Património Paleontológico O Que É, Onde Está E Quais As Coleções Públicas Portuguesas
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ESTUDOS DO PATRIMÓNIO ESPECIALIDADE EM MUSEOLOGIA PATRIMÓNIO PALEONTOLÓGICO O QUE É, ONDE ESTÁ E QUAIS AS COLEÇÕES PÚBLICAS PORTUGUESAS SIMÃO MATEUS D 2020 Simão Mateus Património Paleontológico O que é, onde está e quais as coleções públicas portuguesas Tese realizada no âmbito do Doutoramento em Estudos do Património, orientada pelo(a) Professor(a) Doutor(a) Alice Duarte, pelo(a) Professor(a) Doutor(a) António Guerner e pelo(a) Professor(a) Doutor(a) Pedro Casaleiro Faculdade de Letras da Universidade do Porto 2020 Simão Mateus Património Paleontológico O que é, onde está e quais as coleções públicas portuguesas Tese realizada no âmbito do Doutoramento em Estudos do Património, orientada pela Professora Doutora Alice Duarte, pelo Professor Doutor António Guerner e pelo Professor Doutor Pedro Casaleiro Membros do Júri Presidente: Professor Doutor Mário Barroca Vogais: Professor Doutor José Brilha, Professor Doutor Pedro Callapez, Professor Doutor Miguel Moreno Azanza e Professora Doutora Paula Menino Homem DECLARAÇÃO DE HONRA DECLARO QUE A PRESENTE TESE É DE MINHA AUTORIA E NÃO FOI UTILIZADO PREVIAMENTE NOUTRO CURSO OU UNIDADE CURRICULAR, DESTA OU DE OUTRA INSTITUIÇÃO. AS REFERÊNCIAS A OUTROS AUTORES (AFIRMAÇÕES, IDEIAS, PENSAMENTOS) RESPEITAM ESCRUPULOSAMENTE AS REGRAS DA ATRIBUIÇÃO, E ENCONTRAM-SE DEVIDAMENTE INDICADAS NO TEXTO E NAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, DE ACORDO COM AS NORMAS DE REFERENCIAÇÃO. TENHO CONSCIÊNCIA DE QUE A PRÁTICA DE PLÁGIO E AUTO-PLÁGIO CONSTITUI UM ILÍCITO ACADÉMICO. PORTO, 22 DE ABRIL DE 2020 SIMÃO MATEUS Dedicatória Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. Sempre questionei este ditado. Porque é que tinha de se secundar o papel feminino? Porque não era por trás de uma grande mulher há sempre um grande homem, ou à frente de uma grande mulher está sempre um grande homem? Ou, muitas vezes, à frente de uma grande mulher mete-se sempre um homem? Os meus pais foram seres excepcionais, sonhadores do seu próprio mundo, daqueles que sonham e o mundo pula e avança. Quem teve a possibilidade de conhecer o meu pai, nos seus bons anos, sabe da loucura sã que ele trazia e que a fazia transformar em museus, cortejos de oferendas ou enfermarias em mosteiros. Mas por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher e a minha mãe não lhe fica atrás. Com a coragem muito grande de amar tudo e todos, de ser uma mãe para os muitos voluntários do Museu da Lourinhã, de ser uma mãe para muitos jovens LGBT cujas mães não os compreendiam, de ser uma mãe para dois filhos muito diferentes, e uma filha que vinha adoçar os anos mais maduros. O meu pai não teve a oportunidade de me acompanhar no doutoramento, mas a minha mãe sim, e de dizer vai, que é o sonho que comanda a vida... ... à minha mãe, Isabel Mateus. O PATRIMÓNIO PALEONTOLÓGICO Simão Mateus i ii Simão Mateus O PATRIMÓNIO PALEONTOLÓGICO Agradecimentos O meu trabalho de doutoramento decorreu em duas fases distintas da minha vida profissional e pessoal. Na sua primeira metade vivi na cidade do Porto e trabalhei no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP). Na segunda fase, voltei à minha casa na Lourinhã, de onde sou natural, e comecei a trabalhar no Parque dos Dinossauros da Lourinhã. Estas duas experiências, que muito me enriqueceram, e enriquecem, tiveram a consequência de acopular novos amigos, colegas e pessoas que me apoiaram quando delas precisei, tanto em termos sociais como monetários, para poder continuar a fazer o doutoramento. A todos muito obrigado. Lamentando desde já os imperdoáveis esquecimentos, não posso deixar de referir alguns amigos que se destacaram nesta aventura. Um primeiro e inevitável agradecimento tem de ser às três pessoas que aceitaram embarcar comigo nesta aventura, que são os meus três orientadores. Os três assumiram este trabalho como um desafio pessoal, de cruzar paleontologia e museologia e aceitaram dar o seu apoio na área que cada um dominava. Muito, muito obrigado professora Alice Duarte (FLUP) e professores António Guerner (FCUP) e Pedro Casaleiro (MCUC). Sei que aprenderam algumas coisas comigo, mas eu aprendi muito mais com vocês. O período em que trabalhei no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, de Setembro de 2015 a Setembro de 2017, foi um período de crescimento imenso. Crescimento a dois níveis, pessoal e profissional. Pessoal porque me vi afastado do meu agregado familiar, para uma cidade e um projeto novo. Profissional porque me vi num novo cargo, com novas responsabilidades. Um agradecimento ao diretor do MHNC-UP, Nuno Ferrand, que me apoiou em todas as minhas decisões e facilitou o acesso às coleções do museu. À Cidália Duarte, coordenadora da equipa durante a minha chegada e que partilhou a adaptação ao Porto de um “mouro”. À Maria João, que foi a coordenadora posterior do Museu, à vice-princesa do norte Helena Veloso e demais equipa do museu por toda a sua disponibilidade. Profissionalmente o período do Porto foi um período de crescimento. Quer pela diversidade das peças da coleção que o MHNC-UP encerrava, com uma multiplicidade de fósseis, organismos e coleções a que nunca poderia ter acesso noutros museus portugueses, quer pela diversidade de profisionais com quem tive a honra de trabalhar, vindos de diversos campos do conhecimento das ciências naturais. Aos meus colegas e equipa de curadores do O PATRIMÓNIO PALEONTOLÓGICO Simão Mateus iii MHNC-UP que comigo trabalharam no primeiro ano de doutoramento e me apoiaram no que necessitei, principalmente à Cristiana Vieira, Elsa Oliveira, Joana Tinoco, José Manuel- Grosso, Maria João Fonseca e Rita Gaspar, mas também à Helena Gonçalves, Pedro Almeida, Francisco Álvares, Paulo Farinha-Marques, Paulo Gusmão e demais pessoal do Museu e da Galeria da Biodiversidade. Quando mudamos de cidade e nos deslocamos da nossa comunidade é importante ter amigos de apoio. O João Muchagata, paleontólogo, é o atual gestor da coleção do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, mas este agradecimento tem de surgir principalmente na qualidade de amigo e meu porto de abrigo sempre que fui para o Porto e de cada vez que preciso de voltar, onde me acolhe com a sua mãe Armanda Braga. Outra ajuda veio dum grupo inesperado: do tango e da escola Lição de Tango, do Fernando Jorge e da Alexandra Baldaque, com a dança a desempenhar uma função social crucial para mim. Muito obrigado Fernando e Alexandra e todos os meus pares, foi sempre um prazer dançar com todas vós. À Edmea Santana que acreditou em mim, não quis que eu deixasse de fazer o doutoramento sem a bolsa de estudos que suporta o encargo financeiro das propinas e demais custos de secretaria inerentes, e me financiou o primeiro ano de doutoramento precisamente quando a minha situação financeira esteve mais em risco. À minha família também um agradecimento especial: à minha mãe Isabel Mateus, como inspiração de coragem e como fonte primária de informação sobre o início do Museu da Lourinhã. Também pelas primeiras leituras, correções e discussões sobre a tese. Aos meus irmãos Marta Mateus e Octávio Mateus, pelas trocas de impressões. E ao meu companheiro Pedro Mateus, pelo tempo que prescindiu de estar comigo para eu poder fazer a tese. Também já da família, ao João Russo, colega de paleontologia, pela troca de ideias ao longo do doutoramento e explicador de geologia quando disso precisava. À Sandra Cláudio e ao Duarte Fonseca, que me recebiam sempre que voltava à Lourinhã, nos jantares de fins de semana onde compartilhávamos histórias, e especialmente à Sandra que fazia a maioria dos jantares e com quem continuo a ter o prazer de compartilhar tandas. À minha família no Porto, Amândio, Manuela, Joana, afilhado André, Paula, Paulo, Sofia e Laura, pelos almoços e companhia. iv Simão Mateus O PATRIMÓNIO PALEONTOLÓGICO De regresso à Lourinhã, e no trabalho no Parque dos Dinossauros, ao pessoal do Dino Parque, na direção do Franzo Dickmann e do Luís Rocha, mas muito especialmente à minha equipa: aos meus preparadores, João Marinheiro e André Saleiro, e aos monitores das atividades. Institucionalmente tenho de agradecer ainda à direção do Museu da Lourinhã e à sua equipa pelo acesso aos dados. E por último, a todos os diversos curadores, investigadores, gestores de coleções que visitei e me facilitaram acesso aos acervos à sua guarda, começando por Lemos de Sousa antigo diretor do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências do Porto, atualmente Museu de História Natural da Faculdade de Ciências do Porto, Ana Moderno e Emilie Baptista.(MCCB), Álvaro Miranda (FGFR-UTAD), Artur Sá (UTAD); Ausenda Balbino (UE), Carla Martins (MMC), Danilo Guimarães (CICA-GM), Hidelgardo Granjo (MNPDSA), Hugo Campos (MML), João Domingues (CMFS), Jorge Sequeira (MG-LNEG), Lígia Castro (DCT-FCT-UNL), Liliana Póvoas (MUHNAC), Manuel Francisco Costa Pereira (MDT-IST), Manuel Valério (CIGC), Micaela Santos (MMSPC), Miguel Ramalho (MG- LNEG), Octávio Mateus (DCT-FCT-UNL), Patrícia Costa (MISEP), Paula Machado (MMAH- CMV), Pedro Casaleiro (MMG-UC), Pedro Fialho (UE), Ricardo Paredes (MMG-UC), Teresa Marques Alves (MHNS) e demais funcionários de museus e faculdades que me receberam e me facultaram todas as informações possíveis. A todos, muito obrigado. O PATRIMÓNIO PALEONTOLÓGICO Simão Mateus v Resumo Esta tese aborda o património paleontológico português, nas suas diversas facetas. Numa primeira parte, e após revisão de alguns conceitos de base necessários à correta compreensão da paleontologia, começa-se por discutir o que é o património paleontológico, encontrando-se uma nova definição para este. Demonstra-se que diferentes interpretações de património têm consequências na interpretação legislativa, num enquadramento legal que se apresenta deficiente e mal redigido, impossibilitando a eficaz proteção do património paleontológico. Outra faceta que importa conhecer neste património é a sua localização: Onde está? Quem o detém? Os museus e instituições de investigação são os principais detentores do património paleontológico de acesso público, os responsáveis pela guarda dos fósseis.