Lioz – Rocha Património, Foi Real Em Portugal E Transportou Arte E Cultura Para O Brasil

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Lioz – Rocha Património, Foi Real Em Portugal E Transportou Arte E Cultura Para O Brasil Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020 Lioz – Rocha Património, foi Real em Portugal e Transportou Arte e Cultura para o Brasil Zenaide Carvalho G. Silva Geóloga, Profª. Associada c/ Agregação, Jubilada, GeoBioTec, Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Portugal Email: [email protected] Palavras Chave: Lioz, rocha património, arte, Portugal, Brasil RESUMO O estudo do calcário português lioz, abordado neste artigo, abrange uma breve referência à sua história geológica e uma outra, mais extensa, ao seu papel como veículo de divulgação de arte e cultura portuguesa e europeia no Brasil. O lioz, sendo um calcário microcristalino com propriedades físicas e tecnológicas próprias para a construção, é também utilizado como elemento decorativo, uma vez que tem coloração diversa, em branco-marfim, rosa claro e escuro, amarelo dourado e amarelo forte, recebendo por esta razão denominações diferentes na indústria das rochas ornamentais. É um calcário de ambiente recifal, portador de fósseis rudistas que lhe conferem uma textura singular. Ocorre nas zonas de Lisboa e arredores, incluindo a região do município de Sintra, principalmente em Pêro Pinheiro, de cujas pedreiras saiu a maior parte do material para construção em Portugal e no Brasil, desde o século XVIII até o presente. Usado durante décadas em construções na área de Lisboa, em estilos arquitetónicos diversos, em Mafra materializou o complexo arquitetónico emblemático de D. João V, Convento, Igreja e Biblioteca, tornando-se a “pedra real”. Foi transportado para o Brasil como lastro de navios que circulavam entre Portugal e a nova colónia, onde no século XVIII foi a rocha preferida para as grandes construções, principalmente de igrejas e templos de culto religioso, cópias de igrejas portuguesas ou nelas inspiradas, perpetuando a arte e arquitetura transportadas da Europa. Deixou em Salvador, na Bahia uma exposição valiosa do património de arte e cultura portuguesas. O lioz tem hoje o estatuto de “Rocha Património Global” por preencher os requisitos adotados pela Heritage Stone Subcomission (HSS) da UNESCO. 137 Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020 ABSTRACT The Portuguese limestone lioz is reported in this paper focusing two distinct approaches, a concise geological history and a very different one characterizing the lioz as a vehicle of diffusion of European and Portuguese art and culture in Brazil. Lioz is a microcrystalline limestone used in construction due to its technological properties suitable for that purpose, being also used as a decorative stone as it has a unique texture and varied colors: ivory white, light and dark pink, golden yellow, dark yellow. Due to that color variation and different appearance according to the way the rock is cut, lioz answers for a variety of designations given by the stone industry. The rock has been identified as a reef limestone and carries rudist fossils which give a pretty texture to it. Lioz occurs in Lisbon and vicinities, namely in the Sintra region, mainly in Pero Pinheiro region where many quarries are located. Most of the material extracted for construction both in Portugal and Brazil from the XVIII century to present, came from that area. During several decades lioz was the preferred rock used in churches and other monuments, as well as in governmental buildings, in very diverse architectonic styles. The monumental complex of Mafra (convent, church and library) under D. João V reign was totally built and decorated in lioz in such a way that the rock got the designation of “Royal Stone”. During the XVIII century lioz limestone was carried to Brazil as ballast in vessels that travelled across the ocean in commercial missions. It was then used in the new Portuguese colony as building and decorative stone for many churches and religious temples, which were similar as Portuguese counterparts, associated with several architectonic styles and different artistic symbols. In Salvador, Bahia, the most important Brazilian town at that time, an expressive exposition of that European art was left constituting a testimony of Portuguese art and culture. Today the lioz limestone has the recognized status of a Global Heritage Stone as defined by the Heritage Stone Subcomission of UNESCO. 1. INTRODUÇÃO com Portugal um comércio intenso de bens da metrópole. Essas naus transportavam para o Brasil sal e mantimentos, ouro e prata trabalhados, sedas, produtos O calcário microcristalino denominado lioz, de ocorrên- provenientes da Ásia, drogas, alfaias para a agricultura cia na região de Lisboa e arredores, tem expressiva (Arruda, 1980) e retornavam da colónia trazendo atividade extrativa e de transformação na região produtos da terra como madeira, açúcar, tabaco, mel, de Pêro Pinheiro e municípios limítrofes, de onde a plantas medicinais (ipecacuanha) e, mais tarde, algodão, rocha tem sido fonte de matéria-prima para muitos couros, aguardente, ouro, pedras preciosas. Foi nas monumentos e construções, em Portugal e em outros localidades que abrigavam aqueles portos que o lioz países, durante séculos. É esta rocha, clara e de textura foi mais utilizado para construções, em especial em muito característica que alicerça as grandes construções, edifícios públicos e monumentos, sobretudo em igrejas, reveste edifícios públicos e pavimenta muitas ruas da cuja construção manteve uma atividade muito intensa. cidade de Lisboa. As igrejas satisfaziam os projetos de ordens religiosas, Sendo uma rocha património (Cooper et al., 2013), como as jesuítas, franciscanas, beneditinas, carmelitas reconhecida pela comunidade geológica e de património e em menor escala, de associações de comerciantes que global (Silva, 2019), além da sua história geológica, o também se organizaram em confrarias ou irmandades, lioz tem uma outra história, fascinante, em especial legitimando-as com a construção de templos religiosos para Portugal e para o Brasil, graças ao papel que semelhantes aos de Portugal. Foi num clima de euforia desempenhou como veículo de arte e cultura europeias comercial e abundância de recursos, além do entusiasmo para a nova terra Brasil, principalmente durante os e determinação protagonizados por D. João V, então rei séculos XVII e XVIII. Foi transportado para a então de Portugal, que o Brasil recebeu a herança artística recente colónia como lastro (IPAC, 1997) das naus que e cultural religiosa portuguesa, estampada nas suas compunham frotas dirigidas ao Brasil e desembarcou igrejas, com predominância na Bahia, que tinha a nos principais portos da costa brasileira que mantinham cidade de Salvador como sede do governo no Brasil. 138 Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020 Em menor escala, Rio de Janeiro, Recife, São Luís do períodos da história da cidade, desde os romanos Maranhão e Belém do Pará também receberam parte aos tempos modernos. Contudo, é na zona de Pêro desta herança, mas é na Bahia que ela está mais patente, Pinheiro, no concelho de Sintra, que atualmente estão em abundância e requinte. Hoje é possível identificar-se localizadas as maiores e mais conhecidas ocorrências e correlacionar-se em igrejas que foram construídas do lioz onde a rocha tem sido extraída e trabalhada em tempos próximos, no Brasil e em Portugal, com os para comercialização durante séculos. A ocorrência “parentescos” artísticos entre elas visíveis para além de algumas variedades de lioz está documentada por do “toque” dos seus autores, arquitetos e artesãos que Martins (1991) na região de Lameiras e Pêro Pinheiro nelas deixaram a sua marca. Foi através do seu saber Este. Foi das pedreiras de Pêro Pinheiro (Figs. 1 e 2) que e arte que o Brasil recebeu de Portugal, e também da saiu um grande volume de lioz, de muitas variedades Itália e Espanha, uma enorme riqueza patrimonial. A (branco-marfim, rosa, cinza, amarelo) para a construção Bahia é hoje um museu vivo desta herança portuguesa, do Complexo arquitetónico de Mafra, no século traduzindo parte da história luso-brasileira cultural e XVIII e é neste Complexo que se encontra uma vasta artística muito acentuada no século XVIII (Silva, 2007). exposição, concebida com arte e significado religioso, das variedades desta rocha. 2. BREVE HISTÓRIA GEOLÓGICA E CARACTE- FIGURA 1 RIZAÇÃO DA ROCHA Pedreira antiga em Pêro Pinheiro Ocorrência O calcário lioz ocorre na região de Lisboa e aflora em localidades situadas a noroeste de Lisboa, como Oeiras e Paço d’Arcos e principalmente em Pêro Pinheiro, Lameiras, Morelena, Pedra Furada, áreas estas que estiveram submersas durante períodos geológicos que correpondem ao Cretácico, com cerca de 120 milhões de anos. Deve-se a Choffat (1900) a primeira descrição destas rochas, pertencentes a uma unidade estratigráfica referida como “calcário cristalino com rudistas”. Estes organismos são identificados com faunas de águas rasas, claras e quentes típicas de ambientes recifais. Na região de Lisboa o lioz ocorre em várias localidades (Sousa, 1897; FIGURA 2 Pinto, 2005), sendo que atualmente pouco se conhece dos Blocos de lioz multicolor em pedreira de Pêro Pinheiro afloramentos, sendo exceção o do vale de Alcântara, junto ao aqueduto das Águas Livres, local este que hoje é reconhecido como um Geosite: o Geomonumento Avenida Calouste Gulbenkian. Campolide, Rio Seco, Monsanto, e Belém são também locais de ocorrência do lioz, dentro de Lisboa, a partir das quais foi possível Zbyszewski (1963) resumir a estratigrafia da sequência descrita por Choffat, já mencionada. Também com base nas ocorrências citadas de Alcântara, Negrais e Pêro Pinheiro, Callapez (2008) tipifica o lioz como um calcário de plataforma. A ocorrência do lioz em várias localidades na região de Lisboa explica de certo modo o seu uso nas construções locais, abrangendo longos 139 Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020 Caracterização Petrográfica variedade de lioz, de cor vermelho roxo em decoração de pavimentos, como na igreja de São Paulo, em Lisboa. Esta variedade é também encontrada em pavimento de Do ponto de vista petrográfico, a rocha apresenta-se como capelas na igreja da Misericórdia, em Salvador, na Bahia.
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