Cultura Escrita Em Contextos Indígenas

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Cultura Escrita Em Contextos Indígenas unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP JOSÉLIA GOMES NEVES CULTURA ESCRITA EM CONTEXTOS INDÍGENAS a v il S osta osta C ilson da ilson G Foto: Ricardo Indígena flechando. BR 364. Porto Velho, 2009. Fonte: DNIT-RO. ARARAQUARA – SP 2009 JOSÉLIA GOMES NEVES CULTURA ESCRITA EM CONTEXTOS INDÍGENAS Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação Doutorado em Educação Escolar da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, como requisito para a obtenção do titulo de Doutora em Educação Escolar. Linha de pesquisa: Trabalho Docente Orientadora: Profa. Dra. Maria Rosa Rodrigues Martins de Camargo. ARARAQUARA – SP 2009 Neves, Josélia Gomes Cultura escrita em contextos indígenas / Josélia Gomes Neves – 2009 369.; 30 cm Tese (Doutorado em Educação Escolar) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara Orientadora: Maria Rosa Rodrigues Martins de Camargo l. Educação. 2. Cultura Escrita. 3. Oralidade. 4. Povos Indígenas. I. Título. Dedico este texto à memória das etnias indígenas Urupá, Jaru e Arikem que a civilização exterminou e muitas outras que nem seus nomes chegamos a conhecer... Mas seus vestígios ficaram: palavras, imagens e um silêncio eloquente ainda ecoam em Rondônia - na BR 364 e nas fazendas pisoteadas pelo gado, locais das antigas malocas... GRATIDÃO Poema A poesia está guardada nas palavras, é tudo que eu sei. Meu fado é o de não saber quase tudo. Sobre o nada eu tenho profundidades. [...]. Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro. Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas). Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil. Fiquei emocionado e chorei. Sou fraco para elogios. Manoel de Barros1. Aos meus mortos: Teodomira Santos minha avó materna, que anonimamente no interior do Nordeste produziu pequenas revoluções... Raimundo Velozo Neves, meu pai, por tudo que podia ter sido e não foi. Meu tio, Elias da Silva Ribeiro que teve uma vida tão difícil, mas sempre apoiou minha formação. Antonio Wemison, na esperança que um dia adentre por aquela porta... Joanilce, que tão cedo se despediu deste mundo, uma otimista incorrigível ! Netinha Barbosa Tamboril, flor cearense. Em três palavras: força, encanto e doçura! Francinéia, educadora popular! Sabia que o mundo não nasceu bonito, mas que era preciso trabalhar muito para torná-lo assim... Jefferson, sonhador e utópico, via na Educação Ambiental um jeito de fazer o mundo melhor e dedicou-se o quanto pode para viabilizar isso. Marilene. “Caju”. Brilho. Intensidade... “[...] vida breve já que não posso te levar quero que você me leve2”. Lucas Tamboril Cordeiro, nosso pequeno anjo, que encantou tanto e deixou uma saudade que não passa... Bob, pelos 15 anos de companhia, aventuras, latidos e carinho. Fique bem. 1 BARROS, M. Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007. 2 CAZUZA. Vida louca vida. Disponível em: http://letras.terra.com.br/cazuza Acesso 11/10/2009. Aos meus vivos: Maria Rosa Rodrigues Martins de Camargo. Minha professora orientadora que aceitou o desafio de compartilhar esta trajetória de sonhos e estudos; acolheu minha pequena idéia e foi presença formativa em todos os momentos. Obrigada pela aposta e pela itinerância! Aos povos da Terra Indígena Igarapé Lourdes, os Arara-Karo e Gavião-Ikolen: por causa de vocês a Amazônia ainda é tão linda! Obrigada por sobreviverem e por continuarem insistindo nas lições das diferenças! Sou grata, a todos e todas, especialmente: - Ao Cacique Firmino Ot Xãva Arara, Cacique Pedro Arara, Ernandes Nakaxiõp Arara, Ronaldo Nakaxin Arara, Sebastião Kara’yã Péw Arara Gavião, Sandra Arara, Rute Arara, Marli Peme Arara, Célio Nakyt Arara e Noep Arara. - Ao Cacique Catarino Sebirop Gavião, Sena Kéréáhv Gavião, Helinton Tinhawambá Gavião, Zacarias Kapiaar Gavião, Matilde Nohnóhn Gavião, José Palahv Gavião, Josias Cebirop da Silva Gavião, Roberto Sorabáh Gavião, Isael Xixina Gavião, Claudinei Xirxirahv Gavião, Iran Kávsona Gavião, Arnaldo Pabe Gavião, Edimilson Muhy Gavião, Amarildo Pinh Gavião, Adão Abapeh Gavião e Daniel Cegue Gavião. Às amizades interculturais: Zacarias Kapiaar, presença companheira em todo este processo, grande expressão Gavião. Helinton Tinhawambá Gavião, atuação admirável no movimento indígena. Josias Cebirop da Silva Gavião, legítimo representante intercultural. Sebastião Arara Gavião, estudioso dedicado. Célio e Ernandes, lideranças Arara fundamentais. Marli Arara, Luzia Aikanã, Alessandra Macurap e Matilde Gavião, mulheres indígenas imprescindíveis para seus povos. Mojagará, Ibebear e Antonio Suruí, pessoas maravilhosas. Anemã e Augusto guerreiros da educação Cinta Larga. Isaias e Raul Tupari, educadores incríveis. Marcos Werley, filho e Giulia Ranah, filha, duas figuras especiais. Obrigada pelos gestos e por todas as alegrias que temos experimentado juntos! Ivonete Tamboril por sua alma e coração indígena. Pelos despropósitos, apoios, sonhos e lutas, sempre. Juracy Pacífico pela amizade, companhia e as boas interlocuções, inclusive nas manhãs em Araraquara! Joelcimar Sampaio da Silva, nosso querido Rupestre, pelos carinhos e até pelos abusos. Antonieta, minha mãe que do jeito dela me ensinou a amar e elaborar o conhecimento. Lucas, sobrinho querido, Priscila e Poliane, sobrinhas queridas, pelas alegrias que o tempo todo expressamos, uns pelos outros. Um agradecimento maior a querida Priscila, presença atenta e fundamental, na organização dos dados da pesquisa: digitação e digitalização dos documentos. Jorge Werley, grata, pelo melhor que podemos fazer juntos: O Marcos Werley e a Giulia Ranah. Maria Alves, que com seu grande coração e atenção incondicional, me adotou como filha. Wellington, Wanderley, Carlinhos, Telma, Selma, Fernando pelas alegrias da Salgado, da João Goulart e da Angicos. Sempre no meu coração. Carina e Geisa, que vi crescer e se tornarem pessoas lindas e admiráveis! Neide Tamboril, amiga-irmã, referência de força e luta. Gosto muito de você! Ricardo Gilson, por todas as alegrias de nossa amizade, ontem e hoje. Por ter me ensinado a gostar de Pink Floyd depois dos 30, “Shine on you crazy diamond”... Juliano e Wandes, amigos, pela companhia verdadeira. Maria Lúcia, minha tia, por me ensinar a comer tambaqui, tacacá e a compreender melhor a vida. Ao Elias Jr. e a Isabel, meu carinho. Marcus Guilherme, nosso menino maluquinho, um legítimo carregador de água em peneira, que com suas alegrias e travessuras deixa a vida mais leve e feliz. A Tati e Marcus Hallen, obrigada, inclusive pelo Guilherme. Tio Alencar: você faz parte desta história. Samuel, Osiel, Davi e Neto, valeu a caminhada! Luana, Leandro, Gustavo e Ana Júlia, a aposta continua. Marcus Hallen, Tiago, Marlon, Leslie e Ediel, pelos risos e lutas. Artur e Semayra, Fernanda e Jurandir, Anderson e Paula, Olavo e Elza, Joaci e Dora, Clébio, Gadelha, Risa, Anselmo, Claudia, Lazinho, Lourdinha, Elza e Carlinhos da Tendência Movimento PT, queridos companheiros e companheiras. Junior Lopes, Marcos Tupiniquim, Alessandro, Talysson, Janaína, Hítala e Cristina da PROCEA, obrigada pela torcida. Marli Zibetti, Orestes Zivieri, Rosaura Soligo, Lino de Macedo, Beatriz Gomes, Marilene Proença, Cândida Muller, Cidinha Zuin, Socorro Pessoa, Lília e Anselmo Colares, Gunther Brucha, grata pelo carinho e apoio de vocês. Nelson Escudero, Genivaldo Scaramuzza, Neide Pedrosa, Margarida Theobald, Isabel Alonso e Raquel Furtunato que conosco constroem com dores e delícias o GPEA - Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação na Amazônia. Cristóvão Abrantes que pelo seu jeito de fazer Educação Intercultural, me ensinou a amar os povos indígenas e ver na Educação Escolar Indígena uma possibilidade de contribuição. A ele meu respeito e meu obrigado. Márcia Gomes, que mesmo com minha inexperiência nunca contou quanto tempo eu tinha de Educação Escolar Indígena e o que eu não sabia. Simplesmente me acolheu. Obrigado pelas conversas pedagógicas, ocasiões formativas que me ajudaram a compreender que “Todos juntos somos forte, somos arco, somos flecha3...”. Edinéia Isidoro, preciosa aliada indígena, incansável na construção da Escola Intercultural, no reconhecimento da diferença. Obrigada por tudo. Paulinho e Luciana, docentes do Curso de Licenciatura em Educação Básica Intercultural, que toparam o desafio de construir uma Universidade mais indígena na Amazônia. Andréia, Mary, Rosângela, Cristiano, Vânia, Joelma, Mariodete, Rosa, Mario Venere e Isabel pelas trocas, pelo apoio na elaboração deste trabalho. Lediane, Renata, Cida Augusta e especialmente a Jânia pelos diálogos com seus textos. Diego, Beta, Val, Débora, Raimundinha, Sandra, Vânia, Silvia, Cícera e Ramon pelo carinho da amizade, da companhia e da luta utópica no dizer de Milton Santos, “O horror não pode durar eternamente!” 4. Luís, grata, pelas experiências e as aproximações com “As Pontes de Madison”. Às avessas. Prof. Dr. Robson Antonio Rodrigues, companhia e interlocuções valiosas nesta caminhada. Valeu também o diálogo de saberes em Piracicaba! Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato, pela escuta, apoio e ajudas nas horas certas. Profa. Dra. Adir Casaro Nascimento, pela presença e contribuições. Betty Mindlin, pela atenção, carinho, diálogo e textos que contribuíram na feitura deste trabalho. UNIR, UNESP e a CAPES, obrigada por tudo, TUDO mesmo que no âmbito das responsabilidades institucionais fizeram
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