A Folha De Hera: Romance Bilíngüe
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A FOLHA DE HERA: ROMANCE BILÍNGÜE Este romance é um dos resultados do Projeto Escritor Residente da Biblioteca Pública do Espírito Santo (2009-11), desenvolvido mediante acordo assinado entre a Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (SECULT) e o Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Reinaldo Santos Neves GOVERNADOR José Renato Casagrande VICE-GOVERNADOR Givaldo Vieira da Silva SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA José Paulo Viçosi SUBSECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA Erlon José Paschoal GERENTE DE AÇÃO CULTURAL Maurício José da Silva GERENTE DO SISTEMA ESTADUAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS Rita de Cássia Maia e Silva Costa ASSESSOR ESPECIAL DA BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO Sérgio Blank A FOLHA DE HERA: ROMANCE BILÍNGÜE UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PRIMEIRO VOLUME REITOR Rubens Sérgio Rasseli VICE-REITOR Reinaldo Centoducatte PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Francisco Guilherme Emmerich SECRETÁRIA DE CULTURA Rosana Paste DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS Edebrande Cavalieri CHEFE DO DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LETRAS Santinho Ferreira de Souza COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS Wilberth Claython Ferreira Salgueiro Vitória SUBCOORDENADOR Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo Paulo Roberto Sodré Biblioteca Pública do Espírito Santo 2011 © Reinaldo Santos Neves, 2011. COORDENAÇÃO EDITORIAL Sérgio Blank REVISÃO O autor PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Bios CAPA Maria Clara Medeiros Santos Neves; detalhe (Santa Catarina de Alexandria) da pintura Virgem com Menino e Santos, de Sandro Botticelli, óleo sobre madeira, circa 1470. Uffizi, Florença. IMPRESSÃO E ACABAMENTO GSA Gráfica e Editora TIRAGEM 1.000 exemplares Catalogação na fonte; Biblioteca Pública do Espírito Santo S237f Santos Neves, Reinaldo. A folha de hera: romance bilíngüe / Reinaldo Santos Neves. – Vitória; SECULT / BPES, 2010. 492p. – (A folha de hera: romance bilíngüe; v.1) ISBN 978-85-64423-00-8 A Guilherme Santos Neves 1.Literatura brasileira – Romance. I. Título. II. Série Em sua vasta e caótica biblioteca achei, como se você as CDD B869.3 tivesse guardado especialmente para mim, as fontes da prosa medieval portuguesa que me serviram de inspira- BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO ção e de base para escrever A crônica de Malemort. Con- Av. João Batista Parra 165, Praia do Suá, Vitória, ES, 29025-120 cluído o romance, você pôs-se então a insistir, e mesmo a Telefone (27) 3137-9349 • E-mail: [email protected] teimar comigo para que embarcasse numa empresa que SECretaria DE Estado DA Cultura DO ESPÍRITO SANTO me parecia totalmente absurda, repetindo, sempre que Rua Luiz Gonzales Alvarado 51, Enseada do Suá, Vitória, ES, 29050-380 a ocasião se oferecesse, as mesmas palavras: Traduza! Telefone (27) 3636-7100 • E-mail: [email protected] Traduza para o inglês! O tempo mostrou que você estava certo e eu não. Este romance bilíngüe, que você, meu Todos os direitos reservados. A reprodução de qualquer parte desta obra, pai, vislumbrou antes de mais ninguém, e me viu capaz por qualquer meio, sem autorização do autor ou da editora constitui violação da LDA 9610/98. de escrever, é todo seu. Apresentação, 9 Prefácio do autor, 11 O Manuscrito Alfield TEXTOS INTRODUTÓRIOS Nota prefacial do secretário da Sociedade Trentoniana de Amigos da Idade Média, 21 Introdução da responsável pela edição crítica, 31 TEXTO CRÍTICO DO MANUSCRITO Livro 2, que é do martírio de Roger Amidieu, 49 Livro 3, que é da grande mortandade, 255 Livro 4, que é de Katherine de Malemort, 339 ADENDOS: TEXTOS DO AUTOR E DO TRADUTOR Pilhagem de palavras: Posfácio do autor, 455 Breve nota do tradutor, 467 ANEXO: FONTES DE consulta Fontes de consulta, 475 APPENDIX FOR READERS OF ENGLISH [Dedication], 481 Author’s Preface, 483 Sources Consulted, 489 APRESENTAÇÃO O escritor residente é uma instituição que vem sendo adotada há muito tempo e com muito sucesso em vários países do mundo, in- clusive no Brasil. Em terras do Espírito Santo o primeiro escritor resi- dente foi o grande cronista e ficcionista capixaba José Carlos Oliveira, que de outubro de 1985 a abril de 1986 exerceu o ofício na UFES com apoio da Rede Gazeta de Comunicações, do então Hotel Porto do Sol e da Fundação Ceciliano Abel de Almeida. Na Biblioteca Pública do Espírito Santo o Projeto Escritor Resi- dente está sendo implementado desde maio de 2009 através de acordo assinado entre a SECULT e o Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo. O autor escolhido para de- senvolver o projeto foi Reinaldo Santos Neves, um dos mais conceitua- dos ficcionistas do Estado, com vasta e importante obra publicada. O projeto original acaba de ser prorrogado por mais um ano, até dezembro de 2011, em vista da qualidade e variedade dos resulta- dos alcançados, e deverá oportunamente contemplar outros autores capixabas de reconhecido mérito. O atual escritor residente, além das demais atribuições previs- tas no acordo, dedicou-se com afinco à finalização de uma obra de ficção a que deu início em 1995. No final da gestão anterior, o escritor logrou concluir o primeiro volume desta obra complexa e original, A folha de hera, que se estrutura de forma bilíngüe, em inglês quinhen- tista e português moderno. Cabe-me, assim, a satisfação de dar continuidade a um projeto tão significativo para a literatura produzida no Estado e, muito espe- cialmente, de oferecer ao público leitor capixaba, brasileiro e, espera- mos, de outros países, como um dos resultados do projeto, este livro que constitui exemplo real das ilimitadas possibilidades da literatura. José Paulo Viçosi Secretário de Estado da Cultura do Espírito Santo [ 9 PREFÁCIO DO AUTOR Esta é uma obra de ficção: um romance que se vale de uma série de falsas atribuições para dar aos leitores a ilusão de que não é o que de fato é – uma obra de literatura brasileira – e de que é o que decerto não é – um romance norte-americano até agora inédito de autoria de um nova-iorquino chamado Alan Dorsey Stevenson, cuja tardia primeira edição, dentre todos os países possíveis, se promove logo aqui no Brasil, acompanhada de tradução integral para o portu- guês feita pelo romancista brasileiro Reynaldo Santos Neves. Falsas atribuições à parte, o que temos aqui é um romance, A folha de hera, que nasceu de outro romance, A crônica de Malemort, publicado originalmente no Brasil em 1978. Para escrever A crônica de Malemort, que se arroga o crédito exótico (e, é o que eu sinto, um tanto impopular) de primeiro romance de autor brasileiro ambientado na Idade Média, adotei dois procedi- mentos básicos. Em primeiro lugar, seguindo o exemplo de Thomas Mann no romance O eleito, também de ambientação medieval, confiei a um personagem-narrador a tarefa de contar minha história em seu desajeitado estilo medievo. Em segundo lugar, compulsei algumas obras portuguesas medievais a fim de absorver o léxico e a sintaxe da época e captar a mentalidade narrativa de seus prosadores. O re- sultado foi um romance que tentou, e quem sabe tenha conseguido, recuperar o português de outrora como linguagem literária para os dias de hoje. Vinte e dois anos depois, em fins de 2000, concluí uma primeira versão de An Ivy Leaf – a tradução para o inglês de A crônica de Ma- lemort – como projeto de pesquisa aprovado pelo Departamento de [ 11 Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O principal o de romance (e não meramente livro) bilíngüe: o que, a meu ver, o critério foi aí o mesmo que norteara o projeto em português: incorpo- torna inovador é o simples fato de que o seu regime bilíngüe se esta- rar ao romance somente aqueles elementos léxicos, sintáticos e nar- belece e se sustenta como parte da própria trama ficcional do romance rativos que tivessem sido devidamente abonados em fontes inglesas e não à sua revelia. da Idade Média. (E já ficam aqui alertados os leitores para que não se Em termos editoriais, esse formato apresentou algumas dificul- surpreendam diante de certas estranhas incidências recorrentes no dades de ordem prática. Para preservar a integridade do conceito de texto inglês e, sempre que possível, reproduzidas na tradução portu- romance bilíngüe em contraposição a livro bilíngüe, convinha que o guesa, como anacolutos, redundâncias, duplas e triplas negativas, ad- território bilíngüe englobasse apenas os textos ficcionais, a saber, a jetivos nos graus comparativo e superlativo com “more” e “most” mais nota prefacial do secretário da Sociedade Trentoniana de Amigos da sufixos, e coisas que tais: era assim mesmo que os autores medievais Idade Média, a introdução da Prof. Kathryn Thornham, responsável europeus escreviam seus textos em prosa.) pela edição crítica do manuscrito, o posfácio do autor norte-americano, No entanto, se An Ivy Leaf é A crônica de Malemort num velho a nota do tradutor brasileiro e, obviamente, o texto em pretenso inglês inglês ressurreto, por outro lado é também outro livro: mais maduro, médio e as notas de rodapé; mantendo-se exclusivamente na língua mais complexo, mais ambicioso e bem mais extenso: além de um tex- oficial do romance, o português, este prólogo do autor “verdadeiro” e to quase quatro vezes maior que o do romance original, inclui ainda tudo mais que se lê em folhas de rosto, páginas de crédito, dedicatória, toda uma contrafação de aparato paratextual destinada a sustentar o orelhas e contracapa. No entanto, pensando no leitor de língua inglesa edifício das falsas atribuições. Assim, não foi difícil perceber, conclu- porventura interessado em ler este romance, supus injusto privá-lo ído o romance, que o desdobramento lógico seria restituir à língua de todas essas informações. Em benefício dele, inseriu-se no final do portuguesa essa nova versão de A crônica de Malemort.