Associações Entre Verano Porteño, De Astor Piazzolla, E O Quadro Juno, De Gerhard Richter
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BORÉM, Fausto; MONTEIRO DE CASTRO, Luciana; CAMPOLINA, Eduardo (Org. e ed., 2021). Editorial dos Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6. In: Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6. Belo Horizonte: UFMG, Selo Minas de Som, p.1-10. DIÁLOGOS MUSICAIS NA PÓS GRADUAÇÃO PRÁTICAS DE PERFORMANCE Nº6 Organização e edição Fausto Borém Luciana Monteiro de Castro Eduardo Campolina Escola de Música da UFMG Belo Horizonte 2021 ISBN: 978-65-88804-13-1 1 BORÉM, Fausto; MONTEIRO DE CASTRO, Luciana; CAMPOLINA, Eduardo (Org. e ed., 2021). Editorial dos Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6. In: Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6. Belo Horizonte: UFMG, Selo Minas de Som, p.1-10. Editorial dos Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6 ISBN: 978-65-88804-13-1 A gravura “Nature morte avec musique” de Pablo Picasso que ilustra a capa desse sexto volume da série de livros Diálogos Musicais da Pós: Práticas de Performance, também ilustra nosso “não- parar!” de fazer e ensinar música nessa pandemia, uma introspecção obrigatória cuja saída encontramos no trabalho em home office. Apresentamos 325 páginas em 14 capítulos, cujos textos foram selecionados entre os trabalhos de coautoria entre alunos e orientadores que se destacaram no “Seminários de Performance”, uma disciplina dos Cursos de Mestrado e Doutorado da Escola de Música da UFMG, ministrada no segundo semestre de 2020. Alguns textos buscam recuperar compositores e músicas negligenciadas na cultura musical do Brasil, por meio de manuscritos esquecidos ou transcrições de gravações de áudio ou vídeo. Outros abordam técnicas instrumentais ou vocais, tradicionais ou estendidas, destrinchando-as para que sejam mais bem compreendidas e ensinadas, mesmo por minorias no meio musical, como os surdos. E há textos que explicam processos musicais a partir de referenciais teóricos filosóficos e estéticos ou na interface com estéticas de outras artes, como o teatro, a pintura tradicional e artes plásticas mais contemporâneas. Tomando como base as diversas perspectivas abertas pela performance em uma abordagem experimental, João Morales e Eduardo Campolina trabalham no cruzamento entre os campos musical e pictórico, explorando associações entre a obra Verano Porteño, do compositor argentino Astor Piazzolla, e o quadro Juno do pintor alemão Gerhard Richter. Tais conexões são contempladas em uma primeira aproximação no planejamento de um projeto artístico, articulando o violão solo com possíveis interações visuais e sonoras que envolvem diferentes mídias, expandindo a atuação do performer, que parte de uma obra de referência para o engajamento em um espaço de problematização de múltiplas dimensões. A partir de conceitos ligados à tradução literária, Michel Maciel e Flavio Barbeitas analisam a transcrição para dois violões de Sérgio Assad do Mov.1 da Sonata Op.22 para piano de Alberto Ginastera. O processo de mudança de contexto idiomático é discutido como ação crítica, valendo-se criativamente das idiossincrasias do instrumento de destino como forma de recriação e ressignificação da obra musical. Pedro Henrique Ludwig e Fausto Borém fazem uma avaliação da plataforma digital SmartMusic® por meio de uma revisão de literatura que inclui 10 dissertações de mestrado e 13 teses de doutorado. A partir dessa avaliação, eles propõem sua aplicação pedagógica no controle da afinação não-temperada do instrumento, por meio de coincidências melódico- harmônicas, discutindo excertos retirados de duas obras para violoncelo sem acompanhamento (o Prelúdio da Suite IV, de J. S. Bach e o Estudo Nº 3, Op. 73, de D. Popper) e uma obra para solista com orquestra sinfônica (o Concerto Nº 1 para Violoncelo e Orquestra, de C. Saint-Saëns). 2 BORÉM, Fausto; MONTEIRO DE CASTRO, Luciana; CAMPOLINA, Eduardo (Org. e ed., 2021). Editorial dos Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6. In: Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6. Belo Horizonte: UFMG, Selo Minas de Som, p.1-10. Propondo um processo tradutório inovador que permita que uma canção de câmara possa ser apreciada por uma plateia que inclua surdos, Andréa Peliccioni Sobreiro e Luciana Monteiro de Castro recorrem aos conceitos de “adaptação” e “transposição” com base na Teoria Tripartite de MOLINO (1989) e NATTIEZ (2002) e em princípios da intermidialidade. A utilização de sinais derivados da Libras (Língua Brasileira de Sinais), movimentos corporais e expressões faciais prenhes de significado oferece, àqueles que não escutam, a possibilidade de desfrutar e compreeder elementos musicais, textuais e contextuais a partir da experiência visual, o que torna o canto mais acessível e interdisciplinar. Rafael Barbosa e Clifford Korman abordam a gestualidade vocal do Johnny Alf em duas versões da música Eu e a brisa, a partir de fontes primárias constituídas por fonogramas de performances ao vivo desse cantor-compositor, em momentos díspares de sua carreira, separados por quase 3 décadas: um de 1969 e o outro de 1997. Ambas as versões foram transcritas para a notação tradicional e analisadas acusticamente por meio de espectrogramas sonoros, procedimentos que permitiram um estudo comparativo visual e acusticamente mais detalhado e preciso. Eduardo Brasil e Fernando Martins de Castro Chaib apontam aspectos rítmicos das levadas do contrabaixista Paulo Paulelli, na gravação de Maracangalha, de Dorival Caymmi, na interpretação do Trio Corrente. A partir das fontes primárias, constituídas pela gravação e de sua transcrição em partitura, foi possível identificar padrões da clave rítmica que auxiliam a adaptação de um samba tradicional em 2/4 aos compassos assimétricos de 7/4 e 5/4. Cinthia Fernandes Matias, Carlos Aleixo e Elise Pittenger apresentam uma proposta de estudo a partir do primeiro movimento da Sonata N.3 para violoncelo e piano de Camargo Guarnieri, composta em 1977. Sugestões são apresentadas com o objetivo de otimizar o estudo de excertos selecionados que trazem questões da técnica de mão esquerda e direita do violoncelo. Além disso, são discutidas questões de interpretação com a finalidade de auxiliar na preparação de performances coerentes com a proposta do compositor. No seu texto, Aquim de Almeida e Fernando Martins de Castro Chaib abordam o conceito de performance enquanto expressão artística no âmbito da música escrita para percussão. Para tanto realizam uma revisão de literatura afim de discutir, contextualizar e relacionar o termo chave com a prática do percussionista. Dessa maneira, trazem à discussão autores que exploram os conceitos de performance, e a partir desse olhar, se debruçam sobre o conceito de performance enquanto expressão artística, utilizando como referenciais movimentos como o happening, body art, action painting e performance art. Para finalizar, os autores procuram identificar elementos na construção performativa do músico percussionista, através de exemplos musicais de John Cage, Mauricio Kagel e François Sarhan. Anelise Claussen e Mauro Chantal apresentam um estudo da canção de câmara In fondo al bicchiere, com dados sobre a trajetória artística do compositor Octávio Meneleu Campos, uma contextualização histórica da obra e do gênero brindisi, uma análise da canção, possíveis relações texto-música e uma edição prática da mesma. 3 BORÉM, Fausto; MONTEIRO DE CASTRO, Luciana; CAMPOLINA, Eduardo (Org. e ed., 2021). Editorial dos Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6. In: Diálogos Musicais na Pós-Graduação: Práticas de Performance Nº6. Belo Horizonte: UFMG, Selo Minas de Som, p.1-10. A partir do modelo teórico de obra aberta de Umberto Eco, Nath Calan e Fernando Martins de Castro Chaib analisam trechos da obra Toucher (1985) de Vinko Globokar, buscando elucidar a importância das decisões performativas do percussionista no repertório cênico musical para percussão em geral. Glaw Nader e Fausto Borém abordam aspectos do arranjo vocal na música popular brasileira, em um estudo de caso sobre a realização do grupo Sambaranda na canção Capim, de Djavan. Os procedimentos do arranjo para esse grupo, premiado internacionalmente como melhor álbum de jazz a cappella em 2017, foram transcritos a partir de duas fontes primárias (gravações de áudio e vídeo) nas quais se observaram também uma sofisticada e estruturada utilização de elementos de improvisação vocal na métrica 5/8, a emulação de instrumentos de percussão e diversas relações entre a música popular brasileira e o jazz. Ana Thereza Naback e Fernando Martins de Castro Chaib propõem uma categorização dos gestos na performance da flauta através de uma revisão da literatura. Conceitos advindos de várias categorizações e conceitos de gestos corporais foram apresentadas assim como suas aplicações nas práticas de performance dos flautistas. A partir do estudo dos aspectos técnicos e interpretativos, Lissandra Sampaio Ribeiro e Ana Cláudia Assis tecem reflexões sobre a performance da obra minimalista Ende, do compositor holandês Louis Andriessen, escrita para duas flautas doces contralto a serem tocadas simultaneamente por um só flautista. Gustavo Bracher e Mauro Rodrigues abordam os processos “prescritivo” e “descritivo” em transcrições de trechos das obras para violão e guitarra Inspiração, de Garoto; Vento, de Toninho Horta; e Samblues, de Juarez Moreira. Discute-se como estes processos podem se adequar às interseções contínuas entre composição, performance e improvisação em casos oriundos da música popular brasileira. Esperamos