MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

CAIO PAGANO INTERPRETA O QUINTETO COM PIANO EM LÁ MAIOR, DE DVORÁK, E O QUARTETO OSESP APRESENTA A ESTREIA MUNDIAL DA HOMENAGEM A KOECHLIN, DE ANTONIO RIBEIRO

ISAAC KARABTCHEVSKY REGE GURRE-LIEDER, DE SCHOENBERG, COM O CORO DA OSESP, O CORO ACADÊMICO DA OSESP, O CORO DE CÂMARA FRANZ LISZT DE WEIMAR, MÚSICOS DO INSTITUTO BACCARELLI E AS VOZES DE ROBERT DEAN SMITH, JENNIFER ROWLEY, CHRISTINE RICE, LESTER LYNCH, ANTHONY DEAN GRIFFEY E ANDREAS SCHMIDT

MARIN ALSOP REGE AS QUATRO SINFONIAS DE BRAHMS EDIÇÃO Nº 6, 2015 RAGNAR BOHLIN REGE OBRAS DE ALBINONI, PERGOLESI E POULENC, COM O CORO DA OSESP E AS VOZES DE MARÍLIA VARGAS E LUISA FRANCESCONI

QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?: A SOPRANO MANUELA FREUA INTERPRETA O QUARTETO DE CORDAS Nº 2, COM O QUARTETO OSESP, E PIERROT LUNAIRE, COM ALUNOS DA ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP, SOB REGÊNCIA DE EMMANUELE BALDINI

ANDRÉ DE RIDDER REGE O CONCERTO PARA VIOLINO EM MI MENOR, DE MENDELSSOHN, COM A SOLISTA BAIBA SKRIDE

CRISTINA GÓMEZ GODOY INTERPRETA O CONCERTO PARA OBOÉ, SET-OUT DE MOZART, SOB REGÊNCIA DE LOUIS LANGRÉE 2015 MÚSICA NA CABEÇA: JORGE DE ALMEIDA E ISAAC KARABTCHEVSKY FALAM SOBRE ARNOLD SCHOENBERG

CARLOS PRAZERES REGE A ESTREIA MUNDIAL DE SONHOS E MEMÓRIAS, DE SÉRGIO ASSAD, COM O SOLISTA NATAN ALBUQUERQUE JR.

QUEM TEM MEDO DE SET SET SCHOENBERG? 13 14 17, 19, 21 22

QUARTETO OSESP OSESP CAIO PAGANO PIANO ISAAC KARABTCHEVSKY REGENTE ROBERT DEAN SMITH POR JORGE DE ALMEIDA 4 JENNIFER ROWLEY SOPRANO ANTONIO RIBEIRO CHRISTINE RICE MEZZO-SOPRANO FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY LESTER LYNCH BARÍTONO ANTONÍN DVORÁK ANTHONY DEAN GRIFFEY TENOR ANDREAS SCHMIDT NARRAÇÃO MÚSICOS DO INSTITUTO SET BACCARELLI CORO DE CÂMARA FRANZ 18 32 LISZT DE WEIMAR CORO DA OSESP QUARTETO OSESP CORO ACADÊMICO DA OSESP MANUELA FREUA SOPRANO

ARNOLD SCHOENBERG MAURICE RAVEL ARNOLD SCHOENBERG SET 20 40

SET ALUNOS DA ACADEMIA DE 24, 25, 26 46 MÚSICA DA OSESP EMMANUELE BALDINI REGENTE OSESP MANUELA FREUA SOPRANO MARIN ALSOP REGENTE

ARNOLD SCHOENBERG JOHANNES BRAHMS OUT OUT 1, 2, 3 52 15, 16, 17 58 OSESP MARIN ALSOP REGENTE OSESP RAGNAR BOHLIN REGENTE MARÍLIA VARGAS SOPRANO JOHANNES BRAHMS LUISA FRANCESCONIMEZZO-SOPRANO CORO DA OSESP OUT 66 TOMASO ALBINONI 22, 23, 24 GIOVANNI BATTISTA PERGOLESI OSESP FRANCIS POULENC ANDRÉ DE RIDDER REGENTE BAIBA SKRIDE VIOLINO OUT 25 74 TORU TAKEMITSU FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY DMITRI SHOSTAKOVICH OSESP CARLOS PRAZERES REGENTE NATAN ALBUQUERQUE JR CORNE INGLÊS OUT 82 FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY 29, 30, 31 SERGIO ASSAD OSESP LOUIS LANGRÉE REGENTE CRISTINA GÓMEZ GODOY OBOÉ

OLIVIER MESSIAEN WOLFGANG AMADEUS MOZART RICHARD STRAUSS

Desde 2012, a Revista Osesp tem ISSN, um selo de reconhecimento intelectual e acadêmico. Isso signifi ca que os textos aqui publicados são dignos de referência na área e podem ser indexados nos 1 sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. PATROCÍNIO

EXECUÇÃO APOIO

REALIZAÇÃO

VEÍCULOS

[email protected] 2 Concerto Digital Revista OSESP.ai 1 24/08/15 14:13

MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

CONCERTO DIGITAL OSESP

TRANSMISSÃO AO VIVO PELA INTERNET 25 SET SEX 20H45

OSESP MARIN ALSOP REGENTE

JOHANNES BRAHMS Sinfonia nº 1 em Dó Menor, Op.68 Sinfonia nº 2 em Ré Maior, Op.73

concertodigital.osesp.art.br tvuol.uol.com.br Programação sujeita a alterações.

3 O PRÓXIMO CONCERTO DE SCHOENBERG EM VIENA, CARICATURA

PUBLICADA NO JORNAL DIE ZEIT, EM 6 DE ABRIL DE 1913

4 POR JORGE DE ALMEIDA

u tenho. Há diversas razões para temer Schoenberg, e muitas razões para admirá-lo. Talvez sejam as mesmas… Por isso é preciso abrir os ouvidos para o que esse “medo” diz sobre nós, Esobre a sua música e sobre o século que já nos separa. Um dos vários alunos de Schoenberg, o compositor Karl Linke (1884-1939), certo dia levou ao mestre uma canção recém-composta, extremamente complexa, da qual estava bastante orgulhoso. Quando Schoenberg a leu, perguntou: “O senhor realmente imaginou a parti- tura de modo tão complicado?”. Acreditando estar prestes a receber um elogio, o lisonjeado Linke respondeu que sim. Mas Schoenberg prosseguiu: “Quero dizer, sua primeira ideia melódica trazia clara- mente, nela própria, tamanha complexidade na forma de acompa- nhamento?”. Linke titubeou, sentindo que estava sendo posto à pro- va. Após uma rápida análise, em que mostrou ao aluno que aquela melodia não tinha necessidade de um acompanhamento tão “difícil”, Schoenberg enunciou uma de suas máximas mais conhecidas: “A mú- sica não deve enfeitar, mas sim ser verdadeira”.1 A verdade dá medo. Os vienenses contemporâneos de Schoenberg sabiam bem o que isso significava. No decadente Império Austro- -Húngaro, denunciar a falsa aparência de uma corte falida e hipócrita, acalentada por bailes e banquetes suntuosos, era um ato de coragem. A busca pela verdade estética trazia graves consequências políticas e morais. Por isso, em meio ao atraso oficial e arrogante, os “modernis- tas” irritavam muita gente, e suas obras nos assustam até hoje: o ar- quiteto Adolf Loos (1870-1933) denunciava o ornamento como crime; Gustav Klimt (1862-1918) pintava em dourado os beijos e escândalos de Viena, e Egon Schiele (1890-1918) a verdadeira face do amor; Karl Kraus (1874-1936) incendiava polêmicas com a “linguagem purificada” de seu jornal Die Fackel [A Tocha]; Wittgenstein (1889-1951) revirava as certezas da lógica; e Freud (1856-1939) valorizava os lapsos de verdade contidos em sonhos, neuroses e atos falhos.

5 Disposto a criticar a mediocridade “embolorada” durante séculos, haviam se transformado numa se- (termo muito usado na época) dos conservatórios gunda natureza (ou seja, algo historicamente cons- vienenses, o autodidata Schoenberg, como seus truído, mas percebido e sentido de modo eviden- contemporâneos modernistas, insistia numa “ver- te, como se fosse algo natural). Desde a Ars Nova, a dade” a ser construída e expressada em cada fra- música havia se desenvolvido por meio da constante se, cada pincelada, cada poema e cada compasso. busca de soluções para diferentes problemas com- A “renovação” estética, porém, não deveria ser um posicionais, e cada obra hoje considerada “clássica” fim em si mesmo, mas o resultado de um diálogo foi, em sua época, o resultado polêmico dessa busca fecundo com a própria tradição. No caso da música, por uma “nova verdade”, que também se modificava uma tradição em boa parte austríaca, desde os tem- com o tempo. Com a derrocada dos “estilos” gené- pos de Haydn e Mozart. O professor Schoenberg ricos, que asseguravam aos compositores de antiga- sempre lembrava a seus alunos como algumas obras mente pressupostos claros e compartilhados com o de Beethoven haviam sido condenadas como “mons- público, agora cada obra tinha de construir e justifi- truosas” e “ultrajantes” por seus contemporâneos. car sua própria lógica interna, sua Stimmigkeit (coe- Mas “ser moderno” não era uma escolha, pois o rência, consistência). A diferença entre uma música “novo” tinha se tornado uma necessidade desde que “falsa” e uma “verdadeira” residiria justamente no o Romantismo, com seu ímpeto ao mesmo tempo modo como cada obra, até em seus menores deta- nacional e individualista, havia atacado os ideais lhes, enfrentava os problemas impostos por toda a classicistas, a ponto de colocar em questão a própria história da música, problemas que não eram apenas existência de qualquer “estilo de época” obrigató- artísticos, pois refletiam e dialogavam com grandes rio, capaz de enunciar regras e formas abstratas à questões da cultura europeia. arte e aos artistas. Diante da descrença nas normas e convenções a serem seguidas, a própria necessi- as quais eram esses problemas e por dade de evitá-las criava um extenso cânone do que que eles precisavam ser enfrentados já não se podia mais fazer, limitando a liberdade de sem medo? O heroico Beethoven já ha- escolha, no momento em que esta se afirmava ple- Mvia mostrado como as rupturas histó- namente. Não é por acaso que os versos do poeta ricas da Revolução Francesa e da época napoleônica Stefan George (1868-1933) se tornaram o mote de geraram contradições extremas, que, no caso da toda uma geração, e também de Schoenberg e seus música, se revelavam numa série de dilemas: entre alunos: “Höchste Strenge ist zugleich höchste Freiheit”, o expressão e construção, entre liberdade polifônica maior rigor é, ao mesmo tempo, a maior liberdade. e rigor harmônico, entre música absoluta e música Mas a liberdade também gera o medo. Durante a programática. Se o princípio fundamental da re- Primeira Guerra, um oficial superior perguntou ao solução tonal é posto em questão, seja pela prática soldado perfilado: “Então você é aquele composi- de constantes modulações, seja pelo cromatismo e tor tão polêmico?”. Ao que Schoenberg respondeu: por novas progressões harmônicas daí resultantes, o “Sim, alguém tinha de sê-lo, ninguém queria ser, destino está aberto, e a questão de como configurar então eu tive de me dedicar a isso”. Para Schoen- o todo acaba se tornando um problema para quem berg, a arte (Kunst, em alemão) não se ligava mais pretendia, no espírito romântico ou modernista, a ser capaz (können), mas sim a ser necessário (müs- se libertar do apoio nas formas previamente dadas, sen). Em seus ouvidos, ressoava ainda a advertência que previam uma determinação convencional de das últimas obras de Beethoven: “Es muss sein!”. O polos de tensão e resolução tonal como arcabouço rigor objetivo de tudo o que “tem de ser” era a úni- de toda estrutura e sentido. ca maneira realmente livre de expressar a própria Como lembra Theodor W. Adorno (1903-69), subjetividade. retomando as aulas que teve com Alban Berg (1885- Isso não era nada fácil para Schoenberg e seus 1935), aluno de Schoenberg: “As formas do classi- colegas. A música “precisava” romper com formas cismo, confrontadas seriamente com seus próprios e procedimentos derivados do sistema tonal que, princípios, começam a estremecer; a progressão

6 AUTO-RETRATO, TELA DE ARNOLD SCHOENBERG

harmônica se inflama com os atritos que a constru- a variação dos componentes motívicos passavam a ção formal lhe impõe, transformando-se numa cha- mediar o sentido da relação entre o todo e as par- ma que finalmente sacrifica a segura estrutura da tes, por meio de um desenvolvimento contínuo, sonata. Na própria casa, o fogo foi aceso; apenas em não mais restrito à seção intermediária da forma- suas paredes é possível experimentar completamen- -sonata. O princípio da economia extrema garantia te suas forças”.2 A apropriação da forma-sonata de- a objetividade, ao mesmo tempo em que assegura- pois de Beethoven (em Schubert, Liszt, Schumann va a liberdade subjetiva. Num famoso e polêmico e Chopin, por exemplo) traz as cinzas dessa contra- ensaio, intitulado “Música Nacional”, no qual se dição entre o impulso anticlássico da expressão do considerava como o continuador de uma tradição sujeito psicológico romântico e o uso de uma forma germânica iniciada com Bach, Schoenberg diz ter herdada, como convenção, do passado clássico. aprendido de Brahms a “plasticidade na configura- Isso era um problema para todo jovem composi- ção das formações: não economizar, não regatear tor “moderno”, como Schoenberg. Ele notava que a quando a clareza exige mais espaço; levar cada fi- forma-sonata, em Brahms, permanecia “rigorosa” e gura às suas últimas consequências; economia e, no “coerente”, mesmo após a problemática derrocada entanto, riqueza”. de seus pressupostos, graças a uma solução herdada Mas, diante do colapso do sistema tonal, Schoen- do último Beethoven: a “variação em desenvolvi- berg também aprendia as lições de Wagner, um mento” [entwickelnde Variation]. O desdobramento e compositor que havia abandonado a lógica interna

7 da “música absoluta” e buscado uma solução literal- dade expandida à emancipação da dissonância, e que mente “espetacular”: garantir a unidade de suas lon- o levará posteriormente ao desenvolvimento, nos anos gas óperas, pensadas como “obras de arte totais”, a 1920, da polêmica “técnica de composição com doze partir de leitmotive (motivos condutores), nos quais sons”, conhecida como “dodecafonismo”. a música acompanhava os textos e a ação dramática. Em 1912, Schoenberg publicou na revista expres- De Wagner, Schoenberg teria aprendido “o modo sionista O Cavaleiro Azul, editada por Kandinsky, o de manipular temas para propósitos expressivos e a artigo “A Relação Com o Texto”,5 no qual reconfi- arte de formulá-los para que possam servir a estes gurava o sentido da contraposição entre Wagner e propósitos”, e também a “possibilidade de pensar Brahms, tendo em vista também a nova oposição temas e motivos como ornamentos complexos, para entre Mahler e Strauss. A música não deveria jamais que possam ser usados contra as harmonias habi- abrir mão de sua autonomia para meramente “ilus- tuais de um modo dissonante”.3 trar” os acontecimentos de um texto ou programa O jovem Schoenberg “buscou” (“um artista deve externo. A necessidade musical deveria, ao contrá- sempre buscar”, dizia ele a seus alunos) uma con- rio, incorporar a necessidade poética, desde que ciliação entre essas duas soluções aparentemente essa configuração mútua se emancipasse das formas contraditórias. Enquanto os discípulos de Wagner herdadas do sistema tonal. A harmonia entre texto e de Brahms ainda se estapeavam durante os con- e música era reforçada, paradoxalmente, pelas dis- certos, ele buscava uma “verdade própria”, que sonâncias harmônicas e pela primazia da livre ex- dialeticamente superaria a mera oposição entre os pressão das vozes melódicas e de seus motivos, no dois mestres românticos. Influenciado também por turbilhão criativo e rigoroso das variações em de- Mahler e Strauss, uma nova dicotomia que pairava senvolvimento. Tendo em vista a “verdade” de cada sobre sua geração, o jovem Schoenberg desenvolvia obra, a ocorrência ou não de dissonâncias só deveria seu caminho. Como ressalta Theodor W. Adorno: ser justificada pelo todo da composição, e não pela “Na verdade, sua música é dialética já em seu início mera intenção de romper com o tonalismo ou pela no Romantismo tardio. Ela pensa Wagner e Brahms obediência a uma ordem enrijecida em “estilo”. juntos, não no sentido de uma ‘síntese’, cuja vacui- Schoenberg recusava o termo “atonal” (seria uma dade o jovem Schoenberg já percebia inteiramente, definição negativa, como chamar a natação de “a mas no sentido de uma correção recíproca, verda- arte de não se afogar”, comentou certa vez) e prefe- deiramente dialética”.4 Ao incorporar os problemas ria se referir a esse rompimento como uma “eman- e ao aprender com as soluções dadas pelos composi- cipação da dissonância”, termo que, a seu ver, pos- tores da “tradição germânica”, recuperando o passa- suía um caráter positivo, embora muitos achassem do para abrir caminho ao futuro, Schoenberg pen- o contrário. Essa emancipação coroaria um longo sava numa resposta ao conturbado presente da belle desenvolvimento da história da música em direção époque vienense. Por isso podemos ver em Schoen- ao pleno reconhecimento da dissonância como ele- berg um “revolucionário conservador”, no dizer de mento fundamental da organização das obras: “Não Willi Reich. esqueçamos de que cheguei a isso gradualmente, como resultado de um desenvolvimento que me possibilitou estabelecer a lei da emancipação da dis- ssa dialética pode ser ouvida nas quatro obras sonância, segundo a qual a compreensibilidade das do jovem Schoenberg apresentadas este ano na dissonâncias é considerada tão importante quanto temporada da Osesp: o sexteto Noite Transfi gu- a compreensibilidade da consonância. As dissonân- rada (1899), o Quarteto de Cordas nº 2 (1907-8), cias, portanto, não precisam ser uma adição picante E 1900-11 1912 Gurre-Lieder ( ) e o ciclo Pierrot Lunaire ( ). a sons insípidos. Elas são consequências naturais e Em todas essas obras, muito diferentes entre si e cada lógicas de um organismo. E esse organismo vive, uma original a seu modo, acompanhamos as “buscas” em suas frases, ritmos, motivos e melodias, tão vi- de Schoenberg, percorrendo um caminho que o levou talmente quanto antes”.6 do Romantismo tardio ao Expressionismo, da tonali-

8 sexteto de cordas Noite Transfigurada [Verklärte Nacht], Op.4, foi composto em 1899, mas só estreou em 1902. Con- O forme relata René Leibowitz (1913-72): “Depois de submeter a partitura de Noite Transfi gu- rada a uma sociedade de concertos, Schoenberg viu a execução da obra ser recusada sob pretexto de que se encontraria nela um acorde invertido de nona, ‘o que não existe’ (ao que Schoenberg acrescentou: ‘En- tão, nada de execução também, já que não se pode executar algo que não existe’)”.7 Inspirado nos famo- sos sextetos de Brahms, a música também rompe, no entanto, com a ideia de música absoluta, apoiando sua construção formal num texto, como ocorria em Wagner, mas agora no âmbito da música de câmara. A inspiração é um poema de Richard Dehmel (1863- -1920), do ciclo Weib und Welt [Mulher e Mundo], de 1896, evocando um diálogo noturno em que uma mulher conta a seu amado que espera um filho de outro homem. Os versos dessa confissão, que transfi- gura o passeio noturno do casal, não são jamais can- tados, mas cada estrofe do poema organiza entre suas linhas o sentido do que está sendo composto. “Essa é a razão pela qual”, comentaria Schoenberg anos de- pois, “em minha Noite Transfi gurada, a construção te- mática é baseada, por um lado, no ‘modelo e sequên- cia’ sobre uma harmonia progressiva, característica wagneriana; e, por outro, no que eu chamei de téc- nica brahmsiana da variação em desenvolvimento”.8

Quarteto de Cordas nº 2 em Fá Sustenido Me- nor, Op.10, foi composto entre 1907 e 1908, e leva a dialética entre Brahms e OWagner a uma nova etapa, já marcada- mente schoenberguiana. A obra trazia uma novidade, pois os dois últimos movimentos do quarteto de cor- das, a forma mais clássica da música de câmara, in- corporavam agora dois Lieder sobre poemas de Stefan George: “Litanei” [Litania] e “Entrückung” [Arrebata- mento]. O público presente à estreia reagiu, conforme um testemunho, “com uma violência indescritível”, contrapondo risos e assobios à voz da soprano, sem apreciar o esforço contido na música para expressar (citando trechos dos poemas) a “tristeza profunda que sufoca” e a “língua sedenta que anseia pelo vinho”, até o arrebatamento do movimento final, que canta e sente “o ar de outros planetas”, enquanto o eu lírico se

9 “dissolve, rodopiando e tremendo, em sons”. Do pon- to de vista formal, o princípio da variação em desen- volvimento se expande na forma “tema e variações”, que acompanha e sublinha musicalmente, como nos leitmotive de Wagner, os versos de George, poeta que havia traduzido Baudelaire ao alemão e que postulava ele próprio uma “correspondência” entre a sonorida- de das palavras e uma Stimmung [atmosfera] de seus diversos sentidos. Harmonicamente, a obra ainda se pauta pelo tonalismo expandido, mas a composição se submete progressivamente ao encontro livre das vozes, até que a polifonia, intensificada durante a obra até sua quase superação no último movimento, evoque justamente seu próprio “arrebatamento”. Há também citações irônicas, como em Mahler. Quan- do, na estreia, a célebre canção vienense “O du lieber Augustin” ressoou no scherzo, alguém do público gri- tou: “Agora tudo está perdido!”. De fato, era preciso se perder para encontrar algo novo; e Schoenberg não tinha medo disso.

as a perda da morada segura do tona- lismo significava também um solitá- rio desterro. Por isso Adorno comen- Mta que Schoenberg, no Pierrot Lunaire, Op.21 (composto em 1912), cantava justamente “a Heimatlosigkeit [perda da morada] de nossas almas”. A expressão melancólica do dândi de Bérgamo, ar- quétipo cômico da contemplação e do amor platôni- co, ocorria aqui sob o signo da mais rigorosa cons- trução, mesmo onde a necessidade assume ares de improviso. A solidão torna-se, paradoxalmente, o resultado do ideal da expressão imediata, do “grito” expressionista contra os pais, contra toda a tradição. Recuperando o espírito da commedia dell’arte, como tantos outros artistas da época, o ciclo de “três ve- zes sete poemas”, sobre uma obra do francês Albert Giraud (1860-1929), contém em cada peça uma obra- -prima em miniatura, explorando inúmeras soluções para garantir a dialética entre expressão e constru- ção, entre o potencial propriamente lírico — mas também dramático e representativo — dos textos e sua composição rigorosa na disposição de motivos e temas musicais. Uma das novidades é a ruptura com a própria entonação tradicional da voz cantada, com a introdução do Sprechgesang, um “canto falado” deriva- do do cabaré. O choque ao mesmo tempo distancia o

10 ouvinte da tradição lírica e o aproxima de um cotidia- no prosaico, iluminado apenas pela pálida mancha da lua sobre as dores de Pierrot, numa serenata grotesca que antecipa, assim como os acordes selvagens da Sa- gração da Primavera, de Stravinsky, o “fim dos tempos” que se abateria sobre a Europa logo em seguida, com a Grande Guerra. Adorno ressalta o quanto o grave peso da história sufoca, em Schoenberg, essa música aparentemente tão leve: “O âmbito do teor expressio- nista é o do inconsciente: a exposição da angústia, do medo, é um ponto central”.9

e as três primeiras obras revolucionaram a música de câmara, Gurre-Lieder, [Canções de Gurre] é monumental. Composta durante Smais de uma década, a obra só conseguiu es- trear em 1913 e soou muito diversa em relação ao que o próprio Schoenberg, já no início de sua fase “expres- sionista”, tinha alcançado. Paradoxalmente, o público de Viena, já acostumado à grandiosidade das obras de Mahler e Strauss, a acolheu finalmente com aplausos, levando o compositor a se perguntar se seria possí- vel, enfim, a coexistência entre “verdade” e “sucesso”. Gurre-Lieder é um misto de oratório profano, drama musical, monólogo lírico e aventura sinfônica, baseado no ciclo de baladas do escritor dinamarquês Jens Peter Jacobsen (1847-85), publicado em 1869. O que carac- teriza os poemas juvenis de Jacobsen é algo também presente em seu romance de maturidade, Niels Lyhne (já com bela tradução para o português):10 o enfren- tamento entre o desespero da alienação e o ceticismo religioso. O ciclo retrata o amor do rei Valdemar por sua amante Tove, assassinada de modo horren- do pelo ciúme da rainha. O rei se recusa a en- terrá-la e perambula com seu caixão num di- álogo póstumo com a amante, representada pelas vozes de tudo que o cerca na natureza. Em Gurre-Lieder, o problema da construção de um longo e variado todo orgânico, conseguido anos antes pela Canção da Terra de Mahler, é solucionado com o princípio da máxima economia, numa rigo- rosa elaboração motívica que serve de fundamento à extrema complexidade das diversas seções, sem que os temas sirvam apenas para revestir persona- gens e situações do texto. A música se expande pe- las canções e pelos interlúdios, assumindo funções

11 SUGESTÕES DE LEITURA narrativas ou enunciativas, num contraponto com os sentimentos do rei e de sua amante. Harmonica- Arnold Schoenberg mente, Schoenberg utiliza acordes sobrepostos em STYLE AND IDEA: SELECTED WRITINGS camadas, citando frequentemente o famoso “acorde UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 2010 de Tristão”, que traduz o anseio erótico e amoro- so na ópera de Wagner. Mas, apesar de toda a sua Arnold Schoenberg monumentalidade, a obra assume finalmente um HARMONIA aspecto camerístico, no qual as vozes se articulam EDITORA UNESP, 2011 liricamente em contínuas variações, agora lembran- do Brahms. Theodor W. Adorno Como nota o musicólogo Carl Dahlhaus, tudo está conectado com tamanha “invenção” que não se FILOSOFIA DA NOVA MÚSICA consegue mais perceber o que é variação do quê. A EDITORA UNESP, NO PRELO (TRADUÇÃO DE JORGE DE ALMEIDA) orquestra se desfaz num mundo de timbres e cores, e as vozes do coro cedem espaço para um melodra-

Walter Frisch ma, declamado pela voz do poeta no final, antes que THE EARLY WORKS OF ARNOLD a música vislumbre o sol de um possível novo ama- SCHOENBERG 1893-1908 nhecer para os desafortunados amantes — mas não

UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 1997 para a música do finado Romantismo tardio.

iante dessas obras, é preciso ainda ter medo Walter Frisch (org.) de Schoenberg? Hoje em dia, infelizmen- SCHOENBERG AND HIS WORLD te, a resposta continua sendo “sim”. Mas é PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 1999 Djustamente isso que deveria nos apavorar, pois sua música exige do ouvinte uma concentração Flo Menezes quase perdida, uma atenção plena aos detalhes e ao APOTEOSE DE SCHOENBERG todo, uma sensibilidade ao mesmo tempo recata-

ATELIÊ, 2002 da e ardente. No prefácio ao Tratado de Harmonia, publicado em 1911, Schoenberg lamenta: “Nosso

Sidney Molina tempo busca muito. Mas encontrou, antes de tudo, MAHLER EM SCHOENBERG: ANGÚSTIA DA uma coisa: o conforto. Este avança, em toda a sua INFLUÊNCIA NA SINFONIA DE CÂMARA N.1 amplitude, inclusive pelo mundo das ideias, nos

RONDÓ, 2003 tornando tão acomodados como jamais poderíamos supor. […] O conforto, porém, ou rejeita a culpa ou a eleva à virtude. Para aquele que enxerga mais Jonathan Dunsby além, isso significa o reconhecimento da culpa como SCHOENBERG: PIERROT LUNAIRE culpa. O pensador que, no entanto, busca, realiza o CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1992 oposto. Mostra que existem problemas, e que estes não estão resolvidos”.11 Cada obra de Schoenberg, René Leibowitz esse mefistofélico “compositor dialético” que inspi- SCHOENBERG rou o Doutor Fausto de Thomas Mann, busca sair do PERSPECTIVA, 1981 conforto e buscar soluções para os novos problemas da música e da cultura de sua época, negando de ma- Carl E. Shorske neira criativa o passado, para poder gerar o futuro. E Schoenberg pensava muito no futuro, ou seja, VIENA FIN-DE-SIÈCLE também em nós. Por isso se dedicava tanto a ame- COMPANHIA DAS LETRAS, 1988 drontar seus jovens alunos (grandes compositores

12 Alban Berg como Alban Berg [1885-1935], Anton Webern GLAUBE, HOFFNUNG UND LIEBE: SCHRIFTEN [1883-1945] e Hanns Eisler [1898-1962]): “A tarefa do ZUR MUSIK professor é, sem rodeios, sacudir de cima a baixo o RECLAM, 1981 aluno. Quando o tumulto originado se acalmar, pro- vavelmente tudo se acomodará em seu devido lugar. Willi Reich Ou então, que isso nunca aconteça!”.12 Que essas pa- ARNOLD SCHOENBERG ODER DER lavras soem atuais, mais de um século depois, deve KONSERVATIVE REVOLUTIONÄR ser motivo de medo. Reunindo nossa coragem, es- FRITZ MOLDEN, 1968 peremos que Schoenberg ainda possa nos abalar, re- tirando-nos do conforto para que possamos perceber toda a beleza de suas duras, mas sinceras, verdades INTERNET musicais. SCHOENBERG.AT

JORGE DE ALMEIDA é doutor em Filosofi a e professor de Teoria Literária e Literatura Comparada na Universidade de São Paulo.

NÃO PERCA AS PALESTRAS DE JORGE DE ALMEIDA SOBRE SCHOENBERG NA SÉRIE “MÚSICA NA CABEÇA”, DIAS 18, 19, 20 E 21 DE SETEMBRO, NA SALA SÃO PAULO. MAIS INFORMAÇÕES NO SITE WWW.OSESP.ART.BR

1. Depoimento de Karl Linke, reproduzido em Reich, Willi, Arnold Schönberg oder der konservative Revolutionär (Munique: DTV, 1974, pp. 35-36). 2. Adorno, Theodor W. “Schoenberg: Von Heute auf Morgen, Op.32 (I)” (1930). In: Musikalische Schriften 5. Frankfurt: Suhrkamp, 1996, p. 388. 3. Schoenberg, Arnold. Style And Idea: Selected Writings. Berkeley: University of California Press, 1984, pp. 169-174. 4. Adorno, op. cit., p. 389. 5. Schoenberg, op. cit., pp. 141-145. 6. Schoenberg, op. cit., p. 98. 7. Leibowitz, René. Schoenberg. São Paulo: Perspectiva, 1981, p. 46. 8. Schoenberg, op. cit., p. 80. 9. Adorno, Theodor W.. “Neunzehn Beiträge über neue Musik (1942)”. In: Musikalische Schriften 5. Frankfurt: Suhrkamp, 1996, p. 60. 10. Niels Lyhne (Cosac Naify, 2000). Tradução de Pedro Octávio Carneiro da Cunha. 11. Schoenberg, Arnold, Harmonia. São Paulo: Editora Unesp, 1999, p. 32. 12. Schoenberg, op. cit., p. 33.

13 14 SET 13 DOM 16H QUARTETO OSESP

QUARTETO OSESP CAIO PAGANO PIANO

ANTONIO RIBEIRO [1971] Homenagem a Koechlin [ENCOMENDA OSESP. ESTREIA MUNDIAL] - Cantilena - Fuga Dupla 8 MIN

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY [1809-47] MENDELSSOHN EM FOCO

Quarteto nº 1 em Mi Bemol Maior, Op.12 [1829] - Adagio Non Troppo. Allegro Non Tardante - Canzonetta: Allegretto - Andante Espressivo - Molto Allegro e Vivace 24 MIN ______

ANTONÍN DVORÁK [1841-1904] Quinteto Com Piano em Lá Maior, Op.81 [1887] - Allegro ma Non Tanto - Dumka: Andante Con Moto - Scherzo (Furiant): Molto Vivace - Finale: Allegro 37 MIN

15 ptei pelo título Homenagem a Koechlin por- que a peça não possui as características que se esperam de um quarteto de cordas tra- Odicional, geralmente pensado em diver- sos movimentos, com formas e ambientes diferentes. Quis homenagear o compositor francês Charles Koe- chlin (1867-1950), um criador formidável e ainda pou- co conhecido, apesar de ter sido assistente de Fauré, amigo de Debussy, Ravel, Dukas e tantos outros, e muito respeitado por todos. Para além da admiração, tenho uma ligação com Koechlin, pois ele foi professor de Camargo Guar- nieri e, este, meu mestre. Guarnieri falava bastante e com profundo respeito de Koechlin. Tentou até mesmo trazê-lo ao Brasil para uma série de concer- tos, projeto que nunca chegou a se concretizar. O catálogo do mestre francês é caudaloso. Com- pôs de tudo, de sinfonias a variadíssima música de câmara. Sua escrita altamente refinada é marcada por gostar da polifonia e por usá-la constantemen- te. Pesquisou com afinco o universo modal em suas múltiplas possibilidades e matizes e, para tanto, abarcou o período medieval e o renascentista, além da música tradicional francesa. E é aqui que conec- to a obra de Koechlin com a minha Homenagem, pois o quarteto que escrevi ecoa bem suas ideias. Composta em dois movimentos — “Cantile- na” e “Fuga Dupla” —, a peça possui densa textu- ra polifônica. É pautada em vários momentos pelo ambiente modal, evocando de forma sutil e difusa algumas imagens sonoras do Brasil. Uso, na verda- de, diversos procedimentos harmônicos: modalis- mo cromático, tonalidade expandida, atonalidade livre, acordes quartais, entre outros. Contudo, não há experimentalismos. O que pretendi nesta obra foi prestar um tributo sincero a um compositor do passado, com seus maneirismos e idiossincrasias. Para finalizar, creio ser interessante mencionar que, em vários aspectos, Guarnieri também figu- ra nas entrelinhas da Homenagem, pois muito da sua música pode ser encontrada lá. É como se Koechlin, Guarnieri e eu próprio estivéssemos plasmados numa mesma obra, fruto de um DNA passado de geração a geração.

ANTONIO RIBEIRO

16 chumann dedicou seus três quartetos de cor- das compostos em 1842 a Felix Mendelssohn- -Bartholdy. Provavelmente, o compositor Squeria demonstrar a seu conterrâneo a admi- ração que nutria por sua música de câmara. De fato, é talvez nesse gênero que se encontre o melhor da pro- dução de Mendelssohn, que exibe nas peças de câma- ra uma intensidade emocional que muitas vezes falta a suas obras maiores. O Quarteto de Cordas nº 1 em Mi Bemol Maior foi escrito em 1829, época em que Mendelssohn, com 20 anos de idade, já tinha produzido os três Quar- tetos Com Piano, Op. 1, 2 e 3, o Sexteto Para Piano e Cordas, o Octeto Para Cordas, o Concerto nº 1 Para Piano e, mais importante que todas as obras an- teriores, a abertura Sonho de Uma Noite de Verão, escrita aos seus 18 anos, que já dava sua dimen- são como compositor. Portanto, quando compôs o Quarteto nº 1, Mendelssohn já possuía uma respei- tável bagagem composicional. De forma geral, a peça é mais lírica do que o seu quarteto anterior, em Lá Menor — que, apesar de composto dois anos antes, em 1827, leva o nº 2. É possível sentir aqui a influência de Beethoven, gigante que faria sombra a quase to- dos os compositores alemães de gerações seguin- tes. A introdução lenta do primeiro movimento, “Adagio Non Troppo”, é semelhante à do Quarteto nº 10 – “Harpa”, de Beethoven — aliás, escrito na mesma tonalidade de Mi Bemol Maior. No entan- to, o “Allegro Non Tardante” que se segue, em forma-sonata, distancia-se do modelo do mestre. No segundo movimento, Mendelssohn substitui um provável scherzo por uma “Canzonetta”, que se tornou popular para além do quarteto. O movi- mento lento fica na terceira parte, com um breve “Andante Espressivo” que leva sem pausa ao anima- do “Molto Allegro e Vivace” do movimento final — que, por sua vez, retoma material temático do primeiro movimento. No Quarteto nº 1, é possível observar certas ca- racterísticas que podem ser estendidas a toda a obra de Mendelssohn: seus dotes de melodista e o domínio da escrita musical, que resultam numa obra que prima pela perfeição e, ao mesmo tempo, ANTONIO RIBEIRO pela emoção.

17 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS e Mendelssohn é um importante representan- te da primeira fase do período romântico, com MENDELSSOHN o tcheco Antonín Dvorák já estamos no limiar STRING QUARTETS (VOL. 1) do século xx. Ainda no Romantismo, é ver- Quarteto de Cordas da Nova Zelândia S dade, mas num período que se caracterizou, a partir NAXOS, 2008 de meados do século xix, pelo surgimento das escolas 1824-84 COMPLETE STRING QUARTETS (VOL. 1) nacionais. E se Smetana ( ) foi uma espécie de fundador da música nacionalista tcheca, Dvorák foi Quarteto de Cordas de Leipzig seu representante máximo. Sua produção compreen- MDG, 2001 de nove sinfonias, poemas sinfônicos e concertos para piano, violino e violoncelo, além de dezenas de peças DVORÁK orquestrais. No ramo da música de câmara, deixou PIANO QUINTET IN A MAJOR dez quartetos de cordas, trios e quartetos com piano, Elias String Quartet bem como quintetos e sextetos de cordas. Jonathan Biss, piano No início dos anos 1870, Dvorák escreveu um ONYX, 2012 primeiro Quinteto Com Piano em Lá Maior, publicado como Op.5. Insatisfeito com a obra, tentou revisá- THE COMPLETE STRING QUINTETS; THE PIANO QUINTET; -la em 1887, mas acabou compondo um novo quin- THE STRING SEXTET (2 CDS) teto na mesma tonalidade. O Quinteto Com Piano em Octeto da Filarmônica de Berlim Lá Maior, Op.81 tornou-se um sucesso e uma obra- Stephen Kovacevich, piano -prima central da música de câmara do Romantismo, PHILIPS, 1999 ombreando com outras obras do gênero, como o Quinteto Com Piano em Fá Menor de Brahms. O Quinteto Op.81 de Dvorák é escrito nos tra- dicionais quatro movimentos, e o “Allegro ma Non Tanto” inicial parte de uma melodia ao violoncelo acompanhada pelo piano que logo captura o ouvinte. Aliás, se algo em comum pode ser apontado entre Mendelssohn e Dvorák é o talento com melodias. O segundo movimento intitula-se “Dumka” — expressão recorrente nas peças de Dvorák, desig- nando uma espécie de balada ou lamento ucraniano que muitas vezes continha várias seções, com esta- dos de espírito contrastantes. Segue-se um “Scher- zo” que também leva um segundo título, “Furiant”, referência a uma dança da Boêmia. O “Finale”, em- polgante e com sua fuga contrapontística, encerra em grande estilo essa obra magnífica, na qual se percebe o melhor da música do Romantismo, com ecos de Brahms, Schumann e, mais uma vez, Men- delssohn.

CAMILA FRÉSCA é jornalista, doutora em Música pela ECA-USP e autora de Uma Extraordinária Revelação de Arte: Flausino Vale e o Violino Brasileiro (Annablume, 2010).

18 m 2015, Caio Pagano completa 75 anos. Ele é um dos grandes músicos braslieiros de nos- sa época e sua história com o piano começou Eaos cinco anos. “Minha mãe era a inspiração”, declarou recentemente. “Ela tocava piano, e eu fi ca- va encostado no instrumento, sentindo as vibrações. Lembro-me de pensar que era muito acolhedor e con- fortável.” Pagano nasceu em São Paulo em 1940 e foi aluno da Escola Magda Tagliaferro, na classe de Lina Pires de Campos. Após vencer alguns prêmios nacionais, uma bolsa de estudos o levou à Alemanha e, posteriormente, a Portugal, onde venceu o Con- curso Internacional Beethoven, em 1970. Aliás, Bee- thoven é um dos compositores pelos quais Pagano tem especial admiração. Ao lado de Olivier Toni e Willy Corrêa de Oli- veira, ajudou a criar o Departamento de Música da USP, do qual foi professor de 1970 a 1984. Em seguida, mudou-se para os Estados Unidos, onde, desde 1986, é professor de piano na Universidade do Estado do Arizona. Em 1997, recebeu o título de Re- gents’ Professor, a mais alta honraria concedida por universidades norte-americanas. Além da respeitada carreira de professor, Caio Pagano é um prestigiado pianista, que já esteve em quatro continentes para mais de 900 apresentações como solista de orques- tras, músico de câmara ou recitalista solo. Além do repertório romântico e de Beethoven, Caio Pagano é um artista ligado à música de seu tempo e já estreou mais de 30 obras pelo mundo, sendo a maior parte delas escrita e dedicada a ele, incluindo vários concertos para piano e orquestra. Pagano foi o primeiro pianista a interpretar as obras completas de Schoenberg em várias capitais do mun- do. Numa entrevista de 1977, ao ser perguntado so- bre sua posição em relação à música contemporânea, declarou: “Meu trabalho é fazer as pessoas não es- quecerem que existe uma música viva, atuante, que está sendo escrita agora”.

CAMILA FRÉSCA

19 SUGESTÕES DE LEITURA

R. Larry Todd MENDELSSOHN: A LIFE IN MUSIC OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2005

John Clapham QUARTETO OSESP CAIO PAGANO PIANO DVORÁK Fundado em 2008, o Quarteto ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JULHO DE 2010 W. W. NORTON, 1979 Osesp reúne o spalla da Nascido em São Paulo, Caio Orquestra, Emmanuele Pagano iniciou os estudos de Kurt Honolka Baldini, o violinista Davi piano aos cinco anos e foi aluno DVORÁK Graton, o violista Peter Pas e o de Lina Pires de Campos, HAUS, 2005 violoncelista Ilia Laporev. Tem Helena Costa, Conrad Hansen e como uma de suas características Karl Engel. Atuou como solista a reunião de músicos que se com as sinfônicas da Rádio e INTERNET formaram em escolas diferentes Televisão de Portugal, Nacional — italiana, brasileira, norte- (Washington), de Baltimore e FELIXMENDELSSOHN.COM americana e russa. A soma da Flórida e trabalhou com os DVORAK-SOCIETY.ORG dessas tradições contribui para maestros Sergiu Comissiona, enriquecer a identidade do Camargo Guarnieri, Howard grupo. Desde sua fundação, o Griffiths, Eleazar de Carvalho Quarteto Osesp tem sua própria e Morton Gould, entre muitos série na Sala São Paulo, na qual outros. Estreou dezenas de são apresentadas obras clássicas e obras como solista, sendo propostas inovadoras e criativas. muitas delas dedicadas a ele, Seu repertório é extremamente incluindo trabalhos de Camargo vasto, incluindo obras que vão Guarnieri e Gilberto Mendes. da época barroca até os jovens Atua também como professor compositores contemporâneos. da Universidade do Estado de Entre os que já se apresentaram Arizona desde 1986, onde recebeu com o grupo estão artistas o título de Regents’ Professor. como Ricardo Castro, Antonio Meneses, Arnaldo Cohen, David Aaron Carpenter, Nicholas Angelich, Nathalie Stutzmann, Jean-Efflam Bavouzet e Osmo Vänskä.

20 21 17 QUI 20H30 CEDRO

19 SÁB 16H30 MOGNO

21 SEG 20H30 ARAUCÁRIA

22 ARNOLD SCHOENBERG E A SOPRANO MARYA FREUND, EM GURRE, NA DINAMARCA, EM 1923

OSESP ARNOLD SCHOENBERG [1874-1951] ISAAC KARABTCHEVSKY REGENTE QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG? ROBERT DEAN SMITH TENOR Gurre-Lieder [CANÇÕES DE GURRE] [1900-11] JENNIFER ROWLEY SOPRANO - Parte 1 - Parte 2 CHRISTINE RICE MEZZO-SOPRANO LESTER LYNCH BARÍTONO ______ANTHONY DEAN GRIFFEY TENOR ANDREAS SCHMIDT NARRAÇÃO - Parte 3 MÚSICOS DO INSTITUTO BACCARELLI 130 MIN CORO DE CÂMARA FRANZ LISZT DE WEIMAR CORO DA OSESP CORO ACADÊMICO DA OSESP 23 ENTREVISTA COM O MAESTRO ISAAC KARABTCHEVSKY Por que Gurre-Lieder no concerto que é parte das comemorações de seus 80 anos?

Baseada em texto do poeta dinamarquês Jens Peter Jacobsen, Gurre-Lieder é uma obra ímpar, que faz antever o notável salto da tonalidade à sua dissolução, algo que pode ser lido como metáfora da transição de duas épocas distintas. O mundo anterior à Primeira Grande Guerra dá lugar à per- plexidade que permeia o início do século xx, uma ruptura com o passado e um mergulho insondável em novas tendências. Nenhuma manifestação artística ficou imune à força vital que emanava das primeiras décadas da- quele século. Obras como a Sagração da Primavera, de Stravinsky, cuja estreia foi em 1913 (como a de Gurre-Lieder — uma em Paris, outra em Viena), si- nalizam os novos tempos: são peças premonitórias de uma incrível revolução. Sinto-me honrado por ter sido presenteado pela Osesp com a oportunida- de de reger uma peça dessa magnitude. Vale ainda notar que a peça nunca foi apresentada no Brasil.

Quais são os desafi os para interpretar Gurre-Lieder, do ponto de vista do regente e da regência?

Estamos realizando a versão original, com uma or- questra gigante, cinco cantores, um narrador e um coro de quase 150 vozes. Aí reside a maior dificul- dade: é como se estivéssemos colocando no palco o mesmo efetivo da Sinfonia nº 8, de , a chamada Sinfonia Dos Mil. A essa massa, contrapõem- -se trechos essencialmente camerísticos — o grande desafio é unificar o discurso musical, sem encobrir as partes expressivas ditas e cantadas em pianíssimo.

24 ISAAC KARABTCHEVSKY REGE A OSESP EM 2014

25 Nessa peça, as infl uências de Wagner e Mahler NÃO PERCA A PALESTRA DE ISAAC são muito claras. Pode falar um pouco sobre a rela- KARABTCHEVSKY SOBRE GURRE-LIEDER NA ção de Schoenberg com esses compositores? SÉRIE “MÚSICA NA CABEÇA”, DIA 17 DE SETEMBRO, ÀS 20H, NA SALA SÃO PAULO. É notória a admiração mútua de Mahler e Schoenberg, ambos amparados pela magia sedutora do gênio onipresente de Richard Wagner. Revelam-se, mais do que tudo, os mergulhos profundos em planos NÃO PERCA A PALESTRA DE JORGE DE ALMEIDA psicológicos, como se deles emanasse a fonte primor- SOBRE GURRE-LIEDER NA SÉRIE “MÚSICA NA dial da música. Não nos esqueçamos de que Freud era CABEÇA”, DIA 19 DE SETEMBRO, ÀS 15H30, contemporâneo dos dois compositores: Mahler foi um NA SALA SÃO PAULO. de seus pacientes, ainda que de forma casual.

Pode falar um pouco sobre esse Schoenberg “ro- mântico”? Diria que ouvindo Gurre-Lieder seria possível LEIA MAIS SOBRE GURRE-LIEDER NO ENSAIO adivinhar o atonalismo e o dodecafonismo que viriam? “QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?”, DE JORGE DE ALMEIDA, NA PÁGINA 14. É preciso voltar um pouco no tempo para enten- der o sentido do Romantismo em Gurre-Lieder. Penso em obras como O Crepúsculo Dos Deuses e , de Wagner. Ou, voltando ainda mais, na Paixão Segundo São Mateus, de Bach, que dispunha de uma orques- tra dupla, coro ampliado, quatro vozes principais e dez vozes secundárias. Nesse sentido, o Romantis- mo está no gigantismo sinfônico-vocal, nos imensos painéis que emolduram a narrativa, seja dos cantores como dos solistas e do próprio narrador. Por vezes, temos a impressão de estar ouvindo uma ópera de Wagner, tamanha a proximidade. No decorrer da obra, revela-se o jovem Schoenberg, dono absoluto das ferramentas que norteavam a instrumentação e a ousadia dos encadeamentos harmônicos. Em outros trechos, era clara a evolução dessa linguagem em di- reção à atonalidade e ao serialismo.

Em que medida o texto em que se baseia a peça contribui para sua interpretação ou a fruição?

Como disse, a obra é composta por painéis. Cada um deles revela um estado anímico específico, des- crições e impressões, amalgamados num todo uni- forme. Mas não é preciso conhecer o texto para apreciar a obra. Quando há tanta qualidade musical, como é o caso, todos podem intuir o talento e o po- der criativo. Vamos ouvir Schoenberg com ouvidos e coração! ENTREVISTA A RICARDO TEPERMAN

26 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

SCHOENBERG GURRE-LIEDER (2 CDS) Orquestra Filarmônica de Berlim Coro da Rádio de Berlim

ISAAC KARABTCHEVSKY REGENTE ROBERT DEAN SMITH TENOR Coro da Rádio de Leipzig

ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM FEVEREIRO DE 2015 PRIMEIRA VEZ COM A OSESP Coro Ernst Sennf Em 2009, o jornal inglês The Nascido no Kansas (Estados Sir Simon Rattle, regente Guardian indicou o maestro Isaac Unidos), Robert Dean Smith Karita Mattila, soprano Karabtchevsky como um dos estudou com Margaret Thomas Moser, tenor ícones vivos do Brasil. Nascido Thuenemann na Universidade Anne Sofi e von Otter, mezzo-soprano em São Paulo, estudou regência de Pittsburgh e com Daniel Thomas Quasthoff, baixo-barítono e composição na Alemanha, Ferro na of , tenor sob orientação de Wolfgang Music (Nova York). Estreou no EMI, 2002 Fortner, Pierre Boulez e Carl Festival de Bayreuth em 1997, 1969 1994 Ueter. Entre e , tendo atuado nas óperas Os GURRE-LIEDER (2 CDS) dirigiu a Orquestra Sinfônica Mestres Cantores de Nuremberg, nos Orquestra Filarmônica de Viena Brasileira e, entre 1995 e 2001, papéis-título de Tristão e Isolda e foi diretor musical do Teatro Lohengrin, e como Sigmund em Coro Arnold Schoenberg La Fenice, em Veneza. Foi A Valquíria, todas de Wagner. Coro Filarmônico Eslovaco de Bratislava também diretor artístico da Atuou nas óperas de Munique, Coro da Ópera de Viena Orquestra Sinfônica de Porto Viena, Alemã de Berlim, Claudio Abbado, regente Alegre, do Theatro Municipal no Teatro do Capitólio de Sharon Sweet, soprano de São Paulo, da Orchestre Toulouse, no La Scala de Milão, Marjana Lipovsek, contralto National des Pays de la Loire, no Covent Garden (Londres) e Siegfried Jerusalem, tenor na França, e da Orquestra no Metropolitan (Nova York), Philip Langridge, tenor Tonkünstler, em Viena. Recebeu e trabalhou com as orquestras Hartmut Welker, barítono a medalha do Mérito Cultural do Real do Concertgebouw, governo austríaco e a comenda Filarmônica de Viena, da Barbara Sukowa, narradora Chevalier des Arts e des Lettres Filadélfia, da Rádio França, DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1995 do governo francês, além de Sinfônica de Londres e Sinfônica condecorações de praticamente da Rádio de Stuttgart. Sua todos os estados brasileiros. gravação Wagner Portrait (Arte É diretor artístico e regente Nova, 2001) recebeu o Orfeu titular da Petrobras Sinfônica, de Ouro da Academia do Disco do Rio de Janeiro e, desde 2011, Lírico (França). diretor artístico do Instituto Baccarelli e da Sinfônica Heliópolis. Participa do projeto de gravação integral das Sinfonias de Villa-Lobos com a Osesp, já tendo registrado as sinfonias números 3, 4, 6, 7, 10 e 12.

27 SUGESTÕES DE LEITURA

Charles Rosen

ARNOLD SCHOENBERG

UNIVERSITY OF CHICAGO PRESS, 1996

Arnold Schoenberg JENNIFER ROWLEY SOPRANO CHRISTINE RICE MEZZO-SOPRANO PRIMEIRA VEZ COM A OSESP PRIMEIRA VEZ COM A OSESP STYLE AND IDEA: SELECTED WRITINGS Nascida nos Estados Unidos, Nascida em Manchester, Ingla- UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 2010 Jennifer Rowley estudou no terra, Christine Rice estudou Conservatório de Música no Royal Northern College of INTERNET da Universidade Baldwin Music e iniciou sua carreira Wallace, na Escola de Música musical na Ópera do Festival SCHOENBERG.AT da Universidade de Indiana e de Glyndebourne. Após atuar no Instituto Superior de Arte na Ópera Nacional Inglesa, tor- do Teatro Colón. Cantora nou-se cantora da Royal profissional desde 2003, House. Atuou como Penélope, recebeu em 2011 o Richard em Il Ritorno d’Ulisse in Patria, Tucker Career Grant e venceu a de Monteverdi, para a Ópera de Competição da Fundação Licia Frankfurt; Diana, em La Calis- Albanese-Puccini em 2012, entre to, de Cavalli, para a Ópera de outros prêmios. Interpretou Gênova; Béatrice, em Béatrice et Violetta Valéry, em La Traviata, Bénédict, de Berlioz, para a Ópe- de Verdi, no Festival de Ópera ra Cômica de Paris; e nos pa- de Savonlinna (Finlândia); péis-título de Carmen, de Bizet, Orasia, em Orpheus, de para a Ópera Alemã de Berlim, Telemann, na Ópera da Cidade e Ariodante e Rinaldo, de Händel, de Nova York; e Leonora, em Il para a Ópera do Estado Bávaro. Trovatore, de Verdi, na Ópera da Também já se apresentou no Austrália Ocidental. Em 2014, Covent Garden, de Londres, e fez sua primeira apresentação no no Teatro Real, de Madri, e tra- Metropolitan de Nova York, balhou com os maestros Sir An- como Musetta, em La Bohème, tonio Pappano, Sir Mark Elder, de Puccini. Edward Gardner, Fabio Luisi, Sir Andrew Davis e Yannick Nézet- Séguin. Participou das estreias de The Tempest, de Thomas Adès, em 2004, e de The Minotaur, de Harrison Birtwistle, em 2008.

28 LESTER LYNCH BARÍTONO ANTHONY DEAN GRIFFEY TENOR ANDREAS SCHMIDT NARRAÇÃO

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JULHO DE 2008 PRIMEIRA VEZ COM A OSESP Nascido nos Estados Unidos, Nascido na Carolina do Norte Nascido em Düsseldorf, Ale- Lester Lynch recebeu os prêmios (Estados Unidos), Anthony Dean manha, Andreas Schmidt do National Griffey estudou na Universidade de estudou com seu pai, Hart- Council Auditions, da George Wingate, na Escola de Música de mut Schmidt, e também com London Foundation, Sullivan Eastman (Rochester) e na Juilliard Ingeborg Reichelt e Dietrich Awards e Richard Gaddes Award. School of Music (Nova York), Fischer-Dieskau. Sua estreia, em Trabalhou com Sir Simon Rattle, Sir com Beverley Peck Johnson, e 1984, foi como Malatesta, em Andrew Davis, Placido Domingo iniciou a carreira no programa Don Pasquale, de Donizetti, na e Lawrence Foster, entre outros. para jovens artistas da Ópera do Ópera Alemã de Berlim, grupo Atuou nos papéis de Crown, em Metropolitan. Interpretou diversas do qual então passou a fazer par- Porgy And Bess, de Gershwin, nas vezes o papel-título de , te. Como solista, atuou com Ru- óperas de São Francisco, Lírica de de Britten, entre elas no Festival de dolf Jansen, Geoffrey Parsons, Chicago, da Filadélfia, Nacional de , sob regência de Seiji Claudio Abbado, Daniel Baren- Washington e da Cidade de Nova Ozawa, no Carnegie Hall, no Me- boim, Sir John Eliot Gardiner, York; de Conde di Luna, em Il tropolitan e no Festival de Glynde- Jörg Demus e Roger Vignoles, Trovatore, de Verdi, com as óperas de bourne. Atuou como solista com as e as orquestras Filarmônica de Minnesota, Nashville e Kentucky; sinfônicas de Chicago, de Boston, Nova York, de Cleveland e as e Giorgio Germont, em La Traviata, de Londres e da NHK (Tóquio), sinfônicas de Chicago e de Cin- de Verdi, com a Grande Ópera as filarmônicas de Los Angeles, cinnati. Gravou os Lieder comple- de Houston e a Ópera Lírica da de Nova York e de Berlim e a Or- tos de Brahms, pelo selo CPO, Cidade de Kansas, entre outros. questra de Paris, além da própria com a soprano Juliane Banse e o Osesp. Participou das gravações pianista Helmut Deutsch. É pro- de Rise And Fall of The City of Maha- fessor da Escola Superior de Mú- gonny, de Weill, com a Orquestra sica Carl Maria von Weber, em da Ópera de Los Angeles regida Dresden, e da Escola Superior de por (EuroArts, Música e Teatro de Munique. 2007), que recebeu dois prêmios Grammy.

29 CORO DE CÂMARA FRANZ LISZT CORO ACADÊMICO DA OSESP CORO DA OSESP DE WEIMAR Criado em 2013 com o objetivo Ver pág. 92 Fundado por Walter Rein em de formar profissionalmente 1926, o Coro de Câmara Franz jovens cantores, o Coro Liszt de Weimar é formado por Acadêmico da Osesp oferece estudantes de canto e regência experiência de prática coral, da Universidade de Música conhecimento de repertório Franz Liszt, e conta também sinfônico para coro e orientação com a participação de alunos em técnica vocal, prosódia e da Universidade Bauhaus.O dicção. Os alunos vivenciam e Coro participa regularmente participam do dia a dia de um MÚSICOS DO INSTITUTO BACCARELLI como convidado em festivais coro profissional, realizando Instituição sem fins lucrativos, e competições como as de apresentações junto ao Coro da o Instituto atende cerca de Marktoberdorf, Graz, Belfort, Osesp, dentro de sua temporada 1300 crianças e jovens em Fulda e Toulouse, já recebeu anual, além de concertos programas socioculturais, que diversos prêmios e realizou organizados pela Coordenação oferecem formação musical turnês em países como Itália, Pedagógica do Coro Acadêmico. e artística de excelência, Ucrânia, Estados Unidos e O curso tem duração de 11 proporcionado desenvolvimento Japão. Entre os regentes que já meses, podendo se estender por pessoal e oportunidade de colaboraram com o grupo estão mais dois períodos de mesma profissionalização na música. , Fabio Luisi, Max duração. O Coro Acadêmico é Com sede em Heliópolis, o Pommer e Helmuth Rilling. dirigido por Marcos Thadeu, Instituto Baccarelli oferece a Desde 1997, é dirigido por que desde 2001 é também crianças e jovens da comunidade Jürgen Puschbeck. responsável pela preparação uma estrutura de ponta, vocal dos coros da Osesp. professores qualificados, aulas em grupo e individuais - tanto teóricas quanto práticas, além de exercícios em conjunto nas quatro orquestras, 27 corais (entre coral e musicalização) e quatro grupos de câmara. A Orquestra Sinfônica Heliópolis, principal grupo da casa, é reconhecida internacionalmente por sua qualidade artística. Composta por noventa músicos, ela leva o nome de Heliópolis para todo o Brasil, impactando positivamente na identidade da comunidade e na vida dos moradores.

30 Anúncio Revista OSESP Recitais SETNOV.ai 1 11/08/15 14:31

MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

RECITAIS OSESP Prestigiados músicos apresentam recitais solo e programas de câmara em formato original: cadeiras no palco aproximam o público dos artistas, criando uma verdadeira sala de câmara dentro da Sala São Paulo

SET NOV 20 DOM 16H 22 DOM 16H ALUNOS DA ACADEMIA DA OSESP ARNALDO COHEN PIANO ARTISTA EM RESIDÊNCIA CLAUDE DEBUSSY EMMANUELE BALDINI REGENTE Images: Livro I MANUELA FREUA SOPRANO ISAAC ALBÉNIZ QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG? ARNOLD SCHOENBERG Iberia: Livro 1 Noite Transfigurada, Op.4 ALEXANDER SCRIABIN SCRIABIN100 Pierrot Lunaire, Op.21 Sonata nº 2 em Sol Sustenido Menor, Op.19 - Sonata-Fantasia FRANZ LISZT Sonata em Si Menor

PROGRAMAÇÃO SUJEITA A ALTERAÇÕES MAIS INFORMAÇÕES: OSESP.ART.BR

APOIO REALIZAÇÃO

31 18 SEX 21H QUARTETO OSESP

QUARTETO OSESP MANUELA FREUA SOPRANO

MAURICE RAVEL [1875-1937] Quarteto em Fá Maior [1902-3] - Allegro Moderato. Très Doux [Muito Suave] - Assez Vif. Très Rythmé [Bastante Vivo. Muito Ritmado] - Très Lent [Muito Lento] - Vif et Agité [Vivo e Agitado]

23 MIN ______

ARNOLD SCHOENBERG [1874-1951] QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG? Quarteto de Cordas nº 2 em Fá Sustenido Menor Com Soprano, Op.10 [1907-8] - Mässig [Moderado] - Sehr rasch [Muito Vivo] - Litanei. Langsam [Litania. Lento] - Entrückung. Sehr langsam [Arrebatamento. Muito Lento]

32 MIN

32 QUATRO ÁRVORES, TELA DE EGON SCHIELE, 1917

33 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS Quarteto em Fá Maior, de Maurice Ravel, faz parte da obra de juventude do compo- RAVEL sitor. Trata-se da primeira grande peça de STRING QUARTET Ravel, pois até então sua produção tinha se Ad Libitum Quartet O resumido a páginas curtas. Foi escrita entre dezembro NAXOS, 2000 de 1902 e abril de 1903, período em que ele precisava digerir a mais recente reprovação no prestigioso Prix de STRING QUARTET Rome. Melos Quartett Única incursão que faria no gênero, o Quar- DEUTSCHE GRAMMOPHON, 2012 teto foi dedicado a Gabriel Fauré, que, no entan- to, não demonstrou grande entusiasmo pela peça, SCHOENBERG em particular por causa do quarto movimen- STRING QUARTETS NOS 2 & 4 to, que julgou “curto, mal equilibrado e, fran- Quarteto de Cordas de Leipzig camente, perdido”.1 Diante de tal avaliação, De- Christiane Oelze, soprano bussy também seria consultado e declarou: “Em MDG, 2000 nome dos deuses da música, e do meu, não toque em nada do que você escreveu em seu Quarteto”.2 COMPLETE STRING QUARTETS E assim foi feito. LaSalle Quartet O Quarteto Heyman estreou a obra em Paris, Margaret Price, soprano num concerto organizado pela tradicional Société DEUTSCHE GRAMMOPHON, 2013 Nationale de Musique — que tinha por objetivo a divulgação de obras de compositores contempo- râneos franceses — na sala de concertos da Schola Cantorum, em 5 de março de 1904. A recep- ção foi controversa: o crítico Pierre Lalo escre- veu no jornal Le Temps que, sob vários aspec- tos, o Quarteto de Ravel era demasiadamente próximo ao de Debussy. Já Jean Marnold afir- mou no Mercure de France, em abril de 1904: “É necessário guardar o nome de Maurice Ravel. É o nome de um dos mestres de amanhã”. Importante ressaltar que as obras de Ravel sempre foram recebidas com receio pela Société Nationale de Musique, sendo duramente atacadas por Lalo, ardente defensor dos ideais da associação. Essa realidade levou Ravel e uma nova geração de compositores a abandonar a SNM e fundar, em 1909, a Société Musicale Indépendante, igualmente voltada para a divulgação da música contemporânea. A unidade dos quatro movimentos que formam o Quarteto é obtida por meio do uso cíclico dos te- mas. Assim, o “Allegro Moderato”, estruturado na forma-sonata, apresenta os dois temas que, em di- versas disposições e transformações, estão presen- tes no decorrer da obra. Fazendo uso do segundo tema no surpreendente movimento que segue, Ravel afirma toda sua genialidade, recriando, por meio do

34 uso magistral do pizzicato, um ambiente de leveza e humor, contrastado por um reflexivo episódio cen- tral. Possivelmente, Ravel quis realizar aqui uma homenagem implícita a Debussy, que tanto admi- rava. Basta observar que o segundo movimento do Quarteto deste, composto dez anos antes, explora igualmente o pizzicato, recria o mesmo ambiente e traz praticamente a mesma indicação de andamento. O terceiro movimento, grande momento reflexivo da obra, traz elementos dos temas já apresentados. A presença marcante da viola é ainda mais evidente. O brilhante movimento final revisita mais uma vez as ideias expostas inicialmente, apresentadas aqui como uma espécie de moto-perpétuo, em ace- lerando constante, sendo explorado ao máximo o virtuosismo dos instrumentos. Nota-se ainda uma significativa evolução dos timbres graves em di- reção aos agudos. O especialista Marcel Marnat descreve esse procedimento por meio de uma be- líssima imagem: “Entendamos Ravel — e isso se afirma definitivamente com o Quarteto — como um artista para o qual as piores angústias inte- gram-se numa sucessão de esforços em direção a dias melhores”.3 [2014]

DANIELI LONGO BENEDETTI é pianista, professora no De- partamento de Música da Unesp e autora de Obras de Guer- ra: A Produção Musical Francesa Durante os Anos da Primeira Guerra Mundial (Annablume/Fapesp, 2013).

1. Manuel, Roland. Ravel (Paris: Mémoire du Livre, 2000), p. 54. 2. Ibidem. 3. Marnat, Marcel. Maurice Ravel (Paris: Fayard, 1986), p.126.

35 SUGESTÕES DE LEITURA rnold Schoenberg escreveu o Quarteto nº 2 entre 1907 e 1908, utilizando textos do poe- Marcel Marnat ta Stefan George e prevendo a participação MAURICE RAVEL de uma soprano. O caminho iniciado com FAYARD, 1995 A o sexteto Noite Transfi gurada, de 1899, sombria inves- tigação a respeito da relação amorosa, é agora levado Roger Nichols RAVEL adiante: Schoenberg partia definitivamente em busca YALE UNIVERSITY PRESS, 2011 do atonalismo. Àquela altura, porém, o compositor ainda se via Charles Rosen preso entre uma nova forma de compor e a sensação ARNOLD SCHOENBERG de perda em relação ao que abandonava. Schoen- UNIVERSITY OF CHICAGO PRESS, 1996 berg não se considerava um músico de vanguarda, sabia que estava dando sequência a algo já iniciado. Arnold Schoenberg A força histórica que o levou para o atonalismo era, STYLE AND IDEA: SELECTED WRITINGS para ele, inevitável e incômoda: “Eu me senti como 1 UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 2010 se estivesse caindo num oceano de água fervendo”, escreveu. Ao mesmo tempo, não podem ser ignora- dos nesse passo artístico elementos da sua própria INTERNET biografia. Seu Quarteto nº 2 foi dedicado à esposa, que o havia deixado para viver com o pintor Richard MAURICE-RAVEL.NET Gerstl, e a vivência da desilusão parecia refletida nos SCHOENBERG.AT novos rumos que sua música tomava. Da mesma forma, é preciso lembrar que Schoen- berg vivia num momento em que a arte, impulsiona- da pelo desenvolvimento da psicanálise, começava a revelar emoções cada vez mais intensas e angustian- tes. Nascia o Expressionismo — e ele não parecia caber mais dentro da harmonia tonal tradicional. A nova arte necessitava de novos recursos. E tam- bém nesse sentido é possível entender a chegada de Schoenberg ao atonalismo. “Sinto o ar de outros planetas”: essas palavras, que abrem o quarto movimento, “Entrückung” [Ar- rebatamento], mexeram com o compositor. Schoen- berg criou um mundo de imagens de espera, distan- ciamento e suspensão do sentimento erótico, em que a música não é mais presa pela gravidade entre tons. Precedido por dois movimentos com harmonia to- nal expandida e um movimento tonal permeado por grandes zonas atonais, com uma linha angustiante

1. Griffiths, Paul. Modern Music: a Concise History From Debussy to Boulez. Londres: Thames & Hudson, 1978.

36 para a soprano, o quarto movimento é lento e, pela primeira vez, atonal. A escrita vocal é solene e, no fim, um grande epílogo culmina num gigantesco acorde maior. Poderia soar como a resolução de to- das as tensões musicais e existenciais da peça, mas o feito de Schoenberg é fazer até mesmo o acorde perfeito maior causar estranhamento. A recepção do Quarteto testemunha o momento de transformação artística, social e cultural do início do século xx. O violinista Arnold Rosé, integran- te do grupo responsável pela estreia, afirmou que Schoenberg estava 20 anos à frente de seu tempo. E a primeira apresentação, em dezembro de 1908, na sala Bösendorfer, em Viena, foi um escândalo. Os discípulos do compositor aplaudiam, enquanto o pú- blico mais conservador gritava, gargalhava, exigia que os músicos parassem de tocar. Ao final do concerto, houve um embate físico no foyer do teatro. A polícia foi chamada. A música, bem como as manifestações, pa- reciam profanar o espaço sagrado da sala de concertos.

MANUELA FREUA é cantora.

NÃO PERCA A PALESTRA DE JORGE DE ALMEIDA SOBRE O QUARTETO Nº 2 NA SÉRIE “MÚSICA NA CABEÇA”, DIA 18 DE SETEMBRO, ÀS 20H, NA SALA SÃO PAULO.

LEIA MAIS SOBRE O QUARTETO Nº 2 NO ENSAIO “QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?”, DE JORGE DE ALMEIDA, NA PÁGINA 14.

37 QUARTETO OSESP MANUELA FREUA SOPRANO Ver pág. 20 ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM OUTUBRO DE 2011 Nascida em São Paulo, Manuela Freua iniciou os estudos de canto em 1987, com Maria do Carmo Reis, e foi aluna de Isabel Maresca. Estudou canto lírico na Unesp e aperfeiçoou- se na Academia Franz Liszt de Budapeste. Em 2005, recebeu o prêmio revelação no Concurso Maria Callas, em São Paulo, e foi premiada no Concurso Bidu Sayão, em Belém. Como solista, interpretou Yniold, em Pelléas et Mélisande, de Debussy; Ascagne, em Les Troyens, de Berlioz; Musetta, em La Bohème, de Puccini; e Maria, em Hänsel und Gretel, de Humperdinck, em palcos como o Theatro Municipal de São Paulo, o Teatro Amazonas e o Theatro São Pedro.

38 39 OS MÚSICOS RESPONSÁVEIS PELA ESTREIA DE PIERROT LUNAIRE, COM SCHOENBERG (TERCEIRO DA

ESQUERDA), NA CHORALION-SAAL, EM BERLIM, APÓS A PERFORMANCE EM 16 DE OUTUBRO DE 1912

40 20 DOM 16H RECITAIS OSESP

ALUNOS DA ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP EMMANUELE BALDINI REGENTE MANUELA FREUA SOPRANO

ARNOLD SCHOENBERG [1874-1951] QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?

Noite Transfi gurada, Op.4 [1899] 28 MIN ______

Pierrot Lunaire, Op. 21 [Pierrô Lunar] [1912] Parte I - Bêbado de Lua - Colombina - O Dândi - Lavadeira Lívida - Valse de Chopin - Madonna - A Lua Doente Parte II - Noite - Prece ao Pierrô - Roubo - Missa Vermelha - Canção da Forca - Decapitação - As Cruzes Parte III - Nostalgia - Atrocidade - Paródia - Borrão de Lua - Serenata - Regresso - Ó, Velho Olor 34 MIN

LEIA SOBRE NOITE TRANSFIGURADA NO ENSAIO “QUEM TEM MEDO DE SCHOENBERG?”, DE JORGE DE ALMEIDA, NA PÁGINA 14.

41 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS ntre 1909 e 1913, Schoenberg começou a se posicionar como artista de vanguarda, supe- SCHOENBERG rando as limitações de antigas escolas estéticas. VERKLÄRTE NACHT Em 1911, escreveu seu Tratado de Harmonia. E, Quarteto de Cordas de Leipzig E um ano mais tarde, estreou Pierrot Lunaire, peça en- MDG RECORDS, 1998 comendada pela atriz Albertine Zehme, especialista

VERKLÄRTE NACHT em melodramas (texto recitado com acompanhamen- to musical). Pierrot é um ciclo de canções baseado na The Hollywood String Quartet tradução livre de Otto Erich Hartleben para a poesia Alvin Dinkin, viola do autor simbolista belga Albert Giraud. Schoenberg Kurt Reher, violoncelo já conhecia Hartleben — em 1901, havia trabalhado TESTAMENT, 1994 num cabaré berlinense no qual ele atuava como dire- tor musical. Esse universo de cabaré acabaria influen- PIERROT LUNAIRE; HERZGEWÄCHSE; ODE TO NAPOLEON ciando a criação do Pierrot, em especial no que diz res- Ensemble InterContemporain peito à alternância entre o cantar e o recitar. Christine Schäfer, soprano A febre da commedia dell’arte, teatro de improviso nascido na Itália no século xvi, gozava de popula- Pierre Boulez, regente ridade entre artistas e intelectuais do começo do DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1998 século xx. Ao gosto da época, o pierrô simplório

PIERROT LUNAIRE, OP.21 tornava-se um indivíduo complexo, romântico in- Ensemble Avantgarde curável, sofrendo pela amada colombina, amante de seu rival arlequim. No prefácio à tradução de Kammer, soprano Hartleben, o ensaísta Franz Blei o descrevia como Hans Zender, regente “um cínico lunático que usa um véu preto sobre seu MDG, 1995 coração vermelho, o último neto da ironia român- tica, um suplicante com a modéstia mais frágil”.1 O pierrô seria uma vítima dos demais persona- gens, um sonhador sem lugar no mundo real — em suma, a personificação do artista moderno. Usando novas linguagens harmônicas, Schoenberg faria da poesia de Giraud a história de um artista que se sa- crifica pela sua arte. O compositor escolheu 21 das 50 canções originais de forma aleatória e só as organizaria depois de ter ter- minado o trabalho de escrita, prevendo três partes de sete poemas cada. Para um autor supersticioso e de- votado à numerologia, não era mero acaso escrever 21 peças, em 1912, para seu Opus número 21. Pierrot Lunaire é um passeio pelo universo psico- lógico do personagem. Erotismo, desespero, mar- tírio, fantasias, paranoias e punições dominam as duas primeiras partes da obra. Na terceira, como para fugir desse pesadelo criado por ele mesmo, Schoenberg rende o personagem ao sentimentalis- mo e à nostalgia. Como já acontecera na Noite Trans- fi gurada, em que a lua ilumina — ou obscurece — o passeio dos amantes pela floresta, aqui também ela

42 paira sobre os personagens, refletindo seus estados de espírito, encantadora, embriagante, ameaçadora e, finalmente, nostálgica, feita de lembranças. De acordo com o caráter da história, também a instrumentação utilizada por Schoenberg (piano, violino, viola, clarinete, clarinete-baixo, flauta, piccolo e violoncelo) vai se alterando. O compositor oscila cuidadosamente entre ilustrações e comentá- rios musicais para iluminar a atmosfera dos poemas; com o instrumental, ilustra aquilo que a voz des- creve. Apesar da proposta de Zehme, que queria o texto declamado, Schoenberg preferiu combinar a fala e o canto, criando o que chamou de Sprechge- sang [canto falado]. Segundo instruções do próprio compositor, a melodia na partitura (com algumas poucas e sinalizadas exceções) não deve ser canta- da: o intérprete tem a tarefa de transformar a linha escrita numa fala melódica, levando em conta as al- turas designadas, mas sem tomar liberdades com o ritmo. Segundo o compositor, “o Sprechgesang deve ficar entre a fala cantada e a fala realista; o intérpre- te deve procurar uma fala que contribui para uma forma musical, mas nunca reminiscente do cantar”.

MANUELA FREUA é cantora.

NÃO PERCA A PALESTRA DE JORGE DE ALMEIDA SOBRE PIERROT LUNAIRE NA SÉRIE “MÚSICA NA CABEÇA”, DIA 20 DE SETEMBRO, ÀS 15H, NA SALA SÃO PAULO.

1. Fabio, Mike. “Portrait of The Artist as a Young Clown: Narrative Structure And Purpose in Arnold Schoenberg’s Pierrot Lunaire”. Disponível em: http:// alumni.media.mit.edu/~revrev/pierrot.pdf.

43 SUGESTÕES DE LEITURA

Arnold Schoenberg STYLE AND IDEA: SELECTED WRITINGS UNIVERSITY OF CALIFORNIA PRESS, 2010

EMMANUELE BALDINI REGENTE Arnold Schoenberg 2005 ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP HARMONIA Spalla da Osesp desde , 2006 EDITORA UNESP, 2011 Emmanuele Baldini foi aluno Criada em , a Academia de de Corrado Romano no Música da Osesp oferece edu- Jonathan Dunsby Conservatório de Genebra, cação teórica, instrumental e SCHOENBERG: PIERROT LUNAIRE estudou música de câmara com artística. O currículo é com- CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1992 o Trio di Trieste e com Franco posto por aulas individuais de Rossi, aperfeiçoando-se em Berlim instrumento, aulas e estágios e Salzburgo com Ruggiero Ricci. em música de câmara e práti- INTERNET Vencedor de vários concursos ca de orquestra e masterclasses internacionais, deu início à com os solistas das temporadas SCHOENBERG.AT carreira solo após ganhar o da Osesp, além de aulas teóricas “Virtuosité” de Genebra. Tanto sensíveis às necessidades indi- como solista como em recitais de viduais e à formação prévia de violino e piano, apresentou-se em cada academista. Os alunos são cidades europeias como Viena, acompanhados de perto por mú- Munique, Berlim, Budapeste e sicos da Osesp, em sua maioria Paris. Interpretou os principais chefes de naipe, e têm a possibi- concertos do repertório para lidade de assistir a todos os en- violino, acompanhado de saios e apresentações, vivencian- orquestras como a Orquestra de do e participando do dia-a-dia Câmara de Viena, a Sinfônica da de uma orquestra profissional. Rádio de Berlim, a Orquestra da Suiça Romanda e a Osesp. No repertório camerístico, tocou ao lado de Arnaldo Cohen, Jean- -Philippe Collard e Antonio Meneses, entre outros. Emmanuele Baldini foi spalla da Orquestra do Teatro Comunale de Bolonha, da Orquestra de Trieste e da Sinfônica da Galícia e colaborou com a Orquestra do MANUELA FREUA SOPRANO Teatro alla Scala, de Milão. Sua ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM OUTUBRO DE 2011 discografia inclui gravações para Ver p.138 os selos Agorá, Algol, Rivo Álto e Phoenix, destacando-se as obras completas para violino e piano de Martucci, “um dos maiores tributos a Martucci”, segundo a revista Classic Voice. Desde 2008, é também o primeiro violino do Quarteto Osesp.

44 Promover a democratização da cultura como um valor maior, capaz de modificar a vida das pessoas.

,TUVZZVKPHHKPH[YHIHSOHTVZWHYHWYV[LNLY[\KVVX\L ®LZZLUJPHSWHYHZ\HMHT²SPH,HJ\S[\YH®\THKLSHZ7VYPZZV HWVPHTVZVWYVQL[V+LZJ\IYHH6YX\LZ[YHKLZLU]VS]PKV WLSH6:,:7X\LNHYHU[LVHJLZZVKLTPSOHYLZKL IYHZPSLPYVZHH¬ºLZLK\JH[P]HZLT\ZPJHPZKLX\HSPKHKL

REALIZAÇÃO

45 24 QUI 21H JACARANDÁ

25 SEX 21H PEQUIÁ

26 SÁB 16H30 IPÊ

OSESP MARIN ALSOP REGENTE

JOHANNES BRAHMS [1833-97] Sinfonia nº 1 em Dó Menor, Op.68 [1854-76] - Un Poco Sostenuto. Allegro - Andante Sostenuto - Un Poco Allegretto e Grazioso - Adagio. Piu Andante. Allegro Non Troppo, ma Con Brio 45 MIN ______

Sinfonia nº 2 em Ré Maior, Op.73 [1877] - Allegro Non Troppo - Adagio Non Troppo - Allegretto Grazioso, Quasi Andantino - Allegro Con Spirito 40 MIN

SALA SÃO PAULO, FOTO DE MAURO RESTIFFE, 2015

46 47 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

música de Brahms tem um lugar mui- BRAHMS to especial no meu coração. Aos 12 SINFONIA Nº 1; ABERTURA TRÁGICA anos, participei de um acampamento Orquestra Sinfônica do Estado de São de música. Indo para o dormitório pelo Paulo A corredor, ouvi uma gravação vinda do quarto de John Neschling, regente alguém e fi quei pasma. Sentei no chão para ouvir BISCOITO FINO, 2008 e fui tomada pela emoção, a ponto de começar a chorar. Foi a primeira vez que me lembro de ter SYMPHONY Nº 1; TRAGIC OVERTURE; sido tocada por uma obra musical e de ter enten- ACADEMIC FESTIVAL OVERTURE dido o poder transformador da música. A peça era Orquestra Filarmônica de Londres o Sexteto de Cordas em Si Bemol Maior de Marin Alsop, regente Brahms, que logo estava adorando tocar, e que NAXOS, 2005 ainda me comove profundamente. Minha reação visceral ao Sexteto de Brahms se SYMPHONY Nº 2; HUNGARIAN DANCES estendeu a toda sua música, principalmente suas Orquestra Filarmônica de Londres quatro sinfonias mágicas. Para mim, são quatro Marin Alsop, regente planetas no mesmo universo — cada uma com sua atmosfera e sua topografi a únicas, mas ligadas NAXOS, 2005 num nível fundamental. Que realização fantástica, especialmente THE COMPLETE SYMPHONIES; HAYDN VARIATIONS; PIANO CONCERTO N° 2 IN considerando a enorme luta que Brahms precisou B-FLAT (4 CDS) enfrentar para escrever a primeira delas. Ten- Orquestra Filarmônica de Viena tou muitas vezes, mas só quando todos tinham Wilhelm Furtwängler, regente virtualmente desistido de acreditar que um dia MUSIC & ARTS, 1999 escreveria uma sinfonia foi que surgiu sua monu- mental Sinfonia n° 1. Quando a peça estreou, ele já tinha 43 anos! Reger todas as quatro sinfonias de Brahms é um verdadeiro privilégio e uma experiência real- mente especial. Espero que nossos ouvintes possam ser transportados para aquele corredor em que me apaixonei por Brahms pela primeira vez.

MARIN ALSOP. Tradução de Rogério Galindo.

chumann caracterizou as primeiras sonatas para piano de Brahms como “sinfonias veladas” e incentivou o amigo a escrever para grupos maiores. Mas se passariam 23 anos até que S 1 Brahms brindasse o mundo com sua Sinfonia nº . Já em 1854, o compositor havia reagido à sugestão de Schumann orquestrando o primeiro movimento de uma sonata para dois pianos, que logo se tornou o mo- vimento de abertura de seu Concerto n° 1 Para Piano.

48 Uma nova tentativa veio logo a seguir, quando volta do tema da trompa é o clímax de recapitulação, Brahms experimentou transformar sua Serenata nº 1 e a volta do coral garante a euforia do final. O regente numa sinfonia — mas avaliou que era uma respos- Hans von Bülow chamou essa sinfonia de “Décima”, ta inadequada à tradição sinfônica beethoveniana o que foi muitas vezes visto como um aval a Brahms que tanto valorizava. No verão de 1862, o primei- como herdeiro de Beethoven. ro movimento de uma sinfonia em Dó Menor estava pronto para ser mostrado aos amigos, ainda sem a Sinfonia nº 2 foi escrita menos de um ano de- introdução lenta que seria acrescida à versão final da pois da Primeira. Como em outros casos de obra, concluída 14 anos depois. obras que vieram aos pares, o envolvimento No início dos anos 1870, Brahms disse ao regente Acriativo com um gênero específico tinha re- Hermann Levi: “Nunca vou escrever uma sinfonia! sultado em ideias demais para uma única peça, levan- Você não tem ideia de como é ouvir sempre os pas- do o compositor a produzir obras contrastantes que, sos daquele gigante Beethoven marchando atrás”. apesar disso, têm ligações sutis entre si. Comparada O impulso final veio de Wagner, que, tendo afir- à monumentalidade dramática da Primeira, a Segunda mado que os verdadeiros sucessores da sinfonia be- prioriza o lirismo e a alegria — Brahms a chamava ethoveniana eram seus próprios dramas musicais, de “sinfonia feliz”. Isso dito, o material pré-temático abriu seu teatro em Bayreuth em agosto de 1876. de abertura, um tema de quatro notas nos violoncelos Talvez Brahms tenha se sentido no dever de mos- que fornece o ponto de partida para vários temas na trar que a tradição beethoveniana ainda era capaz obra, é essencialmente uma simplificação da abertura de suportar originalidade e profundidade no gênero do tema beethoveniano no fi nale da Primeira. sinfônico. Finalmente, em 4 de novembro de 1876, Brahms provocava os amigos que ainda não ti- a Sinfonia nº 1 teve sua estreia, em Karlsruhe, com nham ouvido sua nova sinfonia dizendo que era es- regência de Otto Dessoff. pecialmente lúgubre, mas de fato achava que a obra Brahms aproveitou a ideia do início pré-temático também tinha um lado mais sombrio. Chegou a que Beethoven usou na Nona e a adaptou nas linhas afirmar que as entradas de trombone no primeiro cromáticas divergentes que soam sobre os terríveis movimento refletiam sua própria melancolia. No toques de tímpano que abrem sua Sinfonia nº 1. Tam- movimento lento, os quatro instrumentos graves de bém usou esse material pré-temático em todos os metal realçam a suntuosa melodia de abertura. Para movimentos como uma força de ligação, com uma o terceiro movimento, Brahms inverte e estende evocação especialmente forte no início do fi nale. esse tema num gracioso minueto, que depois trans- A peça também renova as formas beethovenianas forma em diferentes seções mais rápidas, trazendo à dos movimentos, especificamente a forma-sonata do tona novos tipos de danças — um galope, que inclui primeiro e do último movimentos, e a forma terná- material semelhante ao de uma marcha, e uma valsa ria para os movimentos internos. Isso se dá de uma rápida. Cada seção do fi nale começa de maneira dis- maneira que levaria seus primeiros críticos a sugerir creta, com a elaboração do motivo que serve como que a obra tinha um “programa secreto”. Embora não tema; na exposição, isso leva a uma variante enérgi- fosse o caso, a observação aponta para a natureza evo- ca e jovial e a um segundo tema arrebatador, com o cativa dos temas e dos tratamentos de Brahms. motivo novamente invertido. Na coda, um arroubo O último movimento, por exemplo, começa com de glória nos trombones e nos trompetes traz um contrastes extremos: uma sombria evocação do ma- desfecho apaziguador. A estreia ocorreu em Viena, terial pré-temático combinada com uma amostra em 30 de dezembro de 1877, com regência de Hans do tema principal do “Allegro”, levando ao tema da Richter. trompa e ao coral solene que se segue. O tema prin- cipal do “Allegro” indubitavelmente ecoa a melodia da ROBERT PASCALL é professor honorário de fi lologia da música “Ode à Alegria”, de Beethoven, com Brahms nova- na Universidade de Cambridge e autor de Brahms: Biographi- mente evocando e reinterpretando o predecessor. A cal, Documentary And Analytical Studies (Cambridge University costura de todos esses elementos díspares é notável: a Press, 2008). Tradução de Rogério Galindo.

49 SUGESTÕES DE LEITURA

Michael Musgrave (org.)

THE CAMBRIDGE COMPANION TO BRAHMS

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1999

Walter Frisch e Kevin C. Karnes (orgs.) MARIN ALSOP

BRAHMS AND HIS WORLD DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR

PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 2009 Regente titular da Osesp desde 2012, a nova-iorquina Malcolm MacDonald Marin Alsop foi a primeira mulher a ser premiada com BRAHMS o Koussevitzky Conducting ZAHAR, 1993 Prize do Tanglewood Music Center, onde foi aluna de Robert Pascall Leonard Bernstein. Formada BRAHMS: BIOGRAPHICAL, DOCUMENTARY pela Universidade de Yale, é AND ANALYTICAL STUDIES diretora musical da Sinfônica de CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2008 Baltimore desde 2007. Lidera atividades educacionais que

INTERNET atingem mais de 60 mil alunos: em 2008, lançou o OrchKids,

JOHANNESBRAHMS.ORG programa destinado a prover educação musical, instrumentos e orientação aos jovens menos favorecidos da cidade. Como regente convidada, apresenta-se regularmente com a Filarmônica de Nova York, a Orquestra da Filadélfia, a Sinfônica de Londres e a Filarmônica de Los Angeles, entre outras. Em 2003, foi a primeira artista a receber, no mesmo ano, o Conductor’s Award, da Royal Philharmonic Society, e o título de Artista do Ano, da revista Gramophone. Em 2005, foi a primeira regente a receber a prestigiosa bolsa da Fundação MacArthur e, em 2013, a primeira a reger a “Last Night of The Proms” do festival londrino promovido pela BBC. No início de 2014, foi escolhida pela rede CNN como uma das sete mulheres de mais destaque no mundo no ano anterior.

50 CPP REVISTA OSESP.ai 4 11/08/15 15:14

MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

PARA AS CRIANÇAS! 30 -16H OUTUBRO 11H SÁB H

CONCERTOS A PREÇO CONCERTOS 30 POPULAR 10 11 -16H 11 DOM 11H SEG 12 REGENTE REGENTE

WAGNER POLISTCHUK ADRIANA CALCANHOTTO VOZ E NARRAÇÃO CORO INFANTIL DA OSESP | TERUO YOSHIDA INFANTIL SERGEI PROKOFIEV CORO PARA Pedro e o Lobo, Op.67 AMPLIADA ERSÃO ] ANDRÉ MEHMARI OSESP ] MEHMARI NCOMENDA NDRÉ Festa dos Bichos. E [V DE A RQUESTRA E O RRANJOS AUTORES DIVERSOS Canções de Partimpim [A

Programação sujeita a alterações. Ingressos à venda na bilheteria ou pela Ingresso Rápido 4003.1212. 50% de desconto nos ingressos para estudantes, aposentados e pessoas com idade acima de 60, mediante apresentação no ato da compra e no dia da apresentação. Idade mínima sugerida: 7 anos.

REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO

51 52 OUT

1 QUI 21H CEDRO

2 SEX 21H ARAUCÁRIA

3 SÁB 16H30 MOGNO

OSESP MARIN ALSOP REGENTE

JOHANNES BRAHMS [1833-97] Sinfonia nº 3 em Fá Maior, Op.90 [1883] - Allegro Con Brio - Andante - Poco Allegretto - Allegro

33 MIN ______

Sinfonia nº 4 em Mi Menor, Op.98 [1884-5] - Allegro Non Troppo - Andante Moderato - Allegro Giocoso - Allegro Energico e Passionato

39 MIN

SALA SÃO PAULO, FOTO DE MAURO RESTIFFE, 2015

53 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS ousada abertura de acordes e o primeiro tema dançante da Sinfonia nº 3, de Brahms, BRAHMS foram relacionados a várias referências: a SINFONIA Nº 3; ABERTURA DO FESTIVAL passagens das Sinfonias nº 1 e nº 3 de Schu- ACADÊMICO A mann, ao incontestável patriotismo de Brahms e ao Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo motivo Fá-Lá-Fá (F-A-F, que em alemão abrevia a John Neschling, regente expressão frei aber froh — livre, mas feliz) —, o que BISCOITO FINO, 2009 é uma completa invenção do biógrafo Max Kalbeck. O único comentário do próprio Brahms a respeito

SINFONIA Nº 3; VARIAÇÕES SOBRE foi sobre o fato ter se baseado numa cantiga popular UM TEMA DE HAYDN de Berchtesgaden, cidade no extremo sul da Baviera. Orquestra Filarmônica de Londres Como costumava dizer o maestro Wilhelm Furtwän- Marin Alsop, regente gler, Brahms era sempre popular, independente do que estivesse compondo. NAXOS, 2007 O motivo coral da abertura tem um papel mais importante nessa Sinfonia do que na Primeira (neste SINFONIA Nº 4; DANÇAS HÚNGARAS caso, como naquele, uma melodia de tipo coral com- Orquestra Filarmônica de Londres posta pelo próprio Brahms). O tema retorna no mo- Marin Alsop, regente vimento lento, no início do fi nale, agora numa versão NAXOS, 2007 para metais e também na coda, transfigurado. Os comentaristas logo encontraram interpreta-

THE COMPLETE SYMPHONIES (2 CDS) ções programáticas, com Clara Schumann descre- Orquestra Filarmônica de Berlim vendo a sinfonia inteira como “cheia da magia se- creta da vida da floresta”, e Joseph Joachim ouvindo Herbert von Karajan, regente a história de Hero e Leandro no fi nale. A Sinfonia DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1987 estreou em 2 de dezembro de 1883, em Viena, com regência de Hans Richter, que apelidou a obra de 4 SYMPHONIEN (4 CDS) Eroica de Brahms. A peça teve grande sucesso, e a Orquestra Filarmônica de Berlim reação curiosa do compositor foi pensar se deveria Claudio Abbado, regente cancelar as próximas apresentações. DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1992

Sinfonia nº 4 surgiu pouco depois da Terceira. Brahms escreveu o primeiro e o segundo movimentos no verão de 1884, e o quarto e o terceiro movimentos (nessa ordem) no A1885 verão de . Aos amigos, anunciou a obra com sua costumeira mistura de ironia, humor e autodepre- ciação. A Hans von Bülow, por exemplo, escreveu: “Temo que a obra tenha o sabor do clima daqui — onde as cerejas nunca ficam doces o suficiente para comer”. Ao que parece, ele estava realmente tímido em relação à sua “sinfonia triste” (como a chamava), pensando se deveria apresentá-la ou não. Ensaios bem-sucedidos em Meiningen fizeram com que se de- cidisse, e ele próprio regeu a estreia no mesmo local em 25 de outubro de 1885.

54 Cerca de três anos antes, Brahms havia pergun- tado a amigos o que pensavam sobre um movimento sinfônico escrito sobre o tema da chacona da Cantata nº 150 de J. S. Bach. Embora a Sinfonia nº 3 ainda não estivesse concluída, Brahms já estava tomando uma decisão fundamental em relação ao fi nale da Quarta. Ele conhecia bem essa forma essencialmente bar- roca, tendo feito um arranjo da Chacona Para Violino Solo de Bach para a mão esquerda no piano. Para a Sinfonia, deu ao tema da cantata de Bach um novo ritmo, tornou-o melódico e acrescentou cromatis- mos. O fi nale tem 32 variações (contando o tema como primeira), e Brahms deu forma à série com uma parte intermediária contrastante (a assombrosa melodia solo na flauta e as serenas variações maio- res que se seguem) e com variações subsequentes de desenvolvimento e recapitulação, evocando assim tanto a forma ternária quanto a forma-sonata. Essa evidente mistura de arcaico e contempo- râneo também caracteriza os outros movimen- tos, em que dispositivos barrocos de sequên- cia, cânone e fuga abundam em ambientes de forma-sonata. Desse modo, Bach e Beethoven — os “deuses principais” da juventude de Brahms, como testemunhou sua amiga Louise Japha — encontram aqui sua melhor síntese. A renovação criativa de Brahms resulta de uma compreensão profunda do passado e segue sendo até hoje uma inspiração para todos os criadores.

ROBERT PASCALL é professor honorário de fi lologia da música na Universidade de Cambridge e autor de Brahms: Biographi- cal, Documentary And Analytical Studies (Cambridge University Press, 2008). Tradução de Rogério Galindo.

55 SUGESTÕES DE LEITURA

Michael Musgrave (org.)

THE CAMBRIDGE COMPANION TO BRAHMS

CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1999

Walter Frisch e Kevin C. Karnes (orgs.) MARIN ALSOP

BRAHMS AND HIS WORLD DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR

PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 2009 Ver página 50.

Malcolm MacDonald

BRAHMS

ZAHAR, 1993

Robert Pascall BRAHMS: BIOGRAPHICAL, DOCUMENTARY AND ANALYTICAL STUDIES CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2008

INTERNET

JOHANNESBRAHMS.ORG

56 Compartilhar conhecimento é o que sabemos fazer melhor

A Deloitte é referência em consultoria e auditoria no Brasil e no mundo, resultado do talento em encontrar as melhores soluções de negócio para seus clientes e de seu compromisso com a sociedade.

Por isso, incentivamos o desenvolvimento da cultura nacional por meio da música. Deloitte, patrocinadora da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. www.deloitte.com.br

©2015 Deloitte Touche Tohmatsu Limited. Todos os direitos reservados.

REALIZAÇÃO

57 58 15 QUI 21H PAU-BRASIL

16 SEX 21H SAPUCAIA

17 SÁB 16H30 JEQUITIBÁ

OSESP RAGNAR BOHLIN REGENTE MARÍLIA VARGAS SOPRANO LUISA FRANCESCONI MEZZO-SOPRANO CORO DA OSESP

TOMASO ALBINONI [1671-1751] Adágio em Sol Menor [1958]

8 MIN

GIOVANNI BATTISTA PERGOLESI [1710-36] Stabat Mater [1736] - Stabat Mater Dolorosa - Aria: Cujus Animam Gementem - O Quam Tristis et Affl icta - Aria: Quae Moerebat et Dolebat - Qui Est Homo - Aria: Vidit Suum Dulcem Natum - Aria: Eja, Mater, Fons Amoris - Fac ut Ardeat Cor Meum - Sancta Mater, Istud Agas - Aria: Fac ut Portem Christi Mortem - Infl ammatus et Accensus - Quando Corpus Morietur

56 MIN ______

FRANCIS POULENC [1899-1963] Gloria [1959-60] - Gloria - Laudamuste - Dominus Deus - Domine Fili Unigemite - Domine Deus, Agnus Dei - Qui Sedes ad Dexteram Patris PIETÀ, DE GIOVANNI BELLINI, C. 1505 25 MIN

59 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS uso reiterado de excertos musicais em trilhas de filmes ou de propagandas de ALBINONI televisão cria uma espécie de invólucro ADAGIO FOR STRINGS AND ORGAN que dificulta o contato direto com a IN G MINOR O obra. De tanto ouvirmos, é como se perdêssemos a Orquestra Filarmônica de Berlim capacidade de ouvir. Esse é o caso do Adágio em Sol Herbert von Karajan, regente Menor, de Tomaso Albinoni, trilha de clássicos como DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1996 O Processo (1962), de Orson Welles, O Enigma de Kas- par Hauser (1974), de Werner Herzog, e até Flashdan- PERGOLESI ce (1983), de Adrian Lyne. O caráter melancólico da

STABAT MATER — A TRIBUTE TO PERGOLESI peça contribui para que seja usada quase sempre em Orquestra da Academia cenas de funerais ou despedidas trágicas. Nacional de Santa Cecília Apesar de creditado (até no título) ao composi- Sir Antonio Pappano, regente tor barroco italiano, muitos teóricos questionam a Anna Netrebko, soprano pertinência da atribuição. A peça foi registrada em 1958 1910-98 Marianna Pizzolato, contralto , pelo musicólogo Remo Giazotto ( ), autor de uma biografia de Albinoni. Pouco depois DEUTSCHE GRAMMOPHON, 2011 da Segunda Guerra Mundial, Giazotto afirmou ter recebido da Biblioteca Estadual da Saxônia, em STABAT MATER Dresden, um manuscrito encontrado entre as ruí- Concerto Italiano nas do prédio. Seria um fragmento de uma sonata Rinaldo Alessandrini, regente composta por Albinoni nos idos de 1708. Ainda se- Gemma Bertagnolli, soprano gundo Giazotto, o manuscrito trazia apenas uma Sara Mingardo, contralto linha de baixo, que ele completara escrevendo

NAÏVE, 2007 para órgão e cordas. O fato de que o musicólogo nunca tenha mos- trado publicamente o tal fragmento deu munição POULENC a seus desafetos. A diatribe coloca em xeque ques- GLORIA tões complexas, como, por exemplo, os limites Orquestra Real do Concertgebouw da noção de autoria. Isso dito, os críticos hesitam Mariss Jansons, regente em enfrentar algo que é tão ou mais interessante: Luba Orgonásová, soprano o surpreendente nível de disseminação do Adágio RCO LIVE, 2006 na indústria cultural. Ouvi-lo em concerto é lidar com tudo isso e é também colocar-se à disposição da música.

RICARDO TEPERMAN é editor da Revista Osesp e doutoran- do no Departamento de Antropologia Social da FFLCH-USP.

60 s avanços atuais da musicologia e da his- entre árias, encontrando-se em duetos, que pon- toriografia tornam evidente que o perío- tuam magnificamente o salmo com momentos de do entre 1600 a 1750 — comumente ba- clímax e fechamentos de cenas. Otizado de Barroco — é, na verdade, uma Johann Sebastian Bach fez uma adaptação do complexa sucessão de estilos, gostos e descobertas. A Stabat para o seu salmo Tilge, Höchster, meine Sünden música “barroca” é múltipla e mutável, dependendo BWV 1083. Há melhor prova da contundente qua- do país e da década que tomamos como exemplo. É lidade da obra? provável que nenhum outro período da história da Desde sua criação, o Stabat Mater nunca deixou música nos ofereça tantos contrastes de abordagens de ser executado; sua carpintaria musical e seu ar- estilísticas e performáticas. Cento e cinquenta anos tesanato tornaram-se referências de composição. parece mesmo um período insustentável para um só Toda a música ibero-americana setecentista sofreu estilo musical. Caberia usar termos como “Protobar- uma fortíssima influência dos clichês musicais con- roco”, “Barroco francês”, “Barroco luterano”, “Bar- tidos no estilo napolitano do Stabat — e nossa músi- roco italiano”, “Barroco tardio”, “Estilo Galante” e ca colonial brasileira está aí para comprovar. “Pré-Clássico”, não como subdivisões de um longuís- simo período, mas sim como momentos artísticos bem definidos, com identidades muito claras e idios- LUIS OTAVIO SANTOS, doutor em Música pela Unicamp, é sincráticas. violinista barroco e regente. Atualmente, é diretor artístico do O italiano Giovanni Battista Pergolesi mor- Festival de Música Antiga de Juiz de Fora e spalla das orques- reu aos 26 anos e foi autor de obras-chave, peças tras belgas La Petite Bande e Ricercar Consort. que ultrapassaram as fronteiras de tempo e espaço para servir de guias e desencadeadoras de profun- das transformações. Um bom exemplo disso é sua ópera La Serva Padrona, pivô do que ficaria conheci- do como a querelle des bouffons [querela dos bufões], uma polêmica sobre o ideal operístico que transfor- maria o mundo musical francês. Composto em 1736, o Stabat Mater também se tornou um paradigma de estilo e forma. Quintes- sência do Barroco napolitano, a obra resume todo um mundo musical. Nela encontramos ao mesmo tempo o pietismo católico setecentista e o bel canto profano da Ópera de Nápoles. Também está pre- sente o antigo estilo italiano alla Arcangelo Corelli, com o diálogo imitativo das vozes superiores (vio- linos) sobre um baixo contínuo rico em conduções harmônicas. Assim como o estilo galante e operís- tico — que antecipa o Classicismo, ao concentrar toda energia criativa nas linhas superiores (quer di- zer, na melodia), com um consciente e proposital empobrecimento do acompanhamento. Toda a obra se constrói magnificamente como um espetáculo musical, uma ópera sacra — aqui contextualizando o efeito operístico dentro do moteto sacro. Afinal, o oratório pode ser enten- dido como uma ópera “disfarçada” pela igreja ca- tólica barroca. Soprano e contralto se alternam

61 Gloria de Francis Poulenc reflete um falta de treinamento acadêmico, mas não há dúvida inesperado interesse religioso do compo- de que a compensou com uma imaginação muito sitor, que, até o fim da década de 1930, fértil, testemunhada pelas suas centenas de obras. O era reconhecido como um expoente da Por outro lado, pode ter sido justamente o de- vanguarda francesa pela irreverência de suas obras. sinteresse pelo espírito acadêmico que lhe tenha Poulenc incorporava desde o estilo das canções bur- facilitado a assimilação de tantas influências dispa- lescas de vaudeville até o canto gregoriano, passando ratadas. Por isso mesmo, a música religiosa de Pou- pelo modernismo de Prokofiev e Stravinsky. lenc jamais poderia ser solene, grave e aborrecida. No início de sua carreira, foi associado ao cha- Sua adesão a um tonalismo neoclássico é largamente mado Grupo dos Seis, do qual participaram Arthur compensada por uma invenção melódica formidável Honegger e Darius Milhaud. O grupo foi mais uma e por uma impulsão caleidoscópica, capaz de man- invenção jornalística do que uma associação de fato, ter o interesse para além da aparente simplicidade mas deve-se reconhecer que, pelo menos na música de sua linguagem. dos três mencionados, há aspectos estilísticos em comum. Entre eles, o traçado anguloso das melo- [2009] dias e ritmos — que pode ser interpretado como uma representação musical dos princípios da pintu- ra cubista — e uma predileção pelo inusitado, que RODOLFO COELHO DE SOUZA é compositor, doutor em reflete a influência do Surrealismo de Cocteau na composição pela Universidade de Texas em Austin e professor arte francesa do período. livre-docente do Departamento de Música da FFCLRP da Univer- A música religiosa surgiu na obra de Poulenc sidade de São Paulo. após a morte de um amigo íntimo, em 1936, e re- sultou numa sucessão de obras vocais magníficas, começando com as Litanias à Virgem Negra, de 1936, passando pela Missa em Sol Maior, de 1937, e culmi- nando na ópera Diálogo Das Carmelitas, de 1957, e no Gloria, de 1959. Mas a religiosidade de Poulenc não exclui uma boa dose do bom humor, que caracteriza seu es- tilo. A retórica do Gloria comporta uma estranha mistura de espiritualidade e superficialidade, que Poulenc justificava como o equivalente musical dos afrescos de Benozzo Gozzoli, em que anjinhos po- sam em atitudes irreverentes e mostram a língua. O contraste entre a triunfante fanfarra de abertura e a melodia no “Laudamus te”, quase vulgar devido ao ritmo sincopado, evidencia a importância da fu- são de materiais ecléticos e aparentemente incom- patíveis na formação do estilo de Poulenc. Outro elemento central é o caráter pastoral dos movimen- tos lentos, nos quais fica evidente sua habilidade de ressignificar a linguagem tonal por meio de mudan- ças harmônicas inesperadas, assimetrias rítmicas e exploração de registros instrumentais extremos. O ecletismo de Poulenc tem sido justificado como uma consequência de sua formação autodi- data. Talvez ele tenha se ressentido inicialmente da

62 RAGNAR BOHLIN REGENTE MARÍLIA VARGAS SOPRANO LUISA FRANCESCONI MEZZO-SOPRANO

ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM AGOSTO DE 2015 ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM SETEMBRO DE ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM OUTUBRO DE 2012 Nascido na Suécia, Ragnar 2009 Nascida em Brasília, Luisa Bohlin estudou regência com Nascida no Paraná, Marília Francesconi estudou na Escola Jorma Panula e Eric Ericson, Vargas formou-se em canto de Música de Brasília e com Rita piano com Peter Feuchtwanger, barroco na Schola Cantorum Patanè, em Milão. Em 2004, em Londres, graças a uma bolsa Basiliensis e em Lied e oratório participou da primeira audição do British Council, e canto com na classe de Christoph italiana do poema sinfônico Nicolai Gedda. Formou-se na Prégardien no Conservatório Floresta do Amazonas, de Villa- Academia Real de Música de de Zurique, ambos na Suíça. Lobos, com a Orquestra da Estocolmo, onde obteve o título Foi premiada no Concurso Academia Nacional de Santa de mestre em órgão e regência e, Internacional de Canto Bidu Cecília, em Roma. Em 2014, mais tarde, tornou-se professor. Sayão e no Concurso Brasileiro estreou o papel-título de Carmen, Desde 2007, é regente titular de Canto Maria Callas e foi de Bizet, no Theatro Municipal do Coro da Sinfônica de São bolsista das fundações suíças do Rio de Janeiro e no Theatro Francisco, com o qual recebeu Friedl Wald e Margarethe Municipal de São Paulo. Também três prêmios Grammy. Em 2014, Meyer e também da Funarte, atuou nos papéis de Rosina, em regeu a primeira apresentação para um aperfeiçoamento na O Barbeiro de Sevilha, de Rossini, do seu próprio coro de França. Já se apresentou com Cherubino, em As Bodas de Fígaro, câmara, o Cappella SF. Trabalha a Orquestra de Câmara de de Mozart, Dorabella, em Così regularmente com o Coro da Zurique, a Orchestra of the Age Fan Tutte, de Mozart, e Dido, em Rádio Sueca, como em sua turnê of Enlightenment, a Petrobras Dido e Eneias, de Purcell, entre de 2010 pelos Estados Unidos. Sinfônica e a Filarmônica de outros. Participou como solista Em junho do mesmo ano, fez Minas Gerais, além da própria nas gravações da Sinfonia nº 9, sua estreia no Carnegie Hall, Osesp. Trabalhou com maestros de Beethoven, com a Osesp, sob regendo Um Réquiem Alemão, de como Howard Griffiths, Jordi regência de Roberto Minczuk Brahms. Bohlin foi professor Savall, Wagner Polistchuk, Luis (Biscoito Fino, 2005), e do visitante na Universidade de Otavio Santos, Cláudio Cruz, Réquiem Hebraico, de Zeisl, com Indiana e, em 2013, foi premiado Emmanuele Baldini e Roberto a Osesp, sob regência de John pela Câmara Sueco-Americana Minczuk. Idealizadora da Mostra Neschling (Bis, 2009). de Comércio. de Música Antiga de Curitiba, da qual foi diretora artística em 2011, a soprano gravou com o grupo La Capella Reial de Catalunya, sob direção de Jordi Savall, o Misteri d’Elx (Alia Vox, 2004) e, com o Le Parlement de Musique, L'Orfeo, de Monteverdi, no papel de Ninfa (BBC/Opus Arte, 2002).

63 SUGESTÕES DE LEITURA

Michael Talbot TOMASO ALBINONI: THE VENETIAN COMPOSER AND HIS WORLD OXFORD UNIVERSITY PRESS, 1994

Robert Donington CORO DA OSESP BAROQUE MUSIC: STYLE AND Ver página 31. PERFORMANCE: A HANDBOOK W. W. NORTON, 1982

Wilfrid Mellers FRANCIS POULENC OXFORD UNIVERSITY PRESS, 1995

INTERNET

POULENC.FR

64 POR ONDE A MÚSICA PASSA, ABRE CAMINHOS.

A CCR está há 16 anos trazendo inovação e modernidade para a infraestrutura brasileira e para o desenvolvimento cultural do Brasil, apoiando, por meio do Instituto CCR, projetos como o da Osesp, que há 60 anos valoriza e desenvolve a nossa música. É assim que o Instituto CCR abre caminhos.

Saiba mais em: www.institutoccr.com.br

REALIZAÇÃO

65 MERCADO DE RUA EM LEIPZIG, C. 1850

66 22 QUI 21H JACARANDÁ

23 SEX 21H PEQUIÁ

24 SÁB 16H30 IPÊ

OSESP ANDRÉ DE RIDDER REGENTE BAIBA SKRIDE VIOLINO

TORU TAKEMITSU [1930-96] COMPOSITOR TRANSVERSAL Spirit Garden [Jardim dos Espíritos] [1994]

15 MIN

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY [1809-47] MENDELSSOHN EM FOCO

Concerto Para Violino em Mi Menor, Op.64 [1838-44] - Allegro Molto Appassionato - Andante - Allegreto Non Troppo — Allegro Molto Vivace

26 MIN ______

DMITRI SHOSTAKOVICH [1906-75] Sinfonia nº 1 em Fá Menor, Op.10 [1924-25] - Allegretto. Allegro Non Troppo - Allegro - Lento - Finale: Allegro Molto

28 MIN

67 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS m Spirit Garden [Jardim dos Espíritos], encomendada pelo Festival Internacional de Música de Hida Furuka- TAKEMITSU wa, Takemitsu utiliza como imagem o sagrado presente A FLOCK DESCENDS INTO THE PENTAGONAL GARDEN; SPIRIT GARDEN; DREAMTIME Enos festivais tradicionais da cidade que sedia o evento. Orquestra Sinfônica de Bournemouth A partir de uma série de doze tons, ele forma três tríades au- 1 Marin Alsop, regente mentadas , cada uma com uma nota adicional. Seja pela série NAXOS, 2006 ou pela textura que essas tríades criam, a peça evoca dife- rentes vistas do mesmo jardim, no que Takemitsu chamou MENDELSSOHN de “ilusão de ótica”: a cada ângulo, o objeto se transforma. VIOLIN CONCERTO No passeio que a peça faz, cada momento descreve um desses Orquestra Filarmônica Tcheca ângulos. Josef Suk, violino A música como descrição de cenários é uma constante no repertório de Takemitsu, que, no entanto, negava compor Karel Ancerl, regente música programática. Sobre Spirit Garden, o compositor disse SUPRAPHON, 2002 que não almejava meramente a descrição de um jardim, mas dar sequência ao seu “experimento e à sua contínua investi- SHOSTAKOVICH gação de cor orquestral e melodia”. SYMPHONY Nº 1; SYMPHONY Nº 7 Orquestra Sinfônica de Chicago

Leonard Bernstein, regente LUIZ FUKUSHIRO é mestre em Educação pela Universidade de São DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1989 Paulo e revisor da Revista Osesp.

SYMPHONIES NºS 1 & 15 Orquestra do Teatro Mariinsky , regente LEIA MAIS SOBRE TAKEMITSU NO NÚMERO ESPECIAL DA REVISTA OSESP, DISTRIBUÍDO GRATUITAMENTE NA MARIINSKY, 2009 SALA SÃO PAULO

elix Mendelssohn-Bartholdy está entre os criadores da ideia de uma tradição musical essencialmente alemã, tal como ainda hoje a entendemos: de Bach, cuja proemi- nência o próprio Mendelssohn revelou ao mundo entre F1827 1829 e , a Brahms, seu “sucessor” (segundo declara Eduard Marxsen em 1847), passando por Haydn, Mozart, Beethoven e Schumann. Compositor dotado de um personalíssimo senso melódico, capaz de dominar com inata elegância todos os as- pectos da linguagem musical, Mendelssohn foi também pianis- ta, organista, violinista e regente, além de criador e diretor de um renomado conservatório em Leipzig, que ele transformou em capital da tradição clássica. Mendelssohn foi também um verdadeiro polímata. O valor artístico de seus desenhos e paisagens em aquarela foi reconhecido por Richard Wagner, que, como se sabe, não se inscreve entre os admiradores incondicionais de sua obra musical. Poliglota e versado em línguas clássicas, Mendels-

1. Acordes formados pela superposição de duas terças maiores.

68 SUGESTÕES DE LEITURA sohn foi amigo próximo e discípulo do grande historiador da Antiguidade, Johann Gustav Droysen (1808-84), e ainda Peter Burt foi prosador admirável, rivalizando com Berlioz e Schumann THE MUSIC OF TORU TAKEMITSU em argúcia crítica, em especial em sua vasta correspondên- CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2011 cia com grandes personalidades da cultura alemã. Como seu pai, o banqueiro Abraham, converteu-se ao protestantismo R. Larry Todd (acrescentando ao nome judaico Mendelssohn o protestan- MENDELSSOHN: A LIFE IN MUSIC te Bartholdy). O compositor foi ainda estudioso de teologia OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2005 e adaptou os libretos de seus oratórios Paulus e Elias. Tam- bém foi assíduo ouvinte dos sermões berlinenses do teólogo Elizabeth Wilson e filósofo Friedrich Schleiermacher (1768-1834), com quem SHOSTAKOVICH: A LIFE REMEMBERED compartilhava o entusiasmo por Platão e o mesmo gênero de PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 2006 sentimento religioso romântico. O fenômeno Mendelssohn só pode ser entendido de fato Lauro Machado Coelho se devidamente situado numa das mais felizes constelações SHOSTAKÓVITCH: VIDA, MÚSICA, TEMPO xix da cultura alemã da primeira metade do século . [...] PERSPECTIVA, 2006 Basta dizer que, em 1821, ele foi levado a Weimar por seu professor de composição, Carl Friedrich Zelter (1758-1832), e foi apresentado a Goethe. Entabulou-se então uma sin- INTERNET gular amizade entre o menino de doze anos e o olímpico patriarca de 72, que o reteve um mês em sua casa, cativado FELIXMENDELSSOHN.COM por seu gênio e sua precocidade intelectual. CHOSTAKOVITCH.ORG Concebido desde 1838 para o amigo de infância de Men- SHOSTAKOVICH.ORG delssohn, Ferdinand David (1810-73), nomeado spalla da Or- questra do Gewandhaus de Leipzig pelo compositor, que se tornara seu regente em 1835, o Concerto Para Violino em Mi Me- nor teve sua estreia apenas em 1845. Ao lado de Sonho de Uma Noite de Verão, é talvez a mais conhecida das peças orquestrais de Mendelssohn e um dos mais universalmente aclamados concertos de violino do século xix, ao lado dos de Beetho- ven, Brahms e Tchaikovsky. Anos a fio, o primeiro tema do primeiro movimento — um angustiante lamento — “não dava paz” ao compositor, conforme escreveu ao amigo. Introduzido pelas madeiras, o segundo tema, em Sol Maior, traz um senso de serenidade que dialoga com o primeiro tema até o final. A pureza e o vibrante lirismo da linha melódica do “Andante” perma- necem inigualados por qualquer outro compositor de seu tempo e talvez pelo próprio Mendelssohn. A seção central de sua forma ternária tinge-se de acentos mais dramáticos, sem ainda perder a delicadeza e a elegância supremas do compositor. O terceiro movimento, por fim, traz de volta o frescor e a luminosidade juvenis da abertura Sonho de Uma Noite de Verão. [2011]

LUIZ MARQUES é professor do Departamento de História da Unicamp e coordenador do Mare – Museu de Arte Para a Pesquisa e Educação.

69 surpreendente Sinfonia nº 1 em Fá Menor A peça é dividida em quatro movimentos, sen- foi escrita por Dmitri Shostakovich aos 19 do que os dois últimos devem ser tocados sem in- anos, como trabalho de graduação no Con- terrupção. Logo no início do primeiro movimen- servatório de Leningrado. A ideia para a to, ouve-se um dueto entre trompete e fagote. O A 1923 peça havia surgido em e levou dois anos para ser segundo tema, tocado na flauta, é uma valsa, e a realizada. Depois da morte de seu pai, em 1922, o estrutura do movimento segue os padrões clássi- jovem compositor tinha que procurar os meios para cos da forma-sonata. sobreviver e sustentar sua mãe. Começou a traba- No segundo movimento, o piano se faz bastante lhar como pianista, acompanhando seções de cinema presente como instrumento de orquestra. Ao final, mudo, emprego exaustivo que ocupava quase todo seu Shostakovich surpreende ao mudar o tom da Sinfonia. tempo, não lhe dando possibilidade de compor. Subitamente, passamos da sátira para a tragédia. Apenas em outubro de 1924 conseguiu acabar o O “Lento” é bastante sombrio, com um solo de que viria a ser o segundo movimento. Não por aca- oboé que se transfere para o violoncelo. Há uma so, um crítico sugeriu que o movimento pode ser passagem das cordas que antecipa a Oitava Sinfonia. definido como “vida e cinema”. É como se a par- Um ataque sombrio do tambor emenda o terceiro te do piano acompanhasse, à maneira do cinema com o quarto movimento, em que há grande al- mudo, os dois temas principais — um mais lírico e teração de andamentos. A percussão se faz muito feminino, outro mais vigoroso e masculino. presente e a peça culmina com figuras de fanfarra Em dezembro, Shostakovich compôs o primeiro nos metais. movimento e entre janeiro e fevereiro de 1925 aca- Apesar de toda a tragédia dos dois últimos movi- bou o terceiro, mas teve que interromper o traba- mentos, o próprio compositor escreveu numa carta lho mais uma vez. Durante uma viagem a Moscou, para o seu amigo pianista Lev Oborin: “Seria mais mostrou a Sinfonia aos seus amigos músicos, que a adequado chamar esta obra de Sinfonia Grotesca”. E receberam com um entusiasmo ímpar — para to- ainda podemos citar Marina Sabinina, destacada es- dos ficou claro que se tratava de uma criação muito tudiosa russa da música de Shostakovich: “A Sinfonia ousada e madura. Animado com os elogios, Shos- nº 1 representa a ruptura com a temática elevada e takovich terminou o quarto e último movimento poética, característica da criação sinfônica clássica em junho de 1925. e romântica”. Em 12 de maio de 1926, o regente Nikolai Malko apresentou pela primeira vez a Sinfonia — um triun- fo imediato. Ao final do “Allegro Non Troppo”, o ELENA VÁSSINA é professora de literatura e cultura russa na público explodiu em aplausos, e o maestro teve que Universidade de São Paulo (USP). bisar o movimento. Muitos ouvintes nem podiam acreditar em seus olhos quando, no fim do concer- to, um jovem tímido de 19 anos subiu ao palco para receber os aplausos. A figura contrastava com a so- lidez madura e o magnífico estilo da composição. Na mesma noite, o maestro Malko escreveu numa carta a um amigo: “Tenho a sensação de que abri uma nova página na história da música sinfônica e descobri um novo grande compositor". A Sinfonia nº 1 consagrou-se imediatamente na URSS e em outros países. Já em 1927, foi execu- tada pelo maestro Bruno Walter em Berlim, logo depois por Leopold Stokowski, em Filadélfia, e, em 1931, por Arturo Toscanini em Nova York.

70 REVISTA OSESP VISITA MONIT_SET2015.ai 1 11/08/15 12:26

MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

UMA VISÃO HISTÓRICA, TUCA VIEIRA ARQUITETÔNICA E TECNOLÓGICA DA SALA SÃO PAULO EM 50 MINUTOS.

DIAS E HORÁRIOS Segunda a sexta: 13h00 e 16h30 Sábado: 13h30 Domingo: em dias de Concerto Matinal às 13h00, em dias de Concerto de Câmara da Osesp às 14h00 Feriados: sob consulta

VALOR STEPHAN SCHMELING Segunda a sexta: R$5,00 Sábado e domingo: gratuito Para estrangeiros ou grupos acima de 8 pessoas, é necessário agendamento.

Horários e valor sujeitos a alterações. TUCA VIEIRA STEPHAN SCHMELING

Mais informações pelo telefone 11 3367.9573 ou pelo e-mail [email protected] www.salasaopaulo.art.br

REALIZAÇÃO

71 ANDRÉ DE RIDDER REGENTE BAIBA SKRIDE VIOLINO

PRIMEIRA VEZ COM A OSESP PRIMEIRA VEZ COM A OSESP Nascido na Alemanha, André de Nascida em Riga, na Letônia, Ridder estudou com Leopold Ha- Baiba Skride iniciou seus estudos ger, na Academia de Música de em sua cidade natal e, em 1995, Viena, e com Sir Colin Davis, em aos 14 anos, mudou-se para Ros- Londres. Foi jovem regente asso- tock, Alemanha, para estudar no ciado na Orquestra Sinfônica de Conservatório de Música e Tea- Bournemouth e, em 2005 e 2006, tro com Petru Munteanu. Em regente assistente na Orquestra 2001, ficou em primeiro lugar Hallé. Atualmente, é o regente no Concurso Rainha Elisabeth. principal da Sinfonia Viva, do Apresentou-se como solista com Reino Unido. Além de atuar com a Orquestra de Paris, as filarmô- orquestras como Philharmonia, nicas de Berlim, de Londres e Sinfônica da BBC, Britten Sin- Real de Estocolmo, e as sinfôni- fonia, de Trondheim e da Rádio cas de Boston, da Rádio Bávara, de Baden-Baden e Friburgo, e se de Sidney e da NHK, e trabalhou apresentar na Ópera Nacional In- com maestros como Christoph glesa, no Teatro Real de Madri, Eschenbach, Paavo Järvi, Neeme no Teatro da Basileia e no Festi- Järvi, Andris Nelsons e Yannick val de Salzburgo, colaborou com Nézet-Séguin. Em 2012, gra- artistas como a banda Gorillaz, o vou os concertos para violino de músico de jazz Uri Caine e o can- Martin e Stravinsky, com a Or- tor e compositor Damon Albarn, questra Nacional da BBC do País que compôs a música das peças de Gales, regida por Thierry Fis- Monkey: Journey to The West e Dr. cher; e, em 2014, os concertos de Dee, regidas por de Ridder. Szymanowski, com a Orquestra Filarmônica de Oslo, regida por Vasily Petrenko (selo Orfeo).

72 Qual o som do compromisso com a música?

O Credit Suisse também ouve atentamente, quando se trata de música clássica. É por isso que somos, com muito orgulho, patrocinadores da OSESP. credit-suisse.com/sponsoring

REALIZAÇÃO

73 MARIPOSAS, OBRA DE CHIARA BANFI, 2005

74 25 DOM 16H ORQUESTRA DE CÂMARA DA OSESP

OSESP CARLOS PRAZERES REGENTE NATAN ALBUQUERQUE JR. CORNE INGLÊS

FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY [1809-47] MENDELSSOHN EM FOCO

Sinfonia Para Cordas nº 12 em Sol Menor [1823] - Grave. Allegro - Andante - Allegro Molto

20 MIN

SÉRGIO ASSAD [1952] Sonhos e Memórias [2014] [ENCOMENDA OSESP. ESTREIA MUNDIAL]

7 MIN

IGOR STRAVINSKY [1882-1971] Danças Concertantes [1942] - Marche. Introduction [Marcha. Introdução] - Pas d'Action - Thème Varié [Tema Variado] - Pas de Deux - Marche. Conclusion [Marcha. Conclusão]

19 MIN

75 á prodígios e prodígios. Aos 12 anos, Felix m Filosofi a da Nova Música, Theodor W. Adorno Mendelssohn-Bartholdy já havia escrito duas colocou frente a frente os maiores represen- óperas, uma sonata para violino, um bom pu- tantes da modernidade na área da composição Hnhado de canções e mais umas tantas dezenas E— Igor Stravinsky e Arnold Schoenberg. Na de peças para piano e órgão. Pouco depois, daria início às leitura do filósofo, um e outro representam princí- suas primeiras composições para orquestra, sob a orien- pios inconciliáveis: Stravinsky seria expoente de uma tação do professor Carl Friedrich Zelter. Ao completar história de decadência, enquanto Schoenberg é visto 14 anos, havia incrementado seu catálogo de criações como herdeiro e realizador da linha evolutiva que re- com nada menos que 12 sinfonias para cordas e começa- monta a Beethoven e ao idealismo alemão. [...] va a demonstrar sua própria voz como compositor. Mas Adorno soube notar os aspectos fascinan- Esse conjunto de peças permite um notável mer- tes de Stravinsky e perceber seu papel especial na gulho no processo de desenvolvimento do jovem evolução musical. De forma totalmente diferente Mendelssohn. Apesar de terem sido compostas como da escola de Schoenberg (da qual Adorno estava simples exercícios de contraponto e escrita orques- mais próximo), manifesta-se nele, por exemplo, a tral, a qualidade das peças fez com que ganhassem tensão polarizada entre o elementar e o artificial. lugar cativo no repertório das orquestras de cordas. No contexto da modernidade, “elementar” remete A Sinfonia nº 12 em Sol Menor marca um ponto de à busca pelo novo, pelo não desgastado, a motivação inflexão na carreira do compositor, que se sentiria de deixar o passado para trás. Já “artificial” seria apto a enfrentar desafios mais ambiciosos. O pri- um trabalho irônico ou nostálgico com materiais meiro movimento se inicia em andamento grave, e tradicionais e sua transformação ao mesmo tempo delicadamente se torna um allegro. O movimento conservadora e renovadora. Por outro lado, até o intermediário é o mais lírico, com belas melodias e processo de experimentalismo radical, assim como um aproveitamento inteligente do encadeamento de a invocação racional do método dodecafônico, con- acordes no ciclo de quintas. “Allegro Molto”, o mais tém algo de artificialidade. longo dos três movimentos, é cheio de vida, evo- Nada na música parece ser tão elementar quan- cando o espírito da música de Vivaldi e de outros to a sua associação à motricidade e à dança, e é mestres barrocos. Para estruturar sua obra, Men- desse potencial energético que se nutre a música delssohn aproveita os recursos imitativos da fuga, de Stravinsky em todas as suas facetas. O idioma forma típica também do Barroco. É comovente de Schoenberg, centro-europeu-vienense, mesmo pensar que a Sinfonia nº 12 foi escrita por um meni- em suas configurações mais excessivas (por exem- no de 14 anos. Mas sua beleza se sustenta para além plo, na “Dança em Torno do Bezerro de Ouro”, do registro do “fenômeno”. da ópera Moisés e Aarão), nunca foi além de uma felicidade de valsa idealizada e típica. Os ritmos de Stravinsky, por sua vez, da Sagração da Primavera RICARDO TEPERMAN é editor da Revista Osesp e doutorando até o Neoclassicismo de sua fase posterior, criam no Departamento de Antropologia Social da FFLCH-USP. um pandemônio do dançante. Talvez “apoteose da dança” (uma etiqueta aplicada por Wagner à Sinfo- nia nº 7, de Beethoven) seja a fórmula mais breve e mais acurada para uma caracterização geral da música de Stravinsky. [...] O que continuou sendo um incômodo foi a apa- rente indiferença de Stravinsky em relação ao ma- terial musical e sua tendência de utilizar e exaurir modelos antigos, ou seja, dito de modo superficial: praticar a renovação generalizada em vez da in- venção. Poderíamos evocar isso como um impulso “híbrido”. Numa acepção diversa da palavra, Stra-

76 vinsky também agia de forma “híbrida”, ao avaliar produtiva das descobertas de Schoenberg, que se sua própria música como sendo em grande parte tornam, para ele, um material com valor de uso livre de emoções, numa essencialidade sem qual- comum, manuseável como todo o resto (o que quer relação com algo extramusical, que, portanto, Adorno não havia previsto). não seria acessível a nenhuma interpretação nem a Associadas à fase neoclássica de Stravinsky, as qualquer comentário que ultrapassasse o aspecto Danças Concertantes foram compostas e estreadas em composicional-técnico. 1942, em Los Angeles. No primeiro e no último Pode ser que nessas ideias apenas se articulassem movimentos, duas pequenas marchas funcionam a ideologia antirromântica e neo-objetiva do inci- como portais emoldurantes para a obra. Os três piente século xx, tão comum nos círculos artísti- movimentos do meio são facilmente identificáveis cos. A objetividade de Stravinsky mantém intocada como solos de dança, bem no sentido da tradição a capacidade transformadora que aparentemente clássica do balé de São Petersburgo, à qual Stra- leva o caminho da criação a um zigue-zague es- vinsky esteve ligado durante toda a vida. A dança tonteante. Mas essa confusão se dissipa quando se enquanto veículo musical: para Stravinsky, nenhu- reconhece o procedimento híbrido de Stravinsky ma perspectiva “extramusical”. como seu princípio criativo básico. O escritor francês Michel Butor observou que Stravinsky modulava entre uma cor exótica e ou- HANS-KLAUS JUNGHEINRICH é crítico de música e autor de tra, entre um colorido histórico e outro, da mesma Der Musikroman: ein anderer Blick auf die Symphonie (Residenz, forma que um movimento clássico de sonata pode 1998), entre outros livros. Tradução de Claudia Dornbusch. transitar de uma tonalidade para outra. Uma desco- berta muito eficaz: em Stravinsky já se pode divisar os fundamentos de uma forma de escrita “poliesti- lística”, que muito mais tarde viria a ser de central NÃO PERCA O ENCONTRO COM O importância para compositores como Bernd Alois COMPOSITOR SÉRGIO ASSAD NA SÉRIE Zimmermann e Alfred Schnittke. “MÚSICA NA CABEÇA”, DIA 25 DE OUTUBRO, O musicólogo Leo Schrade lançou o termo ÀS 15H, NA SALA SÃO PAULO. “paródia” no debate, entendendo-o não na acep- ção estrita de tratamento desfigurante de mo- delos encontrados, mas sim no sentido de um debruçar-se exaustivo e criativo sobre o material sonoro de diversas origens. Com isso, constata, Stravinsky não teme o contato com o trivial ou com o ordinário, tampouco com aquilo que está historicamente distante. Nesse sentido, Stravinsky permaneceu fiel a seus princípios em todos os seus períodos — desde a adaptação inicial e a hibridização da tonalidade “russa”, passando pelo Neoclassicismo (seguindo a moda e criando moda) dos anos intermediá- rios, até as aproximações tardias à dodecafonia e ao serialismo. Essa última fase, evidentemente, não foi uma mera virada para o lado da linha se- guida por Schoenberg. Foi, antes, o gesto de uma superioridade aristocrática consciente da relativi- dade de todo o progresso material. Dessa forma, Stravinsky arranjou algo como uma historicização

77 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS

MENDELSSOHN

THE COMPLETE STRING SYMPHONIES (4 CDS) Sinfonieta de Amsterdã Lev Markiz, regente

BIS, 2008

STRAVINSKY

CHAMBER WORKS & RARITIES (2 CDS) Sinfonieta de Montreal Charles Dutoit, regente

DECCA, 2003

PULCINELLA; DANSES CONCERTANTES Sinfonieta de Bournemouth Stefan Sanderling, regente NAXOS, 1996

78 peça Sonhos e Memórias foi imagina- da como uma espécie de ode ao sonho. Existem várias interpretações sobre o A significado dos sonhos, e as menções ao tema remontam às civilizações mais antigas. A relação de cada um com os próprios sonhos varia: algumas pessoas se lembram mais que outras do que sonham. O sono divide-se em dois tipos distintos: NREM (non-rapid eye movement) e REM (rapid eye movement). Na fase REM, a atividade onírica é imensa e pode ligar eventos do cotidiano com fortes impulsos emo- cionais. Esse encontro do dia a dia com as emoções psíquicas pode resultar em imagens absurdamente surrealistas ou plenamente coerentes, dando espaço a interpretações diversas. Atraído pelo assunto, escrevi Sonhos e Memórias. Traduzir sonhos em sons é um exercício de pura imaginação, tanto da parte do compositor como da parte do ouvinte. De modo mais imediato, podemos relacionar sons espaçados, embalados por uma dinâ- mica suave, a uma atmosfera onírica. Entretanto, os sonhos podem também ser agitados e ansiosos. Ao escrever Sonhos e Memórias, levei essa multiplicidade de associações em consideração. A peça começa introduzindo um mero fragmento melódico em busca de um tema. Quando finalmente materializado na seção A, o tema é um leitmotiv apre- sentado pela primeira vez pelo corne inglês. Esse leit- motiv será então submetido a várias transformações de caráter emocional, que aparecem numa sequência em que cada acontecimento carrega o embrião do próximo. Chegamos então à seção B, que representa um mergulho no sono profundo. Nessa fase, a ex- ploração do leitmotiv é completamente dominada pelo corne inglês, até a recapitulação da seção A, reapre- sentada com ligeiras modificações, simbolizando a memória do sonho.

SERGIO ASSAD

79 SUGESTÕES DE LEITURA

R. Larry Todd MENDELSSOHN: A LIFE IN MUSIC OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2005

Vera Stravinsky e Robert Craft CARLOS PRAZERES REGENTE NATAN ALBUQUERQUE JR. CORNE INGLÊS STRAVINSKY IN PICTURES AND DOCUMENTS PRIMEIRA VEZ COM A OSESP ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JULHO DE 2000 SIMON & SCHUSTER, 1978 Nascido no Rio de Janeiro, Carlos Membro da Osesp desde 1993, Prazeres graduou-se em oboé pela Natan Albuquerque Jr. Igor Stravinsky e Robert Craft UniRio, foi bolsista da Fundação começou a estudar oboé CONVERSAS COM IGOR STRAVINSKY Vitae na Academia da Orquestra na Escola Municipal de PERSPECTIVA, 1984 Filarmônica de Berlim/Fundação Música de São Paulo em Karajan e estudou regência com 1986, com o professor Isaac Karabtchevsky. Como Benito Sanchez. Participou INTERNET oboísta, tocou como solista de festivais de música, como com as orquestras Barroca de os de Tatuí, Itu, Londrina, FELIXMENDELSSOHN.COM Berlim, Petrobras Sinfônica, Brasília, Internacional da ASSADBROTHERS.COM Sinfônica Brasileira e do Theatro Paraíba (a convite do FONDATION-IGOR-STRAVINSKY.ORG Municipal do Rio de Janeiro. maestro Eleazar de Regente assistente da Orquestra Carvalho) e de Campos do Petrobras Sinfônica desde 2005, Jordão (de 1985 a 1989). atua também como regente Em 1992, foi premiado titular da Orquestra Sinfônica da com bolsa de estudos pela Bahia desde 2011. Como maestro Universidade do Arizona, convidado, regeu as orquestras onde recebeu orientação de Nacional do País do Loire Anne Leek. Foi integrante (França), Internacional do Festival da Orquestra Experimental de Riva del Garda (Itália) e Jovem de Repertório, da Banda das Américas, as filarmônicas Sinfônica do Estado de de Buenos Aires, Montevidéu e São Paulo e da Orquestra Bogotá, e as sinfônicas de Porto Sinfônica de Santo André. Alegre e da Universidade de São Em 2000, foi solista da Paulo, entre outras. Osesp na obra The World´s Ransoming, de James MacMillan, na Sala São Paulo e no encerramento do 31º Festival de Inverno de Campos do Jordão.

80 Inovar para fazer sua vida melhor.

Esse é o nosso espetáculo.

Temporada 2015 I OSESP

REALIZAÇÃO 8181 ESTAÇÃO JULIO PRESTES, FOTO DE TUCA VIERA, 2010

82 29 QUI 21HCARNAÚBA

30 SEX 21H PAINEIRA

31 SÁB 16H30 IMBUIA

OSESP LOUIS LANGRÉE REGENTE CRISTINA GÓMEZ GODOY OBOÉ

OLIVIER MESSIAEN [1908-92]

Un Sourire [UM SORRISO] [1989]

10 MIN

WOLFGANG AMADEUS MOZART [1756-91] Concerto Para Oboé em Dó Maior, KV 314 [1777] - Allegro Aperto - Adagio Non Troppo - Rondo: Allegretto

21 MIN ______

OLIVIER MESSIAEN [1908-92] Les Offrandes Oubliées [As Oferendas Esquecidas] [1930] - A Cruz: Muito Lento (Doloroso, Profundamente Triste) - O Pecado: Vivo (Feroz, Desesperado, Arfante) - A Eucaristia: Extremamente Lento (Com Grande Piedade e Grande Amor)

21 MIN

RICHARD STRAUSS [1864-1949] STRAUSS ESSENCIAL Morte e Transfi guração, Op.24[1888-9]

23 MIN

83 nome do compositor francês Olivier de composição, estavam alunos que se tornariam Messiaen tem sido frequentemente grandes nomes, como Pierre Boulez, Karlheinz citado em discussões sobre a sineste- Stockhausen, Iánnis Xenákis, Tristan Murail e o O sia, um fenômeno neurológico em que brasileiro Almeida Prado. Abordava todos os es- o cérebro produz sensações de natureza distinta a tilos com seus alunos, mas não impunha o seu. Já partir de um único estímulo. Messiaen afirmava na sua escrita, utilizou uma linguagem musical não possuir a sinestesia fisiológica, a exemplo de que não se conectava com o que veio antes, nem seu amigo, o pintor suíço Charles Blanc-Gatti, que teria seguidores: Messiaen é como uma ilha na tinha um desvio dos nervos óptico e auditivo. Mas história da música. assegurava que, para ele, sempre houve relação en- Além do rico colorido tímbrico, outra carac- tre cores e sons. terística marcante da sua música é uma rítmica O fascínio por esses dois estímulos o acompa- própria, que nos transporta para uma tempora- nhava desde cedo. Messiaen visitava com frequên- lidade mística, distinta da que vivemos. Utiliza, cia catedrais medievais francesas, para admirar entre outros, ritmos não retrogradáveis — isto é, os vitrais multicoloridos, e admirava a perfeição ritmos que permanecerão idênticos se seus valores dos sons da natureza. Sua vivência como organis- forem escritos de trás para frente — e superpo- ta (aos 22 anos, assumiu o posto de organista ti- sição de andamentos distintos, o que ele explica- tular da igreja Sainte-Trinité, em Paris) também va com a imagem de pássaros ao amanhecer, que alimentou esse interesse, graças à prática de um cantam simultaneamente, cada um no seu tempo. instrumento com grandes possibilidades sonoras. A ideia de sinestesia é uma boa porta de entrada es Offrandes Oubliées [As Oferendas Esquecidas, para a música de Messiaen. Embora de linguagem 1930] e Un Sourire [Um Sorriso, 1989] são de pe- complexa e inovadora em diversos elementos (me- ríodos opostos. A primeira, obra de juventude, lodia, ritmo, forma, timbre, harmonia), sua obra Linaugura suas muitas contribuições para o reper- nos cativa com uma sonoridade inusitada e uma tório orquestral. A segunda foi a última encomenda carga expressiva de grande impacto, perceptível já que Messiaen recebeu, para as celebrações do bicente- numa primeira audição. nário da morte de Mozart. Em ambas, podemos per- A linguagem musical de Messiaen, ao mesmo ceber a orquestração multicolorida, baseada na ideia tempo intelectualizada e intensamente poética, de que um mesmo acorde ganha novo significado reflete traços da sua personalidade: imaginação, quando tocado por instrumentos diversos. A escrita sensibilidade, disciplina, rigor e independência. de Messiaen apoia-se nas cordas e, para efeitos de tim- Músico de talento precoce e formação sólida, in- bre, explora os instrumentos de sopro, especialmente gressou aos 11 anos no Conservatório de Paris, os metais, e instrumentos de percussão, que segundo onde estudou piano, composição e órgão. Era um ele produziam sons semelhantes aos ruídos da natu- intelectual criterioso, e seus estudos incluíam mú- reza. As duas obras se estruturam em sequências de sica da Índia e da Indonésia, além de canto gre- seções definidas por contrastes extremos de sonorida- goriano, literatura e teatro de Shakespeare. Foi de, dinâmica e tempo. um dos primeiros a pesquisar sobre o canto dos A primeira das três partes de As Oferendas Esque- pássaros, o que teve grande influência na sua mú- cidas, “A Cruz”, que traz um lamento triste e dolo- sica. Outra característica marcante era sua fervo- roso das cordas pontuado pelas madeiras, retrata rosa religiosidade, tema constante em sua música. o sacrifício de Jesus. Em “O Pecado”, a orquestra Messiaen buscava transportar o louvor religioso incorpora os naipes da percussão e dos metais, para a sala de concerto. num movimento em velocidade frenética, com Seu pensamento independente transparece na seguidos gestos musicais em crescendo represen- sua atitude como professor, como compositor e tando uma corrida tumultuada para o abismo. Por como ser humano. Lecionou no Conservatório de fim, em “A Eucaristia”, frases longas, serenas e Paris por 38 anos, a partir de 1941. Em suas classes suaves são como que cantadas pelas cordas.

84 GRAVAÇÕES RECOMENDADAS encomenda de Um Sorriso veio de Marek Ja- nowski, diretor da Orquestra Filarmônica da Radio France, e foi aceita com entusias- MESSIAEN mo, já que Mozart era o compositor prefe- POÈMES POUR MI; LES OFFRANDES OUBLIÉES; A UN SOURIRE rido de Messiaen. O francês admirava o fato de que Orquestra Nacional de Lyon Mozart, mesmo passando por privações materiais, perda de filhos ou problemas de saúde, manteve, se- Jun Märkl, regente gundo dizem, a capacidade de sempre sorrir (daí o tí- NAXOS, 2009 tulo da composição). Sua intenção foi escrever uma obra de dimen- CONCERT À QUATRE; LES OFFRANDES OUBLIÉES; sões moderadas, bem no espírito mozartiano. Os UN SOURIRE; LE TOMBEAU RESPLENDISSANT gestos musicais são simples, e, para maior leveza, a Orquestra da Ópera da Bastilha orquestração usa um naipe de metais reduzido, dis- Myung-Whun Chung, regente pensa os contrabaixos e inclui o piccolo. Um Sorriso DEUTSCHE GRAMMOPHON, 1995 se estrutura na alternância de uma melodia doce, tocada pelas cordas e colorida pelas madeiras, com MOZART o canto alegre de um pássaro, apresentado por xi- WIND CONCERTOS (2 CDS) lofone e sopros. Orquestra de Cleveland John Mack, oboé Christoph von Dohnányi, regente

INGRID BARANCOSKI é professora de piano, história da músi- DECCA, 2000 ca e educação musical do Instituto Villa-Lobos da UniRio. STRAUSS

METAMORPHOSEN; TOD UND VERKLÄRUNG Orquestra Filarmônica de Berlim Herbert von Karajan, regente DEUTSCHE GRAMMOPHON, 2004

85 olfgang Amadeus Mozart não foi um compositor que poderíamos chamar de “intelectual”. Em suas cartas, encontramos várias referências sobre a música e sobre Wsua própria obra, mas sempre de maneira superficial. Sua cultura geral era rudimentar: não demonstrava nenhum interesse por literatura, filosofia ou pelas questões políticas de seu tempo. Mes- mo sua cultura musical é cheia de lacunas: só iria descobrir as fugas de Bach em 1782 [já com 26 anos]. No entanto, ele próprio se surpreendia com seus dotes musicais e acreditava ser possuído por uma força criativa que ultrapassava sua compreensão. Haydn, Wagner e Goethe, entre outros, deixa- ram seu testemunho sobre essa manifestação do gênio mozartiano. Fatos célebres documentam sua capacidade de imaginação e memó- ria musicais infalíveis, que exerceram um papel fundamental no seu trabalho de composição. Mozart era capaz de memorizar estruturas musicais complexas e reescrevê-las mais tarde. Em Roma, em 1770, ouviu o célebre Miserere, de Allegri, a nove vozes em dois coros. Fez algumas anotações e depois a reescreveu com exatidão. [...] Em 1920, foram encontradas as partes separadas do Concerto Para Oboé em Dó Maior no Mozarteum de Salzburgo. Escrito entre abril e setembro de 1777 para o oboísta Giuseppe Ferlendis, o concerto estava desaparecido. Constatou-se em seguida que era idêntico ao Concerto Para Flauta em Ré Maior, de fevereiro de 1778, excetuando-se a tonalidade e o instrumento solista. O compositor sabia tirar pro- veito de sua memória excepcional: Mozart transpôs o concerto para se livrar de uma encomenda do flautista Ferdinand De Jean. Em três movimentos, o Concerto Para Oboé requer uma pequena formação orquestral com dois oboés, duas trompas e o quinteto de cordas. Na entrada do solista, nota-se a influência do estilo galante francês. O movimento traz uma melodia de alegria luminosa e uma textura orquestral transparente. O “Adagio Non Troppo” que se segue é um daqueles momentos um pouco mais austeros da poesia musical mozartiana, em que cada nota é um ponto de reflexão, numa melodia extremamente ornamentada. O movimento final é um rondó pouco regular, em que predomina um único tema, tipo ópera-bufa, em ligeiras variações pitorescas. Esse tema é muito similar à ária “Welche Wonne, welche Lust” [Que Felicida- de, Que Prazer], cantada por Blonde na ópera O Rapto do Serralho.

[2001]

EDUARDO GUIMARÃES ÁLVARES (1959-2013) foi compositor e professor de composição. Algumas de suas principais obras são Três Canções Para Barítono e Clarinete Sobre Poemas de Guimarães Rosa e A Lua do Meio-Dia (Encomenda Osesp, 2013).

86 ouco antes de morrer aos 85 anos, Richard Strauss disse à sua nora que não tinha medo da morte: ela seria exatamente como havia composto em Morte e Transfi guração. Poucos meses antes, Strauss Ptinha lido o poema “Im Abendrot” [Ao Pôr do Sol], de Joseph von Eichendorff. Quando chegou aos versos “Como estamos cansados de va- gar — será isso a morte?”, pegou o lápis e anotou o magnífico tema de Morte e Transfi guração, escrito quase 60 anos antes. Pouco depois, como que resumindo o trabalho de sua vida, incluiu-o nas páginas finais do ciclo de von Eichendorff, hoje conhecido como Quatro Últimas Canções. Na sua ópera O Cavaleiro da Rosa, a personagem da Marechala diz: “Ter medo do tempo é inútil, pois Deus, atencioso com to- dos os seus filhos, em sua sabedoria o criou”. Como a Marechala, Strauss sempre ouviu o relógio andar, e não conseguia evitar pen- sar na morte. Dizia que desde muito jovem tinha desejado compor uma música que acompanhasse as horas de agonia de um homem que tivesse tentado alcançar “os mais altos ideais” e, ao morrer, visse sua vida passar diante dele. Em 1888-9, sem um único fio de cabelo branco e com mais 60 anos de vida e de música à sua frente, Strauss escreveu de maneira convincente sobre os últimos dias de vida de um homem. É a visão de um jovem sobre a morte e uma visão romântica da velhice, que mal resvala nas assustadoras verdades da doença e da falta de es- perança. Mesmo assim, a obra aparentemente satisfazia o próprio Strauss ao fim de sua vida. Compositor de ópera nato, Strauss começa Morte e Transfi guração de maneira sombria e incerta, como uma cena no leito de morte em que se ouvem apenas os sons das vacilantes batidas do coração do doente. Uma passagem frenética retrata a luta com a morte e, ao final, abre espaço para o tema central da obra, um impressionante motivo de seis notas, caracterizado por um salto de oitava que re- presenta os ideais do artista. Tem início, então, um penetrante fluxo de memórias, primeiro re- visitando a infância, depois a juventude, maravilhosamente evocada pela arrogância autoconfiante das trompas, chegando a romances tão apaixonados que, só de lembrá-los, fazem o coração palpitar (o que é representado pelos metais graves e pelos tímpanos). O herói aproveita as lembranças antes de um momento final de luta. A própria morte chega acompanhada por uma batida solene do gongo. A transfiguração é como um dos grandes fi nales de ópera do próprio Strauss, unindo os principais temas da obra, por meio de uma série de clímax tocantes, em música de radiante beleza.

PHILLIP HUSCHER é o responsável pelas notas de programa da Orquestra Sin- fônica de Chicago. Tradução de Rogério Galindo. © 2011 Orquestra Sinfônica de Chicago. Reimpresso sob permissão.

87 SUGESTÕES DE LEITURA

Peter Hill e Nigel Simeone

MESSIAEN

YALE UNIVERSITY PRESS, 2005

Olivier Messiaen LOUIS LANGRÉE REGENTE CRISTINA GÓMEZ GODOY OBOÉ

TECHNIQUE DE MON LANGAGE MUSICAL ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM SETEMBRO DE 2014 ÚLTIMA VEZ COM A OSESP EM JULHO DE 2013

ALPHONSE LEDUC, 1944 Nascido na França, Louis Langrée Nascida na Espanha, Cristina estudou no Conservatório Gómez Godoy iniciou Alfred Einstein de Estrasburgo e iniciou sua seus estudos de oboé nos carreira como assistente na conservatórios de Jaen e de MOZART: HIS CHARACTER, HIS WORK Ópera Nacional de Lyon, entre Sevilha. Estudou na Academia OXFORD UNIVERSITY PRESS, 1969 1983 e 1986. Foi diretor musical de Estudos Orquestrais da da Orquestra da Picardia, da Fundação Barenboim-Said, com Charles Youmans (org.) Ópera Nacional de Lyon e Gregor Witt, e na Universidade THE CAMBRIDGE COMPANION da Orquestra Filarmônica de de Rostock (Alemanha). Com 11 TO RICHARD STRAUSS Liège. Atualmente, é diretor anos, entrou para a Orquestra CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 2010 musical da Orquestra Sinfônica Jovem da Andaluzia, integrou de Cincinnati e do Festival a orquestra Jovem Nacional

INTERNET Mostly Mozart, do Lincoln de Espanha e foi convidada Center (Nova York), e regente por Daniel Barenboim para a

OLIVIERMESSIAEN.ORG principal da Camerata Salzburg. Orquestra West-Eastern Divan. MOZARTPROJECT.ORG Já regeu orquestras como a Em 2012, tornou-se solista de RICHARDSTRAUSS.AT da Suíça Romanda, de Santa corne inglês da Staatskapelle RICHARD-STRAUSS-SOCIETY.CO.UK Cecília (Roma) e a Orchestra of de Berlim, sendo desde 2013 a the Age of Enlightenment, e as oboísta principal do conjunto. filarmônicas de Viena, Londres e Como solista, atuou com as Tóquio, além da própria Osesp. orquestras Sinfônica da Rádio Apresentou-se em locais como Bávara, de Câmara de Munique o La Scala (Milão), o Covent e do Festival de Campos Garden (Londres), a Ópera de do Jordão, entre outras, e Dresden, o Grande Teatro de trabalhou com maestros como Gênova, o Teatro de Champs- Sir Simon Rattle, Riccardo Élysées (Paris) e a Ópera dos Muti, Zubin Mehta, Alan Países Baixos (Amsterdã). Gilbert, Daniel Harding, Andris Nelsons e Gustavo Dudamel.

88 Todos juntos em perfeita harmonia

Paixão, dedicação e arte tornam o mundo um lugar melhor para se viver.

O Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil S/A, membro do grupo MUFG, tem orgulho de apoiar a OSESP.

Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil S/A Membro do MUFG, um grupo financeiro global www.br.bk.mufg.jp

Ouvidoria

DDG: 0800 770 4060 REALIZAÇÃO Email: [email protected] ©2015 Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc. Todos os 89 direitos reservados. A logomarca e o nome MUFG são marcas de serviço do Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc. ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO Desde seu primeiro concerto, em 1954, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp — construiu uma trajetória de grande sucesso, tornando-se a instituição que é hoje. Reconhecida internacionalmente por sua excelência, a Orquestra é editora de partituras Criadores de Arthur Nestrovski como parte indissociável da cultura do Brasil e a Academia de Música. diretor artístico e do maestro paulista e brasileira, promovendo As temporadas se destacam pela francês Yan Pascal Tortelier transformações culturais e sociais diversificação de repertório, e como regente titular. Em fevereiro profundas. Nos primeiros anos, uma parceria com o selo sueco de 2011, o Conselho da Fundação foi dirigida pelo maestro Souza Bis e com a gravadora carioca Osesp anuncia a norte-americana Lima e pelo italiano Bruno Biscoito Fino garante a difusão da Marin Alsop como nova regente Roccella, mais tarde sucedidos por música brasileira de concerto. A titular da Orquestra por um Eleazar de Carvalho (1912-96), criação da Fundação Osesp, em período inicial de cinco anos, a que por 24 anos dirigiu a 2005, representa um marco na partir de 2012. Também a partir de Orquestra e desenvolveu intensa história da Orquestra. Com o 2012, Celso Antunes assume o posto atividade. Nos últimos anos sob presidente Fernando Henrique de regente associado da Orquestra. seu comando, o grupo passou por Cardoso à frente do Conselho de Neste mesmo ano, em sequência a um período de privações. Antes Administração, a Fundação concertos no festival BBC Proms, de seu falecimento, porém, coloca em prática novos padrões de Londres, e no Concertgebouw de Eleazar deixou um projeto de de gestão, que se tornaram Amsterdã, a Osesp é apontada pela reformulação da Osesp. Com o referência no meio cultural crítica estrangeira (The Guardian e empenho do governador Mário brasileiro. Além das turnês BBC Radio 3, entre outros) como Covas, foi realizada a escolha do pela América Latina uma das orquestras de ponta no maestro que conduziria essa nova (2000, 2005, 2007), Estados circuito internacional. Lança fase na história da Orquestra. Em Unidos (2002, 2006, 2008), também seus primeiros discos pelo 1997, o maestro John Neschling Europa (2003, 2007, 2010, 2012, selo Naxos, com o projeto de assume a direção artística da 2013) e Brasil (2004, 2008, 2011), gravação da integral das Sinfonias de Osesp e, com o maestro Roberto o grupo mantém desde 2008 o Prokofiev, regidas por Marin Alsop, Minczuk como diretor artístico projeto Osesp Itinerante, pelo e da integral das Sinfonias de adjunto, redefine e amplia as interior do estado de São Paulo, Villa-Lobos, regidas por Isaac propostas deixadas por Eleazar. realizando concertos, oficinas e Karabtchevsky. Em 2013, Em pouco tempo, a Osesp abre cursos de apreciação musical para Marin Alsop é nomeada diretora concursos no Brasil e no exterior, mais de 70 mil pessoas. Indicada musical da Osesp, e a orquestra eleva os salários e melhora as em 2008 pela revista Gramophone realiza nova turnê europeia, condições de trabalho de seus como uma das três orquestras apresentando-se pela primeira vez músicos. A Sala São Paulo é emergentes no mundo às quais se — e com grande sucesso — na inaugurada em 1999, e, nos anos deve prestar atenção e mais Salle Pleyel, em Paris, no Royal seguintes, são criados os Coros recentemente (2012) tema de Festival Hall, em Londres, e na Sinfônico, de Câmara, Juvenil destaque em publicações como Philharmonie, em Berlim. Em e Infantil, o Centro de o jornal The Times e a mesma 2014, celebrando os 60 anos de Documentação Musical, os Gramophone, a Osesp iniciou a sua criação, a Osesp fez uma turnê Programas Educacionais, a temporada 2010 com a nomeação por cinco capitais brasileiras.

90 ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACADEMIA DA OSESP

DIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR VIOLINOS MARIN ALSOP SUELEN BOER REGENTE ASSOCIADO NATHAN OLIVEIRA CELSO ANTUNES DIRETOR ARTÍSTICO VIOLA ARTHUR NESTROVSKI ABNER MONILA BRASIL DIRETOR EXECUTIVO MARCELO LOPES VIOLONCELO MATHEUS MELLO VIOLINOS HARPA RAFAEL DE CABOCLO EMMANUELE BALDINI SPALLA LIUBA KLEVTSOVA DAVI GRATON SPALLA*** CONTRABAIXO BÉLA HORVATH SPALLA* FLAUTAS RAFAEL FIGUEREDO YURIY RAKEVICH SPALLA*** CLAUDIA NASCIMENTO THIAGO PAGANELLI LEV VEKSLER*** FABÍOLA ALVES PICCOLO ADRIAN PETRUTIU JOSÉ ANANIAS SOUZA LOPES OBOÉ ÉRICO MARQUES IGOR SARUDIANSKY SÁVIO ARAÚJO PÚBLIO DA SILVA MATTHEW THORPE OBOÉS ALEXEY CHASHNIKOV ARCÁDIO MINCZUK CLARINETE ANDERSON FARINELLI JOEL GISIGER PATRICK VIGLIONI ANDREAS UHLEMANN NATAN ALBUQUERQUE JR. CORNE INGLÊS CAMILA YASUDA PETER APPS FLAUTA CAROLINA KLIEMANN RICARDO BARBOSA JÚLIA DONLEY CÉSAR A. MIRANDA CRISTIAN SANDU CLARINETES PERCUSSÃO DÉBORAH WANDERLEY DOS SANTOS OVANIR BUOSI CARLOS FERREIRA ELENA KLEMENTIEVA SÉRGIO BURGANI TUBA ELINA SURIS NIVALDO ORSI CLARONE FLORIAN CRISTEA DANIEL ROSAS GABRIEL DÍAZ ARAYA GHEORGHE VOICU GIULIANO ROSAS INNA MELTSER TROMPA JESSICA VICENTE IRINA KODIN FAGOTES KATIA SPÁSSOVA ALEXANDRE SILVÉRIO JOSÉ ARION LIÑAREZ TROMPETES LEANDRO DIAS ROGER BRITO MARCELO SOARES ROMEU RABELO CONTRAFAGOTE PAULO PASCHOAL FILIPE DE CASTRO FRANCISCO FORMIGA TROMBONES RODOLFO LOTA SILAS FALCÃO SORAYA LANDIM HÉLIO GÓES SUNG-EUN CHO TROMPAS LUIZ GARCIA SVETLANA TERESHKOVA FAGOTE ANDRÉ GONÇALVES TATIANA VINOGRADOVA ANGE BAZZANI JOSÉ COSTA FILHO MARCIO AUGUSTO KIM* NIKOLAY GENOV VIOLAS LUCIANO PEREIRA DO AMARAL HORÁCIO SCHAEFER SAMUEL HAMZEM EDUARDO MINCZUK MARIA ANGÉLICA CAMERON PETER PAS TROMPETES ANDRÉS LEPAGE FERNANDO DISSENHA DAVID MARQUES SILVA GILBERTO SIQUEIRA ÉDERSON FERNANDES ANTONIO CARLOS LOPES JR. *** GALINA RAKHIMOVA MARCELO MATOS OLGA VASSILEVICH SARAH PIRES TROMBONES SIMEON GRINBERG DARCIO GIANELLI VLADIMIR KLEMENTIEV WAGNER POLISTCHUK ALEN BISCEVIC* ALEX TARTAGLIA FERNANDO CHIPOLETTI VIOLONCELOS ILIA LAPOREV TROMBONE BAIXO HELOISA MEIRELLES DARRIN COLEMAN MILLING RODRIGO ANDRADE SILVEIRA TUBA ADRIANA HOLTZ LUIZ RICARDO SERRALHEIRO* BRÁULIO MARQUES LIMA DOUGLAS KIER TÍMPANOS JIN JOO DOH ELIZABETH DEL GRANDE MARIA LUÍSA CAMERON RICARDO BOLOGNA MARIALBI TRISOLIO PERCUSSÃO REGINA VASCONCELLOS RICARDO RIGHINI 1ª PERCUSSÃO WILSON SAMPAIO ALFREDO LIMA ARMANDO YAMADA CONTRABAIXOS EDUARDO GIANESELLA ANA VALÉRIA POLES RUBÉN ZÚÑIGA PEDRO GADELHA MARCO DELESTRE TECLADOS MAX EBERT FILHO OLGA KOPYLOVA ALEXANDRE ROSA ALMIR AMARANTE CLÁUDIO TOREZAN GERÊNCIA JOEL GALMACCI GERENTE JEFFERSON COLLACICO (*) MÚSICO CONVIDADO LUCAS AMORIM ESPOSITO XISTO ALVES PINTO INSPETOR (**) MÚSICO LICENCIADO NEY VASCONCELOS LAURA PADOVAN PASSOS (***) CARGO INTERINO OS NOMES ESTÃO RELACIONADOS EM ORDEM ALFABÉTICA, POR CATEGORIA. INFORMAÇÕES SUJEITAS A ALTERAÇÕES

91 CORO DA OSESP A combinação de um grupo de períodos musicais, com ênfase Estado de São Paulo em 1994, cantores de sólida formação nos séculos xx e xxi e nas passou a se chamar Coro da musical com a condução de uma criações de compositores Osesp em 2001. Em 2009, o das principais regentes brasileiras brasileiros, como Almeida Prado, Coro da Osesp lançou seu faz do Coro da Orquestra Aylton Escobar, Gilberto primeiro disco, Canções do Brasil, Sinfônica do Estado de São Paulo Mendes, Francisco Mignone, que inclui obras de Osvaldo uma referência em música vocal Liduino Pitombeira, João Lacerda, Francisco Mignone, no Brasil. Nas apresentações Guilherme Ripper e Villa-Lobos. Camargo Guarnieri, Marlos junto à Osesp, em grandes obras À frente do grupo, Naomi Nobre e Villa-Lobos, entre do repertório coral-sinfônico, ou Munakata tem regido também outros compositores brasileiros. em concertos a cappella na Sala obras consagradas, que integram Em 2013, lançou gravação de São Paulo e pelo interior do o cânone da música ocidental. obras de Aylton Escobar estado, o grupo aborda diferentes Criado como Coro Sinfônico do (Selo Osesp Digital).

92 CONVERSAS QUE MUDARAM O MUNDO DELES. E AGORA VÃO MUDAR O SEU.

TODO DOMINGO NAS BANCAS COLECIONE

Coleção Folha Grandes Nomes do Pensamento. ASSINANTE FOLHA: Aristóteles, Karl Marx, Descartes, Nietzsche, Voltaire NA COMPRA DA COLEÇÃO COMPLETA, * e os maiores pensadores da humanidade. Os livros GANHE 4 LIVROS E O FRETE. trazem questionamentos, raciocínios e reflexões que Ligue (11) 3224 3090 (Grande São Paulo) ajudam a entender seu mundo. São 28 volumes, com uma importante obra na íntegra de cada autor. Colecione. ou 0800 775 8080 (outras localidades). www.folha.com.br/nomesdopensamento 939

*Preço e frete válidos para os Estados de SP, RJ, MG e PR. Para outras localidades, consulte www.folha.com.br/nomesdopensamento. Confira as datas de entrega no site. G BER E DEN D R E I AR A LI ATEA SAR O V O CCI N EIR E ÉO LI S CI TO T RA EBO KOV Y IRA D H UCI U JU J TEI TE T EX E A OVIOV HE S E R GI G I XEX C GAB CHE R ACH AND BER BE DO D NS KI IRO I R QUE Q O ENS ODO OD AL ABR C ASC I LOSLO L UR A AL A DO R VIO V UC SI R SANS O ULB AB LUC UAR S MOR M É G RT R A P AP GUE G IDR ID DIM DO LA J E OS V CARLOS JULIO CARLOS CAR ST S ARTUR XEXÉO ART C E FLAVIO GIKOVATE FLAVIO FLA RÉ R ED E LOS NAN O G LDO L NA N TRI A A C TO JOSÉ GODOY JOS J DEVA PASCOVICCI DEVA DEV D SCE NAN ND É A O VA V E FERNANDO GABEIRA FER FE DAN STULBACH DAN DA ANDRÉ SANCHES AND AN O RÉ R CARLOS ALBERTO SARDENBERG ALBERTO CARLOS CAR C ALD A JORGE LUCKI JOR OLI OL O LOSL PE ÍOL EVA EV BER B R R FERNANDO ABRUCIO FER ND RN AR A TH EL GILBERTO DIMENSTEIN GILBERTO GIL FABÍOLA CIDRAL FABÍOLA FABFA ANDRÉ TRIGUEIRO AND ARNALDO JABOR ARN AR CAROLINA MORAND CAR SIQUEIRA ETHEVALDO ETH ET E CARLOS EDUARDO EBOLI EDUARDO CARLOS CAR BEL PESCE

ParaPara osos jornalistasjornalistas dada , ttocarocar notícianotícia é ccomoomo fazerfazer uumama ssinfonia.infonia. S A R S RI R O E RA T É Ã LLA A EDY E ET OU DIN RA CHE ITÃ NG AVE NGE FOU OSÉ A REI D NN K R QU RTE E LE L ME JU J A ENN EN E CH C CAR C TCHTC PE P HRI HR UQU U UQ A K AK K RAN E M MAR TO ALL A E FEL FE CO C T N K GE O IAM IA A L RIA AB OVIOV IO AVO AT TON LEN LE L O IAN JUCA KFOURI JUC VAL R L ONA HAL R ET GIO A ER E AX MÍRIAM LEITÃO MÍR IER EAN MÍLTON JUNG MÍLTON MÍL Y A PETRIA CHAVES PET UST R MARA LUQUET MAR VIVIANE MOSÉ VIV GIO G MAX GEHRINGER MAX M CIO C MARIO MARRA MAR MA MERVAL PEREIRA MERVAL MER G O N RO R R SER SE MA M ER E Z ROSEANN KENNEDY ROS RO NED N SERGIO ABRANCHES SER SE A O MARCIO ATALLA MAR MA IO ERT ER N ER E MAURO HALFELD MAURO MAU MA M LUIZ GUSTAVO MEDINA GUSTAVO LUIZ LUIL B TER L KENNEDY ALENCAR KENNEDY KEN K AR MARIO SERGIO CORTELLA MARIO MAR ROBERTO NONATO ROBERTO ROB R WÁLTER MAIEROVITCH WÁLTER WÁL WÁ

A CBNCBN nãonão tocatoca música.música. ƒ•ƒ‡“—‹’‡†‡Ÿ ‘”ƒ•±ƒϐ‹ƒ†À••‹ƒǤƒ•ƒ‡“—‹’‡†‡Ÿ ‘”ƒ•±ƒϐ‹ƒ†À••‹ƒǤ OOss ccomentaristasomentaristas sãosão virtuosesvirtuoses dada palavrapalavra e ddaa informaçãoinformação jjornaornalística.lística.

CORO DA OSESP CORO ACADÊMICO DA OSESP

REGENTE HONORÁRIA REGENTE NAOMI MUNAKATA MARCOS THADEU TENORES SOPRANOS ANDERSON LUIZ DE SOUSA ANNA CAROLINA MOURA CARLOS EDUARDO DO NASCIMENTO ELIANE CHAGAS ANDRÉ MATOS RABELLO CLAYBER GUIMARÃES ÉRIKA MUNIZ BRUNO ARRABAL SPOSITO FERREIRA ERNANI MATHIAS ROSA FLÁVIA KELE DE SOUSA DANIELA BASTOS LAMIM OLIVEIRA FÁBIO VIANNA PERES JAMILE EVARISTO DAVID DOS SANTOS MEDRADO JABEZ LIMA JI SOOK CHANG EMILY DE OLIVEIRA ALVES JOCELYN MAROCCOLO MARINA PEREIRA FÚLVIO MAGALHÃES LIMA DE SOUZA LUIZ EDUARDO GUIMARÃES MAYNARA ARANA CUIN ISAQUE PEREIRA DE OLIVEIRA MÁRCIO SOARES BASSOUS MONITOR NATÁLIA ÁUREA IVY CRISTINA SZOT ODORICO RAMOS REGIANE MARTINEZ MONITORA LUIS FIDELIS DE OLIVEIRA JUNIOR PAULO CERQUEIRA ROXANA KOSTKA LUIZA BIONDI DE SOUZA RÚBEN ARAÚJO VIVIANA CASAGRANDI MARIA MARQUES MEDEIROS RODRIGUES DA SILVA BAIXOS / BARÍTONOS MICAEL JONATHAS COUTINHO OLIVEIRA CONTRALTOS / MEZZOS ALDO DUARTE MIQUEIAS BRAGA PEREIRA ANA GANZERT ERICK SOUZA NAE KOHATSU MATAKAS CELY KOZUKI FERNANDO COUTINHO RAMOS RODRIGO ANDRADE MAIA PRADO CLARISSA CABRAL FLAVIO BORGES TAMARA ALVARENGA CAETANO CRISTIANE MINCZUK FRANCISCO MEIRA TATIANE REIS DA SILVA FABIANA PORTAS ISRAEL MASCARENHAS THAIS AZEVEDO CAMPOS LÉA LACERDA MONITORA JOÃO VITOR LADEIRA VANESSA CRISTINA TEIXEIRA DOS SANTOS MARIA ANGÉLICA LEUTWILER LAERCIO RESENDE MARIA RAQUEL GABOARDI MOISÉS TÉSSALO MARIANA VALENÇA PAULO FAVARO MÔNICA WEBER BRONZATI SABAH TEIXEIRA MONITOR PIANISTA CORREPETIDORA PATRÍCIA NACLE CAMILA OLIVEIRA SILVANA ROMANI PREPARADOR VOCAL SOLANGE FERREIRA MARCOS THADEU VESNA BANKOVIC PIANISTA CORREPETIDOR FERNANDO TOMIMURA

GERÊNCIA CLAUDIA DOS ANJOS GERENTE SEZINANDO GABRIEL DE O. NETO INSPETOR OS NOMES ESTÃO RELACIONADOS EM ORDEM ALFABÉTICA, POR CATEGORIA. INFORMAÇÕES SUJEITAS A ALTERAÇÕES

94 Anuncio OSESP CSS 2015_SET.ai 1 11/08/15 14:41

MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM CRIE SUA SÉRIE2O15 FAÇA A OSESP DO SEU JEITO

VOCÊ AINDA PODE ADQUIRIR UMA SÉRIE PERSONALIZADA COM OS CONCERTOS DE SUA PREFERÊNCIA . GARANTA SEU JÁ O SEU LUGAR.

Veja nossa programação no site e crie sua série OSESP.ART.BR/CRIESUASERIE ou ligue 4003.1212

REALIZAÇÃO

95 CORO INFANTIL DA OSESP MARIANE ELOAR SILVA CAMARGO DAVI MARIANO FERREIRA DA SILVA MARINA CELANI GUEDES ELISABETH PRIMO RIOS REGENTE MARINA GARCIA CUSTÓDIO ENZO ROCHA MAGRI TERUO YOSHIDA MINA CHYNN KU ALBUQUERQUE ESTHER CAROLAYNE SILVA FURQUIM MONIQUE PEREIRA MOLINA FERNANDA MOREIRA DE CARVALHO ARANTES ALLICE SOUZA DINIZ MURILLO BOMFIM NASCIMENTO FERNANDA MOURA DA SILVA ANA CAROLINA DA COSTA OLIVEIRA PAULA CAETANO LEITE FLÁVIO TIMAR RODRIGUES ANA CLARA MOREIRA DA SILVA PAULA SANTANA SCHIMIT GABRIELA NASCIMENTO BARBOSA ANA LUIZA ROSA NAVES PRISCILA CARDOSO TEIXEIRA GIOVANNA MARIA SILVA CANDIDA ANDRÉ LUIZ CARDOSO AZEVEDO RAFAELLA MARTINS SILVA GRAZIELA STEFANO VYUNAS BRUNA CARVALHO CECCI REBECCA SANTOS DE SOUZA HELENA DE OLIVEIRA CONTRERA TORO CAMILA ARAÚJO FONSECA RENATA GARCIA CUSTÓDIO HELLEN CRISTINA SOUZA SABINO CAUÃ MORYA SANTOS SARA HELEN DA SILVA HENRIQUE SILVA PEDROSO CAYENNE CASTRO AGUIAR SOFIA MAGON WEBER IZABELA VIEIRA MARCIANO CLOE PERRUT DE GODOI SOFIA MARTINS RIBEIRO COELHO DE MAGALHÃES JENNIFER ANNE SANTANA DA SILVA DAVID MEYER SOFIA SPASSOVA COSTA JESSICA CÂNCIO DE OLIVEIRA ENZO TOLEDO ANDREUCCETTI SUEWELLYN ABREU VICENTINI JOSEPH CRISTO FERNANDA FERNANDES QUINTANILHA TANIA GUEDES GERMANO JULIANA CALASANS DOS SANTOS FLÁVIA MOREIRA DE CARVALHO ARANTES THAYNÁ FERNANDA SILVA BORGES LEONARDO OLIVEIRA DE LIMA FRANCISCO KRINDGES GERALDINI VITORIA COSTA DE SOUSA LYGIA POLIA SANTIAGO SAMPAIO GABRIELA KAZAKEVICIUS YOHANA ROCHA GRANATTA MARCOS NATÃ DAMASCENO FERREIRA GIOVANNA MELLO CAMARGO YSA PAULA DA COSTA OLIVEIRA MARGOT LOHN KULLOCK GUSTAVO BARRAVIERA RODRIGUES MARIA CLARA PERRUT DE GODOI HELENA CAPELOSSI PIANISTA CORREPETIDORA NAARA DOS SANTOS AMARAL INGRID SANTOS CLE CHERUN DANA RADU NATHALIA GRILLO DOMINGOS IRENE CHAPUIS FONSECA RAQUEL BEZERRA IRINA ALFONSO FREDERICO RENATO FRITZ HOEFLER IZABELA AMOROSO CAVALCANTE SAMUEL CESAR MATHEUS JULIA CORRÊA OLIVEIRA SOPHIA ALFONSO FREDERICO JULIA PIRES DE BRITTO COSTA CORO JUVENIL DA OSESP STEPHANIE DE FÁTIMA DA SILVA VIANNA JULIA RIBEIRO MONTIN REGENTE THIAGO CONSTANTINO JULLIA FISCHBORN ARDANUY PAULO CELSO MOURA VICTÓRIA ANDREZZA PRADO PEREZ LETÍCIA ARAÚJO FONSECA VICTORIA BEATRIZ SOUZA NIZA LETÍCIA SAITO KOJIMA YASMIN MARIA AMIRATO LOHANNA SOUZA SANTOS DE LIMA ALINE THAIS MORAES DURÁN LORENA BATISTA REGO ANA CAROLINA BERGAMASCHI FARIAS LUCAS SHOJI BEATRIZ DE OLIVEIRA CONTRERA TORO LUCIANA GUEDES GERMANO BIANCA CARVALHO DE ALMEIDA PIANISTA LUÍSA RIBEIRO DE OLIVEIRA GUENA BIANCA FERREIRA DE SOUZA DANA RADU LUIZ ROBERTO QUINTEROS DOS SANTOS CARINA BISPO MIRANDA LUIZA PIRES DE BRITTO COSTA CARLOS HENRIQUE BUENO DA COSTA MARIA EDUARDA LAGONEGRO BRAGANHOLO CATARINA AKEMI LOPES KAWAKANI MARIA FERNANDA DE AVILA VIANA DANIEL MARIANO FERREIRA DA SILVA

NEXT

96 FUNDAÇÃO OSESP PRESIDENTE DE HONRA FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DIRETORIA ARTÍSTICA MARKETING PRESIDENTE ARTHUR NESTROVSKI DIRETOR ARTÍSTICO CARLOS HARASAWA DIRETOR FÁBIO COLLETTI BARBOSA ISABELA PULFER ASSESSORA ASSINATURAS VICE-PRESIDENTE DANNYELLE UEDA ASSISTENTE RAFAEL SANTOS ANTONIO CARLOS QUINTELLA PLANEJAMENTO ARTÍSTICO MARIA LUIZA DA SILVA CONSELHEIROS ENEIDA MONACO COORDENADORA THAIS OLIVEIRA DE SOUSA ALBERTO GOLDMAN FLÁVIO MOREIRA LUCAS MARQUES DA SILVA* HEITOR MARTINS EVENTOS E CAPTAÇÃO PESSOA FÍSICA HELIO MATTAR MAUREN STIEVEN JOSÉ CARLOS DIAS FESTIVAL INTERNACIONAL GABRIELLE A. DE OLIVEIRA COELHO LILIA MORITZ SCHWARCZ DE INVERNO DE CAMPOS DO JORDÃO BRUNA COSTA DE OLIVEIRA* MANOEL CORRÊA DO LAGO FÁBIO ZANON COORDENADOR ARTÍSTICO-PEDAGÓGICO THAMIRIS FRANCO MEDEIROS* PAULO CEZAR ARAGÃO RELACIONAMENTO PATROCINADORES E PARCEIROS PEDRO PARENTE NATÁLIA LIMA SÁVIO ARAÚJO JURÍDICO JULIANA MARTINS VASSOLER DE BRITTO DANIELLA ALBINO BEZERRA GERENTE MATHEUS RIBEIRO* CONSELHO DE ORIENTAÇÃO VINICIUS CARLOS SANTOS PEDRO MOREIRA SALLES VINICIUS KOPTCHINSKI ALVES BARRETO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO COMUNICAÇÃO CELSO LAFER MARCELE LUCON GHELARDI GERENTE HORACIO LAFER PIVA CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO MUSICAL DESIGN JOSÉ ERMÍRIO DE MORAES NETO E EDITORA CRIADORES DO BRASIL BERNARD WILLIAM CARVALHO BATISTA ANTONIO CARLOS NEVES PINTO COORDENADOR MICHEL JORGE DE ALBUQUERQUE ABOU ASSALI* CONSELHO FISCAL HERON MARTINS SILVA IMPRENSA JÂNIO GOMES CÉSAR AUGUSTO PETENÁ ALEXANDRE AUGUSTO ROXO FELIX MANOEL BIZARRIA GUILHERME NETO FELIPE FERNANDES SILVA FERNANDO FREITAS* MIGUEL SAMPOL POU GUILHERME DA SILVA TRIGINELLI MÍDIAS DIGITAIS LEONARDO DA SILVA ANDRADE FABIANA GHANTOUS CONSELHO CONSULTIVO RAFAEL RIBEIRO DA CUNHA NATÁLIA KIKUCHI ANTONIO CARLOS CARVALHO DE CAMPOS DANIELE FIERI SILVA LAURA BING* ANTONIO CARLOS VALENTE DA SILVA THIAGO RIBEIRO FRANCISCO* PUBLICIDADE / PUBLICAÇÕES E IMPRESSOS ANTONIO PRATA MARINA TARATETA FRANCO DE OLIVEIRA ANA PAULA SILVA MONTEIRO AUGUSTO LUIS RODRIGUES SEVERINA MARIA TEIXEIRA GIOVANNA CAMPELO DENISE FRAGA DRAUZIO VARELLA EDUARDO GIANNETTI ATIVIDADES EDUCACIONAIS CONTROLADORIA EDUARDO PIRAGIBE GRAEFF ROGÉRIO ZAGHI COORDENADOR CRISTINA M. P. DE MATOS CONTROLLER EUGÊNIO BUCCI ACADEMIA ALLINE FORMIGONI ROSSI FÁBIO MAGALHÃES CAMILA ALESSANDRA RODRIGUES DA SILVA JERONYMO R. ROMÃO FRANCISCO VIDAL LUNA DANA MIHAELA RADU PIANISTA CORREPETIDORA RAFAEL HENRIQUE DE SOUZA ALEIXO GUSTAVO ROXO FONSECA EDUCAÇÃO MUSICAL HELOISA FISCHER HELENA CRISTINA HOFFMANN JAC LEIRNER DANIELA DE CAMARGO SILVA CONTABILIDADE JAYME GARFINKEL SIMONE BELOTTI IMACULADA C. S. OLIVEIRA GERENTE JOÃO GUILHERME RIPPER NAGELA GARDENE SILVA NOGUEIRA LEONARDO QUEIROZ JOSÉ HENRIQUE REIS LOBO CORO INFANTIL VALÉRIA DE ALMEIDA CASSEMIRO JOSÉ PASTORE TERUO YOSHIDA REGENTE LUIS FILIPE RIBEIRO* JOSÉ ROBERTO WHITAKER PENTEADO CORO JUNENIL LORENZO MAMMÌ PAULO CELSO MOURA REGENTE LUIZ SCHWARCZ BRENA FERREIRA BUENO FINANCEIRO MONICA WALDVOGEL CORO ACADÊMICO FABIANO CASSANELLI DA SILVA GERENTE NELSON RUSSO FERREIRA MARCOS THADEU REGENTE VERA LUCIA DOS SANTOS SOUZA PERSIO ARIDA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL AILTON GABRIEL DE LIMA JR PHILLIP YANG RENATA LIPIA LIMA JANDUI APRIGIO MEDEIROS FILHO RAUL CUTAIT THAIS DUQUE RIBEIRO* THAYNARA DA SILVA* RICARDO LEAL VICTOR LEITE DE OLIVEIRA* RICARDO OHTAKE SÉRGIO ADORNO SÉRGIO GUSMÃO SUCHODOLSKI STEFANO BRIDELLI TATYANA FREITAS THILO MANNHARDT VITOR HALLACK WILLIAM VEALE ZÉLIA DUNCAN

DIRETORIA EXECUTIVA MARCELO LOPES DIRETOR EXECUTIVO FAUSTO A. MARCUCCI ARRUDA SUPERINTENDENTE ASSISTENTES JULIANA DIAS FRANÇA CAROLINA BORGES FERREIRA

(*) ESTAGIÁRIOS (**) APRENDIZES (****) TEMPORÁRIO

97 DIVISÃO ADMINISTRATIVA DIVISÃO OPERACIONAL DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES GERENTE GIACOMO CHIARELLA GERENTE ANALIA VERÔNICA BELLI GERENTE MÔNICA CÁSSIA FERREIRA CAROLINA BENKO SGAI DEPARTAMENTO PRODUÇÃO — OSESP REGIANE SAMPAIO BEZERRA SANDRA APARECIDA DIAS ALESSANDRA CIMINO FABIANE DE OLIVEIRA ARAUJO STHEPHANI SANTIAGO AMERICO ANA NELY BARBOSA DE LEMOS GUILHERME VIEIRA RAFAEL LOURENCO PATRICIO LUCAS GOMES MARINHO MARTINS VINICIUS GOY DE ARO KAIKE APARECIDO MENDES COUTO** RODRIGO MALUF RAMOS DA SILVA LARISSA BALEEIRO DA SILVA RECEPÇÃO FELIPE UBALDO MILANI CRISTIANO GESUALDO CONTROLADOR DE ACESSO ALEX DE ALMEIDA ALQUIMIM DEPARTAMENTO TÉCNICO ADAILSON DE ANDRADE EUNICE DE FALCO ASSIS KARINA FONTANA DEL PAPA GERENTE CATIANE ARAUJO DE MELO ERIK KLAUS LIMA GOMIDES INDICADORES MICHELLY CAVALCANTE DE MOURA ANGELA DA SILVA SARDINHA MARIANA DE ALMEIDA NEVES SERVIÇO DE COPA CARLOS EDUARDO SOARES DA SILVA MARIA JOCELMA A. R. NISHIUCHI NATHALIA DE OLIVEIRA PEREIRA**** ELIEZIO FERREIRA DE ARAUJO ANDERSON BENI ROSILENE DE JESUS SOARES BIANCA PEREIRA DOS SANTOS DANIELA DOS SANTOS DA CONCEIÇÃO SERVIÇOS TERCEIRIZADOS ILUMINAÇÃO FABRÍCIO DE FREITAS SILVA MARIA TERESA ORTONA FERREIRA EDIVALDO JOSÉ DA SILVA ALUANE LOPES RODRIGUES* MANUTENÇÃO E OBRAS GABRIEL BARONE RAMOS ANDRESSA DA CONCEIÇÃO SANTOS* MURILO SOBRAL COELHO * SOM BRENDA DOMINGUES SCHNEIDER JOSÉ AUGUSTO SÃO PEDRO RODRIGO BATISTA FERREIRA BRUNO MAURÍCIO DE OLIVEIRA SILVA* MARCIEL BATISTA SANTOS FERNANDO DIONISIO VIEIRA DA SILVA CAMILA MOURA GONZAGA DOS SANTOS* OSVALDO DE SOUZA BRITTO ANDRE VITOR DE ANDRADE CASSIO MOISES DA SILVA* ZENIVALDO DE JESUS RENATO FARIA FIRMINO ELINE SOUZA DO CARMO* FELIPE DE CASTRO LEITE LAPA * MONTAGEM GIOVANNI PEREIRA DOS SANTOS GUILHERME FERNANDES DA SILVA* DENILSON CARDOSO ARAUJO GUILHERME CUNHA MULLER LUIS HENRIQUE SANTOS DE SOUZA* EDGAR PAULO DA CONCEIÇÃO HELOISE TIEME SILVA* RECURSOS HUMANOS EDIVALDO JOSE DA SILVA JAIR DE ARAUJO SILVA* LEONARDO DUTRA DI PIAZZA GERENTE EMERSON DE SOUZA JESSICA NAYANNE DOS SANTOS* MARLENE APARECIDA DE ALMEIDA SIMÃO GERSON DA SILVA JULIANA LIMA VASQUES* THAMIRIS LANE DA SILVA HUMBERTO ALVES CAROLINO KLARYSSA KEISE FRANCISCO* CAMILA SANTANA DE ARAUJO JOSÉ CARLOS FERREIRA LAILA FERNANDA SANTOS AMARAL* INFORMÁTICA JÚLIO CESAR BARRETO DE SOUZA LARISSA ARAUJO DOS SANTOS* MARCELO LEONARDO DE BARROS NIZINHO DEIVID ZOPELARO MARINA GONÇALVES SILVA* GEOVANNI SILVA FERREIRA RODRIGO STEVANIN NATHALIA DE BARROS SOUZA* GUSTAVO TADEU CANOA MORGADO PEDRO BUSTAMANTE G. VELLOSO BRANDÃO* LUIZ HENRIQUE JOSE DA SILVA* REGINALDO DOS SANTOS DE ALMEIDA* GUILHERME PEREIRA DE FREITAS** BEATRIZ DE OLIVEIRA** COMPRAS E SUPRIMENTOS CATARINE CRUZ BRITO** DEISE PEREIRA PINTO DAVI SILVA SANCHES** JEFERSON ROCHA DE LIMA MARIA DE FÁTIMA RIBEIRO DE SOUSA ROSELI FERNANDES ALMOXARIFADO WILSON RODRIGUES DE BARROS ARQUIVO EDUARDO DE CARVALHO (*) ESTAGIÁRIOS ISABEL DE CÁSSIA CREMA GONÇALVES (**) APRENDIZES SAYONARA SOUZA DOS SANTOS (****) TEMPORÁRIO GABRIEL JUSTINO DE SOUZA*

AFINE SEUS SENTIDOS. TIVOLI SÃO PAULO - MOFARREJ Tivoli São Paulo - Mofarrej: Hotel Oficial da Temporada OSESP 2015 ALAMEDA SANTOS, 1437 | CERQUEIRA CÉSAR SÃO PAULO | SP | BRASIL F: 55 11 3146 5900 98 E: [email protected] PRAIA DO FORTE | SÃO PAULO | LISBOA | ALGARVE | COIMBRA | SINTRA www.tivolihotels.com Sinal Verde

A Localiza apoia a OSESP e para a CULTURA diversos outros projetos culturais e para você se emocionar com a com o Programa Sinal Verde para a Cultura. Uma iniciativa que já Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. viabilizou milhares de eventos, levando entretenimento e arte a todos os cantos do país. É a Localiza abrindo portas para a cultura e dando sinal verde para você se divertir.

Reservas 24h: 0800 979 2000 www.localiza.com

99 Revista OSESP PSO.ai 1 08/07/15 14:30

MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

APOIE SUA ORQUESTRA Há boas razões para ser um Associado Osesp

Concertos didátiicos para m 97 mil crianças e jovens e 1124 vagass ao ano para profess tiplicadores da apreciação musical; Aperfeiçoamento de jovens músicos de elevado potencial para ingresso1 no mercado profissional Visitas educativas à Sala São Paulo para mais de 100 mil pessoas.

A partir de R$ 400 de contribuição anuall, você para participar de atividades exclusivas na Osesp, en s. ASSOCIADOS OSESP TÊM ENTRADA FRANCA 2 NO MAM, MIS E PINACOTECA zir100% de sua contribuição até o limite de 6% do PROGRAMA SUA ORQUESTRA a devido. No site da Osesp você pop de simular vallores www.osesp.art.br/suaorquestra a melhor usufruir desse incentivo fiscal. [email protected] 11 3367 9580 3 /osesp /osesp /videososesp /osesp

100 PROGRAMA SUA ORQUESTRA MARIA ALEXANDRA KOWALSKI MOTTA JOSE ROBERTO DE ALMEIDA MELLO MARIA ELISA FUDABA CURCIO PEREIRA JOSÉ RUBENS PIRANI MARIA LUIZA PIGINI SANTIAGO PEREIRA LEONARDO ARRUDA DO AMARAL ANDRADE AGRADECEMOS A TODOS QUE MARINA DE ALMEIDA AOKI LILIA BLIMA SCHRAIBER CONTRIBUEM COM O NOSSO PROGRAMA MAURICIO GOMES ZAMBONI LUCI BANKS LEITE DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA OS MÉRCIA LUCIA DE MELO NEVES CHADE LUIS ROBERTO SILVESTRINI PROGRAMAS EDUCACIONAIS DA OSESP MIGUEL PARENTE DIAS LUIZ CESÁRIO DE OLIVEIRA NELI APARECIDA DE FARIA LUIZ DIEDERICHSEN VILLARES PATRONO / ACIMA DE R$15.001,00 NELSON MERCHED DAHER FILHO MARCELO JUNQUEIRA ANGULO ALVARO FURTADO NELSON PEREIRA DOS REIS MARCO TULLIO BOTTINO ANDRE RODRIGUES CANO ORLANDO CESAR DE OLIVEIRA BARRETTO MARCOS PAULO DE JESUS ANTONIO QUINTELLA OSNI APARECIDO SANCHEZ MARCOS VINICIUS ALBERTINI FABIO COLLETTI BARBOSA OSWALDO HENRIQUE SILVEIRA MARCUS TOMAZ DE AQUINO HEITOR MARTINS PAULO APARECIDO DOS SANTOS MARIA CECILIA SENISE MARTINELLI PAULO BILEZIKJIAN PAULO ROBERTO PORTO CASTRO MARIA HELENA LEONEL GANDOLFO 1 ANÔNIMO PEDRO HERZ MARIA JOSEFA SUÁREZ CRUZ PETER GREINER MARINA PEREIRA BITTAR PRESTO / DE R$8.001,00 A R$15.000,00 PLINIO TADEU CRISTOFOLETTI JUNIOR MIGUEL LOTITO NETTO ANDRÉ CAMINADA PROVVIDENZA BERTONCINI MIGUEL SAMPOL POU ANDREW THOMAS CAMPBELL RAPHAEL PEREIRA CRIZANTHO MIRIAM DE SOUZA KELLER HELIO MATTAR RAQUEL SZTERLING NELKEN NATANIEL PICADO ALVARES J. ROBERTO WHITAKER PENTEADO REGINA LÚCIA ELIA GOMES NELSON DE OLIVEIRA BRANCO JOSÉ CARLOS DIAS RICARDO PAULINO MARQUES PASCHOAL PAULO BARRETTA LILIA MORITZ SCHWARCZ RITA DE CASSIA BARRADAS BARATA PATRICK CHRISTIAN POLAK MARCELO KAYATH RODRIGO HUNG SOO PICANCO CHOI PAULO EMÍLIO PINTO MAURICIO CASTANHO TANCREDI RODRIGO RIBEIRO NOVAES PEDRO SPYRIDION YANNOULIS SAMI TEBECHRANI RAFAEL GOLOMBEK VIVACE CON BRIO / DE R$4.001,00 A R$8.000,00 SANTO BOCCALINI JUNIOR RENATO YOSHIO MURATA ADRIANO ZAN SARAH VALENTE BATTISTELLA RENÉ HENRIQUE GÖTZ LICHT ALBERTO CAZAUX SATOSHI YOKOTA ROBERT A. WALL ALBERTO DOMINGOS FILHO SERGIO PAULO RIGONATTI ROBERTO LOPES DONKE ALFONSO HUMBERTO CELIA SILVA SERGIO RACHMAN ROSA RANGEL ALFREDO JOSÉ MANSUR SIDNEI FORTUNA SALVATOR LICCO HAIM ALMIR FERREIRA DE SOUSA SILVIO CHEBABI TEIXEIRA DE VASCONCELOS SELMA MARIA SCHINCARIOLI ANA BEATRIZ LORCH ROTH STEFANO BRIDELLI SERGIO OMAR SILVEIRA ANA DE OURO PRETO CORRÊA DO LAGO STEPHAN WOLYNEC SILVIA CINTRA FRANCO ANITA LEONI SUELI DA SILVA MOREIRA TARCÍSIO SARAIVA RABELO JR. ANTONIO AILTON CASEIRO SUZETE GARCIA DE MOURA WALTER JACOB CURI ANTONIO DE JESUS MENDES TOMASZ KOWALTOWSKI WANDER AZEVEDO ANTONIO ROBERTO LUMINATI VALDIR RODRIGUES DE SOUZA WILTON QUEIROZ DE ARAUJO ARNALDO MALHEIROS VANIA CURI YAZBEK 13 ANÔNIMOS AYR RIBEIRO DE CARVALHO JUNIOR VERA DA CONCEIÇÃO FERNANDES HACHICH CARLOS ALBERTO WANDERLEY JUNIOR VERA LUCIA PERES PESSÔA ALLEGRO / DE R$1.001,00 A R$2.000,00 CARLOS EDUARDO A. M. DE ANDRADE VITÓRIO LUIS KEMP ADEMAR PEREIRA GOMES CARLOS EDUARDO MORI PEYSER WALDEMAR COELHO HACHICH ADHEMAR MARTINHO DOS SANTOS CARLOS MACRUZ FILHO WASHINGTON KATO ADRIANA RAVANELLI RIBEIRO GILLIOTTI CARLOS ROBERTO APPOLONI YOJI OGAWA ALBINO DE BORTOLI CARMEM LUIZA GONZALEZ DA FONSECA ZILMA SOUZA CAVADAS ALCEU LANDI CHISLEINE FÁTIMA DE ABREU ZOROASTRO CERVINI ANDRADE ALEXANDRE JOSE MARKO CLÁUDIO CÂMARA 21 ANÔNIMOS ALEXANDRE SHINOBE DEBORAH NEALE ALZIRA MARIA ASSUMPÇÃO DORIS CATHARINE CORNELIE KNATZ KOWALTOWSKI VIVACE / DE R$2.001,00 A R$4.000,00 ANDRÉ LUIZ DE MEDEIROS M. DE BARROS EDILSON DE MORAES REGO FILHO ABNER OLIVA ANDRE XAVIER FORSTER EDUARDO WENSE DIAS ALAIN CLEMENT LESSER LEVY ANTONIO CAPOZZI ELIANA AYAKO HIRATA ANTUNES DE OLIVEIRA ALESSANDRA MIRAMONTES LIMA ANTONIO CLARET MACIEL SANTOS ELISEU MARTINS ALEXANDRE LEAO FERREIRA ANTONIO DIMAS ELZA MARIA ROCHA PADUA ALIDA MARIA FLEURY BELLANDI ARTUR HENRIQUE DE TOLEDO DAMASCENO EMILIO EUGÊNIO AULER NETO ANTONIO MARCOS VIEIRA SANTOS BARBARA HELENA KLEINHAPPEL MATEUS ERWIN NOGUEIRA DE ANDRADE ANTONIO SALATINO CARLO CELSO LENCIONI ZANETTI EURICO RIBEIRO DE MENDONÇA CARLOS ALBERTO MATTOSO CISCATO CÁSSIO BICUDO DREYFUSS FERNANDO BAUMEIER CARLOS EDUARDO CIANFLONE CÉLIA MARISA PRENDES FERNANDO MATTOSO LEMOS CARMEN SILVIA DE MELO CÉLIO CORRÊA DE ALMEIDA FILHO GUILHERME CAOBIANCO MARQUES CIBELE RIVA RUMEL CHUNG RAN HAN GUSTAVO ANDRADE CLODOALDO APARECIDO ANNIBAL CLARICE BERCHT HEDYWALDO HANNA DANIEL DA SILVA ROSA CRISTIANE VIEIRA DOS SANTOS BARROS HELGA VERENA LEONI MAFFEI DEBORA ARNS WANG DANIEL BLEECKER PARKE HORACIO LAFER PIVA DIANA VIDAL DANUSA STUDART LUSTOSA CABRAL ILMA TERESINHA ARNS WANG DIDIO KOZLOWSKI DAUMER MARTINS DE ALMEIDA ISRAEL VAINBOIM EDITH RANZINI DÉCIO PEREIRA COUTINHO IVAN CUNHA NASCIMENTO EDNA DE LURDES SISCARI CAMPOS DIONE MARIA PAZZETTO ARES JAIME PINSKY ELAYNE RODRIGUES DE MATOS EDSON DEZAN JAIRO OKRET ELIANA R. M. ZLOCHEVSKY EDUARDO ALGRANTI JAYME VOLICH ERICK FIGUEIREDO RODRIGUES EDUARDO VILLAÇA PINTO JOÃO CAETANO ALVARES ERIKA ROBERTA DA SILVA ELIEZER SCHUINDT DA SILVA JOONG HYUN SHIN ETSUKO IKEDA DE CARVALHO ELISABETH BRAIT JOSÉ CARLOS BAPTISTA DO NASCIMENTO FÁTIMA PORTELLA RIBAS MARTINS ELLEN SIMONE DE AQUINO OLIVEIRA PAIVA JOSÉ CARLOS ROSSINI IGLÉZIAS FLAVIA HELENA PIUMA SILVEIRA ELOISA THOMÉ MILANI JOSÉ ROBERTO BENETI FRANCISCO SCIAROTTA NETO ELVIS HENRIQUE SANTOS ANDRADE JUDITH MIREILLE BEHAR FREDERICO MACIEL MOREIRA EMA ELIANA TARICCO DE FIORI JULIO CESAR DA COSTA GASTÃO JOSE GOULART DE AZEVEDO FÁBIO BATISTA BLESSA LAURA PALADINO DE LIMA GERALDO GOMES SERRA FELICIANO LUMINI LAYDE HILDA MACHADO SIQUEIRA GONZALO VECINA NETO FERNANDA DE MIRANDA MARTINHO LEA FALLEIROS MENDES HAMILTON BOKALEFF DE OLIVEIRA JUNIOR FERNANDO CÉSAR NARDUZZO LEONARDO KENJI RIBEIRO KITAJIMA HELDER OLIVEIRA DE CASTRO FERNANDO JOSÉ DE NOBREGA LIVIO DE VIVO HELIO ELKIS FERNANDO MOREIRA DE ANDRADE LUIS EDMUNDO PINTO DA FONSECA JEANETTE AZAR FILIPPE VASCONCELLOS DE FREITAS GUIMARÃES LUÍS MARCELLO GALLO JOSE ANTONIO MEDINA MALHADO FRANCISCO SEGNINI JR LUIZ ABLAS JOSÉ CARLOS GONSALES FRIEDRICH THEODOR SIMON LUIZ DO NASCIMENTO PEREIRA JUNIOR JOSE CERCHI FUSARI GIOCONDA DA CONCEIÇÃO SILVA LUIZ FRANCO BRANDÃO JOSE DE PAULA MONTEIRO NETO GIZELDA MARIA BASSI SIQUEIRA LUIZ GONZAGA MARINHO BRANDÃO JOSÉ ESTRELLA GLORIA MARIA DE ALMEIDA SOUZA TEDRUS MARCEL PONS JOSE GUILHERME VARTANIAN HELIO JULIO MARCHI MARCIO AUGUSTO CEVA JOSÉ LUIZ DE ARAUJO CANOSA MIGUEZ HERMAN BRIAN ELIAS MOURA MARCIO MARCH GARCIA JOSÉ LUIZ GOUVEIA RODRIGUES IDEVAL BERNARDO DE OLIVEIRA MARCOS GOMES AMORIM JOSE MARIA CARDOSO DE ASSIS ILAN AVRICHIR

101 IRENE ABRAMOVICH YVAN LEONARDO BARBOSA LIMA MARCELO ANCONA LOPEZ IRENE DE ARAUJO MACHADO ZOÉ MARSIGLIO MARCELO HIDEKI TERASHIMA ISIS CRISTINA BARCHI 39 ANÔNIMOS MARCELO PENTEADO COELHO ITIRO SHIRAKAWA MARCELO SOARES RODRIGUES IVONE SOUZA CASTELLAR ALLEGRETTO / DE R$400,00 A R$1.000,00 MARCIA DENISE FRANCISCO SCHNEIDER IVONETE MARTINEZ ABRAHÃO SALITURE NETO MARCIA MIYUKI UCHIMA JOÃO CLÁUDIO LOUREIRO ALESSANDRO CONTESSA MÁRCIA REGINA PADILHA JOÃO LAZARO DA SILVA ALEXANDRE CONTI MARRA MARCIO BACCAN JOAQUIM VIEIRA DE CAMPOS NETO ALEXANDRE SILVESTRE MARCIO CORREA E CASTRO PEÇANHA JOSE ADAUTO RIBEIRO ANA CAROLINA ALBERO BELISÁRIO MARIA APARECIDA DA SILVA JOSE BILEZIKJIAN ANATOLY TYMOSZCZENKO MARIA CHRISTINA CARVALHAL JOSE HERNANI ARRYM FILHO ANDREE SOLAL RIBEIRO MARIA HERMÍNIA TAVARES DE ALMEIDA JOSÉ NELSON FREITAS FARIAS ANNA LAURA OLIVA MARIA LUCIA MARTORANO DE ROSA JOSÉ ROBERTO FORNAZZA ANTONIO CARLOS MANFREDINI MARIA LUCIA TOKUE ITO JOSÉ SUDÁ PIRES ANTONIO CARLOS REBELLO DA SILVA MARIA THEREZA LEITE DE BARROS JUNDI JULIO MILKO AVA NICOLE DRANOFF BORGER MARIA VIRGINIA GRAZIOLA JUNIA BORGES BOTELHO BELA FELDMAN MARINA PEREIRA ROJAS BOCCALANDRO KARL HEINZ KIENITZ CARLOS ALBERTO PINTO DE QUEIROZ MÁRIO NELSON LEMES LAURO SOTTO CARLOS EDUARDO MANSUELLI FORNERETO MASATAKE HASEYAMA LÉA ELISA SILINGOWSCHI CALIL CARLOS EDUARDO SEO MAYSA CERQUEIRA MARIN AUDI LEONARDO STELZER ROSSI CARLOS INÁCIO DE PAULA MEIRE CRISTINA SAYURI MORISHIGUE LIRIA KAORI INOUE CARMEN GOMES TEIXEIRA MICHELE SOPHIA LOEB CHAZAN LUCIANO GONZALES RAMOS CELIA TERUMI SANDA MONICA MARIA GOMES FERREIRA LUIZ CARLOS DE CASTRO VASCONCELLOS CELINEA VIEIRA PONS MÔNICA MAZZINI PERROTTA LUIZ FERNANDO SOARES BRANDÃO CESARE TUBERTINI NANCY ZAMBELLI MARCIO DE SOUZA MACHADO CID BANKS LOUREIRO NAPOLEON GOH MIZUSAWA MARCUS VINICIUS LOBREGAT CIRILO LEMES DE CASTRO NICK DAGAN MARIA CECILIA ROSSI CLAUDIA SERRANO DE AZEVEDO OLAVO AZEVEDO GODOY CASTANHO MARIA ELISA DIAS DE ANDRADE FURTADO CLAUDIONOR SPINELLI OZIRIS DE ALMEIDA COSTA MARIA EMÍLIA PACHECO CLOVIS LEGNARE PASCHOAL MILANI NETTO MARIA EVANGELINA RAMOS DA SILVA CRISTINA MARIA MIRA PATRÍCIA LUCIANE DE CARVALHO MARIA INEZ CEZAR DE ANDRADE DAN ANDREI PAULO SERGIO JOÃO MARIA KADUNC DANIEL DE ALMEIDA OKINO PERCIVAL HONÓRIO DE OLIVEIRA MARIA LUIZA MARCILIO DANIELA DA SILVA GOMES REBECA LÉA BERGER MARIA OLGA SOARES DA CUNHA DÁRCIO KITAKAWA REGINA VALÉRIA DOS SANTOS MAILART MARIA SONIA DA SILVA DEBORÁ ESPASIANI RICARDO BONANTE SCHIESARO MARIA TERESA ROLIM ROSA DEMILSON BELLEZI GUILHEM RICARDO SAMPAIO DE ARAUJO MARILDA SACRAMENTO CAVALLO DOUGLAS CASTRO DOS REIS RICARDO VACARO MARINA JAROUCHE AUN DULCIDIVA PACCAGNELLA RICARDO VASCONCELOS BOTELHO MARJORIE DE OLIVEIRA ZANCHETTA EDITH LUCIA MIKLOS VOGEL ROBERT DE MORAES JARDIM AWERIANOW MAURICIO YASUDA EDMUNDO LUCIO GIORDANO ROBERTO LASMAN MAURO FISBERG EDUARDO GERMANO DA SILVA ROBERTO LUIS AVIGNI MAURO NEMIROVSKY DE SIQUEIRA EDUARDO MUFAREJ ROGÉRIO MAÇAN DE OLIVERA MESSIAS MACIEL DO PRADO EDUARDO PIZA PEREIRA GOMES ROSANA TAVARES MICHAEL HARADOM EDVALDO DE SOUZA SANTOS ROSELY VICCIOLI LOURENCO MOZART ANTONIO DE CAMPOS EFRAIN CRISTIAN ZUNIGA SAAVEDRA SELMA S. CERNEA NADIR DA GLORIA HAGUIARA CERVELLINI ELENICE SALLES KRAEMER SOLANGE RIGONATTI NELSON ANDRADE ELIAS AUDI JÚNIOR SUELI YOKOMIZO NELSON DE ALMEIDA GONÇALVES ELIZABETH DE NORONHA ANDRADE SUSANA AMALIA HUGHES SUPERVIELLE NELSON VIEIRA BARREIRA ELY CAETANO XAVIER JUNIOR TEREZINHA APARECIDA SÁVIO NEUSA MARIA DE SOUZA EMILY JANAINA GUSHIKEN OLIVEIRA VALÉRIA DOS SANTOS GABRIEL NILTON DIVINO D'ADDIO ERIKA DANTAS KACHY VANESSA TEL OSCAR WINDMÜLLER ESMERIA ROVAI VERA PAPINI DE SOUZA MOREIRA RIBEIRO DA COSTA OTAVIO DE SOUZA RAMOS EVANDRO BUCCINI WALDEMAR TARDELLI FILHO OTÁVIO ROBERTI MACEDO FAUSTO MORABITO WALLACE CHAMON ALVES DE SIQUEIRA PATRÍCIA GAMA FERNANDO ANTONIO FOLLADOR WILMA PARTITI FERREIRA PATRICIA RADINO ROUSE FERNANDO ANTONIO RIVETTI SUELOTTO ZELITA CALDEIRA FERREIRA GUEDES PAULO MENEZES FIGUEIREDO FERNANDO HERBELLA 43 ANÔNIMOS PAULO ROBERTO SABALAUSKAS FERNANDO LUIS LEITE CARREIRO PEDRO MORALES NETO FLAVIA PRADA PEDRO RIBEIRO AZEVEDO FLÁVIO EDUARDO PAHL ATUALIZADO EM 17/08/2015 PEDRO SÉRGIO SASSIOTO FLÁVIO SENERINE BERTAGGIA RAFAEL D´ANDREA GILBERTO LABONIA REGINA HELENA DA SILVA GINA MARIA MANFREDINI OLIVEIRA REINALDO MORANO FILHO HÉLIO JORGE GONÇALVES DE CARVALHO RENATA KUTSCHAT HENRY ARIMA RENATA SIMON HILDA MARIA FRANCISCA DE PAULA RENATO ATILIO JORGE ILMA ADELINA CAUDURO PONTE RICARDO GASPAR MULLER ILVIA MARIA BERTI CONTESSA ROBERTO MORETTI BUENO IRAPUA TEIXEIRA RODRIGO ELIAS MOREIRA ÍRIS GARDINO ROGÉRIO VALADARES BRANDÃO JANOS BELA KOVESI ROLAND KOBERLE JEAN FERNANDO PINHEIRO MIRANDA ROSELI RITA MARINHEIRO JEFFERSON LIMA MATIAS OLIVEIRA RUY BIANCHI SARTORETTO JOÃO PEDRO RODRIGUES SANDRA SOUZA PINTO JOHN WHITTLESEA SELMA ANTONIO JOSE ANTONIO DE ANDRADE SÍLVIA REGINA FRANCESCHINI JOSÉ FRANCISCO KERR SARAIVA SILVIO ALEIXO JOSÉ LUIZ CARUSO RONCA SILVIO ANTONIO DA SILVA JOSE LUIZ DOS SANTOS SILVIO LUIZ PARTITI FERREIRA JOSE QUINTO JR. SONIA MARGARIDA CSORDAS JÚLIO CÉSAR FERREIRA DA SILVA SONIA MARIA LEITE KARLA REGINA SILVA SONIA MARIA SCHINCARIOLI KOICHI MIZUTA SONIA PONZIO DE REZENDE LAFAYETTE DE MORAES THEREZINHA PRADO DE ANDRADE GOMES LARRY G. LUDWIG THOMAZ WOOD JUNIOR LEILA TERESINHA SIMÕES RENSI URBANO ALENCAR MACHADO LEONARDO TEIXEIRA VALÉRIA GADIOLI LILIAN ROCHA DE ABREU SODRÉ CARVALHO VICENTE PAIVA CORREIA LIMA LUCAS DE LIMA NETO VILMA PEREIRA RIVERO VELLA LÚCIA MACHADO MONTEIRO VIVIANA SAPHIR DE PICCIOTTO LUIS MARCIO BARBOSA WALTER RIBEIRO TERRA LUIZ CARLOS C. MONTEIRO DE BARROS WILIAM BASSITT LUIZ EDUARDO CIRNE CORREA WILMAR DIAS DA SILVA LYDIA SUEKO YOKOYAMA KITAKAWA

102 INFORMAÇÕES ÚTEIS

PRECISO ME PREPARAR QUANDO APLAUDIR? COMO DEVO ESTAR VESTIDO? PARA OS CONCERTOS? É tradição na música clássica É fundamental que você se sinta Não é necessário conhecimento aplaudir apenas no final confortável em sua vinda à Sala prévio para assistir e apreciar das obras. Preste atenção, pois São Paulo. Entretanto, assim como a música apresentada pela Osesp. muitas peças têm vários movimentos, não usamos roupas sociais na praia, Entretanto, conhecer a história com pausas entre eles. Se preferir, é costume evitar bermudas ou dos compositores e as circunstâncias aguarde e observe o que faz a maioria. chinelos numa sala de concertos. das composições traz novos elementos à escuta. Com início CHEGANDO ATRASADO E NA HORA DA TOSSE? uma hora antes dos concertos da No início do concerto ou após o Não queremos que você se sinta série sinfônica, aulas de cerca intervalo, as portas da sala de desconfortável durante as de 45 minutos de duração concerto serão fechadas logo apresentações. Como prevenção, abordam aspectos diversos depois do terceiro sinal. Se lhe colocamos à disposição balas (já das obras do programa a ser for permitido entrar entre duas sem papel), que podem ser apresentado pela Osesp na obras, siga as instruções de nossos encontradas nas mesas do hall mesma data. Para participar, indicadores e ocupe rápida e da Sala. Lembre-se que um lenço basta apresentar o ingresso avulso silenciosamente o primeiro lugar pode ser muito útil para abafar ou de assinatura para o respectivo vago que encontrar. Precisando a tosse. concerto. Nas Revistas você sair, faça-o discretamente, também encontra comentários ciente de que não será CRIANÇAS de musicólogos e especialistas possível retornar. As crianças são sempre bem- em linguagem acessível. -vindas aos concertos, e trazê-las IMPORTANTE é a melhor forma de aproximá-las SOMENTE MÚSICA Pensando em seu conforto, além de um repertório pouco tocado Diferentemente de outros gêneros da implantação das três saídas para nas rádios e raramente explorado musicais, a música de concerto facilitar o fluxo de veículos após pelas escolas. Aos sete anos, valoriza detalhes e sons muito os concertos, outra melhoria foi as crianças já apresentam uma suaves; assim, o silêncio por parte aplicada ao nosso estacionamento: capacidade de concentração da plateia é muito importante. agora você retira o comprovante mais desenvolvida, por isso Telefones celulares e outros (ticket) na entrada e efetua recomendamos trazê-las a partir aparelhos eletrônicos devem o pagamento em um dos caixas, dessa idade. Aconselhamos a permanecer desligados, ou em localizados no 1o subsolo (ao lado da escolha de programas específicos modo silencioso, durante os bilheteria) e no hall principal da Sala e que não ultrapassem os 60 concertos. Além do som, São Paulo. A forma de pagamento minutos de duração. também a luz desses aparelhos também melhorou; além de cartão pode incomodar. de crédito e débito, você pode SALA SÃO PAULO utilizar o sistema Sem Parar/Via Fácil. Alvará de Funcionamento FUMAR, COMER E BEBER Lembre-se: o ticket pode ser pago nº2015/17606-00, válido até Fumar em ambientes fechados a qualquer hora, desde sua entrada 24/07/2016. é proibido por lei; lembre-se até o final da apresentação. Antecipe- Certificado de Acessibilidade também de que não é permitido se. Não espere o final do concerto: nº2014/17296-00. comer ou beber no interior da pague assim que entrar ou durante Auto de Vistoria nº 172322 sala de concertos. o intervalo. Dessa forma, você evita válido até 13/03/2017. filas, otimiza seu tempo e aproveita até o último acorde.

103 REVISTA OSESP AGOSTO 2015

O CONTEÚDO DAS NOTAS DE PROGRAMA É DE RESPONSABILIDADE DE SEUS RESPECTIVOS AUTORES

ISSN 2238-0299

EDIÇÃO FINALIZADA EM 20 DE AGOSTO DE 2015

EDITOR RICARDO TEPERMAN

COORDENAÇÃO EDITORAL ANA PAULA MONTEIRO

PREPARAÇÃO DE TEXTO FLÁVIO CINTRA DO AMARAL

REVISÃO LUIZ FUKUSHIRO

PROJETO GRÁFICO FUNDAÇÃO OSESP

DIAGRAMAÇÃO BERNARD WILLIAN CARVALHO BATISTA

CRÉDITOS O PRÓXIMO CONCERTO DE SCHOENBERG EM VIENA © GETTY IMAGES AUTORRETRATO SCHOENBERG © BELMONT MUSIC PUBLISHERS/AUTVIS, BRASIL, 2015 SCHOENBERG © ARNOLD SCHOENBERG CENTER - WIEN PRAÇA PRINCESA IZABEL © ARTHUR NESTROVSKI ANTONIO RIBEIRO © FERNANDO BINDER QUARTETO OSESP © DIVULGAÇÃO CAIO PAGANO © DIVULGAÇÃO SCHOENBERG E MARYA FREUND © ARNOLD SCHOENBERG CENTER - WIEN ISAAC KARABTCHEVSKY REGE OSESP © NATALIA KIKUCHI ISAAC KARABTCHEVSKY © BRUNO VEIGA ROBERT DEAN SMITH © PHOTOPULSE JENNIFER ROWLEY © DIVULGAÇÃO CHRISTINE RICE © PATRICIA TAYLOR LESTER LYNCH © DIVULGAÇÃO ANTHONY DEAN GRIFFEY © DIVULGAÇÃO ANDREAS SCHMIDT © DIVULGAÇÃO CORO DE CÂMARA FRANZ LISZT DE WIMAR © MAIK SCHUCK CORO ACADÊMICO DA OSESP © ALESSANDRA FRATUS CORO DA OSESP © ANA FUCCIA QUATRO ÁRVORES SCHIELE © DOMÍNIO PÚBLICO MANUELA FREUA © DIVULGAÇÃO MÚSICOS PIERRO LUNAIR © ARNOLD SCHOENBERG CENTER - WIEN EMMANUELE BALDINI © MARCO ALBERTI ACADEMIA DE MÚSICA DA OSESP © RODRIGO ROSENTHAL SALA SÃO PAULO © MAURO RESTIFFE MARIN ALSOP © KYM THOMSON SALA SÃO PAULO © MAURO RESTIFFE RAGNAR BOHLIN © ROY MANZANARES MARILIA VARGAS © ANDREA PACCINE LUISA FRANCESCONI © LINCOLN IFF MERCADO DE RUA © GETTY IMAGES ANDRÉ DE RIDDER © DIVULGAÇÃO BAIBA SKRIDE © MARCO BORGGREVE MARIPOSA © CHIARA BANFI SERGIO ASSAD © DIVULGAÇÃO CARLOS PRAZERES © DIVULGAÇÃOANDREIA RUSSI NATAN ALBUQUERQUE © ALESSANDRA FRATUS ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES © TUCCA VIEIRA LOUIS LANGRÉE © B. EALOVEGA CRISTINA GÓMEZ GODOY © DOROTHEE FALKE ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO © ALESSANDRA FRATUS CORO DA OSESP © RODRIGO ROSENTHAL

A REVISTA OSESP ENVIDOU TODOS OS ESFORÇOS PARA LICENCIAR AS IMAGENS E TEXTOS CONTIDOS NESTA EDIÇÃO. TEREMOS PRAZER EM CREDITAR OS PROPRIETÁRIOS DE DIREITOS QUE PORVENTURA NÃO TENHAM SIDO LOCALIZADOS.

SALA SÃO PAULO FUNDAÇÃO OSESP PRAÇA JÚLIO PRESTES, 16 T 11 3367.9500

LOCAÇÃO DE ESPAÇOS NA SALA SÃO PAULO [email protected]

ANÚNCIOS NA REVISTA OSESP [email protected] | 11 3367.9556

104 AR TE Cada número da Revista Osesp traz na capa uma obra de artista brasileiro NA contemporâneo, do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. CA Os trabalhos foram selecionados pela curadora--chefe da Pinacoteca, Valéria Piccoli, PA juntamente com o diretor artístico da Osesp.

TATIANA BLASS São Paulo, SP, 1979 Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Teatro Para Aviões e Navios, 2009 Doação do Banco Espírito Santo S/A, por intermédio Acrílica sobre tela da Associação Pinacoteca Arte e Cultura - APAC, 2015 150 x 221 cm Crédito fotográfi co: Isabella Matheus

TATIANA BLASS (São Paulo, SP, 1979) Graduada em Artes Plásticas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Tatiana Blass produz em diferentes técnicas, como pintura, escultura, vídeo e instalação. Desde 1998, exibe seus trabalhos em salões, mostras em ateliês e exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Em 1999, participou do 27º Salão de Arte Contemporânea de Santo André e, no ano seguinte, da mostra Jovem Gravura Brasileira, realizada na Fundação Joze Ciuha, em Liu- bliana, Eslovênia. Participou também da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010. No ano seguinte, ganhou o prêmio Pipa e, como parte da premiação, parti- cipou de uma residência artística em Gasworks, em Londres. Recentemente, realizou as exposições individuais Interview, na Johannes Vogt Gallery, em Nova York, e Electrical Room, no Museu de Arte Contemporânea de Denver. OSESP.ART.BR

APOIO CULTURAL

REALIZAÇÃO