Zacarias Alves De Araujo Neto
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ ZACARIAS ALVES DE ARAUJO NETO POLÍTICAS PÚBLICAS EM TERRAS INDÍGENAS: ANALOGIAS INSTRUMENTAIS ENTRE O OIAPOQUE E A GUIANA FRANCESA MACAPÁ 2012 2 ZACARIAS ALVES DE ARAUJO NETO POLÍTICAS PÚBLICAS EM TERRAS INDÍGENAS: ANALOGIAS INSTRUMENTAIS ENTRE O OIAPOQUE E A GUIANA FRANCESA Dissertação apresentada à Universidade Federal do Amapá como requisito para obtenção de título de Mestre em Direito Ambiental e Políticas Públicas. Linha de Pesquisa: Políticas Públicas e Meio Ambiente. Temática: Políticas Públicas e Meio Ambiente em Terras Indígenas Orientadora: Professora Doutora Simone Pereira Garcia MACAPÁ 2012 3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Central da Universidade Federal do Amapá Araújo Neto, Zacarias Alves de. Políticas públicas em terras indígenas: analogias instrumentais entre o Oiapoque e a Guiana Francesa; orientadora Simone Pereira Garcia. Macapá, 2012. 154 f. Dissertação (mestrado) – Fundação Universidade Federal do Amapá, Programa de Pós-Graduação em Direito Ambiental e Políticas Públicas. 1. Índios da América do Sul - Brasil. 2. Índios da América do Sul – Oiapoque – Amapá. 3. Índios – Aspectos sociais 4. Povos indígenas – Política governamental – Amapá. 4. Políticas públicas. I. Garcia, Simone Pereira (orient). II. Fundação Universidade Federal do Amapá. III. Título. CDD. 22.ed. 980.41 4 ZACARIAS ALVES DE ARAUJO NETO POLÍTICAS PÚBLICAS EM TERRAS INDÍGENAS: ANALOGIAS INSTRUMENTAIS ENTRE O OIAPOQUE E A GUIANA FRANCESA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Amapá, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional. BANCA _______________________________________ Prof. Dra. Simone Pereira Garcia (Orientadora) _______________________________________ Prof. Dra. Daguinete Maria Chaves Brito _______________________________________ Prof. Dr. Ednaldo Pinheiro Nunes Filho _______________________________________ Prof. Dr. Manoel de Jesus de Souza Pinto MACAPÁ 2012 5 Aos meus pais. Pela força e incentivo. À minha família. Pela amizade que sempre me dedicaram. 6 AGRADECIMENTOS À Professora Doutora Simone Pereira Garcia, pela orientação, contribuições e compreensões durante esta trajetória. Aos membros da banca de qualificação e de avaliação final, por terem aceitado e colaborado com suas valiosas considerações. À minha colega de mestrado Jussara Barreiros, que dividiu comigo a alegria de pesquisarmos a mesma temática e a pela solidariedade em todos os momentos desta fase. À Antonia Neura, secretária da Pós Graduação, pelo cuidado e atendimento zeloso e gentil dispensados aos mestrandos do PPGDAP. Ao Israel de Araujo Pimentel e à Rianne Cristina Garcia que colaboraram na digitação dos fichamentos de leituras. À Maria Cristina Vilhena pelo incentivo incansável e por sempre manifestar-se disponível para ajudar-me em todos os momentos. Ao José Alípio Diniz de Moraes, meu chefe, pela compreensão e liberações imprescindíveis à conclusão deste trabalho. Aos meus amigos e familiares por entenderem os momentos de isolamento que por vezes me privaram de bons momentos de convivência social. Ao DEUS supremo e infinitamente bom, presença constante e indispensável em minha vida. 7 "Quinhentos anos de sofrimento, de massacre, de exclusão, de preconceito, de exploração, de extermínio de nossos parentes,aculturamento, estupro de nossas mulheres, devastação de nossas terras, de nossas matas, que nos tomaram com a invasão. Hoje, querem afirmar a qualquer custo a mentira, a mentira do Descobrimento. Estamos de luto. Até quando? Fomos barrados pelos seguranças do vice- presidente, que disseram que não poderíamos entrar por falta de credenciais. Ora, estávamos em casa! Não precisávamos disso. Eles é que tinham de pedir licença para a gente. Isso é nossa terra. Onde vocês estão pisando vocês têm que ter respeito porque essa terra pertence a nós. Vocês, quando chegaram aqui, essa terra já era nossa. O que vocês fazem com a gente? Impediram a nossa marcha com um pelotão de choque, tiros e bombas de gás. Com o nosso sangue, comemoram mais uma vez o Descobrimento" Discurso do índio pataxó, Jerry Adriani Santos de Jesus, Matalauê, em protesto na missa dos 500 anos de descobrimento do Brasil, celebrada pela CNBB, em Porto Seguro – BA. 8 RESUMO Esta dissertação de mestrado é resultado de uma pesquisa sobre os povos indígenas do Oiapoque que vivem na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, no Estado do Amapá (Karipuna, Galibi Kalina, Galibi Marworno e Palikur). Todas essas sociedades e grupos indígenas habitam em 40 aldeias e localidades adjacentes às Terras Indígenas Uaçá, Galibi e Juminã. Esse território configura uma área contínua de terras cortada a oeste pela BR-156, que liga Macapá ao município de Oiapoque. Em linhas gerais, este trabalho tem por objeto de estudo identificar quais as principais políticas públicas destinadas e acessadas pela comunidade indígena da região, de que forma esses benefícios sociais são adquiridos, se por meio de legislação específica que norteia os direitos indígenas ou através de direitos sociais genéricos, juntamente com agricultores, ribeirinhos, imigrantes, pescadores e garimpeiros. Neste contexto, interessa-nos investigar como as políticas públicas voltadas para a saúde, educação, ambiente, território e renda influenciam na qualidade e no modo de vida dos indígenas de Oiapoque. Se voltará o olhar para a realidade da Guiana Francesa, fazendo o contraste necessário à construção de uma nova visão, considerando que os povos indígenas do planalto das Guianas há séculos possuem um intercâmbio geral constante que influencia em sua formatação de identidade. Esta dissertação também é uma tentativa de dimensionar que entre a burocracia e a realidade, os grupos sociais indígenas do Oiapoque se utilizam de uma metodologia própria (jeitinho brasileiro) de resolver problemas práticos que os atingem, oscilando entre o discurso indigenistas e a triste realidade amazônica. Portanto, este trabalho também é resultado de uma pesquisa onde tentou-se mapear os benefícios sociais e principalmente as ausências de direitos essenciais de um grupo social que cada vez mais o Estado brasileiro insiste em fazê-lo parecer como “normais”. Palavras-Chave: Povos Indígenas do Oiapoque, Políticas Publicas, Benefícios Sociais. 9 ABSTRACT This dissertation is the result of research on indigenous peoples living in the Oiapoque Brazil's border with French Guiana, Amapá State (Karipuna, Galibi Kalina, and Galibi Marworno Palikur). All these companies and indigenous groups living in 36 villages and towns adjacent to the Indigenous Land Uaçá, and Galibi Juminã. This area sets a continuous area of land to the west cut the BR-156, which connects the city of Macapa Oiapoque. In general, this work is the object of study identify the main public policies and accessed by the indigenous community of the region, how these benefits are acquired, through specific legislation which governs the rights and indigenous rights through social generic, along with farmers, riparian, immigrants, fishermen and miners. In this context, we are interested in investigating how the public policies for health, education, environment, territory and income influence the quality and way of life of indigenous Oiapoque. If you look back to the reality of French Guiana, making the necessary contrast to the construction of a new vision, considering that the indigenous peoples of Guyana highlands for centuries have a general exchange constant influence in their formatting of identity. This dissertation is also an attempt to scale that between bureaucracy and reality, social groups, indigenous Oiapoque make use of its own methodology (Brazilian way) to solve practical problems that affect them, ranging from the speech and the sad reality indigenous Amazon. Therefore, this work is the result of an ethnographic research, where we try to map the social benefits and especially the absence of essential rights of a social group that increasingly the Brazilian government insists on making him look like "normal". Keywords: Indigenous Peoples in Oiapoque, Public Policy, Social Benefits. 10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Lista de Figuras Figura 01 – Disposição das ZDUC na Guiana Francesa, 129 Lista de Fotos Foto 01 – Aldeia Piquiá – TI Uaçá – Oiapoque, 94 Foto 02 - Aldeia Piquiá – TI Uaçá – Oiapoque, 95 Foto 03 – Entrada Aldeia São José dos Galibi (esquerda), 100 Foto 04 – Posto da FUNAI (direita acima), 100 Foto 05 – Posto de Saúde (direita abaixo), 100 Foto 06 – “Voadeiras” as margens do Rio Curipi na Aldeia Manga (abaixo esquerda), 100 Foto 07 – Entrega de gerador de energia para lideranças da Aldeia Espírito Santo (abaixo direita), 100 Foto 08 – Casa em Alvenaria na Aldeia Piquiá (esquerda), 101 Foto 09 – Posto desativado da FUNAI na Aldeia Manga (direita), 101 Foto 10 – Casai/Oiapoque (esquerda), 102 Foto 11 – Prédio Administrativo da SESAI em Oiapoque (direita), 102 Foto 12 – Posto de Saúde da Aldeia Manga, 104 Foto 13 – Escola Indígena Estadual, na Aldeia Manga (acima esquerda), 108 Foto 14 - Sala de aula de ensino fundamental (acima direita), 108 Foto 15 – Fachada da Escola Indígena de Ensino Primário, na Aldeia Manga (abaixo esquerda), 108 Foto 16 – Escola de Ensino Fundamental na Aldeia São José dos Galibi (abaixo direita), 108 Foto 17 – Unifap Campus Oiapoque, 110 Foto 18 – Museu dos Povos Indígenas do Oiapoque (acima esquerda), 115 Foto 19 – Centro de Capacitação aos Povos Indígenas de Oiapoque, na Aldeia Manga (acima direita),