2006 PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO DA BAIXA-CHIADO | SETEMBRO 2006 PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO DA BAIXA-CHIADO | SETEMBRO 2006 Ficha Técnica
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BAIXA-CHIADO PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO SETEMBRO 2006 BAIXA-CHIADO PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO RELATÓRIO SETEMBRO 2006 BAIXA-CHIADO PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO ANEXOS TÉCNICOS SETEMBRO 2006 PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO DA BAIXA-CHIADO | SETEMBRO 2006 PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO DA BAIXA-CHIADO | SETEMBRO 2006 Ficha técnica Vereadora Responsável Maria José Nogueira Pinto Comissariado Augusto Mateus Celeste Hagatong Elísio Summavielle Manuel Salgado Miguel Anacoreta Correia Raquel Henriques da Silva Representante do Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional Rolando Borges Martins Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa-Chiado Unidade de Projecto da Baixa Chiado Colaborações Henrique Cayatte João Appleton José Sarmento de Matos Luís Correia da Silva Helena Martins Estudos António Segadães Tavares | Segadães Tavares & Associados Fernando Nunes da Silva | CESUR – IST Francisco Ferreira | Faculdade Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa Guilherme Carrilho da Graça | Natural Works Consultores de Engenharia José Manuel Viegas | TIS – Transportes, Inovação Sistemas Ace Luís Jorge Bruno Soares | Bruno Soares, Arquitectos Pedro Siza Vieira | Linklaters Vasco Colaço | TIS – Transportes, Inovação Sistemas Ace Victor Reis | Instituto Nacional de Habitação Equipa que assessorou o Comissariado Ana Maria Oliveira Martins Anabela Carvalho António José Barros João Vasconcelos Luís Silveira Pedro Barreto Nota introdutória Em 8 de Março de 2006, apresentei à Câmara Municipal de Lisboa uma proposta de constituição de um Comissariado que procedesse à elaboração de um projecto integrado de revitalização da Baixa-Chiado. Um modelo de intervenção que fosse além de meras acções pontuais de reabilitação urbana e constituísse, de facto, o fio condutor de uma operação integrada e integradora na certeza de que só um espaço vivo e vivido, capaz de assegurar o seu ciclo de vida, é sustentável e tem futuro. A constituição do Comissariado permitiu-me dirigir a seis individualidades de reconhecida competên- cia e mérito o convite para, em nome da cidade, abraçarem um projecto que, pelo seu alcance, importância, dimensão e urgência foi e será sempre sentido como uma causa comum. A Baixa é um espaço singular e resistente, ameaçado de converter-se num somatório de restos. As enormes potencialidades deste coração de Lisboa, a sua importância para a cidade e para o País, reforçam a nossa obrigação de propor um caminho que inverta um processo evidente de declínio. Território de jurisdição partilhada, com dois milhões de metros quadrados de construção e um património histórico e arquitectónico excepcional, a Baixa-Chiado foi também vítima dos seus próprios cons- trangimentos que adiaram sucessivamente decisões, sempre difíceis e polémicas, e a remeteram para um limbo doloroso, uma espera prolongada que põe em risco a sua própria sobrevivência. Como transformar, então, um espaço profundamente deprimido e ameaçado, numa verdadeira oportu- nidade para Lisboa e para o País? Esta era, e é, a questão à qual se procurou dar resposta. Procedeu-se, em primeiro lugar, a um diagnóstico dos motivos que o levaram paulatinamente ao esta- do actual, desde a desagregação dos modelos de ocupação do espaço, precipitada pelo grande incêndio, até à incipiente renovação do modelo comercial e perda de competitividade em relação aos novos espaços comerci- ais emergentes, passando pelo efeito depressivo da deslocalização dos residentes, dos serviços, das actividades universitárias, entre outros. Em seguida, elegeram-se as chaves para “abrir os círculos virtuosos”, na convicção de que são múlti- plos os caminhos da revitalização e cada um deles igualmente necessário ao resultado final: um espaço com multifunções e utilização diversificada, vivido e fruído pelo maior número de pessoas, durante o maior número de horas por dia e o maior número de dias por ano. Que fazer e que trazer para este espaço, como conservar e aumentar os seus usos, como criar as condições de uma atractividade de “marca” para públicos diversos, gerando a massa crítica necessária à sua sustentabilidade? E como organizar, em função desta estratégia, um espaço profundamente marcado pela sua singularidade? Fazer deste espaço organizado um instrumento privilegiado da visão e da estratégia de revitalização, instituindo, ao mesmo tempo, como fundamento de todo o projecto, a salvaguarda e valorização do seu património arquitectónico e histórico, constituiu um desafio considerável. O desafio de passar com rigor e equilíbrio entre a via fundamentalista da mumificação dos espaços em nome da sua identidade e a via do facilitismo destruidor do retalho urbanístico. Este é um projecto que se quis assente numa clara matriz de política pública. Por isso desenvolveram-se também, de modo preliminar, as políticas públicas de cariz mais sectorial – na cultura, na habitação, no turis- mo, na segurança, na gestão urbana – que constituem um indispensável suporte à intervenção. Por fim, a convicção de que esta macro-operação – pela seu carácter integrado, pela sua dimensão, pela necessidade de compatibilizar e coordenar vontades e competências da Câmara e do Governo, pelo seu pre- visível período de duração, pelos seus custos – necessitava de um modelo institucional de excepção. Um modelo representativo das entidades intervenientes, claro na partilha de responsabilidades, capaz de assegurar a máxima eficiência na gestão da operação, protegido dos ciclos eleitorais, oferecendo estabilidade e segurança aos múltiplos actores da sociedade civil e aos parceiros naturais no âmbito da iniciativa privada, desde já convo- cados para esta tarefa que, pela sua natureza, só será possível se “apropriada” por todos. Esta é uma operação ambiciosa, mas exequível. No sentido de o deixar claro, estabeleceram-se horizontes temporais e elaborou-se um modelo possível de financiamento do investimento público. Por um lado, este é um projecto que, por razões óbvias, tem de cumprir um rigoroso calendário. Por outro, a sua exequibilidade depende de um modelo de financiamento que não agrave a situação financeira do Estado nem se repercuta nos níveis de endividamento da Câmara Municipal de Lisboa. Daí a importância de elencar, de modo claro e fundamentado, os projectos estruturantes, aqueles sem os quais nada verdadeiramente mudará, mas que, uma vez postos em marcha, constituirão uma viragem irre- versível e um potente motor de dinamização do sector privado. Por fim, gostaria de salientar aquilo que é o meu mais profundo sentir: não sei se este é, em absoluto, o melhor projecto, mas é indiscutivelmente um bom projecto; levá-lo a cabo não será fácil, mas é possível; a alternativa de nada fazer não é aceitável. As consequências seriam gravíssimas, pois, se não se travar o declínio da Baixa-Chiado, a sua degradação será exponencial. Esta é uma situação urgente que não pode, nem deve, ser adiada. Colocámo-nos, tão-só, na posição de facilitadores da decisão política. Esse foi o nosso mandato. Não inventámos quase nada. Socorremo-nos de muito trabalho – bom trabalho – realizado ao longo dos anos, quer no âmbito camarário e da iniciativa de sucessivos executivos, quer no âmbito mais geral: organismos públicos, entidades responsáveis por diferente sectores, estudos elaborados por Universidades, contributos conceptuais e técnicos de cidadãos responsáveis que pensaram a Baixa-Chiado. O nosso foi, sobretudo, um trabalho de siste- matização enquadrado por uma visão e uma estratégia que, em nosso entender, devem dar forma à intervenção. E é por tudo isto que não posso deixar de agradecer aos que, nas últimas décadas, com grande esforço e muitas dificuldades, mantiveram acesa a chama: moradores, comerciantes, Juntas de Freguesia, associações, responsáveis por equipamentos culturais, agentes económicos e tantos outros resistentes aos quais devemos, hoje, a possibilidade deste desiderato. E também a todos quantos nos receberam, nos abriram as portas, nos animaram, nos elucidaram, nos ajudaram com as suas opiniões, conhecimentos e experiência. E, por fim, aos Comissários pelo muito e bom trabalho que desenvolveram, com sabedoria, entusiasmo e humildade, entendendo-o sempre como um contributo cívico a bem de Lisboa e dos lisboetas. Chegados ao termo do nosso mandato – relevando a confiança (ou o beneficio da dúvida) que através do voto o Senhor Presidente e os Senhores Vereadores exprimiram, tornando assim possível este primeiro passo, e a forma atenta como o Governo quis acompanhar o nosso trabalho –, é com boa consciência e profunda satisfação que entregamos este contributo aos decisores políticos, certos que a manifestação da vontade política é o ponto de partida. Uma decisão que marque o primeiro dia de um novo e profícuo ciclo de vida para a Baixa-Chiado, coração de Lisboa e património comum de todos os portugueses. LISBOA, 20 DE SETEMBRO DE 2006 Maria José Nogueira Pinto Índice 1. A RECUPERAÇÃO, REABILITAÇÃO 3. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SUPORTE À INTERVENÇÃO E REVITALIZAÇÃO DA BAIXA-CHIADO 3.1 CULTURA NO DESENVOLVIMENTO COMPETITIVO DE LISBOA 3.2 HABITAÇÃO 1.1 O DIAGNÓSTICO 3.3 TURISMO 1.2 A VISÃO 3.4 SEGURANÇA E PROTECÇÃO CIVIL 1.3 A ESTRATÉGIA 3.5 GESTÃO URBANA 1.4 OS PROJECTOS ESTRUTURANTES 4. MODELO INSTITUCIONAL 2. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO 4.1 PRINCÍPIOS APLICÁVEIS TERREIRO DO PAÇO: ESPAÇO E FUNÇÕES 4.2 ACTIVIDADES A DESENVOLVER [Sarmento Matos] 4.3 O MODELO INSTITUCIONAL PROPOSTO UM PLANO DE SALVAGUARDA DA BAIXA POMBALINA, 4.4 FINANCIAMENTO ESTRUTURAS, FUNDAÇÕES E OUTRAS CONSIDERAÇÕES 4.5 UM PROJECTO À PARTE - A CIRCULAR DAS COLINAS