Sumário Executivo
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SUMÁRIO EXECUTIVO 1. Apresentação O Ramal do Agreste Pernambucano é um empreendimento de infra-estrutura hídrica, estratégico pela sua inserção na Região do Agreste Pernambucano, composto por um sistema de obras hidráulicas – canais, estações de bombeamento de água, pequenos reservatórios intermediários, uma linha de transmissão e uma subestação para suprimento elétrico do projeto, que capta água no Eixo Leste do Projeto de Integração do rio São Francisco com Bacias do Nordeste Setentrional (PISF), originária da barragem de Itaparica, no Estado de Pernambuco. O produto final do empreendimento – água bruta – a ser distribuído através do um sistema de adutoras a ser construído, após tratamento, extrapola os municípios de intervenção direta da obra, atingindo municípios das bacias hidrográficas por ele beneficiadas indiretamente – Ipojuca, Moxotó, Ipanema, Goiana; Capibaribe; Sirinhaém; Mundaú; Una; Paraíba; e Traipu. Os estudos que embasaram a definição do empreendimento compreenderam três etapas de análise: os Estudos de Inserção Regional, que avaliaram a disponibilidade e a demanda hídrica do Agreste Pernambucano, os Estudos de Viabilidade Técnico- Econômica, que avaliaram as alternativas para o anteprojeto de engenharia e definiram a melhor opção de traçado, concepção das obras e seus custos, além da análise da viabilidade econômica e ambiental; e o Projeto Básico do Empreendimento, com o detalhamento do projeto de engenharia, com aprimoramento da alternativa selecionada nos Estudos de Viabilidade. O presente documento constitui o Estudo de Impacto Ambiental – EIA do Ramal do Agreste Pernambucano, doravante denominado Ramal do Agreste, empreendimento do Governo Federal do Brasil, executado através DO MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL - MI, seu EMPREENDEDOR. O empreendimento é objeto de licenciamento ambiental estadual através da Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – CPRH, conforme processo CPRH No 11.060/05, inicialmente concebido para todo o Sistema Adutor do Agreste Pernambucano, com Termo de Referência elaborado em janeiro de 2006 e revisado em outubro de 2006, sendo posteriormente desmembrado em dois licenciamentos. O empreendedor contratou o Consórcio das empresas CONESTOGA-ROVERS E ASSOCIADOS e ENGECORPS CORPO DE ENGENHEIROS CONSULTORES para desenvolver os estudos ambientais e acompanhar o processo de licenciamento do empreendimento até a emissão da Licença Prévia - LP, incluindo a participação em Audiência Pública. EIA DO RAMAL DO AGRESTE PERNAMBUCANO Sumário Executivo – página - 1 - 2. Caracterização do Empreendimento O Ramal do Agreste está integralmente localizado no Estado de Pernambuco, na porção setentrional do Estado, atravessando os municípios de Sertânia e Arcoverde, nos domínios das bacias hidrográficas dos rios Moxotó e Ipojuca. Está localizado numa área de contato entre o Semi-Árido e o Agreste Pernambucano. Constitui-se de um canal com aproximadamente 69 km de extensão, que levará água do Eixo Leste do PISF à bacia do rio Ipojuca, para atender as demandas da região do Agreste de Pernambuco. Seu traçado desenvolve-se a partir do futuro reservatório de Barro Branco (PISF), no município de Sertânia, na altura das coordenadas 9.111.672 de latitude sul e 691.697 de longitude oeste (UTM SAD 69 – fuso 24 S), cruzando os municípios de Sertânia e Arcoverde, atravessando a serra do Pau d´Arco e terminando no vale do rio Ipojuca, no futuro reservatório de Ipojuca, situado entre as coordenadas 9.080.630 de latitude sul e 726.502 de longitude oeste (UTM SAD 69 –fuso 24 S). A sede urbana do município de Sertânia situa-se nas proximidades do traçado do Ramal. O acesso à região de inserção do empreendimento se dá através da BR-232, que interliga Recife à Parnamirim. Partindo-se da capital pernambucana por esta rodovia, percorre-se 276 km até atingir a localidade de Cruzeiro do Nordeste. A partir daí segue-se pela BR-110 em trecho de 32 km, até atingir a sede municipal de Sertânia, conforme apresentado na Ilustração 1. As obras do Ramal do Agreste visam a potencialização da oferta hídrica local, assegurando a garantia de abastecimento de água à população beneficiada. Contempla a região do Agreste Pernambucano com a adução de 8 m³/s, de forma a garantir o atendimento da demanda urbana (humana e industrial), rural (humana e dessedentação animal), aqüicultura e irrigação, até o ano de 2025. A distribuição de água ao Agreste Pernambucano será feita por um sistema adutor, que se desenvolverá a partir do reservatório de Ipojuca, previsto para abastecer com água de boa qualidade cerca de 70 municípios da região, sendo que o projeto desse sistema ainda está em fase de estudo de viabilidade e deverá ser licenciado pela CPRH posteriormente. As instalações atuais dos sistemas de abastecimento de água que atendem às sedes dos municípios que compõem a região do Agreste Pernambucano estão funcionando em condições precárias, tanto no aspecto do suprimento de água bruta em quantidade e qualidade, como nos aspectos de tratamento, reservação e distribuição de água tratada. Cabe salientar que boa parte da água hoje disponível na região apresenta altos teores de salinidade, causando desconforto à população e impedindo sua utilização para alguns usos, entre os quais o abastecimento industrial, o que restringe as possibilidades de desenvolvimento econômico da região. EIA DO RAMAL DO AGRESTE PERNAMBUCANO Sumário Executivo – página - 2 - FUNCATE - Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais RioRio GrandeGrande dodo NorteNorte 7º ParaíbaParaíba João Pessoa Localização regional EIXOEIXO NORTENORTE LEGENDA Limite Estadual EIXOEIXO LESTELESTE RAMALRAMAL DODO Recife 8º Limite Municipal AGRESTEAGRESTE Sedes Capitais Hidrografia PernambucoPernambuco Eixo Norte e Eixo Leste (PISF) Ramal do Agreste Rodovias 9º AlagoasAlagoas Ferrovias 50 0 50 100 150 BahiaBahia km BahiaBahia Escala Gráfica Maceió ILUSTRAÇÃO 1 - LOCALIZAÇÃO E ACESSOS DO RAMAL DO AGRESTE 39º 38º 37º 36º 35º 10º Análises realizadas nos principais corpos d’água localizados na Área de Influência Direta do Ramal do Agreste, nos municípios de Sertânia e Arcoverde, demonstraram que metade dos pontos avaliados apresentaram valores de Cloreto Total (um dos parâmetros de salinidade) superiores à 250 mg/L, valor máximo desejável recomendado pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, com base nas exigências da OMS (Organização Mundial de Saúde), que estabelece os padrões de potabilidade da água para consumo humano. Desta forma, tendo em vista os elevados valores de salinidade, as águas superficiais da AID apresentam grandes limitações ao consumo humano. Quanto aos recursos hídricos subterrâneos, são limitados, com predominância de terrenos de baixa vocação hidrogeológica. O Agreste de Pernambuco não dispõe de reservatórios com boa capacidade de acumulação, limitação esta que se deve essencialmente à morfologia da região, que não propicia a presença de vales e áreas de bacias contribuintes para grandes aproveitamentos. Desta forma, o nível de aproveitamento do potencial hídrico existente na região do Agreste Pernambucano é bastante incipiente. No Estado de Pernambuco, 80% dos volumes aproveitáveis estão localizados nas bacias do Litoral e Zona da Mata pernambucanos, enquanto que no Agreste e Sertão, que correspondem a 90% da área do Estado, estes valores aproximam-se de 20%. O Quadro 1 apresentado a seguir sintetiza as estimativas de demandas hídricas para os cenários tendencial e alternativo da Região do Agreste Pernambucano considerados no relatório R 03 – Estudos dos Cenários de Demanda Hídrica para a Região Metropolitana do Recife, Agreste e Mata Pernambucana (Vol. I e II) dos “Estudos Hidrológicos Complementares das Regiões do Agreste, Zona da Mata e da Região Metropolitana de Recife”, elaborados para a FUNCATE pela empresa Acquatool Consultoria. Este relatório considerou o horizonte de 2025 como o limite para a extrapolação de dados das regiões consideradas. Quadro 1 - Demandas hídricas da região do Agreste de Pernambuco (m³/s) Tipo de 2005 2010 2025 Consumo Tendencial Alternativo Tendencial Alternativo Tendencial Alternativo Urbano 3,61 2,89 4,19 3,35 6,30 5,04 Rural 0,74 0,74 0,78 0,78 0,91 0,91 Animal 0,75 0,83 0,81 0,91 1,01 1,21 Irrigação 2,12 1,82 2,40 2,02 3,25 3,17 Indústria 0,45 0,45 0,51 0,49 0,72 0,68 Aqüicultura 0,15 0,15 0,39 0,39 0,54 0,53 Ecológica 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Total 7,82 6,88 9,08 7,94 12,73 11,54 EIA DO RAMAL DO AGRESTE PERNAMBUCANO Sumário Executivo – página - 4 - O estudo hidrológico realizado enfocou os sistemas de abastecimento de água existentes (2002), verificando que os mesmos são capazes de fornecer vazão firme de 1,62 m³/s. Na proposta realizada no relatório citado, a situação seria melhorada com a construção dos açudes Inhumas II (acréscimo de 0,614 m³/s), Mundaú II (acréscimo de 0,388 m³/s), ambos da bacia do rio Mundaú, e Batateira (acréscimo de 2,389 m³/s) da bacia do rio Una. Desta forma, a disponibilidade de oferta hídrica local passaria a 5 m³/s na região. Considerando que o total das demandas hídricas estimadas alcançou 11,54 m³/s no Cenário Alternativo, e que a oferta hídrica local totaliza 5m³/s, para eliminar o déficit existente entre a oferta e a demanda, o Ramal do Agreste deverá contribuir com 6,54 m³/s. A perda de água total, decorrente das regras operacionais de bombeamento (21 horas diárias), dos procedimentos de gestão do projeto e das perdas físicas, foi estimada em 18,25%. Desta forma, para o bombeamento atender a demanda de 6,54 m³/s, o sistema de obras hidráulicas constituinte do Ramal do Agreste foi dimensionado para conduzir uma vazão de 8 m³/s. O escoamento das águas no canal se dará por gravidade desde a tomada d’água do reservatório Barro Branco até o reservatório Negros. Neste ponto, a estação de bombeamento EB-1 permitirá o cruzamento do divisor de águas entre as bacias dos rios Moxotó e Ipojuca e o recalque da vazão de projeto, de 8m³/s, para a câmara de carga de montante do túnel Ipojuca I, e deste, para o reservatório de Ipojuca.