O Ciclo Dos Rebeldes: Processos De Mercantilização Do Rap Carioca

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O Ciclo Dos Rebeldes: Processos De Mercantilização Do Rap Carioca Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidade Faculdade de Formação de Professores da UERJ Arthur Moura O Ciclo dos Rebeldes Processos de mercantilização do rap no Rio de Janeiro São Gonçalo – 2017 Arthur Moura O Ciclo dos Rebeldes: processos de mercantilização do rap carioca Dissertação apresentada como requisito para obtenção do título de mestre, ao Programa de Pós-graduação Processos Formativos e Desigualdades Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Faculdade de Formação de Professores. Orientadora: Professora Doutora Maria Tereza Goudard Tavares São Gonçalo - 2017 Arthur Moura O Ciclo dos Rebeldes: processos de mercantilização do rap carioca Dissertação defendida em 26 de julho de 2017-10-13 Professora Doutora Maria Tereza Goudard Tavares (Orientadora) Faculdade de Formação de Professores – UERJ Professora Doutora Anelice Ribetto Faculdade de Formação de Professores – UERJ Professor Doutor Andrelino Campos Faculdade de Formação de Professores – UERJ Professor Doutor André Queiroz Universidade Federal Fluminense – UFF São Gonçalo - 2017 Dedicatória Dedico este trabalho aos companheiros do rap que desejam revolucionar a sociedade. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à minha mãe por insistir na minha formação e por ser apoio sem o qual nada seria possível. Foi da minha mãe também os primeiros contatos que tive com o marxismo e com a teoria revolucionária. Sou grato à minha orientadora professora Maria Tereza Goudard pela generosidade e ao amigo André Queiroz por toda força. Agradeço também ao companheiro Alvaro Neto por ter me inserido na Faculdade de Formação de Professores e me apresentar um novo universo e por também acreditar no meu trabalho. Agradeço a todos os entrevistados, ainda que venham a discordar de minhas interpretações. São eles: Fábio Broa (roda cultural do Méier), NJ Sallez (roda cultural da Ilha do Governador), De Leve, Maurício do grupo Carta na Manga, Thiago Pombal (Jorai), Jonatan Ferreira e DJ Sardinha (roda cultural de Vila Isabel), Dropê e MV Hemp do Comando Selva, Leonardo Mannarino (GoriBeatzz), Ramiro Mart, Iky Castilho, PH Stelzer (Ganja Filmes), Cavi Borges, Emílio Domingos, Ton Gadioli, DJ Castro, DJ Érik Skratch, DJ Machintal, DJ Tamempi, Airá o Crespo, 3030, Antiéticos, Bacon, Black Alien, Dom Negrone, Edu, DJ Seu Zinho e Gas-pa (Filhos do Gueto), Funkero, Gabriel o Pensador, Gerard Miranda, Lepô, Mahal, Marcão Baixada, Marcelo D2, Mateus Pinguim, Néctar Gang, Oriente, OZ, Ozama, Filipe Ret, Rico, Shackal, Sain, Faruck e Shock (Start), Wallace Carvalho, Zona Verde, Aline Pereira, Babi, Bebel du Guetto, Edd Wheeler, Elza Cohen, Lola Salles, Negra Rê, Rôssi Alves, Maolee, Papatinho, Bruno Tomba, 2F (U-Flow), Mr. Break, DuBrown, Damien Seth, Vinicius Terra, Djoser Botelho, Pirra, Gordo (Batalha do Tanque), Gel, BZ Moraes, Lexo (Eu Mermo) e DG dos Santos. Resumo A presente dissertação, fruto de um percurso investigativo de longa duração acerca da Cultura do Hip Hop e principalmente do Rap no Estado do Rio de Janeiro, objetivou de forma mais ampla desvelar e revelar as inúmeras contradições que atravessam o campo cultural deste gênero musical, buscando compreendê-lo em seus atravessamentos políticos, econômicos e culturais, sobretudo no que tange à mercantilização da cultura do ponto de vista da economia política do capitalismo contemporâneo. Do ponto de vista de sua fundamentação teórico-metodológica, a dissertação dialoga com o campo dos estudos marxistas, principalmente com a questão da crítica na perspectiva do método de análise dos fenômenos sociais, da totalidade e das contradições presentes no fenômeno estudado, a cultura do HIP HOP e do Rap. Para fins de apresentação, investigamos a sua história recente, o seu crescimento e a sua legitimação na esfera cultural como parte do consumo da juventude, e a sua crescente mercantilização e transformação de sua potência artística de música e cultura de protesto e de rebeldia em produto para o mercado de consumo através de um estilo apaziguador e homogeneizador dos conflitos inerentes à luta de classe presente na sociedade contemporânea. Do ponto de vista metodológico, as entrevistas feitas procuram dar a fundamentação aos objetivos propostos, ao percurso investigativo e leitura de fundamentação, bem como situar os/as leitores/as das mudanças ocorridas na cena do rap contemporâneo, sobretudo, na passagem do Rap de protesto e do papel do MC de caráter artesanal à genealogia da profissionalização do MC, já presente e adaptado à indústria cultural e mercantilização da rap como produto a ser consumido em todas as esferas da juventude contemporânea. A autonomização do rap como um dos elementos do Hip Hop de uma forma geral é um dos resultados da mercantilização da cultura, gerando o afastamento entre os elementos esvaziou-se também a cultura dos seus próprios fundamentos políticos e ideológicos adaptando-se às múltiplas esferas do consumo. Palavras-chave: Rap, mercantilização, Rio de Janeiro ABSTRACT This dissertation, the result of a long - term research on Hip Hop Culture and especially Rap in the State of Rio de Janeiro, aims to reveal and unveil the innumerable contradictions that cross the cultural field of this musical genre, seeking understand it in its political, economic and cultural crossings, especially with regard to the commodification of culture from the point of view of the political economy of contemporary capitalism. From the point of view of its theoretical and methodological foundation, the dissertation talks with the field of Marxist studies, mainly with the question of criticism in the perspective of the method of analysis of social phenomena, of the totality and of the contradictions present in the phenomenon studied, HIP HOP and Rap. For presentation purposes, we investigate its recent history, its growth and its legitimacy in the cultural sphere as part of youth consumption, and its increasing commercialization and transformation of its artistic power of music and culture of protest and rebellion into product to the consumer market through a style that appeases and homogenizes the conflicts inherent in the class struggle present in contemporary society. From the methodological point of view, the interviews sought to provide a foundation for the proposed objectives, the investigative course and the reading of the rationale, as well as to situate the readers of the changes that took place in the contemporary rap scene, protest and the role of the MC of artisanal character to the genealogy of the professionalization of MC, already present and adapted to the cultural industry and mercantilization of rap as a product to be consumed in all spheres of contemporary youth. The autonomization of rap as one of the elements of Hip Hop in a general way is one of the results of the commercialization of culture, generating the separation between the elements, the culture of its own political and ideological foundations has also been emptied, adapting itself to the multiple spheres of consumption. Keywords: Rio de Janeiro, Rap, mercantilization Lista de ilustrações: Figura 1 – Roda Cultural do Méier 2014 ........................................... 11 Figura 2 – Roda Cultural de Vila Isabel ............................................ 20 Figura 3 – O Caminho da pesquisa .................................................... 21 Figura 4 – Batalha do Tanque ............................................................. 24 Figura 5 – Racionais MC´s capa Revista da Folha ............................. 26 Figura 6 – Dom Negrone ..................................................................... 30 Figura 7 – Eduardo (depoimento para O Som do Tempo) .................. 33 Figura 8 – Cabal vs Marechal .............................................................. 33 Figura 9 – Ferréz .................................................................................. 44 Figura 10 – De Leve na Roda Cultural da Ilha do Governador ........... 46 Figura 11 – Marcelo D2 ...................................................................... 48 Figura 12 – Gog ................................................................................... 51 Figura 13 – Nissin ............................................................................... 54 Figura 14 – Grupo 3030 ...................................................................... 61 Figura 15 – Centro Interativo de Circo (Fundição Progresso) .......... 67 Figura 16 – Capa do disco Cultura de Rua ......................................... 68 Figura 17 – Capa do disco Tiro Inicial ............................................... 69 Figura 18 – Gabriel o Pensador ........................................................... 72 Figura 19 – Shackal ............................................................................. 82 Figura 20 – Slow ............................................................................... 82 Figura 21 – Damien Seth ..................................................................... 87 Figura 22 – MC ................................................................................... 106 Figura 23 – Abertura do filme O Som do Tempo ................................ 121 Figura 24 – Marcelo D2 e Aori ............................................................ 121 Figura 25 – Roda Cultural de Vila Isabel ............................................. 143 Figura 26 – Roda Cultural de Vila Isabel ............................................. 146 Figura 27 – Roda Cultural de Vila Isabel ............................................. 146 Figura
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