Histórias De Vida De Jogadoras Baianas (1970 - 1990)
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Enny Vieira Moraes As mulheres também são boas de bola: histórias de vida de jogadoras baianas (1970 - 1990) DOUTORADO – HISTÓRIA SÃO PAULO – 2012 PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Enny Vieira Moraes As mulheres também são boas de bola: histórias de vida de jogadoras baianas (1970 - 1990) Tese apresentada à Faculdade de História, PPGH-PUCSP da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do grau de Doutora em História. Área de concentração: História Social. Orientador: Profa. Dra. Maria Odila Leite da Silva Dias. SÃO PAULO – 2012 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. e.mail: [email protected] Catalogação da Publicação Enny Vieira Moraes As mulheres também são boas de bola: histórias de vida de jogadoras baianas (1970 - 1990) Tese apresentada à Faculdade de História, PPGH-PUCSP, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do grau de Doutora em História. Área de concentração: História Social, São Paulo, 2012. _________________________________________ Dra. Maria Odila Leite da Silva Dias (Orientadora) _________________________________________ 1. Examinador _________________________________________ 2. Examinador _________________________________________ 3. Examinador _________________________________________ 4. Examinador Dedicatória: Para Joene, minha mãe, que fez sua passagem em 2011. Uma mulher muito diferente de mim, mas que soube me amar, ensinando-me sobre a vida e a ser quem sou. A essa mulher especial, como a tantas outras dedico, com todo respeito, esse trabalho. À Isaias e Laura: novas luzes no meu caminho. AGRADECIMENTOS Inicialmente agradeço aos companheiros/as da UESB (Universidade do Sudoeste da Bahia), local onde permaneço como professora assistente, atuando no Curso de Educação Física, pela disponibilidade e colaboração em me liberar para o doutoramento. Igualmente agradeço ao CNPQ e a CAPES pelo essencial investimento financeiro e pela credibilidade na construção desse estudo. Ás professoras da PUC que me auxiliaram enormemente com seus ensinamentos, pois cheguei na História Social engatinhando e, através delas, tive acesso a uma gama de conhecimento incrível que marcaram e marcarão meu caminho acadêmico daqui por diante. Assim, com carinho e respeito destaco nomes como os das professoras: Etefânea, Yara e Heloísa. Faço um destaque especial a Maria Elizabete (a Betinha) que sempre atendeu às minhas solicitações com bondade e profissionalismo. Especialmente agradeço a professora Maria Odila Leite da Silva Dias que, mesmo quando eu sequer tinha uma pista para começar a pesquisa, ela acreditou no trabalho e nunca desistiu de contribuir com meu aprendizado. A minha família: Enio, Júnior e Enilson que mesmo sem querer, ensinaram-me que nada se constrói sem amor. À Maria Pastora e Noêmia pelo começo de tudo. Adjane pela compreensão da ausência nos difíceis e prolongados momentos do doutorado; pelos constantes aprendizados, pelo carinho, respeito, amizade e amor. A Kássia Keller, Branca Lee e Pablito pela amizade que se concretizou e que vai além desse plano: agradeço pelo exemplo em ser, a cada dia, melhor. À Felipe Marta, Camila e Eduarda: sem eles essa teria sido uma outra história. Agradeço imensamente ao professor Celestino Amoedo, pois sem sua contribuição descobrir as ex-jogadoras feirenses teria sido tarefa imensamente difícil. A Elio pelas leituras e discussões intermináveis, e Fabiano na ajuda em minhas limitações tecnológicas – a vocês agradeço pelo carinho, respeito e amizade. A Talamira minha eterna normalista, que me ensina, a cada dia, a importância de nossa função no mundo. A Edgar, Marcos e Maria Júlia: sem eles essa tese teria menos beleza e bem menos graça. Às amizades construídas no doutorado pelo respeito constante e recíproco: Aninha, Zuleika, Giani, Elias, Marcelo, Vanda e Rosana. À grades amigos/as da vida: Helena, Joemia, Renata, Tête, Zéu, Edilza, Amélia, Silvinha e Rita, Rosana, Fábio Felix, Paulão, Hector e Suzy, Pezão, Déa, Téo e Neusa, Murilo, Eduardo. As depoentes desse estudo, pela confiança no trabalho que seria desenvolvido com base em suas lembranças. Agradeço especialmente porque, como nunca alguém havia dado importância às suas histórias, essas mulheres acreditaram em mim. Aos meus eternos professores: Verter Paes Cavalcanti e Vitor Marinho de Oliveira. À Suely, Pingo, Conça, Nara, Neide, Jorge, Neuma, Birrita e Solange pelos relevantes, fundamentais e emocionantes relatos de suas vidas, sem os quais essa tese não teria a menor importância. Através de sua simplicidade, pude começar descobrir um pouco da riqueza das histórias de mulheres futebolistas baianas. Agradeço por terem relatado momentos de suas vidas que, até então, poucas pessoas conheciam, complementando as essenciais informações contidas em suas memórias com as matérias de jornais e fotografias de seus acervos pessoais. A vocês agradeço por me proporcionarem me descobrir no caminho da pesquisa científica, trajetória que apenas agora se inicia. Tudo o que sofri, eu sei A cruz que carreguei Jah deu pra mim, sabendo que eu podia aguentar A Força Maior está presente E me presenteou com a vida! (Ponto de Equilíbrio) RESUMO A tese Futebol e gênero na Bahia: inquietações permanentes (1970 - 1990) teve como objetivo relatar e socializar histórias de mulheres futebolistas no interior baiano no período em destaque, buscando quebrar a invisibilidade e o silenciamento, aspectos tão presentes na história do futebol feminino brasileiro. Para a realização do estudo, a História Oral foi o método que viabilizou a concretização de entrevistas com mulheres que revelaram seu cotidiano, sociabilidades, suas lutas, enfim suas histórias no esporte, mostrando um futebol feminino baiano em expansão durante a década de 80. A hipótese que norteou esse trabalho se baseou no preconceito como aspecto basilar propulsor de tantos silenciamentos. Assim, contribuíram com seus depoimentos para essa pesquisa: Maria da Conceição Araújo, Nara Rúbia Muniz Chaves Pinheiro, Maria Neide Cruz Sampaio, Jorge Sampaio, Suely Morbek Ribeiro, Cleyde Regina Araújo, Neumanci Ferreira Gonçalves, Ivonete Ferreira de Oliveira e Solange Santos Bastos. Democratizar histórias de mulheres futebolistas justificou esse estudo que, com base nas investigações, tornou possível acompanhar o percurso percorrido pelo futebol feminino na Bahia, desde os incipientes babas em Jequié nos anos 70, até sua pretensa consolidação na década de 80, bem representado pelas jogadoras feirenses, como contar uma parte da história da Seleção Brasileira Feminina de Futebol durante os anos 90, a partir da entrevista com Solange S. Bastos, a Soro da Seleção. Partindo de contribuições dos estudos nas Áreas da História, História da Educação Física e Gênero, foi possível articular histórias de mulheres do futebol com questões como o preconceito, falta de estrutura e credibilidade que marcaram a história desse esporte no país. Tido como espaço que celebra a virilidade e força, atributos considerados masculinos, foi preciso dedicação e ousadia para a mulher se inserir nesse espaço reservado, no qual a participação feminina “deveria” se estabelecer apenas nas arquibancadas. No entanto, com a ousadia e resistência elas invadiram os gramados e continuam exercendo tensões para que o futebol, de fato, seja realmente um ambiente plural e democrático e que represente uma história nacional. Palavras-Chave: Mulher, Futebol Feminino, Preconceito, Gênero, Bahia. ABSTRACT The thesis “Soccer and gender in Bahia: permanent concerns (1970 - 1990)” has the objective of telling and propagading the histories of footballers women in the hinterland of Bahia between the 1970s and 1990s, it aims to break down the silence and invisibility of them, aspects that are very usual in the history of Brazilian women's football. Oral history was the method used in the interviews with women who revealed their everyday sociability, their struggles, in short, their stories in the sport. These stories show that women's football in Bahia was expanding during the 80s. The hypothesis that guided this study was based on the notion that prejudice is a propeller of so many silencies. The testimony of the following women contributed to this research: Maria da Conceicao Araujo, Nara Rúbia Muniz Chaves Pinheiro, Maria Cruz Neide Sampaio, Jorge Sampaio Suely Ribeiro Morbek, Cleyde Regina Araujo, Neumanci Gonçalves Ferreira, Ferreira de Oliveira Ivonete Solange Santos and Bastos. Based on the investigations, this study discloses the stories of women players allowing to follow the path took by the women's football in Bahia. The history starts with the incipient “babas” in Jequié in the 70s until his alleged consolidation in the 80s, well represented by players from Feira de Santana, it also includes a part of the history of the Brazilian Women's Soccer team during the 90s, based on the interview of Solange S. Bastos. Based on contributions from studies in the areas of History, History of Physical Education and Gender has been possible to articulate stories of footballer women with issues such as prejudice, lack of infrastructure and credibility, issues that marked the history of the sport in the country. Soccer has been considered a space that celebrates virility and strength, male attributes, in such that it took lots of dedication and courage for women to get