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Governo do Estado de Ministério de Minas e Energia - MME

Secretaria de Planejamento Rodolpho Tourinho Neto Ministro de Estado

Fundação de Desenvolvimento José Luiz Pérez Garrido da Região Metropolitana (FIDEM) Secretário Executivo

Luciano de Freitas Borges Jarbas de Andrade Vasconcelos Secretário de Minas e Metalurgia Governador do Estado

José Arlindo Soares COMPANHIA DE PESQUISA DE Secretário de Planejamento RECURSOS MINERAIS - CPRM e Desenvolvimento Social Serviço Geológico do Brasil

Amélia Maria de Oliveira Diretora Presidenta da FIDEM Geraldo Gonçalves Soares Quintas Diretor-Presidente

Umberto Raimundo Costa Diretor de Geologia e Recursos Minerais - DGM

Paulo Antônio Carneiro Dias Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento - DRI

Thales de Queiroz Sampaio Diretor de Geologia e Gestão Territorial - DHT

José de Sampaio Portela Nunes Diretor de Administração e Finanças - DAF

Frederico Cláudio Peixinho Chefe do Departamento de Hidrologia

Regina Célia Gimenez Armesto Chefe da Divisão de Gestão Territorial

Marcelo Soares Bezerra Superintendente Regional do

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL DIRETORIA DE HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO RECIFE

SISTEMA DE INFORMAÇÕES PARA GESTÃO TERRITORIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE PROJETO SINGRE

ESTUDO DO MEIO FÍSICO DO MUNICÍPIO DE /PE - HIDROGEOLOGIA

Jorge Luiz Fortunato de Miranda

RECIFE 1999

EQUIPE TÉCNICA

Enjôlras de A. Medeiros de Lima Autor Gerente de Hidrologia e Gestão Territorial Jorge Luiz Fortunato de Miranda Geólogo Ivo Figueirôa Gerente de Relações Institucionais Marina Nóbrega - Geógrafa e Desenvolvimento Francisco A. B. de Moraes * Alan D. de Barros * Júlio de Rezende Nesi * Digitalização de mapas Supervisor do GATE Claudio Scheid Flávio Renato A. de A. Escorel Editoração Eletrônica

Dalvanise da Rocha S. Bezerril Analista de Informações

Coordenação Editorial Serviço de Edição Regional Luciano Tenório de Macêdo Av. Beira Rio, 45 - Madalena - Recife - PE

Série Recursos Hídricos - Volume 02

MIRANDA, Jorge Luiz Fortunato de Estudo do meio físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia. Recife: CPRM/FIDEM, 1999. (Série Recursos Hídricos - Volume 02). 34 p. il.

“Sistema de Informações para Gestão Territorial da Região Metropolitana

do Recife - Projeto SINGRE”.

1. Hidrogeologia. 2. Água Subterrânea. 3. Aqüíferos. 4. Pernambuco. I. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. II. Fundação de Desen- volvimento da Região Metropolitana do Recife. III. Título.

CDD 551.49

Capa: Fonte originada do aqüífero fissural, em área de rochas precambrianas - Engenho Timboaçu/Ipojuca/PE. Tratamento digital sobre foto realizado por Claudio Scheid e Flávio Renato A. de A. Escorel.

Permitida a reprodução desde que mencionada a fonte

Apresentação

A crescente expansão urbana das metrópoles tem gerado graves desequilíbrios ambientais, que afetam a qualidade de vida da população.

São problemas de abastecimento de água, poluição, salinização de aqüíferos, enchentes, escorregamentos de encostas, assentamento de lixões, todos demandando para sua solução o conhecimento adequado das características do meio físico.

A experiência da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM em levantamentos geológicos básicos, pesquisa mineral e estudos de recursos hídricos, além de sua transformação em Serviço Geológico do Brasil, levou-a a tomar a si a responsabilidade da criação e condução do Programa de Gestão e Administração Territorial - GATE, executado sempre em regime de cooperação com organismos de planejamento regionais, estaduais ou municipais.

A Região Metropolitana do Recife - RMR padece dos problemas mencionados e, por isso, a CPRM está desenvolvendo, em convênio com a Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife - FIDEM, estudos básicos para caracterização do Meio Físico com a finalidade de diagnosticar e subsidiar os órgãos de governo e planejadores de espaços geográficos.

Os resultados desses estudos estão consubstan- ciados em relatórios técnicos, com informações, diagnoses e propostas relacionadas à temática do desenvolvimento urbano. A presente publicação é parte desse esforço.

Sumário

1 - INTRODUÇÃO ...... 01

2 - METODOLOGIA E OBJETIVOS ...... 02

3 - ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO ...... 03

4 - GEOLOGIA ...... 05 4.1 Rochas Precambrianas ...... 06 4.2 Bacia do Cabo ...... 06 4.2.1 Formação Algodoais ...... 06 4.2.2 Formação Ipojuca ...... 06 4.2.3 Formação Estiva ...... 06 4.2.4 Formação Cabo ...... 06 4.3 Coberturas Quaternárias ...... 06

5 - TECTONISMO E SEDIMENTAÇÃO ...... 08

6 - HIDROGEOLOGIA ...... 10 6.1 Introdução ...... 10 6.2 Aqüíferos Intergranulares Extensos, Livres ...... 10 6.3 Aqüíferos Intergranulares Extensos, Confinados, Livres ...... 12 6.4 Aqüíferos Intergranulares Descontínuos, Confinados, Livres ...... 12 6.5 Aqüíferos Intergranulares, Locais, Livres ...... 13 6.6 Aqüíferos Extensos Associados a Zonas Fraturadas Livres ...... 13 6.7 Aqüíferos Descontínuos ou Locais, Associados a Rochas Vulcânicas ...... 14 6.8 Aqüíferos Descontínuos Fissurais, Ampliados por Dissolução Cárstica ...... 14 6.9 Coberturas Impermeáveis ...... 14 6.10 Importância Hidrogeológica Relativa Local ...... 14 6.11 Hidroquímica ...... 15 6.11.1 Terrenos de Rochas Precambrianas e Vulcânicas ...... 18 6.11.2 Terrenos das Rochas Sedimentares ...... 18 6.12 Uso Atual e Condições de Exploração ...... 22

7 - VULNERABILIDADE NATURAL DOS AQÜÍFEROS E RISCOS DE CONTAMINAÇÃO 23

8 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...... 25

9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 28

10 - DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA ...... 30

Anexo I: Catálogo do Inventário Hidrogeológico do Município de Ipojuca/PE

1 - Introdução

A água subterrânea, em geral, a- Considerando-se que a preserva- presenta boas condições de potabilidade a ção e a correta utilização dos bens da natu- um custo de abastecimento mais econômi- reza constituem as metas principais da co do que as águas de superfície, que exi- COMPANHIA DE PESQUISA DE RECUR- gem investimentos bem mais onerosos. SOS MINERAIS - CPRM, é que, através do Mesmo sabendo-se que as águas de su- presente trabalho, publica-se este Estudo perfície podem atender a um maior número do Meio Físico do Município de Ipojuca - de habitantes, estas são mais facilmente Hidrogeologia, em convênio com a Fun- expostas a riscos de poluição e contamina- dação de Desenvolvimento da Região Me- ção que as encontradas em profundidade, tropolitana - FIDEM, como um documento além de constituírem opções pontuais de indicativo para uso racional das águas sub- abastecimento sem que possa haver uma terrâneas, em bases sustentáveis. distribuição deste tipo de captação d’água em cada localidade carente. Como resultado são apresentados os mapas hidrogeológico, hidroquímico e A utilização da água subterrânea de vulnerabilidade natural dos aqüíferos e apresenta condições bem mais imediatas riscos de contaminação, na escala de para um programa de abastecimento, po- 1:100.000. dendo sanar os problemas de falta d’água nos mais diversos locais. Também apre- O estudo de detalhe é apresentado sentam condições de uso sem a necessi- na escala de 1:50.000 e encontra-se à dade de dispendiosos tratamento das á- disposição dos interessados, para consulta, guas, comum nos mananciais de superfí- na biblioteca da CPRM - Superintendên- cie, que normalmente necessitam de algum cia Regional do Recife. tipo de cuidado antes do consumo.

CPRM/FIDEM 1 2 - Metodologia e Objetivos

Para a confecção dos mapas hi- Nessas viagens de campo foram u- drogeológico, hidroquímico e de vulnerabi- tilizados mapas planialtimétricos da SU- lidade natural dos aqüíferos e riscos de DENE, escala de 1:25.000, que serviram contaminação, procedeu-se inicialmente a para plotar os pontos d’água estudados, um apanhado bibliográfico nos órgãos pú- além de fornecerem uma melhor visualiza- blicos, iniciativa privada e na própria C- ção da toponímia. PRM. O acervo de informações adquiridas, após analisado e interpretado, serviu de O mapa geológico utilizado como suporte à confecção de um mapa hidrogeo- base nas campanhas de campo, na escala lógico preliminar. de 1:50.000, serviu para ressaltar as uni- dades aqüíferas da área. Os mapas finais Foram realizadas viagens de cam- são apresentados na escala de 1:100.000. po com a finalidade de se estudar as uni- dades aqüíferas através dos diversos tipos Os objetivos do presente estudo de captação d'água, efetuando-se medi- são os de analisar as diversas unidades ções do nível estático e da condutividade aqüíferas, conduzindo o usuário e as auto- elétrica das águas dos poços, bem como a ridades a, tendo conhecimento da hidro- coleta de amostras d’água para análise geologia da área, estabelecer condições de físico-química, as quais serviram de base à uso dos mananciais de água subterrânea, confecção do mapa hidroquímico, toman- assim como fazendo a indicação de possí- do-se conhecimento portanto da qualidade veis áreas de riscos de contaminação das das águas subterrâneas da área. Observa- águas subterrâneas, permitindo, portanto, ções cuidadosas do uso da água pela po- que sejam tomadas providências para mi- pulação foram efetuadas, procedendo-se a nimização de atividades que contribuem estimativas de produção nos diversos pon- para a degradação dos mananciais subter- tos d'água cadastrados, com a finalidade râneos. de servir de subsídio para a definição da importância hidrogeológica relativa local A conscientização da preservação das unidades hidrogeológicas. Outrossim, e do uso racional dos recursos hídricos fez-se o conhecimento das áreas com indí- subterrâneos constituem objetivos maiores, cios de contaminação dos aqüíferos ou induzidos por uma nova mentalidade a ser potencialmente passíveis, em função da criada, cabendo a cada usuário e às autori- vulnerabilidade natural dos aqüíferos e da dades, a missão de guardiões deste bem carga contaminante existente. mineral de valor inestimável.

CPRM/FIDEM 2 3 - Aspectos Gerais do Município

O município de Ipojuca localiza-se O clima é do tipo Ams’ - quente e na porção sul da Região Metropolitana do úmido - segundo Köppen, com temperatura Recife (RMR), distando cerca de 52km da média anual de 24oC e precipitação pluvi- capital pernambucana. Pode ser atingido ométrica da ordem de 2.174mm, aparecen- pela estrada estadual PE-60, via Cabo de do os meses de maio e junho como os Santo Agostinho, e pela rodovia BR-101, mais chuvosos. sul (Figura 1). Ocupa uma área de 514,8km2 e conta, além da sede municipal, A vegetação é do tipo floresta sub- com os distritos de Nossa Senhora do Ó e perenifolia. A Mata Atlântica faz parte da Camela. paisagem local, estando praticamente res- trita a umas pequenas áreas, por ter sido A população é de 45.424 habitan- substituída pela cultura da cana-de-açúcar. tes (censo de 1991), sendo 20.238 habitan- tes instalados na zona urbana. A densidade O relevo assume aspectos diferen- demográfica é de 88,23 hab/km2 havendo ciados, podendo ser observado que na um grau de urbanização de cerca de porção oeste predominam as formas que 55,44%, com intensa ocupação populacio- vão desde morros ondulados a cumeados nal nas praias de Porto de Galinhas, Cupe, com cotas que atingem a mais de 100m, Maracaípe e Serrambi. A economia princi- como o morro da Pedra Selada com 301m pal é a cultura da cana-de-açúcar para a de altitude. Na parte leste, há uma suaviza- produção de açúcar, álcool hidratado e ção com a formação da planície costeira anidro e melaço. Existem, ainda, as ativi- (cotas de 2m a 5m), com pequenas eleva- dades ligadas ao beneficiamento de mine- ções de altitudes de até mais de 10m. rais não-metálicos como argila, caulim brita e areia. No setor agrícola, observa-se a A rede de drenagem faz parte das produção de banana, mandioca, coco-da- bacias dos rios Ipojuca e Sirinhaém; exis- praia, feijão e batata-doce. A pecuária é tem pequenas bacias litorâneas como as representada principalmente pela criação do rio Merepe-Maracaípe. de bovinos; existe também atividade de pesca.

CPRM/FIDEM 3 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

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0

O C E A São Luís N O A T L Â N T Fortaleza I C O

CE Teres ina RN MA Natal

PI João Pessoa PB

PE Recife

AL 10 Maceió

40 260 280 300

Itapissuma

9.140 Araçoiaba 9.140 140 70 0 140 280 420km Itamaracá

Igarassu ESCALA APROXIMADA Abreu e Lima 9.120 9.120

Camaragibe

São Lourenço da Mata Recife

9.100 9.100 Moreno Jaboatão dos o c Guararapes i t n â l N t A Cabo

9.080 9.080 o AZB n a e W E c Ipojuca O

9.060 9.060 S

9.040 9.040 260 280 300

Limite dos municípios integrantes da Região Metropolitana do Recife

Área do município de Ipojuca

Figura 1 - Mapa de Localização da Área

CPRM/FIDEM 4 4 - Geologia

No município de Ipojuca afloram dimentos e vulcanitos da Bacia do Cabo, rochas graníticas variadas e ortognaisses de idade cretácea e coberturas quaterná- migmatíticos, de idade precambriana, se- rias. (Quadro I).

Quadro 1 - Esboço Geológico do Município de Ipojuca

Importância Unidade Sigla Litologia Ambiente Morfologia Conseqüên- Natural e Geológica de cias do Atividade Origem Tectonismo Econômica Areias quartzosas Marinho Praias NO Proteção natural da Qp costa

COBER- Argilas com matéria Áreas de Áreas baixas sob NO Berçário natural da Qm orgânica, siltes, areias interferência ação das marés fauna estuarina e finas das marés marinha

TURAS Areais finas e médias Linha de Elevações até 5m NO Água subterrânea Qth com conchas praias paralelas à praia Areias antigas

QUATER- Areias finas e médias Linha de Elevações até NO Água subterrânea Qtp praias 10m Areias antigas adjacentes ao Qdfl

NÁRIAS Areias finas, siltes, Lagoas Planície pouco NO Areias Qdfl argilas e sedimentos antigas ondulada Turfas turfáceos inundável

Areias finas e grossas Fluvial Material da calha NO Água subterrânea Qal com intercalações de da drenagem Areias siltes e argilas Argilas

FM. Arcósio médio a Leques Morros Sedimen- Água subterrânea ALGO- Ka grosseiro com seixos aluviais arredondados tação em Caulim DOAIS angulosos grabens Cerâmica branca e papel FM. Vulcanitos: Traquitos, Vulcânica Morros Ocorrência Argila bentonítica IPOJUCA Kiv riolitos e basaltos arredondados ou sob a Água subterrânea alongados forma de derrames FM. Calcário, arcósios, Intermaré e Morros Fraturas Cal artesanal ESTIVA Kc argilas e folhelhos submaré arredondados Corretivo de solo

FM. Conglomerados de Leques Morros Presença de Água subterrânea CABO Kc grã variada aluiviais e arredonados vulcanitos Material de lagos seccionando empréstimo sedim. da Fm. Cabo GRANI- Biotita granitóide de grã Plutônico Morros cumeados Fraturas e Brita TÓIDES Nγ média, leucogranitos, com cotas altas e falhas Rocha ornamental biotita granitóide declividades fortes Água subterrânea porfirítico, quartzo ORTOG. Ortognaisses Crustal Morros Fraturas e Brita MIGMA- Px granodioríticos e arredondados com falhas Água subterrânea TÍTICOS tonalíticos declividades fortes migmatizados

NO: não observado Fonte: Unidades geológicas compiladas a partir de: Rocha (1990) e Lima Filho (no prelo).

CPRM/FIDEM 5 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

4.1 Rochas Precambrianas cos. Arcósios conglomeráticos ou não, folhelhos pretos, vermelhos, calcíferos, Estas rochas são as que apresen- também fazem parte da formação. Os cal- tam a maior abrangência na área em estu- cários aflorantes quase sempre estão alte- do, e estão localizadas na porção oeste, rados, gerando um solo argiloso cinza ou comumente cobertas por um manto de amarelo. intemperismo que pode variar de 5m a 15m de espessura, de constituição silto-arenosa 4.2.4 Formação Cabo e argilo-siltosa (Pfaltzgraff, 1997). Os prin- cipais tipos litológicos são: biotita-granitos, Esta formação tem a sua deposi- biotita-granitos porfiríticos e ortognaisses ção regida pelo rifteamento da bacia. Em migmatíticos. geral é formada por uma sequência de conglomerados que variam até argilas. 4.2 Bacia do Cabo Estudos faciológicos constataram que a Formação Cabo está associada a um sis- Os sedimentos da Bacia do Cabo, tema de leques aluviais sintectônicos pro- de idade cretácea localizam-se na porção gradantes para leste, com um subsistema oriental do Município de Ipojuca. A sequên- fluvial superimposto que ocorre em áreas cia estratigráfica da bacia encontra-se des- restritas (Brito, 1992). Foram reconhecidas, crita a seguir. pelo menos, cinco fácies dentro do sistema de leques aluviais, correlacionadas a dife- 4.2.1 Formação Algodoais rentes pulsos vulcânicos.

Apresenta-se como um arcósio de A fácies leque aluvial proximal está granulação média a grosseira, contendo representada por um ortoconglomerado seixos dispersos de rochas vulcânicas (rio- polimítico e polimodal, com seixos, calhaus litos e traquitos), quartzo e feldspato. Ocor- e blocos que podem atingir até 2m de diâ- re também um arcósio médio a grosseiro, metro, subangulosos e arredondados. intercalado com camadas de argila, e um Quando próximo aos bordos falhados da conglomerado oligomítico com seixos e bacia não apresenta matriz, mas à medida calhaus de rochas vulcânicas. O tamanho que se distancia da linha de falha, eviden- dos seixos é variável, podendo atingir cia-se uma matriz arcosiana. A fácies leque 15cm, em geral angulosos e subangulosos. aluvial mediano é formada de arcósios A matriz é argilo-arenosa de coloração grosseiros a conglomeráticos de cor es- branca, amarela e vermelha (Lima Filho, branquiçada e blocos esparsos de até 1996). 15cm de diâmetro de variados tipos litológi- cos (granitos e metassedimentos). 4.2.2 Formação Ipojuca

Representa os derrames que acon- A fácies leque aluvial distal é for- teceram durante o período cretáceo e que mada por um arcósio grosseiro a médio, atingiram os sedimentos da Bacia do Cabo que grada para sedimentos argilosos, ca- e pequenas áreas do embasamento crista- racterizando um processo cíclico de sedi- lino. Esses vulcanitos são distinguidos pe- mentação controlada por pulsos tectônicos. los seguintes tipos: riolitos, traquitos e ba- Esses sedimentos são secionados pelo saltos. Além de derrames, ocorrem ainda vulcanismo Ipojuca e se interdigitam com a sob a forma de diques e plugs. Essas ro- Formação Estiva. Vale salientar que essas chas, geralmente, encontram-se bastante duas últimas fácies têm suas expressões alteradas, formando um solo argiloso mar- apenas em subsuperfície. rom avermelhado. 4.3 Coberturas Quaternárias 4.2.3 Formação Estiva As coberturas quaternárias, consti- Compreendem calcários de colora- tuídas de materiais inconsolidados (areias, ção creme e cinza, compactos e dolomíti- siltes e argilas) foram estudadas individu-

CPRM/FIDEM 6 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia almente por se apresentarem como unida- posição é de argilas, areias finas e restos des litológicas com extensão expressiva no de matéria orgânica; município. Sedimentos flúvio-lagunares - Terraços marinhos - formam cor- estão distribuídos por toda a área da planí- dões litorâneos paralelos a linha de praia. cie costeira, sendo formados de areias Os de idade pleistocênica podem estar até finas, siltes, argilas e turfas, constituindo, 4km da linha de praia e se sobressaem da em alguns locais, áreas inundáveis; planície flúvio-lagunar adjacente com des- níveis que variam de 2m a 10m de altitude. Sedimentos aluviais - Encontram- Os terraços datados do Holoceno estão se ocupando os vales da maioria da rede logo após os sedimentos de praia, com de drenagem. Quando ocorrem nas áreas cotas que variam de 1m a 5m. São consti- das rochas cristalinas formam, por vezes, tuídos de areias finas e médias, ocorrendo depósitos pouco espessos ou quase au- restos de conchas nos terraços do Holoce- sentes, enquanto que nas áreas dos rios no; que drenam a parte sedimentar são mais representativos, podendo chegar a 10m de Sedimentos de praia - constituem espessura, como observado no vale do rio as areias das praias formados de material Ipojuca. A composição desses sedimentos predominantemente quartzoso; é arenosa com intercalações de siltes e argilas nas áreas sedimentares, e mais Sedimentos de mangue - ocupam argilo-arenosa e argilo-siltosa quando ocor- as áreas de influência das marés. A com- rem no domínio das rochas precambrianas.

CPRM/FIDEM 7 5 - Tectonismo e Sedimentação

A Bacia do Cabo foi originada atra- Alguns elementos, que fazem parte dos vés de eventos tectônicos, durante a fase aspectos sedimentares, servem como sub- de rifteamento ocorrido no Cretáceo, quan- sídio para a compreenção da hidrogeolo- do da formação do Oceano Atlântico Sul. gia, lembrando que são resultados da se- Esses processos tectônicos influenciaram a dimentação associada ao tectonismo da sedimentação, além de terem sido respon- área: os depósitos de conglomerados gros- sáveis pelos vulcanitos da Formação Ipoju- seiros com matriz argilosa; a interdigitação ca, que cortam os sedimentos da Forma- da Formação Estiva com a Formação Ca- ção Cabo. bo; as atividades vulcânicas que secionam os sedimentos da formação Cabo; o aporte Os estudos referentes a bacia são de material arcosiano (feldspato detrítico e recentes. Oliveira (1994), por Geofísica, secundário) em grandes quantidades que, detectou a presença de falhamentos e blo- além de constituir os sedimentos da For- cos sob a forma de altos e baixos estrutu- mação Algodoais, introduziu-se na compo- rais (horsts e grabens) que formavam as sição da Formação Cabo. Segundo Mabe- linhas de contorno do substrato antigo. A soone (1968), esse arcósio originou-se em sedimentação aconteceu originada pela um clima de intenso intemperismo, acom- presença de leques aluviais e lagos que se panhado de forte energia mecânica, com formavam a medida em que a bacia evoluia um relevo alto, em tempo relativamente sob ação dos eventos tectônicos. curto para a sua formação, seguido de atividade tectônica. Os estudos geofísicos permitiram também detectar as enormes espessuras Caracterizada como do tipo rift, a de sedimentos que preenchem essas estru- Bacia do Cabo apresenta as unidades es- turas tectônicas. Assim, foram demarcadas tratigráficas Cabo e Algodoais como as duas áreas onde a sedimentação deixou mais promissoras para a captação de água suas maiores marcas: a primeira na praia subterrânea. No entanto, as condições de Candeias, no município de Jaboatão sedimentares do meio, o modo de distribui- dos Guararapes, com 2.500m; a segunda ção e o movimento da água subterrânea na praia do Cupe, município de Ipojuca, podem ter influenciado na formação, na com 3.500m de espessura de sedimentos, dimensão dos depósitos da água subterrâ- não atingindo o substrato cristalino. (Figura nea, bem como na qualidade dessas á- 2). guas.

CPRM/FIDEM 8 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

272.000 280.000 300.000

9.130.000 9.130.000

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- 1 50 RECIFE - 100

a n i P Lineamento Pernambuco m e a t ã o g R o a i o b 0 i a 0 0 V J 1 0 0 - 2 0 - 3 a - o 0 B 0 4 JABOATÃO - 0 e 0 d 5 0 - 0 a 6 0 i - 0 0 8 0 a - 0 r 1 P - 00 5 1 Muribeca -

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0 0 - 0 0 0 8 0 2 - 8 - Barra de Jangada 9.090.000 - 9.090.000 LEGENDA a O iv a P o C d Falha interpretada por gravimetria

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CABO Falha normal interpretada por - 600 Â - gravimetria 3 00 0 - 5 0 - 3 00 L u - 200 b Contorno do topo do embasa- i a G T mento (prof. em metros) e

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A a i - 100 Contorno inferido do topo do

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P embasamento (prof. em metros)

Cabo de Sto. Agostinho Cobertura sedimentar

O

N Embasamento cristalino

A

Curso d'água Suape E

Aeroporto

C

9.070.000 9.070.000

0 O 0 0 0 1 0 - 0 0 2 0 5 - 2 - 0 0 0 2 0 - 0 0 Escala Gráfica 0 0 3 5 - 3 - Ponta do Cupe 0246 8 km 9.064.000 9.064.000 272.000 280.000 300.000 Fonte: Oliveira (1994)

Figura 2 - Mapa Estrutural Inferido do Topo do Embasamento

CPRM/FIDEM 9 6 - Hidrogeologia

6.1 Introdução veis de 6m a 20m e vazões médias estima- das de 2,0m3/h e equipados com bombas No município de Ipojucam as águas injetoras de 1,5 C.V. subterrâneas ocorrem em duas categorias gerais de aqüíferos: aqüíferos fraturados, As profundidades de captação aci- correspondentes as rochas precambria- ma dos 6m podem apresentar um tipo d'á- nas, vulcânicas e as calcárias, as quais gua com maior presença de sais (mais podem acumular água na trama de fratu- salobra) em razão do contato direto do ras, e aqüíferos intergranulares, represen- terraço holocênico com o aqüífero Estiva, tados pelas rochas sedimentares onde o sotoposto ao mesmo. armazenamento e a circulação da água dependem basicamente da porosidade O nível estático é de 4,5m em al- (Quadro II). guns poços tubulares, sendo bastante vari- ável, ficando mais alto no período das chu- Os sistemas aqüíferos foram indivi- vas e mais baixo no verão. O fluxo subter- dualizados seguindo os critérios de sua râneo tem percurso curto, dirigindo-se para estrutura, da permeabilidade e das caracte- o curso das águas superficiais ou direta- rísticas existentes em superfície, que po- mente para o mar. dem influenciar no comportamento das águas subterrâneas. Em alguns locais, no contato dos terraços marinhos e os sedimentos de Portanto, obteve-se o seguinte re- mangue, observa-se que o nível do lençol sultado, envolvendo toda a área estudada: freático é pouco profundo, havendo condi- ções de contaminação da água salobra dos 6.2 Aqüíferos Intergranulares Extensos, mangues, devendo-se tomar cuidados Livres quando da utilização dessas águas para abastecimento (Foto 1). Compreendem os sedimentos in- consolidados representados pelos terraços Os sedimentos flúvio-lagunares a- marinhos e os sedimentos flúvio-lagunares. presentam constituição arenosa com pre- sença de siltes, argilas e turfas, com per- Os terraços marinhos holocênicos meabilidade média a baixa. Observou-se abrigam, praticamente, todo o contingente que a população de alguns loteamentos populacional instalado nas praias de Porto das cercanias da praia de Porto de Gali- de Galinhas, Cupe, Maracaípe e Serrambí, nhas, faz uso deste aqüífero através de atraído pelas belezas naturais do lugar, poços tubulares, com tubos de PVC de 3 motivando um grande fluxo turístico. Cons- polegadas, profundidades médias variáveis tituem-se nos aqüíferos mais explotados, de 4m a 6m, alguns atingindo 12m, obten- provavelmente devido a falta de um siste- do-se vazões médias estimadas de 1,0m3/h ma de abastecimento d’água oficial. Esses e nível estático médio de 3,5m. sedimentos apresentam alta permeabilida- de e são formados, essencialmente, de Também utilizam- se de poços es- material arenoso inconsolidado. cavados (cacimbas) com profundidades médias de 4m, com nível estático médio de Como forma de captação, são utilizados 2m. As águas subterrâneas, porém, são poços escavados com profundidades mé- bastante afetadas pela presença de maté- dias de 4m e vazões médias estimadas da ria orgânica, dando-lhe um odor e um pala- ordem de 1,0m3/h. Os poços tubulares que dar que não a torna propícia para desse- existem são de tubos de PVC de 3 e dentação. Em alguns locais constituem 4 polegadas, profundidades médias variá- áreas inundáveis, temporárias ou perma- nentes.

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Quadro 2 - Resumo das Características Hidrogeológicas de Ipojuca

Importância Unidade Sigla Litologia Ambiente Morfologia Conseqüên- Natural e Geológica de cias do Atividade Origem Tectonismo Econômica

Areias quartzosas Marinho Praias NO Proteção natural da Qp costa

COBER- Argilas com matéria Áreas de Áreas baixas sob NO Berçário natural da Qm orgânica, siltes, areias interferência ação das marés fauna estuarina e finas das marés marinha

TURAS Areais finas e médias Linha de Elevações até 5m NO Água subterrânea Qth com conchas praias paralelas à praia Areias antigas

QUATER- Areias finas e médias Linha de Elevações NO Água subterrânea Qtp praias até 10m Areias antigas adjacentes ao Qdfl

NÁRIAS Areias finas, siltes, Lagoas Planície pouco NO Areias Qdfl argilas e sedimentos antigas ondulada Turfas turfáceos inundável

Areias finas e grossas Fluvial Material da calha NO Água subterrânea Qal com intercalações de da drenagem Areias siltes e argilas Argilas

FM. Arcósio médio a Leques Morros Sedimen- Água subterrânea ALGO- Ka grosseiro com seixos aluviais arredondados tação em Caulim DOAIS angulosos grabens Cerâmica branca e papel FM. Vulcanitos: Traquitos, Vulcânica Morros Ocorrência Argila bentonítica IPOJUCA Kiv riolitos e basaltos arredondados ou sob a Água subterrânea alongados forma de derrames FM. Calcário, arcósios, Intermaré e Morros Fraturas Cal artesanal ESTIVA Kc argilas e folhelhos submaré arredondados Corretivo de solo

FM. Conglomerados de Leques Morros Presença de Água subterrânea CABO Kc grã variada aluiviais e arredonados vulcanitos Material de lagos seccionando empréstimo sedim. da Fm. Cabo GRANI- Biotita granitóide de grã Plutônico Morros cumeados Fraturas e Brita TÓIDES Nγ média, leucogranitos, com cotas altas e falhas Rocha ornamental biotita granitóide declividades fortes Água subterrânea porfirítico, quartzo ORTOGN. Ortognaisses Crustal Morros Fraturas e Brita MIGMA- Px granodioríticos e arredondados com falhas Água subterrânea TÍTICOS tonalíticos declividades fortes migmatizados

NO: Não observado. Fonte: Unidades geológicas compiladas a partir de: Rocha (1990) e Lima Filho (no prelo).

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6.3 Aqüíferos Intergranulares Extensos, tados obtidos em dois poços perfurados; o Confinados, Livres primeiro localizado no distrito de Nossa Senhora do Ó (Transcon,1977) com 80m Caracterizam o tipo de aqüífero da de profundidade (atualmente desativado) Formação Cabo. Nos perfis de poços ob- que forneceu os seguintes parâmetros: serva-se que os calcários do aqüífero Esti- va e as rochas vulcânicas contribuem para T (transmissividade) = 4,12 x 10-3m2/s confinar ou semi-confinar este aqüífero. Na K (permeabilidade) = 1,5 x 10-4m/s fácies leque aluvial proximal, formada pelos ortoconglomerados polimíticos, a permeabi- O segundo poço, designado como lidade é baixa, com poucas possibilidades 4JG-01-PE - Projeto COMPESA - perfurado de formar bons depósitos de água subter- pela CPRM na praia de Piedade, município rânea, sendo observada a existência de de Jaboatão dos Guararapes, a norte de poucos pontos d’água na área de ocorrên- Ipojuca, foram obtidos os seguintes resul- cia desse material. Foram cadastrados dois tados hidrodinâmicos, segundo níveis de pontos d’água, em uma indústria da área profundidades testados entre 445m a 483m de Suape, com as seguintes característi- - K (permeabilidade) = 3,6 x 10-4m/s, cas: poço tubular com 58m de profundida- T (transmissividade) = 5,7 x 10-6m/s e (po- de e nível estático de 2,20m, apresentando rosidade) = 25 - 27%; de 580m a 1100m os vazão baixa, praticamente não atingindo o parâmetros foram : K= 1,7 a 8,2 x10-4m/s, objetivo das necessidades de abastecimen- T = 3,3 x 10-5m2/s e (porosidade) entre 20% to; um segundo poço tubular com 11m de a 30%. profundidade, tem problemas de vazão e de qualidade d’água (odor de gás de pân- A área de recarga desse aqüífero tano). apresenta-se como pequenas exposições do ortoconglomerado polimítico de matriz Sugere-se que esta fácies do aqüí- argilosa que ocorre nas linhas de falhas fero Cabo não seja utilizada para captação que delimitam a Bacia do Cabo das rochas d’água, em razão das fracas condições de precambrianas, podendo servir algumas explotabilidade, e da má qualidade de suas dessas falhas, também como recarga. Os águas. sedimentos quaternários sobrepostos a este aqüífero podem repassar, após satu- As principais atividades de extra- rados pelas chuvas, o excesso d'água que ção d’água do aqüífero Cabo estão concen- serve para alimentar o referido aqüífero. tradas na fácies leque aluvial mediana, Devido as condições locais de interdigita- constituída por arcósios grosseiros e con- ção entre este aqüífero e o aqüífero Estiva, glomeráticos, apresentando permeabilidade presume-se que este também contribua em de média a baixa, podendo apresentar-se repassar água para o referido aqüífero. A interdigitada com os sedimentos carbona- água que se infiltra para atingir o meio sa- tados do aqüífero Estiva. Há também a turado do referido aqüífero permite que presença de vulcanitos que seccionam possam ocorrer reações químicas com os esses sedimentos, podendo , em alguns sedimentos por ela atravessados, gerando locais, haver algumas dificuldades de a- sais dissolutos que podem alterar a quali- vanço na escavação do poço, durante os dade das águas. trabalhos de sondagem. Os poços cadas- trados captando água na parte confinada 6.4 Aqüíferos Intergranulares Descontí- desse aqüífero têm profundidade média de nuos, Confinados, Livres 110m e vazão média estimada variável de 7,0, observado nas áreas habitadas das Correspondem aos aqüíferos confi- praias, e poços com até 50,0m3/h, na regi- nados a semi-confinados da Formação ão do Porto de Suape. (Foto 2). Algodoais, quando limitados por camadas de argilas, e também às suas partes aflo- Mesmo não tendo sido efetuadas rantes que constituem aqüíferos livres. Os medidas hidrodinâmicas desse aqüífero, conhecimentos sobre este aqüífero são são utilizados, como referenciais, os resul- escassos, pois a formação geológica está

CPRM/FIDEM 12 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia sendo estudada há pouco tempo. A com- estimadas de alguns poços tubulares do posição deste aqüífero é de arcósios apre- referido aqüífero são de 1m3/h, atendendo sentando condições de permeabilidade de ao abastecimento doméstico e de peque- média a baixa. Verifica-se em suas áreas nos aglomerados urbanos (arruados dos livres a existência de poços tubulares pou- engenhos , como observado no vale do Rio co profundos, em média, de12m de profun- Ipojuca), além da existência de poços es- didade, nível estático médio de 2,50m e cavados (cacimbas), que servem para for- vazões médias estimadas de 2,0m3/h. São mar o quadro de abastecimento da área. revestidos com tubos de PVC e possuem bombas submersas de 1,5 CV. A recarga do aqüífero se faz atra- vés das chuvas e da drenagem, sendo Também em suas áreas livres são mais eficaz nas aluviões do Rio Ipojuca. encontrados poços escavados (cacimbas) com profundidades médias variáveis de 4m 6.6 Aqüíferos Extensos Associados a a 5m. A vazão média estimada é da ordem Zonas Fraturadas, Livres de 1,0m3/h. Nas áreas de vales são encon- tradas várias fontes originadas do contato Correspondem às rochas precam- das camadas do material conglomerático brianas, representadas pelos granitos e menos grosseiro com as camadas imper- gnaisses migmatíticos. São considerados meáveis argilo-siltosas. Não foram medidas aqüíferos pobres, por conta da baixa per- as suas vazões, porém estima-se que a meabilidade intersticial do meio fraturado, e média nos meses de verão seja da ordem pela sua heterogeneidade e anisotropia. de 0,5 m3/h Essas fontes são muito bem Os granitos apresentam-se mais fraturados aproveitadas para dessedentação da popu- que os gnaisses, constituindo-se mais pro- lação (Foto 2). A recarga do aqüífero acon- missores para a captação de água subter- tece através das chuvas em suas áreas de rânea. afloramento. Tratando-se de uma região com al- 6.5 Aqüíferos Intergranulares, Locais, tas taxas pluviométricas, médias de Livres 2174mm/ano, com uma drenagem perene que favorece a construção de barragens e Compreende o material inconsoli- açudes para o abastecimento, aliada a dados dos sedimentos aluviais. Os aqüífe- existência de um significativo manto de ros dos sedimentos aluviais são encontra- alteração, com espessuras médias varian- dos nos vales de alguns rios e riachos, do de 5m a 10m, que podem acumular tanto das rochas precambrianas como se- razoáveis quantidades de água em zonas dimentares. A constituição desses aqüífe- aqüíferas livres, a utilização do meio fratu- ros é argilo-siltosa e argilo-arenosa nas rado torna-se praticamente sem necessi- rochas precambrianas e mais arenosa com dade de utilização imediata. intercalações de silte e argila na bacia se- dimentar. Observa-se, portanto, que as á- guas de alguns mananciais de superfície A permeabilidade tende a ser baixa são utilizadas para o abastecimento atra- a média nas aluviões das rochas precam- vés da construção de barragens (Foto 4). brianas, e média nas aluviões da parte Não foram cadastrados poços tubulares sedimentar. A sua utilização, principalmen- captando água do meio fraturado da área te no vale do Rio Ipojuca, acontece através em estudo. Os pontos d'água cadastrados de poços tubulares com profundidades no âmbito das rochas precambrianas, fo- médias de 6m e poços escavados com 4m, ram de seu manto de alteração. em média, de profundidade. Nas áreas de cotas mais elevadas das rochas precam- A população faz uso da águas sub- brianas, alguns rios e riachos, que apresen- terrânea através de poços escavados (ca- tam vales fechados, em forma de “V”, po- cimbas), profundidades médias de 3m a 4m dem não registrar a presença dos sedimen- e nível estático médio de 2m. tos desses aqüíferos. As vazões médias

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São encontrados ainda, poços tu- abandonado. Não foi verificada a utilização bulares com tubo de PVC de 3 polegadas, do referido aqüífero como produtor d'água. com profundidades médias de 6m a 8m, ficando, no entanto, as suas profundidades 6.8 Aqüíferos Descontínuos, Fissurais, reguladas pela espessura do manto de Ampliados por Dissolução Cárstica alteração local. O nível estático é de 3m, podendo oscilar de acordo com os períodos Compreendem as rochas calcárias de inverno e verão. O nível freático nestes da Formação Estiva, maciças e fraturadas, sedimentos, por guardar certo paralelismo com uma permeabilidade baixa. Este aqüí- com a topografia, favorece o surgimento, fero não é explorado pela população, pois nos vales, de um grande número de sur- as águas são salobras. No entanto, na área gências (fontes), as quais contribuem para de contato com o aqüífero Algodoais foram a permanência de uma drenagem perene, cadastrados alguns pontos d’água, como além de serem utilizadas para consumo um poço escavado (cacimba) com profun- humano. A população que utiliza este tipo didade média de 4,5m e nível estático de de abastecimento, geralmente colocam 2,5m, que abastece os arredores de Porto uma proteção de alvenaria ou tubos de de Galinhas. cimento, transformando-as em pontos de coleta d’água, semelhantes a cacimbas. 6.9 Coberturas Impermeáveis Apresentam boa qualidade de água e va- 3 zões médias estimadas de 0,5 a 1,0m /h, Correspondem aos locais ocupadas pelos resolvendo satisfatoriamente as necessida- mangues, constituídos de material argiloso, des de abastecimento doméstico local, por areias finas e matéria orgânica. Não apre- estarem situadas em locais de baixa densi- sentam condições aqüíferas para explora- dade demográfica (Foto 6). ção da água subterrânea. Estas áreas es-

tão sob influência das marés, as águas são A recarga do aqüífero é feita dire- salinizadas. tamente pelas chuvas, sendo uma parte escoada para a drenagem. A parte que se 6.10 Importância Hidrogeológica infiltra, vai alimentar o manto de alteração Relativa Local das rochas que, após saturado, repassa parte das águas para os reservatórios sub- A indicação da importância hidro- jacentes, formado pela trama de fratura da geológica relativa local, utilizada para ca- rocha. racterizar os aqüíferos, baseou-se numa

cuidadosa observação de campo, fazendo- 6.7 Aqüíferos Descontínuos ou Locais, se uma associação equilibrada da disponi- Associados a Rochas Vulcânicas bilidade, necessidade, qualidade (salinida-

de, contaminação) e da estimativa da quan- As exposições de rochas vulcâni- tidade de água das unidades aqüíferas, e cas, quando estão bem preservadas, apre- mesmo dos costumes das necessidades sentam-se fraturadas e com disjunção co- hídricas locais. lunar. No entanto, como quase sempre estão alteradas, são encontradas formando Após a análise dos diversos atribu- um solo argiloso de coloração marrom a- tos, chegou-se à elaboração da importância vermelhada. Não foi cadastrado nenhum hidrogeológica relativa local para as unida- ponto d’água captando água do meio fissu- des aqüíferas da área de Ipojuca: ral. Porém, em algumas áreas de grandes exposições destas rochas, como no Enge- a - Importância hidrogeológica negli- nho Mercês, porção nordeste do município, genciável observou-se no manto de alteração, a exis- tência de captação d’água através de al- Correspondem às áreas de ocor- guns poços escavados para uso doméstico, rência dos mangues; não apresentam con- não servindo para dessedentação, como dições aqüíferas e estão sob influência das também a existência de um poço tubular marés, assim como das rochas calcárias, devido a qualidade das águas salobras. As

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áreas não são recomendadas para o abas- rambi, através de poços tubulares pouco tecimento (não são utilizadas pela popula- profundos e poços escavados (cacimbas e ção). Incluem-se também os sedimentos algumas cisternas), apresentam águas flúvio-lagunares que fornecem águas com- mais ou menos salobras, e representam a prometidas pela presença de matéria orgâ- alternativa mais imediata da população, nica, não se prestando para a dessedenta- particularmente da mais carente, para a- ção. bastecimento d'água. Os granitos que ocor- rem na parte oeste de Ipojuca fazem parte b - Importância hidrogeológica relativa dessa classificação; são fortemente fratu- local muito pequena rados e apresentam um grande número de surgências (fontes), com águas de boa Representam as rochas vulcânicas, qualidade. os sedimento aluviais, o conglomerado polimítico do aqüífero Cabo e os sedimen- 6.11 Hidroquímica tos do terraço pleistocênico. Isso decorre do fato de as referidas unidades aqüíferas O estudo hidroquímico teve por ob- apresentarem vazões muito baixas ou pro- jetivo determinar os tipos d’água dos aqüí- blemas na qualidade de suas águas, ob- feros, como forma de contribuir para um servando-se o pouco uso pela população. uso e um planejamento mais adequados. Para a concretização desses estudos, fo- c - Importância hidrogeológica relativa ram coletadas vinte e cinco amostras local pequena d’água, obedecendo à seguinte distribuição por litologias: dezesseis das rochas sedi- Incluem-se aqui as rochas gnáissi- mentares e nove das rochas cristalinas, cas migmatíticas que, apesar de pouco com análises físico-químicas realizadas no fraturadas, tem o manto de alteração bas- Agrolab - Análises Agronômicas Ltda. tante utilizado para a captação d’água para abastecimento. Para a classificação das águas fez- se uso do diagrama triangular de Piper, no Como se trata de áreas com baixa qual o tipo d’água é definido pelos ânions e densidade demográfica, as surgências cátions predominantes (Figura 3). (fontes), os poços tubulares, pouco profun- dos, e os poços escavados (cacimbas) As águas dos aqüíferos pertencem captando água do manto de alteração des- a quatro tipos químicos. A distribuição tas rochas contribuem de modo eficaz (Quadro 3) por predominância de cada (mesmo com vazões baixas) para a desse- tipo, é a seguinte: dentação e o abastecimento doméstico da área rural da parte oeste de Ipojuca. Cloretada sódica - 64,0%; d - Importância hidrogeológica relativa Bicarbonatada sódica - 20%; local mediana Sulfatada cálcica - 8% Abrange a Formação Algodoais, utilizada através de poços tubulares pouco Bicarbonatada cálcica - 8% profundos, poços escavados, além das diversas surgências (fontes), que apresen- tam boa qualidade de águas, servindo mui- Em razão dos pontos que serviram to bem como sistema de abastecimento de amostra para análise físico-química local (até mesmo para a praia de Porto de apresentarem uma distribuição muito espa- Galinhas). çada, o mapa hidroquímico oferece uma visão generalizada da qualidade da água Os terraços marinhos holocênicos, dos aqüíferos dos dois domínios litológicos intensamente explorados nas praias de (o das rochas sedimentares e o das rochas Porto de Galinhas, Cupe, Maracaípe e Ser- precambrianas e vulcânicas).

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Figura 3 - Classificação Química das Águas Subterrâneas do Município de Ipojuca/PE

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Quadro 3 - Classificação Hidroquímica das Águas do Município de Ipojuca

Amostra Local Ponto Aqüífero Tipos No D’Água Captado D'Água

01 HOTEL RECANTO PT (r) Terraço marinho BICARBONATADA Porto de Galinhas CÁLCICA 03 HOTEL OCAPORÃ PT (p) Cabo BICARBONATADA Praia do Cupe CÁLCICA 08 FAZENDA PE Algodoais BICARBONATADA SÓDICA 11 HOTEL PT (p) Cabo CLORETADA INTERMARES SÓDICA 12 PRAIA DE SERRAMBI PE Cabo BICARBONATADA Área urbana SÓDICA 13 CONDOMÍNIO PT (p) Cabo SULFATADA MARINAS DO AQUIRAZ CÁLCICA 16 USINA PE Flúvio-lagunar CLORETADA SALGADO SÓDICA 25 ENGENHO PE Manto de CLORETADA TODOS OS SANTOS intemperismo SÓDICA 26 SÍTIO PE Flúvio-lagunar CLORETADA CANOAS SÓDICA 27 ENGENHO F Algodoais CLORETADA ÁGUA FRIA SÓDICA 28 ENGENHO PE Manto de CLORETADA AMAZONAS intemperismo SÓDICA 29 HOTEL PT (p) Cabo CLORETADA ARMAÇÃO DO PORTO SÓDICA 32 ENGENHO PT (r) Manto de BICARBONATADA SIBIRÓ DA SERRA intemperismo SÓDICA 33 ENGENHO F Manto de CLORETADA CACHOEIRA intemperismo SÓDICA 35 SÍTIO PE Algodoais CLORETADA SANGUE SÓDICA 36 NORTE GÁS PT (p) Cabo CLORETADA BUTANO SÓDICA 38 ENGENHO F Manto de CLORETADA SIBIROZINHO intemperismo SÓDICA 39 ENGENHO EUROPA PT (r) Manto de BICARBONATADA DE SANTA ROSA intemperismo SÓDICA 42 ENGENHO F Manto de BICARBONATADA DARANGUZA intemperismo SÓDICA 58 ENGENHO F Manto de CLORETADA PIEDADE intemperismo SÓDICA 44 SÍTIO PE Flúvio-lagunar CLORETADA CARVALHO SÓDICA 45 ENGENHO F Algodoais CLORETADA CANTO SÓDICA 46 SÍTIO F Manto de SULFATADA MINGU intemperismo CÁLCICA 47 SÍTIO F Cabo CLORETADA MINGU SÓDICA 49 ENGENHO F Algodoais CLORETADA PORTO ALEGRE SÓDICA

PT (r): poço tubular raso PT (p): poço tubular profundo PE: poço escavado (cacimba) F: fonte Análises físico-químicas realizadas no Agrolab - Análises Agronômicas Ltda.

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6.11.1 Terrenos de Rochas Precambria- dutividade elétrica muito baixas, variando nas e Vulcânicas de l42µS/cm (poço escavado) a 52µS/cm (surgência). As águas do manto de altera- As águas provenientes destas ro- ção das rochas precambrianas caracteri- chas são todas oriundas dos seus mantos zam-se, de um modo geral, como águas de alteração. Os resultados das análises básicas a ligeiramente ácidas, límpidas, indicam que 62,5% pertencem às águas do inodoras e de bom paladar para o consumo tipo cloretadas de sódio, enquanto 37,5% humano, salvo nos locais onde possam ser recaem nas bicarbonatadas de sódio expostas a contaminação. (Quadro 3). As características químicas dessas águas são as seguintes: resíduo 6.11.2 Terrenos das Rochas Sedimenta- seco médio baixo, em torno de 55,2mg/l, res com valor máximo de 76,0mg/l (Quadro 4), verificado em um poço escavado, e o valor Das dezessete amostras analisa- mínimo de 36,0mg/l em uma surgência das dessas rochas, resultou que 64,71% (fonte). pertencem ao tipo das águas cloretadas sódicas, ficando as demais, bicarbonatadas A dureza total, definida como o po- cálcicas, bicarbonatadas sódicas e sulfata- der de consumo de sabão, apresenta valo- das cloretadas com os 11,76% restantes res baixos, menores que 50mg/l, e as á- (Quadro 3). As águas desses terrenos guas são classificadas como águas bran- apresentam resultados diferentes dos ob- das. A presença dos íons cloreto e ferro é servados nas águas do manto de alteração baixa, não comprometendo a potabilidade das rochas precambrianas, situadas na da água, que apresenta medidas de con- porção oeste do município (Quadro 5).

Quadro 4 - Resultados de Análises Físico-Químicas (Mês de Abril/1997) (Águas Coletadas na Área das Rochas Precambrianas)

Análises/ pH Conduti- Resíduo Dureza Cloreto Ferro Nitrato Amostras vidade Seco Total (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) AM-25 7,2 123 66 15,3 20,5 0,17 presença (PE) AM-28 6,8 142 76 30,6 25,5 0,29 ND (PE) AM-32 7,5 114 65 23,0 10,5 0,29 ND (PT(r)) AM-33 7,0 78 48 12,8 12,5 0,12 ND (F) AM-38 7,3 62 36 15,3 11,5 0,23 ND (F) AM-39 7,3 63 63 20,4 16,5 0,17 ND (PT(r)) AM-42 7,2 52 52 20,4 13,0 0,17 ND (F) AM-58 7,3 104 63 20,4 16,5 0,17 ND (PT(r)) Padrão 6,0 - 400- - 500 250 < 0,3 10 OMS 8,0 1250

PT (r): poço tubular pouco profundo PT (f): poço tubular profundo PE: poço escavado F: fonte ND: não detectado Análises físico-químicas realizadas no Agrolab - Análises Agrônomicas Ltda.

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Quadro 5 - Resultados de Análises Físico-Químicas (Mês de Abril/1997) (Águas Coletadas na Área das Rochas Sedimentares)

Conduti- Resíduo Dureza Cloreto Ferro Nitrato Análises/ pH vidade Seco Total (mg/l) (mg/l) (mg/l) Amostras (mg/l) (mg/l)

AM-01 (Pt(p)) 8,2 1202 774 398,4 127,5 0,29 Presença

AM-03 (Pt(p)) 8,2 592 391 178,8 56,0 0,23 ND

AM-10 (PE) 7,6 128 88 31,9 16,0 0,23 ND

AM-13 (Pt(p)) 8,1 1726 1007 408,6 490,0 1,96 ND

AM-14 (PE) 8,3 654 436 224,7 50,0 1,21 Presença

AM-15 (Pt(p)) 8,1 2760 1140 919,4 650,0 2,93 ND

AM-16 (PE) 7,6 163 95 30,6 25,0 1,42 Traços

AM-26 (PE) 6,1 382 214 46,0 94,0 0,86 ND

AM-27 (F) 6,7 100 100 15,3 14,5 0,12 ND

AM-29 (PT(p)) 8,1 661 412 143 114,0 0,12 ND

AM-35 (PE) 4,6 835 438 112,4 236,0 0,17 Traços

AM-36 (PT(p)) 8,2 1304 783 234,9 292,5 0,29 ND

AM-44 (PE) 6,3 112,1 64 17,9 21,5 0,12 traços

AM-45 (F) 6,6 66,2 38 12,8 13,0 0,12 ND

AM-46 (F) 7,3 105 67 28,1 13 0,17 ND

AM-47 (F) 6,9 58 36 12,8 10,5 0,12 ND

AM-49 (F) 6,7 76 42 12,8 10,5 0.12 ND

Padrão OMS 6,0-8,0 400-1202 - 500 250 < 0,3 10

PT (r): poço tubular (raso) PT (p): poço tubular profundo PE: poço escavado (cacimba) F: fonte ND: não detectado Análises físico-químicas realizadas no Agrolab - Análises Agronômicas Ltda.

CPRM/FIDEM 19 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

O resíduo seco é variável, obser- A idéia de interferência da cunha vando-se valores máximos de 1140mg/l e salina tem ampla ligação com a intensidade 1007mg/l, em dois poços tubulares com de explotação da água subterrânea de mais de 100m de profundidade captando o modo desordenado. Sabe-se que a super- aqüífero Cabo, e mínimo de 38,0mg/l, obti- explotação, em aqüíferos costeiros, pode do de uma surgência (fonte) no contato das acelerar a ação da intrusão marinha. Na rochas gnáissicas com aluviões do Rio área em estudo, porém, observa-se que, Ipojuca. provavelmente, os poços existentes ainda não estejam provocando um abatimento A dureza total também assume va- piezométrico, o qual induziria a um avanço lores variáveis, obtendo-se 919,4mg/l em da água salgada no aqüífero Cabo. um poço tubular com mais de 100m de profundidade captando o aqüífero Cabo e O íon ferro, que pode interferir na 12,8mg/l em uma surgência (fonte) existen- qualidade da água (desde que a sua pre- te no contato dos aqüíferos Estiva e Algo- sença esteja acima dos padrões de potabi- doais. lidade) mostrou, em algumas análises, valores considerados não recomendados, A presença do íon cloreto mostrou- como 1,96mg/l e 2,93mg/l em determina- se acentuada em dois poços tubulares dos poços tubulares captando água do captando o aqüífero Cabo, com profundi- aqüífero Cabo, e num poço escavado situ- dades acima de 100m, atingindo valores de ado no contato terraço marinho - mangue 919,4mg/l e 490,0mg/l. Os demais valores com teor de 1,21mg/l. permaneceram nos padrões da OMS. De um modo geral, as águas da Observa-se (Figura 4) que a pre- parte sedimentar são básicas a ligeiramen- sença do íon cloreto nos poços situados na te ácidas, com paladar variável, podendo orla marítima tende a aumentar com a pro- ser salgadas, no aqüífero Cabo, e salobras fundidade, um possivel resultado da influ- nos aqüíferos livres dos terraços marinhos ência do aqüífero Estiva. holocênicos.

Na tentativa de explicar a salinida- Porém, no aqüífero Algodoais, a- de das águas do aqüífero Cabo, sugerimos presentam-se com bom paladar, prestando- que se promovam estudos mais detalhados se ao abastecimento local. A coloração é para que, observando-se o seu comporta- límpida, no entanto, algumas águas do mento sedimentar, a presença de determi- aqüífero livre dos sedimentos flúvio- nados minerais das fontes que originaram a lagunares, e mesmo dos terraços mari- sedimentação, bem como uma possível nhos, poderão exibir coloração marrom e influência do mar primitivo nos sedimentos odor de pântano, em razão da presença de desse aqüífero, possa ser melhor explicada matéria orgânica. a qualidade dessas águas.

CPRM/FIDEM 20 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

Figura 4 - Variações do Ânion de Cloro com a Profundidade. Área Sedimentar da Faixa Litorânea do Município de Ipojuca/PE.

CPRM/FIDEM 21 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

6.12 Uso Atual e Condições de Explora- O aqüífero Algodoais, com áreas ção de exposição na zona rural, é utilizado para suprir as necessidades domésticas e a A água subterrânea em Ipojuca dessedentação, por apresentar boa quali- destina-se a suprir as necessidades da dade de suas águas, sendo explotado atra- população, onde não existe abastecimento vés de poços tubulares pouco profundos e utilizando água superficial da COMPESA. A poços escavados. sede do município e os distritos de Camela e Nossa Senhora do Ó, assim como o O litoral do município, que compre- Complexo Industrial Portuário de Suape ende as praias de Porto de Galinhas, Cupe, são abastecidos d'água pelo sistema das Maracaípe e Serrambí, onde ocorre uma barragens de Utinga, Bita, Três Passagens intensa ocupação populacional e serve e São Pedro. como atração turística do estado, o abaste- cimento é realizado apenas através de No distrito de Camela são contabi- poços particulares. lizadas 1.300 ligações domésticas, com um consumo de 44.010m3/mês. No distrito de Nessas áreas, os poços tubulares Nossa Senhora do Ó são cerca de 2.300 profundos (em média com 110m de profun- ligações e um consumo estimado em didade), captando água do aqüífero Cabo, 88.440m3/mês; em Ipojuca há 1.300 liga- em geral, apresentam águas salgadas; com ções com um consumo de 44.330m3/mês. uso dirigido para serviços domésticos, não sendo utilizados para a dessedentação. No domínio das rochas precambri- anas, que corresponde à área rural, a po- Nessas áreas os poços tubulares pulação se abastece, principalmente, atra- pouco profundos e os poços escavados vés de um grande número de surgências (tipo cisterna ou cacimbas), que captam (fontes), poços tubulares rasos e poços água dos terraços holocênicos, têm o uso escavados (cacimbas) do manto de altera- das suas águas mais para fins domésticos, ção dessas rochas, não tendo sido consta- que o da dessedentação, pois apresentam tada a captação d’água do aqüífero fratura- águas salobras. do.

CPRM/FIDEM 22 7 - Vulnerabilidade Natural dos Aqüíferos e Riscos de Contaminação

A vulnerabilidade natural dos aqüí- rios, lixões ou focos de lixo, depósitos de feros à poluição é caracterizada como a combustíveis ou postos de venda e poços maior ou menor facilidade com que estes tubulares danificados ou mal construídos. podem reagir diante de uma contaminação por agentes externos. A determinação da Como documento indicativo, o pre- vulnerabilidade natural dos aqüíferos e os sente trabalho propõe-se a ser um instru- riscos de contaminação, no presente estu- mento que possibilite ao usuário condições do, obedeceram aos conceitos adotados de conhecer a vulnerabilidade natural dos por Foster (1988), que se baseiam nos aqüíferos e tomar conhecimento de possí- seguintes fatores: formas de ocorrência da veis áreas com riscos de contaminação água subterrânea, litologia, profundidade (Quadro 6). É necessário lembrar que, na da água, além de critérios subjetivos à medida do possível, adaptaram-se os crité- respeito da área enfocada. A carga conta- rios de análise utilizados por Leal (1994) minante é representada pelas áreas urba- para a mesma área, com aqueles empre- nas saneadas ou não, indústrias com al- gados neste trabalho para a caracterização gum nível de potencial de poluição, cemité- das diversas classes de vulnerabilidade.

Quadro 6 - Vulnerabilidade Natural e Riscos de Contaminação dos Aqüíferos Município de Ipojuca (Ano de 1997)

Unidades Hidrogeologia Vulnerabilidade Carga Risco de Litológicas Natural dos Contaminante Contami- Aqüíferos (Ano de 1997) nação Qth - areias Agentes: ausência de esbranquiçadas tratamento sanitário Qtp - areias (fossas negras, focos esbranquiçadas Aqüíferos livres Alta de lixo) nas unidades Elevado Qal - material areno- Qth e Qtp. Não obser- siltoso, no domínio das vado na unidade Qal. rochas sedimentares Qdfl - areias com Aqüíferos livres, nas Agentes: ausência de intercalações de silte, unidades Qdfl e Ka. tratamento sanitário argilas e turfas Aqüífero confinado na (fossas negras, esgoto Ka - arcósios unidade Ka. a céu aberto, efluentes grosseiros c/ interc. Aqüífero fissural da industriais, cemitério, de argilas unidade Nγ. Moderada indústrias localizadas. Alto Nγ - granitóides Não observado nas Qal - material silto- unidades Nγ e no argiloso na área das aqüífero confinado Ka rochas precambrianas Kiv - rochas vulcânicas Aqüífero fissural nas Agentes: ausência de Ke - rochas calcárias unidades Kiv e Px. tratamento sanitário. Kc - arcósios conglo- Aqüífero cárstico- Área urbana de Ipoju- meráticos. fissural na unidade Ke. Baixa ca e Camela Moderado Px - Complexo Gnáis- Aqüífero confinado sico-Migmatítico livre da unidade Kc. Agentes: ausência de tratamento sanitário. Pequenas concentra- - - - ções urbanas em Baixo áreas de vulnerabili- dade moderada e baixa. Qm - argilas, areias Áreas não aqüíferas finas e restos de sujeitas a ação das Negligenciável - - matéria orgânica marés

CPRM/FIDEM 23 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

Foram definidas as seguintes clas- qualidade química de suas águas. Recaem ses de vulnerabilidade: nessa classe as áreas de ocorrência dos mangues. I - Vulnerabilidade Alta Riscos de Contaminação dos Aqüíferos São as áreas com alta permeabili- dade por porosidade, sem a presença de Foram determinadas as seguintes conteúdo argiloso que contribua para ate- classes de risco de contaminações dos nuar a ação dos poluentes colocados na aqüíferos da área: superfície ou em subsuperfície. Correspon- dem aos aqüíferos livres dos terraços mari- A - Risco Máximo nhos. Estes podem ficar submetidos a ris- cos de contaminação alto a máximo, quan- São as áreas sem saneamento ou do da existência de carga contaminante de com saneamento deficiente, com vulnerabi- potencial moderado a elevado. lidade alta, as quais correspondem aos terraços marinhos, principalmente o holo- II - Vulnerabilidade Moderada cênico, onde se situam as concentrações urbanas das praias de Porto de Galinhas, Faz parte das áreas com material Cupe, Maracaípe e Serrambi. pouco permeável com água explotável a profundidade de 2m a 10m, corresponden- B - Risco Alto tes aos depósitos flúvio-lagunares, e a um material pouco permeável da Formação Envolve as zonas urbanas com sa- Algodoais, com água sendo captada a a- neamento adequado ou onde haja parque proximadamente 30m de profundidade. industrial, ambos situados em áreas de Poderá haver contaminação das águas vulnerabilidade moderada ou elevada. Cor- subterrâneas por infiltração de poluentes respondem à área urbana de Nossa Se- colocados em superfície ou em subsuperfí- nhora do Ó, à área industrial do Porto de cie. Suape e arredores, e às áreas das aluviões da parte sedimentar (Fotos 7 e 8). III - Vulnerabilidade Baixa C - Risco Moderado As águas subterrâneas para explo- tação estão localizadas em profundidades São as áreas de vulnerabilidade al- superiores a 40m em aqüíferos confinados, ta, moderada ou baixa ocupadas por con- por material permeável próximo da superfí- centrações urbanas com reduzido número cie ou em profundidade. Envolve as áreas de moradores, ou aquelas com saneamen- dos aqüíferos Cabo e Algodoais, sob confi- to adequado ou desprovidas desse siste- namento. Abrange também as áreas pouco ma, ocupadas por pequenos aglomerados permeáveis (fração mais argilosa) destas urbanos. Corresponde às áreas como de formações. Envolve ainda as rochas pre- Vila Europa e outras localidades nas áreas cambrianas, vulcânicas e os calcários, das aluviões. alteradas ou não, por apresentarem locais onde a água ocorre em volume localizado D - Risco Baixo ou reduzido. São as áreas de vulnerabilidade IV - Vulnerabilidade Negligenciável moderada ou baixa, ocupadas por peque- nos núcleos habitacionais ou as zonas Correspondem às áreas onde a urbanas com saneamento adequado. Cor- água subterrânea não apresenta condições responde à área de Camela, Ipojuca, e aqüíferas de explotabilidade, como pela outras locais de rochas precambrianas e vulcânicas alteradas.

CPRM/FIDEM 24 8 - Conclusões e Recomendações

Considerando-se o pequeno núme- para definir melhor o comportamento ro de informações hidrogeológicas relativas como unidade aqüífera, possibilitan- à área, os objetivos foram satisfatoriamente do o conhecimento de profundidades atingidos, por tratar-se de um trabalho indi- mais adequadas para a captação cativo com a pretensão de fornecer ao d’água, características hidrodinâmi- usuário um quadro das condições atuais de cas e o conhecimento de suas reser- captação das diversas unidades aqüíferas, vas explotáveis. Recomendam-se, contendo valores estimativos de produção, outrossim, cuidados na parte cons- qualidade das águas, o uso e as possíveis trutiva dos poços, evitando a capta- áreas de contaminação dos aqüíferos. O ção de águas das partes arenosas trabalho não constitui um detalhamento da em contato com o material carbona- Hidrogeologia do município, tema que po- tado do aqüífero Estiva, para que derá ser alvo de estudos futuros. não haja interferência deste com su- as águas. Em razão da espessura As conclusões e recomendações apresentada, as rochas vulcânicas passarão a ser discutidas a seguir: (quando alcançadas) devem servir como limite de captação para os po- ! A água subterrânea da área cumpre ços em perfuração; a função de suprir a falta de um sis- tema de abastecimento oficial em lo- cais, como a região das praias e a ! Os terraços marinhos holocênicos zona rural do município, onde a po- constituem alternativa a um custo pulação conta apenas com este re- acessível para a população das prai- curso como única alternativa de a- as do município. Isto é um fato com- bastecimento; provado pelo grande número de pon- tos d’água, poços tubulares pouco profundos e poços escavados (ca- ! Em termos de Hidrogeologia, os cimbas e cisternas) existentes. Há aqüíferos mais explorados são os necessidade de maiores estudos pa- aqüíferos terraços holocênicos, Al- ra um melhor conhecimento das ca- godoais e Cabo; racterísticas da zona saturada, das reservas, definição do melhor nível de profundidade de captação, e da ! O aqüífero Algodoais, embora tenha relação de contato com o aqüífero suas áreas de afloramento em locais Estiva (calcários); pouco habitados, é utilizado pela po- pulação de Porto de Galinhas para abastecimento, em razão da boa ! No âmbito das rochas precambria- qualidade das águas. Carece de es- nas, o seu manto de alteração (exi- tudos mais profundos, podendo vir a bindo espessuras que variam, em ser uma provável opção para um média, de 5m a 10m), é explorado programa de abastecimento d’água através de poços escavados (cacim- dirigido às pequenas localidades; bas) e poços tubulares pouco pro- fundos. Apesar das baixas vazões, as rochas precambrianas apresen- ! O aqüífero Cabo, apesar das carac- tam boa qualidade de águas. Não fo- terísticas litológicas distintas, em ram cadastrados pontos d'água cap- função da origem dos processos de tando o aqüífero fissural; a expectati- sedimentação e de sua ocorrência va é que tal aqüífero não esteja sen- por toda a bacia, representa a opção do explorado; para as captações profundas, como já acontece através de poços tubula- res, com profundidade média de ! As análises físico-químicas das a- 110m cadastrados. Faz-se necessá- mostras coletadas em poços do a- rio o aprofundamento dos estudos qüífero Cabo, com profundidades

CPRM/FIDEM 25 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

médias de 110m, confirmam a pre- dos mananciais de superfície e de sença de valores de resíduo seco, de subsuperfície; ferro e cloro de alguns poços em de- sacordo com as normas de potabili- dade das águas, segundo a OMS ! O documento oficial existente, com (Organização Mundial de Saúde), referências à Hidrogeologia do Muni- observando-se que constituem crité- cípio de Ipojuca, é o Inventário Hi- rios de restrição para o uso dessas drogeológico Básico do Nordeste - águas para dessedentação; Folha no 21 RECIFE-NO, concluído em 1978. Observa-se uma enorme escassez de informações atualizadas ! No que se refere à vulnerabilidade da Hidrogeologia do município; dos aqüíferos, os terraços marinhos são os mais expostos aos riscos de contaminação (vulnerabilidade ele- ! A transformação da área litorânea de vada), por concentrarem, em especi- Ipojuca, com a implantação do Com- al o terraço holocênico, praticamente plexo Industrial e Portuário de Suape toda a população da região das prai- e o incremento do turismo a partir da as. Recomendam-se cuidados cons- praia de Porto de Galinhas, desen- trutivos e de proteção para evitar a cadeou o surgimento de vários lote- contaminação das águas por fossas amentos e a construção de hotéis e negras, focos de lixo, água dos man- condomínios. Faz-se necessária a gues, e diversos tipos de agentes implantação, no local, de uma estru- contaminantes, em razão da alta tura de saneamento básico. Como permeabilidade, que podem concor- alternativa para o abastecimento, rer para a rápida contaminação do buscaram-se recursos da água sub- aqüífero; terrânea, por se tratar de áreas não servidas pelo sistema da COMPESA. Os dados obtidos com o presente es- ! A edificação de um novo cemitério tudo, representam uma visão geral em Nossa Senhora do Ó deve ter da utilização atual do uso da água sua localização fora da área urbana, subterrânea. Representa um trabalho em local de predomínio de material indicativo, existindo a necessidade argiloso, para que não se constitua de um conhecimento mais aprofun- em agente contaminador das águas dado da Hidrogeologia da área; subterrâneas. Tal fato pode estar a- contecendo há muito com o cemitério local, instalado em área de ocorrên- ! O gerenciamento dos recursos hídri- cia dos sedimentos flúvio-marinhos cos é exercido pela Companhia Per- (trata-se de um aqüífero de vulnera- nambucana de Saneamento (COM- bilidade moderada); PESA), responsável pela distribuição da água canalizada para Ipojuca, Nossa Senhora do Ó, Camela e Por- ! As indústrias situadas na área do to Industrial de Suape. As praias de porto de Suape, mesmo apresentan- Porto de Galinhas e adjacências são do alguns riscos de polui- abastecidas por poços particulares, ção/contaminação hídrica e do ar, não sendo ainda beneficiadas pelo não colocam a área, até o momento, sistema oficial do Estado; como zona de alerta. Ainda não fo- ram constatados níveis elevados de degradação por poluentes industri- ! É necessário conscientizar os habi- ais, que sinalizem uma ameaça séria tantes que se abastecem através de ao meio ambiente. Recomendam-se, poços tubulares, poços escavados porisso, que todos os cuidados se- (cacimbas e cisternas) e surgências jam dispensados para a preservação (fontes) do município de Ipojuca,

CPRM/FIDEM 26 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

! quanto à necessidade da realização ! Nos locais de plantio de cana-de- de uma proteção sanitária dos pon- açúcar são necessárias precauções tos de captação, para que não so- relativas ao controle do uso de de- fram a influência de fossas negras, fensivos agrícolas e do vinhoto de áreas de criação de animais, depósi- cana, como medida preventiva, para tos de defensivos agrícolas, entre evitar que tais agentes comprome- outros agentes. Tal procedimento e- tam a qualidade das águas subterrâ- vitará a contaminação dos aqüíferos, neas e das superficiais, principal- particularmente nas áreas onde eles mente nas áreas das coberturas qua- forem de composição mais arenosa. ternárias. Quando possível, realizar análises bacteriológicas semestrais;

CPRM/FIDEM 27 9 - Referências Bibliográficas

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CPRM/FIDEM 28 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

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ROCHA, D. E. G. A. da Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil: carta geo- lógica, carta metalogenética previsional - Escala 1:100.000 (Folha SC.25-V-A-II Vitória de Santo Antão) Estado de Pernambuco. Brasília: DNPM, 1990. 112 p. il.

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TODD, D. K. Hidrogeologia de águas subterrâneas. Trad. por Araken Silveira, Evelyn Bloem Souto Silveira. São Paulo: Edgard Blucher, 1959. 319p.

TRANSCON Consultores. Projeto SUAPE. Recife, 1997. v. 1. p. I - 5, 46 - I - 5, 47: Dados das condições físicas locais.

CPRM/FIDEM 29 10 - Documentação Fotográfica

Foto 1 - Poço escavado sem proteção, evidenciando a altura do nível freático das águas, em área de contato do terraço pleistocênico com o mangue. Localidade Feiteira.

Foto 2 - Poço tubular profundo captando água do aqüífero Cabo. Praia de Maracaípe.

CPRM/FIDEM 30 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

Foto 3 - Surgência (fonte) na encosta de um vale, no Aqüífero Algodoais, com proteção de cimento, aproveitada para abastecimento. Engenho Canto.

Foto 4 - Barragem para abastecimento d' água na área das rochas precambrianas. Distrito de Camela.

CPRM/FIDEM 31 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

Foto 5 - Poço tubular pouco profundo captando água do aqüífero livre do manto de intemperismo do fraturamento das rochas precambrianas. Engenho Genipapo.

Foto 6 - Surgência (fonte) em início de drenagem (Engenho Belém). Área de rochas precambrianas.

CPRM/FIDEM 32 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

Foto 7 - Vala de recepção de águas domésticas na área urbana de Nossa Senhora do Ó, em área de ocorrência do terraço pleistocênico e dos sedimentos flúvio-lagunares.

Foto 8 - Vista da disposição dos resíduos sólidos urbanos (lixão) da cidade de Ipojuca, nas áreas de ocorrência das aluviões do Rio Ipojuca - Ipojuca/PE.

CPRM/FIDEM 33 Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia

Anexo I

CPRM/FIDEM

Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia Anexo I - Catálogo do Inventário Hidrogeológico do Município de Ipojuca/PE (Parte 1/6)

Identi- ficação Dados de Localização Características do Ponto D' Água

φ Potencia- Vulnera- Re- Vazão Aqüífero µ lidade Coordenadas Prof. NE H 3 Litologia Uso da bilidade Local vesti- (m /h) Captado (Us/ de Aproximadas (m) (m) (m) Aflorante Água Natural do mento cm) Risco Aqüífero Contamin. No Simb. UTM (N) UTM (E) Hotel 01 PT 279700 9059159 20,0 3,0 - - 2,0 Qth Qth Abast. 1202 Elevado Alta Recanto 02 PT COMPESA 278142 9066382 145,0 5,10 - 0,70 4,0 Qtp Kc Desat. - Baixo Baixa

Hotel 03 PT 281215 9064257 110,0 3,0 4 0,40 5,0 Qth Kc Abast. 592 Baixo Baixa Ocaporã Praia 04 PE 281821 9067171 9,0 2,30 - - - Qth Qth Abast. 613 Baixo Alta do Muro Alto Porto 05 PE 279399 9059352 6,0 3,37 - - 1.0 Qth Qth Abast. 1200 Elevado Alta de Galinhas IPA - Praia 06 PT 279127 9058245 102,0 5,34 6 - 10,0 Qth Kc Abast. 752 Baixo Baixa de Maracaipe Grupo Escolar - 07 PT 278631 9056787 6,0 4,4 - - 1,0 Qth Qth Abast. 1431 Elevado Alta Maracaípe Praia 08 PT 278986 9057000 6,0 4,6 - - 1.0 Qth Qth Abast. 1099 Elevado Alta de Maracaípe Loteamento 09 PE 278354 9059328 4,0 1,7 - 0,78 - Qdfl Qdfl Abast. 1097 Alto Moderada Salinas II Fazenda 10 PE 277475 9059472 4,5 2,0 - 0,45 2,0 Ka Ka Cons. 128 Baixo Moderada Gameleira

Legenda: P T - Poço Tubular, PE - Poço Escavado (Cacimba), F - Fonte, µ - Condutividade Elétrica, CONS. - Consumo Humano, ABAST. - Outros Usos, DESAT. - Desativado Geologia: Qal - Aluviões, Qm - Sedimentos de Mangue, Qdfl - Sedimentos Flúvio-Lagunares, Qth - Terraços Holocênicos, Qtp - Terraços Pleistocênicos, Kc - Formação Cabo, Kiv - Formação Ipojuca, Ka - Formação Algodoais, Nγ - Granitóides, Px - Complexo Gnáissico-Migmatítico. Obs.: MI – Manto de Intemperismo.

Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia Anexo I - Catálogo do Inventário Hidrogeológico do Município de Ipojuca/PE (Parte 2/6)

Identi- ficação Dados de Localização Características do Ponto D' Água

Potencia- φ Vulnera- Vazão Aqüífero µ lidade Coordenadas Prof. NE Re- H 3 Litologia Uso da bilidade Local (m /h) Captado (Us/ de Aproximadas (m) (m) vesti- (m) Aflorante Água Natural do cm) Risco mento Aqüífero Contamin. No Simb. UTM (N) UTM (E) Fazenda 11 F 275445 9059600 0,0 0,0 - - - Ka Ka Cons. 100 Baixo Moderada Boa Vista Fazenda 12 PE 276536 9058416 4,0 2,4 4 0,64 - Ka Ka Cons. - Baixo Moderada Ilha do Alves Hotel 13 PT 278861 9052850 127,0 6,0 6 - 6,0 Qth Kc Abast. 1007 Baixo Moderada Intermares Praia 14 PE 277650 9053573 4,0 1,7 - - - Qth Qth Abast. 654 Elevado Alta de Serrambi Marinas 15 PT 275100 9050190 100,0 5,4 6 - 4,8 Qth Kc Abast. 2732 Baixo Baixa do Aquiraz Marinas 16 PT 274925 9049866 100,0 4,4 6 - 7,0 Qth Kc Abast. - Baixo Baixa do Aquiraz Marinas 17 PT 275346 9050849 98,0 - 4 0,10 8,0 Qth Kc Abast. - Baixo Baixa do Aquiraz Usina 18 PE 278286 9067630 2,8 1,2 - 0,45 - Qdfl Qdfl Abast. 163 Alto Moderada Salgado Engenho 19 PT 275733 9070664 8,6 4,1 - 0,64 - Qdfl Kc Abast. 112 Baixo Baixa Guerra Engenho 20 PE 278300 9071235 4,0 2,0 - 0,60 - Kiv Kiv Abast. 381 Baixo Baixa Merces

Legenda: P T - Poço Tubular, PE - Poço Escavado (Cacimba), F - Fonte, µ - Condutividade Elétrica, CONS. - Consumo Humano, ABAST. - Outros Usos, DESAT. - Desativado Geologia: Qal - Aluviões, Qm - Sedimentos de Mangue, Qdfl - Sedimentos Flúvio-Lagunares, Qth - Terraços Holocênicos, Qtp - Terraços Pleistocênicos, Kc - Formação Cabo, Kiv - Formação Ipojuca, Ka - Formação Algodoais, Nγ - Granitóides, Px - Complexo Gnáissico-Migmatítico. Obs.: MI – Manto de Intemperismo.

Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia Anexo I - Catálogo do Inventário Hidrogeológico do Município de Ipojuca/PE (Parte 3/6)

Identi- ficação Dados de Localização Características do Ponto D' Água

Potencia- φ Vulnera- µ lidade Coordenadas Prof. NE Re- H Vazão Litologia Aqüífero Uso da bilidade Local 3 (Us/ de Aproximadas (m) (m) vesti- (m) (m /h) Aflorante Captado Água Natural do cm) Risco mento Aqüífero Contamin. No Simb. UTM (N) UTM (E) Eletrometalúrgica 21 PT 276822 9075088 11,0 5,5 6 - - Kc Kc Abast. - Baixo Baixa Ipojuca Eletrometalúrgica 22 PT 276702 9075044 58,0 2,2 6 - - Kc Kc Abast. - Baixo Baixa Ipojuca Engenho 23 PT 271915 9072050 8,0 2,73 - - 1,0 Granitos Qal Cons. 340 Alto Moderada Conceição Velha Vila 24 PT 273026 9069647 6,4 3,15 - - - Granitos MI Cons. - Baixo Moderada Rurópolis Engenho Todos 25 PE 269856 9060400 2,2 1,0 - 0,4 - Granitos MI Cons. 132 Alto Moderada os Santos Sítio 26 PE 277468 9065050 6,0 2,6 - 0,80 - Qdfl Qdfl Abast. 382 Alto Moderada Canoas Engenho 27 F 274568 9063747 - 0,0 - - - Ka Ka/Kc Cons. 100 Baixo Moderada Água Fria Engenho 28 PA 268250 9074020 2,50 1,8 - - - Gnaisse MI Cons. 142 Baixo Baixa Amazonas Hotel Armação 29 PT 279700 9061560 130,0 6,0 4 - 8,0 Qth Kc Abast. 661 Baixo Baixo do Porto Hotel 30 PT 279770 9061627 126,0 - - - - Qth Kc Abast. - Baixo Baixa Tabajuba

Legenda: P T - Poço Tubular, PE - Poço Escavado (Cacimba), F - Fonte, µ - Condutividade Elétrica, CONS. - Consumo Humano, ABAST. - Outros Usos, DESAT. - Desativado Geologia: Qal - Aluviões, Qm - Sedimentos de Mangue, Qdfl - Sedimentos Flúvio-Lagunares, Qth - Terraços Holocênicos, Qtp - Terraços Pleistocênicos, Kc - Formação Cabo, Kiv - Formação Ipojuca, Ka - Formação Algodoais, Nγ - Granitóides, Px - Complexo Gnáissico-Migmatítico. Obs.: MI – Manto de Intemperismo.

Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia Anexo I - Catálogo do Inventário Hidrogeológico do Município de Ipojuca/PE (Parte 4/6)

Identi- ficação Dados de Localização Características do Ponto D' Água

Potencia- φ Vulnera- Vazão Aqüífero Uso µ lidade Coordenadas Prof. NE Re- H 3 Litologia bilidade Local (m /h) Captado da (Us/ de Aproximadas (m) (m) vesti- (m) Aflorante Natural do Água cm) Risco mento Aqüífero Contamin. No Simb. UTM (N) UTM (E) Engenho 31 PE 267376 9063824 4,0 2,8 - 0,60 - Granitos MI Cons. 64 Baixo Baixa Santa Rosa Engenho Sibiró 32 PT 258893 9066196 6,0 4,9 - 0,10 - Granitos MI Cons. 114 Baixo Baixa da Serra Engenho 33 F 255236 9066792 - 0,0 - - - Granitos MI Cons. 78 Baixo Baixa Cachoeira Engenho 34 PE 267297 9066761 8,5 2,1 - - - Gnaisses MI Cons. 85 Baixo Baixa Cachoeira Sítio 35 PE 278935 9071900 3,0 2,3 - 0,4 - Kc Kc Cons. 835 Moderado Baixa Sangue Norte 36 PT 283133 9071440 123,0 5,0 6 - 50,0 Kc Kc Abast. 1304 Baixo Baixa Gás Butano Sítio 37 PT 276540 9063957 5,0 3,6 - - - Qdfl Qdfl Abast. - Baixo Moderada Quaresma Engenho 38 F 264674 9065483 - 0,0 - - - Gnaisse MI Cons. 62 Baixo Baixa Sibirozinho Engenho 39 PT 268001 9065065 12,0 5,0 - - 1,5 Granitos MI Cons. 104 Baixo Baixa Europa Engenho 40 PT 269919 9057973 7,5 5,0 - - - Granitos MI Cons. 261 Baixo Baixa Genipapo

Legenda: P T - Poço Tubular, PE - Poço Escavado (Cacimba), F - Fonte, µ - Condutividade Elétrica, CONS. - Consumo Humano, ABAST. - Outros Usos, DESAT. - Desativado Geologia: Qal - Aluviões, Qm - Sedimentos de Mangue, Qdfl - Sedimentos Flúvio-Lagunares, Qth - Terraços Holocênicos, Qtp - Terraços Pleistocênicos, Kc - Formação Cabo, Kiv - Formação Ipojuca, Ka - Formação Algodoais, Nγ - Granitóides, Px - Complexo Gnáissico-Migmatítico. Obs.: MI – Manto de Intemperismo.

Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia Anexo I - Catálogo do Inventário Hidrogeológico do Município de Ipojuca/PE (Parte 5/6)

Identi- ficação Dados de Localização Características do Ponto D' Água

Potencia- φ Vulnera- Vazão Aqüífero Uso µ lidade Coordenadas Prof. NE Re- H 3 Litologia bilidade Local (m /h) Captado da (Us/ de Aproximadas (m) (m) vesti- (m) Aflorante Natural do Água cm) Risco mento Aqüífero Contamin. No Simb. UTM (N) UTM (E) Vila 41 PE 274891 9071400 5,0 2,3 - 0,5 - Granitos MI Cons. 190 Moderado Moderada California Engenho 42 F 270740 9069024 - 0,0 - - - Gnaisses MI Cons. 74 Baixo Baixa Daranguza Engenho 43 F 258718 9073658 - 0,0 - - 1,0 Gnaisses Px Cons. - Baixo Baixa Timboaçu Sítio 44 PE 276915 9062957 1,2 0,8 - - - Qdfl Qdfl Cons. 112 Baixo Moderada Carvalho Engenho 45 F 276661 9057197 - 0,0 - - - Ka Ka Cons. 66 Baixo Moderada Canto Sítio 46 F 272394 9054683 - 0,0 - - - Kc Kc Cons. 105 Baixo Baixa Mingu Sítio 47 F 272157 9054883 - 0,0 - - - Kc Kc Cons. 58 Baixo Baixa Mingu Engenho Sibiró 48 F 271782 9056145 - 0,0 - - - Granitos Qal/MI Cons. 67 Moderado Baixa Cavalcante Engenho 49 F 273370 9055850 - 0,0 - - - Kc Kc Cons. 76 Baixo Baixa Porto Alegre Poço Petrobrás/ 50 PT 280470 9065153 2783,0 - - - - Qth Kc Desat. - Baixo Baixa Cupe

Legenda: P T - Poço Tubular, PE - Poço Escavado (Cacimba), F - Fonte, µ - Condutividade Elétrica, CONS. - Consumo Humano, ABAST. - Outros Usos, DESAT. - Desativado Geologia: Qal - Aluviões, Qm - Sedimentos de Mangue, Qdfl - Sedimentos Flúvio-Lagunares, Qth - Terraços Holocênicos, Qtp - Terraços Pleistocênicos, Kc - Formação Cabo, Kiv - Formação Ipojuca, Ka - Formação Algodoais, Nγ - Granitóides, Px - Complexo Gnáissico-Migmatítico. Obs.: MI – Manto de Intemperismo.

Estudo do Meio Físico do Município de Ipojuca/PE - Hidrogeologia Anexo I - Catálogo do Inventário Hidrogeológico do Município de Ipojuca/PE (Parte 6/6)

Identi- ficação Dados de Localização Características do Ponto D' Água

Potencia- φ Vulnera- Vazão Aqüífero µ lidade Coordenadas Prof. NE Re- H 3 Litologia Uso da bilidade Local (m /h) Captado (Us/ de Aproximadas (m) (m) vesti- (m) Aflorante Água Natural do cm) Risco mento Aqüífero Contamin. No Simb. UTM (N) UTM (E) Engenho 51 PE 270165 9070916 10,0 4,5 - 0,68 Granitos Qal Cons. 56 Baixo Baixa Mirador Poço SR-19- Vulcânica 52 PT 279000 9074000 31,0 0,85 - - - MI Desat. - Baixo Baixa Suape s Poço SR-18- Vulcânica 53 PT 289000 9071500 33,0 10,5 - - - MI Desat. - Baixo Baixa Suape s Engenho 54 F 263705 9079693 - 0,0 - - - Gnaisses MI Cons. 65 Baixo Baixa Mauá Engenho 55 F 262242 9075366 - 0,0 - - - Gnaisses MI Cons. 57 Baixo Baixa Pará Engenho 56 F 265098 9059066 - 0,0 - - - Gnaisses MI Cons. 46 Baixo Baixa Camelinha Engenho 57 PE 263521 9077808 3,5 2,4 - 0,68 - Gnaisses Qal/MI Abast. 96 Baixo Baixa Esmeralda Engenho 58 F 263797 9071123 - 0,0 - - - Kc Kc Cons. 62 Baixo Baixa Piedade Engenho 59 PT 271165 9067274 8,0 5,0 - - - Gnaisses MI Cons. - Baixo Baixa Tapera Engenho 60 F 268893 9070895 - 0,0 - - - Gnaisses MI Cons. 42 Baixo Baixa Benfica

Legenda: P T - Poço Tubular, PE - Poço Escavado (Cacimba), F - Fonte, µ - Condutividade Elétrica, CONS. - Consumo Humano, ABAST. - Outros Usos, DESAT. - Desativado Geologia: Qal - Aluviões, Qm - Sedimentos de Mangue, Qdfl - Sedimentos Flúvio-Lagunares, Qth - Terraços Holocênicos, Qtp - Terraços Pleistocênicos, Kc - Formação Cabo, Kiv - Formação Ipojuca, Ka - Formação Algodoais, Nγ - Granitóides, Px - Complexo Gnáissico-Migmatítico. Obs.: MI – Manto de Intemperismo.