Moluscos Terrestres Do Brasil (Gastrópodes Operculados Ou Não, Exclusive Veronicellidae, Milacidae E Limacidae)1
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Rev. Biol. Trop. 51 (Suppl. 3): 149-189, 2003 www.ucr.ac.cr www.ots.ac.cr www.ots.duke.edu Moluscos terrestres do Brasil (Gastrópodes operculados ou não, exclusive Veronicellidae, Milacidae e Limacidae)1 Norma Campos Salgado2 y Arnaldo C. dos Santos Coelho2 1 Contribuição 73, da Malacologia, Departamento de Invertebrados, Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. Brasil 2 Departamento de Invertebrados, Museu Nacional, Quinta da Boa Vista, São Cristovão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; [email protected]; [email protected] Abstract: Studies on terrestrial prosobranchs (streptoneureans) and shelled pulmonates (euthyneureans) show the significant diversity of the Brazilian malacofauna. These mollusks are still poorly known, despite the increas- ing interest in the group that started in the XVIII century when land mollusks began to be collected and deposit- ed in scientific collections. The species are arranged in alphabetical order; the taxonomic combination is updat- ed when possible with the original and other bibliographic references. This checklist includes original study of specimens deposited in Brazilian, American and European collections, as well as names and additional data of important early naturalists and current researchers of the group. Species are here associated to their original ref- erences; geographical distribution and other taxonomic references were added to each. A total of 590 species were found (27 families and 95 genera). The systematic arrangement of suprageneric and generic taxa was based on Taylor & Sohl (1962), Thiele (1929-1931), Wenz (1938-1944) and Zilch (1959-1960). Breure (1973-1985) was especially useful regarding Bulimuloidea because the characteristics of some subgenera justified a raise to generic level. The consistent characteristics found in some controversial subspecies justify a species rank for them. Key words: Brazilian malacofauna, landsnails, diversity, taxonomy. Os estudos e pesquisas realizados até o Brasil, por intermédio de obras ou artigos resul- momento, sobre gastrópodes terrestres, proso- tantes do colecionamento intensivo, nas viagens brânqios (estreptoneuros) e pulmonados empreendidas ou de material conquiliológico de (eutineuros) com concha, evidenciam a diver- coletores de passagem ou residentes no país. sidade da malacofauna brasileira, que é ainda Spix, ao retornar da viagem ao Brasil com pouco conhecida a despeito do interesse des- o botânico K. F. P. von Martius, realizada de pertado desde o século XVIII, quando foram 1817 a 1820, ilustrou, identificou e denominou coletados e incluídos em coleções institu- as espécies, que após sua prematura morte cionais ou não. foram revistas, descritas e/ou nominadas na Consideramos J.B Spix, S. Moricand, A. obra por J.A. Wagner, conforme esclarecido d’Orbigny, H. Hupé e J.G. Hidalgo, principal- pelos próprios editores, daí por extensão, mente, como os naturalistas que primeiro reve- admitirmos a obra como de autoria de Spix & laram os moluscos terrestres ocorrentes no Wagner (1827). 150 MALACOLOGÍA LATINOAMERICANA Moricand (1833-1858) divulgou o resulta- No Brasil o desenvolvimento dos estudos do de seus estudos em conceituados periódicos sobre moluscos terrestres, com interesse taxo- da época, baseado no excelente material que nômico, abordando a conquiliologia, anatomia recebia do comerciante francês J. S. Blanchet, e histologia e demais aspectos tiveram início provavelmente radicado, na ocasião, no Estado com H. von Ihering [1850-1930] e F. Lange- da Bahia; ressaltamos que os artigos publica- de Morretes [1892-1954]; H. de Souza. Lopes dos nas Mémoires de la Societé de Physique et [1909-1991], que na condição de eminente d’Histoire Naturelle de Genève foram reunidos entomologista orientou a especialização de na obra: Mémoires sur quelques coquilles flu- H. B. de Rezende, P. D. Lanzieri, J. L. viatiles et terrestres d’Amérique [s. d.]. Barros-Araújo, P. Jurberg; atualmente em D’Orbigny (1835) em periódico fez a atividade: A. C. dos Santos Coelho e N. C. apresentação sucinta, do que colecionou ou Salgado (Museu Nacional, Rio de Janeiro, recebeu como doação de 1826-1834, RJ), J. L. M. Leme e L. R. L. Simone (Museu descrevendo original e preliminarmente ou de Zoologia, Universidade de São Paulo, SP) referindo-se às espécies de autores mais anti- e J. W. Thomé e A. L. M. da Fonseca gos, em obra (1834-1847) ampliou o conheci- (Instituto de Biociências, Pontifícia mento das espécies, descrevendo de maneira Universidade Católica do Rio Grande do Sul, mais completa, as divulgadas anteriormente ou PortoAlegre, RS). Cabe lembrar a con- não, corrigindo senões e apresentando as cor- tribuição prestada por P. de Sá Cardoso respondentes e necessárias ilustrações. (Maceió, AL), M. P. Oliveira (Juiz de Fora, Hupé (1857) reportou espécies de diferentes MG), J. F. Vaz (São Paulo, SP) e L. R. Tostes famílias, colecionadas durante a expedição real- (Rio de Janeiro, RJ). izada, de 1843 a 1847, na América do Sul (do Rio de Janeiro à Lima e de Lima ao Pará) sob a responsabilidade do Conde F. Castelnau. MATERIAL E METODOLOGIA Hidalgo (1870) catalogou e confirmou o conhecimento anterior sobre espécies ter- Na presente listagem, o arranjo sistemáti- restres de vasta região da América do Sul, prin- co geral adotado para táxons supra-genéricos e cipalmente as obtidas pelos eficientes cole- genéricos está baseado nas propostas, consider- tores Paz e Martinez. adas pertinentes, de Taylor e Sohl (1962), Consideramos também como relevantes Thiele (1929-1931), Wenz (1938), Zilch (1959- os artigos de F. Baker, (1914), Bequaert (1925) 1960) e exclusivamente para Bulimuloidea a e Haas (1938-1955) que tiveram a oportu- de Breure (1973-1985), não tendo sido cogi- nidade de realizar coletas no Norte e Nordeste tadas as categorias subgenéricas, alguns sub- do Brasil, o de Pilsbry (1933) sobre material da gêneros por suas características relevantes Região Central, de Martens (1868-1887) espe- foram elevados a gênero. cialmente para espécies do Sul, o de Thiele As espécies estão apresentadas em ordem (1927) resultante de material obtido pelo Prof. alfabética, em combinação taxonômica a mais E. Bresslau, o de Weber (1925) da viagem do atualizada possível, contendo a indicação bib- Dr. von Lutzelburg e nos artigos de Pfeiffer liográfica original, uma ou mais citações de (1841-1869) interesse taxonômico, ilustrativo e de dis- São importantes obras como Conchologia tribuição geográfica sem terem sido citados os Iconica (Reeve, 1848-1878), Manual of locais de ocorrências no Brasil. Conchology (Pulmonata) (Tryon, continuada Estão reunidos representantes de 27 por Pilsbry, 1896-1908); as monografias sobre famílias, 95 gêneros e 590 espécies, das quais, famílias ou gêneros como as de Wagner, (1906, além das reconhecidamente válidas, são assi- 1907-1911), Strebel (1909,1910), Bartsch & naladas subespécies discutíveis que dispõem Morrison (1942) e Bequaert (1948). de consistência para serem consideradas como INTERNATIONAL JOURNAL OF TROPICAL BIOLOGY AND CONSERVATION 151 espécies e táxons admitidos como de dis- espermoduto; (f) flagelo; (ga) glândula tribuição cosmopolita, com ocorrência assinal- albume; (gh) glândula hipobranquial; (gvm) ada ou conhecida para o Brasil. grande veia do manto; (it) intestino; (ls) estru- As espécies estão relacionadas com base em tura laminar; (me) borda do manto; (mrp) mús- referências bibliográficas, no conhecimento, culo retrator do pênis; (od) oviduto; (ov) exame e observações de exemplares depositados ovário; (p) pênis; (pe) pericárdio; (po) poro em coleções brasileiras e estrangeiras: Museu genital; (pr) próstata; (pu) ureter primário; (pv) Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro veia pulmonar; (r, ki) rim; (re) reto; (rs) recep- (MNRJ); Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém táculo seminal; (se) sulco excretor; (su) ureter (MPEG); Museu de Zoologia/ Universidade de secundário; (te) testículo; (ut) útero; (v, va) São Paulo (MZUSP); Departamentos de vagina; (ve) ventrículo; (vm) veia do manto. Geologia e de Zoologia/Universidade Federal de Pernambuco (DGUFPE e DZUFPE); National Natürhistorisch Museum, Leiden (NNM); RESULTADOS Museum für Naturkundl der Humbolt Universität, Berlin (MNHU); Forschungsinstitut GASTROPODA und Naturmuseum Senckenberg, Frankfurt am STREPTONEURA HELICINOIDEA Main (SMF); Zoologische Staatssammlung. HELICINIDAE München, Bayern (ZSM); Naturhistorisches Alcadia Gray, 1840 Museum Wien (NMW); Museum d’Histoire A. iheringi Wagner, 1910 Naturelle de Génève (MHNG); Museum Wagner, 1910: 354, pl. 70, figs. 7-8, in Wagner, Nationale d’Histoire Naturelle, Paris (MNHN); 1907-1911. Lange-de-Morretes, 1949: 63. A. paraensis (Pfeiffer, 1859) The Natural History Museum, London (NHM); Pfeiffer, 1859b: 28 [Helicina]. Sowerby, 1873, pl. 16, sp. Academy of Natural Sciences of Philadelphia 141, figs. a-b, in Reeve, 1873-1874. Wagner, 1907: 63, (ANSP); American Museum of Natural History, pl. 10, figs. 8-11 [Alcadia], in Wagner, 1907-1911. New York (AMNH); National Museum of Helicina Lamarck, 1799 Natural History, Washington. (NMNH); Museum H. angulata Sowerby, 1842 Sowerby, 1842: 12, pl. 2, fig. 61, pl. 3, fig. 100. of Zoology of University of Michigan, Ann Lange-de-Morretes, 1949: 63. Arbor (UMMZ); Field Museum of Natural H. angulifera Wagner, 1910 History, Chicago (FMNH); Naturhistorischen Wagner, 1910: 279, pl. 55, figs. 6-8, in Wagner, Museum Hamburg (NMH); Institut Royalle des 1907-1911. Sciences Naturelles de Brussels (IRSN). H. besckei Pfeiffer, 1848 Pfeiffer, 1848: 120, in Pfeiffer, 1848-1877.