Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Instituto De Filosofia E Ciências Humanas Departamento De História
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA VANESSA MORAIS DORNELLES “Porque es muy malo dejar pasar por un costado a la historia esta” AS CANÇÕES DE LEÓN GIECO, A DITADURA E A LUTA POR DIREITOS HUMANOS NA ARGENTINA (1973-1992) Porto Alegre 2018 Vanessa Morais Dornelles “Porque es muy malo dejar pasar por un costado a la historia esta” AS CANÇÕES DE LEÓN GIECO, A DITADURA E A LUTA POR DIREITOS HUMANOS NA ARGENTINA (1973-1992) Monografia apresentada ao Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciada em História Orientador: Prof. Dr. Enrique Serra Padrós. Porto Alegre 2018 Vanessa Morais Dornelles “Porque es muy malo dejar pasar por un costado a la historia esta” AS CANÇÕES DE LEÓN GIECO, A DITADURA E A LUTA POR DIREITOS HUMANOS NA ARGENTINA (1973-1992) Monografia apresentada ao Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciada em História BANCA EXAMINADORA: ____________________________________________________________ Prof. Dr. Enrique Serra Padrós (Orientador) - UFRGS ____________________________________________________________ Prof. Me. Jorge Otávio Pinto Pouey de Oliveira – UNISINOS ____________________________________________________________ Prof. Me. José Fabiano Gregory Cardozo de Aguiar – UFRGS Porto Alegre 2018 Cantar no es para todos, pero cantar comprometiéndose todo el tiempo con todo lo que pasa, eso ya es casi utópico. La voz, la guitarra, la armónica, el pentagrama, nos demuestran que también son buenas armas para la revolución. Hebe de Bonafini, Madres de Plaza de Mayo. AGRADECIMENTOS O ato de agradecer é, sem dúvida, uma das partes mais gratificantes de um trabalho acadêmico, pois é quando nos deparamos com a quantidade de pessoas importantes que nos rodeiam e que fazem parte de nossa trajetória pessoal e profissional. Na jornada travada na minha vida e no decorrer de meu percurso acadêmico tive o privilégio de conhecer e conviver com pessoas que, sem dúvida, merecem meu completo respeito e devida dedicatória nesse momento importante. Agradeço em primeiro lugar à minha família, que me acompanha e me auxilia em todos os momentos; minha avó, Elvira, meus irmãos, Tatiane e Wagner e seus filhos e filhas, crianças que também, mesmo sem nos darmos conta, nos enchem de alegria e força para seguir a caminhada. Dedico um agradecimento especial à minha mãe, Marilia, quem dedicou e dedica toda sua vida de mãe viúva precocemente à criação de seus filhos e ao esforço em vê-los formados em uma faculdade, coisa que para ela nunca pode estar nos planos. Com minha mãe aprendi sobre ética, coragem, determinação e até mesmo feminismo, termos que, mesmo sem conhecer de nome, já sabia o significado mais profundo e sincero a partir de suas ações cotidianas. Obrigada por tudo. Menciono o profundo respaldo que sempre recebi de meus amigos e amigas “de Canoas”; nas saídas, nas conversas, e nos “curtir um som” da vida. Não cito o nome de nenhum pois sei do risco que posso correr de esquecer alguém e das eventuais consequências que poderia sofrer caso cometesse essa gafe. Mas reafirmo: o suporte que tive de vocês, mesmo sem que vocês saibam, foi e é muito importante para mim. Sem vocês, certamente, a vida seria muito chata e eu não seria quem sou hoje. Agradeço às pessoas que tive a oportunidade de conhecer no curso de História da UFRGS. Agradeço a turma que se esforça ao estudar temas extremamente relevantes relacionados às ditaduras do Cone Sul e que os transformam também em militância diária: Jana, Stella, Paula, Patrícia, Letícia, Pedro, Amanda, Rafael, Grazi, Débora e mais um monte de gente que me acompanha nas jornadas de lembrar o que a maioria parece esquecer. Menciono meus colegas “de barra”: Léo Francisco, Pamela, Vinicius e Flora, com quem compartilhei aulas, conhecimentos, incertezas e angústias ao longo do curso. Agradeço aos meus amigos e de meu companheiro, que compartilham o dia-a-dia conosco e que, de alguma forma, também acompanharam a feitura desta pesquisa. Agradeço, especificamente, às pessoas que fizeram parte do cotidiano deste trabalho, me auxiliando com fontes, análises, conselhos e que, certamente, acabaram conhecendo tanto quanto eu as músicas do León: Chico (meu melhor companheiro de cafés, gostos musicais e conversas pelo campus), Jana (quem, com toda sua experiência, me deu dicas e suporte, não só no que se refere a este trabalho mas ao longo de toda nossa amizade), Patrícia (que com toda sua “bagagem argentina” auxiliou muito na elaboração desta pesquisa; obrigada pelos livros, conversas, leituras, correções e compreensão), Jorge (pelo livro que foi material essencial da bibliografia desta pesquisa) e Lucas “Mick” (hermanito de conversas, saídas, dicas sobre sonoridades e empréstimos de LP’s). Agradeço ao meu professor, orientador e amigo Enrique Serra Padrós, el uruguayo. O primeiro fã de León Gieco, pois, mesmo com essa pesquisa, eu venho em segundo lugar, e, como ele sabe, devo este trabalho ao seu suporte e solidariedade permanente. Enrique, teu auxilio para mim foi e tem sido fundamental; agradeço pelas uruguayadas, confras, conversas e aulas. Como já te disse, se estou conseguindo concluir esse curso certamente te devo grande parte disso. Me aproximar de ti foi um dos melhores acertos que já fiz na vida e me fez perceber que, apesar de tudo, sempre temos com quem e para quem lutar. Compartilhar experiências, preferências musicais, te escutar e aprender com tudo (e é muita coisa) o que tu tens a dizer, compartilhar a sala de aula, a paixão pela docência e o compromisso com as lutas em torno dos direitos humanos só me fez crescer como ser humano, professora e historiadora. Quando eu crescer, se tiver um terço da tua ética, coerência, compreensão e solidariedade já serei uma pessoa extremamente feliz. “Amigo, te estás poniendo serio y yo contigo”. Meu muito obrigada. Demonstro aqui meu profundo agradecimento ao Cassiano, quem acompanhou a elaboração de cada parte desta pesquisa. Meu companheiro de amor e luta, com quem compartilho a vida, inseguranças, frustrações políticas, felicidades, experiências docentes e a esperança em viver em um mundo melhor. Agradeço também a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e a Faculdade de Educação. Aos professores e professoras do Departamento de História e do Departamento de Ensino de História. Agradeço a banca avaliadora deste trabalho, os profissionais e pessoas admiráveis, Jorge Otávio Pinto Pouey de Oliveira (Frank Jorge) e José Fabiano Gregory Cardozo de Aguiar. Agradeço carinhosamente ao Coletivo pela Educação Popular (COLEP), onde aprendi na prática a compartilhar conhecimentos e com quem divido experiências e lutas em torno da educação popular. Meu profundo agradecimento aos colegas, professores e professoras do COLEP Morro Santana, e aos alunos e alunas pré-vestibulandos. Gostaria de manifestar agradecimento aos programas governamentais voltados à educação, referentes à ampliação do acesso à universidade pública, como as cotas raciais, socioeconômicas e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Com eles, por mais que ainda nos faltem muitas conquistas nesse âmbito, pude presenciar uma universidade pública muito mais diversa e de acordo com a realidade brasileira. E, pessoalmente, sem as cotas socioeconômicas, o esforço em conseguir ser a primeira pessoa da minha família a ingressar em uma universidade pública e a segunda a conseguir ter um diploma de ensino superior se tornaria muito mais dificultoso ou, quem sabe, inviável. Agradeço, de coração, a todas as pessoas que dedicaram sua vida à luta por um mundo mais justo; brasileiros, argentinos, uruguaios e tantos outros latino-americanos que são, até hoje, pessoas combatentes, corajosas e que dedicam seu tempo para continuar lutando em nome daqueles que, por causa do terror de Estado, não podem mais estar. Este agradecimento se exemplifica na figura de Suzana Lisboa, mulher magnífica que tive a oportunidade de conhecer e com que tenho a alegria de compartilhar o cotidiano de trabalho. Obrigada por tudo, Suzana, tua luta e força nos inspiram em cada minuto que passamos ao teu lado. Meu profundo agradecimento aos que fazem música, principalmente em tempos em que a arte é considerada descartável, o trabalho de vocês deve ser reconhecido ainda mais. Por fim, agradeço aos músicos que dedicaram, direta ou indiretamente, sua trajetória profissional à transmissão da luta coletiva; aos artistas, principalmente, oriundos das décadas abordadas neste trabalho, que, desde toda a América Latina, deram voz, através de suas canções, às realidades sufocantes que estavam inseridos. Agradeço, finalmente, a León Gieco, sua coragem em resistir em tempos sombrios, seu talento musical e comprometimento com as questões referentes aos direitos humanos. Esta pesquisa foi inspirada ao escutar as músicas de León Gieco, de Luis Alberto Spinetta, de Mercedes Sosa, de Víctor Heredia, de Charly García, de Nito Mestre e de tantos outros músicos de muita qualidade e sensibilidade. Além de agradecer, deixo minha profunda esperança de que este trabalho contribua no sentido de auxiliar para que mais pessoas conheçam essa luta social e musical. RESUMO Esta pesquisa analisa a relação entre a obra do músico León Gieco, a ditadura de Segurança Nacional argentina e seu posterior processo de redemocratização. O recorte temporal estabelecido se dá entre os anos de 1973, marco