ÁREA TEMÁTICA: GESTÃO DE PESSOAS

ÍNDICES DE RENTABILIDADE VERSUS REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS: UMA ANÁLISE NAS EMPRESAS DE CAPITAL ABERTO LISTADAS NA REVISTA VOCÊ S/A – MELHORES EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR 2010

AUTORES RONY PETSON S. DE SOUZA Centro Universitário Adventista de São Paulo - Universidade Regional de Blumenau [email protected]

ILSE MARIA BEUREN Universidade Regional de Blumenau [email protected]

LUCILENE DA SILVA GOVEIA Faculdade Adventista de Administração da Bahia - FAAD [email protected]

RESUMO

Dentro de uma empresa, a motivação se faz cada vez mais necessária para fazer com que todos os envolvidos no processo passem a exercer suas potencialidades em favor da empresa de uma maneira mais eficiente e eficaz. Como método de motivação mais utilizado está o pagamento de remuneração variável aos colaboradores e administradores que podem ou não estar vinculado ao alcance de metas estabelecidas para um período. Com o objetivo de verificar a correlação entre o ranking das empresas que possuem melhor índice de felicidade no trabalho, o ranking das empresas que foram melhores avaliadas pelos funcionários em questões relacionadas a remuneração e benefícios e o ranking das empresas que mais pagam remuneração fixa e variável ao pessoal chave da administração, essa pesquisa com o auxilio do software estatístico SPSS 11.5 calculou a correlação de Kendall entre os rankings acima que foi composto por 13 empresas de capital aberto listadas na BM&FBOVESPA e que estavam entre as 150 melhores empresas para trabalhar de acordo com a pela Revista Você S/A/ Exame – edição especial 2010. Como principal resultado, identificamos que as correlações entre os rankings não permitem concluir que boas classificações no ranking das empresas que mais pagam remuneração extra ou que são melhores avaliadas, não garantem boas classificações no ranking de melhores indicadores de rentabilidade.

Palavras-Chave: Remuneração variável. Rentabilidade. 150 Melhores para Trabalhar 2010

ABSTRACT

Within a company, the motivation becomes increasingly necessary to get everyone involved in the process start to exercise their potential in favor of the company in a more efficient and effective. As a method of motivation is most often used to pay incentive compensation to employees and administrators who may or may not be linked to the achievement of goals established for a period. In order to verify the correlation between the ranking of companies that have a better index of happiness at work, the ranking of companies that are best assessed by staff on issues related to compensation and benefits and the ranking of companies that pay fixed and variable key management personnel, this research with the help of statistical software SPSS 11.5 calculated the Kendall correlation between the rankings above that was composed of 13 publicly traded companies listed in BOVESPA and were among the 150 best companies to work according to Review by S / A / Exam - special edition 2010. The main result, we found that the correlations between the rankings do not suggest that good rankings in the ranking of companies that pay extra compensation or that are better evaluated, does not guarantee good rankings in the ranking of the best indicators of profitability.

Keywords: Variable remuneration. Profitability. 150 Best Places to Work 2010

1. INTRODUÇÃO

De nada adianta uma gestão eficiente se as pessoas envolvidas no desenvolvimento dos planos da gestão não estiverem motivadas, motivar é, inclusive, o pagamento não monetário das ações dos colaboradores. Dentro de uma organização onde as mudanças são freqüentes há consequentemente, uma necessidade de respostas eficientes e rápidas adequações à nova realidade, portanto, “a motivação no trabalho é fundamental para que as pessoas passem a exercer suas potencialidades a favor da empresa” (CORRÊA, 1999 p. 33). Dentre as principais formas de motivação dentro das organizações encontra-se a remuneração variável ou rendimentos extras que junto com a remuneração fixa, forma a remuneração estratégica da empresa que tem o objetivo de direcionar a motivação dos colaboradores da alta escala e dos demais funcionários para o desenvolvimento financeiro da empresa, teoricamente aumentando sua lucratividade ou rentabilidade. Contudo, a distribuição de lucros ou resultados (DLR) e os salários extras tem um relevante impacto social, pois há uma relação direta entre o aumento da remuneração dos funcionários com a imagem social da empresa perante a sociedade na qual está localizada. Desta forma, as organizações vêem uma dupla oportunidade ao aumentarem a remuneração com DLR ou salários extras, observam que tanto motivam os administradores e funcionários quanto melhoram a imagem da empresa, por esse motivo, elaboram a evidenciação de ações como estas nos diversos meios de divulgação como Relatórios da Administração, Notas explicativas, Relatórios de Sustentabilidade e Balanço Social, neste ultimo caso, especificamente nos indicadores internos. Neste sentido, a pergunta que norteia esta pesquisa é direcionada à remuneração extra da alta administração e está estruturada da seguinte forma: Existe correlação entre empresas que possuem maiores resultados representados pelos índices de rentabilidade com empresas que mais pagam remuneração extra aos seus administradores? Para tanto, esta pesquisa tem como objetivo geral identificar se existe correlação entre as empresas que possuem maiores índices de rentabilidade com as empresas que mais remuneração extra e benefícios oferecem aos seus principais administradores. Como objetivos específicos buscam-se: a) identificar os índices de rentabilidade das empresas selecionadas; b) relacionar as empresas que pagaram valores mais elevados de remuneração extra aos seus principais administradores; c) relacionar as empresas que possuem melhor avaliação por parte dos colaboradores no quesito “remuneração e benefícios” apresentados pela revista e d) verificar se existe correlação entre os três objetivos específicos anteriores. Esta pesquisa se justifica por contribuir para um melhor entendimento dos efeitos de uma prática comum entre as empresas que é o pagamento de remuneração variável conforme (WOOD JR.; PICARELLI FILHO, 2007). A pesquisa está organizada em 5 seções iniciando com a introdução. Na sequencia, nas seções 2 são discutidos os temas de evidenciação voluntária e rentabilidade; na seção 3 apresentam-se os métodos e procedimentos adotados na elaboração desta pesquisa; na seção 4 realiza-se a análise dos resultados e na seção 5 são feitas as considerações finais e faz recomendações para pesquisas futuras, a partir das limitações deste trabalho.

2. EVIDENCIAÇÃO VOLUNTÁRIA

Quando se analisa os objetivos da contabilidade, destaca-se a função de fornecer informações relevantes e confiáveis aos seus diversos usuários. Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p. 97) informações relevantes podem ser entendidas “como informações que teriam a capacidade de fazer a diferença numa decisão”, já informações confiáveis como qualidade da informação que além de representar fielmente o fenômeno, seja o quanto

possível, livre de erros e viés gerando como conseqüência uma confiança nas informações apresentadas. Para cumprir essa função de fornecer informações relevantes e confiáveis aos usuários, a ciência contábil utiliza praticas da evidenciação da informação contábil de acordo com os princípios, normas e convenções contábeis. A evidenciação configura como o principal meio de comunicação entre a empresa e a sociedade ganha importância fundamental na afirmação de Levitt (1988, p.80) ao declarar que “o sucesso de um mercado de capitais é diretamente dependente da qualidade das normas contábeis e do disclosure, pois esses fornecem confiança aos investidores de que as demonstrações contábeis são confiáveis”. Entretanto, é necessário às empresas que almejem aperfeiçoar a qualidade das informações contábeis o comprometimento com a evidenciação de informações extras que proporcionaria aos usuários externos uma visibilidade melhor da empresa quanto a aspectos não contemplados em demonstrações obrigatórias “normais”. Como exemplo de informações evidenciadas voluntariamente pode-se citar ações da empresa que indicam o relacionamento com fornecedores, clientes, colaboradores além do desenvolvimento de novos produtos e ações consideradas ambientalmente responsáveis. Sendo que as evidenciações obrigatórias “normais” e as evidenciações voluntárias se complementariam na atividade de realçar o funcionamento total do mercado (Wong e Ho 2003 apud GALLON, 2006). Corroborando com essa afirmativa, Goulart (2003, p.59) entende que é necessário para que as empresas alcance:

padrões satisfatórios de evidenciação, não devem as empresas restringir-se em sua divulgação, apenas às informações requeridas por lei, transmitindo também informações que, mesmo que não compulsórias, colaboram para que o público constitua uma visão correta sobre a realidade empresarial. Nesse sentido, estariam as empresas pautando sua divulgação não somente pela legalidade, mas também por princípios éticos de transparência e equidade no atendimento às demandas dos diferentes usuários da informação. (Grifo nosso)

Diante da democratização da informação contábil advinda da evidenciação voluntária, faz-se necessário uma fonte de informação que seja acessível a todos os interessados na informação como o Relatório da Administração – RA e as Notas Explicativas. Sobre essas fontes de informação Ponte e Oliveira (2004) indicam que a evidenciação voluntária de informações através de RA e Notas Explicativas se dá pelo fato de que apesar das evidenciações configurarem o meio de comunicação entre empresa e usuários externos e a qualidade dessas evidenciações terem relação direta com o sucesso da empresa em buscar recursos no mercado, essas evidenciações obrigatórias “parecem não atender as necessidades dos usuários”. Como solução para que as evidenciações passassem a ser satisfatórias para os usuários, principalmente os acionistas minoritários, diminuindo a assimetria informacional, a evidenciação ou disclosure voluntário de informações em Relatórios da Administração e Notas Explicativas, configuram como meio eficaz de se evitar riscos na tomada de decisões (Murcia e Santos, 2009). Neste contexto, nos últimos anos, várias pesquisas tem sido desenvolvidas sobre evidenciação voluntária e apresentadas em congressos nacionais, dentre os estudos podem-se mencionar os realizados por Ponte e Oliveira (2003), Murcia e Santos (2009), e Rover et al. (2009). Ponte e Oliveira (2003) realizaram um estudo onde buscaram identificar o grau de evidenciação voluntária de informações não contempladas nas demonstrações contábeis tradicionais em 95 sociedades anônimas relativas ao exercício de 2002. Como principais resultados, os autores concluíram que muitas empresas preferem apresentar em notas

explicativas informações que deveriam contar no Relatório da Administração. Concluíram ainda que o item de evidenciação voluntária mais apresentada elas empresas são informações referente aos investimentos e em terceiro lugar, informações sobre a conjuntura econômica das empresas. Assim como na pesquisa de Ponte e Oliveira (2003), o estudo de Murcia e Santos (2009) objetivou analisar as principais práticas de evidenciação voluntária das companhias abertas no Brasil, para tanto, foi pesquisada nas Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) das 100 maiores empresas não-financeiras listadas na BOVESPA. Os autores consideraram como principais resultados da pesquisa a elaboração de uma métrica que auxiliariam na avaliação da evidenciação voluntária, esta métrica, será a mesma utilizada nesta pesquisa. Foram identificados pelos autores que os itens de exposição cambial, identificação dos riscos do negócio, discussão do setor, demonstração do fluxo de caixa e EBITDA são os principais itens evidenciados voluntariamente pelas empresas. Por fim, nos estudos de Rover et al (2009) o objetivo foi identificar os fatores que determinaram a divulgação voluntária ambiental em empresas brasileiras consideradas potencialmente poluidoras. Foram verificadas informações constantes nas Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) e nos Relatórios de Sustentabilidade (RS) dos anos de 2005 a 2007 de 57 empresas listadas na BOVESPA e pertencentes a setores de alto impacto ambiental. Os resultados indicaram que há uma correlação entre evidenciação voluntária de informações ambientais com empresas que: a) são auditadas por “Big four” que é o grupo das quatro grandes empresas de auditoria (KPMG, PricewaterhouseCoopers, Deloitte Touche Tohmatsu e Ernst&Young);b) são maiores, ou seja, empresas maiores evidencia voluntariamente informações ambientais mais do que empresas menores; c) que fazem parte do ISE, e por fim; d) publicam o Relatório de Sustentabilidade. Das informações evidenciadas voluntariamente, tem-se o balanço social como uma importante evidenciação para as empresas que tem pretensão em divulgar suas ações socialmente responsáveis. O IBASE (2009) define balanço social como publicação anual direcionadas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade contendo informações sobre os benefícios e as ações sociais da empresa. Idéia compartilhada por Suplicy apud Siqueira e Vidal (2003, p. 13) que o define como “um documento pelo qual a empresa anualmente apresenta dados que permitam identificar a qualidade de suas relações com os empregados, com a comunidade e com o meio ambiente”. Siqueira e Vidal (2003, p. 1) ao definirem o balanço social, afirmam que “O balanço social deve demonstrar não só os efeitos positivos da atividade econômica, mas também seus efeitos daninhos, como a emissão de efluentes, a poluição do ar e a devastação de áreas verdes, por exemplo” Ou seja, para esses autores, o balanço social, mesmo sendo uma evidenciação voluntária das empresas, deve seguir o entendimento de Hendriksen e Van Breda (1999) que afirmam que mesmo que as informações não sejam favoráveis à empresa, devem ser evidenciadas para os seus usuários. Dentre as informações que constam no balanço social, os indicadores sociais internos demonstram as ações sociais das empresas para com os seus funcionários, entre elas, a participação nos lucros ou resultados que segundo Conrado, Gasparetto e Shnorrenberger (2008) é um importante meio de influenciar aos funcionários a serem parceiros da empresa se motivando para o crescimento da lucratividade ou rentabilidade da empresa. Sobre a lucratividade ou rentabilidade Gitman (2001) explica que existem diversas maneiras de avaliação da rentabilidade através de índices, segundo esse autor, o cálculo da rentabilidade pode-se relacionar com as vendas, ativos ou patrimônio líquido. Matarazzo (2008) define o retorno sobre o patrimônio líquido como o principal indicador de rentabilidade e explica que o entendimento desse quociente é que apartir dele seja possível

demonstrar quanto foi o retorno do investimento do capital próprio, ou seja, qual o grau de sucesso econômico da empresa apartir do investimento dos sócios ou investidores. Segundo Matarazzo (2008), de maneira geral, a situação economia e financeira da empresa tende a ser melhor quanto maior foi o índice de rentabilidade. O índice de rentabilidade sobre o patrimônio líquido indica o grau de retorno do investimento próprio e o índice de rentabilidade sobre o ativo indica a rentabilidade do total de recursos que é administrado pela empresa, as fórmulas dos indicadores são apresentadas, respectivamente abaixo no itens i e ii:

i) Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido: Lucro Líquido do Exercício x 100 Patrimônio Líquido Médio

ii) Rentabilidade sobre o Ativo: Lucro Líquido do Exercício x 100 Ativo Total iii) Giro do Ativo: Vendas Líquidas Ativo O Giro do Ativo é um importante indicador que compara o volume das vendas com o total do capital investido, o ativo. Esse índice demonstra quantas vezes o ativo girou como resultado ou efeito do total de das vendas ou quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 do total que foi investido, isso dá o entendimento de que quanto maior for o índice maior foi o total de vendas, portanto, provavelmente melhor é a situação da empresa.

iv) Margem Líquida: Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas

O índice da margem líquida ou margem operacional indica o qual foi o retorno da empresa frente ao volume de vendas líquidas, ou seja, do total de vendas líquidas quanto sobrou na forma de lucro líquido, assim como nos indicadores anteriores, o entendimento é que quanto maior for o indicador, provavelmente, melhor é a eficiência financeira da empresa

. 3 - METODOLOGIA

Esta pesquisa no que se refere ao objetivo apresenta características descritivas por buscar descrever a frequência com que um fenômeno ocorre, segundo Martins e Theóphilo (2007, p.61) neste tipo de pesquisa “o pesquisador não tem controle sobre os eventos e variáveis, buscando aprender a totalidade de uma situação e, criticamente, descrever, compreender e interpretar a complexidade de um caso concreto”. Assim, objetiva-se descrever a existência ou não da relação entre as empresas que possuem maiores rentabilidades sobre o patrimônio líquido e ativo com a quantidade de pagamento aos principais administradores de remuneração extra. Quanto aos procedimentos, esta pesquisa classifica-se como um estudo de múltiplos casos, que segundo Triviños (1987) é o estudo que possibilita estudar mais de uma empresa, organizações sujeitos, fenômenos, etc., sem necessariamente ter uma natureza comparativa. Neste contexto, inicialmente, a amostra desta pesquisa foi composto pelas 58 grandes empresas, listada pela Revista Você S/A – Exame – 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar - 2010, posteriormente foram eliminadas as organizações que não estavam listadas na BM&FBOVESPA por não divulgarem informações financeiras, sendo assim, a amostra desta pesquisa é composta por 14 empresas de capital aberto.

Após a definição da amostra, iniciou-se a coleta de dados que foi de ordem secundária, uma vez que foram utilizados os Relatórios da Administração (RAs), Relatórios de Sustentabilidade, Balanço Social modelo IBASE (BS), a Revista Você S/A – Exame – 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar - 2010 e as Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) das empresas referente ao ano de 2009. Marconi e Lakatos (2002) mencionam que fontes secundárias possibilitam tanto a resolução de problemas conhecidos quanto um novo enfoque na resolução de problemas ainda não satisfatoriamente resolvidos. Este estudo quanto a abordagem do problema é caracterizado como quantitativo por essencialmente quantificar os dados obtidos nas fontes de dados pesquisadas sem analisar a composição desses dados. Para elaboração desse estudo, inicialmente foram coletados nas DFPs referente ao ano de 2009 localizada no sítio da BM&FBOVESPA os elementos necessários para a composição das fórmulas descritas por Matarazzo (2008) dos índices de rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido e a rentabilidade do Ativo, são eles: Lucro Líquido do Exercício, Ativo Total, Patrimônio Líquido e foi elaborado um ranking das empresas que apresentavam melhores indicadores. Posteriormente buscamos nos RAs, BS e Notas Explicativas os valores referentes à remuneração extra paga aos principais administradores no ano de 2009, apartir dessas informações, também foi criado um ranking dessas empresas. Por fim, identificamos na Revista Você S/A – Exame – 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar – 2010 a pontuação dada pelos funcionários no quesito “remuneração e benefícios” para as empresas da amostra desta pesquisa e também elaboramos um ranking. Apartir dos três rankings, com auxilio do software estatístico SPSS 11.5, buscou-se verificar a existência de correlação entre as empresas que tiveram melhores desempenhos nos índices de rentabilidade tanto com as empresas que mais remuneração extra pagaram aos principais administradores como com as empresas melhor avaliada pelos colaboradores em questões relacionadas a remuneração e benefícios. No Quadro 1, são apresentadas as empresas que fazem parte da amostra desta pesquisa bem como o seu setor de atuação e a classificação, quando houver, nos índices de governança corporativa da BM&FBOVESPA.

Empresa Setor de Atuação Whirlpool Latin America Consumo Cíclico / Utilidades Domésticas / Eletrodomésticos COELCE Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia Elétrica Plascar Bens Industriais / Material de Transporte / Material Rodoviário CPFL Energia Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia Elétrica Vivo Participações S/A Telecomunicações / Telefonia Móvel / Telefonia móvel Materiais Básicos / Siderurgia e Metalurgia / Siderurgia Bens Industriais / Material de Transporte / Material Aeronáutico Arcelor Mittal Brasil Não classificada Fras-le S/A Bens Industriais / Material de Transporte / Material Rodoviário Votorantim Financeiro e Outros / Intermediários Financeiros / Bancos AmBev Consumo não Cíclico / Bebidas / Cervejas e Refrigerantes Lojas Renner Consumo Cíclico / Comércio / Tecidos, Vestuário e Calçados Ecorodovias Construção e Transporte / Transporte / Exploração de Rodovias – Eletrosul Utilidade Pública / Energia Elétrica / Energia Elétrica Quadro 1 – Empresas da amostra Fonte: Dados da pesquisa

Na descrição do quadro acima, é possível visualizar a diversidade das empresas quanto aos setores de atuação tendo apenas as empresas Eletrobrás, CPFL e COELCE no setor de energia elétrica e as empresas Plascar e Fras-le no setor de material rodoviário. A empresa Arcelor Mittal Brasil foi excluída da amostra por não ter disponibilizado até o dia 11/09/2010 as resultados financeiros referente ao ano de 2009, ficando a amostra desta pesquisa com 13 empresas de capital aberto.

4 - ANÁLISE DOS DADOS

Nesta seção, são apresentados os rankings das empresas que: possuem os melhores indicadores de rentabilidade, mais distribuíram remunerações e benefícios aos seus colaboradores e o ranking das empresas melhores avaliadas pelos colaboradores em questões relacionadas à remuneração e benefícios. Apartir dos rankings será possível identificar se existe correlação entre o desempenho financeiro das empresas com as remunerações e benefícios oferecidos aos colaboradores e com a percepção dos colaboradores quanto a essa remuneração e benefícios concedidos. Inicialmente, na Tabela 01 apresentamos as empresas que compõe a amostra desta pesquisa e sua classificação entre as 150 melhores empresas para trabalhar de acordo com a revista no ano de 2010 e quando ocorreu, também demonstramos a classificação no ano de 2009, a classificação se deu pela maior nota no Índice de Felicidade no Trabalho – IFT que é composto por vários fatores pontuados pelos colaboradores em relação à empresa, dentre esses fatores, existe um em que os funcionários pontuaram a empresa no aspecto remuneração e benefícios também demonstrados na Tabela 01

Tabela01: Classificação das empresas da amostra entre as 150 melhores empresas para trabalhar. 2010 2009 Classificação em Empresas Remuneração e Remuneração e 2010 IFT IFT Benefícios Benefícios 1ª Whirlpool 87.2 80,5 82,6 74,2 9ª COELCE 84.3 83,8 82,5 60,4 11ª PLASCAR 84.0 77,1 85,4 78,2 12ª CPFL 83.3 88,6 85,5 87,4 15ª Vivo 81.5 68,4 74,4 77,1 20ª Gerdau 80.6 74,8 Não classificada 25ª Embraer 79.2 79,9 74,2 70,5 29ª Fras-le S/A 78.8 80,5 Não classificada 34ª Votorantim 77.4 88,2 73,5 64,2 37ª AmBev 75.9 61,3 77,0 75,1 40ª Lojas Renner 75.3 59,8 Não classificada 45ª Ecorodovias 74.3 67,0 76,8 59,3 49ª Eletrobrás 72.9 77,2 Não classificada Fonte: Adaptado da Revista Exame/Você SA

Observa-se nesta tabela que as empresas Gerdau, Fras-le, Lojas Renner e Eletrobrás estiveram entre as 150 melhores empresas para trabalha apenas no ano de 2010 ocupando respectivamente a 20ª, 29ª, 40ª e 49ª posição no ranking geral, entretanto, dentre as empresas que compõe a amostra desta pesquisa ocupam a posição 6ª, 8ª, 11ª e 13ª posição ficando atrás da maioria das empresas que estiveram presentes na classificação anterior da revista. É possível verificar também que a média da classificação dessas empresas do IFT aumentou no

comparativo dos dois anos passando de 79,10 no ano de 2009 para 80,24 no ano de 2010 variando em 1,44% de um ano para o outro, tal aumento também foi percebido quando se analisa a média da avaliação dos colaboradores em relação a remuneração e benefícios, no ano de 2009 a média foi de 71,82 e no ano de 2010 passou para 75,46 o que representa uma variação de 5,06%. Destaca-se ainda que apesar do aumento da média da satisfação dos colaboradores em relação à remuneração e benefícios, tal satisfação não foi suficiente para um melhor posicionamento no ranking do IFT, essa afirmativa pode ser observada quando se analisa a empresa CPFL que é a melhor avaliada na questão remuneração e benefícios no entanto ocupa a 4ª colocação entre as empresas com maior IFT, na outra ponta, destaca-se dois exemplos, o primeiro é o da empresa Plascar que tem a 6ª pior avaliação para o fator remuneração e benefícios ocupa a 3ª colocação no IFT o segundo é da empresa líder no IFT que é apenas a 4ª melhor avaliada na questão remuneração e benefícios. Com o objetivo de verificar se existia correlação estatística entre o ranking das empresas com melhor IFT e o ranking das empresas melhor avaliadas quanto à remuneração e benefícios concedidos, utilizamos o software estatístico SPSS 11.5 e ao calcularmos a correlação de Kendall, identificamos que existe apenas uma correlação de 30,77%, ou seja, não dá para relacionar apenas a avaliação de questões como remuneração e benefício com uma melhor classificação no IFT nestas empresas pesquisadas. Diante da impossibilidade de se afirmar estatisticamente, pelo calculo de correlação, que a avaliação dos funcionários quanto a remuneração e benefícios oferecidos pela empresa tem forte relação com o IFT, buscamos identificar se as empresas que possuem maior IFT também tem melhores índices de rentabilidade, para tanto, apresentamos na tabela 02 os indicadores de rentabilidade no ano de 2009 das empresas desta pesquisa.

Tabela 02: Índices de Rentabilidade do ano de 2009. Empresas Rent. PL Rent. Ativo Giro do Ativo Margem Líquida Whirlpool 22,60 8,41 0,36 23,10 COELCE 34,20 11,61 0,32 36,47 Plascar 3,46 1,40 0,40 3,51 CPFL 25,47 7,63 0,30 25,63 Vivo 9,29 3,89 0,38 10,37 Gerdau 6,50 5,73 0,92 6,25 Embraer 16,20 5,58 0,37 14,91 Fras-le S/A 19,81 8,32 0,39 21,09 Votorantim 11,50 1,74 0,15 11,38 AmBev 32,64 17,49 0,51 34,49 Lojas Renner 25,46 9,87 0,37 26,65 Ecorodovias 31,75 6,55 0,20 33,11 Eletrobras 0,21 0,13 0,64 0,20 Fonte: Dados da pesquisa

Nesta tabela estão demonstrados os índices de rentabilidade das empresas da pesquisa e como destaque principal, identificamos que a empresa Eletrobrás apresenta indicadores de Rentabilidade sobre o PL, Rentabilidade sobre o Ativo e Margem Líquida muito inferior as demais empresas. Analisando os indicadores individualmente, percebe-se que não houve uma única empresa que apresentasse liderança em todos os indicadores calculados, entretanto, as empresas COELCE e AmBev se destacam em relação as demais nos indicadores de Rentabilidade sobre o PL, Rentabilidade sobre o Ativo e Margem Líquida. Foi elaborado um

ranking das empresas que possuíam melhores indicadores considerando que quanto maior melhor será o índice conforme literatura sobre o tema, essa classificação é demonstrada no Quadro 02 bem como a classificação das empresas com melhor IFT, e melhor avaliação quanto a remuneração e benefícios, outra vez buscou-se verificar se existe correlação entre a classificação das empresas com maior IFT com as empresas que possuem melhores indicadores de rentabilidade ou de empresas com melhor avaliação sobre remuneração e benefícios com as empresas com melhores índices de rentabilidade.

Classif. Classif. IFT Rem./ Benef. Rent. PL Rent. Ativo Giro do Ativo Margem Líquida 1º Whirlpool CPFL COELCE AmBev Gerdau COELCE 2º COELCE Votorantim AmBev COELCE Eletrobras AmBev 3º PLASCAR COELCE Ecorodovias Lojas Renner AmBev Ecorodovias 4º CPFL Whirlpool CPFL Whirlpool PLASCAR Loja Renner 5º Vivo Fras-le S/A Lojas Renner Fras-le S/A Fras-le S/A CPFL 6º Gerdau Embraer Whirlpool CPFL Vivo Whirlpool 7º Embraer Eletrobras Fras-le S/A Ecorodovias Embraer Fras-le S/A 8º Fras-le S/A PLASCAR Embraer Gerdau Lojas Renner Embraer 9º Votorantim Gerdau Votorantim Embraer Whirlpool Votorantim 10º AmBev Vivo Vivo Vivo COELCE Vivo 11º Lojas Renner Ecorodovias Gerdau Votorantim CPFL Gerdau 12º Ecorodovias AmBev PLASCAR PLASCAR Ecorodovias PLASCAR 13º Eletrobrás Lojas Renner Eletrobras Eletrobras Votorantim Eletrobras Quadro 02 – Ranking dos índices de rentabilidade Fonte: Dados da pesquisa

Nesta tabela, mais uma vez, percebe-se a inexistência de uma única empresa como detentora dos melhores indicadores em todos os índices, entretanto, como destacado na tabela anterior, as empresas COELCE e AmBev revezam posições de liderança entre os indicadores. Ao verificar o coeficiente de correlação de Kendall entre o ranking das empresas que possuem melhor índice de felicidade no trabalho com o ranking das empresas que possuem melhores indicadores de rentabilidade encontramos apenas a correlação de 10,26% entre o ranking das empresas com maior IFT com o ranking das empresas que possuem maior rentabilidade sobre o PL e Margem Líquida, as demais correlações com os outros indicadores ficaram abaixo de 10%. Quando se calcula a correlação utilizando como base o ranking das empresas melhor avaliadas no quesito remuneração e benefícios todas as correlações com os rankings dos indicadores tão são inferiores a 10%. Com o objetivo de elaborar um ranking que englobasse todas as empresas e todos os indicadores demonstrando assim quais são as empresas que possuem melhor classificação geral envolvendo os índices pesquisados, atribuímos pontuação à classificação das empresas para cada indicador, essa pontuação variou de 1 a 13 pontos, sendo 13 pontos para a primeira colocada em cada indicador financeiro e 1 ponto para a ultima colocada também em cada indicador financeiro, exemplo, no índice de rentabilidade sobre o Ativo, a AmBev foi a empresa que possuiu melhor índice dentre as treze empresas pesquisada, então ela ficou com 13 pontos, em segundo lugar foi a empresa COELCE que ficou com 12 pontos, em ultimo lugar ficou a Eletrobrás que ganhou apenas 1 ponto. Após pontuarmos todas as empresas em todos os indicadores, foi calculada a média para que fosse possível identificar a empresa que possui, em média, os melhores indicadores financeiros e na sequencia, foi criado um ranking das empresas que possuíam os melhores indicadores gerais, esse ranking está apresentado na tabela 03.

Tabela 03: Classificação das empresas envolvendo todos os indicadores Classificação Empresas Rent. PL Rent. Ativo Giro do Ativo Margem Líquida Média 1º AmBev 12,00 13,00 11,00 12,00 12,00 2º COELCE 13,00 12,00 4,00 13,00 10,50 3º CPFL 10,00 11,00 6,00 10,00 9,25 4º Fras-le S/A 7,00 9,00 9,00 7,00 8,00 5º Ecorodovias 11,00 7,00 2,00 11,00 7,75 6º Whirlpool 8,00 10,00 5,00 8,00 7,75 7º Lojas Renner 9,00 8,00 3,00 9,00 7,25 8º Gerdau 3,00 6,00 13,00 3,00 6,25 9º Embraer 6,00 5,00 7,00 6,00 6,00 10º Vivo 4,00 4,00 8,00 4,00 5,00 11º PLASCAR 2,00 2,00 10,00 2,00 4,00 12º Eletrobrás 1,00 1,00 12,00 1,00 3,75 13º Votorantim 5,00 3,00 1,00 5,00 3,50 Fonte: Dados da pesquisa

Nesta tabela 03 a empresa AmBev lidera o ranking por possuir, em média, melhores indicadores financeiros, a COELCE, segunda colocada, obteve resultados aproximados aos da AmBev em quase todos os indicadores, entretanto, a AmBev teve uma grande superioridade no indicador financeiro giro do ativo dando-lhe a liderança no ranking. Na parte de baixo do ranking destaca-se a empresa Eletrobrás que obteve o menor indicador em quase todos os índices, entretanto, só não ficou como ultima colocada, pois teve o segundo maior índice de giro do ativo e esse indicador foi o suficiente para que a Votorantim ficasse como a empresa que possui, em média, menores indicadores com apenas 0,25 pontos atrás da Eletrobrás. Com a elaboração deste ranking foi possível verificar se existe correlação entre o posicionamento no ranking das empresas que possuem melhores IFT e o ranking das empresas que foram mais bem avaliadas no quesito remuneração e benefício com o ranking geral dos indicadores apresentados na tabela acima. Após o calculo da correlação identificamos que quando o ranking avaliado é o de IFT a correlação com o ranking geral dos indicadores é de apenas 10,26% a correlação é negativa de 3,3% quando o ranking comparado é o das empresas que tiveram melhores avaliações no quesito remuneração e benefícios. Por fim, conclui-se que a análise desta tabela e o calculo da correlação tanto com o ranking das empresas com maior IFT quanto com o ranking das empresas melhor avaliadas quanto à remuneração e benefícios indicam que não existe uma correlação entre os rankings o que significa dizer que, não necessariamente, a empresa que possui os melhores indicadores financeiros é a que tem o maior IFT ou é a que foi mais bem avaliada quanto à remuneração e benefícios. Buscando verificar a existência de correlação entre o ranking das empresas que mais pagaram remuneração ao pessoal chave da administração com os rankings: do IFT, da avaliação por parte dos colaboradores quanto à remuneração e benefícios, com os indicadores financeiros e com a classificação geral dos indicadores, foi elaborado a Tabela 04 apresentada abaixo:

Tabela 04: Ranking de empresas que mais pagou remuneração ao pessoal chave da administração Classif. Classif. Classif. Classif. Classif. Classif. Classif. Remuneração Classif. Empresas IFT Rem. e Rent. Rent. Giro Mgm Tot. Administração Benef. PL Ativo Ativo Liquida Indic. 1 AmBev 63.392 10ª 12ª 2ª 1ª 3ª 2ª 1ª 2 Embraer 33.966 7ª 6ª 8ª 9ª 7ª 8ª 9ª 3 Whirlpool 31.891 1ª 4ª 6ª 4ª 9ª 6ª 6ª 4 Eletrobras 23.156 13ª 7ª 13ª 13ª 2ª 13ª 12ª 5 Vivo 21.778 5ª 10ª 10ª 10ª 6ª 10ª 10ª 6 CPFL 17.792 4ª 1ª 4ª 6ª 11ª 5ª 3ª 7 Votorantim 15.365 9ª 2ª 9ª 11ª 13ª 9ª 13ª 8 PLASCAR 9.071 3ª 8ª 12ª 12ª 4ª 12ª 11ª 9 Ecorodovias 6.859 12ª 11ª 3ª 7ª 12ª 3ª 5ª 10 Lojas Renner 6.026 11ª 13ª 5ª 3ª 8ª 4ª 7ª 11 Fras-le S/A 5.161 8ª 5ª 7ª 5ª 5ª 7ª 4ª 12 COELCE 4.324 2ª 3ª 1ª 2ª 10ª 1ª 2ª 13 Gerdau 3.190 6ª 9ª 11ª 8ª 1ª 11ª 8ª Fonte: Dados da pesquisa

Nesta tabela observa-se que cinco empresas alcançaram pelo menos uma vez a liderança de um dos 08 rankings elaborados com destaque para a empresa AmBev que esteve presente no topo em três ocasiões já a empresa Eletrobrás esteve presente em quatro ocasiões só que diferentemente da empresa AmBev a Eletrobrás nestas quatro ocasiões ocupou a ultima colocação no ranking. Ao calcular a correlação entre os rankings identificamos como maior correlação o percentual de 16,67% entre o ranking das empresas que mais distribuíram remuneração ao pessoal chave da administração com o Giro do Ativo, nas demais correlações entre os rankings, em todas elas o índice de correlação encontrado foi inferior a 10%.

CONCLUSÃO

Para que uma empresa consiga atender com eficiência e eficácia as exigências que o mercado impõe é preciso que todos os colaboradores estejam envolvidos no desenvolvimento dos planos de gestão da empresa, para tanto, há a necessidade de que todos estejam motivados para exercerem todas as suas potencialidades a favor da empresa. Um dos principais métodos de motivação é o pagamento de remuneração extra aos envolvidos do processo que é um método de motivação amplamente utilizado pelas empresas. Com o objetivo de verificar a existência de correlação entre as empresas que possuem maiores índices de rentabilidade com as empresas que mais remuneração extra e benefícios oferecem aos seus principais administradores e que possuem melhor avaliação por parte dos seus colaboradores na questão relativa a remuneração e benefícios, esta pesquisa criou rankings de empresas que: possuíam maiores indicadores de rentabilidade; foram melhor avaliada pelos colaboradores em questão referente a remuneração e benefícios; possuíam o maior índice de felicidade no trabalho e por fim, elaboramos um ranking das empresas que mais remuneração fixa e variável pagou no ano de 2009 para o pessoal chave da sua administração. Com os rankings estabelecidos, com o auxilio do software estatístico SPSS 11.5 calculamos a correlação de Kendall entre os rankings e concluímos que diante das pequenas correlações encontradas, não é possível afirmar que as posições nos rankings de empresas em que os funcionários são mais felizes ou em que os funcionários estão mais satisfeitos com a

remuneração e benefícios ou até mesmo a classificação no ranking das empresas que pagam mais remuneração extra ao pessoal chave da administração não garante posições semelhantes no ranking de indicadores de rentabilidade. No decorrer da pesquisa, identificamos que o pagamento de remuneração extra como combustível para a motivação dos funcionários, que teoricamente proporcionaria à empresa maiores indicadores financeiros, é apenas um dos fatores de motivação, como esta pesquisa limitou-se a avaliar a correlação apenas entre a motivação através de remuneração extra com os resultados nos cálculos dos índices de rentabilidade, entendemos que pela técnica utilizada não é possível correlacionar os resultados encontrados o que indica que alem da motivação pelo pagamento de remuneração extra, outros métodos de motivação podem influenciar até mais do que a remuneração variável. Como sugestão para pesquisas posteriores, pode-se pesquisar sobre quais fatores tiveram maior peso para a elaboração do índice de felicidade no trabalho e a partir do fator encontrado, buscar os percentuais de correlação entre o fator encontrado e os resultados financeiros das empresas.

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