Arqueologia Do
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
1 2 SUMÁRIO SONORIDADES NOVAS TECNOLOGIAS E ESTETICAS Introdução à arqueologia da escuta - Do som e da voz como objetos de 7 1 enunciação Ivan Capeller Sonoridades, música e mobilidade: um estudo sobre as novas práticas 16 2 tecnológicas baseadas na espacialização e nos dispositivos móveis Diego Brotas Schizophonia digital: explorações da condição da música na cibercultura 27 3 Rafael Dupim Souza O Admirável mundo da tecnologia musical: Do fonógrafo ao MP3, a 37 4 funcionalidade do gênero para a comunicação da música Nadja Vladi “Cada um com seu iPod” - A escuta de In Rainbows, do Radiohead 50 5 Jorge Cardoso Filho Por uma Economia Política do Funk Carioca - Notas sobre a teoria pós- 6 moderna e seus desdobramentos na música popular contemporânea Pablo Laignier Música Popular Brasileira no contexto das tecnologias digitais: a produção 7 independente e a emergência de novas estratégias e representações sobre as identidades musicais Thiago Pires Galletta VideoSongs da banda Pomplamoose: o que você vê é o que você ouve 88 8 Marcelo Bergamin Conter e Alexandre Rocha da Silva 3 Indústria fonográfica X novas plataformas musicais - Trânsitos sonoros na 101 9 era da Internet Tatiana Rodrigues Lima Sonoridade - elemento integrante da linguagem e cultura radiofônica 113 10 Graziela Bianchi Rádio na Web - Um novo modelo de comunicação radiofónica 124 11 Nair Silva O novo rádio: um estudo sobre a tecnologização da redação em uma 135 12 emissora comunitária de interior Debora Cristina Lopez e Roscéli Kochhann Som e complexidade urbana: apontamentos a partir de uma visão sistêmica 146 13 das sonoridades do comércio popular no Hipercentro de Belo Horizonte Juliana O. Rocha Franco e Pedro Silva Marra 4 EDITORIALCiberlegenda N° 24 – 2011/1 - Vol.2 Prezados leitores, Esta edição da revista CIBERLEGENDA vem em versão dupla. Devido tanto à quantidade como à excelente qualidade das contribuições recebidas nesta ocasião, temos o prazer de apresentar dois volumes simultâneos da publicação, lançando um rico conjunto de debates em torno do tema Mídia e SONORIDADES. O primeiro volume, intitulado “Sonoridades - No cinema e no audiovisual”, inclui 13 artigos que apresentam variadas discussões acerca do som nas produções audiovisuais modernas e contemporâneas: do hiper-realismo sonoro às representações e re- apropriações da música e das “paisagens sonoras” pelas artes das telas. Este volume também compreende reflexões acerca do silêncio como produtor de sentido e sobre o papel do som numa perspectiva histórica. Já o segundo volume articula 13 artigos em torno do grande tema “Sonoridades - Novas tecnologias e estéticas”. São apresentadas algumas questões relativas à produção sonora e audiovisual que circula pela internet, bem como às novas relações entre produção e consumo de sons diante dos novos cenários tecnológicos, e às experiências estéticas nos contextos urbanos e hiper-conectados da contemporaneidade. A ESTAÇÃO TRANSMÍDIA, por sua vez, contempla os trabalhos de vários pesquisadores convidados especialmente para contribuir com tais discussões, a partir da utilização de material de naturezas diversas e em múltiplos suportes. Agradecemos a colaboração de todos os autores que participaram desta edição especial, desejamos boas leituras e aproveitamos, também, para agradecer o valioso trabalho da equipe editorial e dos pareceristas. Atenciosamente, Mauricio de Bragança e Paula Sibilia Coordenadores da Equipe Editorial 5 CONSELHO EDITORIAL Alberto Efendy (Brasil) Ana Paula Goulart Ribeiro (Brasil) Eduardo Vizer (Argentina) Héctor Sepúlveda (P. Rico) Luiz Signates (Brasil) Milton Campos (Canadá) Raul Fuentes (México) Regina Andrade (Brasil) Roger de la Garde (Canadá) EQUIPE EDITORIAL Professores do PPGCOM/UFF (Brasil) Coordenadores editoriais Paula Sibilia CONSELHO CONSULTIVO DE AVALIAÇÃO Maurício de Bragança Pareceristas Doutores Vice-coordenadora editorial Adalberto Muller Thaiane Oliveira Afonso de Albuquerque Alessandra Aldé Editor de Layout e Webdesigner Ana Lucia Enne Luiz Garcia Vieira Jr André Guimarães Brasil Thiago Petra Ângela Freire Prysthon Aníbal Bragança Sub editores Arthur Autran Franco de Sá Neto Benjamin Picado Ana Paula Ladeira Costa Carla Barros Ednei de Genaro Carla Rodrigues Luiz Garcia Vieira Jr Denis de Morais Flora Daemon Cezar Migliorin Thiago Petra Edvaldo Souza Couto Lígia Azevedo Diogo Eduardo de Jesus Maria Izabel Muniz Ferrari Eduardo Vicente Melina Santos Eliana Monteiro Erick Felinto Revisores Evelyn Orrico Alba Lívia Tolon Bozi Fabián Rodrigo Magioli Núñez Lucas Laenter Waltenberg Fátima Regis Isac Guimarães Fernando Morais da Costa Matilde Soares da Silveira Fernando Resende Isaac Pipano Geisa Rodrigues Leite Rodrigo Capistrano Gláucio Aranha Gisela Grangeiro da Silva Castro Guilherme Nery CIBERLEGENDA é uma publicação eletrônica do Programa Guilherme Werlang de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Federal Gustavo Souza Fluminense. India Mara Martins Ivan Capeller Edição N° 24, 2011/1 Jeder Janotti Jr. ISSN 1519-0617 6 João Luiz Vieira Pareceristas Doutorandos Jorge Cardoso Filho Adriane Martins José Ferrão Neto Amilcar Bezerra Kleber Mendonça Alba Lívia Laura Cánepa Ana Paula Silva Ladeira Costa Leonardo de Marchi Ariane Diniz Leticia Canterela Matheus Beatriz Polivanov Lilian França Cláudia Linhares Sanz Liliane Heynemann Danielle Brasiliense Luciana Sá Leitão Corrêa de Araújo Ednei de Genaro Luciane Soares da Silva Erly Milton Vieira Junior Marcela Antelo Emmanoel Ferreira Marcia Carvalho Fabíola Calazans Maria Cristina Franco Ferraz Fabro Steibel Marco Roxo Frederico Carvalho Mariana Baltar Gabriel Cid Mariana Martins Villaça Hadija Chalupe Marcio da Silva Pereira Heitor Luz da Silva Marildo Nercolini Ilana Feldman Marzochi Maurício de Bragança Igor Sacramento Maurício da Silva Duarte Isac Guimarães Mauricio Parada Ivonete Lopes Micael Herschmann José Cláudio Castanheira Mônica de Fátima Rodrigues Nunes Vieira Julio Cesar de Oliveira Valentim Monica Brincalepe Campo Larissa Morais Nara Maria Carlos de Santana Lia Bahia Nilda Jacks Lígia Azevedo Diogo Paula Sibília Luiz Felipe Zago Patrícia Saldanha Luiz Adolfo de Andrade Pedro Plaza Pinto Marcel Vieira Rafael de Luna Marcelo Garson Rafael Fortes Marcelo Luciano Vieira Rodolfo Caesar Maria Alice Nogueira Rodrigo Labriola Marina Caminha Roberto Reis Marina Tedesco Roberto Carlos da Silva Borges Michelle Roxo Rodrigo Murtinho Nelson Ricardo Ferreira da Costa Rogério Martins de Souza Pedro Lapera Simone Andrade Simplício Neto Simone Luci Pereira Viktor Chagas Silvana Louzada Tadeu Capistrano Tunico Amancio Pareceristas ad hoc Vânia Torres Vera Dodebei Daniel Pinna Wilson Borges Sandro Torres 7 Introdução à arqueologia da escuta - Do som e da voz como objetos de enunciação1 Towards an archaeology of hearing - Sounds and voices as objects of enunciation 1 Ivan Capeller 2 RESUMO A arqueologia da escuta rompe com os limites estreitos da história da música e abre a possibilidade de uma nova compreensão da historicidade dos regimes de escuta, não mais entendidos apenas como o reflexo passivo de uma percepção dos sons determinada apenas pela fisiologia da audição, mas epistemologicamente reconfigurados pelo conceito de objeto-som, de Pierre Schaeffer. PALAVRAS-CHAVE Escuta; som; cinema. ABSTRACT The archaeology of hearing breaks up with the strict boundaries pertaining to the history of music in order to open up new possibilities of understanding the historicity of different hearing régimes or orders, no longer conceived as passive reflexes of an exclusively physiological sound perception process, but actually re-configured, in an epistemological way, by Pierre Schaeffer’s concept ofobject sonore. KEYWORDS Hearing; sound; cinema. 1 Versão modificada de texto apresentado em conferência do Colóquio Foucault, realizado na UERJ em 2005. 2 Ivan Capeller é técnico de som direto, doutor em comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 8 as últimas páginas de sua Arqueologia do Embora não apontem, assim, diretamente para a NSaber, Foucault levantou a possibilidade episteme de sua época, essas áreas podem orientar de uma investigação arqueológica que “fizesse a investigação arqueológica para outras direções. aparecer a regularidade de um saber mas não se Ao pensar tais possibilidades, Foucault adensa a propusesse a analisá-lo na direção das figuras investigação arqueológica, que se faz mais autônoma epistemológicas e das ciências” (1972, 233). Embora em relação às configurações epistemológicas por a investigação arqueológica tenha se constituído ao ela mesma traçadas, e estabelece as bases para redor de pesquisas de caráter epistemológico sobre uma compreensão mais precisa da relação entre as a formação dos discursos científicos e sobre a sua epistemes e as demais formações discursivas: uma respectiva configuração doutrinária e disciplinar em investigação sobre o olhar, por exemplo, não deve ciências específicas, isto é, restritas a áreas bem desvinculá-lo jamais dos saberes a que se acopla, ao delimitadas da atividade e do conhecimento humano3, mesmo tempo em que nos remete à irredutibilidade Foucault aponta aqui para os pressupostos de uma deste mesmo olhar à enunciação, conferindo-lhe arqueologia mais abrangente, que possa ser aplicada uma discursividade própria que - se não chega a se àqueles campos de atividade e conhecimento que constituir em episteme (se não ultrapassa o limiar de jamais lograram ultrapassar totalmente o limiar cientificização, como diria Foucault) possui,