doi:10.12741/ebrasilis.v8i3.538 e-ISSN 1983-0572 Publicação do Projeto Entomologistas do Brasil www.ebras.bio.br Distribuído através da Creative Commons Licence v4.0 (BY-NC-ND) Copyright © EntomoBrasilis Copyright © do(s) Autor(es)

Redescrição de Sciogriphoneura brunnea Steyskal (Diptera, Helosciomyzidae), Chave de Identificação para Espécies e Comentários sobre Alguns Caracteres Diagnósticos para o Gênero e Família Alessandre Pereira-Colavite

Universidade Federal da Paraíba, e-mail: [email protected]. ______

EntomoBrasilis 8 (3): 226-231 (2015)

Registrado no ZooBank: urn:lsid:zoobank.org:pub:0BE3A713-6C28-45EF-8433-0413ABAD1A0B Resumo. A fêmea de Sciogriphoneura brunnea Steyskal é redescrita. Fotografias e ilustrações das estruturas morfológicas do adulto são apresentadas e notas taxonômicas são discutidas. Uma chave de identificação baseada em caracteres morfológicos é apresentada para as espécies deSciogriphoneura , incluindo comentários sobre alguns caracteres diagnósticos para o gênero e família.

Palavras-chave: Chave de identificação; Grupo relictual; Região Neotropical; ; Taxonomia.

Redescription of Sciogriphoneura brunnea Steyskal (Diptera, Helosciomyzidae), Identification key to Species and Comments on some Diagnostic Characters to the Genus and Family

Abstract. The female of Sciogriphoneura brunnea Steyskal is redescribed. Photographs and illustrations of adult morphological structures are presented and taxonomic notes are discussed. An identification key based on the morphological characters is provided to the species ofSciogriphoneura , including comments on some diagnostic characters to the genus and family.

Keywords: Identification key; Neotropical Region; Relict group; Sciomyzoidea; Taxonomy.

______elosciomyzidae é uma pequena família de moscas Illustrator CS5 e Adobe Photoshop CS5. O mapa de localidades composta atualmente por 28 espécies válidas, dispostas foi obtido através do programa QGIS 2.8.1. em 11 gêneros. A família apresenta distribuição restrita ao Hemisfério Sul, com maior diversidade na região Australiana/ A terminologia para estruturas e posicionamentos de cerdas segue Oceânica (Ba r n e s 1981). Assume-se que a família tenha uma Cu mm i n g & Wo o d (2009), exceto para os conceitos de costângio distribuição relictual (McAl p i n e 1989), apresentando clados e escópula (sensu McAl p i n e 2012). Escópula é definida nos disjuntos entre a região Australiana/Oceânica e o cone sul da helosciomizídeos como um conjunto de microtríquias pequenas região Neotropical, assim como ocorre com diversos outros grupos e densas encontradas na superfície ventral de alguns tarsômeros de dípteros de distribuição circo-antártica (Am o r i m 2009). Dentre dos machos, diferindo na forma, cor e estrutura em relação às os helosciomizídeos, Sciogriphoneura Malloch, 1933 se destaca demais microtríquias. Segundo McAl p i n e (2012) a escópula é por ser o único gênero ocorrendo na América do Sul, com duas menos desenvolvida em fêmeas e frequentemente é vestigial neste espécies (St e y s k a l 1977; Ba r n e s 1981; McAl p i n e 2012; Pe r e i r a - sexo. Aqui é utilizado o termo pseudoescópula para designar o Co l a v i t e 2013). Sciogriphoneura brunnea Steyskal, 1977 foi padrão de microtríquias encontrado nas tíbias e tarsômeros da Taxonomia e Sistemática descrita a partir de uma única fêmea que, por ter sido apresentada fêmea, representado por cerdas amarelas e unidas, que diferem em um catálogo, teve sua diagnose abreviada e contendo apenas estruturalmente do padrão apresentado para machos (McAl p i n e caracteres que a distinguiam de Sciogriphoneura nigriventris 2012, Figuras 8–10). As medidas do exemplar foram obtidas Malloch, 1933. automaticamente pelo software de automontagem de fotos.

Neste trabalho é apresentada pela primeira vez uma diagnose As seguintes abreviações são utilizadas ao longo do texto: fa, detalhada da espécie, com fotos e desenhos das estruturas face anterior; fad, face ântero-dorsal; fd, face dorsal; fpd, face morfológicas, incluindo desenhos da terminália feminina, pela póstero-dorsal; fp, face posterior; fpv, face póstero-ventral; fv, primeira vez ilustrada para Helosciomyzidae. face ventral; fav, face ântero-ventral; fl, face lateral; fli, face lateral interna; fle, face lateral externa. O termo pré-medial Material e Métodos (plural, pré-mediais) é utilizado para características que ocorram da região basal à região mediana de uma estrutura. O termo pós- O espécime examinado está depositado na Coleção Entomológica medial (plural, pós-mediais) é utilizado para características que ‘Pe. Jesus S. Moure’, Departamento de Zoologia da Universidade ocorram da região mediana à região apical de uma estrutura. Federal do Paraná (DZUP; curador: Dr. Claudio J.B. de Carvalho). O exemplar foi examinado através de microscópio estereoscópico Agências de Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Leica MZ16, equipado com máquina fotográfica Leica DFC Científico e Tecnológico (CNPq, proc. # 350052/2014-0) e Fundação 500 acoplada a um computador com Software Auto-Montage de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ). Pro (Syncropy). Desenhos e fotos foram tratados com Adobe

www.periodico.ebras.bio.br 227 microtríquias dispersas pelas dispersas microtríquias fad, média: anteriores: tarsômeros I, II e III com pseudoescópula na dispersas pelas dispersas e cra pré-mediais; cerdas); cerdas três sem tem fp esquerda perna (a pós-mediais cerdas duas média: pré-mediais; cerdas sem fp uma cerda pré-apical; anterior: Tíbia cerdas. de pós-medial pós-mediais; fileira uma com fpv fracas de cerdas, pré-medial fileira uma com fpd na adjacentes negras sétulas apicais; cerdas três e externas laterais ); Pernas medialmente. côncavo escutelo destacados; não pós-alar calo e pós-pronotal sutura escleritos Morfologia: adjacentes. demais transversal incompleta, atingindo até a região dorsocentral; lobo sétulas microquetas; sem com espiráculos nus; catepisterno e escuto catepisterno com cinco cerdas menores na retroclinado; e maior posterior proclinado, e menor anterior o apical, catepisternais, pares dois pró-esternal; par um convergente; não escutelar par um basal; escutelar par um tamanho; em sutural; um par pós-pronotal basal; dois pares notopleurais, iguais dois pares pós-alares; dois pares supra-alares, um pré- e um pós- Tórax quilha; em face anterior; clípeo desenvolvido. vista supracervicais em M um forma fronte vértice microquetas da o com junção a microquetas; dorsobasal; arista Morfologia: com destacadas. pós-gena genal, occipício dilatação e genais; cerdas quatro nas destacadas; e ápice no microquetas com palpos lado; cada em microquetas quatro com parafaciália reclinadas; levemente e divergentes convergentes externas verticais cerdas levemente reclinadas; e internas verticais levemente cerdas e paralelas reclinadas; pós-ocelares cerdas após ocelar; microquetas triângulo divergentes; o e proclinadas ocelares cerdas orbital); par primeiro do antes distinta e pequena cerda uma há primeiro direito lado (do segundo do tamanho do metade com primeiro o dorsal; cerda toda extensão; dois pares uma de cerdas orbitais levemente reclinadas, em microquetas com com fronte pubescência; com fraca com flagelômero pedicelo pedicelo e escapo ápice; microquetas; ao base da micropubescência, Cabeça espermatecas marrons; III marrons. e II segmentos dos distal margem . brunnea S. [Figuras 1–21] Sciogriphoneura brunneaSteyskal,1977 Fêmea 2011: 224(catálogo); R Sc, h, marrons; C, tronco, veias pernas, amarelado; tom as com hialinas, asas todas posterior ocre; de e cabeça V da base a médio com e amarelo, halter amarela; IV fêmures pseudoescópula III, dos tarsômeros apical dos borda e da exceção à outros os escleritos torácicos laterais e ventrais amarelos; pernas amarelas todos marrom-escuro, catatergito dorsocentrais; de fileira cada em uma e central, uma sendo marrons, e sutis finas, da gradativamente até o ápice marrom; escuto ocre, com três listras escurecendo superior amarela, base margem com palpo ocres; marrom; ptilinal parafrontália sutura e face da superior centro- região olhos, dos anterior margem marrom; arista ocres; [Figuras 16–17]. 1 Redescrição de amarelas, restantes marrons; abdômen amarelo à exceção da exceção à amarelo abdômen marrons; restantes amarelas, Fmr anterior: Fêmur fa. e fv. fp e Coxa posterior: [Figura 12]. Quetotaxia: acrosticais 0:1; dorsocentrais 1:3; com uma cerda pré-apical; ápice com cerdas nas cerdas com ápice pré-apical; cerda uma com fd fl . o da cerdas; duas com Fgrs –, 1. oa anterior: Coxa 11]. 6–7, [Figuras Medidas Fgrs –, –0. uttxa ait com arista Quetotaxia: 8–10]. 1–3, [Figuras : Sciogriphoneura brunneaSteyskal(Diptera,… S fl B Coloração. Em geral amarelo; escapo e pedicelo l a k s y e t e s e n r a Cro 55m Fgrs –] aa 6,5mm asa: 4–5]; [Figuras 5,5mm Corpo: . . Fêmur médio: Fêmur fv. P fa 91 6 (revisão); 66 1981: Resultados a r i e r e com uma completa fileira de cerdas; de fileira completa uma com fd com pseudoescópula pós-medial; Tarsos 97 1 dsrço ctlg, em catálogo, (descrição, 1 1977: fl o cno eds microtríquias cerdas; cinco com fv com uma cerda; -C e cra psmdas Tíbia pós-mediais. cerdas sem fv e cra psmda. Tíbia pós-medial. cerdas sem fv fl e t i v a l o e . Fêmur posterior: Fêmur fv. com uma cerda apical; cerda uma com fpv 2013:3(catálogo). fv; lobo pós-pronotal, fli, fa M fv com três cerdas; o tê cerdas três com e fv s i h t a fle & algumas , S com fad fv. Coxa i h s o y e u com fd fa ,

Asa II eIIIcompseudoescópulana I, tarsômeros posteriores: Tarsos apical. pseudoescópula com fv fa uma série de 18 pares de espinhos equivalentes em tamanho, nas com C fraca); terceira (uma cerdas duas com costângio margem; posterior: cae peetd aax fi dpaa de adaptada foi abaixo apresentada chave A Chave paraasespéciesde (MZSP). Janeiro: Itatiaia (Fazenda Serra), Holótipo 29.III.2007, A.Pereira-Colavitecol.(DZUP). examinado Material configuração 2+1. arredondadas, e rugosas espermatecas dente; de forma de aspecto o dando médio-basal, desclerotinização com 8 longos e estendidos posterioremente, com microquetas; esternito arredondado, epiprocto checado); com microquestas; hipoprocto ovalado, com microquetas; cercos ser pode não 7 (espiráculo pleura na 1–6 espiráculos membrana; por separados 6 esternito e laterais; tergito membranosa; não sulcada, levemente II e e I segmentos marginais entre sutura Morfologia: medianas microquetas. com escleritos e cerdas tergitos com 1–5 segmentos otmne uvd n tro pcl no notad R encontrando não não apical, M terço dorsais; no os curvada fortemente que maiores vezes duas anteriores costais espinhos preta; asa, da base à pós-pronotal lobo do mesonoto, do lateral margem pretos; palpos dos ápice e arista Antena, 1’. de Janeiro)[Figura22] abdômen amarelado, com tom marrom claro; Brasil (Paraná, Rio fêmur posterior com duas cerdas oti atroe e osi euvlne e tmno M tamanho; em equivalentes dorsais fortemente curvada no terço apical, e encontrando R anteriores costais mesonoto, do lobo pós-pronotal à base da asa, marrom; espinhos do lateral margem marroms; palpos dos ápice e arista Antena, 1. baseado em baseado reduzidas em tamanho; segmento II com várias cerdas na cerdas várias com II segmento tamanho; em reduzidas Abdômen cílios negrosmarginais. cm síua pr oa xeso S cmlt e ot; M forte; e completa Sc extensão; toda por espínulas com C na cerdas M brunnea estes, Dentre . e Dryomyzidae grupos-irmãos, prováveis seus de Helosciomyzidae distinguem borda da asa [Figura 16]; fêmur médio sem cerda pós-medial cerda sem médio fêmur 16]; [Figura asa da borda alcançam a margem da asa; A asa; da margem a alcançam seção de M (espaço entre r-m e dm-cu); (4) seção transversa de transversa seção (4) dm-cu); e r-m cerdas entre (espaço M de seção duas (2) Sc; de ápice segunda da metade a tamanho em excede não cup (3) costagiais; do além e próximos espaçados por Sciogriphoneura aatrs dcoas dsno de desenhos adaptados apartirde e adicionais Caracteres fortemente convergente e fusionada apicalmente com R com apicalmente fusionada e convergente fortemente M e bm-cu de junção na aberta fracamente bm ápice; o atingir de ápice da asa [Figura 15]; CuA 15]; [Figura asa da ápice Argentina eChile[Figura22] escuro; marrom tom com enegrecido, abdômen enegrecido; tom s [iua 4; êu mdo o ua u as eds pós- cerdas mais ou uma mediais com médio fêmur 14]; [Figura asa com o ápice da asa [Figura 17]; CuA 17]; [Figura asa da ápice o com e 1 c ; cup fechada; dm-cu levemente oblíqua; CuA oblíqua; levemente dm-cu fechada; cup ; A , da metade de Sc até o segundo terço de R de terço segundo o até Sc de metade da fd,

B e n i p l Fgrs 61] Tgl cm uto eds etcds na destacadas cerdas quatro com Tégula 16–17]. [Figuras s e n r a peet o sgits aatrs nmrço segue (numeração caracteres seguintes os apresenta fa 02: 1 C o ua éi d epno gads e grandes espinhos de série uma com C (1) 2012): com uma cerda pré-apical; ápice com cerda na cerda com ápice pré-apical; cerda uma com fd , no terço distal; C sem quebra umeral e subcostal; e umeral quebra sem C distal; terço no fd,

fmr otro cm m cerda uma com posterior fêmur ; 18) psço orbrd por corroborada posição (1981), (analisado através de fotografias). BRASIL, Rio de Rio BRASIL, fotografias). de através (analisado S. nigriventris S. Fgrs 82] Qeoai: macroquetas Quetotaxia: 18–20]. [Figuras foi transferido para a família Helosciomyzidae família a para transferido foi M ...... h c o l l a Discussão BAI, aaá Tjcs o u, 1♀, Sul, do Tijucas Paraná: BRASIL, . Sciogriphoneura . Para ...... 2 1 (1933). não vestigial; álula e caliptra com caliptra e álula vestigial; não e A e fv. fad; fêmures em tom amarelado; ♀, VIII.1946, M.P. Barretto col. M 1 c +CuA 1 A e A e e n i p l S.nigriventris 1 e-ISSN 1983-0572 . nigriventris S. 2 +CuA atingindo a borda da borda a atingindo (2012), 13 caracteres 13 (2012), S. brunnea Pereira-Colavite M fmrs em fêmures fad; 2 Sciogriphoneura não atingindo a atingindo não 1 c e A e B 2+3 A 4+5 s e n r a e n i p l ; R ; juntamente 1 +CuA 1 Steyskal Malloch com seis com 4+5 (2012), (1981). foram antes 4+5 2 não fav fav no fa ; ; ; 1

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6 7 3 Figuras 1–7. S. brunnea. 1, cabeça, vista lateral; 2, cabeça, vista frontal; 3, cabeça, vista dorsal; 4, hábito, vista dorsal; 5, hábito, vista lateral; 6, tíbia anterior, vistas anterior e ventral (seta indica o início da pseudoescópula); 7, tíbia posterior, vistas anterior e ventral (seta indica o início da pseudoescópula). Escalas: figuras 1–5, 1 mm; figuras 6–7, 0,5 mm (Autor: A. Pereira-Colavite).

8 9 10

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Figuras 8–13. S. brunnea. 8, cabeça, vista lateral; 9, cabeça, vista frontal; 10, cabeça, vista dorsal; 11, perna posterior, ápice da tíbia e tarsômeros (mostrando a pseudoescópula), vista ventral; 12, tórax, vista dorsal; S. nigriventris. 13, cabeça, vista lateral (adaptado de Ma l l o c h , 1933). Escalas: figuras 8–10 e 12,a e c, 1 mm; fig. 11,b , 0,5 mm. Observação: figs. 8–9 e 13, aparelho bucal não representado (Autor: A. Pereira-Colavite).

e-ISSN 1983-0572 229 vista dorsal.Escala:figura16,1mm(Autor:A.Pereira-Colavite). esp, espermateca; hip, hipoprocto; st 8, esternito 8; tg 6, tergito 6; tg 7; tergito 7; tg 8, tg 7; tergito 7; tergito 8.Escala:0,2mm(Autor:A.Pereira-Colavite). tg 6; tergito 6, tg 8; esternito 8, st hipoprocto; hip, espermateca; esp, epiprocto; epi, cerco; cer, Legendas: direita. lateral vista ovipositor, do ápice 20, dorsal; 18–20. Figuras Figuras 14–17. (adaptado de Redescrição de M S. nigriventris h c o l l a . brunnea S. Sciogriphoneura brunneaSteyskal(Diptera,… 1933); 1, pc d oioio, it vnrl 1, vpstr vista ovipositor, 19, ventral; vista ovipositor, do ápice 18, . . 14, asa, vista dorsal; 15, ápice da asa, vista dorsal S. brunnea 15 . 16, asa, vista dorsal; 17, ápice da asa, 17 16 14 A. Pereira-Colavite). 21. Figura 18 S. brunnea S. 19 Steyskal. Hábito, vista lateral (Autor: lateral vista Hábito, Steyskal. e-ISSN 1983-0572 Pereira-Colavite 20 Setembro - Dezembro 2015 - www.periodico.ebras.bio.br EntomoBrasilis 8 (3)

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Figura 22. Mapa de distribuição das espécies de Sciogriphoneura: S. brunnea, quadrado vermelho; S. nigriventris, círculo rosa; linha amarela, Trópico de Capricórnio. Escala: 150 km (Autor: A. Pereira-Colavite).

CuA2 fortemente recurvada; (6) pró-esterno sem pontes pré- Agradecimentos coxais; (7) metaesterno nu; (9) tarsos com segmentos distais deprimidos; (10) espiráculos pré-abdominais localizados na André César Lopes da Silva (DZUP) pelos dados do holótipo de membrana pleural; (12) tergitos abdominais 3 a 5 das fêmeas S. brunnea e Projeto Taxon Line (DZUP) pela ajuda nas fotos. sem uma única e grande cerda marginal lateral; e (13) tergitos e O autor é grato pelas sugestões de dois revisores anônimos que esternitos 7 das fêmeas separados por membrana pleural. ajudaram a aprimorar este trabalho. Este trabalho foi apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Os demais caracteres definidores de Helosciomyzidae (de (CNPq, proc. # 350052/2014-0) e Fundação de Apoio à Pesquisa acordo com McAl p i n e 2012) devem ser expandidos para trazer do Estado da Paraíba (FAPESQ). a realidade de S. brunnea ao grupo (adições em itálico): (5)

CuA2+A1 distintamente ou levemente engrossada no terço Referências basal e se tornando abruptamente atenuada, mas visivelmente atingindo ou não a margem de asa [Figura 16] (em S. brunnea o Amorim, D.S., 2009. Chapter 3 – Neotropical Diptera diversity: engrossamento é muito sutil e não atinge a margem da asa); (8) richness, patterns, and perspectives, p. 69-95. In: Pape, T., D. três ou quatro cerdas pós-genais diferenciadas [Figuras 8 e 13] (os Bickel & R. Meier (Eds) Diptera Diversity: Status, Challenges exemplares analisados de S. brunnea apresentam quatro cerdas and Tools. Leiden, BRILL, p. 460. pós-genais, mas é difícil precisar se este é o padrão da espécie Barnes, J.K., 1981. Revision of the Helosciomyzidae (Diptera). ou deve-se ao baixo número de espécimes conhecidos); McAl p i n e Journal of the Royal Society of New Zealand 11: 45-72. (2012) também encontrou assimetria nas cerdas pós-genais Cumming, J.M. & D.M. Wood, 2009. Morphology and para um indivíduo de S. nigriventris. O caráter (11) face ventral terminology, p. 9–50. In: Brown, B.V., A. Borkent, J.M. do basitarso anterior e posterior sem projeção arredondada Cumming, D.M. Wood, N.E. Woodley & M.A. Zumbado terminal, não pode ser avaliado por não se conhecerem machos (Eds.) Manual of Central American Diptera, Vol. 1. Ottawa, para a espécie. NRC Research Press, 714 p. Malloch, J.R., 1933. Acalyptrata (Helomyzidae, Trypetidae, Para Ba r n e s (1981), a definição de Sciogriphoneura — baseado , Sapromyzidae, etc.), p. 177–391. In: Diptera em S. nigriventris — envolve um escutelo convexo, característica of Patagonia and South Chile 4(4), Plates II–VII. London, não observada nos exemplares examinados de S. brunnea. Em British Museum (Natural History), 215 p. vista lateral o escutelo se apresenta basicamente retilíneo da Mathis, W.N. & M. Sueyoshi, 2011. World catalog and conspectus região basal à apical, enquanto que, em vista posterior, este on the Family Dryomyzidae (Diptera: ). Myia, 12: forma a partir das regiões laterais em direção ao eixo médio- 207-233. longitudinal um sulco que confere aspecto côncavo. Duas razões McAlpine, D.K., 2012. Notes and descriptions of Australian podem justificar tais observações: a pequena série de exemplares Helosciomyzidae or comb-winged (Diptera: Schizophora). conhecidos e o próprio processo de fixação dos espécimes, Records of the Australian Museum, 64: 51-70. 230 provavelmente porque o próprio exoesqueleto tende a colapsar McAlpine, J.F., 1989. Phylogeny and classification of the durante o processo de secagem (McAl p i n e 2012). , p. 1397–1518. In: McAlpine, J.F. & D.M. Wood (Eds.) Manual of Nearctic Diptera, Vol. 3, Monograph

e-ISSN 1983-0572 231 Steyskal, G.C., 1977. Family Dryomyzidae. Diptera. Neotropical of Catalogue 2013. A., Pereira-Colavite, Acessível em: Comentários sobreAlgunsCaracteresDiagnósticosparaoGêneroeFamília.EntomoBrasilis,8(3):226-231. de Redescrição 2015. A., Pereira-Colavite, Como citaresteartigo: Redescrição de States, 62:1-2. A catalogue of the Diptera of the Americas south of the United Helosciomyzidae. NeotropicalDiptera,23:1-4. 32. Ottawa,ResearchBranch,AgricultureCanada,249p. doi:10.12741/ebrasilis.v8i3.53 Sciogriphoneura brunneaSteyskal(Diptera,… Sciogriphoneura brunnea Sciogriphoneura 8 In : Papavero, N. (Ed.) Steyskal (Diptera, Helosciomyzidae), Chave de Identificação para Espécies e Espécies para Identificação de Chave Helosciomyzidae), (Diptera, Steyskal Aceito em:16/08/2015 Recebido em:10/07/2015 ********** e-ISSN 1983-0572 Pereira-Colavite