Modern Family Origem: Wikipédia, a Enciclopédia Livre
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A FAMÍLIA PÓS-MODERNA E O PENSAMENTO SISTÊMICO Sandra Oliveira Ferrão Orientador Prof. Fabiane Muniz DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL Rio de Janeiro 2016 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A FAMÍLIA PÓS-MODERNA E O PENSAMENTO SISTÊMICO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Terapia de Família. Por: Sandra Oliveira Ferrão Rio de Janeiro 2016 3 AGRADECIMENTOS À Rozeny Seixas, que muito me incentivou, aos meus clientes e, especificamente, à Anadia Bienhachewski e à família Varela Mello, que me motivaram a buscar mais conhecimento para melhor exercer minha profissão. 4 DEDICATÓRIA Dedico este estudo a meu pai, Walter Ferrão, in memoriam, e a minha mãe Arlette Oliveira Ferrão, por tudo o que me ofereceram em meu caminho de vida, e a meu marido, Miguel Vicente, pela paciência e cumplicidade. 5 RESUMO Este trabalho tem por objetivo propiciar a reflexão sobre a importância da abordagem sistêmica no trabalho clínico com famílias pós-modernas no contexto da realidade brasileira, especificamente, a carioca. Na introdução, apresentaremos a síntese do conteúdo a ser desenvolvido, demonstrando a importância do pensamento sistêmico no trabalho clínico do psicoterapeuta com as famílias pós-modernas. No desenvolvimento, analisaremos, em princípio, a evolução histórica do conceito de família, da tradicional à pós-moderna, considerando que tais composições coexistem na atualidade do país Brasil. Em seguida, verificaremos os antecessores que possibilitaram o novo paradigma sistêmico para uma visão mais dinâmica das dificuldades existenciais das famílias pós- modernas. Finalmente, abordaremos como o psicoterapeuta pode apropriar-se do pensamento sistêmico em seu setting profissional diante da realidade social do Rio de Janeiro, a “Cidade Maravilhosa”. Na conclusão, verificaremos, portanto, que a visão sistêmica, no trabalho clínico do psicoterapeuta possibilita maior compreensão das dificuldades vivenciadas pelas famílias pós-modernas no contexto social brasileiro do século XXI. Assim sendo, pretendemos contribuir para facilitar o auxílio terapêutico às famílias que necessitarem de ajuda. Para a realização deste trabalho, foi utilizada extensa bibliografia de pesquisa, tendo sempre por base a adequação da teoria à possibilidade de nossa experiência prática. 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a elaboração deste estudo consistiu em leitura crítica da bibliografia citada, associando o material teórico à experiência clínica vivenciada no setting terapêutico carioca. Os autores que poderíamos considerar como orientadores das ideias contidas nesta monografia são AUN, JG; VASCONCELLOS, MJE de; COELHO, SV. In Atendimento sistêmico de famílias e redes sociais. Vol. 1. Fundamentos teóricos e epistemológicos (2012), GOMES, Lauren Beltrão et al, no artigo As origens do pensamento sistêmico: das partes para o todo., In Pensando famílias (vol. 18, nº 2, 2014) e DEL PRETTE, Almir e DEL PRETTE, Zilda AP, In Psicologia das relações interpessoais. Vivências para o trabalho de grupo (2014), dentre outros mencionados na bibliografia. Contribuímos com conclusões sobre o assunto estudado. Toda a pesquisa foi realizada com vistas a facilitar o cotidiano de psicoterapeutas no auxílio às dificuldades familiares. Concluímos que o pensamento sistêmico propicia uma visão de mundo mais abrangente, possibilitando a observação da problemática das famílias no contexto social em que estão inseridas: um sistema dentro de subsistemas. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – Famílias: 10 1.1. Tradicional. 1.1.1. Família Monogâmica. 1.2. Moderna. 1.3. Pós-moderna. CAPÍTULO II – Pensamento Sistêmico: 21 2.1. Antecessores da Teoria Sistêmica. 2.2. Paradigma sistêmico. 2.3. Paradigma sistêmico e famílias pós-modernas. CAPÍTULO III – Pensamento Sistêmico e Psicologia Clínica: 33 3.1. Pensamento Sistêmico e Psicologia. 3.2. Contexto brasileiro. CONCLUSÃO 45 BIBLIOGRAFIA 47 ÍNDICE 50 ANEXOS 52 8 INTRODUÇÃO Todas as épocas históricas viveram conflitos e conquistas. Dificuldades sempre ocorrem e a capacidade de superar problemas eventuais determina o bem viver. Todos nós, humanos, precisamos sentir o pertencimento a um grupo social. Somos frágeis, pois temos necessidade de ter valor para alguém, de amar e sermos amados. Somos fortes, porque conseguimos lidar com adversidades naturais e sociais. Sobrevivemos à evolução da nossa humanidade. E é na família, o primeiro núcleo de convívio social, que iremos aprender - consciente e inconscientemente - as regras e os valores que serão determinantes em nosso caminho de vida. E este caminho, cada vez mais, se faz ao caminhar, no cotidiano imprevisível em que todos vivemos neste século XXI. O século XXI é a era dos computadores e dos celulares que, cada vez mais, isolam o ser humano em sua individualidade ao mesmo tempo em que permitem a comunicação em qualquer parte do planeta. Contudo, o olho no olho, o desenvolvimento de habilidades sociais que possibilitem o indivíduo a se relacionar melhor consigo mesmo e com o seu próximo é um desafio a ser superado com o auxílio da Psicologia. O terapeuta, em seu trabalho clínico, será o facilitador da convivência humana. O pensamento sistêmico, um novo paradigma para um novo tempo, transforma-se em um recurso para que possamos habitar este universo técnico, dinâmico e – muitas vezes – insensível e inseguro. Este estudo tem por objetivo fundamental possibilitar a reflexão de terapeutas e de todos os interessados a aprofundar o autoconhecimento e a compreensão dos contextos sociais em que estão inseridos. O pensamento sistêmico e as famílias pós-modernas estão intimamente relacionados, pois absolutamente nada ocorre na produção da cultura humana sem que haja, direta ou indiretamente, algum tipo de relação entre as pessoas. No primeiro capítulo, analisaremos a evolução histórica do conceito de família, abordando as formações familiares tradicional, moderna e pós- moderna. A família também evoluiu no decorrer da História humana. As 9 relações afetivas sofreram transformações diversas no passar dos tempos. O núcleo tradicional, pai-mãe-filhos-parentes, adquiriu as mais diversas composições familiares, admitindo mudanças no conceito de gêneros e nas funções sociais de homens e de mulheres. As famílias moderna e pós- moderna, nesta época tecnológica e intensa, embora admitam múltiplas interpretações, permanecem em seu papel de manutenção de valores humanos imprescindíveis à continuidade de nossa espécie. Os valores se transformaram, tornaram-se mais flexíveis, mas ainda precisamos de alguém que cuide de nossa infância e que nos ajude a compreender que mundo é este em que teremos que viver. No segundo capítulo, faremos um estudo relativo ao pensamento sistêmico: seus antecessores, seu paradigma e as modificações que a abordagem sistêmica pode ocasionar na visão do terapeuta em seu trabalho clínico com as famílias pós-modernas. A visão sistêmica, flexível e holística, compreende a inserção do indivíduo em contextos mais amplos de relacionamento social, possibilitando que terapeuta e cliente procurem solucionar impasses existenciais. Contribui, assim, para a criação de um mundo, em que a técnica e os novos conhecimentos nas diversas áreas científicas estejam a serviço de melhores condições emocionais para o surgimento de uma sociedade mais igualitária e justa. E, finalmente, no terceiro capítulo, aprofundaremos a relação entre o pensamento sistêmico e a psicologia, enquanto ciência que se propõe a auxiliar o conhecimento existencial de cada indivíduo para construir uma vida mais saudável e, podemos dizer, mais feliz e plena. Verificaremos, também, a importância do papel do terapeuta clínico em seu setting, conscientizando-se do contexto social em que se insere, no caso, o brasileiro – mais especificamente, o carioca. Sistema dentro de subsistemas. Uma visão de mundo liberta de julgamentos antecipados e de estereótipos castradores. 10 CAPÍTULO I FAMÍLIAS Este capítulo tem por objetivo analisar o conceito de família na sociedade brasileira, reconhecendo as diversas transformações ocorridas ao longo do tempo. Não se pretende “julgar” o certo e o errado na constituição de núcleos familiares. Constataremos as mudanças sociais e afetivas que produziram diferentes grupos familiares. A palavra família é derivada do latim “famulus”, que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um grupo social que surgiu entre tribos latinas com a introdução da agricultura e da escravidão legalizada. No direito romano clássico, “família natural” é a baseada no casamento e em vínculos de sangue. A própria palavra casamento é derivada de casa, indicando que este é um momento em que se procura criar vínculos com alguém e manter um convívio com esta pessoa. A “família natural” é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. Contudo, entendida como fenômeno complexo e dinâmico, a família assume diferentes configurações, estruturais ou relacionais, que dificultam a elaboração de um conceito único que contemple as diferentes realidades das famílias. Para fins deste estudo, analisaremos as formações familiares mais generalizadas em nosso país. No Brasil, a formação de famílias passou por situações diversas. Os habitantes primitivos, os indígenas, possuíam núcleos familiares que foram desvalorizados pelo colonizador português. Os portugueses, por sua vez, deixaram seus