Antiguidades, Gabinetes E Colecionadores: Em Torno Da Arqueologia, No Século XVIII Em Portugal

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Antiguidades, Gabinetes E Colecionadores: Em Torno Da Arqueologia, No Século XVIII Em Portugal UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS Antiguidades, Gabinetes e Colecionadores: em torno da Arqueologia, no século XVIII em Portugal Daniel Martins da Silva Rodrigues de Carvalho Tese orientada pela Prof.ª Doutora Mariana Diniz especialmente elaborada para a obtenção do grau de Mestre em Arqueologia 2019 Agradecimentos A formulação da presente tese só foi possível através de um conjunto de pessoas e instituições a quem devem ser reconhecidos os meus mais sinceros agradecimentos. Em primeiro lugar, agradeço a Mariana Diniz, que sempre me orientou, pelo entusiasmo, amizade e força que me transmitiu ao longo da minha licenciatura e mestrado. À inabalável confiança e ânimo, juntam-se horas de debate sobre os mais variados assuntos e a liberdade intelectual que me foram indispensáveis para “resistir” a todo este processo que é a construção de uma tese académica. À Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que é desde o primeiro dia a minha segunda casa, onde pude sentir-me parte de algo maior. À UNIARQ, na pessoa dos seus investigadores e colaboradores, que me proporcionaram a minha aprendizagem, quer pelos seus conhecimentos quer pela camaradagem. Aos professores do curso de Arqueologia que acabaram por marcar o meu percurso das mais variadas formas, quer pelas aulas quer pelas escavações em que tive o privilégio de participar. A Ana Margarida Arruda, Elisa de Sousa, Carlos Pereira e Pipão pelo meu trabalho de campo. À equipa de Vila Nova de São Pedro e à Associação dos Arqueólogos Portugueses, por uma campanha com um grupo fantástico. A Andrea Martins, por me ceder um espaço para trabalhar, e a Francisco Gomes, ambos agradeço o apoio e amizade. À Direção Geral do Ensino Superior, pela concessão de Bolsa de Ação Social, que foi fundamental para prosseguir com os meus estudos. Aos repositórios do Internet Archive, Hathi Digital Library, Biblioteca Nacional de Portugal, Arquivo Digital de Beja, Arquivo Digital de Setúbal que proporcionaram a consulta de fontes indispensáveis para este trabalho. A Gloria Mora, Jesus Sálas Alvarez, Juan Barcelo, Henrique Leitão e Ángel Rivera Arrizabalaga por me terem facultado bibliografia, informações e palavras de ânimo ao longo do meu mestrado. A Penny Bickle, Benjamin Gearey e Emilie Sibbesson por acreditarem em mim e me terem proporcionado uma experiência inesquecível em Cardiff. A Darcey Gillie pela partilha de ideias e pelo trabalho incansável. A todos os meus colegas de curso e amigos. A todos aqueles que dispensaram do seu tempo a debater e a proporcionar-me opiniões e ressalvas para esta tese. A Ana Patrícia Estácio pela amizade inabalável e pelo apoio. A Cátia Neto por ter sempre acompanhado o meu percurso académico com uma força notável. A Diogo Tiago pela intemporal amizade. A Hugo Assis pela intensa revisão do texto e por ser meu amigo desde o primeiro dia do curso de Arqueologia. A Ana Batista, Filipa Martin, Laura Rosado e Marta Alves pela confiança e amizade. A Artur Queiroz Mateus, Frederico Agosto, João Silva, Diogo Varandas e Jaime Carvalho pelas gargalhadas e irmandade. A toda a minha família, à qual dedico o meu trabalho. Ao meu pai Pedro, à minha mãe Rosário, à minha irmã Mariana, à Mel e ao Caramelo, pelo amor e apoio incondicionais de todos os dias. Por último, à Joana, que me dá vontade de viver todos os dias. Pelo amor, carinho, apoio e paciência que sempre demonstrou, por me acompanhar nos momentos mais difíceis e pelo privilégio que tenho em tê-la na minha vida. Agradeço-te por seres, como na prosa de Antoine de Saint-Exupéry, que tanto gostas, a minha Rosa. Resumo/Abstract Este trabalho incide sobre um período específico da História da Arqueologia Portuguesa, o século XVIII. Constituindo-se como a etapa imediatamente anterior ao nascimento da Arqueologia enquanto disciplina científica, pretende-se asseverar a importância das investigações setecentistas para a mesma. Para o efeito, é utilizada uma abordagem tripartida. Um primeiro foco no estudo das Antiguidades, dos moldes em que este se realiza, nos períodos cronológicos explorados e nas interpretações que são formuladas acerca de vestígios materiais específicos. Um olhar sobre a constituição de Gabinetes enquanto espaços recetores destas realidades do Passado, na sua organização e lógica colecionista, constitui o segundo tópico. Finalmente, a análise dos Colecionadores, os agentes responsáveis quer pelo estudo das Antiguidades quer pelos Gabinetes, definindo aqui os seus lugares na sociedade do século XVIII, e os seus interesses acerca dos temas do Passado. Assim, pretende-se perscrutar a existência de um pensamento arqueológico setecentista, e definir as suas principais caraterísticas, e o seu papel para a História da Arqueologia Portuguesa. Palavras-Chave: História da Arqueologia; Século XVIII; Portugal; Pensamento Arqueológico This thesis has its main focus in a specific period of the History of Portuguese Archaeology, the eighteenth century. As this stage is represents the period before the origin of Archaeology as a science, our objective is to determine how important are the investigations for the formulation of the discipline. For that purpose, it is used a approach with three main themes. The first one focuses on the study of Antiquities, how it is done, what chronological periods are contemplated and the nature of interpretations. The second one studies Cabinets as spaces that emcompass the material realities of the Past, their organization and collecting logic. Lastly, a analysis of Collectors, the agents responsible by the study of Antiquities and formation of Cabinets. With this, we intend to examine the potential existence of a archaeological thought in the eighteenth century in Portugal, as well as to define its main features. Keywords: History of Archaeology; Seventeenth Century; Portugal, Archaeological Thought AGRADECIMENTOS RESUMO/ABSTRACT INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 ................................................................................................................................. 1.1 Conceptualização e justificação do tema ......................................................................... 3 1.1.1 Pensamento Arqueológico: uma definição .................................................................. 4 1.1.2 Antiquarismo ................................................................................................................ 5 1.1.3. Cronologia e geografia do tema ................................................................................. 6 1.1.3.1 O Tempo ................................................................................................................... 6 1.1.3.2 O Espaço ................................................................................................................. 11 1.2 Curiosidade e Colecionismo: constantes do pensamento arqueológico pré-científico ... 13 1.2.1 Definir um Antiquário .................................................................................................. 14 1.2.2 Curiosidade ................................................................................................................ 14 1.2.3 Colecionismo .............................................................................................................. 14 1.2.4 Breve História dos estudos das Antiguidades e dos Antiquários .............................. 15 CAPÍTULO 2 .................................................................................................................................. 2. Metodologia ...................................................................................................................... 22 CAPÍTULO 3 ................................................................................................................................... 3. Antiguidades .................................................................................................................. 25 3.1 D. João V, a Academia Real da História Portuguesa e o Alvará de Ley de 1721 ................ 27 3.2 A investigação das Antiguidades no Portugal de setecentos .............................................. 29 3.2.1 As Antiguidades dos tempos mais remotos ............................................................... 29 3.2.2 A presença nas fontes e relatos históricos dos povos sem escrita ........................... 39 3.2.3 As Antiguidades Clássicas e o legado romano .......................................................... 48 3.2.4 Os vestígios materiais da Idade Média ...................................................................... 56 3.2.5 Os limites do Passado................................................................................................ 59 CAPÍTULO 4 ................................................................................................................................... 4. Gabinetes ....................................................................................................................... 64 4.1 Gabinetes na História da Arqueologia .................................................................................. 66 4.2 Portugal e os seus Gabinetes .............................................................................................. 69 4.2.1 Gabinete dos Condes da Ericeira .............................................................................. 70 4.2.2 Gabinete da Academia Real da História Portuguesa ................................................ 72 4.2.3 Gabinete do Duque de Cadaval ................................................................................
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