As Representações Da Mídia Impressa Sobre a Seleção Brasileira Feminina De Futebol Na Década De 1990
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Educação Física BRUNA RAFAELA ESPORTA FERNANDES O PARODOXO ESTÁ EM JOGO: AS REPRESENTAÇÕES DA MÍDIA IMPRESSA SOBRE A SELEÇÃO BRASILEIRA FEMININA DE FUTEBOL NA DÉCADA DE 1990 CAMPINAS 2019 BRUNA RAFAELA ESPORTA FERNANDES O PARODOXO ESTÁ EM JOGO: AS REPRESENTAÇÕES DA MÍDIA IMPRESSA SOBRE A SELEÇÃO BRASILEIRA FEMININA DE FUTEBOL NA DÉCADA DE 1990 Dissertação apresentada à Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Educação Física, na Área de Educação Física e Sociedade. Orientador: Prof. Dr. Edivaldo Góis Junior ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA BRUNA RAFAELA ESPORTA FERNANDES, ORIENTADA PELO PROF. DR. EDIVALDO GÓIS JUNIOR. CAMPINAS 2019 Agência(s) de fomento e nº de processo(s): CAPES, 01-P-1870/2016. COMISSÃO EXAMINADORA1 Prof. Dr. Edivaldo Góis Junior Orientador Profa. Dra. Helena Altmann Membro titular da banca Profa. Dra. Ludmila Nunes Mourão Membro titular da banca 1 A ata da Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no Sistema de Gestão Acadêmica – SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese da Unicamp e na Secretaria do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física – FEF/Unicamp. DEDICATÓRIA À Joana Marques Esporta, in memorian AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiro, pelo chute, o chute discursivo daquelas pessoas que me chamaram de sapata, não só ao jogar futebol, mas também na vida. Sem elas, a insistência não seria contínua. Agradeço pela transgressão e resiliência causadas no pensamento. Certamente, me fizeram mais forte! Faço neste parágrafo uma analogia ao trabalho de Rodrigo Braga do Couto Rosa, tal autor me fez repensar a escrita. Agradeço, de maneira admirável, à Simone Malfatti Ganade Ide, secretária da pós- graduação da FEF-Unicamp. Simone, o que seríamos de nós, pós-graduandas e pós- graduandos, sem o seu suporte? Seguramente você é parte fundamental desta dissertação. À minha família agradeço imensamente, em especial meu pai Vilmar, minha mãe Ester e meu irmão André, sempre presentes de alguma forma. Sem eles tudo seria ainda mais difícil. À minha vó, mais conhecida como Vó Joana, faço um agradecimento particular. Com ela aprendi, acredito que inconscientemente, a trilhar os caminhos que eu quisesse ou mesmo que eu nem imaginava para mim. Foi incrivelmente prazeroso dividir parte da minha vida com esta pessoa audaciosa. Ao Professor, como assim gosto de chamar aqueles e aquelas que considero mestres mestras, mais conhecido como Edivaldo Góis Junior, e que tempos depois passou a ser Edivaldo. Edivaldo, que acreditou em mim sem me conhecer e me proporcionou esta oportunidade fascinante. Suas críticas e seu olhar minucioso no início e no decorrer da pesquisa me fizeram ultrapassar limites do letramento que eu nem mesmo esperava. Ele me revelava o que era estar no mundo acadêmico. Com Edivaldo também conheci o grupo Corpo e Educação, grupo que foi de uma generosidade imensa comigo. Agradeço-lhes pelo acolhimento e por me propiciarem belíssimas discussões. Agradeço com considerável admiração aquela que resisti até o último minuto em procurar, pelas longas e também curtas conversas, sempre aconchegantes. Mesmo de longe, me impulsionou a vôos mais altos com seus pareceres ora inquietos e repreensivos, ora apreciativos e prestigiosos sobre este trabalho. Evelise Amgarten Quitzau, como agradecer à você? Eu ganhava uma pessoa esplêndida e uma amiga. À estimada Professora Cáthia Alves, devo a ela a conversa que meu abriu os olhos para a pós-graduação e para a Universidade Pública. Professora, você fez toda a diferença nesse processo. Agradeço ainda às Professoras Silvia Cristina Franco Amaral e Olívia Cristina Ferreira Ribeiro, que conheci por intermédio, ainda que virtual, da Professora Cáthia. Cáthia e Silvia aliás, se tornaram, além de minhas mestras, também amigas. Obrigada, Sílvia, pelos futebóis, pelos bares e conversas cotidianas. Um especial agradecimento ao primeiro grupo de estudos de que pude participar na Unicamp, Políticas Públicas e Lazer, em que fui recebida de braços abertos. Às Professoras Helena Altmann, Ludmila Mourão e Margareth Rago que me propiciaram olhar além do visível. Às amizades feitas ao longo desse período, especialmente Gabriela e Simone. À Gabi, agradeço, sobretudo, aos nossos diálogos calorosos, aos abraços apertados e ao nosso existir. À Florence por ter feito dos meus dias extenuantes poesia. Às jogadoras e mulheres que causaram, provocaram, tiveram, resistiram e fizeram parte dessa história. Meu muito obrigada! À CAPES e seus 24 meses ininterruptos de bolsa, pela primeira vez tive a oportunidade de estudar, ganhar para isso e trabalhar com uma das coisas que não sabia que tanto já gostava, a pesquisa. Por fim, a todas e todos que possam ter me tornado fonte de existência para realização de uma das coisas que considero mais belas na vida, a arte da escrita. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Brasil (CAPES) – Código de Financimento 001. RESUMO Apontar que o futebol feminino provocou e ainda provoca transformações no mundo das mulheres esportistas é percebê-lo como um dos mais importantes esportes para contextualizar uma história de resistência das mulheres. Compreender a trajetória inicial da seleção brasileira é entender como se delineavam as relações existentes entre homens e mulheres não só dentro, mas também fora futebol, é enfatizar sobretudo que esse meio se configurava como um campo de lutas por um espaço bem demarcado. Problematizar se a mídia impressa contribuiu ou não para consolidação dessa seleção é parte significativa para se construir uma história das mulheres a partir desse esporte; é reconhecer, também, que as mulheres — jogadoras e praticantes de futebol — foram significadas e ressignificadas, tanto por elas mesmas quanto pela mídia. A década de 1990, reveladora de muitas transformações para o Brasil, tinha nesse tipo de imprensa um dos maiores meios para exposição dos esportes. Assim, o objetivo desta pesquisa é analisar e problematizar as representações da mídia impressa sobre o futebol de mulheres, tendo como ponto central a seleção brasileira feminina de futebol dessa década, empreendendo em compreender quais os sentidos e significados dessas representações que deram vida aos discursos, imagens e aos olhares. Aborda-se essa temática a partir da História Cultural, tomando como marco teórico o conceito de representação proposto por Roger Chartier. Utiliza-se como fonte para a realização desta dissertação os periódicos O Estado de S. Paulo, o Jornal do Brasil e O Fluminense publicados nos anos 1990, o primeiro obtido em seu acervo digital e os dois últimos obtidos por meio da Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Palavras-chave: futebol feminino, futebol de mulheres, história das mulheres, representações, imprensa. ABSTRACT Indicating that women’s soccer has caused (and still causes) changes in the world of women athletes is comprehending it as one of the most important sports for contextualizing a history of women’s resilience. Comprehending the initial story of the Brazilian national team means perceiving how the relation between men and women were shaped, not only within the world of soccer, but also in other contexts, emphasizing especially this milieu conformed a deeply marked field of struggles. The problematization of whether or not printed media contributed to the consolidation of this national team is substancial in order to write a history of women in this sport; it also means recognizing that women who played football — whether officialy or as a hobby — were determined and redetermined both by themselves and by printed media, which was one of the main means of communication about sports during the 1990’s. Thus, the goal of this research is to analize and problematize the representation of women’s football in printed media, taking as key point the national women’s soccer team of this decade. By doing so, we try to comprehend the meanings of these representations, which generated discourses, images and perspectives. We approach this subject based on the theoretical assumptions of Cultural History and the concept of representation proposed by Roger Chartier. The sources are the newspapers O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil and O Fluminense, all published in the 1990’s. The first one was accessed through its digital archive, whereas the other ones were accessed via the digital archives of the Brazilian National Library. Palavras-chave: women’s football, women’s soccer, women’s history, representation, press. LISTA DE FIGURAS Figura 1 EUA vencem de 5 a 0 e Brasil entra em crise ........................................................... 61 Figura 2 Garotas boas de bola estão na semifinal. .................................................................. 63 Figura 3 Mulheres vingam Seleção de Zagalo. ....................................................................... 78 Figura 4 Moças ajudam no crescimento da popularidade do futebol nos EUA. ..................... 82 Figura 5 Seleção feminina tem 16 do Rio. .............................................................................. 87 Figura 6 Moças e meninos saem na frente. ............................................................................. 88 Figura 7 Seleção feminina vai jogar no Espírito Santo. .......................................................... 89 Figura 8 Brasil estréia contra Bolívia em Uberlândia