UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ANDERSON MARTINS
INVENTÁRIO DOS MOLUSCOS TERRESTRES DO MORRO DO QUATI, CACHOEIRA DOS ÍNDIOS, PARAÍBA: O POUCO QUE RESTA OU A PONTA DO ICEBERG?
Cajazeiras - PB 2018
ANDERSON MARTINS
INVENTÁRIO DOS MOLUSCOS TERRESTRES DO MORRO DO QUATI, CACHOEIRA DOS ÍNDIOS, PARAÍBA: O POUCO QUE RESTA OU A PONTA DO ICEBERG?
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à banca examinadora na forma de artigo científico, como requisito obrigatório para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG/CFP.
Orientador: Prof. Dr. Silvio Felipe Barbosa de lima
Cajazeiras - PB 2018
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação - (CIP) Denize Santos Saraiva Lourenço - Bibliotecária CRB/15-1096 Cajazeiras - Paraíba
M386i Martins, Anderson. Inventário dos moluscos terrestres do Morro do quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba: o pouco que resta ou a ponta do iceberg? / Anderson Martins. - Cajazeiras, 2018. 59f. : il. Bibliografia.
Orientador: Prof. Dr. Silvio Felipe Barbosa de Lima.
Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) UFCG/CFP, 2018.
1. Gastropoda. 2. Moluscos terrestre. 3. Gastrópodes. 4. Semiárido. I. Lima, Silvio Felipe Barbosa de. II. Universidade Federal de Campina Grande. III. Centro de Formação de Professores. IV. Título.
UFCG/CFP/BS CDU - 594.3
ANDERSON MARTINS
INVENTÁRIO DOS MOLUSCOS TERRESTRES DO MORRO DO QUATI, CACHOEIRA DOS ÍNDIOS, PARAÍBA: O POUCO QUE RESTA OU A PONTA DO ICEBERG?
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à banca examinadora na forma de artigo científico, como requisito obrigatório para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG/CFP.
Orientador: Prof. Dr. Silvio Felipe Barbosa de lima
BANCA EXAMINADORA
______Dr. Silvio Felipe Barbosa de Lima Orientador – UFCG/CFP/UACEN
______Dra Jéssica de Oliveira Prata UFPB/CCEN/DSE - Examinadora externa
______M. Sc. Rudá Amorim Lucena UFPB/CCEN/DSE - Examinador externo
Cajazeiras – PB, 14 de dezembro de 2018
Resultado: Aprovado
LISTA DE FIGURA
Figura 01 – Mapa da área de estudo...... 10 Figura 02 – Ára principal da coleta dos moluscos terrestres...... 11 Figura 03 – Espécime Bekianum bekianum...... 15 Figura 04 – Espécime Dysopeas muibum...... 16 Figura 05 – Espécime Orthalicus capax...... 19 Figura 06 – Espécime Rhinus constrictus...... 22 Figura 07 – Espécime Rhinus sp...... 23 Figura 08 – Espécime Streptartemon cookeanus...... 26 Figura 09 – Espécime Streptartemon molaris...... 27 Figura 10 – Espécime Tomijerus pilsbryi...... 30
SUMÁRIO
RESUMO...... 08 ABSTRACT...... 08 1. INTRODUÇÃO...... 09 2. MATERIAL E MÉTODOS...... 10 2.1 Caracterização da área de estudo...... 10 2.2 Procedimentos em laboratório...... 12 3. RESULTADOS...... 19 4. DISCUSSÃO...... 49 AGRADECIMENTOS...... 50 REFERÊNCIAS...... 50 ANEXO...... 56 ANEXO A – Normas do periódico...... 57
1 Inventário dos moluscos terrestres do Morro do Quati, Cachoeira dos
2 Índios, Paraíba: o pouco que resta ou a ponta do iceberg?
3
4 Anderson MARTINS1, Silvio Felipe Barbosa LIMA1,2,3
5
6 1Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Formação de Professores, Unidade Acadêmica de Ciências
7 Exatas e da Natureza, Rua Sérgio Moreira de Figueiredo, Casas Populares, Cajazeiras 58900-000, Paraíba, Brasil.
8 2Universidade Federal da Paraíba – Campus I, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Departamento de Sistemática
9 e Ecologia, Programa de Pós-Graduação Ciências Biológicas (Zoologia), Cidade Universitária, João Pessoa 58051-
10 900, Paraíba, Brazil.
11 3Universidade Federal da Paraíba – Campus II, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Biológicas,
12 Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Cidade Universitária, Areia 58397-000, Paraíba, Brazil.
13
14 Autor para correspondência: Silvio F. B. Lima. E-mail: [email protected]
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
7
26 Resumo: O Morro do Quati é uma área remanescente da caatinga, onde há a presença
27 de uma biota singular e pouco estudada. Com isso, o presente trabalho visa documentar
28 e inventariar a heterogeneidade de moluscos terrestres provenientes do Morro do Quati,
29 região que sofre constante impacto antrópico negativo e, consequentemente, perda de
30 biodiversidade. Os gastrópodes terrestres estudados foram coletados em diferentes
31 biótipos do Morro do Quati, por meio de buscas ativas entre Maio e Junho de 2017. Os
32 espécimes adquiridos foram encaminhados ao Laboratório de Zoologia da UFCG/CFP
33 para triagem e identificação. O estudo dos macromoluscos foi realizado a olho
34 desarmado, enquanto que os micromoluscos foram estudados sob estereomicroscópio. A
35 riqueza de moluscos terrestres compreendeu: Beckianum beckianum, Opeas pumilum,
36 Dysopeas muibum (Subulinidae); Rhinus constrictus, Anostoma octodentata, Tomigerus
37 pilsbryi, Orthalicus capax (Bulimulidae); Streptartemon cookeanus e S. molaris
38 (Streptaxidae). Um morfotipo pertencente ao gênero Rhinus sp. (Bulimulidae) não foi
39 determinado à nível de específico podendo representar um táxon potencialmente novo
40 para a ciência. Este inventário possibilitou registrar pela primeira vez uma considerável
41 riqueza de famílias, gêneros e espécies de gastrópodes terrestres para uma área
42 remanescente da Caatinga.
43 Palavras-chave: Gastropoda, Caatinga, Semiárido, Malacofauna terrestre.
44
45
46
47
48
8
49 Abstract: Morro do Quati is a remnant area of the caatinga, where there is the presence
50 of a singular and little studied biota. The aim of this work is to document and inventory
51 a heterogeneity of terrestrial molluscs from Morro do Quati, where the heterogeneity of
52 terrestrial molluscs can be verified from the impact of anthropic actions. The terrestrial
53 gastropods were studied in different biological forms, through the means of searches
54 between May and June 2017. The acquired data were sent to the identification at the
55 Laboratory of Zoology of the UFCG / CFP for the sorting and identification of the
56 species. The study of macromoluscos was possible while performing a naked eye, while
57 the micromoluscos under stereomicroscope. A quarters of mollusk land: Beckianum
58 beckianum, Opeas pumilum, Disopeas muibum (Subulinidae); Rinus constrictus,
59 Anostoma octodentata, Tomijerus pilsbryi, Orthalicus capax (Bulimulidae);
60 Streptartemon cookeanus, S. molaris (Streptaxidae). Morphotypes belonging to the
61 genus Rhinus sp. (Bulimulidae) has not been determined at the species level, but
62 represents being a new species for a science. The terrestrial malacofauna of Moro do
63 Quati has never been studied and is subject to taxonomic, systematic, morphological
64 and biogeographic studies of the terrestrial gastropods coming from an area of the
65 Caatinga.
66 Keywords: Gastropoda, Caatinga, Semiarid, Terrestrial malacofauna.
67
68
69
70
71
72
9
73 1. Introdução
74 A Caatinga é uma ecorregião bem característica e muito heterogênea, localizada
75 em grande parte na região semiárida do nordeste brasileiro (Silva et al., 2017). A
76 Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro (MMA, 2002) dominado por uma
77 floresta tropical sazonalmente seca (Lima et al., 2017; Silva et al., 2017) composto por
78 um mosaico de fitofisionomia decidófica, xerófila e arbustiva (Prado, 2003) em solos
79 rasos e levemente permeáveis dos afloramentos cristalinos amplamente distribuídos na
80 região (Oliveira et al., 2003) com um período seco prolongado cujas temperaturas
81 variam de 25 a 30° C (Silva et al., 2017).
82 Embora ainda pouco conhecida, a biota da Caatinga é reconhecida como
83 extremamente biodiversificada quando comparada a outros biomas do mundo sob a
84 influência das mesmas condições de clima e solo (MMA, 2002). Diversos estudos
85 demonstraram que a Caatinga é um bioma muito heterogêneo com uma comunidade
86 biológica altamente diversificada (Leal et al., 2003; Araújo et al., 2007; Tabarelli et al.,
87 2017). Ele abriga uma diversidade única de metazoários nativos (Leal et al., 2003;
88 Tabarelli et al., 2017) adaptados ao clima quente e à escassez de água (Vieira, 2003;
89 Casteleti et al., 2004).
90 Entre os metazoários mais intensamente estudados no bioma Caatinga estão
91 vertebrados (e.g., peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos) (Leal et al., 2003; Silva et
92 al., 2003; Tabarelli et al., 2017). Não obstante, a grande heterogeneidade ambiental e a
93 singularidade dos ambientes permitem prever que a fauna de invertebrados da Caatinga
94 é muito rica (MMA, 2002). Entretanto, o conhecimento científico sobre os
95 invertebrados da Caatinga está longe de ser considerado satisfatório (MMA, 2002), pois
96 não há um número substancial de dados publicados sobre o grupo no bioma,
10
97 especialmente quando se considera os levantamentos faunísticos. As publicações sobre
98 invertebrados da Caatinga se limitam principalmente a aracnídeos (Brandão e
99 Yamamoto 2004; Islair et al., 2015; Santos et al., 2016), moluscos (Simone, 2006, 2012,
100 2013, 2015; Simone e Casati, 2013; Salvador & Simone, 2014) e insetos (Brandão e
101 Yamamoto, 2004; Hernández, 2007; Oliveira et al., 2013; Islair et al., 2015; Santos et
102 al., 2016).
103 Os gastrópodes invadiram todos os ecossistemas terrestres do planeta desde as
104 regiões tropicais a zonas temperadas (Simone, 2006, 2016; Colley, 2012; Martins e
105 Simone, 2014; Salvador e Cavallari, 2014; Salvador et al., 2016), incluindo aqueles
106 biomas afetados por longos períodos de seca e caracterizados pela fitofisionomia
107 hiperexerofílica, como é o caso da Caatinga (Simone, 2006; Simone, 2012, 2013, 2015;
108 Simone e Casati, 2013; Salvador & Simone 2014). Apesar da grande importância
109 biológica e ecológica, os moluscos terrestres têm sido insuficientemente estudados em
110 diversos aspectos zoológicos em ecossistemas terrestres brasileiros (Simone, 1999),
111 especialmente no semiárido brasileiro (Simone, 2012, 2013, 2015; Simone e Casati,
112 2013; Salvador e Simone, 2014).
113 A publicação do catálogo ―Land and Freshwater Molluscs of Brazil‖ (Simone,
114 2006) foi um marco importante para auxiliar nos estudos do grupo. No entanto, poucas
115 pesquisas ainda foram realizadas na Caatinga para inventariar os moluscos terrestres do
116 semiárido brasileiro. Simone e Casati (2013) elaboraram o único levantamento da
117 malacofauna terrestre da Serra da Capivara, Piauí, Brasil. Apesar disso, estudos
118 subseqüentes vêm ampliando o conhecimento sobre a composição e distribuição de
119 gastrópodes terrestres em determinadas áreas da Caatinga com base na descrição de
11
120 espécies novas e registro de ocorrência de táxons (Simone, 2012, 2013, 2015; Simone e
121 Casati, 2013; Salvador e Simone, 2014).
122 Os dados disponíveis sobre os gastrópodes terrestres do bioma Caatinga no
123 estado da Paraíba são fragmentados e extremamente subestimados (Simone, 2006),
124 principalmente por conta de amostragens escassas e inadequadas. Essa situação é ainda
125 mais preocupante devido aos inúmeros impactos antrópicos negativos que afetam cada
126 vez mais o bioma, como a contínua e excessiva exploração da vegetação nativa,
127 distúrbios crônicos causados pela agricultura de subsistência e a introdução de espécies
128 exóticas na região (Silva et al., 2017; Tabareli et al., 2017).
129 O levantamento malacológico realizado a partir deste estudo no bioma Caatinga
130 no extremo oeste do estado da Paraíba resultou na descoberta de um número substancial
131 de espécies em afloramentos rochosos do Morro do Quati. O estudo da malacofauna
132 desta região revelou gastrópodes terrestres previamente conhecidos e amplamente
133 distribuídos, bem como espécies com dados de coleta restritos a uma áreas limitadas
134 dentro do semiárido brasileiro.
135 Todos os grupos de invertebrados da Caatinga, principalmente membros das
136 classes Arachnida, Insecta e Gastropoda, precisam ser melhor amostrados e mais
137 estudados, até porque muitas áreas do bioma permanecem pouco estudadas e/ou
138 inexploradas. Além disso, os pesquisadores necessitam urgentemente fornecer e
139 aumentar o conhecimento científico sobre a fauna de invertebrados da Caatinga, pois o
140 bioma brasileiro é um dos mais afetados por múltiplas e complexas atividades
141 antrópicas, levando muitas áreas ao processo de desertificação e à rápida perda de
142 biodiversidade.
12
143 Este trabalho teve como objetivo documentar a heterogeneidade de gastrópodes
144 terrestres provenientes do Morro do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba.
145
146 2. Material e Métodos
147 2.1. Área de estudo
148 O Morro do Quati está localizado no município de Cachoeira dos Índios, região
149 semiárida do estado da Paraíba, nordeste do Brasil (06°54'48'' - 06°54'57'' S, 38°41'51'' -
150 38°42'20' W) (Figura 1). A área de estudo é um conjunto de afloramentos rochosos
151 (cerca de 50 hectares), com topografia variável, estando a sua parte mais alta a cerca de
152 600 metros de altitude em relação ao nível do mar. Morro do Quati está em um
153 remanescente de Caatinga com enclaves de vegetação sazonal de alta importância
154 biológica (Figura 2). A vegetação nos afloramentos é distinta de seus arredores
155 formando "ilhas xéricas" (Gröger e Barthlot, 1996), onde espécies rupícolas como
156 Bromeliaceae e Cactaceae predominam.
157 O clima predominante é semiárido (quente e seco), com temperatura média
158 anual de 26ºC, com sete a oito meses de estação seca e distribuição irregular de
159 precipitação, raramente excedendo 1000 mm (Alvares et al., 2013). A sazonalidade é
160 marcada por estação chuvosa (janeiro a abril), raramente se estendendo até junho, e por
161 estação seca (maio a dezembro). Durante os meses de seca a vegetação perde toda a
162 folhagem restando apenas os troncos esbranquiçados das árvores e arbustos (Peralta e
163 Osuna, 1952).
164 O solo da região é o resultado da desintegração e decomposição das rochas do
165 embasamento cristalino, sendo formado por luvissolos, neossolos e planossolos (CPRM,
166 2005). Tais solos ocorrem na região semiárida em áreas cristalinas associadas ao relevo
13
167 levemente ondulado e serras residuais (EMBRAPA, 2013), que são geralmente rasas e
168 têm baixa a média fertilidade, sendo compostas principalmente de argila e material
169 mineral ou orgânico (IBGE, 2007).
170
171
172 Figura 1. Mapa da área de estudo mostrando o estado da Paraíba no nordeste do Brasil
173 e destacando a localização dos Serroti do Quati, município de Cachoeira dos Índios.
174
14
175
176 Figure 2. Área principal onde foram coletados os caramujos terrestres em Serroti do
177 Quati, município de Cachoeira dos Índios. Fonte: Arquivo pessoal.
178
179 2.2. Amostragem, procedimentos em laboratório e identificação
180 As coletas de gastrópodes terrestres foram realizadas ao longo de um ano (2017
181 a 2018) no Morro do Quati, em habitats limítrofes e entrando a vegetação nativa da
182 região. Gastrópodes terrestres foram coletados principalmente sob e entre serrapilheira,
183 solo, rochas e tronco de árvores. Substratos de diferentes pontos da área de estudo
184 também foram coletados para a triagem de micromolomas sob estereomicroscópio.
185 O material obtido está representado por conchas e também indivíduos vivos, que
186 foram encaminhados ao Laboratório de Zoologia do Centro de Formação de Professores
187 da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) para triagem, limpeza e
188 identificação.
15
189 A identificação dos indivíduos macroscópicos foram realizadas a olho
190 desarmado, enquanto que a identificação dos microgastrópodes foi realizada sob
191 microscópio estereoscópico. Os espécimes foram também estudados com base em
192 fotografias tiradas com um estereoscópico Leica MZ12.5 pertencente ao Departamento
193 de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba.
194 Finalmente, as conchas foram preservadas secas, enquanto os indivíduos vivos foram
195 fixados e preservados em álcool a 70%.
196 A identificação do material é baseada no formato e ornamentação da concha
197 usando principalmente Simone (2006), bem como publicações subsequentes (Simone,
198 2012; Simone e Casati, 2013) e Conquiliologistas do Brasil (2017).
199 O material estudado será depositado nas seguintes coleções científicas:
200 COMAT_MOL - Coleção de Metazoários Aquáticos e Terrestres da Unidade
201 Acadêmica de Ciências Exatas e da Natureza, Centro de Formação de Professores,
202 Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, Paraíba, Brasil; MNHN -
203 Muséum National d'Histoire Naturelle, Paris, França; MNRJ - Museu Nacional,
204 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; MZSP - Museu de
205 Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; NHMUK - Museu de História
206 Natural, Londres, Grã-Bretanha; UFPB MOLL - Coleção de Invertebrados Paulo
207 Young, Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba, João
208 Pessoa, Paraíba, Brazil.
209
210
211
212
16
213 3. Resultados
214 Odontostomidae Pilsbry & Vanatta, 1898
215 Anostoma Fischer von Waldheim, 1807
216 Anostoma octodentata Waldheim, 1807
217
218 A. cotodentatum: auct. (err.) — Simone (2006: 175).
219 Anostoma octodentatum F. de Waldheim — Baker (1914: 644).
220 Anostoma octodentata F. de Wald. — Pilsbry (1901-2: 111, pl. 6, figs 40-44).
221 Anostoma octodentata Waldheim, 1807 — Simone (2006: 175, fig. 620); Oliveira et al. (2011: 91, fig.
222 3B-C).
223
224 Localidade tipo: Não localizada.
225
226 Material examinado: 02 conchas (MHNH), 02 conchas (MNRJ), 02 conchas (MZSP) –
227 Morro do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, nordeste do Brasil, 09.iv.2017,
228 Anderson Martins (coletor); 03 conchas (COMAT) – Morro do Quati, Cachoeira dos
229 Índios, Paraíba, Nordeste do Brasil, 27.v.2017, Anderson Martins (coletor); 04 conchas
230 (COMAT) – Morro do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, Nordeste do
231 Brasil,03.vi.2017, Silvio Felipe Barbosa de Lima (coletor); 03 conchas (COMAT) –
232 Morro do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, Nordeste do Brasil,23.v.2018, Anderson
233 Martins (coletor).
234
235 Caracterização: Concha com perfil lateral largamente, depressiva, tênue, coloração
236 creme claro a escuro contendo manchas marrons. Protoconcha polida, composta por 3 a
237 3,5 voltas; transição protoconcha-teleoconcha marcada por um sulco. Teleoconcha
17
238 contendo 2,5 a 3 voltas suavemente convexas, as quais aumentam moderadamente em
239 tamanho (exceto a volta do corpo) ornamentadas por linhas de crescimento axial. Volta
240 do corpo com cerca de 75% do comprimento total, expandida, ampla, inflada,
241 aumentado conspicuamente de tamanho em relação as voltas prévias. Sutura
242 suavemente marcada. Abertura subcircular cerca de 75% da largura da concha. Lábio
243 externo opistóclino, suavemente espessado e refletido, ornamentado por 2 dentes de
244 similar vigor posicionados na região mediana; 3 dentes (o superior reduzido e 2
245 posicionados na região mediana); 4 dentes (2 superiores reduzidos e 2 posicionados na
246 região mediana); ou 4 dentes (o superior reduzido, 2 posicionados na região mediana e 1
247 inferior reduzido). Região parietal tênue, suavemente convexa ornamentada por 3 dentes
248 localizados em sua metade anterior: o superior reduzido, disjunto ou conjunto com o
249 dente intermediário, posicionado paralelamente ou perpendicular aos demais dentes, ,
250 segundo dente comumente maior e terceiro dente com um vigor intermediário.
251
252 Distribuição geográfica: Amapá (Simone, 2006), Ceará (Baker, 1914; Simone, 2006;
253 Oliveira et al., 2011), Rio Grande do Norte (Baker, 1914; Simone, 2006), Paraíba
254 (Morro do Guati) e Goiás (Simone, 2006).
255
256 Considerações: Anostoma octodentata se distribui entre as regiões norte, nordeste e
257 centro-oeste do país (Baker, 1914; Simone, 2006; Oliveira et al., 2011). Anostoma
258 octodentata foi previamente estudada com base em espécimes coletados no Amapá
259 (Simone, 2006), Camocim (microrregião do Ceará) e Parque Nacional de Ubajara
260 (estado do Ceará) (Oliveira et al. 2011) e na Baixa Verde (microrregião de Rio Grande
261 do Norte) (Baker, 1914).
18
262 Todos os indivíduos de Anostoma octodentata aqui estudados apresentaram um
263 estado de preservação que variou desde conchas quebradas, faltando parte do
264 perióstraco (encontrados sob troncos e entre serapilheira); conchas íntegras, opacas, e
265 com superfície desgastadas (coletados sobre a superfície); conchas íntegras, brilhosas,
266 com perióstraco marrom-claro bem preservado(coletado entre serapilheira); conchas
267 ainda em desenvolvimento, opaca com perióstraco desgatado (coletados sobre o solo);
268 conchas em desenvolvimento, brilhosa com perióstraco marrom-claro (coletados entre a
269 serapilheira).
270 Em um contexto geral, na área de estudo, os indivíduos de Anostoma
271 octodentata apresentaram conchas em estágio jovem, subadulta a complemente
272 desenvolvidas. No que se refere a variação intra-específica, uma única concha estudada
273 demonstrou a presença da espira um pouco mais elevada e pontiaguda em comparação
274 aos demais indivíduos.
275
276 Subulinidae P. Fischer & Crosse, 1877
277 Beckianum Baker, 1961
278 Beckianum beckianum Pfeifer, 1846
279 (Figura 3)
280
281 Bulimus beckianus Pfeiffer, 1846: 82 — Salvador e Simone (2015: 3, fig. 9).
282 Opeas beckianum — Pilsbry (1906: 189, pl. 27, figs. 42–46, 54–55); Salgado & Coelho (2003: 155);
283 Salvador & Simone (2015: 3, fig. 9).
284 Beckianum beckianum — Santos e Monteiro (2001: 186); Simone (2006: 187, fig. 685); Salvador e
285 Simone (2015: 3, fig. 9).
286
19
287 Localidade tipo: Ilha Opara, Polinésia (Pfeiffer, 1846). No entanto, Pilsbry (1906)
288 comentou sobre provável lapsus na atribuição de tal localidade. Segundo este autor, a
289 série tipo de Beckianum beckianum foi coletada, provavelmente, na América Central.
290
291 Material examinado: 07 conchas (COMAT) – Morro do Quati, Cachoeira dos Índios,
292 Paraíba, Nordeste do Brasil, 09.iv.2017, Anderson Martins (coletor); 02 conchas
293 (COMAT) – Morro do Quati , Cachoeira dos Índios, Paraíba, Nordeste do Brasil.
294 16.iv.2017, Anderson Martins (coletor); 08 conchas (COMAT) – Morro do Quati,
295 Cachoeira dos Índios, Paraíba, Nordeste do Brasil, 23.v.2017, Silvio Felipe Barbosa de
296 Lima (coletor); 02 conchas (MHNH), 02 conchas (MNRJ), 02 conchas (MZSP), 02
297 conchas (NHMUK) — Serrote do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, nordeste do
298 Brasil, 03.vi.2017, Silvio Felipe Barbosa de Lima (coletor).
299
300 Caracterização: Concha cônica a turriforme, moderadamente alongada (medindo cerca
301 de 7 mm de comprimento e 2 mm de largura), tênue, hialina. Ápice obtuso. Protoconcha
302 com 1.5 volta, núcleo suave (mamilado), polido e restante da volta ornamentada por
303 linhas axiais suaves mais destacadas na região subsutural. Espira alta com cerca de 65 a
304 70% do comprimento total da concha. Teleoconcha contendo cerca de 6 voltas infladas,
305 arredondadas, com convexidade bem marcada e aparência constritada (devido a
306 profundidade da sutura), as quais aumentam gradativamente de tamanho. Volta do
307 corpo com cerca de 30 a 40% do comprimento total, ampla, inflada, arredondada.
308 Sutura bem marcada, aprofundada. Voltas da teleoconcha ornamentadas por costelas
309 axiais que se estendendo de sutura a sutura, inclusive com extremidades se conectando
310 as voltas antecedentes e precedentes. Penúltima e última volta (volta do corpo)
20
311 ornamentadas com cerca de 32 e 36 costelas axiais (respectivamente) bem espaçadas.
312 Interespaços axiais aparentemente polidos. Base arredondada, com cerca de ½ do
313 comprimento da última volta. Umbílico minúsculo, estreito, em forma de fenda.
314 Abertura ovalada (cerca de 15% do comprimento total da concha), medindo cerca de 1
315 mm de comprimento e 0.5 mm de largura. Lábio externo prosóclino, tênue, afilado, com
316 uma convexidade bem marcada. Lábio interno suavemente convexo, tênue, encobrindo
317 parcialmente o umbílico. Região parietal tênue, ampla e achatada.
318
319 Distribuição geográfica: América Central, Ceará (Simone, 2006), Paraíba (presente
320 estudo), Rio de Janeiro (Salgado, 2009), São Paulo (Simone, 2006).
321
322 Considerações: Beckianum beckianum possui uma ampla distribuição geográfica
323 habitando em ecossistemas terrestres da América Central até o Brasil (Simone, 2006;
324 Salvador e Simone, 2015). As conchas aqui analisadas foram coletadas em diferentes
325 biótipos de Morro do Quati tais como sob troncos, entre substrato rochoso e arenoso,
326 além de serrapilheira.
327 A espécie Beckianum beckianum foi estudada a partir de espécimes com
328 conchas quebradas encontradas sob o tronco de arbustos; conchas íntegras, no entanto
329 com coloração opaca e perióstraco e superfície desgastados achados sobre substratos
330 rochosos e arenosos; bem como conchas íntegras e relativamente bem preservadas
331 devido ao aspecto brilhoso e hialino das estruturas. Simone (2006) ilustrou espécimes
332 de Beckianum beckianum com conchas íntegras, brilhosas e perióstraco desgasto, como
333 tipicamente visto no material analisado.Todos os indivíduos estudados desta espécie
21
334 apresentaram conchas adultas completamente desenvolvidas, não sendo identificado no
335 material examinado qualquer variação conquiliológica intra-específica.
336
337 Figura 3. Espécime Bekianum bekianum coletado no Morro do Quati: A. Vista ventral,
338 B. Vista lateral, C. vista da protoconcha. Escala: A-B. 2 mm, C. 500 µm.
339
22
340 Dysopeas Baker, 1997
341 Dysopeas muibum Marcus e Marcus, 1968
342 (Figura 4)
343
344 Localidade tipo: Cananéia, estado de São Paulo (Marcus e Marcus, 1968; Simone,
345 2006).
346
347 Material examinado: 04 conchas (COMAT) – Morro do Quati, Cachoeira dos Índios,
348 Paraíba, Nordeste do Brasil, 23.v.2018, Silvio Felipe Barbosa de Lima (coletor).
349
350 Caracterização: Concha cônica (medindo cerca de 4.5 mm de comprimento e 2 mm de
351 largura), tênue, creme-clara a amarelada. Ápice obtuso. Protoconcha com cerca de 1
352 volta, núcleo suave, polido e restante da volta ornamentada por linhas axiais suaves
353 mais destacadas na região subsutural; transição protoconcha-teleoconcha marcada pelo
354 aparecimento de linhas axiais bem espaçadas, as quais se estendem pelas demais voltas
355 da teleoconcha. Espira alta com cerca de ½ do comprimento total da concha.
356 Teleoconcha contendo cerca de 4 voltas infladas, arredondadas, com uma convexidade
357 regular e bem marcada (aparência contristada devido a profundidade da sutura). Voltas
358 da teleoconcha aumentando moderadamente de tamanho. Volta do corpo ampla, inflada
359 e ovalada. Sutura bem marcada, aprofundada. Voltas da teleoconcha ornamentadas por
360 linhas axiais que se estendendo de sutura a sutura, inclusive com extremidades se
361 conectando as voltas antecedentes e precedentes. Interespaços axiais aparentemente
362 polidos. Base fracamente umbilicada. Umbílico minúsculo, estreito, em forma de fenda.
363 Abertura ovalada (cerca de 30% do comprimento total da concha). Lábio sinuoso, tênue,
23
364 com margem afilada e com convexidade bem marcada. Lábio interno retilíneo, tênue,
365 suavemente refletido, encobrindo parcialmente o umbílico. Região parietal tênue, ampla
366 e convexa.
367
368 Figura 4. Espécime Dysopeas muibum coletado no Morro do Quati: A. Vista lateral, B.
369 Vista dorsal, C. Vista da protoconcha. Escala: A-C. 1 mm.
24
370 Distribuição geográfica: Paraíba (presente estudo), Minas Gerais, Rio de Janeiro
371 (Simone, 2006; Pilate et al., 2013) e São Paulo (Simone, 2006).
372
373 Considerações: Dysopeas muibum é comumente encontrada em habitats úmidos e
374 protegidos do sol (Pilate et al., 2013). A espécie é nativa do continente americano e foi
375 previamente reportada no Brasil somente para a cidade de São Paulo, Juiz de Fora
376 (Minas Gerais) e Rio de Janeiro (Simone, 2006; Pilate et al., 2013). O presente estudo
377 registra pela primeira vez Dysopeas muibum para o estado da Paraíba e em área de
378 Caatinga.
379 O único indivíduo encontrado de Dysopeas muibum foi estudado com base em
380 sua concha íntegra com coloração opaca, porém superfície desgastada. O espécime
381 apresentou a concha completamente desenvolvida, tipicamente caracterizada pela
382 presença de perístoma suavemente refletido.
383
384 Subulinidae
385 Opeas Albers, 1850
386 Opeas pumilum Pfeiffer, 1840
387
388 Localidade tipo: Não localizada.
389
390 Material examinado: 01 concha (COMAT) – Morro do Quati – Cachoeira dos Índios,
391 Paraíba, Nordeste do Brasil, 09.iv.2017, Anderson Martins (coletor).
392
25
393 Caracterização: Concha cônica a turriforme, moderadamente alongada (medindo cerca
394 de 10 mm de comprimento e 2.5 mm de largura), tênue, delgada, hialina. Ápice obtuso.
395 Protoconcha com cerca de 1.25 volta, polida contendo linhas axiais suaves, sendo mais
396 destacadas na região subsutural; transição protoconcha-teleoconcha marcada por um
397 suco axial prosoclino suave. Espira alta com cerca de 55% do comprimento total da
398 concha. Teleoconcha contendo cerca de 6,5 voltas infladas, túmidas, moderadamente
399 convexas, as quais aumentam moderadamente de tamanho. Segunda volta da
400 teleoconcha muito túmida. Volta do corpo com cerca de 30% do comprimento total,
401 alongada-ovalada. Sutura bem marcada, conspícua, suavemente canaliculada.
402 Teleoconcha esculturada por estrias axiais de crescimento contendo interespaços axiais
403 aparentemente polidos. Base com cerca de ¼ do comprimento total da concha e ½ do
404 comprimento da última volta. Umbílico minúsculo, estreito, em forma de fenda. Lábio
405 externo prosóclino, tênue, com margem afilada, retilíneo na porção inicial e convexo na
406 segunda metade em direção ao lábio interno. Lábio interno suavemente convexo e
407 espessado, encobrindo parcialmente o umbílico. Região parietal tênue, ampla,
408 suavemente convexa.
409
410 Distribuição geográfica: Europa (Simone, 2006) e Paraíba (presente estudo).
411
412 Considerações: Há poucas informações sobre a espécie Opeas pumilum e sua
413 distribuição no Brasil. Conforme estudos prévios, tal espécie é um dos gastrópodes
414 terrestres introduzidos no Brasil (Simone, 2006). O presente trabalho registra pela
415 primeira vez O. pumilum para o estado da Paraíba.
26
416 Os exemplares aqui estudados de Opeas pumilum estão representados somente
417 por conchas coletadas embaixo e sobre troncos de árvores, rochas e entre a
418 serrapilheira. Os indivíduos analisados estiveram representados por algumas conchas
419 quebradas coletadas entre a serrapilheira até conchas íntegras com uma coloração opaca
420 e superfície desgastada coletadas sob rochas. Indivíduos desta espécie foram
421 encontrados em todas as coletas. Apenas dois exemplares de O. pumilum
422 representaram conchas completamente desenvolvidas. As conchas estudadas não
423 apresentaram qualquer variação intraespecífica.
424
425 Orthalicidae Martens, 1860
426 Orthalicus H. Beck, 1837
427
428 Orthalicus capax (Pilsbry, 1930)
429 Figura 5
430
431 Oxystyla capax Pilsbry, 1930: 359–360, pl. 28, figs 12-14.
432 Orthalicus capax — Baker (1963: 226), Salgado e Coelho (2003), Simone (2006: 156, fig. 531).
433
434 Localidade tipo: Ceará-Mirim – Rio Grande do Norte, Brasil (Simone, 2006).
435
436 Material examinado: 02 conchas (COMAT) Morro do Quati, Cachoeira dos Índios,
437 Paraíba, Nordeste do Brasil, 09.iv.2017, Anderson Martins (coletor); 03 conchas
438 (COMAT) – Morro do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, Nordeste do Brasil,
439 16.iv.2017, Silvio Felipe Barbosa de Lima (coletor); 05 conchas (MHNH), 05 conchas
440 (MNRJ), 03 conchas (MZSP), 03 conchas (NHMUK) — Morro do Quati, Cachoeira
27
441 dos Índios, Paraíba, nordeste do Brasil, 03.vi.2017, Anderson Martins (coletor); 02
442 Conchas (COMAT) — Morro do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, nordeste do
443 Brasil, 23.v.2018, Silvio Felipe Barbosa de Lima (coletor).
444
445 Figura 5. Espécime Orthalicus capax coletado no Morro do Quati: A. Vista ventral, B.
446 Vista apical, C. Vista da protoconcha. Escala: A-B. 5 mm, C. 1 mm.
447
28
448 Caracterização: Concha cônica, tênue, coloração de plano de fundo esbranquiçada a
449 creme-claro contendo faixas axiais irregularmente onduladas, com largura moderada e
450 coloração marrom clara a escura; faixas podendo se intercomunicar em algumas áreas.
451 Ápice obtuso. Espira baixa com cerca de 20% do comprimento total. Teleoconcha com
452 cerca de 3 voltas suavemente convexas, as quais aumentam moderadamente em
453 tamanho (exceto a volta do corpo). Volta do corpo com cerca de 80% do comprimento
454 total, ampla, inflada, ovalada, aumentado bruscamente de tamanho em relação as voltas
455 prévias. Sutura bem marcada. Penúltima e última volta do corpo ornamentadas com
456 cerca de 10 e 12 faixas axiais, respectivamente. Base sem umbílico, amplamente
457 arredondada, apresentando cerca de 60% do comprimento total. Abertura com a metade
458 anterior ovalada e metade posterior angulada; cerca de 60% do comprimento total.
459 Lábio externo prosóclino, tênue, suavemente recurvado. Lábio interno tênue. Região
460 parietal tênue, suavemente convexa.
461
462 Distribuição geográfica: Ceará-Mirim, Rio Grande do Norte (Pilsbry, 1930; Simone,
463 2006); Morro do Quati, Cachoeira dos Índios – Paraíba (presente estudo).
464
465 Considerações: Orthalicus capax previamente estudados foram coletados no município
466 de Ceará-Mirim, microrregião de Macaíba (estado do Rio Grande do Norte) (Pilsbry,
467 1930; Simone, 2006), não havendo qualquer informação sobre o habitat ou biótopo de
468 ocorrência da espécie nesta e em outras regiões do nordeste do Brasil.
469 As conchas de Orthalicus capax usualmente tênues. Logo, os exemplares
470 coletados no Morro do Quati estiveram representados comumente por conchas
471 delicadas, bem quebradiças, sem a presença do perióstraco . Na área de coleta, somente
29
472 uns poucos indivíduos foram encontrados com uma concha íntegra no entando, com
473 perióstraco desgastado. Somente uma concha íntegra, com perióstraco creme-claro
474 bem preservado, típico de um espécime ―fresh dead‖, foi encontrado no Morro do Quati.
475 Simone (2006) ilustrou conchas íntegras, opaca e com periostraco desgastado, as quais
476 representam parte do material aqui analisado. Todas as conchas estudadas
477 apresentaram-se em um estágio adulto completamente desenvolvidas, claramente
478 evidenciado pela presença de um perístoma suavemente refletido. Os indivíduos de
479 Orthalicus capax provenientes da área estudada foram coletados associados a substrato
480 arenoso e entre serrapilheira. Não há dados previamente publicados sobre a
481 especificidade de habitats, nos quais a espécie pode ser encontrada.
482
483 Bulimulidae Tryon, 1867
484 Rhinus E. von Martens, 1860
485
486 Rhinus constrictus (L. Pfeiffer, 1841)
487 Figura 6
488
489 Localidade tipo: Rio Grande do Norte, Brasil (Baker, 1914; Simone, 2006).
490
491 Material examinado: 25 conchas (COMAT), 12 conchas (MHNH), 15 conchas
492 (MNRJ),10 conchas (MZSP), 05 conchas (NHMUK) — Morro do Quati, Cachoeira dos
493 Índios, Paraíba, nordeste do Brasil, 03.vi.2017, Anderson Martins (coletor); 20 conchas
494 (COMAT), 05 conchas (MHNH), 05 conchas (MNRJ), 04 conchas (MZSP) – Morro do
30
495 Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, Nordeste do Brasil, 09.iv.2017, Silvio Felipe
496 Barbosa de Lima (coletor).
497
498 Figura 6. Espécime Rhinus constrictus coletado no Morro do Quati: A. Vista lateral, B.
499 Vista dorsal, C. Detalhe da teleoconcha, D. Vista da Protoconcha. Escala: A-B. 5 mm,
500 C. 2 mm, D. 1 mm.
501
502 Caracterização: Concha cônica-ovalada, medindo cerca de 24 mm de comprimento e 9
503 mm de largura. Perióstraco amarronzado em espécimes ―fresh dead‖ e vivos projetando
504 fios proteicos pequenos e organizados em fileiras espirais sobre as voltas da
31
505 teleoconcha. Espécimes desgastados apresentando coloração esbranquiçada. Ápice
506 obtuso. Protoconcha composta por 2 a 2.25 voltas completamente escultura por linhas
507 axiais estreitamente espaçadas e com uma curvatura irregular; transição protoconcha-
508 teleoconcha marcada pelo aparecimento de linhas axiais mais largamente espaçadas.
509 Espira com cerca de 40% do comprimento total da concha. Volta do corpo com cerca de
510 60% do comprimento total, ampla, inflada, ovalada, aumentado bruscamente de
511 tamanho em relação as voltas prévias. Sutura bem marcada. Umbilico pequeno,
512 estreito. Abertura ovalada-subfusiforme, com a metade anterior arredondada e metade
513 posterior suavemente angulada e estreitada. Lábio externo... Lábio interno curto, tênue,
514 aproximadamente retilíneo, fortemente refletido sobre o umbílico. Região parietal tênue,
515 suavemente convexa.
516
517 Distribuição geográfica: Rio Grande do Norte (Simone, 2006), Paraíba (presente
518 estudo), Bahia (Simone, 2006).
519
520 Considerações: Rhinus constrictus foi originalmente descrita a partir de espécimes
521 coletados nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte (Baker, 1914). No entanto, o
522 autor não especificou o biótipo em que os indivíduos descritos foram encontrados. Os
523 espécimes estudados estão representados por conchas vazias e foram coletados em
524 diferentes pontos do Morro do Quati, tanto em troncos e rochas, como também entre
525 serrapilheira. Alguns indivíduos também foram coletados enterrados no solo.
526 Alguns exemplares de Rhinus constrictus estudados não apresentaram
527 perióstraco, principalmente os indivíduos encontrados enterrados. Já outros espécimes
528 obtidos entre a serapilheira apresentaram a camada mais externa da concha bem
32
529 desgastada. Parte dos indivíduos estudados apresentou conchas íntegras com perióstraco
530 marrom-claro típico de indivíduos vivos ou ―fresh dead‖. Tais indivíduos foram
531 coletadas tanto entre folhas como sobre o substrato arenoso.
532 Conchas de indivíduos jovens de Rhinus constrictus foram claramente
533 reconhecidos com base nas voltas da teleoconcha e perióstraco característico. O material
534 examinado não possibilitou a observação de variação intra-específica.
535 Rhinus constrictus foi uma das espécies mais abundante nas amostragens
536 efetuadas no Morro do Quati e é aqui reportada pela primeira vez para o estado da
537 Paraíba.
538
539 Rhinus sp.
540 Figura 7
541
542 Material examinado: 12 conchas (COMAT) – Morro do Quati, Cachoeira dos Índios,
543 Paraíba, Nordeste do Brasil, 03.vi.2017, Anderson Martins e Silvio Felipe Barbosa de
544 Lima (coletores); 04 conchas (MHNH), 02 conchas (MNRJ), 01 conchas (MZSP) —
545 Morro do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, nordeste do Brasil, 23.v.2018),
546 Anderson Martins (coletor).
547
548 Caracterização: Concha subfusiforme, medindo cerca de 16.5 mm de comprimento e 7
549 mm de largura, com perióstraco marrom em espécimes vivos ou ―fresh dead‖ e
550 esbranquiçado em espécimes desgastados. Ápice obtuso. Protoconcha composta por
551 cerca de 2 voltas escultura por linhas axiais estreitamente espaçadas e sinuosas;
552 transição protoconcha-teleoconcha marcada pelo aparecimento de linhas axiais mais
33
553 largamente espaçadas. Espira com cerca de 35% do comprimento total da concha.
554 Teleoconcha contendo 4.75 a 5 voltas infladas, suavemente convexas, as quais
555 aumentam moderadamente de tamanho (exceto a volta do corpo). Volta do corpo com
556 cerca de 60% do comprimento total, ampla, inflada, ovalada, aumentado bruscamente
557 de tamanho em relação a volta prévia. Sutura bem marcada, rasa. Base ampla,
558 arredondada, apresentando cerca de 30% do comprimento total da concha. Umbílico
559 pequeno, estreito e fendido. Abertura ovalada a subfusiforme, metade anterior
560 arredondada, metade posterior suavemente angulada e estreitada (cerca de 40% do
561 comprimento total da concha), medindo cerca de 7 mm de comprimento e 5 mm de
562 largura. Lábio externo prosóclino, tênue, com margem bem afilada. Lábio interno tênue,
563 aproximadamente retilíneo, suavemente refletido sobre o umbílico com cerca de metade
564 do comprimento da abertura. Região parietal tênue, ampla e suavemente convexa.
565
566 Distribuição geográfica: Morro do Quati, Cachoeira dos Índios – Paraíba (presente
567 estudo)
568
569 Considerações: A morfologia da cocha de Rhinus sp. difere significativamente das
570 outra espéscies analisadas, tendo um formato subfusiforme com uma base mais
571 afunilado e lábio externo tênue. Rhinus sp. é bastante semelhante à Rhinus constrictus,
572 onde é possível distingui-los apenas pelos seus aspectos conquiliológicos. Rhinus sp.
573 pode representa uma espécie ainda não registrada na ciência.
574 Os espécimes analisados de Rhinus sp. compreenderam um aspecto de
575 preservação que variou de conchas íntegras, opaca, com perióstraco desgatado (coletado
576 sob troncos); conchas íntegras, opaca, com perióstraco preservado (coletado sob rochas
34
577 e troncos); conchas íntegras, brilhosa, com aspecto hialino (coletadas sobre o substrato e
578 entre a serrapilheira); conchas íntegras com perióstraco marrom-claro típico de um
579 indivíduo vivo ou ―fresh dead‖ (coletado entre serrapilheira).
580 Os indivíduos encontrados desta espécie apresentaram conchas completamente
581 desenvolvidas, apenas uma concha ainda em desenvolvimento. As conchas estudadas
582 não apresentaram variações conquiliológicas intraespecíficas.
583
584 Figura 7. Espécime de Rhinus sp. coletado no morro do Quati: A. Vista ventral, B.
585 Vista dorsal, C. Vista lateral, D. Detalhe da ornamentação, E. Vista da protoconcha.
586 Escala: A. 2 mm, B-C. 5mm, D. 1mm.
35
587 Streptaxidae Gray, 1860
588 Streptartemon Kobelt, 1905
589
590 Streptartemon cookeanus (Baker, 1914)
591 Figura 8
592
593 Streptaxis cookeana Baker, 1914: 628, Pl. XXII, figs. 5, 6, 7.
594 S. cookeanus (Baker, 1914) — Salgado e Coelho (2003: 171).
595 Streptartemon cookeanus — Simone (2006: 195, fig. 730); Maestrati et al. (2015: 587).
596
597 Localidade tipo: Ceará-Mirim — Rio Grande do Norte, Brasil (Baker, 1914; Simone,
598 2006).
599
600 Material examinado: 05 conchas (COMAT) — Serrote do Quati, Cachoeira dos
601 Índios, Paraíba, nordeste do Brasil, 03.vi.2017, Anderson Martins (coletor); 03 conchas
602 (COMAT) — Serrote do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, nordeste do Brasil,
603 09.iv.2017, Silvio F. B. Lima (coletor); 15 conchas (COMAT), 04 conchas (MHNH), 02
604 conchas (MNRJ), 02 conchas (MZSP), 02 conchas (NHMUK) — Serrote do Quati,
605 Cachoeira dos Índios, Paraíba, nordeste do Brasil, 27.v.2017, Anderson Martins
606 (coletor).
607
608 Caracterização: Concha com perióstraco creme claro em espécimes vivos, ovalada,
609 depressiva, mais larga que alta; esbranquiçada em espécimes desgastados. Protoconcha
610 com cerca de 2.5 voltas subachatadas, suaves, aparentemente polidas; núcleo pequeno e
611 achatado; transição protoconcha-teleoconcha marcada por sulco axial bem delineado.
36
612 Espira baixa com cerca de 30% do comprimento total. Voltas da teleoconcha
613 esculturadas por inúmeras linhas de crescimento axial recurvadas e estreitamente
614 espaçadas. Teleoconcha contendo cerca de 3.5 voltas. Primeira volta da teleoconcha
615 suavemente convexa, com espiralização regular em torno do eixo central, aumento
616 moderado no tamanho . Segunda volta aumentando conspicuamente em tamanho em
617 relação a volta prévia, expandida, marcadamente convexa a direita e estreitada,
618 suavemente convexa a esquerda. Volta do corpo ou última volta (terceira volta) com
619 cerca de 88% do comprimento total, ovalada, altamente inflada, expandida e mais
620 direcionada da direita para a esquerda, aumentando conspicuamente em tamanho em
621 relação a volta prévia,. Sutura bem marcada, aprofundada, canaliculada. Abertura
622 ovalada com cerca de 50% do comprimento total e cerca de 40% da largura da concha
623 largamente arredondada na parte inferior e angulada na parte superior. Lábio externo
624 parcialmente retilíneo, suave, polido, fracamente espessado e refletido, com
625 comprimento menor que o do lábio interno. Lábio interno suave, polido, fortemente
626 recurvado (contorno arredondado), moderadamente expandido, suavemente espessado e
627 refletido. Região parietal tênue, com uma convexidade bem marcada. Umbílico ovalado,
628 moderadamente aprofundado.
629
630 Distribuição geográfica: Ceará (Simone, 2006), Paraíba (presente estudo), Rio de
631 Janeiro (Salgado, 2009), São Paulo (Simone, 2006).
632
633 Considerações: Streptartemon cookeanus foi originalmente descrita para o Ceará-
634 Mirim, microrregião de Macaíba, município brasileiro do estado do Rio Grande do
635 Norte (Baker 1914). Esta espécie também foi previamente registrada no nordeste do
37
636 Brasil para os estados do Ceará, Paraíba (Simone, 2006), Pernambuco (Maestrati et al.,
637 2015) e Alagoas (Simone, 2006; Maestrati et al., 2015), no entanto, tais autores não
638 especificaram o biótopo no qual os indivíduos foram coletados. Esta espécie é registrada
639 no presente estudo pela primeira vez para o extremo Oeste do bioma da Caatinga do
640 estado da Paraíba. Os exemplares analisados no presente estudo estão representados
641 apenas por conchas coletadas em diferentes biótopos do Morro do Quati, tais como
642 sob/sobre troncos, rochas e entre serrapilheira. Conchas também foram encontradas
643 parcialmente enterradas no substrato.
644 Todos os indivíduos encontrados de Streptartemon cookeanus apresentaram um
645 estado de preservação que variou de conchas quebradas, sem perióstraco (encontradas
646 sobre o substrato); conchas íntegras, opacas, com perióstraco e parte da superfície
647 desgastada (coletadas sobre o substrato); conchas íntegras, brilhosas com perióstraco
648 desgastado (coletadas entre a serrapilheira); bem como conchas íntegras com
649 perióstraco marrom-claro típico de um indivíduo vivo ou ―fresh dead‖ (coletadas tanto
650 entre folhas e/ou sobre o substrato). Uma única concha desta espécie apresentou aspecto
651 hialino. Simone (2006) também ilustrou conchas íntegras, brilhosas e com o perióstraco
652 desgastado, como tipicamente encontrado no material examinado.
653 Todos os indivíduos encontrados desta espécie apresentaram conchas
654 completamente desenvolvidas, tipicamente caracterizadas pela presença de um
655 perístoma suavemente refletido. As conchas estudadas não apresentaram variações
656 conquiliológicas intraespecíficas. Não há na literatura qualquer menção ou ilustração de
657 conchas parcialmente desenvolvidas (jovens ou subadultas).
658
659
38
660
661 Figura 8. Espécime Streptartemon cookeanus coletado no Morro do Quati: A. Vista
662 ventral, B. Vista lateral, C. Vista dorsal, D. Vista Umbilical, E. Vista apical, F. Vista da
663 protoconcha. Escala: A-E. 2 mm, F. 1 mm.
664
665 Streptartemon molaris (Simone, 2013)
666 Figura 9
39
667 Localidade tipo: Serra da Capivara — Piauí, Brasil (Simone et al., 2013).
668
669 Material examinado: 03 conchas (COMAT) — Serrote do Quati, Cachoeira dos
670 Índios, Paraíba, nordeste do Brasil, 03.vi.2017, Anderson Martins (coletor); 02 conchas
671 (COMAT) — Serrote do Quati, Cachoeira dos Índios, Paraíba, nordeste do Brasil,
672 09.iv.2017, Silvio F. B. Lima (coletor).
673
674 Figura 9. Espécime Streptartemon molaris coletado no Morro do Quati: A. Vista
675 Ventral, B. Vista lateral, C. Vista dorsal, D. Vista apical, E. Vista da protoconcha, F.
676 Vista umbilical. Escala: A-D e F. 2 mm, E. 1 mm.
40
677 Caracterização: Concha ovalada, depressiva, com perióstraco creme claro em
678 espécimes vivos e esbranquiçado em espécimes desgastados. Protoconcha com cerca de
679 2.5 voltas subachatadas, suaves, aparentemente polidas; núcleo pequeno e achatado;
680 transição protoconcha-teleoconcha marcada por sulco axial bem delineado. Espira baixa
681 com cerca de 30% do comprimento total. Voltas da teleoconcha esculturadas por
682 inúmeras linhas de crescimento axial recurvadas e estreitamente espaçadas.
683 Teleoconcha contendo cerca de 3.5 voltas. Primeira volta da teleoconcha suavemente
684 convexa com uma espiralização regular em torno do eixo central, aumento moderado no
685 tamanho. Segunda volta aumentando conspicuamente em tamanho em relação a volta
686 prévia, expandida, marcadamente convexa a direita e estreitada, suavemente convexa a
687 esquerda. Volta do corpo ou última volta com cerca de 88% do comprimento total,
688 aumentando conspicuamente de tamanho em relação a volta prévia, ovalada, inflada,
689 expandida e direcionada da direita para a esquerda. Sutura bem marcada, aprofundada.
690 Abertura ovalada com cerca de 35% do comprimento total e cerca de 25% da largura da
691 concha, largamente arredondada na parte inferior e angulada na parte superior. Lábio
692 externo parcialmente retilíneo, suave, polido, fracamente espessado e refletido. Lábio
693 interno suave, polido fracamente recurvado (contorno arredondado), moderadamente
694 expandido, suavemente espessado e refletido. Região parietal tênue, com uma
695 convexidade bem marcada. Umbílico ovalado, moderadamente aprofundado. Abertura
696 contendo um dente retangular na porção inferior.
697
698 Distribuição geográfica: Piauí (Simone et al., 2013), Paraíba (presente estudo).
699
41
700 Considerações: Streptartemon molaris foi relatado para a Serra da Capivara,
701 microrregião de Canto do Buriti, município brasileiro do estado de Piauí (Simone et al.,
702 2013). Esta espécie foi registrada também na Bahia (Simone, 2012) e agora no presente
703 estudo para o alto sertão da Paraíba. As conchas estudadas foram coletadas em
704 diferentes pontos do Morro do Quati, especificamente em serapilheira, entre rochas e
705 adentrando e margeando a vegetação.
706 O estado de preservação dos indivíduos estudados inclui desde conchas
707 quebradas encontrados entre a serrapiheira a conchas íntegras, opaca, com perióstraco
708 desgastado encontrada sobre o substrato.
709 Todos os espécimes analisados estiveram representados por conchas
710 completamente desenvolvidas sem qualquer variação intraespecífica. Na literatura,
711 também não há informações sobre conchas em estágios de desenvolvimento.
712
713 Tomigerus Spix, 1827
714
715 Tomigerus pilsbryi (Baker, 1913)
716 Figura 10
717
718 Tomigerus pilsbryi — Kimakovlcz-Winnicki e Von (1914: 143).
719 Tomigerus pilsbryi, F. Baker, 1913 — Breure (1974: 121),
720 Tomigerus pilsbryi, F. Baker, 1913 — Simone (2006: 177, fig. 630).
721 T. pilsbryi Baker, 1914: 643, pl. 23, figs 9-10
722 T. pilsbryi Baker, 1914: 643, pl. 23, figs 9-10 — Leme (1984: 160-162, figs 10-14, 18-20);
723 Salgado e Leme (2000: 174, figs 23-28); Salgado e Coelho (2003: 168).
724
42
725 Localidade tipo: Ceará-Mirim – Rio Grande do Norte, Brasil (Breure, 1974).
726
727 Material examinado: 25 conchas (COMAT), 12 conchas (MHNH), 10 conchas
728 (MNRJ), 05 conchas (MZSP), 05 conchas (NHMUK) — Morro, Cachoeira dos Índios,
729 Paraíba, Nordeste do Brasil, 09.iv.2017, Anderson Martins e Silvio Felipe Barbosa de
730 Lima (coletores); 30 conchas (COMAT), 15 conchas (MHNH), 15 conchas (MNRJ), 18
731 conchas (MZSP), 06 conchas (NHMUK) — Morro do Quati, Cachoeira dos Índios,
732 Paraíba, Nordeste do Brasil, 03.vi.2017, Anderson Martins e Silvio Felipe Barbosa de
733 Lima (coletores); 18 conchas (COMAT) – Morro do Quati, Cachoeira dos Índios,
734 Paraíba, Nordeste do Brasil, 23.v.2018, Anderson Martins (coletor).
735
736 Caracterização: Concha oval-globular, depressiva, mais larga que alta (medindo 7.5 a
737 8 mm de comprimento e 12 a 12.5 mm de largura), creme-clara com faixas espiras
738 amarronzadas distribuídas entre as voltas em espécimes vivos ou ―fresh dead‖.
739 Protoconcha com cerca de 1.5 a 1.75 volta, núcleo aparentemente polido e demais
740 regiões com tênues linhas de crescimento estreitamente espaçadas; transição
741 protoconcha-teleoconcha marcada por uma linha axial um pouco mais vigorosa em
742 relação as demais. Teleoconcha contendo cerca de 2.75 a 3.5 voltas suavemente
743 convexas, as quais aumentam moderadamente de tamanho (exceto a volta do corpo).
744 Primeira e segunda volta da teleoconcha esculturadas por inúmeras linhas de
745 crescimento, as quais apresentam um suave aumento no espaçamento com a progressão
746 das voltas, além de uma faixa amarronzada supramediana. Última volta com cerca de
747 70% do comprimento total, expandida, ampla, inflada, aumentado bruscamente de
748 tamanho em relação as voltas prévias, ornamentada por 4 faixas espirais usualmente
43
749 contínuas, sendo a última mais alargada. Interespaços das faixas principais usualmente
750 com faixas secundárias estreitas (tipicamente descontínuas). Sutura bem marcada e
751 canaliculada. Abertura ovalada, com contorno recurvado para baixo, medindo 4.5 a 5
752 mm de comprimento e 4 a 4.5 mm de largura. Lábio externo suavemente prosóclino,
753 fortemente convexo, levemente espessado e refletido, ornamentado por 2 dentes
754 posicionados na metade anterior, sendo o superior bem menor que o inferior. Lábio
755 interno aproximadamente retilíneo ornamentado por 3 dentes, sendo o intermediário
756 mais vigoroso e os demais com similar vigor. Região parietal tênue, subachatada
757 ornamentada por 3 dentes, sendo o dente abapical em forma de uma placa ligeiramente
758 deformada, dente intermediário pequeno (menor de todos) e dente abaxial mais vigoroso
759 (arredondado). Região inferior com um sulco proeminente e aprofundado ornamentado
760 por uma faixa marron-escura percorrendo desde a região abaixo do lábio interno até um
761 pouco além do centro da concha.
762
763 Distribuição geográfica: Ceará (Breure, 1974; Simone, 2006), Rio Grande do Norte
764 (Simone, 2006), Paraíba (presente estudo), Pernambuco e Alagoas (Simone, 2006).
765
766 Considerações: Tomigerus pilsbryi é uma das espécies de gastrópodes terrestres mais
767 abundantes do nordeste do Brasil (Simone, 2006). Barker (1913) coletou originalmente
768 indivíduos desta espécie entre troncos rodeados de vegetação da Caatinga. O material
769 aqui estudado está representado por conchas também coletadas sob troncos, além de
770 alguns indivíduos terem sido coletados entre a serrapilheira e sobre rochas do Morro do
771 Quati.
44
772 O material de Tomigerus pilsbryi analisado conteve conchas quebradas, sem
773 perióstraco coletadas sobre o substrato; conchas íntegras, opaca, com perióstraco e
774 superfície desgastadas coletadas sob rochas; conchas íntegras, opaca, com perióstraco
775 preservado coletadas sobre troncos e rochas; conchas íntegra, brilhosa com períostraco
776 marrom-claro coletadas sob troncos e sobre a superfície; além de conchas íntegras,
777 brilhosa e com perióstraco desgastado coletadas sobre o substrato.
778 Todos os indivíduos de Tomigerus pilsbryi apresentaram conchas
779 completamente desenvolvidas e caracterizadas pela presença de um perístoma refletido.
780 A única variação intraespecífica observadas entre os indivíduos relaciona-se a altura da
781 espira.
45
782
783 Figura 10. Espécime Tomigerus pilsbryi coletado no Morro do Quati: A. Vista ventral,
784 B. Vista frontal, C. vista dorsal, D. Vista da apical, E. Vista da protoconcha, F. Vista
785 umbilical. Escala: A. 5 mm, B-D e F. 2 mm, E. 1 mm.
786
787
788
46
789 4. Discussão
790 A realização deste inventário malacofaunístico no Morro do Quati, ecossistema
791 remanescente da Caatinga, possibilitou ampliar gradativamente o conhecimento sobre a
792 riqueza de famílias, gêneros e espécies de moluscos pertencentes a esta biota singular,
793 por meio de registros de ocorrência e descrição de táxons. Um estudo dos espécimes
794 coletados permitiu descobrir que os moluscos terrestres representam um grande
795 potencial na ampliação do conhecimento do grupo para a Caatinga do estado da Paraíba.
796 Gradativamente, alguns estudos recentes vêm ampliando o conhecimento alfa-
797 taxonômico sobre os gastrópodes terrestres provenientes da Caatinga (Simone, 2006,
798 2012, 2013, 2015; Simone e Casati, 2013; Salvador & Simone, 2014), no entanto, a
799 freqüência de dados publicados anualmente está longe de ser considerada satisfatória,
800 principalmente em face da degradação do bioma.
801 No estado da Paraíba, não há publicações taxonômicas refinadas sobre moluscos
802 terrestres. As poucas espécies conhecidas na região foram mencionadas em listagens
803 e/ou catálogos malacofaunísticos cujas informações foram extraídas a partir de material
804 depositado em coleções científicas ou mera compilação de dados (Salgado e Coelho,
805 2003; Simone, 2006).
806 A crescente degradação do ecossistema da Caatinga e a perda da diversidade
807 biológica de invertebrados terrestres elevam ainda mais a importância de realizar
808 pesquisa nessas áreas, principalmente em relação aos impactos e benefícios para o
809 conhecimento dos moluscos terrestres do planeta.
810
811
812
47
813 Agradecimentos
814 A Dra Jéssica de Oliveira Prata (UFPB/CCEN/DSE) e ao M. Sc. Rudá Amorim
815 Lucena (UFPB/CCEN/DSE) pela avaliação crítica do manuscrito; A Dra Jéssica O.
816 Prata (UFPB/DSE), ao M. Sc. Antonio Carlos Silva Silvino (UFPB/DSE) e M. Sc. Luiz
817 Paulo Araújo da Silva (UFPB/DSE) por toda a ajuda com a obtenção das fotografias;
818 Ao Departamento de Sistemática e Ecologia (DSE), Universidade Federal da Paraíba
819 (UFPB), João Pessoa, Paraíba pela utilização de equipamento fotográfico; Ao M. Sc.
820 Francisco Carlos Pinheiro da Costa (UFCG/CFP) pela preparação do mapa da área de
821 estudo; A Dra Anita Studer (Nordesta) pela ajuda com obtenção de literatura; Ao diretor
822 (Prof. Dr. Antônio Fernandes Filho) e vice-diretor (Prof. Dr. Carlos Davidson Pinheiro)
823 do Centro de Formação de Professores (CFP), Universidade Federal de Campina
824 Grande (UFCG) por todo suporte dado através da liberação de transporte para a
825 realização das coletas.
826
827 Referências
828 Alvares CA, Stape JL, Sentelhas PC, Gonçalves JLM, Sparovek G (2013). Köppen’s
829 climate classification map for Brazil. Meteorol Z 22: 711–728.
830 Araújo EL, Castro CC, Albuquerque UP (2007). Dynamics of Brazilian Caatinga – A
831 Review Concerning the Plants, Environment and People. Functional Ecosystems and
832 Communities, 1(1): 15–28.
833 Baker F (1914). The land and freshwater mollusks of Stanford Expedition to Brazil.
834 Proc Acad Nat Sci Philadelphia 65(1914), 618–672.
835 Brandão CRF, Yamamoto CI (2004). Invertebrados da Caatinga. In: Cardoso JM,
836 Tabarelli M, Fonseca MT, Lins LV (Orgs). Biodiversidade da Caatinga: áreas e
48
837 ações prioritárias para a conservação. Brasília: MMA/Conservation International do
838 Brasil/EMBRAPA. 382 p.
839 Breure ASH (1974). Catalogue of Bulimulidae (Gastropoda, Euthyneura), II
840 Odontostominae. Basteria, 38: 109–127.
841 Castelletii CHM, Silva JMC, Tabarelli M, Santos AMM (2004). Quanto ainda resta da
842 Caatinga? Uma estimativa preliminar (p. 91–100). In: Silva JMC, Tabarelli M,
843 Fonseca MT, Lins LY (Orgs). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias
844 para a conservação. Brasília: MMA, 2004. 100 p.
845 Colley E (2012). Nova espécie de Thaumastus da Floresta Atlântica do Paraná, Brasil
846 (Mollusca, Gastropoda, Pulmonata, Bulimuloidea). Iheringia, 102(1): 43–47.
847 CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais,(2005). Serviço Geológico do
848 Brasil. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea:
849 Diagnóstico do município de Cachoeira dos Índios, estado da Paraíba. Recife:
850 CPRM/PRODEEM. 22 p.
851 EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2013). Sistema Brasileiro
852 de Classificação de Solos. 3ª edição. Brasília: EMBRAPA. 353 p.
853 Gröger A, Barthlott W (1996). Biogeography and diversity of the inselberg (Laja)
854 vegetation of southern Venezuela. Biod Letters, 3(6): 165–179.
855 Hernández MIM (2007). Besouros escarabeíneos (Coleoptera: Scarabaeidae) da
856 Caatinga Paraibana, Brasil. Oecol Bras, 11(3): 356–364.
857 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2007). Manual Técnico de
858 Pedologia. 2° edição. Rio de Janeiro: IBGE: 316 p.
859 Islair P, Carvalho KS, Ferreira FC, Zina J,(2015). Bromeliads in Caatinga: an oasis for
860 invertebrates. Biotemas, 28(1): 67–77.
49
861 Köppen W (1936). Das geographische System der Klimate. In: Köppen W, Geiger R
862 (Eds). Handbuch der Klimatologie. Part C. Gebrüder Bornträger, 1: 1–44.
863 Leal IR, Tabarelli M, Silva JMC (2003). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife:
864 Ed. Universitária da UFPE. 822 p.
865 Lima SMQ, Ramos TPA, Silva MJ, Rosa RS,(2017). Diversity, Distribution, and
866 Conservation of the Caatinga Fishes: Advances and Challenges (p. 97–132). In: Silva
867 JMC, Leal IR, Tabarelli M, (Eds) Caatinga: The Largest Tropical Dry Forest Region
868 in South America. Cham, Switzerland: Springer, 482 p.
869 Maestrati P, Simone LRL, Bouchet P (2015). Moluscos (Mollusca) da Reserva
870 Biológica de Pedra Talhada. In: Studer A, Nusbaumer L, Spichiger R (Orgs).
871 Biodiversidade da Reserva Biológica de Pedra Talhada, Alagoas-Pernambuco, Brasil
872 (Boissiera 68). Mém Botan Systém, 68: 163–173.
873 Martins CM, Simone LRL (2014). A new species of Adelopoma from São Paulo urban
874 Park, Brazil (Caenogastropoda, Diplommatinidae). J Conchol 41(6): 765–773.
875 MMA (2002). Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para a
876 conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos
877 biomas brasileiros. Brasília: MMA/SBF. 404 p.
878 Oliveira JA, Gonçalves PR, Bonvicino CR (2003). Mamíferos da Caatinga (p. 238–
879 275). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária da UFPE. 822 p.
880 Oliveira IBR, Moura JZ, Moura SG, Brito WC, Sousa AA, Santana JDP, Maggioni K
881 (2013). Diversidade da entomofauna em uma área de Caatinga no município de Bom
882 Jesus-PI, Brasil. Científica, 41(2): 150–155.
50
883 Oliveira PV, Viana MSS, Simone LRL (2011). Eoholocene malacofauna (Gastropoda,
884 Pulmonata) from a cave of National Park of Ubajara, Ceará State, Brazil. Estudos
885 Geológicos, 21(1): 85–93.
886 Peralta AJ, Osuna T (1952). Diccionario Guaraní-Español y Español-Guaraní. Buenos
887 Aires: Editorial Tupã.
888 Prado DE (2003). As Caatingas da América do Sul (p. 03-74). In: Leal I.R., Tabarelli
889 M, Silva JMC (Eds). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária
890 da UFPE. 822 p.
891 Pilsbry HA (1930). South American land and freshwarter mollusks notes and
892 descriptions – VII. Proc. Acad Nat Sci Philadelphia, 82: 355–365.
893 Salvador RB, Cavallari DC (2014). A new species of Leiostracus from Bahia, Brazil
894 (Gastropoda, Pulmonata, Orthalicidae). Iheringia, 104(1): 39–42.
895 Salvador RB, Simone LRL (2014). New species of Cyclodontina from Bahia, Brazil
896 (Gastropoda, Pulmonata, Odontostomidae). Iheringia, 104(4): 484–487.
897 Salvador RB, Cavallari DC, Simone LRL (2016). Taxonomical study on a sample of
898 land snails from Alto Ribeira State Park (São Paulo, Brazil), with description of a
899 new species. Arch Mollusk, 145(1): 59–68.
900 Salvador RB, Simone LRL (2015). Taxonomical study on a sample of land snails from
901 Alcobaça (Bahia, Brazil), with description of a new species. Stutt Beitr Naturkd A, 8:
902 1–7.
903 Santos GR, Silva AB, Correia ANL, Vilela SLS, Araujo KD (2016). Invertebrados da
904 macrofauna e mesofauna do solo em ambiente de caatinga arbóreo-arbustiva, em
905 Santana do Ipanema, Semiárido Alagoano. REGNE, 2: 894–903.
51
906 Silva JMC, Tabarelli M, Fonseca MT, Lins LY (Orgs) (2003). Biodiversidade da
907 Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: MMA. 100 p.
908 Silva JMC, Barbosa LCF, Leal IR, Tabarelli M (2017). The Caatinga: Understanding
909 the Challenges. In: Silva J.M.C., Leal I.R. & Tabarelli M. (Eds) Caatinga: The
910 Largest Tropical Dry Forest Region in South America. 482 p.
911 Silva JMC, Tabarelli M, Fonseca MT, Lins LV (2003). Biodiversidade da caatinga:
912 áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: MMA, Universidade Federal
913 de Pernambuco. 382 p.
914 Simone LRL (1999). Mollusca Terrestres (p. 3–8). In: Brandão C.R. & Cancello E.M..
915 (Org.). Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao
916 final do século XX: Invertebrados Terrestres. Volume 5. São Paulo: Fapesp. 279 p.
917 Simone LRL (2006). Land and Freshwater Molluscs of Brazil. FAPESP: São Paulo. 390
918 p.
919 Simone LRL (2012). Taxonomical study on a sample of pulmonates from Santa Maria
920 da Vitória, Bahia, Brazil, with description of a new genus and four new species
921 (Mollusca: Orthalicidae and Megalobulimidae). Pap Avulsos Zool 52(36): 431–439.
922 Simone LRL (2013). Habeas, a new genus of Diplommatinidae from Central Bahia,
923 Brazil (Caenogastropoda), with description of three new species. J. Conchol 41(4):
924 519–525.
925 Simone LRL (2015). Three new species of Kora (Pulmonata, Orthalicidae) from Bahia
926 and Minas Gerais, Brazil. J Conchol 42(1): 51–56.
927 Simone LRL (2016). A new species of the genus Gonyostomus from Brazil
928 (Gastropoda, Stylommatophora, Strophocheilidae). Spixiana, 39(1): 11–13.
52
929 Simone LRL, Casati R (2013). New land mollusk fauna from Serra da Capivara, Piauí,
930 Brazil, with a new genus and five new species (Gastropoda: Orthalicoidea,
931 Streptaxidae, Subulinidae). Zootaxa, 3683(2): 145–158.
932 Tabarelli M, Leal IR, Scarano FR, Silva JMC (2017). The Future of the Caatinga. In:
933 Silva J.M.C., Leal I.R. & Tabarelli M. (Eds) Caatinga: The Largest Tropical Dry
934 Forest Region in South America. 482 p.
935 Vieira VPPB (2003). Desafios da Gestão Integrada de Recursos Hídricos no Semi-árido.
936 Revista Brasileira de Recursos Hídricos, 8(2): 07–17.
937 938 939 940 941 942 943 944 945 946 947 948 949 950 951 952 953 954 955 956 957 958 959 960 961 962 963 964 965 966 967 968
53
969 970 971 972 973 974 975 976 977 978 979 980 981 982 983 984 985 986 ANEXO 987 988 989 990 991 992 993 994 995 996 997 998 999 1000 1001 1002 1003 1004 1005 1006 1007 1008 1009 1010
54
1011 1012 1013 1014 1015 1016 1017 1018 1019 1020 1021 1022 1023 1024 1025 1026 1027 1028 1029 1030 1031 1032 1033 ANEXO A 1034 Normas do periódico Turkish Journal of Zoology 1035 1036 1037 1038 1039 1040 1041 1042 1043 1044 1045
55