(Séculos XII Ao XV) – Um Estudo De Queenship

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(Séculos XII Ao XV) – Um Estudo De Queenship UFRRJ INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA TESE Estas Senhoras Rainhas: Trajetórias de Poder na Realeza Medieval Portuguesa (Séculos XII ao XV) – Um Estudo De Queenship Danielle de Oliveira dos Santos-Silva 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA ESTAS SENHORAS RAINHAS: TRAJETÓRIAS DE PODER NA REALEZA MEDIEVAL PORTUGUESA (SÉCULOS XII A XV) – UM ESTUDO DE QUEENSHIP DANIELLE DE OLIVEIRA DOS SANTOS-SILVA Sob a Orientação do Professor Doutor Marcelo Santiago Berriel Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em História, no Curso de Pós-Graduação em História, Área de Concentração em Relações de Poder e Cultura. Rio de Janeiro, RJ Março de 2018 AGRADECIMENTOS Como escrever uma tese e não agradecer? Simplesmente não seria possível deixar de reconhecer o quanto ficamos a dever aos que nos cercam, nos acolhem e, por muitas vezes, fazem um grande esforço para nos ajudar a suportar toda a carga de estresse emocional que um trabalho deste porte gera. Não é possível fazer uma tese sem a presença da família e dos amigos, daqueles indispensáveis, que nos fazem rir, nos distraem, nos incentivam. E sou muito grata a todos. Não tenho como deixar de agradecer, primeiramente, ao meu marido, meu melhor amigo, André Luiz. Pelo incentivo, por acreditar na minha capacidade sempre que eu titubeio, por me fazer seguir em frente quando eu desanimo, por não me deixar desistir, obrigada. Por não se importar em ter a casa bagunçada e comer o que desse, obrigada. Por ter sobrevivido aos livros e papéis espalhados exponencialmente em todos os lugares, obrigada. Por andar comigo meio mundo e entrar em mais museus do que gostaria, porque eu precisava ver aquele quadro para a tese, obrigada. Se isso não for amor, não sei o que mais poderia ser... Mais do que agradecer, tenho que me desculpar com a pequena Maria Luísa, que desde bebê teve que se acostumar a não fazer barulho porque mamãe estava estudando, a ver seus vídeos de fone para não atrapalhar a mamãe que estava lendo, a esperar mais um pouquinho antes de almoçar, porque mamãe estava terminando o capítulo e faltavam só duas páginas... O que a Maria Luísa talvez nunca venha a saber é que minha própria mãe me criou afirmando que educação é exemplo e que nestas longas e loucas horas trabalhadas eu me esforcei para dar a ela o melhor exemplo que pude, mostrando que para mim o que eu mais valorizo é o estudo. Não pelo estudo em si, mas pela beleza que existe no conhecimento, no valor de ser capaz de compreender alguma coisa deste mundo confuso, pelo prazer de conhecer coisas novas, de deixar uma marquinha de si em uma nota de rodapé qualquer. Eu agradeço a meu tio emprestado, Joedis, que tornou a logística de ir para a Rural assistir minhas aulas possível. Sem ele, talvez eu tivesse desistido. Talvez o cansaço tivesse me derrubado, mas graças a esta ajuda inestimável, aquele primeiro ano foi muito mais fácil. De coração, agradeço. Agradeço aos meus amigos pela paciência. Afinal, fazer aquela cara interessada quando você se entusiasma explicando o que estuda é um apoio muito importante. Então, a todos que me deram um momento do seu tempo para me ouvir discorrer longamente sobre ―minhas‖ rainhas, obrigada. Inclusive fiquei conhecida em alguns meios como ―Dani das Rainhas‖, assim como ―rainhas da Dani‖ se tornou um tipo de adjetivo entre outros. Agradeço aos amigos de copo, pela atenção, aos amigos de Humanas pelos palpites, aos amigos de Medieval pelas especificidades, aos amigos de infância pela confiança. Aos amigos de trabalho pelo incentivo. Aos amigos velhos e novos, que não designo nominalmente, porque é provável que eles nunca leiam esta tese, mas vou ficar a vida lembrando se eu esquecer de citar alguém... Agradeço ao professor Clínio Amaral pelo apoio, pelo suporte e por me dar a liberdade de encontrar meu caminho, mudar e experimentar, ao professor Marcelo Berriel pela acolhida generosa em tempos de crise e ao meu querido professor Francisco José por me acompanhar em todas as etapas da minha formação. Agradeço à minha família, meu irmão Hugo, minha avó, minha sogra, D. Célia, e minha cunhada, Andréia, pela torcida incondicional. E aos meus pais, Luiz Carlos e Dina, meu vô Ivan, que já não estão presentes neste plano, mas cujos ensinamentos e as altas expectativas que tiveram para mim fizeram com que eu me mantivesse em movimento, porque a cada dia eu tenho a necessidade de provar que consigo mais e melhor. Até o momento, este é o meu melhor. Agradeço a todos que estiveram comigo nesta jornada com tantos percalços, descobertas e conhecimentos, com tantas dores e com as delícias da superação e da conclusão de um trabalho satisfatório e bem feito. Um grande abraço a todos! SANTOS-SILVA, Danielle Oliveira. Estas Senhoras Rainhas: Trajetórias de Poder na Realeza Medieval Portuguesa (Séculos XII ao XV) – Um Estudo De Queenship. 2018.126p. Tese (Doutorado em História). Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2018. RESUMO Esta tese se dedica a analisar, dentro dos critérios estabelecidos pelo conceito de Queenship, as possibilidades de poder das rainhas portuguesas do período medieval, que compreende os séculos XII a XV. Dentro deste recorte espaço-temporal, foram estudadas as biografias de sete rainhas portuguesas, tendo por objetivo tentar estabelecer o quanto de poder a soberana conseguiu usufruir a partir de questões individuais. A importância social e econômica da família de origem da rainha foi um critério relevante a ser considerado e a forma como ela seria recebida no reino para o qual seguiria para se casar. Quanto mais importante fosse a família, mais valorizada seria a aliança conseguida, e esta poderia ser utilizada pela rainha como forma de negociar seus espaços de poder. Conseguir cumprir com o papel de perpetuadora da dinastia, tendo sucesso na função materna, era outro critério de relevância ímpar, que poderia garantir a posição da rainha, que como mãe do herdeiro do trono, possivelmente conseguiria acesso ao poder político através de seu papel de Rainha-Mãe. Através de atitudes piedosas, a rainha encontrava outras oportunidades de poder ao estabelecer relações com o alto clero da Igreja Católica medieval. No ambiente da corte, a rainha poderia, através de doações, festas, patrocínios, favorecer e agradar a bispos, abades e cardeais, que poderiam vir fortalecer sua posição e amparar suas ambições políticas, ao mesmo tempo que tornavam virtualmente impossível qualquer expectativa que o rei tivesse de substituí-la. Nesta ótica o papado tornou- se um grande aliado das rainhas medievais e as relações destas com os prelados garantiram que obtivessem poder e boa fama entre a população. Como último critério de Queenship, há considerações sobre a intercessão, o poder que a rainha possuía a partir da proximidade física e emocional que estabelecia com o rei, seu marido. Este conjunto de critérios, equilibrados e combinados de diferentes maneiras, estão na origem do arcabouço que está na base do poder da rainha. Personalidade, cultura natal, riqueza individual eram outros critérios que poderiam alterar as sensíveis relações de poder na corte medieval portuguesa. Palavras-chave: Realeza, Portugal, Idade Média, Relações de Poder, Queenship SANTOS-SILVA, Danielle Oliveira. These Great Qeens: Journeys of Power on Medieval Royalty Portuguese Court (From twelfth to fifteen century) – A Queenship study. 2018. 126p. Thesis (Doctored degree in History). Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2018. ABSTRACT This thesis intends to analyze the power possibilities of the Portuguese queens in the medieval period, which comprises the 12th and 15th centuries, within the assessment established by the concept of Queenship. Within this space-time period, the biographies of seven Portuguese queens were studied, in an attempt to establish how much power ‗her highness‘ managed on her own individual accomplishments. The social and economic importance of the queen's family of origin is a relevant criterion to consider how she would be received kingdom into which she would later marry. The more important the family, the more valuable would be the alliance achieved. This alliance could be used by the queen as a way of negotiating her power attributes. Achieving the role of perpetuator of the dynasty, succeeding in the maternal function was another assessment of unique relevance, which could secure the position of the queen. Gaining access to political power through the role as Queen-Mother. Through pious gestures, the queen encountered other opportunities for power by establishing relationships with the high clergy of the medieval Catholic Church. In the court setting, the Queen could, through donations, feasts, and patronage, favor and please bishops, abbots and cardinals, who would strengthen her position and support her political ambitions, while making virtually impossible any expectation the king had to replace her. In this view the papacy became a great ally of the medieval queens, and their relations with the prelates ensured that they guarantee power and good fame among the population. As Queenship's last assessment, there are questions about intercession, the power the queen possessed from the physical and emotional closeness she established with the king, her husband. This set of assessment, balanced and combined in different ways, underlines
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