Espaços Na Mídia: História, Cultura E Esporte
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Espaços na Mídia: História, Cultura e Esporte Seminário de Comunicação Banco do Brasil 1 Copyright @ 2001: Banco do Brasil Coordenação: Diretoria de Marketing e Comunicação Renato Luiz Belineti Naegele Diretor Carlos Alberto Barretto de Carvalho Gerente Executivo de Comunicação Edição: Armando Medeiros de Faria José Anchieta de Vasconcelos Queiroz Omar Barreto Lopes Raquel Ramos Silveira da Rosa Rênio Assis Araújo Apoio: Centro Cultural Banco do Brasil Produção: Banco do Brasil Diretoria de Marketing e Comunicação Gerência de Comunicação SBS Edifício Sede III 19°andar Brasília (DF) e-mail: imprensa@bb<com<br Espaços na mídia: história, cultura e esporte (Organização Alberto Dines) Brasília: Banco do Brasil, 2001% 224 p Edição de palestras do V e VI Seminários de Comunicação Banco do Brasil% 1%Comunicação 2%Cultura e Esporte I% Banco do Brasil II% Universidade Estadual de Campinas, Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo% III% Seminário de Atualização em Jornalismo e Comunicação (1999: Brasília; 2000: Rio de Janeiro)% IV% Dines, Alberto% V% Título% As opiniões aqui contidas são de inteira responsabilidade dos autores Venda proibida Nenhuma parte desta obra pode ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada, reproduzida por meios mecânicos ou quaisquer outros meios, sem autorização prévia dos editores e dos autores% 2 ÍNDICE 1 Mídia, história, cultura e esporte A história na empresa: identidades e oportunidades 11 Karen Worcman O papel não é passado 17 Alberto Dines O significado do esporte na sociedade moderna e do futebol no Brasil 24 Roberto DaMatta Paradigmas do jornalismo cultural no Brasil 36 Affonso Romano de SantAnna 2 O discurso interessado A objetividade jornalística e o viés negativo 53 Renato Naegele A construção da imagem empresarial quem fala, quem ouve? 58 Tereza Halliday Cultura brasileira e ambiente empresarial 68 Everardo Rocha Comunicação interna: além das mídias 80 Jacques Vigneron Marketing cultural: os patrocinadores e a mídia 90 Luiz Felipe dAvila 3 Espaços da mídia Crise econômica ou crise no jornalismo econômico? 97 Luís Nassif 3 Desenvolvimento e jornalismo econômico 109 Márcio Moreira Alves O Brasil visto de fora 116 Bill Hinchberger Tendências contemporâneas do jornalismo cultural 122 Sérgio Rodrigues Jornalismo especializado em cultura 128 Evaldo Mocarzel Jornalismo esportivo: uma visão crítica 132 Juca Kfouri 4 A economia simbólica Entretenimento, cultura e a comunicação do negócio 145 Yacoff Sarkovas Referências e símbolos da mídia no novo milênio 157 Rafael Sampaio 5 Retratos da mídia Revista: a intimidade com o leitor 173 Leonel Kaz Mídia impressa: ética e competitividade 180 Alberto Dines O futuro da TV 187 Nelson Hoineff Os mitos da Internet 198 Leão Serva Desafios e oportunidades da rede pública de TV 209 Renato Bulcão A força da mídia no interior 218 Sérgio do Rego Monteiro 4 PREÂMBULO A História está sempre em pauta, mas nesta terceira empreitada documental para registrar o V e o VI seminário de comunicação do Banco do Brasil a pauta foi a História Ou um dos seus capítulos, os 500 anos da chegada da frota de Cabral Realizados em 1999 e 2000 em Brasília e Rio de Janeiro (dentro de um projeto iniciado em 1994) estes seminários foram idealizados como um intervalo para a reflexão Flagram mudanças e, através dos respectivos anais, registram suas implicações e dimensões A mídia lida com o efêmero O processo de mediação, como um todo, consiste exatamente em consolidar e dar sentido ao que é fugaz e transitório E o jornalismo, sendo parceiro da historiografia, precisa ser continuamente avaliado para ser perenizado Este volume tem por objetivo chamar a atenção para a História como ferramenta essencial para o conhecimento E, no largo horizonte desvendado a partir da História, situar alguns espaços específicos como a cultura ou as culturas e o esporte São elementos de comunicação, pontes para promover aproximações e estabelecer diálogos Alberto Dines Labjor Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo/Unicamp 5 6 PREFÁCIO De uma forma ou de outra, o efêmero está sempre no horizonte da comunicação A publicidade tenta superar o que existe de volúvel nos hábitos de consumo de cada um Cria marcas e slogans com o fim de moldar atos de compra, de impregnar nosso imaginário a partir de alguns padrões de exigência consumista O jornalismo faz o inverso: tende a condensar o que resulta de longos processos históricos, econômicos e políticos, em informações de natureza efêmera As notícias vibram na tensão máxima entre o contingente e o permanente Hoje são o essencial, vendem toneladas de papel nas bancas Amanhã, podem embrulhar peixe ou se oxidar em arquivos de imagens Na comunicação organizacional, o efêmero é estratégico Capturá-lo e interpretá-lo são etapas imprescindíveis para municiar a chamada inteligência empresarial Tanto no sentido da reação certeira aos fatos imprevisíveis, que tornam a empresa vulnerável diante de concorrentes e cenários adversos, como na necessidade de fazer do inusitado o subsídio para ações vitoriosas de marketing e comunicação empresarial Mas o efêmero se confunde com velocidade, no círculo digital das novas mídias O on-line congelou o instante Graças também às agências de notícias e à internet, sabemos, do ponto de vista prático, o que significa essa porção ínfima e veloz de tempo Ela pode ser detectada no nosso microcomputador, naquelas chamadas noticiosas que ficam girando na tela, brincando com o lusco-fusco dos recursos visuais da tecnologia Nesta terceira empreitada documental, que visa registrar as palestras do V e do VI Seminários de Comunicação do Banco do Brasil, realizados em 1999 (Comunicação além dos 500 anos) e 2000 (Mídia, Comunicação e Cul- tura Brasileira), o objetivo é transformar a lida com o efêmero, característica 7 inexorável dos processos comunicativos, em memória, reflexão e conhecimento vivo Trata-se de constituir um acervo de preciosas avaliações do cenário jornalístico e midiático brasileiro A essência deste livro, portanto, é o buscar, aqui registrado nas reflexões de professores, intelectuais e homens práticos de notório saber, sob as premissas do pluralismo e de uma perspectiva multidisciplinar São artigos que abordam o amplo espectro - do efêmero e do permanente - nos processos de comunicação das empresas, do marketing, do jornalismo e das mutantes novas mídias Esse conjunto de textos não celebra paradigmas da moda A única certeza é continuar a busca, com a sensibilidade suficiente para detectar novas questões, conteúdos e personagens que fazem a história da comunicação Boa leitura Banco do Brasil Diretoria de Marketing e Comunicação 8 1 Mídia, história, cultura e esporte 9 10 A HISTÓRIA NA EMPRESA: IDENTIDADE E OPORTUNIDADES Karen Worcman Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa Karen Worcman é brasileira, formada ação, nosso sentimento< Sem ela, somos nada< em História pela Universidade Luís Buñuel, cineasta Federal Fluminense, com Mestrado em Lingüística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro Minha proposta é discutir por que, como e para quê fazer memória empresarial Mas vou utilizar o conceito de memória no que ela representa É fundadora e Diretora do Museu de mais essencial em nossas vidas: a memória sem a qual cada um de nós da Pessoa, um museu virtual que deixa de perceber a própria existência Nossa memória é um elemento básico tem como missão preservar e transformar em informação histórias para o estabelecimento de nossa identidade É nossa história de vida que de vida de toda e qualquer pessoa nos dá a possibilidade de nos reconhecer como indivíduos a cada dia da sociedade, promovendo a mudança social por meio do reforço Nada melhor do que uma história para discutirmos a importância da memória da identidade e do incremento da auto-estima de indivíduos e E a história mais pungente que conheço é o relato que o neurologista e comunidades escritor americano Oliver Sacks (1) faz de seu encontro com Greg, a quem o autor chama de o último hippie Greg, que nasceu em Queens nos anos Esta palestra foi proferida em 50, era um adolescente americano típico e rebelde ao final dos anos 60, até 18/11/1999 que entrou para uma ordem Krishna Após alguns anos na ordem, seus pais descobriram que o estado total de placidez que Greg havia atingido e que era entendido por seus companheiros como sendo um estado iluminado significava, na verdade, a existência de um tumor cerebral Quando retiraram o tumor, Greg havia perdido, além de sua visão, sua memória de curta e de média duração Apenas retinha, intacto, o que tinha vivido nos anos 60 Greg vivia o puro presente, ou como melhor dito por Sacks (pp66), Greg parecia emparedado, sem saber, num momento sem movimento, fora do tempo E enquanto para nós o presente ganha sentido e profundidade pelo passado () assim como recebe seu potencial e tensão do futuro, para Greg ele era achatado e (à sua maneira escassa) completo As experiências presentes, mesmo a notícia da morte de seu pai, não eram registradas E, como os eventos não se acumulavam, era como se Greg 11 começasse tudo de novo a cada instante As únicas coisas que o estimulavam e o levavam a dar algum sentido a vida eram as músicas dos anos 60, retidas em sua memória Sacks segue narrando suas experiências com o rapaz E o que fica demarcado, o que salta aos olhos, é a total incapacidade de Greg dar qualquer sentido a vida É este o sentido de memória que quero utilizar Como, para cada um de nós, é a partir de nossa memória que organizamos e desenvolvemos nossa existência, é também pela memória