É Tudo Verdade? Cinema, Memória E Usos Públicos Da História
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA JULIANA MUYLAERT MAGER É TUDO VERDADE? CINEMA, MEMÓRIA E USOS PÚBLICOS DA HISTÓRIA NITERÓI 2019 JULIANA MUYLAERT MAGER É tudo verdade? Cinema, memória e usos públicos da história Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História. Setor: História Contemporânea II: Cultura e Sociedade Orientadora: Prof. Dra. Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus Niterói 2019 JULIANA MUYLAERT MAGER É tudo verdade? Cinema, memória e usos públicos da história Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História. Setor: História Contemporânea II: Cultura e Sociedade Aprovada em 19 de Março de 2019. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus – UFF Orientadora _______________________________________________________ Profa. Dra. Consuelo da Luz Lins – UFRJ _______________________________________________________ Prof. Dr. Tunico Amâncio – UFF _______________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Eduardo Pinto de Pinto – UERJ _______________________________________________________ Prof. Dr. Francisco Santiago Fernandes das Chagas Jr. – UFRN Niterói 2019 Ao Bernardo AGRADECIMENTOS A realização dessa tese contou com o apoio de muitas pessoas e instituições, a quem gostaria de deixar meus mais sinceros agradecimentos: À Capes pela bolsa de pesquisa; Ao Programa de Pós-graduação da UFF pelo apoio à participação em eventos ao longo do doutorado; Às equipes do Arquivo Histórico do Centro Cultural Banco do Brasil, do Arquivo Nacional, da Cinemateca Brasileira e da Cinemathèque Française, pelo auxílio na realização de pesquisas nos acervos das instituições; Aos professores, alunos e pesquisadores do LABHOI-UFF; Aos curadores e produtores dos festivais estudados: Amir Labaki pelas informações fornecidas sobre o É Tudo Verdade; Clóvis Molinari Jr, Antônio Laurindo e Ricardo Favilla, pela disposição em partilhar um pouco da sua experiência no Recine; Aos professores e colegas das disciplinas cursadas na UFF e na UFRJ; Aos alunos que assistiram à disciplina Imagem, memória e testemunho: o documentário brasileiro do período pós-redemocratização, durante meu Estágio Docente na UFF; Aos professores que compõem a banca de defesa da tese, pela disposição para a leitura do trabalho, em especial Tunico Amâncio e Carlos Eduardo Pinto, pelas contribuições durante a qualificação; À Ana Mauad, pela forma acolhedora como incentivou essa pesquisa e suas inestimáveis, sempre precisas, leituras e observações; À Ana Paula pela amizade, incentivo e trocas acadêmicas; À Sônia pela leitura cuidadosa do texto da tese; Às amigas Lívia, Cecília, Bianca, Larissa, e Maria Isabela, com quem divido os dilemas e desafios da pesquisa e da docência em história; À minha mãe Joana, pela paciência e afeto com que me apoiou ao longo do trabalho; Ao Bernardo, pelo carinho, dedicação e companheirismo, sem os quais essas páginas não existiriam. É nesse sentido que se pode dizer que a via de acesso ao presente tem necessariamente a forma de uma arqueologia que não regride, no entanto, a um passado remoto, mas a tudo aquilo que no presente não podemos em nenhum caso viver e, restando não vivido, é incessantemente relançado para a origem, sem jamais poder alcançá-la. Já que o presente não é outra coisa senão a parte de não-vivido em todo vivido, e aquilo que impede o acesso ao presente é precisamente a massa daquilo que, por alguma razão (o seu caráter traumático, a sua extrema proximidade), neste não conseguimos viver. A atenção dirigida a esse não-vivido é a vida do contemporâneo. E ser contemporâneo significa, nesse sentido, voltar a um presente em que jamais estivemos. Giorgio Agamben, O que é o Contemporâneo? RESUMO Na tese abordam-se as relações entre documentário, memória e usos públicos do passado, tendo como ponto de partida dois festivais cinematográficos brasileiros: É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários e o Recine – Festival Internacional de Cinema de Arquivo. O trabalho apoia-se no estudo de caso de cada um desses eventos – no recorte temporal entre 1996 e 2014 –, a partir dos quais busca-se compreender o papel dos festivais como espaços de sociabilidade e formação de redes de sustentação da atividade cinematográfica no país em meio a mudanças do setor cultural, durante os governos da redemocratização. A análise das características e trajetórias desses dois festivais encontra-se atrelada à reflexão sobre os modos pelos quais a cultura visual e, particularmente, o cinema se apropria do passado na produção de narrativas audiovisuais. De forma mais específica, questiona-se o papel do cinema documentário na elaboração de uma memória pública da Ditadura Militar nas últimas três décadas, observando a atuação dos festivais como espaços de exibição, debate e circulação de obras audiovisuais que mobilizam a história para distintos públicos. A tese se insere no conjunto de pesquisas dedicadas a pensar as fronteiras entre história e cinema, a partir de um olhar interdisciplinar, configurando-se um amplo diálogo com as seguintes perspectivas em tela: estudos voltados para os festivais audiovisuais como fenômeno histórico e objeto historiográfico; pesquisas sobre os usos da história no cinema; e as recentes reflexões sobre história pública. Palavras-chave: Festival audiovisual. História Pública. Cultura Visual. Memória. Usos do passado. ABSTRACT This thesis discusses the interactions between documentary, memory and public uses of the past, within the scope of two Brazilian film festivals: It’s All True – International Documentary Film Festival [É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários] e o Recine – International Archive Film Festival [Recine – Festival Internacional de Cinema de Arquivo]. Built upon the case study of these two festivals - within the years 1996-2014 –, the present work seeks to understand audiovisual festivals’ role, as settings for social interaction and network-building, in supporting Brazil’s cinematographic activity, amidst the redemocratization’s changing cultural field. The analysis of the characteristics and trajectories of these two festivals is linked to the reflection over the ways by which visual culture and, paricularly, cinema, appropriates itself of the past in order to produce audiovisual narratives. More specifically, the very role of documentary cinema in creating a public memory of the Military Dictatorship in the last three decades is questioned, by observing how festivals acted as spaces of exhibition, debate and circulation of audiovisual works which helped mobilize history for different sorts of public. The thesis, therefore, finds itself within the range of research dedicated to rethink the borders between History and Cinema, from an interdisciplinary approach which stages a broad dialogue with the following perspectives: studies of audiovisual festivals as historic phenomenon and historiographic object, researches on the uses of history in cinema; and the recent reflections on public history. Keywords: Audiovisual festival. Public History. Visual Culture. Memory. Uses of the past. RÉSUMÉ Cette thèse aborde les relations entre documentaire, mémoire et usages publics du passé en ayant comme point de départ deux festivals brésiliens : Tout est vrai – Festival International de Documentaires [É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários] et le Recine – Festival International du Cinéma d’archive [Recine – Festival Internacional de Cinema de Arquivo]. Le travail est basé sur l'étude de cas de chacun de ces événements - recouvrant le temps écoulé entre 1996 et 2014 -, à partir desquels on cherche à comprendre le rôle des festivals en tant qu'espaces de sociabilité et de formation de réseaux de soutien de l'activité cinématographique dans le pays qui se trouvait en pleine mutation du secteur culturel lors des premiers gouvernements de la redémocratisation. L'analyse des caractéristiques et des trajectoires de ces deux festivals est liée à la réflexion sur la manière dont la culture visuelle, et en particulier le cinéma, s'approprie le passé dans la production de récits audiovisuels. Plus précisément, le rôle du cinéma documentaire dans l'élaboration d'une mémoire publique de la dictature militaire au cours des trois dernières décennies est mis en question, en observant la performance des festivals en tant qu’espace d'exhibition, de débat et de circulation d'œuvres audiovisuelles qui mobilisent l'histoire pour de différents publics. La thèse s'inscrit dans une série de recherches consacrées à la réflexion sur les frontières entre l'histoire et le cinéma à partir d’un regard interdisciplinaire, établissant ainsi un large dialogue avec les perspectives suivantes: études concernant les festivals audiovisuels en tant que phénomène historique et objet historiographique; recherche sur les usages de l'histoire au cinéma; et les réflexions récentes sur l'histoire publique. Mots-clés: Festival audiovisuel. Histoire Publique. Culture Visuelle. Mémoire. Usages du passé. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Catálogo do Festival, edição de 1997. .................................................................. 26 Figura 2 – Cartaz do I Festival Internacional de Cinema