Enciclopédia Do Golpe Vol 1

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Enciclopédia Do Golpe Vol 1 ENCICLOPÉDIA DO GOLPE VOL. 1 COORDENADORES Giovanni Alves Mirian Gonçalves Maria Luiza Quaresma Tonelli Wilson Ramos Filho ORGANIZADORA Barbara Caramuru Teles ENCICLOPÉDIA DO GOLPE VOL. 1 1ª edição 2017 Bauru, SP Copyright© Projeto Editorial Praxis, 2017 Coordenador do Projeto Editorial Praxis Prof. Dr. Giovanni Alves Conselho Editorial Prof. Dr. Giovanni Alves (UNESP) Prof. Dr. Ricardo Antunes (UNICAMP) Prof. Dr. José Meneleu Neto (UECE) Prof. Dr. André Vizzaccaro-Amaral (UEL) Profa. Dra. Vera Navarro (USP) Prof. Dr. Edilson Graciolli (UFU) Capa Giovanni Alves Foto da capa Francisco Proner Ramos Curador jurídico Reinaldo Santos de Almeida Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) E5617 Enciclopédia do golpe – Vol. I / Giovanni Alves et al. (coord.). — Bauru: Canal 6, 2017. 285 p. ; 23 cm. (Projeto Editorial Praxis) ISBN 978-85-7917-459-9 1. Direito – Brasil – Enciclopédia 2. Direito constitucional 3. Impeachment – Brasil I. Alves, Giovanni. II. Gonçalves, Mirian. III. Tonelli, Maria Luiza Quaresma. IV. Ramos Filho, Wilson. V. Título. CDD 340.03 Projeto Editorial Praxis Free Press is Underground Press www.editorapraxis.com.br Impresso no Brasil/Printed in Brazil 2017 Os verbetes publicados são de responsabilidade exclusiva dos autores, à luz dos direitos fundamentais de consciência e de expressão, e não correspondem necessariamente à posição da Editora, dos organizadores, coordenadores e curador jurídico da obra. Esse primeiro volume é dedicado a Luiz Alberto Moniz Bandeira, recentemente falecido. Perdemos um amigo, a Esquerda perdeu um de seus mais refinados intelectuais. Quem mais perdeu, todavia, foi o Brasil. Perdemos a Democracia, perdemos a ilusão da estabilidade institucional e democrática irreversível, mas não perdemos – inspirados por nosso homenageado, jamais perderemos – a esperança e os ideais que nos movem, e alimentam. PREFÁCIO PEQUENA ENCICLOPÉDIA DA MISÉRIA BRASILEIRA Giovanni Alves1 A Enciclopédia do Golpe (Projeto editorial Praxis/Declatra, 2017), organi- zado por Bárbara Caramuru Teles e coordenado por Giovanni Alves, Mírian Gonçalves, Maria Luiza Quaresma Tonelli e Wilson Ramos Filho, é um gran- dioso esforço intelectual de parcela importante da intelectualidade brasileira de esquerda na tarefa de esclarecimento político do Golpe de 2016. Contra as Trevas do Golpe, o Esclarecimento da Razão histórica. Tirada as devidas proporções e alterando o sentido do signo histórico, a Enciclopédia do Golpe cumpre o mesmo papel da L’Encyclopédie ou Dictionnaire Raisonné des Sciences, des Arts et des Métiers editada entre os anos 1751 e 1772 na França, sob a direção de Denis Di- derot e Jean D’Alembert que afirmou no “Prospectus”, “traçar um quadro geral dos esforços da mente humana, em todos os gêneros, em todos os tempos”, reu- nindo de modo encadeado os “conhecimentos dispersos pela superfície da ter- ra”. Os pensadores franceses que participaram de sua feitura souberam destilar aguda crítica às instituições e às práticas políticas de sua época, atuando como interlocutores nas lutas sociais em curso. Talvez o telos editorial da Enciclopédia do Golpe seja pretencioso e descabido em comparação com o empreendimento dos franceses do século XVIII, mas preenche minimamente uma necessidade 1 Giovanni Alves é doutor em ciências sociais pela Unicamp, livre-docente em sociologia e professor da Unesp, campus de Marília e do programa de doutorado em ciências sociais da Unicamp. É pes- quisador do CNPq com bolsa-produtividade em pesquisa e coordenador da RET (Rede de Estudos do Trabalho) (www.estudosdotrabalho.org); e do Projeto Tela Crítica/CineTrabalho (www.telacri- tica.org). É autor de vários livros e artigos sobre o tema trabalho e sociabilidade, entre os quais “O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo (Boitempo Editorial, 2000)”, “Trabalho e subjetividade: O espírito do toyotismo na era do capitalismo manipu- latório” (Boitempo Editorial, 2011), “Dimensões da Precarização do trabalho” (Ed. Praxis, 2013), “Trabalho e neodesenvolvimentismo: Choque de capitalismo e a nova degradação do trabalho no Brasil” (Ed. Praxis, 2014) e “A Tragédia de Prometeu: A degradação da pessoa-que-trabalha na era do capitalismo manipulatório” (Ed. Praxis, 2016). E-mail: [email protected]. Home-page: www.giovannialves.org. PREFÁCIO 7 histórica urgente: traçar um quadro geral do processo do golpe que levou a des- tituição em 2016 da Presidenta Dilma Rousseff (PT) e hoje, no mesmo vagar, criminaliza o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Operação Lava-Jato con- duzida pelo juiz Sérgio Moro. Enquanto Diderot e D’Alembert celebravam a era do Iluminismo, a “Enciclo- pédia do Golpe” denuncia a era das Trevas que se instaurou no Brasil com o Go- verno golpista de Michel Temer (PMDB). Nesse ponto, além da óbvia despropor- ção editorial entre o projeto da L’Encyclopédie e o da “Enciclopédia do Golpe”, o sentido histórico entre os dois projetos editorais, é absolutamente contrário um ao outro: o primeiro, proclama os esforços da mente humana vislumbrando um novo tempo histórico de liberdade, igualdade e fraternidade que alcançaria seu ápice com a Revolução Francesa de 1789; o segundo, denuncia e esclarece as artimanhas e os esforços das forças sociais e políticas comprometidas com o desmonte da Nação e a usurpação dos direitos do povo brasileiro – num País capitalista como o Brasil, de larga tradição histórica de golpes perpetrados pela sua classe dominante oligárquico-política. Enfim, o que ocorreu em 2016 foi apenas o ápice político de um processo de golpe organizado, pelo menos desde 2007, com o Mensalão, contra o projeto democrático-popular de poder do PT que visava combater no interior da ordem burguesa hipertardia (e, paradoxal- mente, por meio da conciliação de classe), as desigualdades sociais estruturais do capitalismo brasileiro. O balanço político do Golpe foi deveras discutido nos vários ensaios publi- cados por 540 intelectuais, que compõem os volumes de livros publicada pelo Projeto editorial Praxis/Declatra em 2016-20172. Analisar processos políticos complexos no calor da luta sem o devido distanciamento histórico é deveras arriscado. Entretanto, existem linhas de interpretação do Golpe de 2016 que são indiscutíveis no sentido de apreender os próprios limites político-programáticos do neodesenvolvimentismo nas condições históricas da longa depressão capita- lista do século XXI. Num plano histórico-estrutural, sempre que o Brasil enfrentou uma longa depressão capitalista no plano mundial, teve rearranjos políticos abruptos tal como, por exemplo, o golpe que destituiu D. Pedro II e proclamou a República (1889); ou ainda a dita Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas (1930). O primeiro golpe ocorreu no período histórico da primeira longa depressão 2 PRONER, Carol. et alii (Org.). A Resistencia ao Golpe de 2016. Projeto editorial Praxis/Instituto Declatra: Bauru, 2016; PRONER, Carol. et alii (Org.). A Resistencia Internacional ao Golpe de 2016. Projeto editorial Praxis/Instituto Joaquin Herrera Flores/Instituto Declatra: Bauru, 2016; RAMOS, Gustavo Teixeira et alii (Org.) A Classe Trabalhadora e a Resistencia ao Golpe de 2016. Projeto edi- torial Praxis/Instituto Declatra: Bauru, 2016; GIORGI, Fernanda et alii (Org.) e RAMOS, Gustavo Teixeira Ramos et alii (Coordenadores). O Golpe de 2016 e a Reforma da Previdência: Narrativas de Resistência. Projeto editorial Praxis/Instituto Declatra. Bauru: 2017. 8 ENCICLOPÉDIA DO GOLPE VOL. 1 capitalista (1873-1893), que inaugurou o capitalismo monopolista e a era do im- perialismo na virada do século XIX para o século XX, e que levaria à Primeira Guerra Mundial (1914-1918); e no interior do seu devir histórico, à Revolução Russa de 1917; o golpe seguinte, ocorreu com a crise de 1929, que levou a uma segunda longa depressão capitalista, no interior da qual tivemos a ascensão do fascismo e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), acontecimento histórico que contribuiu de modo contraditório para um novo ciclo de expansão capitalista: os “trinta anos dourados” do capitalismo fordista-keynesiano (1945-1975), que se esgotou com a recessão mundial de 1973-1975 dando origem à reestruturação capitalista, dominância do capital financeiro e o capitalismo neoliberal. Depois de pouco mais de 20 anos de crises financeiras, o capitalismo neoli- beral ou o capitalismo das “bolhas financeiras”, provocou a crise financeira de 2008, uma Grande Recessão no centro dinâmico do capitalismo global que levou a economia mundial à terceira longa depressão capitalista. Na verdade, o capita- lismo histórico nunca se recuperou da crise de lucratividade de 1973-1975; e o capitalismo global de feição neoliberal profundamente financeirizado produziu, pelo menos desde 1987, com a primeira crise financeira no Japão, uma série de bolhas especulativas que levaram a economia global a recorrentes crises finan- ceiras com impactos no mundo real da produção e reprodução social (1996-2000 e 2008-2009). A última Grande Recessão ocorreu em 2008-2009 com o estouro da bolha imobiliária nos EUA, afetando primeiro, o “núcleo orgânico” do ca- pitalismo global (EUA, União Europeia e Japão); e depois, os ditos países capi- talistas emergentes (Brasil, Rússia e China), levando àquilo que o economista Michael Roberts3 denominou “terceira longa depressão” da economia capitalista mundial. A longa depressão da economia global, iniciada em 2008, prossegue e não existe ainda (em 2017) uma percepção clara da retomada sustentável do cres- cimento da economia capitalista mundial, apesar
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