas were pre- pared following standard plant anatomy techniques. Among the organs studied, leaves and scapes were shown to be useful for the delimitation of groups in family, genera and species. Among the diagnostic characters are raised: the presence of biconvex scape is unique in Griffinia and Hymenocallis (Amaryllidaceae s.s. ), epidermal cell with sinuous anticlinal walls in the leaves and scape occur only in Griffinia espiritensis e acute maple leaf only in Habranthus robustus . Zephyranthes candidula differs by having subcircular and unifacial leaves, Hy- menocallis littoralis by having subepidermal strands of collenchyma in the scapes and above the vascular bun- dles in the leaves. The presence of latex is unique of Nothoscordum pernambucanum (Alliaceae s.s. ). Keywords : Taxonomy. Root. Cataphylls. Leaf. Scape. ________________________________ * Autor para correspondência. Recebido para publicação em 2/01/2012; aceito em 08/11/2012 Laboratório de Sistemática e Genética Vegetal, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Centro Universitário Norte do Espírito Santo-CEUNES, Universidade Federal do Espírito Santo, Rod. BR 101 Norte, Bairro Litorâneo, 29932-540, São Mateus – ES; sapota- [email protected] Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Departamento de Botânica, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, av. Prof. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária, 50670-930, Recife – PE; [email protected] Laboratório de Morfo-Taxonomia Vegetal, Departamento de Botânica, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambu- co, av. Prof. Moraes Rego s/n, Cidade Universitária, 50670-930, Recife – PE; [email protected] 68 Revista Caatinga , Mossoró, v. 25, n. 4, p. 68-81, out-dez., 2012 CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DE ESPÉCIES DE AMARYLLIDACEAE s.s. E ALLIACEAE s.s. DO NORDESTE BRASILEIRO ALVES-ARAUJÓ, A. et al. INTRODUÇÃO LIVEIRA et al., 2010) Dentre esses trabalhos pode- se destacar para o Brasil, o de Alves-Araújo e Alves Amaryllidaceae St. Hil. s.s. é distribuída (2005), que caracteriza anatomicamente os órgãos mundialmente e agrupa cerca de 850 espécies, em 60 vegetativos de três espécies simpátricas de uma área gêneros e 15 tribos (MEEROW, 2004). No Brasil, a do semi-árido pernambucano, apresentando uma di- família está representada por quatro tribos, 12 gêne- agnose taxonômica das mesmas. Ao passo que, Oli- ros e aproximadamente 100 espécies, incluindo tá- veira et al. (2010) abrangeram em suas análises espé- xons exclusivamente brasileiros, como Cearanthes cies de Habranthus Herb. da Cadeia do Espinhaço. Ravenna, Eithea Ravenna, Griffinia Ker Gawl., To- Com a finalidade de determinar características cantinia Ravenna e Worsleya (W. Watson ex Traub) anatômicas que auxiliem na identificação das espé- Traub (DUTILH; OLIVEIRA, 2012). cies, este trabalho tem como objetivo fornecer subsí- Alliaceae Borkh. s.s. possui distribuição cos- dios à taxonomia de Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae mopolita, incluindo cerca de 600 espécies e 15 gêne- s.s ., com a caracterização morfoanatômica de órgãos ros (MEEROW, 2004). No Brasil ocorre apenas o vegetativos e do escapo de espécies de Amaryllidace- gênero Nothoscordum Kunth, sendo representado ae s.s. e de Alliaceae s.s. ocorrentes no Nordeste bra- por 27 espécies (DUTILH; OLIVEIRA, 2012). sileiro. Existem divergências quanto ao reconheci- mento e à circunscrição de Amaryllidaceae, porém atualmente considerando os trabalhos de filogenia (SEBERG et al., 2012), haveria sustentação para seu MATERIAL E MÉTODOS reconhecimento junto com Agapanthaceae e Alliace- ae s.s. (APG III, 2009), sendo Alliaceae o nome com prioridade, porém o nome Amaryllidaceae s.l. foi Neste trabalho foram analisadas nove espécies conservado (MEEROW et al., 2007). de Amaryllidaceae s.s e uma de Alliaceae s.s. , ocor- Na região Nordeste do Brasil, Amaryllidacea- rentes no Nordeste brasileiro (Tabela 1). Estas espé- e s.s . e Alliaceae s.s. juntas são representadas por cies que compartilham o hábito herbáceo e forma de oito gêneros e 33 espécies (DUTILH; OLIVEIRA, vida geofita , apresentando bulbos como estruturas 2012; ALVES-ARAÚJO et al., 2009), das quais 18 de reserva. são encontradas em áreas semi-áridas (DUTILH; As amostras das espécies Griffinia gardneria- OLIVEIRA, 2012), caracterizadas principalmente na (Herb.) Rav., Habranthus itaobinus Rav., H. syl- pela vegetação de Caatinga. Tais espécies são geral- vaticus Herb., Hippeastrum stylosum Herb., H. puni- mente alvo de levantamentos florísticos locais ceum (Lam.) Kuntze, Nothoscordum pernambuca- (ALVES-ARAÚJO et al., 2009; DUTILH, 2006), num Rav. foram coletadas de populações naturais em porém raramente de pesquisas anatômicas áreas de Caatinga no semi-árido nordestino, nos Es- (OLIVEIRA et al., 2010). tados da Bahia e Pernambuco; enquanto que Griffinia As espécies de Amaryllidaceae s.s. e Alliace- espiritensis Rav. var. bahiana Preuss & Meerow e ae s.s. possuem flores vistosas, que fornecem ótimos Hymenocallis littoralis Salisb. Foram coletadas em caracteres para a delimitação interespecífica, entre- áreas de Floresta Atlântica no Estado de Pernambu- tanto, são plantas geófitas, geralmente anuais, com co. As amostras de Habrantus robustus Herb. ex floração efêmera (MEEROW, 2004). Assim, quando Sweet e Zephyranthes candida (Lindl.) Herb. foram estão estéreis podem dificultar sua correta identifica- provenientes de indivíduos em cultivo na Casa de ção. Vegetação do CCB/UFPE sem origem precisa. Vou- Considerando o grande número de espécies, chers foram depositados no Herbário Geraldo Mariz trabalhos anatômicos com fins taxonômicos e siste- da Universidade Federal de Pernambuco (UFP) e as máticos são relativamente escassos para as famílias duplicatas doadas para diferentes herbários brasilei- (ARROYO, 1982; ARROYO; CUTLER, 1984; ME- ros. As espécies analisadas com seus respectivos EROW, 1987, 1989; ARTYUSHENKO, 1996; locais e números de coleta estão apresentadas na Ta- RAYMUNDEZ et al., 2000; Š ČEPÁNKOVÁ; HU- bela 1. DÁK, 2004; ALVES-ARAÚJO; ALVES, 2005; O- Revista Caatinga , Mossoró, v. 25, n. 3, p. 68-81, out-dez., 2012 69 CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DE ESPÉCIES DE AMARYLLIDACEAE s.s. E ALLIACEAE s.s. DO NORDESTE BRASILEIRO ALVES-ARAUJÓ, A. et al. Tabela 1 . Lista das espécies de Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s . analisadas. Legenda: *=Material sob cultivo; Espécies analisadas com seus respectivos locais de coleta, hábitat e números do coletor. Espécies Locais de coleta/Municípios Coletor Amaryllidaceae s.s. Tribo Griffineae PE: Cabo de Santo Agostinho (Floresta Griffinia espiritensis var. bahiana * A. Alves-Araújo et al. 37. Atlântica). Griffinia gardneriana PE: Buíque (Caatinga). A. Alves-Araújo et al. 33, 35, 53. Tribo Hippeastreae BA: Feira de Santana (Caatinga). A. Alves-Araújo et al. 45. PE: Bezerros (Inselberg em área de Habranthus itaobinus Caatinga). A. Alves-Araújo et al. 36. PE: Taquaritinga do Norte (Inselberg em área de Caatinga). A. Alves-Araújo et al. 70. Habranthus robustus