Ideias 41.Pdf

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Ideias 41.Pdf Edição INCAER Editor Responsável Maj Brig Ar R1 Wilmar Terroso Freitas Projeto Gráfico SO SAD 02 Wânia Branco Viana 2S SAD Jailson Carlos Fernandes Alvim 3S SIN Mauricio Barbosa Cavalcanti Filho 3S TCO Tiago de Oliveira e Souza Revisão e Diagramação de Textos INGRAFOTO Nossa Capa A bela foto do Cabo Vinícius dos Santos Costa mostra o Depósito Central de Intendência, no bairro de Marechal Hermes, no Rio de Janeiro, com o seu lema Suprimento e bem-estar para o combatente. Essa capa tem perfeita sintonia com o artigo inicial desta edição, que apresenta a Intendência da FAB na Segunda Guerra Mundial. Impressão INGRAFOTO Os artigos publicados nesta revista são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam, necessariamente, o pensamento do editor de “Ideias em Destaque” e da Direção do INCAER. É permitida a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados, desde que seja citada a fonte. Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica Ideias em Destaque / Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica. v. – Quadrimestral. ISSN 2175 0904 1. Aeronáutica – Periódico (Brasil). I. Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica. II. INCAER. CDU 354.73 (05) (81) APRESENTAÇÃO É com satisfação que apresentamos a nossos renomados leitores mais uma edição de Ideias em Destaque, onde nossos fiéis colaboradores mostram suas opiniões, suas lembranças e seus questionamentos sobre os diversos assuntos que nossa linha editorial abriga. A linha do tempo que permeia esta edição é extensa, abrangendo, desde os primórdios da ideia de voar, até o futuro que é possível imaginar e descrever. Também estão recepcionados diversos ramos do conhecimento como aviação, sociologia, política, administração e, naturalmente, história. Alguns trabalhos são originais e outros são outra forma de ver contextos já conhecidos e estudados. Mas todos refletem a arte da pesquisa, da argumentação e da proposição de novas ideias, produto de novos conceitos, mesmo diante de antigos cenários. Sobre a Segunda Guerra Mundial, muito se escreveu, e ainda se escreve, mas havia um aspecto que merecia um estudo e uma revelação maior, que veio a lume, com o belo artigo que trata da participação da Intendência da Aeronáutica naquele conflito. Assim, com esse exemplo, convidamos os leitores a continuarem prestigiando nossa revista, onde terão sempre excelentes articulistas, pesquisadores e historiadores dispostos a mostrar seus argumentos e a provocar nossa curiosidade. A todos, boa leitura. Ten Brig Ar R1 Paulo Roberto Cardoso Vilarinho Diretor do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica Ideias em Nº 41 Destaque maio/ago. 2013 Sumário 1. A Intendência da FAB na Segunda Guerra Mundial ..........................7 Mauro Vicente Sales 2. Movimentos sociais e liderança: uma análise contemporânea .........24 Antônio Celente Videira 3. Alberto Santos-Dumont em Mar del Plata .......................................29 Oscar Fernández Brital 4. Uma Visão do Pensamento Brasileiro ..............................................32 Cel Av Araken Hipólito da Costa 5. Armando Nogueira, o aviador... .......................................................39 Lauro Ney Menezes 6. Retórica, sofismas e entropia governamental ...................................43 Afonso Farias de Souza Júnior 7. A evolução do mais-leve-que-o-ar: dos balões ao Zeppelin.............46 Leonardo Vaicberg e Adílio Jorge Marques 8. Um novo conceito de conflito para o século XXI ............................58 Manuel Cambeses Júnior 9. Piloto de Caça e herói de seu tempo: Pierre Henri Clostermann .....62 Lauro Ney Menezes 10. Estado e maioridade: volição, inação ou êxito? ...............................66 Afonso Farias de Souza Júnior 11. Esquadrão Phoenix. Por quê? ...............................................................71 Sérgio Pedro Bambini 12. Arquivo histórico do Museu Aeroespacial: uma viagem aos primórdios da cultura aeronáutica brasileira ........................................75 Luciana Maia 13. Aperfeiçoamento e capacitação de recursos humanos no COMGAP: preparar os “homens logísticos” para a logística aeroespacial do terceiro milênio.................................................................................78 Mauro Barbosa Siqueira 14. O Beechcraft TC-45t na FAB ...........................................................94 Aparecido Camazano Alamino 15. A Biblioteca do INCAER ...................................................................104 Nair de Laia 16. Coleção Aeronáutica do INCAER ..................................................109 A Intendência da FAB na Segunda Guerra Mundial Mauro Vicente Sales Introdução O início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, pe- gou o Brasil em uma situação política e militar desfavorável. Durante a década de 1930 o Ministério da Guerra havia efetuado compras de armamentos alemães da fábrica Krupp, fortalecendo o intercâmbio entre os dois países. Dentro do Estado Novo, havia ministros franca- mente pró-Aliados, como Oswaldo Aranha e Salgado Filho e outros indecisos, como o General Dutra e o General Góis Monteiro (SAL- GADO, 2007, p. 66). A situação militar do país era precária para o volume industrial que a guerra imprimia na Europa, sendo prudente ao governo Vargas manter uma posição de neutralidade. No início da guerra, o governo brasileiro procurou conseguir dos EUA um apoio estratégico militar e, ao mesmo tempo, manter o seu fluxo de comércio com a Europa beligerante. Havia a ameaça possível de uma virada pró-Eixo do Brasil, em virtude de tentadoras propostas comerciais alemãs e da promessa de implantação de uma indústria siderúrgica no país. Por outro lado, os EUA relutavam em atender as reinvindicações brasileiras de reequipamento das Forças Armadas. Entretanto, para alívio dos setores pró-Aliados no governo brasileiro, finalmente os EUA aprovaram um financiamento ao Brasil para o início de sua indústria de base, em setembro de 1940 (INCA- ER, 1990, p. 378). A progressiva guinada brasileira em direção aos EUA aliviou a pressão diplomática dos norte-americanos, que temiam uma ocupação do Nordeste brasileiro por forças do Eixo em apoio às movimentações bélicas no Norte da África (SALGADO, 2007, p. 51). Porém, continuava a pressão pela instalação de bases aeronavais no Nordeste. O primeiro passo deveria ser a retirada de todas as Id. em Dest., Rio de Janeiro, maio/ago. 2013; (41):7-23. 7 Mauro Vicente Sales empresas comerciais aéreas de capital ítalo-alemão que estivessem operando no país. Assim, as empresas comerciais de aviação alemã, francesa (sob o governo de Vichy) e italiana foram emcampadas pelo governo e deixaram de operar no Brasil. No início de 1941 apenas a PANAIR do Brasil (subsidiária da PANAM, norte-americana) e a CONDOR (de capital alemão e já sob intervenção federal) operavam plenamente em linhas nacionais e internacionais. Em um artifício para manter a aparente neutralidade, Vargas autorizou a construção de aeródromos modernos no Norte e no Nordeste brasileiro pela PANAIR em 19 de janeiro de 1941(INCAER, 1990, p. 387). Não foi coincidência que a criação do Ministério da Aeronáutica tenha se dado no dia seguinte a esta autorização. A criação da nova Pasta tinha, em seus estudos preliminares, o objetivo de centralizar e racionalizar os meios aéreos e a doutrina operacional das aviações existentes na Marinha e no Exército, bem como disciplinar e contro- lar as aviações desportiva (aeroclubes) e comercial (companhias aé- reas), realizando a mobilização do Pessoal que poderia ser engajado no conflito cada vez mais próximo no horizonte. A escolha de um civil como Ministro da Aeronáutica, o advogado e político riograndense Joaquim Pedro Salgado Filho, acabou sendo acertada no sentido em que freou possíveis disputas de precedência entre militares da Marinha e do Exército. Além disso, sua capacidade administrativa e a escolha de uma equipe experiente de assessores ci- vis e militares conseguiu uma façanha indiscutível: a organização e a operacionalidade do novo Ministério durante o desenrolar da Segunda Guerra Mundial, mantendo, em nosso país, a FAB atuante no Norte- -Nordeste, sob o comando do Brigadeiro Eduardo Gomes, em cola- boração como nosso aliado, os EUA e, também o envio de uma Força Expedicionária Aérea, o 1o Grupo de Aviação de Caça (1oGAvCA), sob o comando do Tenente-Coronel Aviador Nero Moura, atuante no Teatro de Guerra europeu. A aproximação brasileira aos EUA não poderia passar desper- cebida pela Alemanha (INCAER, 1990, p. 387). O rompimento di- plomático do Brasil com o Eixo ocorreu em 28 de janeiro de 1942, pois o Eixo já vinha atacando, subrepticiamente, os navios mercantes 8 Id. em Dest., Rio de Janeiro, maio/ago. 2013; (41):7-23. Mauro Vicente Sales brasileiros, procurando cortar a linha de abastecimento dos aliados no Atlântico Norte e torpedeando diversos navios mercantes brasile- iros. Tal estado de coisas levou o governo Vargas a declarar guerra à Alemanha e à Itália em 31 de agosto de 1942. Este artigo tem como objetivo lançar luz sobre o assunto pouco abordado na historiografia aeronáutica, o papel destacado da Inten- dência da FAB na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. A organização da Intendência da FAB a partir da criação do MAER O engajamento do Brasil na guerra demandou um formidável es- forço logístico das Forças Armadas brasileiras em se adaptarem aos novos tempos, bem como de assimilar o uso dos novos equipamentos e armamentos modernos de origem norte-americana. O esforço logístico passou, necessariamente, pela Intendência Mi- litar.
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