Christina Vital Da Cunha Paulo Victor Leite Lopes Janayna Lui RELIGIÃO E POLÍTICA: Medos Sociais, Extremismo Religioso E As Eleições 2014
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Christina Vital da Cunha Paulo Victor Leite Lopes Janayna Lui RELIGIÃO E POLÍTICA: medos sociais, extremismo religioso e as eleições 2014 Autores Christina Vital da Cunha Paulo Victor Leite Lopes Janayna Lui Fundação Heinrich Böll Brasil & Instituto de Estudos da Religião (ISER) Rio de Janeiro, 2017 Coordenação editorial 4VSNIXSKVɧƤGSIHMEKVEQEɭɩS Marilene de Paula Beto Paixão Revisão -QTVIssão Bruna de Lara +VɨƤGE7XEQTTE Karina Merencio Leandro Uchoas 8MVEKIQ 1.000 exemplares PesquisEMGSRSKVɧƤGE Karina Merencio Leandro Uchoas )WWIPMZVSJSMƤRERGMEHSGSQVIGYVWSWHE*YRHEɮɪS Luzia da Silva Heinrich Böll e a pesquisa foi uma colaboração das Foto da Capa instituições Boll e Iser. É permitida a reprodução Shutterstock.com parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Fundação Heinrich Böll Instituto de Estudos da Religião (ISER) Rua da Glória, 190/701 – Glória Ladeira da Glória, 99, Glória Rio de Janeiro - RJ – Brasil Rio de Janeiro CEP 20.241-180 CEP 22.210-010 +55 21 3221 9900 +55 21 2555 3782 [email protected] [email protected] www.br.boell.org www.iser.org.br C972r Vital da Cunha, Christina; Lopes, Paulo Victor Leite; Lui, Janayna. Religião e Política: medos sociais, extremismo religioso e as eleições 2014. Christina Vital da Cunha, Paulo Victor Leite Lopes, Janayna Lui. – Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll: Instituto de Estudos da Religião, 2017. 196 p. ISBN 978-85-62669-21-7. 1. Religião - Política. 2. Eleições. I. Vital da Cunha, Christina. II. Lopes, Paulo Victor Leite. III. Lui, Janayna. IV. Título. CDD 261.83 SUMÁRIO Apresentação ............................................................................... 5 Introdução .................................................................................... 7 Atordoamento e religião nas eleições 2014 Capítulo 1 .....................................................................................17 Um pastor candidato: a primeira candidatura confessional evangélica à Presidência do Brasil 1.1 Mas quem é Pastor Everaldo? ..............................................................................18 1.2 Pastor Everaldo contra Dilma Rousseff ..............................................................26 1.3 A campanha nas igrejas, nas rádios e na televisão ............................................37 1.4 Os apoios à candidatura .......................................................................................40 Capítulo 2 ....................................................................................47 )WXVEXɰKMEWHITSHIVIEETVIWIRXEɮɪSHIYQTIVƤPPMFIVEP conservador religioso (IWEƤSWHEGEQTERLE ..........................................................................................61 2.2 Fim da campanha e o “novo lugar dos evangélicos”...........................................70 2.3 Pastor Everaldo e o voto evangélico no segundo turno das Eleições 2014 ...................................................................72 Capítulo 3 ....................................................................................77 Agenciamentos em torno do religioso: a eleição para governador do Rio de Janeiro em 2014 3.1 Os candidatos, os partidos e as campanhas .......................................................78 3.2 Os candidatos e os seus pertencimentos ............................................................89 3.3 Segundo turno: a recomposição de forças e o embate com a IURD .................99 7SFVIHIƤRMɮɻIWINSKSWHIEGYWEɮɪS nas eleições no Rio de Janeiro ..........................................................................108 Capítulo 4 ...................................................................................111 Conclusão: Reavaliando categorias sociais - como pensar os evangélicos na sociedade e na política no Brasil contemporâneo 4.1 Ações extremistas .............................................................................................. 114 4.2 Ações conservadoras ......................................................................................... 119 4.3 Ações progressistas ........................................................................................... 121 4.4 Evangélicos como players ................................................................................. 126 4.5 Do liberal ao liberal conservador religioso ........................................................ 128 4GHGTșPEKCU$KDNKQITȐƓECU .................................................... 135 Anexos Anexo 1: Carta de Robson Rodovalho: “Antes pedintes, hoje negociadores” ....................................................... 144 Anexo 2: Entrevista com Silas Malafaia .................................................................. 146 Anexo 3: Manifesto de evangélicos contra a posição da Frente Parlamentar Evangélica sobre a Política Nacional de Participação Social (PNPS) .................................................................149 Anexo 5: Integrantes da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional ............................................................................ 153 Sessão Extra .............................................................................156 Religião, direitos e liberdades laicas no Brasil contemporâneo “É preciso salvar a família”: ..................................................157 gênero, religião e política no contexto do neoconservadorismo evangélico nas mídias no Brasil Magali do Nascimento Cunha A militância política de grupos ecumênicos na construção da democracia brasileira ............................170 Tatiane dos Santos Duarte APRESENTAÇÃO O livro que o leitor@ tem em mãos é fruto da parceria da Fundação Hein- rich Böll com o ISER (Instituto de Estudos da Religião), parceiro que sem- pre nos ajuda a decifrar as nuances do Brasil contemporâneo. Foi assim quando lançamos juntos, em 2013, o livro 6IPMKMɩSI4SPɳXMGEYQEERɧPMWI HEEXYEɭɩSHITEVPEQIRXEVIWIZERKɯPMGSWWSFVIHMVIMXSWHEWQYPLIVIWI de LGBTs no Brasil, também resultado de uma pesquisa de mesmo nome. Esse Brasil diverso e complexo dos últimos anos, cujas reviravoltas po- líticas, combinadas com as denúncias e prisões da operação Lava-Jato e a crise econômica que o país atravessa, tornou imprevisíveis os próximos capítulos da política brasileira. As eleições de 2014, pano de fundo nas análises de cenários e da força dos atores políticos, nos contam como vivemos em um mundo polarizado, em que pese que numa disputa eleitoral os ânimos sempre estarão exal- tados. Entretanto, os próximos capítulos daquela história, com a vitória de Dilma Rousseff e o posterior impeachment da presidente trouxeram a po- larização ao seu nível máximo. Manifestações nas ruas pró-impeachment e outras contra Michel Temer, vice na chapa de Dilma e atual presidente, colocaram a política no centro do debate nacional. Nada mais justo então que irmos um pouco atrás, para conseguirmos ver adiante, sabendo sempre que o olhar será impreciso e não conseguirá abarcar toda a paisagem. Essa é também a proposta do livro 6IPMKMɩSI4SPɳXMGEQIHSWWSGMEMWI\XVIQMW- QSVIPMKMSWSIEWIPIMɭɺIW, ou seja, analisar as candidaturas do Pastor Everaldo (PSC), de Marcelo Crivella (PRB) e de Anthony Garotinho (PR) nas eleições de 2014 para compreendermos um pouco mais esse cenário tão complexo que vivemos hoje. Christina Vital, Paulo Victor Leite e Janayna Lui džƾƽLjnjnjLjƼǂƺǂnjƾǑǍNjƾdžǂnjdžLjNjƾDžǂǀǂLjnjLjƾƺnjƾDžƾǂ̅̒ƾnj são nossos guias a decifrar esse caminho. A candidatura para Presidência do Pastor Everaldo, a primeira abertamente ligada às igrejas evangélicas, foi uma novidade, mas de certa forma já era aguar- dada. O peso político no Congresso e nas Câmaras de alguns municípios foi o GSQFYWXɴZIPTEVEGSWXYVEVWYƤGMIRXIWEPMERɮEWTEVEYQIRWEMSHETVIXIRWɪSHEW 6ƾDžǂǀǂ́Ljƾ4LjDž̋ǍǂƼƺ lideranças evangélicas de terem o cargo mais importante do Executivo. O livro completa sua análise com a disputa pelo governo do Rio de Janeiro, uma das principais capitais do país, por dois candidatos cujo discurso político 5 tinha implicações diretas com o elemento religioso. A análise robusta proposta pelos autores nos desvela como pensam e qual o projeto político que permeia seus discursos e visões. A família, como bem maior social, se sobressai. Mas quem é essa família? As críticas de grupos LGBTs e dos movimen- tos de mulheres estão focadas nessa visão de família heteronormativa, que vê a mulher sem seus direitos sexuais e reprodutivos garantidos, vol- tada a seu papel tradicional na sociedade. Por isso, parte da sociedade os vê como gente atrasada, fundamentalista e sectária, que em muitos momentos trabalham com a dicotomia do “nós” e “os outros”, não abrindo a possibilidade de construção coletiva, a partir da diversidade de perspec- tivas sociais e políticas que uma sociedade complexa como a brasileira exige. Se a justiça social não é a visão norteadora das propostas políticas, o que poderá então conseguir tal feito? As candidaturas representam o que nossos autores conseguiram apresentar com maestria, um projeto liberal conservador que se utiliza da religião como ponte para angariar ƤIMWTSHIVIVIGYVWSWHSWQEMWZEVMEHSWXMTSW 1EWUYIQWɪSIPIW#-QTSWWɴZIPYQEHIƤRMɮɪSWMQTPIWWɪSHMZIVWSW e em muitos momentos contraditórios. Algumas igrejas não aceitam a ex- posição na mídia, outras pagam milhões para estarem nas TVs o máximo possível. Mas a verdade é que a velocidade com que conseguiram estar presentes nas periferias e centros urbanos das principais capitais, com mi- PLEVIWHIMKVINEWXSVRSYWIYQHIWEƤSTEVEEERɨPMWIHITIWUYMWEHSV$WI criou medos sociais, como apontam os autores. Por terem como público ainda majoritário os mais pobres, elas também representam