Símbolos E Práticas Culturais Dos Makonde.Pdf
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Imagem António Henrique Rodrigues Roseiro SÍMBOLOS E PRÁTICAS CULTURAIS DOS MAKONDE Tese de Dissertação para obtenção de grau de Doutor em Antropologia Social e Cultural Orientação: Professor Doutor Carlos Diogo Moreira e Professor Doutor M. L. Rodrigues Areia Coimbra 2013 António Henrique Rodrigues Roseiro SÍMBOLOS E PRÁTICAS CULTURAIS DOS MAKONDE Tese de Dissertação para obtenção de grau de Doutor em Antropologia Social e Cultural Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra Júri Presidente: Professor Doutor Manuel Augusto Simões Graça Vogais: Professor Doutor Manuel Rodrigues de Areia Professor Doutor Carlos Diogo Moreira Professor José Fialho Feliciano Professora Doutora Maria Manuela Cantinho Pereira Professor Doutor Fernando José Pereira Florêncio Professora Doutora Cláudia Isabel Soares Umbelino Coimbra 2013 Agradecimentos Esta tese em Antropologia Cultural, cuja investigação central se situou em Moçambique, nas regiões de Cabo Delgado, Nampula e Maputo, obrigou-nos a conciliar muitas viagens, ao longo do tempo, com graves problemas de saúde, o que só foi possível com a contribuição excepcional de amigos, sempre incansáveis, aos quais seremos permanentemente gratos. Olhando para a estrada percorrida, só a certeza do merecimento da caminhada justificou o esforço de viver, pese embora os momentos de tristeza e desânimo, que nunca foram solitários, já que preenchidos com o prazer excepcional da amizade e do carinho dos companheiros que a vida colocou ao nosso lado. Dificilmente se poderão abarcar todos os que dedicaram a este esforço a sua generosidade, abnegação e paciência, bem como agradecer aos que, sem o saberem, foram exemplo que, naturalmente, se procura seguir. Apenas, e só… obrigado! Em primeiro, agradecemos à Universidade de Coimbra e ao seu Magnífico Reitor, à Faculdade de Ciências e Tecnologia e Departamento de Ciências da Vida e a todo o Corpo Docente, por nos ter acolhido desde o primeiro instante nesta etapa de vida e de crescimento académico e pessoal. Ao Professor Doutor Carlos Diogo Moreira, distinto académico que desde a primeira hora se dignou ser orientador da presente tese, na qual a sua douta linha de reflexão, os seus conselhos e constante preocupação, foram permanente estímulo, talvez nem sempre correspondido nos desafios colocados. Igual gratidão deve ser expressa ao Professor Doutor M. Laranjeira Rodrigues Areia, co-orientador deste trabalho, pela receptividade dada aquando da análise do projecto e pelo entusiasmo manifestado para que o levássemos em frente. Ainda uma palavra de gratidão, mas sem encontrar os adjectivos apropriados para demonstrar o afecto pelos mestres e amigos, sempre presentes na memória e no coração. Na primeira linha, o ilustre académico e querido amigo Professor Doutor José Campos Neves, da Universidade do Porto, homem duma verticalidade e saber que marcou, e marca, profundamente, a nossa vida pelo seu exemplo tendo sido, talvez, o maior “provocador” para a conclusão desta dissertação e que ensinou a manter a fé e esperança no ser humano. Ao Professor Doutor António Cunha Monteiro, mestre e amigo na plenitude dos seus superiores predicados, cujo exemplo justifica a evocação plena de respeito e admiração. Também a profunda e grata homenagem ao Professor Doutor José António Rebocho Esperança Pina pela sabedoria e dedicação na transmissão do conhecimento por todos os cantos do mundo e sobretudo pelo seu exemplo de coragem e perseverança que ilumina o caminho que percorremos. Ao Professor Jusep Hustrel de Barcelona pela sua solidariedade e sabedoria. Ao Dr. António Arnaut e Professor Doutor Massano Cardoso pela amizade e solidariedade sempre manifestada. A gratidão, com afecto, por serem amigos e exemplos: Professor Doutor Vergílio Meia Soares, Professor Doutor Francisco Salvado, Professor Doutor Joaquim dos Vultos, Professor Doutor José da Silva Marques, Professor Doutor Manuel Damásio, Professor Doutor José Fialho, Professor Doutor Armando Moreno, Mestre Fernanda Coelho, Dra. Sónia Ferreira, Dra. Maria José Guiomar, Dr. Luís Cardoso e Dr. Nuno Carvalho de Sousa. Não é possível esquecer a homenagem ao Mestre Francisco Ginjeira, exemplo visível de perseverança, vontade e inteligência, qualidades que merecem a admiração de todos os que consigo privaram e fazem dele um exemplo a seguir. Ao querido Dr. Delberto de Aguiar, amigo, médico, a personificação da bondade e solidariedade, que sempre nos cativaram. Ao Dr. José Leitão, companheiro de muitas lutas, cuja especialidade esperamos não necessitar durante este século e vindouros. Ao Mestre Ruben Murad, a evocação da profunda amizade, que atravessa o tempo e fronteiras, sem jamais perecer. Toda a simpatia e gratidão por quantos trabalharam arduamente na ordenação e organização dos textos, sucessivamente emendados, corrigidos, acrescentados, como sendo os últimos e, além do mais, a paciência na decifração da nossa letra impercebível, à Patrícia Romão, à Dra. Irene Fonseca, à Dra. Cláudia Silva, à Dra. Marta Ferreira e à Dra. Joana Morais. Não podemos deixar de referir outros amigos que ajudaram a viver a vida em torno de ideias e afectos, como a querida colega e amiga Dra. Maritza Farias Peres (Madrid) tão perto e tão longe, pelo seu estímulo, nunca se perdendo, na distância do tempo, a ligação fraterna, traduzida nas constantes palavras de amizade reconfortante. Aos meus amigos, que em torno da memória de Luís Nunes de Almeida praticam e partilham a amizade, os ideais, a cidadania e solidariedade. Para Moçambique e seu povo, que em constantes e valiosas provas de afecto e estímulo, nos incentivaram ao presente trabalho, os votos mais sinceros de franca prosperidade, a que têm pleno direito. Distinguimos e atribuímos ao Professor Doutor Yussuf Adam ilustre e doutíssimo académico da Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, a nossa mais expressiva e grata amizade, porque nestas terras de África, nos acompanhou e orientou por caminhos desconhecidos do planalto de Mueda ao encontro de populações dispersas ou aglomeradas em aldeias, e por nos ter disponibilizado os seus registos pessoais, fonte inesgotável de informação e saber sobre as diferentes etnias de Moçambique, em particular os Makonde. Em Pemba e Mocimboa da Praia, tivemos o privilégio de conhecero Sr. Faruk Jamal, pedra angular na logística facilitadora, a nossa gratidão pela hospitalidade e apoio fundamental para a pesquisa encetada. Esta gentileza transformou-se ao longo do tempo numa amizade fecunda e inabalável. Agradecemos também ao motorista Sr Chini, cujos talentos como tradutor e guia, foram muito valiosos nestas terrras de Cabo Delgado. Em Maputo, um agradecimento especial à Dra. Raquel Mutatela Taiela que se empenhou com o maior entusiasmo na organização da agenda dos encontros com diferentes personalidades Makonde da área académica e política. À Dra. Ana Paula Rodrigues, Directora do Hospital da Machava, pela colaboração no acesso aos informantes. Ao Professor Manuel Cureva pela sua simpatia e colaboração. Um agradecimento especial que regista o nosso apreço e reconhecimento para o escultor Makonde, Ntaluma Arrone, cujo conhecimento o tempo transformou em sincera amizade e a quem devo a partilha do saber sobre o seu povo, como facilitador de contactos, com as pessoas de diferentes Aldeias, e também pela execução de grande parte dos registos fotográficos muitos dos quais, só possíveis por ser membro respeitado desta etnia, facto que permitiu o consentimento sem reserva das pessoas fotografadas. De sublinhar ainda a sua disponibilidade nas várias deslocações e a sua preocupação na recolha de imagens pertinentes, destinados à presente tese. Ao Professor Marcelino Lipola, Dra. Isabel S. Cavandeka e Dr. Domingos Simba uma recordação grata e saudosa. Memória e Saudade Onde quer que repousem, estou certo que o seu sono eterno é abençoado. Aos quatro Médicos que de 1957 a 1960 reconstruíram a nossa vida a eterna e inesquecível gratidão. Dr. Sarmento – Almada Dr. Eduardo Vilarinho – Almada Dr. Martins de Queirós – Guarda Dr. Alberto Garcia – Guarda Ao Dr. Mário Geraldes Monteiro, de Elvas, um aceno saudoso pois nos ensinou os primeiros passos da profissão. Aos: Engenheiro Octávio Veiga Ferreira – Lisboa, Dr. Ramon de Lá Féria – Lisboa Professor Jacinto Simões – Lisboa Professor Santinho Cunha – Lisboa Professor Frederico Kosian – Lisboa Eng. Carlos Capelas - Lisboa Joaquim Evangelista – Cotovia – Sesimbra Joaquim Canhoto – Terrugem – Elvas À Família Sem família Eu não seria Mais do que o vazio No espaço aberto Seria árido Seria deserto Seria estio Só, não conseguia Passar por além Pelo tortuoso trilho Só, seria “ninguém” A vida seria penumbra E o meu Sol não teria brilho. À minha mãe desconhecida por quem não sei chorar. À Domingas: meio século de companhia e muito caminho trilhado. Aos filhos, Cristina Maria Tânia Sofia Ricardo António Aos netos, Cristiano Leonardo Gabriel Às sobrinhas, Deolinda Madalena Vanda António Roseiro Resumo Esta tese propõe como principal objectivo, o estudo das características antropológicas sociais e culturais mais marcantes do povo Makonde. Pretendeu-se conhecer e compreender as razões da existência de certos rituais como a mutilação dentária, a iniciação masculina e feminina, o Mapiko, a escarificação do corpo, as tatuagens e outras características identitárias e estabelecer analogias com outras etnias de matriz linguística Bantu e de distintas áreas geográficas de Moçambique. O desenvolvimento do tema foi apoiado pela colheita dos seguintes dados: revisão bibliográfica de documentos relevantes