UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CAMILA LUCIENE DA SILVA NEVES

LINGERIES FUNCIONAIS: Desenvolvimento de Coleção Inspirada no Grupo de Dança Contemporânea Deborah Colker

Balneário Camboriú 2008/II 1

CAMILA LUCIENE DA SILVA NEVES

LINGERIES FUNCIONAIS: Desenvolvimento de Coleção Inspirada no Grupo de Dança Contemporânea Deborah Colker

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para a obtenção do título de Bacharel em Design de Moda pelo Curso de Design com Habilitação em Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), campus Balneário Camboriú.

Orientação: Profª. Msc. Egéria Hoeller Borges Schaefer.

Balneário Camboriú 2008/II

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RESUMO

O universo da no mercado feminino está em expansão, trazendo vários modelos diferenciados ao mercado. A história da lingerie é longa, porém teve crescimento de mercado no século XX, onde muitas empresas iniciaram no ramo, e atualmente ditam moda e trazem tecnologias inovadoras para a área. A proposta para este projeto é criar lingeries funcionais, com design diferenciado, propondo peças confortáveis e sensuais, utilizando a temática do grupo de dança contemporânea carioca Deborah Colker, utilizando as formas dos cenários dos espetáculos da companhia, além de itens do figurino e movimentos dos corpos dos bailarinos. Os conjuntos de lingeries que compõem a coleção são fabricados com materiais como o cotton de malha e a microfibra, proporcionando conforto e transpiração para a pele, e aviamentos delicados, proporcionando estética diferenciada para a coleção, que conta com dezesseis looks finais. Quatro desses looks foram confeccionados, utilizando alguns materiais alternativos, podendo chegar a um resultado próximo ao que era esperado. E, para ilustrar a divulgação da nova coleção, foi criada uma marca, a Desedeo, Design de Lingeries. Então, um composto de marketing foi desenvolvido, onde foi realizada uma produção fotográfica, com uma modelo utilizando as peças de lingerie. Depois disso foram utilizadas essas fotos para campanhas de publicidade como catálogos, campanhas em revistas e outdoor. Cartões de visita, folha timbrada, sacolas, embalagens, tags e etiquetas da empresa também foram criados, proporcionando ao consumidor um composto de marketing com a mesma linguagem trabalhada desde o começo da criação da coleção. Enfim, pode-se dizer que o universo das lingeries é bastante vasto, tendo muitos detalhes para se cuidar, sendo prazeroso de trabalhar, pois o retorno é bastante satisfatório.

Palavras-chaves : Lingerie, Funcionalidade, Design diferenciado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 : Metodologia aplicada na elaboração do trabalho ...... 09 Figura 02 : Deusa com Serpentes ...... 17 Figura 03 : Atletas romanas treinando com alteres e discos ...... 18 Figura 04 : Eva, painel direito do políptico O cordeiro místico, de Van Eyck ...... 20 Figura 05 : Maria Madalena. Detalhe de A deposição da cruz de Saint Barthélemy, 1505 ...... 22 Figura 06 : A virgem de Melun de Hean Fouquet, 1420 – 1477 ...... 22 Figura 07 : Retrato de Agnès Sorel (Castelo de Loches) ...... 23 Figura 08 : Diana de Poitiers ...... 23 Figura 09 : Jane Seymor, esposa do Rei HenriquE VIII da Inglaterra ...... 24 Figura 10 : Colete de Ferro, século XV (Museu de Cluny, Paris) ...... 25 Figura 11 : Lingerie da época do Renascimento ...... 25 Figura 12 : Bucs ...... 27 Figura 13 : Molde de espartilho, segunda metade do século XVII...... 28 Figura 14 : O “traje do alfaiate”...... 28 Figura 15 : “O alfaiate para damas”, gravura de Cochin ...... 30 Figura 16 : Bombacha (calcinha) do século XVIII ...... 31 Figura 17 : Espartilho da primeira metade do século XVIII ...... 31 Figura 18 : “Interior de Cozinha”, pintura de Joachim Beuckalaer, detalhe ...... 32 Figura 19 : Vestidos para a manhã de 1799 e vestido de baile de 1800 ...... 33 Figura 20 : “A comissão de Supervisão dos Costumes”, gravura de 1798 ...... 33 Figura 21 : Publicidade inglesa para o espartilho “Spécialité” ...... 34 Figura 22 : Fecho de espartilho (Biblioteca das Artes Decorativas, Paris) ...... 35 Figura 23 : Damas vestindo-se. Espartilhos de 1834 ...... 36 Figura 24 : “Suspeita”, ilustração pondo em cena a desconfiança da traição ...... 37 Figura 25 : Polaire, atriz em 1890 ...... 38 Figura 26 : Margareta Gertruida Zelle, esposa de um oficial do exécito holandês .. 40 Figura 27 : Logotipo original da loja Cadolle ...... 40 Figura 28 : Poiret, com quatro de suas modelos ...... 41

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Figura 29 : Espartilho da moda de 1913 ...... 42 Figura 30 : Jovem atriz inglesa em demonstração de tango ...... 42 Figura 31 : Anúncio publicitário para o corponho redutor “Junon” ...... 44 Figura 32 : Sutiãs dos anos de 1930 (Biblioteca das Artes Decorativas, Paris) ...... 45 Figura 33 : Janeth Leigh durante as filmagens de Psicose ...... 47 Figura 34 : “Réard, o sutiã das que se destacam, vai destacar seu busto” ...... 47 Figura 35 : Sinta modeladora cintura-de-vespa, “Star”, de renda preta, 1956 ...... 48 Figura 36 : Sutiã dos anos 1970 ...... 49 Figura 37 : Calcinha dos anos de 1950 ...... 50 Figura 38 : Lingeries “Aubade” ...... 51 Figura 39 : Lingerie para adolescentes, modelo “Warner” (1965, foto, J.J. Bugat) .. 51 Figura 40 : Campanhas da Playtex nos anos 1969, 1971, 1973, 1985, respectivamente ...... 53 Figura 41 : O famoso filet de Lou, modelo “Paprika” ...... 53 Figura 42 : Sutiã Titcha, da Huit, anos de 1970 ...... 54 Figura 43 : Lingerie da Princesse Tam Tam ...... 56 Figura 44 : Sutiã “La Perla”, 1992 ...... 57 Figura 45 : Bergère, obra do escultor Rajdar Coll-Part ...... 58 Figura 46 : Martha Grahan, 1935 ...... 60 Figura 47 : Isadora Duncan ...... 61 Figura 48 : Grupo de dança contemporânea ...... 62 Figura 49 : Dança Contemporânea ...... 63 Figura 50 : Espaço da Companhia Deborah Colker ...... 65 Figura 51 : Espetáculo Casa (1999) ...... 66 Figura 52 : Espetáculo 4 por 4 (2002) ...... 67 Figura 53 : Painel Semântico da Temática ...... 68 Figura 54 : Tecido em tons de terra, com superfície lisa ...... 70 Figura 55 : Rendas, transparências e brilhos ...... 70 Figura 56 : Lingerie Eloeth, divulgando lingerie fabricada com fibra de bambu ...... 71 Figura 57 : Estampas de animais e geométrica ...... 71 Figura 58 : Peças em cetim plissado, com babados na saia ...... 72 Figura 59 : Aviamentos em metal envelhecido e esmaltado ...... 73

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Figura 60 : Cartela de Cores Verão 2008/2009 ...... 73 Figura 61 : Painel de Tendências ...... 74 Figura 62 : Cotton ...... 79 Figura 63 : Microfibra ...... 79 Figura 64 : Tule estampado ...... 80 Figura 65 : Renda ...... 81 Figura 66 : Tecido listrado com lurex ...... 81 Figura 67 : Cetim ...... 82 Figura 68 : Fios de poliamida ...... 83 Figura 69 : Elástico para embutir ...... 83 Figura 70 : Alça elástica ...... 83 Figura 71 : Alça elástica com detalhe ...... 84 Figura 72 : Alças elásticas diferenciadas ...... 84 Figura 73 : Alça elástica para sustentação ...... 84 Figura 74 : Alça elástica com lurex ...... 84 Figura 75 : Elásticos Personalizados ...... 85 Figura 76 : Bico de Pato ...... 85 Figura 77 : Bicos de Pato Diferenciados ...... 85 Figura 78 : Alça elástica fina ...... 86 Figura 79 : Vieses elásticos ...... 86 Figura 80 : Viés curvo para arco ...... 86 Figura 81 : Alça de silicone com gancho ...... 87 Figura 82 : Entremeio ...... 87 Figura 83 : Bojos pré-moldados com enchimento ...... 87 Figura 84 : Bojos pré-moldados ...... 88 Figura 85 : Barbatanas ...... 88 Figura 86 : Reguladores ...... 89 Figura 87 : Fechos ...... 89 Figura 88 : Fecho triplo ...... 90 Figura 89 : Ilhós de plástico ...... 90 Figura 90 : Apliques de metal ...... 91

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Figura 91 : Termocolante de Strass ...... 91 Figura 92 : Lantejoulas ...... 91 Figura 93 : Aplique em Juta ...... 91 Figura 94 : Tule bordado ...... 92 Figura 95 : Bordado ...... 92 Figura 96 : Bordados em tecidos nobres ...... 93 Figura 97 : Bordados (passafitas, entremeio) ...... 93 Figura 98 : Renda com poliamida ...... 94 Figura 99 : Renda de nylon ...... 94 Figura 100 : Rendas com elastano ...... 94 Figura 101 : Fita de cetim drapeada ...... 95 Figura 102 : Modelos de etiquetas ...... 96 Figura 103 : Etiqueta de composição ...... 96 Figura 104 : Painel de Estado do Design – Fruit de la Passion ...... 99 Figura 105 : Loja Frui de la Passion, no Morumbi Shopping, São Paulo – SP ...... 100 Figura 106 : Painel de Estado do Design – DeMillus ...... 101 Figura 107 : Propaganda da empresa De Millus ...... 102 Figura 108 : Empresa DeMillus ...... 102 Figura 109 : Painel de Estado do Design – Valisère ...... 103 Figura 110 : Painel de Estado do Design – Hope ...... 105 Figura 111 : Loja Hope ...... 106 Figura 112 : Painel de Estado do Design – Eloeth ...... 106 Figura 113 : Loja e fábrica Eloeth Lingerie ...... 107 Figura 114 : Painel de Estado do Design – Piccolo Peccato ...... 108 Figura 115 : Painel de Estado do Design – Darling ...... 109 Figura 116 : Painel de Estado do Design – Liz ...... 110 Figura 117 : Painel de Estado do Design – Duloren ...... 111 Figura 118 : Painel de Estado do Design – Cadolle ...... 112 Figura 119 : Painel de Estado do Design – Triumph ...... 113 Figura 120 : Painel de Estado do Design – LOU ...... 115 Figura 121 : Painel de Estado do Design – La Perla ...... 116 Figura 122 : Painel de Estado do Desing – Victoria´s Secret ...... 117

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Figura 123 : Loja Victoria´s Secret ...... 118 Figura 124 : Catálogo Victoria´s Secret ...... 119 Figura 125 : Painel de Estado do Design – Free Voogue ...... 119 Figura 126 : Painel de Estado do Design – Gossard ...... 120 Figura 127 : Sutiã SuperSmooth ...... 122 Figura 128 : Painel de Estado do Design – Rosy ...... 122 Figura 129 : Imagens da história da empresa Rosy ...... 123 Figura 130 : Painel de Estado do Design – Margherita Mazzei ...... 124 Figura 131 : Painel de Estado do Design – Jolidon ...... 125 Figura 132 : Painel de Estado do Design – Fichissima ...... 126 Figura 133 : Painel de Estado do Design – Fauve ...... 127 Figura 134 : Painel de Conceito ...... 136 Figura 135 : Painel de Público Alvo ...... 138 Figura 136 : Cartela de Cores ...... 141 Figura 137 : Cartela de Tecidos ...... 142 Figura 138 : Cartela de Aviamentos ...... 143 Figura 139 : Cartela de Aviamentos 2 ...... 143 Figura 140 : Cartela de estampas ...... 144 Figura 141 : Coleção – Look Clássico 01 ...... 145 Figura 142 : Coleção – Look Clássico 02 ...... 146 Figura 143 : Coleção – Look Clássico 03 ...... 147 Figura 144 : Coleção – Look Clássico 04 ...... 148 Figura 145 : Coleção – Look Clássico 05 ...... 149 Figura 146 : Coleção – Look Sofisticado 01 ...... 150 Figura 147 : Coleção – Look Sofisticado 02 ...... 151 Figura 148 : Coleção – Look Sofisticado 03 ...... 152 Figura 149 : Coleção – Look Sofisticado 04 ...... 153 Figura 150 : Coleção – Look Sofisticado 05 ...... 154 Figura 151 : Coleção – Look Lúdico 01 ...... 155 Figura 152 : Coleção – Look Lúdico 02 ...... 156 Figura 153 : Coleção – Look Lúdico 03 ...... 157 Figura 154 : Coleção – Look Lúdico 04 ...... 158

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Figura 155 : Coleção – Look Lúdico 05 ...... 159 Figura 156 : Coleção – Look Lúdico 06 ...... 160 Figura 157 : Coleção – Look Lúdico 07 ...... 161 Figura 158 : Coleção – Look Lúdico 08 ...... 162 Figura 159: Painel do look clássico ...... 165 Figura 160: Detalhes nos bojos não aprovados ...... 166 Figura 161: Parte de união tecido/elástico não aprovada ...... 166 Figura 162: Sutiã pronto da linha clássica. Frente e costas ...... 166 Figura 163: Calcinha pronta da linha clássica. Frente e costas ...... 167 Figura 164 : Painel do look sofisticado 1 ...... 167 Figura 165: Detalhe sutiã (dobra) ...... 168 Figura 166: Sutiã pronto da linha sofisticada (1). Frente e costas...... 168 Figura 167: Calcinha pronta da linha sofisticada (1). Frente e costas ...... 169 Figura 168: Painel do look sofisticado 2 ...... 170 Figura 169: Sutiã pronto da linha sofisticada (2). Frente e costas ...... 170 Figura 170: Calcinha pronta da linha sofisticada (2). Frente e costas ...... 171 Figura 171: Painel do look lúdico ...... 172 Figura 172: Costas de sutiã não aceito ...... 173 Figura 173: Sutiã pronto da linha lúdica. Frente e costas ...... 173 Figura 174: Calcinha pronta da linha lúdica. Frente e costas ...... 173 Figura 175: Ficha técnica – sutiã clássico ...... 175 Figura 176: Ficha técnica – calcinha clássico ...... 179 Figura 177: Ficha técnica – sutiã sofisticado I ...... 182 Figura 178: Ficha técnica – calcinha sofisticada I ...... 186 Figura 179: Ficha técnica – sutiã sofisticado II ...... 190 Figura 180: Ficha técnica – calcinha sofisticada II ...... 194 Figura 181: Ficha técnica – Sutiã lúdico ...... 198 Figura 182: Ficha técnica – Calcinha lúdica ...... 202 Figura 183: Quadro da identidade da marca ...... 212 Figura 184: Espetáculo Nó (2005) ...... 215 Figura 185: Produção fotográfica ...... 216 Figura 186: Campanhas Fotográficas ...... 217

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Figura 187: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. Sobre-capa e capa ...... 218 Figura 188: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 1ª e 2ª páginas ...... 218 Figura 189: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 3ª e 4ª páginas ...... 218 Figura 190: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 5ª e 6ª páginas ...... 219 Figura 191: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 7ª e 8ª páginas ...... 219 Figura 192: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 9ª e 10ª páginas ...... 219 Figura 193: Layout da entrada do Site Desedeo ...... 220 Figura 194: Layout do Site Desedeo ...... 220 Figura 195: Outdoor linha clássica ...... 221 Figura 196: Outdoor linha sofisticada 2 ...... 221 Figura 197: Cartão de visita (frente e verso) ...... 222 Figura 198: Envelope e papel timbrado ...... 223 Figura 199: Capa e CD com coleção da empresa digitalizada ...... 223 Figura 200: Sacola da marca ...... 224 Figura 201: Embalagem para presente ...... 224 Figura 202: Tag (frente e costas) ...... 225 Figura 203: Etiquetas ...... 225 Figura 204: Seqüência de desfile ...... 226

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 : Questão n. 01 ...... 129 Gráfico 02 : Questão n. 02 ...... 130 Gráfico 03 : Questão n. 03 ...... 130 Gráfico 04 : Questão n. 04 ...... 131 Gráfico 05 : Questão n. 05 ...... 131 Gráfico 06 : Questão n. 06 ...... 132 Gráfico 07 : Questão n. 07 ...... 132 Gráfico 08 : Questão n. 08 ...... 133

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 : Tabela de medidas ...... 164 Quadro 02 : Formulário utilizado como instrumento de análise de produtos ...... 207 Quadro 03 : Formulário utilizado como instrumento de avaliação de produtos ...... 208 Quadro 04 : Quadro final de pontos do formulário ...... 208 Quadro 05 : Tabela de preços dos sutiãs ...... 228 Quadro 06 : Tabela de preços das calcinhas ...... 228

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...... 06 2 METODOLOGIA ...... 08 2.1 Metodologia de pesquisa ...... 08 2.2 Metodologia de design ...... 08 2.3 Pré-concepção ...... 09 2.4 Concepção ...... 12 2.5 Pós-concepção ...... 13 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...... 15 3.1 Design, a razão da moda ...... 15 3.2 Lingerie ...... 15 3.3 Inspiração: dança contemporânea ...... 59 3.4 Tendências de moda para Verão 2008/2009 ...... 69 3.5 Ergonomia no vestuário ...... 75 3.6 Pesquisa de materiais ...... 78 4 PESQUISA DE CAMPO ...... 98 4.1 Estado do design ...... 98 4.2 Questionário ...... 129 4.3 Síntese dos dados ...... 129 4.4 Conclusão da Pesquisa de Campo ...... 134 5 CONCEITUAÇÃO ...... 136 5.1 Briefing ...... 137 6 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO ...... 140 6.1 Processo de criação ...... 140 6.2 Cartelas ...... 140 6.3 Coleção ...... 144 7 DETALHAMENTO DO PROJETO ...... 164 7.1 Look clássico ...... 164 7.2 Look sofisticado I ...... 167 7.3 Look sofisticado II ...... 169

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7.4 Look lúdico ...... 171 7.5 Fichas técnicas ...... 173 7.6 Formulário Ergonômico ...... 205 8 COMPOSTO DE MARKETING ...... 210 8.1 Desedeo ...... 211 8.2 Estratégia de vendas ...... 214 8.3 Formação dos preços finais ...... 227 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 230 10 REFERÊNCIAS ...... 232

APÊNDICES ...... 237

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1 INTRODUÇÃO

A cada ano que passa o mercado catarinense ganha mais confecções que atendem a públicos populares, ou então que simplesmente tem o foco voltado para a malharia utilizada nas roupas do dia-a-dia. Uma pequena cidade do estado há alguns anos, percebeu que a lingerie estava sendo pouco trabalhada. Essa cidade é Ilhota, pólo Catarinense da Lingerie. Hoje em dia, quem não usa uma peça íntima? Partindo desse princípio, várias pessoas começaram a investir nesse ramo, e as mais persistentes estão firmes no mercado. Porém, ao investigar “in loco” esse mercado regional, é notada a falta de investimento em design e qualidade, já que existem muitas empresas na área que são formadas por familiares, delegando as funções entre eles, havendo resistência em se especializar, ou contratar serviços especializados. O mercado nacional da lingerie é ergonomicamente deficiente, pois a dificuldade de encontrar sutiãs que se adaptam às mulheres, tendo funcionalidade e design, é grande. Ainda existe a questão do preço, já que, os produtos ergonomicamente corretos têm o custo muito elevado em relação às peças tradicionais. Assim, esta pesquisa intenciona gerar uma marca para o nicho de mercado de lingeries funcionais, com ergonomia elaborada para que a consumidora possa utilizar sua lingerie da melhor maneira possível, com qualidade, design arrojado, e valor acessível. A funcionalidade das lingeries será o foco da coleção. Cada modelo será específico para uma função, ou seja, um modo de utilização, dando praticidade à peça, aliando conforto e estética. O mercado é próspero, visto que são poucas marcas de linha íntima que vendem peças diferenciadas e com qualidade nesta região. A cidade de Blumenau foi escolhida para ser a sede dessa nova empresa que propõe trazer para este mercado qualidade e sofisticação. Além disso, a empresa ficará aproximadamente a 30 minutos de Ilhota, onde são encontrados os serviços necessários para a confecção de lingeries. Intenciona-se trabalhar com infra-estrutura terceirizada visando uma logística funcional no setor produtivo.

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Essa nova marca pretende abranger o estado de Santa Catarina, atingindo mulheres que se preocupam com a qualidade de uma lingerie, e que usam essa “roupa” para ajudar a valorizar seu corpo, utilizando conceitos ergonomicamente corretos. Esses conceitos serão utilizados para a criação da coleção de lingeries que possam atender com eficácia, especialmente as mulheres que não conseguem viver sem sutiã, desenvolvendo modelos que a consumidora poderá escolher, para poder usar com cada tipo de roupa, não sendo necessário deixar de usar uma peça de vestuário, por que não possui uma lingerie adequada. A primeira coleção será proposta para a estação Verão 2008/2009, vendendo as peças em lojas multimarcas de lingeries e afins, focando na venda de peças avulsas. Assim, a cliente terá maior flexibilidade para a compra de tamanhos e modelos, sem se prender a obrigação de comprar um conjunto. Assim, o objetivo geral deste trabalho é desenvolver coleção de sutiãs e calcinhas com conceito funcional, e design arrojado, propondo preços acessíveis, tendo como objetivos específicos:

• Interpretar as tendência de moda 2008/2009, e a temática da dança contemporânea, voltando para o estudo da companhia carioca de dança Deborah Colker, para auxiliar na criação das lingeries. • Criar uma coleção com três linhas de lingerie, sendo uma clássica, com cores neutras e formas tradicionais, outra linha lúdica, ousando nas estampas e aviamentos, e outra linha sofisticada, utilizando rendas, e aviamentos elaborados. • Desenvolver um composto mercadológico para a divulgação da coleção de lingeries, atendendo o mercado catarinense, e futuramente o mercado brasileiro, mostrando o desenvolvendo de produtos diferenciados, com preços atrativos e modelagem confortável aliada à funcionalidade proposta.

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2 METODOLOGIA

2.1 Metodologia de pesquisa

Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 27), afirmam que “pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar solução para um problema, que tem por base procedimentos racionais e sistemáticos.” Eles complementam dizendo que existem diversas formas de classificar as pesquisas. As principais pesquisas são em relação a sua natureza, abordagem do problema e em relação aos seus objetivos. A metodologia de pesquisa deste projeto é, em relação a sua natureza, to tipo aplicada. Segundo Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 27), a pesquisa aplicada ”objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.” Em relação à abordagem do problema, a pesquisa realizada nesse projeto é do tipo quantitativa. Segundo Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 28), a pesquisa quantitativa “traduz em números opiniões e informações para classificá-los e analisá- los” Os objetivos abordados no projeto são classificados como descritivos, pois, segundo Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 28), a pesquisa descritiva “visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados”. Essas coletas consistem na aplicação de questionários e, em geral, assume forma de levantamento. Após definir as classificações entre as pesquisas científicas e suas relações, parte-se então para a elaboração da metodologia de design, produzindo uma metodologia prática para a elaboração do projeto de coleção de lingeries.

2.2 Metodologia de design

Depois de analisar as metodologias propostas por Baxter (1998), Munari (1991) e MD3E (2005), elaborou-se uma nova metodologia 2P3C, que significa: 2P de pré e pós, 3C de concepção. A metodologia segue com:

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PRÉ-CONCEPÇÃO Cronograma; (Planejamento) Pesquisa Histórica, Lingerie; Pesquisa Temática; Dança Contemporânea; Pesquisa de Mercado; Pesquisa de Materiais; Pesquisa de Campo; Pesquisa de Tendências; Pesquisa de Ergonomia; CONCEPÇÃO Painéis Semânticos; (Desenvolvimento Briefing; de coleção) Brainstorming ; Geração de Alternativa; MESCRAI; PÓS-CONCEPÇÃO Modelagem; (Detalhamento) Peça Piloto; Adequação do Projeto; Ficha Técnica; Modelo Final; Planejamento de Marketing. Figura 01 : Metodologia aplicada na elaboração do trabalho

Fonte: Elaborado pela autora

2.3 Pré-concepção

É onde a definição do problema é feita, através da pesquisa bibliográfica, do estado do design e tecnologias e processos. É onde a temática é apresentada, e o conceito do produto é dado. As definições dos atributos do produto (funcionais, estéticos e simbólicos) também são apresentadas nessa fase. As características do processo do design são apresentadas com a metodologia e com as técnicas e ferramentas. Encontra-se nesta primeira fase as seguintes etapas:

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2.3.1 Cronograma

Segundo Treptow (2007, p. 96), “um cornograma é uma tabela que cruza atividades e datas. A elaboração é parte importante em qualquer projeto que se deseje realizar.” Cronograma de projeto em apêndice (APÊNDICE 01).

2.3.2 Pesquisa Histórica

Segundo Tafner e Silva (2003, p. 33), a pesquisa histórica visa obter conhecimento sobre “o que já foi publicado sobre o assunto, que aspectos já foram abordados, quais as lacunas existentes na literatura.”. O tema proposto é lingerie, sendo estudados os principais pontos deste produto, visualizando o que será aproveitado para o desenvolvimento de coleção.

2.3.3 Pesquisas Temáticas

Segundo Treptow (2007, p. 111), “o tema de coleção pode surgir de qualquer fonte, cabe ao designer transformar esse elemento inspirador em uma proposta de moda, chocante ou comercial conforme o objetivo da empresa”. Como tema inspirador se usou a dança contemporânea, focado na academia carioca de dança contemporânea Déborah Colker. O tema será melhor detalhado no capítulo 3.3.

2.3.4 Pesquisas de Mercado

Pesquisa realizada para conhecer os produtos já existentes no mercado, no ramo de lingeries. Observa-se, na análise de estado do design, os diferenciais das marcas já existentes e os pontos fracos das mesmas, percebendo os concorrentes possíveis. Treptow (2007, p. 80), afirma que “concorrente é toda aquela empresa que visa o mesmo mercado satisfazendo as mesmas necessidades”. A proximidade dos concorrentes pode ser benéfica, servindo como padrão de comparação de preços.

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2.3.5 Pesquisas de Materiais

Através dessa pesquisa, é possível estudar melhor os materiais que serão utilizados na confecção da coleção de lingeries. Entre eles estão a matéria-prima primária, o tecido, e as secundárias, os aviamentos. Segundo Treptow (2007, p. 115), os “tecidos são a matéria-prima do designer de moda. É através dos tecidos que as idéias do designer serão transformadas em produtos de vestuário”. Ela ainda afirma que os “aviamentos são os materiais utilizados para a confecção de uma roupa além do tecido base.”

2.3.6 Pesquisa de Campo

Pesquisa aplicada ao público alvo com fins de conhecer melhor o consumidor. A pesquisa de campo será obtida através de aplicação de instrumento de coleta de dados. Neste projeto, optou-se pela utilização da aplicação de questionários, analisando o comportamento das consumidoras, foco desta pesquisa.

2.3.7 Pesquisa de Tendências

Segundo Treptow (2007, p. 108), “nessa fase, o designer deve coletar todo o tipo de informação e materiais que possam servir de suporte para o desenvolvimento da coleção.” A pesquisa é feita para auxiliar na criação de peças de lingerie. Seguindo as tendências de moda, a venda do produto tem mais chances de ter sucesso no mercado. Os campos pesquisados incluem forma, cores, aviamentos, etc. que podem ser usados na coleção.

2.3.8 Pesquisa de Ergonomia

A pesquisa ergonômica objetiva estudar sistemas que possam funcionar harmoniosamente com o homem, coletando informações necessárias para saber até onde os produtos serão realmente ergonômicos. (IIDA, 2005) Pesquisa necessária para obter dados fundamentais para a elaboração da modelagem do produto, deixando a peça ergonomicamente correta.

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2.4 Concepção

A concepção do produto é quando a verdadeira “cara” dele começa a aparecer. O primeiro passo é fazer a geração de alternativas, utilizado diversas ferramentas, como, por exemplo, a 635. Depois disso são feitas avaliações das alternativas até chegar à alternativa escolhida que obtém uma definição e justificativa.

2.4.1 Painel Semântico

Tem a função de auxiliar no desenvolvimento do produto. Isso ocorre através de imagens anexas a painéis do formato A3. Os painéis contem imagens do público alvo, temática, imagens dos locais e aplicação de uso para o produto, etc. Podem-se criar vários painéis semânticos, isso depende da necessidade do projeto.

2.4.2 Briefing

Briefing é um conjunto de instruções que a empresa utiliza para criar uma coleção. Algumas dessas informações são a estação, público alvo, tema de inspiração, local de uso, entre outras. O briefing concentra, de forma clara o conceito da coleção (TREPTOW, 2007).

2.4.3 Brainstorming

O método do Brainstorming é uma técnica de criatividade, criada e divulgada por Alex Osborn em 1953, autor do livro Applied Imagination, que em português foi traduzido como “O poder Criador da Mente”, responsável pela grande difusão dos métodos de criatividade em todos os ramos de atividade. Nos Estados Unidos, em 1960 este livro já havia vendido mais de 100.000 exemplares. (BAXTER, 1998) O Brainstorming , ou “Agitação de idéias”, consiste em tentar imaginar, sem limitações, para depois submeter às alternativas encontradas à crítica. Isto não é fácil, pois o intelecto teima em examinar constantemente as aventuras da imaginação. No entanto com o exercício pode-se conseguir uma liberdade condicional da imaginação. Depois do exercício, tem-se uma grande quantidade de

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alternativas. Aí entra em ação o exame crítico do pensamento judicioso. Normalmente pouca coisa resiste a esse exame, mas o que ficar é o que procuramos: uma nova idéia.

2.4.4 MESCRAI

Esta é uma técnica de criatividade que, segundo Baxter (1998, p. 79) “é uma sigla de ”Modifique (aumente, diminua), Elimine, Substitua, Combine, Rearranje, Adapte, Inverta”. Assim, é possível, a partir de um produto ou idéia gerada, surgir vários outros, sempre utilizando um dos verbos da sigla MESCRAI.

2.5 Pós-concepção

Acontece a construção da peça-piloto, onde são feitas as adequações projetuais, para ver se deve ou não modificar algo no produto. Depois disso o modelo final é confeccionado e a ficha técnica é elaborada para que a peça seja fabricada em grande escala.

2.5.1. Modelagem

Antes de confeccionar a peça piloto, a etapa de modelagem tem grande valor. Segundo Treptow (2007), existem dois processos de modelagem, a moulage, que é o método característico da alta costura, utilizando um manequim de prova, e a modelagem plana, que pode ser feita tanto no papel, quanto computadorizada. Ela ainda afirma que ambos são trabalhados com referências de tabelas de medidas e cálculos geométricos. O método utilizado no projeto será a modelagem plana feita com o auxilio de tabela de medidas.

2.5.2 Peça-Piloto

Treptow (2007, p. 158) afirma que a “peça-piloto é confeccionada por uma costureira polivalente, chamada de pilotista ou piloteira, capaz de discutir com o designer e o modelista as dificuldades encontradas ao costurar a peça e propor alterações que a tornem de produção mais fácil”.

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2.5.3 Adequação do projeto

Após analisar a peça-piloto, pode-se aplicar a adequação. Segundo Treptow (2007), nesse momento podem ser sugeridas eliminações ou alterações de modelos, como tamanhos, formatos, cores, tecidos, aviamentos, etc.

2.5.4 Ficha técnica

Segundo Leite e Velloso (2004, p. 147), a ficha técnica “tem como objetivo informar os dados peculiares do produto, que são o desenho técnico e as informações sobre a matéria-prima e o modo de produção. A ficha técnica deve conter toda a memória descritiva do produto.” Não existe um regra geral para a empresa seguir quando cria a ficha técnica, mas é recomendável que se tenha cabeçalho, desenho técnico de modelo, dados dos materiais utilizados, etiquetas, beneficiamento, grade de tamanho, seqüência operacional de montagem da peça, seqüência operacional, minutagem, modelagem planificada e descrição da peça. (LEITE; VELLOSO, 2004)

2.5.5 Modelo final

É o produto final pronto, ou seja, confeccionado com os materiais escolhidos através de pesquisas. Segundo Treptow (2007), é uma réplica do protótipo aprovado.

2.5.6 Planejamento de Marketing

Treptow (2007, p. 190) diz que “é importante que o designer descreva claramente qual o tema da coleção e o público a que se destina, pois é preciso que todos os materiais e eventos de divulgação da coleção transmitam a mesma mensagem.” Para o lançamento e divulgação de uma coleção, serão usados diversos recursos, como catálogos, cartões, folders, campanhas publicitárias para revistas, etc.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Design, a razão da moda

O design muitas vezes é considerado, por algumas pessoas, algo supérfluo, porém quando alguém vai a um super mercado e visualiza um produto com estética simples e outro com design diferenciado, irá preferir o produto com a estética diferenciada, pois este, chama mais atenção dos olhos. Segundo o site Design, da Universidade Federal do Paraná (2008):

Design é uma atividade cujo objetivo é estabelecer qualidades multi- facetadas de objetos, serviços e seus sistemas em ciclos de vida completos. Portanto, design é o fator central da humanização inovadora das tecnologias e um fator crucial de intercâmbio cultural e econômico.

O design tem o poder de enriquecer um produto, se bem usado. Dentro do segmento de moda, o design tem grande importância, já que uma das primeiras coisas que um consumidor olha, quando repara em um produto de moda, é se ele é ou não atraente. Portanto, hoje em dia, as empresas que não investem em design podem se ver falidas dentro de alguns anos, já que o futuro não viverá sem a concorrência de um bom design de produtos. Na área de design existem várias sub-áreas, entre elas a moda. Dentro da moda, existe o campo do vestuário onde ainda pode ser focado o nicho das lingeries, que necessitam receber um vasto investimento em design.

3.2 Lingerie

Bela vestimenta de baixo, que há muito tempo existe para abrilhantar o corpo da mulher sem que seus segredos sejam revelados. No início não havia uma preocupação com sua estética, mas ao decorrer da história essas peças vêm ganhando cada vez mais beleza, funcionalidade e ousadia.

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O dicionário Aurélio, século XXI, resume a lingerie como sendo uma “roupa de dormir ou roupa de baixo feminina”. O mesmo dicionário diz que o sutiã é uma “roupa íntima feminina destinada a sustentar ou modelar os seios”. Já Catellani afirma que a calcinha é uma roupa feminina que constitui uma calça sem pernas, ou com pernas bem curtas, variando as alturas de cava. Ela ainda diz que o sutiã é uma “roupa íntima feminina usada para sustentar ou modelar os seios”. A maioria das mulheres não vive sem uma peça íntima, podendo variar os modelos em pequenas ou grandes modelagens, cores pastéis ou chamativas, estampadas ou não, com vários aviamentos ou sem costuras. Algumas utilizam um tipo de lingerie no dia a dia, e outro tipo para dormir. Além de existirem lingeries próprias para a hora de namorar. Enfim, para cada tipo de mulher existe uma lingerie, que a auxiliará modelando o corpo e a deixando com mais autoconfiança, toda vez que a vestir.

3.2.1 Histórico

O sutiã surgiu por que as mulheres estavam cansadas dos incômodos espartilhos, então a francesa Herminie Cadolle apresentou sua invenção na exposição universal de 1889, um “corpete para seios”, dando origem ao sutiã. Segundo Fontanel, Hermine, ao invés de o sutiã apoiar-se sobre os quadris como o espartilho, e de sustentar os seios por baixo como dentro das taças, o principio era suspender o busto graças a alças apoiadas nos ombros, precisou-se então inventar as ombreiras, um dos primeiros acessórios do sutiã.

3.2.1.1 O Início de Tudo

“No início do segundo milênio antes de Cristo, as cretenses usavam um corpete que sustentava seus seios pela base e que os levantava, espetaculares e completamente nus”.(FONTANEL. 1998, pág. 09). Nesta época as mulheres estavam em pé de igualdade com os homens, participando de expedições pelos mares e caças. Mesmo assim elas formavam uma sociedade de sacerdotisas de seios nus, que serviam às divindades femininas respeitadas por todos. Nesta época surgiu a escultura Deusa com serpentes, que é a grande divindade da terra, criada

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cerca de 1.600 anos a.C. Este símbolo era de grande importância para a população, sendo um modelo para as mulheres da época. A estatueta não era arrogante e provocadora, ela mostra seus seios como frutos àqueles que a veneram. (FONTANEL, 1998). Köhler (1993) descreve a deusa das serpentes como tendo uma cintura esguia com um cinto torcido de ouro, a parte superior do corpo está vestida com uma peça com mangas que, no entanto, deixavam os peitos à mostra. Provavelmente essa peça de vestuário foi feita em couro.

Figura 02 : Deusa com Serpentes

Fonte: (2008)

Creta já desempenhava um papel de líder na moda do Mediterrâneo, e isso influenciou a moda de Paris dos séculos XIX e XX. Os egípcios e fenícios exerciam a mesma função que hoje Nova York e Londres fazem: se inspirar em seu pólo líder da moda para fazer suas próprias criações. As egípcias de alta classe se vestiam com o busto nu, e um vestido fluido e transparente que se ajustava naturalmente ao corpo e sob os seios, e suas criadas ficavam nuas ou apenas com uma tanga. (FONTANEL, 1998).

3.2.1.2 Grécia e Roma

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A primeira forma de sutiã vem da Grécia antiga, onde as mulheres queriam evitar os seios flácidos e caídos. Não queriam valorizá-lo, somente tinham paixão pela harmonia e beleza. Os “proto-sutiãs” existem desde o período arcaico e foram adotados pelas gregas. Eles eram uma tira de pano, geralmente na cor vermelha que enrolavam sob os peitos. Já na época clássica, V a. C., essa tira se transformou em uma larga faixa de tecido que servia para envolver, levantar e sustentar o busto feminino. (FONTANEL, 1998). Já no início do império romano, Laver (1989) afirma que a indumentária feminina era muito semelhante à usada pelos homens, exceto um tipo de corpete macio sobre o busto, conhecido como strophium, que segundo Fontanel (1998, p.15), era uma “espécie de écharpe que envolvia os seios, sustentando-os sem comprimi-los. Era usado sobre uma pequena túnica”. Fontanel (1998, p.11) diz que as mulheres “também usavam faixas chamadas fascia, que mantiam os seios e cujo objetivo era diminuir seu crescimento” ela ainda acrescenta dizendo que “se a natureza predominasse e o busto desenvolvesse exageradamente, o mamillare, um sutiã de couro macio, esmagava o busto das mulheres”. Segundo Reportagem publicada na revista Isto É (1997),

Assim como os homens, as mulheres usavam um tipo de tanga para manter as partes íntimas protegidas e aquecidas. Tratava-se de um pedaço de tecido que passava por entre as pernas e era amarrado na cintura – a exemplo das fraldas de pano usadas nos bebês. A peça não era considerada roupa de baixo porque no calor era a única veste no corpo.

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Figura 03 : Atletas romanas treinando com alteres e discos.

Fonte: Fontanel (1998, p. 12-13)

Em escavações no Egito e Grécia, peças de roupas semelhantes a calcinhas foram encontradas em escavações. Essas peças, possivelmente eram utilizadas durante a menstruação (DEODORO; ROCHA, 2008). Para o Estado Romano, os seios flácidos são intoleráveis, sendo que médicos indicavam receitas curiosas para que as mamas não se desenvolvessem demasiadamente. Essas estranhas misturas demonstram o fato de que as romanas deviam abrandar seus atributos femininos e que tinham um status rebaixado ao dos homens. Mas com a queda do Império Romano, a preocupação de sustentar os seios apaga-se, sendo que as mulheres bárbaras deixam seus bustos livres sob uma túnica ou vestido. A preocupação com a sustentação dos seios reaparece na época gótica, quando a moda das indumentárias colantes deixa o busto novamente escorarado (FONTANEL, 1998).

3.2.1.3 Idade Média

Köhler (1993, p.159-160) cita que:

Os trajes usados na Idade Média baseavam-se nos tipos que se tinham desenvolvido próximo a meados do primeiro milênio, resultantes da mistura de modas nativas com aquelas do final da Antiguidade. Nos primeiros séculos depois da migração das nações (600 d.C.), havia pouca diferença entre estilos dos trajes correntemente usados pelas diversas nações do Ocidente. Sucedeu- se então um período de desenvolvimento separado, com cada nação seguindo seu próprio gosto, até que as Cruzadas colocaram em contato todos os povos da Europa e reintroduziram uma grande uniformidade.

A antiguidade greco-romana foi marcada pela compressão dos seios, e roupas amplas, já nos séculos XII e XIII, a silhueta feminina foi acentuada através do vestuário, dando lugar à magreza e à verticalidade. As mulheres se assemelhavam às finas colunas góticas, já que suas roupas eram bem coladas ao corpo e alongavam a silhueta. (FONTANEL, 1998). Nessa época, as fantasias eróticas masculinas incluíam igualmente o arredondado de um ventre, a ponta de um pé ou o contornar de uma perna. Mesmo

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assim alguns autores perturbam ao evocar acanhados peitos brancos e estáveis (FONTANEL, 1998).

Figura 04 : Eva, painel direito do políptico O cordeiro místico, de Van Eyck

Fonte: Fontanel (1998, p. 17)

Fontanel (1998, p. 17) afirma que:

Com a nova moda das roupas justas, os alfaiates guardavam ciosamente seus segredos de fabricação. Cortavam diversos modelos ajustados ao corpo e amarrados na frente, atrás ou às vezes no lado: a cota, uma túnica com cordões, na qual historiadores da moda viram um antepassado do espartilho; o bliaud, espécie de corpete, amarrado por trás ou pelo lado, apertando o busto como uma couraça e costurado a uma saia plissada; a sorquerie, uma cota ajustada e que se chama também guarda-corpo ou corpete; o surcot, um colete por cima do vestido e amarrado.

No século XIII um triângulo intitulado tassel, esconde o decote feminino, mesmo que os homens de Igreja admitem a moda dos decotes, porém castigam as mulheres que mostram os pés e panturrilhas, que dizem ser partes eróticas do corpo feminino. Assim as caldas aumentam e os decotes são aprofundados, deixando, muitas vezes com que o início dos seios sejam vistos, já que o tassel era feito de tecido transparente. (FONTANEL, 1998)

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Segundo Köhler, 1993, p. 200, “ próximo a meados do século XIV, a indumentária feminina começou a dividir-se em duas partes – um corpete e uma saia, cada uma de uma cor.” Essa indumentária era construída com pele animal, e mesmo que não fosse mais necessário as mulheres ainda usavam os cintos, como ornamento. (KÖHLER, 1993) Durante o século XV, a moda borgonhesa influenciava todas as cortes do Ocidente, pois era um dos estados mais ricos da Europa. Suas mulheres usavam um cinto largo sob os seios, que sustentavam a base dos seios e os realçava, tudo com muita comodidade. Porém tais adornos deixavam o peito muito levantado. Junto com o cinto, elas usavam grandes chapéus que chegavam a até 60 cm de altura. (FONTANEL, 1998) Analisando a história da moda, é encontrada uma relação muito próxima entre os estilos de roupa da Idade Média e da indumentária religiosa. A segunda conserva até hoje as mesmas características, que nos permite imaginar com clareza os modelos da Idade Média. Porém existem pouquíssimos trajes desse período. As amostras de tecido e ornamentos entrelaçados resistiram ao tempo. É possível imaginar melhor como era a indumentária da época através de manuscritos da ocasião e túmulos ainda existentes. (KÖHLER, 1993) Em relação às calcinhas da época, o cristianismo trouxe a idéia do pudor. as vestes eram tão pesadas, que as mulheres, na maioria das vezes não usavam nenhum tipo de calcinha. Havia somente o cinto de castidade, que era feito de ferro trancado a chave, para garantir a fidelidade das esposas dos guerreiros que partiam para a guerra. Sob as saias e vestidos, tecidos eram amarrados ao corpo, provavelmente no período menstrual. (DEODORO; ROCHA, 2008) Porém, na mesma época é percebida a crítica dos religiosos em relação a algumas indumentárias, quando é inaugurado o decote “o sorriso do busto”, que mostra a parte superior dos seios, sendo evidentemente condenado pelos pregadores (FONTANEL, 1998).

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Figura 05 : Maria Madalena. Detalhe de A deposição da cruz de Saint Barthélemy, 1505.

Fonte: Fontanel (1998, p. 21)

Depois da guerra dos cem anos, que foi de 1337 a 1453, a tranqüilidade começou a pairar novamente na vida dos europeus. Esse ar inspirou o miniaturista Jean Fouquet, que pintou o decisivo quadro A virgem e o meninos, onde apresenta uma mulher nobre com os seios à mostra. Essa nobre modelo provavelmente é Agnès Sorel, amante do Rei francês Carlos VII. Foi ela que encorajou Joana d´Arc na luta contra os ingleses. Um século depois, surgiu através de um pintor anônimo uma nova representação da pintura de Agnès Sorel, na mesma posição, seio nu, mas sem o Menino Jesus.

Figura 06 : A virgem de Melun de Hean Fouquet, 1420 – 1477

Fonte: Fontanel (1998, p. 22)

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Figura 07 : Retrato de Agnès Sorel (Castelo de Loches)

Fonte: Fontanel (1998, p.23)

3.2.1.4 Renascimento

Nessa época, as mulheres estão cercadas de vaidade. Quando são retratadas, são mostradas em seus toaletes cercadas de objetos usados para enfeitá-las, tais como colares de época, pentes e espelho (FONTANEL, 1998).

Figura 08 : Diana de Poitiers

Fonte: Fontanel (1998, p. 24)

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Segundo Fontanel (1998, p. 25),

Os seios, que haviam sido tão adulados pelo homem do século XV, continuam ainda, como na Idade Média, sustentados por uma peça de roupa íntima. Mas, com o tempo, essa peça vai se tornar mais pesada e mais rígida. Sucessor das cotas e similares medievais, o vasquim é um corpete sem mangas, muito justo, usado por cima da camisa e amarrado nas costas. Sua rigidez se deve a um forro de tecido inteiramente pespontado e reforçado por vários fios de latão. Alguns viram nele mais um ancestral do espartilho.

A roupa feminina dá ênfase à parte superior do corpo, afinando a cintura e alongando a silhueta, graças à cauda, que evita aos outros verem seus tornozelos ou suas pernas, quando a dama se abaixa. Porém, a mulher renascentista, ainda mostra um decote intenso em suas vestimentas. A peça de roupa que se limitava em moldar o corpo, aos poucos torna-se rígida. Na figura 09, o grande decote quadrado comprimi o busto como um funil, e lembra a forma geométrica do chapéu. Sua nobreza é posta em evidência, já que as jóias do modelo estão em destaque. Já a figura 09, mostra a incrível “gaiola” metálica que era reservada às mulheres vítimas de malformações (FONTANEL, 1998).

Figura 09: Jane Seymor, esposa do Rei Henrique VIII da Inglaterra.

Fonte: Fontanel (1998, p. 26)

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Figura 10 : Colete de Ferro, século XV (Museu de Cluny, Paris)

Fonte: Fontanel (1998, p. 27)

Durante essa época, os calções bufantes de algodão vestiam, por baixo das vestes, tanto homens como mulheres. Não se tratava de uma peça com preocupação estética, seu objetivo era resguardar a intimidade. (DEODORO; ROCHA, 2008) Segundo reportagem publicada pela Revista Isto É (1997), o calção “larguinho, era usado debaixo de um camisão. Só depois vinha a saia ou o vestido. As peças mais antigas de que se tem notícia datam do período Tudor (1485 a 1603), na Inglaterra.”

Figura 11 : Lingerie da época do Renascimento

Fonte:

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“Ao fim do Renascimento, e sob a influência da moda espanhola [...], as posturas assumem um aspecto altivo, demonstrando as qualidades da alma”. Afirma Fontanel (1998, p. 29), que ainda diz que “na verdade, é o fim de um tempo de paz interior, de uma certa alegria de viver humanista e o início das tensões religiosas entre católicos e protestantes”.

3.2.1.5 Séculos XVI e XVII

No começo do século XVI, os corpetes e vestidos justos até os quadris, bem como os vestidos amplos e com caldas, foram deixando de ser moda, dando espaço a um novo estilo de indumentária, justo apenas no busto. Também eram usados os vestidos feitos com corpete separadamente, porém eles eram mais largos o fechamento era na parte de trás do corpo feminino. (KÖHLER, 1993) Laver (2005, p. 107) conta que no século XVII:

O traje feminino consistia em um corpete, anágua e beca. O corpete costumava ser extravagantemente decotado e amarrado com uma fita de seda na frente. A parte amarrada era habitualmente coberta com um piece ou plastron. [...] A gola caída foi se tornando cada vez mais sofisticada, com as bordas em renda cara.

No reino de Henrique II, é criado um corpete pespontado – corps pique – que suprimi o ventre, afina a cintura e deixa o busto em forma de cone. Trata-se de um corpete armado com uma haste chamada busc, que pode chegar a pesar até um quilo, enfiada em um encaixe costurado no tecido do corpete. Essas hastes eram feitas de materiais como o marfim, madrepérola gravada, prata adamascada e osso de peru. Este último material era utilizado pelas mais ricas. Quando a usuária comia demasiadamente, as hastes incomodavam, então era aceitável retirá-las de seu encaixe e mostrá-las à sociedade, por isso que, quanto mais valiosa e trabalhada, mais status a dama tinha (FONTANEL, 1998).

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Figura 12 : Bucs

Fonte: Fontanel (1998, p. 30)

Porém todo esse glamour estava virando um assunto assustador para os especialistas, que constataram que as mulheres estavam começando a ter diversos problemas de saúde por causa da exagerada pressão formada pelos corpetes. (FONTANEL, 1998) No entanto, o busto torna-se prisioneiro dos caprichos da moda. Fontanel (1998, p. 31) relata que “o estilo espanhol, com seus vestidos sombrios, fechados até o queixo por espetaculares golas plissadas, batia de retirada diante dos decotes com grandes golas armadas”. Fontanel (1998, p. 32) diz que:

Durante o reinado de Luís XIV, o decote esconde-se sob um fichu de cambraia, linho fino e transparente, jogado em torno do pescoço. A gourgandine, sinônimo de meretriz, é um espartilho amarrado e entreaberto na frente. Os bonitos nós colocados próximo aos seios, destinados a esconder alguma presilha, respondem por nomes jocosos como: “galhofeiro”, “apalpe aqui”, ou ainda “consentimento perfeito”.

O decote foi ficando cada vez mais baixo depois da metade do século XVII. Por volta de 1670, o espartilho de ascendência espanhola, inventado na metade do século XVI, reapareceu junto com a cintura mais justa. O espartilho era formado por um elevado número de barbatanas colocadas bem juntas e acolchoadas com

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tecidos de ambos os lados. As primeiras peças de espartilhos possuíam um conjunto duplo de cordões, onde o da frente ficava sempre fechado, e o das costas podia ser aberto à vontade. Até mesmo as meninas deveriam usar os espartilhos, pois eles ajudavam a desenhar o corpo quando essa se tornasse mulher. Ela ficaria com a cintura fina, seios para cima e mantinha a estatura reta abaixo da cintura (KÖHLER, 1993).

Figura 13 : Molde de espartilho, segunda metade do século XVII

Fonte: Köhler (1993, p. 389)

Até sete de setembro de 1675, somente os alfaiates fabricavam os corpetes femininos. Porém, graças aos ataques dos moralistas, que alegavam que os alfaiates se aproveitavam da hora de tirar as medidas das damas para apalpá-las, o Parlamento autoriza as costureiras a formar uma coligação para poder fazer concorrência com os alfaiates. Com isso elas começam a criar corpetes mais leves, tornando o uso menos duro (FONTANEL, 1998).

Figura 14 : O “traje do alfaiate”

Fonte: Fontanel, 1998, p. 32

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Agora o espartilho substituía o corpete da veste interior. Era fechada ao redor dos quadris, na frente e nas costas era forçada para baixo pelas duras abas do espartilho e firmemente mantida nessa posição (KÖHLER, 1993). Já que o espartilho não poderia ser trazido para cima dos seios, foi acrescentado um largo e rígido babado de renda em sua parte superior. A robe, que é um tipo de roupão que vinha da cintura e chegava até os ombros, deixando o peito descoberto, era complementado por um peitilho, que não deixava essa área descoberta. Este era luxuosamente bordado com pedrarias preciosas e tinham detalhes de ouro (KÖHLER, 1993). As mulheres eram claramente criticadas por seus grandes decotes. Um dos comentários da época era, quanto maior o tamanho do decote, maior a gripe da dama, já que normalmente era frio na Europa. Então, a senhora poderia morrer graças a uma falta de tecido no peito. Entretanto, as damas eram mais condenadas quando usavam uma cruz entre os seios, já que este era considerado um lugar de sujeira, não poderia, jamais, estar uma cruz! Além disso, o espartilho apertava tanto os estômagos, que as mulheres chegavam a desmaiar a troco de nada, principalmente depois das refeições. Porém logo a razão volta às cabeças de homens e mulheres, podendo viver e pensar mais livremente.

3.2.1.6 Século XVIII

No século XVIII as polêmicas que cercam o busto feminino são menores, já que os discursos libertinos começam a florescer e os decotes aumentam. As mulheres são soberanas, tendo influência na área da filosofia, política e economia, elas dirigem conversas em elegantes salões. (FONTANEL, 1998).

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Figura 15 : “O alfaiate para damas”, gravura de Cochin

Fonte: Fontanel (2008, p. 37)

A classificação das roupas femininas era em vestidos abertos e fechados. O fechado consistia em um corpete e uma anágua, e o vestido aberto tinha abertura em forma de V invertido. Nessa época existia um arranjo semelhante no corpete, que possuía uma abertura semelhante na frente, preenchida por um peitilho em desenho de escudo e encorpado por papelão e barbatanas, onde costumava ser bordado ou enfeitado com vários laços de tamanho decrescente de cima para baixo. O corpete era amarrado nas costas, havendo barbatanas de baleia (LAVER, 1989). Sobre a calcinha, Deodoro e Rocha (2008), afirma que “As ancas laterais deixaram as saias e os vestidos mais rodados. Diante da nova moda, os médicos advertiam que as mulheres não deveriam “pegar frio” nas partes íntima. Surgiram, então, as bombachinhas, até os joelhos, com rendas e bordados”.

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Figura 16 : Bombacha (calcinha) do século XVIII

Fonte:

“No reinado de Luís XV, se o espírito das mulheres se liberta, o alto de seus corpos permanece comprimido pelo espartilho”.(Fontanel, 1998, p. 38). Agora as barbatanas de barba de baleia permitem o aumento de número de lâminas, assim o espartilho fica menos rígido. Já ao fim do século XVIII, as barbatanas de baleia vão além da haste central, o busc. Nessa época, o corpete comprime os seios por baixo, de maneira a salientá-los por cima, parecendo que irão “pular” do decote. Os artesãos fazem verdadeiras artes, utilizando materiais como o couro branco, reforçado por hastes de junco (FONTANEL, 1998).

Figura 17 : Espartilho da primeira metade do século XVIII

Fonte: Köhler (1993, p. 420)

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Afinal, por que o espartilho não foi questionado pelas aristocratas e burguesas entre os séculos XVI e XIX? Uma resposta seria o sinal de superioridade delas, pois marcava o prestígio da classe dirigente, já que era um limite absoluto ao esforço útil. O corpo feminino com o espartilho era marcado pela distinção do povo comum. Pelo contrário das camponesas, por exemplo, que precisavam trabalhar, não usando roupa de baixo, e sim uma saia e uma camisa sobre a qual vestiam um corselete amarrado por cordões na frente do corpo e sem ser muito apertado, acentuando a cintura e levantando os seios (FONTANEL, 1998).

Figura 18 : “Interior de Cozinha”, pintura de Joachim Beuckalaer, detalhe.

Fonte: Fontanel (1998, p. 39)

Já em 1750, uma cruzada médico-pedagógica uniu-se contra o espartilho, atendendo aos apelos de Jean-Jacques Rousseau. Até mesmo as nobres estavam se sensibilizando, desamarrando seus espartilhos para amamentar seus filhos. A última confusão do antigo regime foi a incrível forma de ampulheta que o espartilho tinha, ao qual se prende abaixo dos rins uma almofada pequena, montando um traseiro inclinado e silhueta para trás (FONTANEL, 1998). Com a Revolução Francesa, as roupas voltam a ser mais simples e práticas, e no lugar dos espartilhos, usam um robe em , que realmente pareciam roupas de baixo, pois se tratava de um vestido branco de cintura alta até os pés, e às vezes eram transparentes, a ponto de ser necessário o uso de malhas brancas

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por baixo. Nessa época a diferença entre a roupa para noite e para o dia era vista somente na qualidade do tecido.

Figura 19 : Vestidos para a manhã de 1799 e vestido de baile de 1800.

Fonte: Laver (2005, p. 152)

Fontanel (1998, p. 41) afirma que “as mulheres, nessa época, adoravam os trajes das criadas: um corpete sem barbatanas vestido sobre vestido sobre a blusa e um simples saiote.” Assim, fica moderno colocar todo seu guarda-roupa em uma só bolsa, sendo indispensável um espartilho. Ou seja, por mais que a mulher fica mais natural, ainda não consegue largar o vício do espartilho, que agora vem sem barbatanas e coberto de veludo ou de cetim.

Figura 20 : “A comissão de Supervisão dos Costumes”, gravura de 1798

Fonte: Fontanel (1998, p. 45)

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Com a Revolução Industrial e a proliferação das máquinas de costura, o algodão se popularizou na Europa. As mulheres, no lugar de costurar suas roupas íntimas em casa, passaram a comprá-las em lojas. As damas usavam um verdadeiro arsenal de acessórios por debaixo dos vestidos. Eram calçolas (como um short), calças, (tipo de saia de baixo) e armações de arame. Nessa época, as estampas já eram comuns (REVISTA ISTO É, 1997).

3.2.1.7 Século XIX

No século XIX a compostura da burguesia fecha os vestidos até o queixo, mas durante a noite os decotes são profundos. Nessa época o espartilho reina absoluto, e a beleza da época são os seios muito separados. Esse aspecto é obtido graças a um sofisticado sistema de barbatanas arquitetado pelo espartilheiro Leroy. A cintura desce para o lugar normal, trazendo o encanto das silhuetas finas, e com isso o uso dos espartilhos mais massacrantes, deixando de lado o conforto (FONTANEL, 1998).

Figura 21 : Publicidade inglesa para o espartilho “Spécialité”

Fonte: Fontanel (1998, p. 47)

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Segundo Deodoro e Rocha (2008) “as bombachinhas sob as saias começam a se disseminar além das classes altas. Na era Napoleônica, somem, já que os vestidos ficam mais retos. São retomadas em seguida, e o comprimento encurta, até a altura da coxa.” Com a invenção dos ilhoses de metal, em 1828, acontece uma grande melhoria nos espartilhos, pois são muito mais fortes que os ilhoses bordados. Porém, para manter a melhor estética, os fabricantes continuam fazendo bordados encima dos ilhoses metálicos. Junto com esse aviamento, é inventada a “haste em duas partes munidas de grampos, que permitem fechar o espartilho com mais facilidade. Os sistemas de fechos se adicionam, se sobrepõem, às vezes fazendo os espartilhos parecerem coletes ortopédicos” (FONTANEL, 1998, p. 49).

Figura 22 : Fecho de espartilho (Biblioteca das Artes Decorativas, Paris)

Fonte: Fontanel (1998, p. 49)

Como, além das mulheres as meninas também usam o espartilho, na época existia um anúncio que aconselha “as mães a deitarem suas filhas de bruços no chão para que possam colocar um pé nas pequenas costas a fim de puxar os cordões da maneira necessária”.(LAVER, 1989, p. 162) Para ajudar a deixar a cintura ainda mais fina, a saia fica mais ampla e as mangas fofas (LAVER, 1993). Essas mangas eram armadas graças ao vime ou

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almofadas de pena. A arte dos costureiros podia não só ocultar uma deformidade, como fazer ofuscar qualquer defeito natural (KÖHLER, 1993).

Figura 23 : Damas vestindo-se. Espartilhos de 1834.

Fonte: Köhler, 1993, p. 520

Em 1823 é apresentado à sociedade o primeiro espartilho mecânico, que possuía, nas costas, polias e minúsculos mecanismos, verdadeiras peças de relojoaria, que permitem a uma dama desatar o espartilho sozinha. Em 1828 existiam duas marcas de espartilhos contra sessenta e quatro que foram criadas entre 1828 e 1848 (Fontanel, 1998). Segundo Fontanel (1998), em 1832 surge a primeira fábrica de espartilhos sem costura. Esses saem do tear já com barbatanas, hastes, armações, prontos para a comercialização e uso. A partir daí, os modelos de espartilhos começam a ficar mais baratos, podendo chegar às classes menos favorecidas. Fontanel (1998, p. 52) afirma:

1840: outra data importante na história do espartilho. O sistema de atar à la paresseuse é concebido e realizado. Um sistema de cordões elásticos permite que a mulher se vista e se dispa sem a ajuda de um serviçal, do marido ou de um amante. O que é mais cômodo para as adúlteras.

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Existiam caricaturas que insinuavam que os maridos, ao despir suas mulheres de noite, descobriam que os nós estavam diferentes dos que havia feito pela manhã, ou seja, ela o teria traído durante o dia (FONTANEL, 1998).

Figura 24 : “Suspeita”, ilustração pondo em cena a desconfiança da traição

Fonte: Fontanel (1998, p. 53)

Segundo Fontanel (1998, p. 54), “o espartilho desce a ponto de machucar as coxas”. Na época as fotografias já podiam ser retocadas, por isso na figura nº 24 não é possível afirmar se a cintura era ou não tão fina quanto se pode ver. Ela ainda afirma que o busto feminino pende para frente enquanto a traseira se parece com uma concha de escargot.

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Figura 25 : Polaire, atriz em 1890.

Fonte: Fontanel (1998, p. 55)

De acordo com reportagem publicada pela Revista Isto É (1997), na segunda metade do século XIX:

As mulheres usavam ceroulas e calças bufantes com renda debaixo de uma coleção de saias. Com essas calças, que tinham o objetivo de manter as pernas das moças longe dos olhares curiosos, as saias puderam encurtar um pouco. O charme, especialmente na era vitoriana (1837-1901), era a combinação da calça com as saias e os vestidos.

No início da década de 1880, as damas usavam o espartilho pelo lado de fora, como parte do corpete terminando em ponta na frente. Sendo a saia que surgia sob o corpete-espartilho drapeada horizontalmente. Isso tudo era feito para deixar a cintura ainda mais fina (LAVER, 1993). Uma espécie de histeria médica é desenvolvida na época, pois certos médicos dizem que um espartilho poderia trazer terríveis conseqüência para quem os usasse, tais como, doenças do peito, deformações, peito caído, incapacidades para a amamentação, entre outras. Entretanto, durante um certo tempo, alguns doutores não conseguem se decidir a favor ou contra o espartilho. Mesmo assim,

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esse acessório era tão apertado que as mulheres não podiam mais se abaixar. (FONTANEL, 1998) Em 1885, segundo Fontantel (1998, p. 66), “o público descobre os seios artificiais, em pele de chamois, de cetim matelassê ou de borracha. É apresentado as “Mammif”, um par de falsos seios adaptáveis aos espartilho.” Neste momento é notado o início do aparecimento de algo parecido com o sutiã, já que este é um acessório diretamente relacionado com os seios. Neste século existiam espartilhos nupciais, para a manhã, com poucas barbatanas, espartilhos para ama de leite, para viagens, frescos e flexíveis para o verão, etc. Além dos materiais neles utilizados, que já existiam em grande variedade. E, quando menos se esperava, surge uma grande novidade para o mundo dos espartilhos: as barbatanas em aço inoxidável, que não podem mais enferrujar! Essa invenção é de autoria de Warner (FONTANEL, 1998). Já no final do século XIX, as mulheres costureiras superam a produção dos alfaiates, se especializando na fabricação de espartilhos. Esses são moldados com antecedência e em série, dando início às confecções de espartilhos (FONTANEL, 1998). Hermine Cadolle expôs, em 1889, o primeiro “corpete para seios”, que era uma idéia genial e simples, que foi inverter as forças de suporte. Assim, o problema de sustentação dos seios estava resolvido, pois, segundo Fontanel (1998, p. 77) “ao invés de apoiar-se sobre os quadris como o espartilhos, e de sustentar os seios por baixo como dentro de taças, o princípio era suspender o busto graças a alças apoiadas nos ombros.” Assim foi preciso inventar as ombreiras, e acrescentou-se partes elásticas. O primeiro modelo chamado de “Bien-être”, ainda não poderia ser considerado um ingênuo sutiã, pois ainda estava ligado nas costas à um espartilho, porém, enfim, o diafragma da mulher ficava livre (FONTANEL, 1998).

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Figura 26 : Margareta Gertruida Zelle, esposa de um oficial do exército holandês.

Fonte: Fontanel (1998, p. 76)

3.2.1.8 Século XX

Fontanel (1998, p. 75) diz que:

A casa Cadolle, fundada em 1887 em Buenos Aires, foi transferida para Paris em 1910. Sua especialidade era, e permanece ainda hoje, a fabricação de roupas de baixo sob medida. [...] Hermine Cadolle, a fundadora, era uma pessoa de princípios que tinha idéias de esquerda combinadas com ambições, sobretudo capitalistas. [...] Business woman pioneira, percebeu que havia um mercado a explorar. [...] Teve também a sorte de chegar no momento em que já se começavam a usar a borracha na indústria têxtil. [...] Sem tecido elástico, jamais teria sido possível inventar o sutiã.

Figura 27 : Logotipo original da loja Cadolle

Fonte: Fontanel (1998, p. 77)

A silhueta das mulheres começa a mudar em 1908. O busto não continua sendo muito empurrado para frente, nem os quadris para trás, esses começam a

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ficar mais estreitos. Em 1913 aparece o decote V, criando uma agitação, pois era considerado indecente pelos peritos da saúde (LAVER, 1989). Em 1909 os balés russos influenciam as artes e a moda, inspirando um dos maiores costureiros da história, Paul Poiret. Essa influencia trás de volta a cintura abaixo dos seios, deixando a mulher mais natural, combatendo o espartilho (FONTANEL, 1998).

Figura 28 : Poiret, com quatro de suas modelos

Fonte: Fontanel (1998, p. 82)

Madeleine Vionnet também bane o espartilho da moda, apresentando suas manequins descalças, e indumentárias que lembram a época grega. Toda essa revolução dita a queda do espartilho e a adoção do sutiã, desde então fazendo fortunas (FONTANEL, 1998). Fontanel (1998, p. 85) diz que “o espartilho diminui de tamanho e torna-se mais flexível. Pela primeira vez, a mulher da moda se mantém direita e “quase” livre em seus movimentos”. Ela afirma que uma nova linha de espartilhos nasce, com estilo longo descendo até os joelhos, dificultando o movimento da mulher de sentar- se.

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Figura 29 : Espartilho da moda de 1913

Fonte: Fontanel, 1998, p. 85

Com o surgimento do tango, em 1911, e a paixão pelas danças latino- americanas, os espartilhos deveriam desaparecer gradativamente, para dar lugar ao movimento da dança, porém os fabricantes continuam produzindo espartilhos mais adequados às condições de vida e às novas modas (FONTANEL, 1998).

Figura 30 : Jovem atriz inglesa em demonstração de tango.

Fonte: Fontanel, 1998, p. 87

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Os americanos começam a se destacar na área de tecnologia da moda, quando possuem uma máquina que coloca ilhoses dez vezes mais rápido que as máquinas já existentes, que aplicavam um ilhós de cada vez. A nova máquina fazia todos os dezesseis ou dezoito furos, e colocava ao mesmo tempo os pedacinhos de cobre. Fontanel (1998, p. 88) explica que:

Partia-se então para uma participação especial do espartilho, graças a um banho de goma. Em seguida, procedia-se à colocação das rendas, dos bordados, etc. Enfim, o espartilho era colocado numa fôrma quente, que dava às barbatanas sua curva definitiva.

Nos anos 1910, as pratica de esportes se torna uma rotina, especialmente o velocípede. Para tornar a prática mais confortável, usa-se um corpete de malha para pedalar sem incômodos. Na América, em 1913, Mary Phelps Jacob (conhecida também por Caresse Crosby) cria um novo tipo de sutiã, muito macio, curto, e o design dele separa os seios naturalmente. Ela fez esse “porta-seios” com a ajuda de sua empregada, e usou como material dois lenços e fita para bebê. Mais tarde sua invenção começa a fazer sucesso entre suas amigas, convencendo Mary a confeccionar mais modelos para elas. Em novembro de 1914 ela alcança a patente de seu produto, porém fracassa e perde muito dinheiro. Assim ela se casa com um homem muito rico e vende sua patente para a Warner Bros. Mas foi Caresse que arquitetou o conceito do sutiã moderno e simples, leve e, especialmente encaixando e ajustando os peitos. Ela morreu com idade avançada, no ano de 1970, podendo acompanhar os avanços do sutiã (FONTANEL, 1998). No período anterior à guerra, uma nova fibra artificial é criada, fazendo parte da indústria têxtil, principalmente na indumentária íntima. Essa fibra é o raiom, assim denominada em razão de seus reflexos brilhantes. Esse tecido consegue democratizar consideravelmente a lingerie, já que, pela primeira vez, o aspecto do luxo está à disposição de mulheres modestas (FONTANEL, 1998). Então a Primeira Guerra Mundial chega para aterrorizar o mundo, inclusive a moda, que é deixada de lado. Existem poucas coisas de interesse para se registrar até o final do conflito (LAVER, 1993). Os espartilhos começam a incomodar as mulheres, já que elas precisam trabalhar, e o apetrecho limita os movimentos do corpo. No entanto aos poucos os espartilhos vão encolhendo centímetro a centímetro, até serem substituídos pelas cintas, usado mais para baixo, comprimindo

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o corpo sem erguer os seios. Assim o sutiã se torna realmente necessário (FONTANEL, 1998). Em 1919, quando a moda retomou seu ritmo, o busto feminino era de “menino”, e as mulheres começaram até a usar “achatadores”, com a finalidade de se adaptar à moda da época (LAVER, 1993).

Figura 31 : Anúncio publicitário para o corponho redutor “Junon”

Fonte: Fontanel (1998, p. 96)

Esses sutiãs eram feitos de uma única faixa de tecido, com duas pinçazinhas laterais, amarrando nas costas. As mulheres da época dizem adeus às rendas pesadas, dando boas vindas aos tecidos leves, como a cambraia e crepe, podendo ser confeccionado também em jérsei de seda, com motivos de borboletas enfeitadas de plumas ou com bordados de seda multicores. As cores mais comuns para esses sutiãs são o branco, preto, creme e cor-de-rosa (FONTANEL, 1998). Nos anos de 1920, as roupas intimas são formadas por conjuntos, contendo as cintas, saiotes, corpetes, combinações e espartilhos combinados. Os preços são bastante elevados, pois os tecidos usados na confecção eram de muita qualidade, e as roupas íntimas eram feitas à mão (FONTANEL, 1998). Para a alegria da maioria das mulheres, a garçonee, que achatava os seios, sai de moda no início dos anos 1930, graças a um decreto da revista Votre Beauté. Os vestidos de Madeleine Vionnet e os drapeados de Alix, ondulam com fluidez quando a dama se movimenta (FONTANEL, 1998). Segundo Braga (2004, p. 76), “o cinema, cada vez mais bem-posicionado, refletia no comportamento de moda. As grandes atrizes de Hollywood ditavam a

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moda feminina.” Alguns nomes como o de Greta Garbo, influenciaram o modo de vestir dessa época. O grande tecido da época foi o cetim. Os toques sedosos, brilhos e silhueta marcada foram a regra da década (BRAGA, 2004). O banho de sol, que começou a virar moda na década de 1920, virou um fervor na década de 1930, fazendo parte do dia-a-dia da população. Assim, as roupas de banho foram diminuindo de tamanho. Os shorts começam a aparecer na moda feminina devido ao hábito de tomar banho no mar e de praticar esportes (BRAGA, 2004). Fontanel (1998, p. 104) afirma que:

A partir de 1926, o moderno conceito do sutiã se define com mais precisão. Os fabricantes procuram produzir modelos que seguram e se ajustam às formas com naturalidade, separando os seios. Rosalind Klim, diretora da casa Kestos, faz pesquisas para confeccionar um sutiã com dois lenços, um pouco ao estilo de Caresse Crosby. Ela os dobra cruzando em diagonal e fazendo com eles uma única peça, com uma sobreposição no meio.

Figura 32 : Sutiãs dos anos de 1930 (Biblioteca das Artes Decorativas, Paris)

Fonte: Fontanel (1998, p. 104)

Em 1930, a casa Charneaux fabrica um espartilho todo de borracha, com furinhos que ajudam a pele respirar. Este modelo é um pouco mais confortável que os modelos tradicionais e é usado até os anos 60! Na realidade, os espartilheiros criam modelos que parecem desajeitados, porém são consideradas roupas intimas de mulheres modernas (FONTANEL, 1998).

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Nesta mesma época, são inventados os primeiros tecidos que esticam, fundamentais na indústria da lingerie. Os espartilhos começam a ganhar movimento, se tornando uma roupa flexível. Os catálogos dos anos de 1930 dizem que os melhores fabricantes utilizam látex, o chamado fio maravilhoso. (FONTANEL, 1998) A partir daí a preocupação com o conforto feminino começa a crescer cada vez mais. Dois professores da Universidade de Sydney elaboraram um estudo antropométrico utilizando vinte e seis medidas tiradas de cada uma das cinco mil mulheres escolhidas para o estudo. Depois de analisar os resultados, os pesquisadores perceberam que existem cindo tipos de mulheres (FONTANEL, 1998). Em 1931 os irmãos Warner, que não tem nada a ver com os produtores de cinema de mesmo nome, inventam um tecido inteiramente elástico. Mais tarde, criam bojos de profundidade variável, e posteriormente criam também as alças elásticas. A Warner criará também o bojo moldado, sem costura que terá um grande sucesso a partir dos anos de 1970 (FONTANEL, 1998). Embora o uso do sutiã se generaliza, o espartilho ainda tenta inovar para não sair do mercado. Uma novidade é o espartilho com fecho ecler, mas esse fecho ameaça abrir a todo instante, além de ser pesado. Esse espartilho não consegue obter sucesso (FONTANEL, 1998). Já em 1935, os bojos com enchimento são criados, e três anos depois os sutiãs com armação, que somem durante a guerra e volta nos anos de 1950, com muita força. Em 1939, cria-se um dos sutiãs mais vendidos, com bojos mais fundos, e pespontos circulares, que resultam em seios pontudos e bem torneados. Esse modelo também tem seu auge nos anos de 1950, voltando nos anos de 1980 nas mãos de Jean-Paul Gaultier (FONTANEL, 1998).

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Figura 33 : Janeth Leigh durante as filmagens de Psicose

Fonte: Fontanel (1998, p. 110)

Figura 34 : “Réard, o sutiã das que se destacam, vai destacar seu busto”

Fonte: Fontanel (1998, p. 114)

Em 1929, a empresa Du Pont começou a pesquisar um novo fio sintético, ainda mais resistente que o látex. Esse novo fio é baseado em fenol, hidrogênio e ácido cítrico. Somente em 1938 a Du Pont anuncia a descoberta do nylon . Dois anos depois a empresa apresentou o primeiro conjunto de roupas de baixo em nylon (FONTANEL, 1998). Segundo Laver (1989, p. 240), "na década de 30, em especial, as atrizes do cinema eram quase árbitros da moda, sendo suas roupas criadas por estilistas como Gilber Adrian.” Na mesma época, a ênfase da beleza mudou das pernas para as

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costas, sendo desnudadas até a cintura. Os vestidos pareciam ser criados para serem olhados de trás (LAVER, 1989). No ano de 1940, Katherine Hepburn vira símbolo de mulher ideal, interpretando uma mulher jovem, emancipada e de espírito esportivo. A grande moda de pulôveres e suéteres que moldam o busto vêm dos Estados Unidos, fascinando os Europeus (FONTANEL, 1998). Nos anos de 1940 volta à moda de destacar a cintura feminina, insinuando o uso de espartilhos leves, que delineiam a cintura. Essa moda fica mais forte com a criação do New Look de Christian Dior. Vive-se uma curta fase de luxo e elegância, onde o busto é delineado e a cintura apertada. O espartilho curto e o modelador cintura-de-vespa criado por Marcel Rochas estão no alto da moda (FONTANEL, 1998).

Figura 35 : Sinta modeladora cintura-de-vespa, “Star”, de renda preta, 1956

Fonte: Fontanel (1998,p. 115)

Segundo Fontanel (1998, p. 118/119):

As mulheres conseguem arranjar seios em forma de ogiva nuclear graças ao famoso modelo de epspontos circulares, criado em 1939. na França, a sechora Fallère, criadora da casa Lou, lança esse modelo “à americana”. [...] Os sutiãs Lou, afamados por seu encaixe, dão um contorno bonito ao busto.

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Figura 36 : Sutiã dos anos 1970

Fonte: Fontanel (1998, p. 118-119)

Em 1950, Paris vive uma era muito sofisticada, quando as mulheres devem ter a aparência de quem possui tempo de sobra para cuidar de sua beleza. Esse tema se tornou importantíssimo depois que terminou a escassez de cosméticos do pós-guerra. O luxo também predominava, utilizando muitas peles, cashmere, mohairs e jóias requintadas deveriam fazer parte do closet feminino (LAVER, 1989). Porém, a moda da década de 1950 marca os protestos norte-americanos em relação à moda européia, principalmente a moda francesa, onde os gastos com tecidos era considerado exagerado. Mesmo assim as americanas acabavam assimilando a essência do New Look ao seu guarda roupas. O estilo americano era aquele ligado à vida familiar, com requinte. Os bebês que nasciam no pós-guerra exigiam de suas mães uma vida caseira (BRAGA, 2005). Em 1950, os seios-globos, bem erguidos, estão na moda. O cinema continua influenciando fortemente as pessoas. Em Mamell´s story, Chesty Morgan tinha 220 cm de busto, que na estória, sufocava suas vítimas com os seios. Jane Russell, também é uma atriz com seios fartos, que teve que ter um sutiã especialmente projetado para ela. Quem fez isso foi o produtor Howard Hugues, que arquitetou um sutiã aerodinâmico, com armações reforçadas, o único a segurar os seios da atriz (FONTANEL, 1998). Após a 2ª Guerra Mundial, as mulheres começam a usar calças compridas e substituem os homens no trabalho. Com a descoberta de tecido sintéticos, as calcinhas se tornam mais elásticas, sendo possível ajustar naturalmente ao corpo feminino, diferente de quando as calcinhas eram feitas de tecido natural, mais rígido, precisando ser grande, para passar pelas pernas e pelos quadris. Nos anos 50, a

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lingerie rendada e sensual virou fetiche, ajudando a trilhar o caminho da roupa de baixo atual (DEODORO; ROCHA, 2008). Os calções encolheram e por volta de 1960 já lembravam as calcinhas de hoje. Nos anos de 1970, o conforto e a durabilidade ganharam uma atração a mais: a sensualidade (REVISTA ISTO É, 1997).

Figura 37 : Calcinha dos anos de 1950

Fonte:

Em 1952 é lançado o sutiã “Very secret”, que auxilia no aumento dos seios, através de almofadas de ar insufláveis. A lingerie fina se desenvolve, trazendo novos modelos como um de renda preta de nylon . Outro modelo era o peito-de-pombo, onde a alça se prende à ponta da armação, quase no limite da axila, estufando e aproximando os seios. (FONTANEL, 1998) Em 1958, hábitos herdados do século XIX ainda persistiam, como o uso de espartilhos, tanto para senhoras de idade, bebês (para sustentar a coluna vertebral), e a partir de 4 anos somente as meninas podiam usá-lo. Nos espartilhos ainda são usadas as barbatanas de baleia, que depois de algum tempo foi substituída por lâminas de alço revestidas de papel e barbatanas de penas de peru, e por fim as barbatanas de nylon ou de plástico que substituem todas as outras.

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Figura 38 : Lingeries “Aubade”

Fonte: Fontanel (1998, p. 123)

Nos anos de 1960 os fabricantes começam a se interessar pelas jovens freguesas, as adolescentes, que agora ganham mesada. Como esse público estava se tornando cada vez mais exigente, a indústria teve que produzir produtos que atendessem a suas expectativas. Então apareceram as alças elásticas reguláveis, que não caem mais pelos braços. Nessa mesma época surge a pílula anticoncepcional, que adiciona alguns centímetros ao busto das jovens, tornando-se uma vantagem inesperada para os fabricantes de sutiãs (FONTANEL, 1998).

Figura 39 : Lingerie para adolescentes, modelo “Warner” (1965, foto, J.J. Bugat)

Fonte: Fontanel (1998, p. 128)

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Em 1960, a França possuía cerca de duzentos fabricantes de lingerie, contra quinze atuais, porém quem permaneceu no mercado, hoje em dia pode se dizer satisfeito, pois com o uso da pílula anticoncepcional, os tamanhos dos seios femininos, “há quinze anos a média era de 85, hoje é de 90, e mesmo 95 nas mulheres jovens” (FONTANEL, 1998, p. 136). Em 1962, a empresa Dimanche lança a primeira meia sem costura. Em 1965 ela encurta seu nome para Dim, e a partir de 1968 a empresa é famosa por vender suas meias por 5 francos, quatro vezes mais barato que um par de meias clássicas. Em 1970, a empresa cria seu primeiro sutiã, feita em sua fábrica de meias, que era tricotado, com bojos feitos no calcanhar da meia curta e emendados por pequenos elásticos de calça. Essa lingerie era vendida enrolada como bola em uma caixa. Também tinha a calcinha que combinava com o sutiã. Já em 1975, a Dim decide criar sua própria lingerie, utilizando maquinário apropriado para o mesmo. Depois de constatar que os sutiãs feitos como meias, somente desvalorizavam os seios, balançando-os, hoje em dia a empresa valoriza os sutiãs que seguram, enfeitando e reforçando a parte inferior dos seios (FONTANEL, 1998). As fibras de poliéster e nylon , possibilitam fazer o bojo moldado, utilizado alta temperatura. Warner criou esse novo modelo de bojo moldado sem costura, que foi intitulado de special pull, pois a pessoa que o usava sentia como estivesse com os seios nus (FONTANEL, 1998). Uma das empresas mais bem sucedidas no ramo dos sutiãs é a Playter, que produz modelos de grande sucesso, como o sutiã “Coeur croisé”, modelo 556, que hoje tem uma imagem envelhecida, porém vende cerca de 800 mil unidades por ano na França, trazendo 70 milhões de francos à empresa. Um este modelo a Playtex lucra o mesmo que uma empresa em 15º na França consegue ganhar com toda a sua linha de lingeries (FONTANEL, 1998).

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Figura 40 : Campanhas da Playtex nos anos 1969, 1971, 1973, 1985, respectivamente.

Fonte: Fontanel (1998, p. 130)

Em 1968 acontece a grande revolta feminista. Durante a eleição de Miss América, feministas jogam os sutiãs em latas de lixo, queimando-os. Os seios emancipam-se, não podendo saber se as mulheres usavam ou não sutiãs embaixo de suas roupas. O abandono do sutiã remete a liberação de todas as barreiras femininas (FONTANEL, 1998). Nos anos de 1970, é fabricada uma renda especial, na qual é fabricado o sutiã filet de Lou, um dos maiores sucessos da história do sutiã. Esta renda é muito semelhante a uma rede, com uma fina grade que aprisiona os seios. O único inconveniente desse sutiã são os mamilos marcados, ou seja, quando a usuária retira seu sutiã, fica impresso um desenho de grade no bico dos seios, mas, para a mulher da época, isso não importa, pois todas amavam essa lingerie (FONTANEL, 1998).

Figura 41 : O famoso filet de Lou, modelo “Paprika”

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Fonte: Fontanel (1998, p. 119)

É a Huit, marca de lingerie, que fabrica o primeiro sutiã moldado francês. Em 70, a meta da empresa é atingir o público que valorize sutiãs macios e leves como plumas. É a primeira vez que um sutiã é vendido numa caixa surpresa, uma bolinha de plástico onde é encontrado o sutiã. Também é a pioneira em anúncio publicitário de sutiãs no cinema, colocando uma sereia nas telonas, passando a idéia de frescor, naturalidade e liberdade. Mais tarde a empresa cria um sutiã sem costura e sem fios, ele é soldado e pespontado a ultra-som. O modelo Titcha vende mais de cinco milhões de unidades em seis anos. Porém a empresa falhe em 1980, pois não consegue mais compreender a mentalidade das mulheres evoluídas, que acham os sutiãs moles, sem segurança, transparentes demais. A ultima pessoa que assumiu a direção da empresa cria uma linha moderna com itens de algodão estampados (FONTANEL, 1998).

Figura 42 : Sutiã Titcha, da Huit, anos de 1970.

Fonte: Fontanel, 1998, p. 136

Os anos de 1970 são marcados pela referência do New Romantic, que privilegia o novo romantismo com as estampas florais, acabamentos de renda, chapéu-de-palha e muitos acessórios com aspectos românticos, com excesso de tecido nas saias (BRAGA, 2005). Laver (1989, p. 278), afirma que:

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As revistas de moda e a imprensa em geral começaram a assumir um papel muito inovador ao fornecer diretrizes de “bom senso da moda”, e proliferam os livros sobre como descobrir um estilo pessoal. Na década de 80, a mística da alta costura evaporou-se. As mulheres tinham mais conhecimentos sobre corte e tecidos do que em qualquer época desde a Segunda Guerra Mundial, e toda mulher estava bem equipada para criar seu próprio look.

Em 1950, a Du Pont, inventa a lycra, malha muito elástica com dois fios, um sintético a 85%, outro uma fibra elástica muito leve a 15%. Porém somente 30 anos depois os pesquisadores conseguiram alcançar o resultado esperado, pois antes, a tintura dos poliésteres a 130 graus destruíam o elastano, e o cloro destruía as fibras, além de aparecer pontinhos brancos na poliamida sempre que a malha era tencionada. Mas nos anos 80, o fio mágico chamado lycra, ajuda a inovar no design das lingeries, que podem dar adeus à pinças, recortes, fechos e colchetes. Esse fio pode esticar a ponto de ficar até cinco vezes maior. Esse fio também pode ser associado a tecidos como seda, crepe, tule e renda (FONTANEL, 1998). Braga (2005, p. 95) afirma que “os anos 80 trouxeram-nos uma verdadeira profusão de influencias e contrastes, em que os opostos começaram a conviver em harmonia e ambos sendo aspectos de moda.” A partir desse momento foi possível verificar que não existem mais uma única verdade na moda, e sim numerosos caminhos a serem trilhados, criando um leque de possibilidades. Fontanel (1998, p. 141), descreve os anos 80 como :

A volta dos seios roliços e mulheres cheinhas. Os sutiãs com armações suplantam os demais. A grande sacerdotisa celebrante desse culto de seios encaixados em pequenos balcões de renda é a criadora Chantal Thomass. O setor inteiro reconhece nela a campeã dessa reconquista. [...] No começo da década, 54% das mulheres declaram jamais usar lingerie fina, segundo uma sondagem do clube Expansion. No entanto, em 1983, o mercado explode, acompanhando os lucros da bolsa. Graças aos criadores, inspirados nas novas gerações de têxteis, a lingerie experimenta um verdadeiro big-bang.

Nessa época existiam apenas cinco modelos de lingeries clássicas, e quando aparecem nas grandes lojas os modelos com ampla variedade de cores, estampas e texturas, as mulheres são tomadas pela cobiça. Em 1984 as irmãs Louma e Shama Hiridjee abrem em Paris sua loja, a Princesse Tam Tam, apresentando sutiãs

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quadriculados, em pois, piquê de algodão, com estampas de frutas como cerejas e framboesas, criando lingeries para se usar em casa. Na linha ultra-sofisticada, a marca, La Perla é líder. Marca italiana que atua fortemente na França.

Figura 43 : Lingerie da Princesse Tam Tam

Fonte: Fontanel (1998, p. 142)

Braga (2005, p. 97), escreve que: O que vale a pena ressaltar é que não havia mais tanta diferença entre as linguagens de moda tanto para os homens quanto para as mulheres. Todas essas tribos eram compostas por ambos os sexos e as características visuais pertenciam a todos com sutis peculiaridades do que era do masculino e do que pertencia ao feminino.

Nos anos de 1980, os avanços tecnológicos e modernidades foram de grande importância, pois com isso foram inventados tecidos como a microfibra, que de tão fina e resistente, eram denominados, segundo Braga (2005, p. 99), “leves como uma pluma e resistentes como o ferro”. Além disso, esses tecidos não amarrotam, e secam em tempo reduzido, comparado com outros tecidos. Junto com a criação desses tecidos “inteligentes”, houve a informatização do setor da moda, como programas específicos para a criação de modelagens, estamparias, entre outros recursos que aceleravam a produção de peças de moda. Então, os tecidos strecht e o brilho invadem o mundo das lingeries, acompanhando o estilo fitness e os movimentos ecológicos. A vontade obsessiva de emagrecer, e o frenesi de modelar o corpo, fazem renascer o espírito do espartilho, trocando as barbatanas por uma musculatura de aço, ou por inibidores de apetite, geralmente vendidos nas farmácias (FONTANEL, 1998).

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O novo conceito de utilizar a roupa de baixo aparecendo, cria os bodys, bustiês, corpetes e sutiãs como roupas de sair. Assim a Huit segue essa onda, criando o primeiro sutiã de veludo, em 1988, vendendo muito bem, sendo considerado o sutiã outwear, inaugurado pela cantora Madonna no início de sua carreira (FONTANEL, 1998). Os anos de 1990 fazem parte de um caráter de mistura, juntando várias referencias vindas de diversas realidades, e todas juntas formam uma nova proposta. A liberdade de se vestir, de expressão é muito grande. O desconstrutivismo foi outra idéia criada nos anos de 1990, que passa a idéia de desconstrução para um novo construir, criando um paradoxo que se firma no mundo da moda (BRAGA, 2005). Sobre a fabricação de um sutiã, Fontanel (1998, p. 148) diz que “precisa-se juntar vinte pedaços diferentes, de tule, malha ou renda, alguns minúsculos. [...] Costuras quase milimétricas, acabamentos, arremate...”. Ela ainda afirma que “o sutiã é a peça de roupa mais complexa que existe, tanto que robôs são incapazes de manipulá-lo.” A indústria de roupas íntimas, exige um numero grande de funcionários, pois todas as etapas do trabalho que precedem a montagem já podem ser informatizadas, como a criação das rendas, os cortes e os moldes. Mas na hora da costura, cada operária fica encarregada de uma só costura, muitas vezes minuciosa (FONTANEL, 1998).

Figura 44 : Sutiã “La Perla”, 1992.

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Fonte: Fontanel (1998, p. 148)

Fontanel (1998, p. 152), diz que:

Em escala mundial, a lingerie, com seu universo intimista, representa, na verdade, um mercado pelo qual os homens de negócios lutam ferozmente. [...] O prêmio de sutiã-surpresa pertence provavelmente à filial japonesa da Triumph que, na ocasião do bicentenário da morte de Mozart, criou um sutiã musical: graças a um chip eletrônico, esse modelo, ao ser fechado com um colchete, tocava uma ária do grande compositor.

Hoje em dia, uma lingerie pode até mesmo ser exposta numa galeria de arte, como é o exemplo da obra do escultor e poeta criador de móveis Rajdar Coll-Part. Essa obra se chama Bergère, e é feita de aspiradores, tubos de aço, roupas intimas de mulher, e lâmpada de halogênio (FONTANEL, 1998).

Figura 45 : Bergère, obra do escultor Rajdar Coll-Part

Fonte: Fontanel, 1998, p. 153

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3.3 Inspiração: dança contemporânea

Neste tópico, serão abordados os pontos históricos e os conhecimentos do tema de inspiração, que é a dança contemporânea, focando no grupo carioca de dança, Déborah Colker. Garaudy (1980, p. 13) afirma que “A dança é um modo de existir”. Mas, a dança é, sobre tudo, uma forma de comunicação. Segundo Siqueira (1996, p. 21), “comunicação é o termo que ultrapassa o campo acadêmico e se emprega no cotidiano, na argumentação retórica da publicidade e da política”. Acima de tudo, a comunicação é um fenômeno cultural, que possibilita a vida em sociedade e não existe sozinha, ou seja, precisa haver troca de mensagens com significados. (SIQUEIRA, 1996) Vale a pena ressaltar, que há algumas décadas, a dança não figurava entre as artes, e há alguns anos que ela recebe tratamento específico no campo da comunicação. A dança pode criar tanto linguagens alternativas, gestos corporais fora das estereotipias coreográficas quanto pode afirmar-se em aliança com ditas novas mídias (VILLAÇA, 2007). Siqueira (1996, p. 71), afirma que, “muitas são as definições para dança, já que são muitos os modos de entendê-la: como forma de expressão, linguagem, arte, ritual, técnica, meio de comunicação, campo profissional, terapia, espetáculo e diversão.”. A dança é uma expressão artística complexa, que vem passando por períodos de maior ou menor aceitação dentro de determinadas culturas. Provavelmente, teve início como rito religioso, e posteriormente passou a ser um ritual profano como celebração associada ao trabalho. No Ocidente tornou-se mundana, sendo reprimida pela moral cristã medieval. Na renascença, a dança recupera a popularidade, havendo a fusão da dança com a opereta e a mímica. Nessa época surge a dança clássica, tendo seu apogeu no século XIX (SIQUEIRA, 2006). De acordo com Siqueira (1996, p. 93-94):

De origem italiana, o balé desenvolveu-se na França de Luís XIV – o “Roi Soleil” -, expandiu-se com menos força por países como Alemanha, Inglaterra e Áutria e teve um considerável

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desenvolvimento na Rússia imperial, no século XVIII e, em especial, no XIX, através de contribuições como a do francês Marius Petipa.

A partir daí o balé tornou-se conhecido em diversas partes do mundo. Com as guerras do início do século as companhias de dança fizeram turnês, sendo que alguns bailarinos não voltaram para seus países, espalhando a arte de dançar. No Brasil, a russa Maria Olenewa, da companhia de Anna Pavlova, fundou a escola do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. (SIQUEIRA, 2006) Depois de quatro séculos de balé clássico e vinte séculos de desprezo do corpo, pelo cristianismo, a dança moderna simboliza a expressão através dos movimentos do corpo. (GARAUDY, 1980) A dança moderna surgiu na América, com a finalidade de rejeitar a dança clássica. A sua grande iniciadora foi Isadora Duncan, mas quem criou os seus princípios que codificaram a dança moderna foi Marta Graham, nos anos 20 e 30 do século XX. Estes princípios centravam-se continuamente na respiração e os bailarinos dançavam descalços, em movimentos mais livres (SITE DANÇAS DO MUNDO, 2008). Nos primeiros anos do século XX, Isadora Duncan começou pela negação do balé clássico. Ruth Saint-Denis, criou uma arte litúrgica. Martha Graham, mesmo rejeitando as convenções clássicas, se diz oposta à Isadora e Ruth. (GARAUDY, 1980) Martha, nascida em Nova Iorque, Estados Unidos, diz que “nada é mais revelador do que o movimento. O que você é se expressa no que você faz”. As suas coreografias, com explosões alegres, paradas repentinas, movimentos bruscos, tentam libertar a alma americana da prisão do puritanismo e da escravidão industrial (GARAUDY, 1980).

Figura 46 : Martha Grahan, 1935

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Fonte:

Isadora Duncan, nascida em San Francisco, Estado Unidos, divulga a dança moderna no mundo. Segundo Siqueira (1996, p. 94), “desde Duncan, a dança entrou em um intenso processo de renovação e até hoje vem assimilando as mais diversas linguagens.” A dança moderna afirma o poder do corpo em movimento, versus o mecanismo e o sedentarismo provocados pelo estilo de vida urbano e industrial (SIQUEIRA, 2006).

Figura 47 : Isadora Duncan

Fonte:

Paralelamente ao sucesso da dança moderna, a Dança Expressionista Alemã começa a destacar-se na Europa. Pina Bausch foi a responsável por esta transformação da dança alemã tendo sido também a líder deste movimento (SITE DANÇAS DO MUNDO, 2008) Segundo o Site Danças do Mundo (2008):

A dança contemporânea evoluiu a partir da dança moderna do início do século XX. Os cenários e coreografias procuram expressar sentimentos, confrontos e problemas da sociedade atual; é uma dança que reflete a vida e o confinamento do ser humano, que estuda e busca o domínio das formas universais do movimento observando os seus aspectos corporais e mentais; o seu foco está

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na compreensão e na prática dos princípios do movimento humano e das suas infinitas variações.

Figura 48 : Grupo de dança contemporânea

Fonte:

A dança contemporânea é uma fusão do balé clássico, dança moderna, dança expressionista, influências orientais, e de formas recentes de se movimentar, como o hip-hop e street dance . A dança contemporânea, embora difícil conceituar, é uma construção estética consistente. A formação dos bailarinos e coreógrafos normalmente reúne experiências corporais com as artes marciais, esportes e outros estilos de dança, resultando num trabalho que explora tanto a verticalidade quanto o contato com o chão (Siqueira, 2006). Na dança moderna procurava-se dar ênfase aos sentimentos, aos sonhos, tentando deixá-los bastante teatrais através dos movimentos corporais. Na dança contemporânea existem uma ampla diversidade de elementos e peculiaridades, tendências e estilos; não há um elemento puro, mas sim um vasto repertório de dados. Esta multiplicidade e liberdade em aplicar diversos elementos para criar, pode ser muito rica e criativa, já que o artista pode criar com estilo e óptica própria, sem ficar preso e limitado a determinada linha ou técnica. (SITE DANÇAS DO MUNDO, 2008) A dança contemporânea aparece a partir do contexto da sua época, trazendo a necessidade de libertação das formas pré-estabelecidas, de novas descobertas da relação do homem com o seu tempo e com o seu corpo, o que a torna marcada pela diversidade de técnicas, de formas e de corpos (SITE DANÇAS DO MUNDO, 2008).

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Figura 49 : Dança Contemporânea

Fonte:

A companhia brasileira de dança contemporânea mais antiga do Brasil é a Ballet Stagium, de São Paulo, fundada em 1971, por Décio Otero e Márika Gidali. Algumas das palavras que podem ser associadas ao seu trabalho são, a cidadania, olhar crítico, visão política e social e reflexão sobre o cotidiano. A companhia tenta manter a coerência entre atuação artística e exercício político através da arte. Para Otero, a dança é um campo que deve ser avaliado além da técnica (SIQUEIRA, 2006). O grupo Corpo, de Belo Horizonte, MG, é, depois do Ballet Stagium, o mais antigo em ação no Brasil. Fundado pelos irmãos Pederneiras em 1975, investe em bailarinos com formação técnica em balé clássico e moderno, e não adota a divisão entre solistas e corpo de baile (SIQUEIRA, 2006). O grupo tem vocabulário corporal próprio, onde o movimento acentuado dos quadris ganha destaque. O movimento parece ser livre e largado, os bailarinos são flexíveis, tendo ao mesmo tempo movimentos precisos e muito bem planejados. (SIQUEIRA, 2006) Segundo Siqueira (2006, p. 113):

Apesar das dificuldades de uma arte que precisa de patrocínio para se manter, a dança cênica contemporânea no Brasil vem passando por um momento de profissionalização. As maiores companhias, como Ballet Stagium, Grupo Corpo, Companhia Deborah Colker e ainda companhias oficiais (ligadas a governos municipais, estaduais ou federal), atuam de modo profissional, com pagamento de encargos por seus bailarinos e busca de patrocínio.

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A dança contemporânea caminha lado a lado com a humanidade e os seus progressos, existindo uma enorme procura para manter viva a chama de uma arte em constante evolução (SITE DANÇAS DO MUNDO, 2008).

3.3.1 Companhia Deborah Colker

Segundo o site Débora Colker (2008) “Bailarina, coreógrafa e diretora da Companhia de Dança Débora Colker, nasceu no Rio de Janeiro, em 1962. Tem dois filhos. Foi pianista durante 10 anos.” Déborah é uma coreógrafa preocupada em estudar movimento, e trazer para a dança vários assuntos que nem sempre estão presentes no mundo da dança, tais como: esporte, o cotidiano, cinema, fotografia, jornalismo, televisão. Colker diz: "Enfim, a dança é a maneira que eu me comunico com o mundo" (SITE DEBORAH COLKER, 2008). Segundo o site da Débora Colker (2008):

A diversidade, a inquietação, não são uma marca do trabalho de Deborah Colker por acaso. Ela cursou Psicologia, foi jogadora de vôlei e estudou piano durante dez anos, dando vários concertos. A partir de 1980, Deborah dançou, coreografou e deu aulas durante oito anos no grupo Coringa, sob a direção de Graciela Figueroa.

No ano de 1984, convidada por Dina Sfat para coreografar a peça "A Irresistível Aventura", com direção de Domingos de Oliveira, Deborah deu início ao que seria a vertente mais importante de sua carreira nos dez anos conseqüentes: diretora de movimento, uma expressão sugerida para definir seu trabalho (SITE DEBORAH COLKER, 2008). Débora é também a coreógrafa de shows e videoclips de artistas como Fernanda Abreu, Kid Abelha, Fausto Fawcett, Legião Urbana e Adriana Calcanhoto. Também coreografou a Comissão de Frente da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Em 1997, sua coreografia Paixão foi remontada para o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, passando a fazer parte do repertório do Theatro (SITE DEBORAH COLKER, 2008). Em 1994, Deborah abre sua própria companhia, estreando no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com o espetáculo Vulcão . No ano seguinte, já como primeira companhia, apoiada pela prefeitura, estreou Velox , que teve grande êxito

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em público e mídia, sendo o passaporte para participar na Bienal de Dança de Lyon, em 1996, onde apresentou Mix , uma coletânea dos melhores momentos dos dois trabalhos realizados pela companhia (SIQUEIRA, 2006) Com o espetáculo Mix , Deborah Colker foi a primeira brasileira a ganhar o prêmio Laurence Olivier, um dos mais prestigiados das artes cênicas em Londres. Deborah foi a vitoriosa da categoria "Outstanding Achievement in Dance" (Destaque em Dança), na edição 2001 do prêmio (SITE DEBORAH COLKER, 2008). Segundo o site da Deborah Colker (2008)., “em 1995, devido à repercussão de seu trabalho, a Companhia conquistou o patrocínio exclusivo da Petrobrás Distribuidora, o que lhe tem possibilitado alçar grandes vôos e se firmar no panorama da dança mundial.” Os espetáculos da companhia são verdadeiros sucessos. Velox e Rota foram assistidos por mais de 150 mil pessoas, cada um (SIQUEIRA, 2006). Podendo desenvolver seus trabalhos numa sede própria, a companhia vem surpreendendo por implantar na dança elementos cênicos jamais antes utilizados e assegurar sua contemporaneidade, misturando as técnicas de dança com o cotidiano do público (SITE DEBORAH COLKER, 2008). Siqueira (2006, p. 190) afirma que “para executar seus trabalhos, que exigem intenso esforço físico, a coreógrafa diz precisar hoje de intérpretes fortes, flexíveis, com base técnica em balé clássico, e dispostos a submeter seus corpos a riscos físicos.” Sendo ela coreógrafa e intérprete, pode experimentar em seu próprio corpo suas criações e os riscos a que submete seus interpretes.

Figura 50 : Espaço da Companhia Deborah Colker

Fonte:

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A rotina da companhia não é fácil, já que precisa conciliar diariamente aulas de balé, dança contemporânea e ensaios do repertório ou novo espetáculo. Para manter esse esquema de ensaios é preciso uma estrutura sólida, com um local apropriado, professores e assistentes (SIQUEIRA, 2006). Para elaborar o espetáculo Casa , a coreógrafa explorou a relação entre arquitetura e dança, e a construção e ocupação de espaços. A temática é a mesma do início ao fim, utilizando sub-temas relacionados ao cotidiano doméstico. Chamando atenção do espectador para a movimentação diária de um lar, os intérpretes aparecem tomando banho, paquerando pela janela, amando-se, brigando, assistindo à televisão (SIQUEIRA, 2006).

Figura 51 : Espetáculo Casa (1999)

Fonte:

A arquitetura montada no palco permite que uma intérprete abra o chuveiro e deixe a água cair, permite que paredes se levantem e abaixem, formando novos

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ambientes, deixando a casa de três andares e vários cômodos, que ocupa quase todo o palco, versátil e funcional. Os figurinos reproduzem roupas urbanas, que são trocadas diversas vezes, mesclando silêncio, música clássica e instrumental eletrônica, ajudando a compor um ambiente de casa urbana. O passar do tempo também acontece no espetáculo, pois durante as cenas, é dia, escurece, cai a noite, nasce o dia novamente (SIQUEIRA, 2006). Sobre o processo criativo, Colker vai por etapas, diz que surgem idéias na cabeça e vai trabalhando-as. Cada processo de criação é único. Ela também está atenta com as novas problemáticas, trabalhando com elas de modo que o público entenda o conceito trabalhado pela artista (SIQUEIRA, 2006). Para o espetáculo 4 por 4 , em 2002, Colker preparou um espetáculo inspirado nas artes plásticas. Siqueira (2006, p. 200), afirma ainda que “o trabalho de busca interdisciplinar de temas e questões, o treinamento corporal intenso, a troca com os intérpretes levam ao desenvolvimento de linguagem singular da artista. Essa linguagem torna-se característica em suas obras e pode ser reconhecida.”

Figura 52 : Espetáculo 4 por 4 (2002)

Fonte:

As obras de Déborah Colker revelam, na aparência e no gestual, um corpo típico da zona sul carioca, a região das praias. Os figurinos revelam tendências de moda, a música é up to date , misturando clássicos com ritmos atuais. Em alguns momentos, a movimentação remete à estilos urbanos como break dance . Siqueira (2006, p. 206) diz que “o conjunto desses fatores, aliado à intenção da coreógrafa de

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promover comunicação com o público e à produção de qualidade dos espetáculos, certamente faz com que suas peças gerem uma forte empatia com as audiências” Os espetáculos que a companhia teve a oportunidade de criar e ter muito sucesso são, segundo o site Deborah Colker (2008):

• Vulcão (1994) • Velox (1995) • Mix (1996) • Rota (1997) • Casa (1999) • 4 por 4 (2002) • Nó (2005) • Dínamo (2006) • Cruel (2008)

Desde a abertura, a companhia se apresentou na Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Chile, Colômbia, Portugal, Argentina, Canadá, Estados Unidos, Holanda, Cingapura, Nova Zelândia, Hong Kong, Macau e Irlanda (SITE DEBORAH COLKER, 2008).

Figura 53 : Painel Semântico da Temática

Fonte: Do autor

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As coreografias da companhia possuem a tendência de serem diferentes do “normal”, desafiando as leis da gravidade. Seus bailarinos, durante a coreografia, interagem com materiais diferenciados, prendendo a atenção do espectador. A cada espetáculo existe uma novidade que surpreende a todos, sempre. Na coleção de peças de lingeries, serão utilizados os elementos de cena dos espetáculos (objetos e pessoas), assim como itens dos figurinos. Além de serem exploradas as formas orgânicas do corpo, quando o bailarino está dançando, transmitindo o movimento da dança e a contemporaneidade dos elementos dos espetáculos. Essas informações são importantes para a elaboração do projeto, pois dão identidade ao produto, fazendo com que ele seja inovador, podendo utilizar aviamentos inspirados no Grupo de dança, formas de lingeries originadas a partir dos elementos de cenário, enfim, inspirando-se em algo contemporâneo e com estética atraente, transmitindo a força e sensualidade da dança coreografada por Déborah Colker, para a lingerie.

3.4 Tendências de moda para Verão 2008/2009

Além de utilizar a inspiração temática da companhia de dança contemporânea Débora Colker, serão utilizadas as tendências de moda para o verão 2009, estação que a coleção será lançada. Esta pesquisa de tendências serve para auxiliar na escolha de tecidos e aviamentos que serão utilizados na coleção, e no desenvolvimento das formas, tendo maior chance de o produto ser bem aceito no mercado, já que as tendências de moda indicam o caminho que a moda “deve seguir”. Os tecidos em tons terra, sol e mar, traduzem a energia natural das fibras vegetais e animais. A superfície do tecido é extremamente lisa, graças ao acabamento. Os bordados permanecem tendo seu lugar, até mesmo por cima de estampas, como o jersey listrado e estampado (SITE SORTIMENTOS, 2008).

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Figura 54 : Tecido em tons de terra, com superfície lisa.

Fonte: Miranda, 2008

O tema Belas Artes é rico em clássicos bordados, rendas e brilhos abusados pelo efeito de novas tecnologias ou aprimorado artesanato. Alguns insinuando transparência (SITE SORTIMENTOS, 2008).

Figura 55 : Rendas, transparências e brilhos

Fonte: Miranda, 2008

A categoria Multifuncional ressalta a necessidade de proteção, praticidade e funcionalidade, ganhando mercado e caracterizando coleções com os tecidos anti- chama, antialérgicos, anti-odor, antimicrobiano, secagem rápida, anti UV e algodão orgânico colorido, além dos bi-stretch (elasticidade nos dois sentidos) e dos efeitos

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de estruturas e acabamentos especiais. Também destaca o aumento de novidades como as fibras de bambu e de curauá, totalmente naturais.

Figura 56 : Lingerie Eloeth, divulgando lingerie fabricada com fibra de bambu.

Fonte:

Miranda (2008) afirma que as estampas para as coleções Verão 2008/2009, variam entre expressões nativas e éticas, mergulhando nos símbolos tribais, peles exóticas (phyton, avestruz, serpente), graúdas flores, frutas nativas e fotos de minerais esculpidos. Outra influencia na estamparia são as imagens de alquimia, feitiços, amuletos. Entre as estampas vintage , estão os geométricos e florais, nostálgicos cenários de férias na praia, resorts e cruzeiros. Estampas contendo brilhos, pérolas e jóias estarão em alta, assim como toy-art , movimentos néon pop- art, e texturas em relevo, rebordados, perfurados, camadas e tressê.

Figura 57 : Estampas de animais e geométrica

Fonte: Miranda, 2008

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As formas são fluidas ou contornadas, com jogos de volumes (pregas, rodas, enviesadas e godês). Os pontos altos da nova estação são laços, babados, plissados, metalizados, franjas fininhas em camadas aglomeradas em cascata ou perfiladas, desfiados, corda e palha. As alças são trabalhadas em cetim e em elástico com brilhos, com pedrinhas, pingentes e lantejoulas. Elásticos lisos, estampados, listrados, decorativos étnicos com superfícies e bicos trabalhados também serão tendência para o verão 2008/09, assim como fitas e elásticos plissados, babadinhos (lisos, estampados, franzidos, sobrepostos), viés (debruns coloridos, estampados, refletivos e fluorescentes-neons) (MIRANDA, 2008).

Figura 58 : Peças em cetim plissado, com babados na saia

Fonte:

Os aviamentos com detalhes de metal podem ter formatos irregulares, efeitos quebrados e tamanhos variados, nos tons de dourados e ouro alto brilho, prata intenso, cromado inox, níquel, coloridos esmaltados, perolizados e glitter , envelhecidos em prata, estanho e bronze (MIRANDA, 2008).

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Figura 59 : Aviamentos em metal envelhecido e esmaltado

Fonte: Miranda, 2008

As cores propostas por Miranda (2008), para a estação verão 2008/2009 são:

Figura 60 : Cartela de Cores Verão 2008/2009

Fonte: Miranda, 2008

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As principais referências para o verão 2008/2009 estão inseridas no painel abaixo.

Figura 61 : Painel de Tendências

Fonte: Do autor

Para a elaboração da coleção de lingeries, serão aproveitadas as tendências em aviamentos como laços, detalhes em metal, brilhos, pedrarias, etc. Efeitos como babados e plissados, serão usados, já que valorizam a peça de lingerie, tornando-as delicadas e diferenciadas. As cores terrosas sempre estão na moda, sendo aproveitadas tanto para as consumidoras clássicas, quanto para as mulheres mais contemporâneas, gamas de cores mais vivas são bastante atraentes, pois a atual tendência é uma cartela alegre, substituindo os tons acinzentados usados no inverno. Essas cores tendem trazer a alegria da vida para as peças íntimas. Para a coleção, também serão aproveitados os bordados ingleses, que estão em evidencia no cenário da lingerie, sendo um artigo delicado e confortável. As fitas de cetim são indispensáveis, já que esse tecido não para de crescer no ramo, dando sofisticação às peças. Enfim, as lingeries seguem tendências variadas, mas universais, conseguindo agradar todo tipo de consumidora.

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3.5 Ergonomia no vestuário

Além das tendências de moda, algo que não pode faltar em uma peça de roupa é o estudo ergonômico da mesma. Segundo Borges (2005, p. 51), “a ergonomia é considerada por alguns autores como ciência enquanto geradora de conhecimento, para outros como tecnologia, por seu caráter aplicativo de transformação”. Hoje em dia existem estudos que estão mais abrangentes, criando novos conceitos da área. A adaptação ergonômica existe há milhares de anos, desde que o homem procurava adaptar a natureza às suas necessidades, criando e modificando meios artificiais. Um exemplo ocorre quando os homens pré-históricos fabricavam armas que se adaptavam as suas mãos (IIDA, 2005). A ergonomia evolui durante a segunda metade do século XX, abordando problemas mais amplos, de forma integrada e interdisciplinar. No começo estudava apenas uma parte do produto, hoje estuda os produtos inteiros (IIDA, 2005). Até pouco tempo atrás, os projetos e desenvolvimentos de produtos se preocupavam principalmente nos aspectos técnicos e funcionais. Os aspectos ergonômicos e de design, eram pouco considerados, porém nas últimas décadas, esse panorama transformou-se (IIDA, 2005). Existem três características básicas desejáveis de um produto. A primeira é a qualidade técnica (parte que faz funcionar o produto), qualidade ergonômica (garante uma boa interação do produto com o usuário), e a qualidade estética (envolve a combinação de formas, cores, materiais, etc. proporcionando prazer ao consumidor). Uma ou outra qualidade sempre predomina sobre as outras. No mundo da moda a qualidade ergonômica e estética se destacam, ganhando mais valor na criação de um produto (IIDA, 2005). Em relação às áreas de estudo dentro da ergonomia, existe o estudo da física e percepção. Na física, a antropometria, é muito importante, pois a partir das medições das medidas de uma amostragem de pessoas pode-se obter uma representação confiável de uma população, que é composto por indivíduos dos mais variados tipos e dimensões. Existem também influências das etnias na antropologia, onde as variações podem ser extremas, como são encontradas entre pessoas da África, como os pigmeus da África Central, medindo entre 147,8 cm (homens) e

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137,2 cm (mulheres), e os negros nilóticos, com medidas de 182,9 cm (homens) e 168,9 cm (mulheres) (IIDA, 2005). Já a área cognitiva (perceptiva), estuda os aspectos sensoriais existentes na ergonomia. Iida (2005, p. 258) afirma que as “sensações refere-se ao processo biológico de captação de energia ambiental. Essa energia é captada por células nervosas dos órgãos sensoriais, sob a forma de luz, calor, pressão, movimento, partículas químicas e assim por diante”. A percepção envolve processamento, e está relacionada às recepções e reconhecimento de uma informação, comparando-a com uma informação anteriormente registrada na memória (IIDA, 2005). Dentro da moda as características físicas são mais percebidas, já que o produto possui contato direto com o corpo, tendo que haver estudos antropométricos para criar o produto ideal. Mas as características cognitivas também estão presentes na moda, pois quando qualquer produto contraria a forma já existente, a pessoa tem certa dificuldade em aceitar, pois já está acostumada com o item anterior. Segundo Radicetti (1999), presente no site Mab Fortuna (2008):

O vestuário, em especial a roupa, é considerado objeto de moda, e o homem interage na prática do uso por aproximadamente 24 horas por dia, com o intuito de cobrir o corpo como se fosse um invólucro ou uma “segunda pele”. Na atualidade, sendo a Ergonomia uma ciência voltada para o bem-estar, a saúde e o conforto, sua utilização deve ser consciente e o homem pode ser considerado por sua interação e adaptação ao produto.

Com apoio na anatomia humana, ciência que avalia minuciosamente a estrutura dos seres humanos, associada à antropometria, podem ser desenvolvidos estudos relacionados ao design da modelagem (RADICETTI, 1999). A ergonomia está inserida dentro do vestuário quando se escolhe um tecido, por ter um toque agradável, um caimento adequado e se ajustar conforme o calor ou frio. Outro fator importante para a ergonomia do vestuário é a modelagem, que auxilia a roupa a ficar confortável e bonita. Outro item são os aviamentos, cada vez mais desenvolvidos tecnologicamente, dando conforto e praticidade ao vestuário.

O traje ajusta-se ao corpo, procurando reproduzir por meio de cortes e costuras, a forma corporal como objeto tridimensional. Assim, o homem se vê obrigado a entender as articulações do seu físico a perceber a resistência e a plasticidade da matéria-prima, a projetar a roupa, a planificá-la em um molde, para então construí-la. (LEITE, 2004, p. 120)

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Quase todos os produtos de moda são feitos industrialmente. Eles são desenvolvidos através de uma amostragem de população, onde são tiradas as medidas e feita uma média antropométrica, de onde são feitos os moldes que se encaixarão a cada biotipo. Tudo isso, tendo em conta a função de uso, a origem do tecido, que por sua vez exige estudos ergonômicos na sua adequação funcional, de conforto e segurança (GOMES, 2003). Jarufe (2007, p. 18-19), diz que: “o processo antropométrico, corresponde as técnicas de modelagem de acordo com estudos elaborados”. A seguir exemplo, de como proceder a uma medição de feminino adulto de acordo com Jarufe (2007, p. 08):

1. Circunferência do Tórax 2. Circunferência do Busto 3. Circunferência do Quadril 4. Distância entre bustos 5. Altura da cava 6. Altura da frente (da base do degolo à cintura) 7. Largura do Tórax frente entre axilas (na linha do tórax) 8. Largura das costas entre axilas (na linha do tórax)

Segundo Gomes (2003, p. 143):

O vestuário pode tanto aumentar o volume ocupado pelas pessoas, como limitar os seus movimentos. Os vestuários pesados, de inverno, por exemplo, no dimensionamento de volume para cabines de elevadores ou veículos de transporte coletivo e também limitam o movimento de alcance em até 5 cm. Os calçados femininos de salto alto também podem aumentar a estatura das mulheres até 7 cm. Em alguns casos há também equipamentos de proteção individual de uso obrigatório, que podem aumentar o volume.

Dentro do vestuário, a roupa íntima tem grande importância para a ergonomia, já que são empregadas para garantir a proteção e segurança às mulheres. As roupas íntimas são usadas por vários biotipos e tamanhos variáveis, e com características corporais que variam expressivamente. São essas variações que influenciam na diversidade de modelos de lingeries, tais como sutiãs meia taça, com bojo, tangas, corpetes, meias e outros acessórios (GOMES, 2003).

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3.6 Pesquisa de materiais

No segmento underwear , a utilização de materiais adequados para a lingerie é essencial para contribuir com a qualidade ergonômica da peça, ajudando a evitar transpirações excessivas, proporcionando conforto térmico, e outros problemas que podem ocorrer, se não for usado tecido adequado. Os aviamentos para lingerie são escolhidos com muito cuidado, pensando sempre na funcionalidade e conforto que serão aplicados à peça, porém não deixando de lado a estética, que remete a um dos conceitos deste projeto.

3.6.1 Tecidos

Os tecidos para a linha íntima são delicados e possuem toque macio, dando conforto e transpiração à pele. Os tecidos mais conhecidos para a lingerie são a malha de algodão, microfibra, tule e renda. Todos os tecidos apresentados serão usados na confecção da nova coleção. O algodão é originário da Índia, e da Etiópia. É a fibra mais usada no mundo, e leva vantagem em relação a outras fibras, já que dele tudo se aproveita. O algodão é a fibra mais resistente, podendo ficar séculos com boa conservação, sendo menos vulnerável a traças, mofos e fungos (CHATAIGNIER, 2006). Atualmente os tecidos feitos com algodão são os mais usados na lingerie, pois possuem o preço baixo, além de serem confortáveis e permitir a respiração da pele. Pode ser de diferentes gramaturas (sendo mais finos ou mais grossos), cores e estampas. O cotton , tecido em algodão muito usado na fabricação de roupas íntimas recebe o fio de elastano, deixando a peça ainda mais confortável, agradando a maioria das pessoas.

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Figura 62 : Cotton

Fonte: Do autor

A microfibra, segundo Chataignier (2006, p. 113) foi “lançada em 1992, no Brasil pela Rhodia. Foi, digamos assim, o primeiro tecido inteligente, a começas pelo fato de ser um tecido aglomerado com partículas que se uniam com o calor. Praticidade, conforto e beleza, são as suas características principais.” Os fios de microfibra são muito finos, sendo 60 vezes mais finos que um fio de cabelo, possuindo excelente caimento, sendo ótimos isolantes térmicos, suportando o calor e protegendo do frio (CHATAIGNIER, 2006).

Figura 63 : Microfibra

Fonte: Do autor

O tule, outro tecido muito usado na fabricação de lingeries, tanto bordados ou não, é um tipo de renda, com malha redonda ou poligonal, que desenha seus furinhos característicos. Esse tecido é armado e transparente, produzido em nylon , algodão ou poliamida. As duas últimos fibras, deixam o tecido mais leve e requintado. (CHATAIGNIER, 2006)

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Figura 64 : Tule estampado

Fonte: Do autor

A renda é um tecido muito usado no mundo da roupa íntima, tanto como tecido base, quanto em detalhes. Esse tecido é uma estrutura que tem malhas abertas e delicadas com fios como a seda, algodão e poliéster. A maioria das rendas usadas nesse segmento são produzidas em teares de última geração. Dos entrelaçamentos surgem desenhos diferentes. Entre os principais tipos estão (CHATAIGNIER, 2006):

• Renda chantilly , bordada sobre tules e motivos delicados; • Renda marescot , os desenhos são contornados com filetes de seda; • Renda guipure , mais pesada e cheia, às vezes com bolinhas, enriquecendo o desenho; • Renda valencienne , mais fina e delicada que a chantilly ; • Renda callais conjuga ações de máquinas com o trabalho manual, possuindo fundo fino e desenhos que lembram o jacquard ; • Renda de filé pode ser artesanal, mas a mecanizada é mais comum, podendo ser feita com nylon e é chamada de renda química, bem mais barata.

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Figura 65 : Renda

Fonte: Do autor

Lurex, segundo Catellani (2003, p. 707) é uma “fibra sintética metálica lançada na década de quarenta do século XX. Essa fibra, uma vez tecida ou tricotada com fibras naturais, artificiais ou sintéticas, confere brilho aos materiais.” A nomenclatura “lurex”, é marca registrada da Companhia Dow Badische (CATELLANI, 2003).

Figura 66 : Tecido listrado com lurex

Fonte: Do autor

O cetim não é muito usado no mercado de lingeries, mas está presente em muitas peças. O cetim peau d´ange é o mais usado na lingerie, pois é mais leve e fino, com muito brilho do lado direto, e do outro lado é fosco. É usado mais em detalhes e sutiãs, já que não possui elasticidade. (CHATAIGNIER, 2006)

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Figura 67 : Cetim

Fonte: Do autor

Os tecidos ilustrados aqui serão os utilizados neste projeto, pois possuem ergonomia adequada para a confecção da lingerie, elasticidade, e caimento perfeito. Alguns desses serão usados somente nos detalhes das peças, como o cetim, por exemplo, pois não possui elasticidade e transpiração suficiente para fazer parte de uma peça íntima inteira.

3.6.2 Aviamentos

Para o desenvolvimento de uma lingerie, podem ser empregados diversos aviamentos, porém os aviamentos que nunca faltarão na confecção de lingeries é a linha de costura e elásticos, No segmento de lingerie, existem elásticos de formas variadas, que podem ser usados de várias maneiras, como por exemplo, em alças, cós da calcinha, detalhes, acabamentos, etc.

3.6.2.1 Fio

Os fios para costura, ainda são muito presentes na lingerie, mesmo que já existam peças sem costura. Os fios de poliamida, ajudam a deixar a lingerie com melhor acabamentos, segundo o site Estrela (2008), são vendidos em gramas ou quilo.

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Figura 68 : Fios de poliamida

Fonte: < http://www.estrela.ind.br/>

3.6.2.2 Elástico

Os elásticos de embutir são os mais comuns entre esse aviamento. Normalmente são da cor branca, simples, já que não aparecerão na peça. Segundo o site da indústria Estrela (2008), pode ter diversos modelos e larguras, sendo feitos de elastano e poliamida.

Figura 69 : Elástico para embutir

Fonte: < http://www.estrela.ind.br/>

De acordo com o site da indústria Estrela (2008), as alças elásticas são produzidas em maquinários de ultima geração, e com matéria-prima como a poliamida e elastano, oferecendo um único resultado: a elasticidade ideal e necessária, com muito conforto, qualidade e beleza. Normalmente é vendido em embalagem de 700 a 2.000 metros, e possui larguras diferentes.

Figura 70 : Alça elástica

Fonte: < http://www.estrela.ind.br/>

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Figura 71 : Alça elástica com detalhe

Fonte: < http://www.estrela.ind.br/>

Figura 72 : Alças elásticas diferenciadas

Fonte: < http://www.estrela.ind.br/>

Figura 73 : Alça elástica para sustentação

Fonte: < http://www.estrela.ind.br/>

Figura 74 : Alça elástica com lurex

Fonte: < http://www.estrela.ind.br/>

Segundo o site da indústria Estrela (2008), é possível desenvolver elásticos personalizados, através de teares computadorizados, que são responsáveis também pela nitidez e riqueza de detalhes. São produzidos em poliamida e elastano, normalmente vendido em embalagem com 600 metros. Pode-se também escolher a largura desse elástico.

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Figura 75 : Elásticos Personalizados

Fonte: < http://www.estrela.ind.br/>

Outro elástico muito utilizado no ramo da lingerie, é o bico de pato, que, segundo o site da indústria Estrela (2008), pode ser feito desde formatos tradicionais até os diferenciados, podendo possuir cores diferenciadas. São produzidos em teares avançados de alta tecnologia. Também são feitos de poliamida e elastano, normalmente é vendido em embalagem com 800 a 1.500 metros.

Figura 76 : Bico de Pato

Fonte:

Figura 77 : Bicos de Pato Diferenciados

Fonte:

Dentre os elásticos também é encontrado a alça elástica estreita, podendo ser usada sozinha, ou com maior número de camadas de alças. Segundo site da indústria Estrela (2008), são feitas de poliamida e elastano, oferecendo elasticidade ao produto. Podem ser vendidas em embalagens de 800 metros.

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Figura 78 : Alça elástica fina

Fonte:

O viés elástico é muito usado na moda íntima, para poder dar um bom acabamento. Segundo o site da indústria Estrela (2008), pode ser brilhante, opaco, listrado, multicolor e com bico. Também existe o viés curvo para arco, tradicionalmente conhecido como viés meia taça, usado no acabamento de sutiãs meia taça. É feito de poliamida e elastano, sendo vendido em embalagem de 800 metros.

Figura 79 : Vieses elásticos

Fonte:

Figura 80 : Viés curvo para arco

Fonte:

3.6.2.3 Alça

Segundo o site da indústria Estrela (2008), as alças feitas com poliuretano, também conhecidas como alças de silicone, dão um efeito transparente, porém nunca invisíveis. São vendidas em embalagem com 100 pares.

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Figura 81 : Alça de silicone com gancho

Fonte:

3.6.2.4 Entremeio

Os entremeios são outra opção de aviamento para o acabamento das lingeries. Segundo o site da indústria Estrela (2008), os entremeios rígidos e elásticos, produzidos com poliamida, poliéster e elastano, são vendidos em embalagens de 600 metros.

Figura 82 : Entremeio

Fonte:

3.6.2.5 Bojo

Outro item muito usado no ramo das lingeries, são os bojos pré moldados, que proporcionam facilidade para a produção do sutiã. Segundo o site da indústria Estrela (2008), os bojos permitem a transpiração e o ajuste perfeito no corpo, podendo ou não ter enchimento. Eles podem ser produzidos desde o tamanho 36 até o 50.

Figura 83 : Bojos pré-moldados com enchimento

Fonte:

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Figura 84 : Bojos pré-moldados

Fonte:

3.6.2.6 Barbatanas

Para acompanhar os bojos moldados, existem as barbatanas, que são encapadas pelos vieses curvos para arco, dando acabamento. Elas podem ser vendidas por peça (com pontas arredondadas) ou em metro. Esse aviamento é quase indispensável nos sutiãs das maiorias das mulheres, já que ajuda a dar sustentação aos seios.

Figura 85 : Barbatanas

Fonte:

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3.6.2.7 Reguladores

Os reguladores são itens essenciais para a fabricação de um sutiã, pois regulam o tamanho da alça, deixando-a perfeita para o uso feminino. Esse aviamento é feito, normalmente, de plástico e metal, podendo ser de várias cores e ter vários modelos.

Figura 86 : Reguladores

Fonte:

3.6.2.8 Fechos

Os fechos são usados em sutiãs, e podem ser aplicado tanto na frente quanto na parte de trás da peça. Também podem ser feitos de vários materiais, sendo que os principais são o plástico, tecido e metal. As cores são variadas e as formas podem ser as mais diversas possíveis.

Figura 87 : Fechos

Fonte:

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Figura 88 : Fecho triplo

Fonte:

3.6.2.9 Ilhós

O ilhós é um aviamento menos usado na roupa íntima, mas pode ser aplicado para prender uma alça, e principalmente como detalhe. Existem ilhoses de metal e plástico, em variados tamanhos e cores.

Figura 89 : Ilhós de plástico

Fonte:

3.6.2.10 Aplique

Para auxiliar no design da peça existem diferentes apliques e termocolantes de diferentes formas, materiais e tamanhos. Podem ser aplicados individualmente ou formando desenhos. Esse recurso ajuda a agregar valor à peça, mas deve-se ter cuidado com o tamanho do aviamento, para não atrapalhar no conforto da lingerie.

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Figura 90 : Apliques de metal

Fonte:

Figura 91 : Termocolante de Strass

Fonte:

Figura 92 : Lantejoulas

Fonte:

Figura 93 : Aplique em Juta

Fonte:

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3.6.2.11 Bordado

Alguns dos recursos mais utilizados para deixar uma lingerie elaborada são os tules bordados. Cada pessoa pode escolher qual o desenho que deseja bordar no tecido, ou então, para deixar esse recurso mais barato, escolher o tule já bordado do portfólio da empresa.

Figura 94 : Tule bordado

Fonte:

Os bordados podem ser aplicados em vários tipos de tecidos, enriquecendo a peça. Normalmente são feitos de algodão, deixando o toque macio e agradável. Os bordados são muito usados na indústria de lingerie.

Figura 95 : Bordado

Fonte: Do autor

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Figura 96 : Bordados em tecidos nobres

Fonte:

Figura 97 : Bordados (passafitas, entremeio)

Fonte:

3.6.2.12 Rendas

A renda, aviamento indispensável no mundo da lingerie, é, segundo Catellani (2003, p. 681) “um tecido leve e transparente de malha aberta fina e delicada, formando desenhos variados pelo entrelaçamento de fios de algodão, seda, ouro ou prata. [...] No final do século XVIII, começaram a surgir as primeiras rendas feitas a máquinas.”

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Figura 98 : Renda com poliamida

Fonte:

Figura 99 : Renda de nylon

Fonte:

As rendas com elastano são muito usadas, já que garantem conforto e delicadeza. Podem ser feitas com diversos desenhos. Segundo o site da indústria Estrela (2008), são vendidas em metros, e podem ser feitas em diversas cores.

Figura 100 : Rendas com elastano

Fonte:

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3.6.2.13 Fita de cetim

Outro recurso para valorizar a lingerie são as fitas de cetim. Elas dão brilho, realçando a beleza da peça. Também pode ser encontradas drapeadas, de várias formas, podendo variar no design, além de diversificar nas cores e tamanhos.

Figura 101 : Fita de cetim drapeada

Fonte:

3.6.2.14 Etiqueta

As etiquetas são obrigatórias em um artigo de moda, sendo um aviamento que pode incomodar ou agregar valor à peça. Segundo o site da Haco (2008), são produzidas em teares, utilizando como matéria-prima fios a base de fibras naturais, como o algodão e a viscose, ou sintéticas, como o poliéster e metálica. De acordo com o site da Haco (2008):

As etiquetas tecidas são produzidas em dois grandes grupos de teares: os teares de lançadeira e os teares eletrônicos. Como matéria-prima são utilizados fios à base de fibras naturais, como o algodão e a viscose, ou sintéticas, como o poliéster e metálica. Como acabamento podem ser aplicados o recorte laser, relevo, policouro, fragrance, tubular, adesivo e termocolante.

As etiquetas estampadas são produzidas em diversos fundos, como poliéster e nylon , resinados e perolados, cetim e tafetá, auto-adesivo e dupla face, com grande variedade de cores. Seus principais benefícios são a agilidade na produção e a possibilidade de estampas com detalhes pequenos. Recebe praticamente todos os tipos de acabamentos aplicados às etiquetas tecidas (SITE HACO, 2008). Segundo o site Haco (2008), as etiquetas reproduzem desenhos, cores e formas com alta definição de detalhes, em diversos tipos e fundos, como o PVC, glicerina, glitter, couro, reflexivo, holográfico, emborrachado, entre outros.

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Figura 102 : Modelos de etiquetas

Fonte:

As etiquetas de composição são obrigatórias em todas as peças de moda, devendo conter o tamanho da peça, nome da empresa, CNPJ da empresa, a composição do tecido e modos de manutenção da peça. Essas etiquetas podem ser feitas na própria confecção, já que é possível adquirir as “folhas” para imprimir em impressoras a laser. Assim, fica mais fácil de administrar a produção dessas etiquetas.

Figura 103 : Etiqueta de composição

Fonte:

Os aviamentos exposto neste sub capítulo são os mais significativos no setor de lingeries, sendo que a maioria deles serão usados na elaboração das peças da coleção. Além de todos esses aviamentos, sempre surgem outros, cada vez mais diferentes e funcionais. A estética é muito trabalhada, já que dentro do mercado da

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roupa íntima, um aviamento faz toda a diferença. Enfim, é importante citar que a criatividade faz a marca, assim, a designer deve estar sempre atenta para conseguir acoplar um aviamento a uma peça de lingerie, fazendo uma união harmoniosa e de bom gosto.

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4 PESQUISA DE CAMPO

Depois de analisar as pesquisas teórico ilustrativas sobre lingerie, inspirações (dança contemporânea e tendência para verão 2009), ergonomia e materiais, a pesquisa de campo procura buscar no mercado os conhecimentos que irão agregar valor ao produto que será desenvolvido, percebendo os pontos fortes e fracos do produto no comércio, podendo criar uma sugestão ainda melhor para a consumidora. Além de analisar o comércio, é preciso considerar as preferências e necessidades da pessoa que irá adquirir o produto, visando projetar a lingerie ideal.

4.1 Estado do design

A primeira providência na análise do estado do design é agrupar todos os fatos disponíveis, abrangendo as principais firmas com aspectos semelhantes, podendo então, concluir quais mudanças deverão ser feitas para tornar o negócio mais competitivo. (BAXTER, 1998) Segundo Baxter (1998, p. 116):

A análise dos concorrentes serve para monitorar as empresas concorrentes e seus produtos. Procura determinar como elas conseguiram alcançar o sucesso e onde fracassaram. Essa análise o ajuda a antecipar como os seus negócios serão ameaçados no futuro e a desenvolver uma estratégia mais efetiva de competição.

Um ponto a ser observado na hora de analisar os concorrentes, é a qualidade das informações, que pode ser ou não de fácil acesso. Alguns motivos para analisar os concorrentes são, aprender com os concorrentes, aperfeiçoando seus próprios produtos, e deduzir a estratégia dos concorrentes, “adivinhar” o que eles farão (BAXTER, 1998). No ramo de lingeries existem diversas marcas nacionais e internacionais, que podem ser consideradas concorrentes. Serão feitas análises separadamente, de marcas nacionais e internacionais, a fim de perceber o design utilizado por cada uma delas, o histórico, plano de marketing e valores aproximados de suas peças.

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4.1.1 Marcas Nacionais

A maioria das marcas de lingeries nacionais vieram a existir por haver necessidade de fabricação nacional dessas peças, já que as damas acabavam comprado esses acessórios na Europa. Com a maior disseminação da lingerie entre as classes menos favorecidas, nasceram as empresas especializadas em roupas íntimas, deixando os produtos com preços mais baixos, e com a cara brasileira. Hoje o país pode ser considerado um dos lideres no mercado da lingerie, já que suas empresas são ricas em design, modelagem e tecnologia. Neste segmento existem três grandes pólos brasileiros: Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, Ilhota, em Santa Catarina, e Juruaia, em Minas Gerais. Algumas empresas que estão à frente do mercado nacional no que diz respeito à roupa íntima são:

4.1.1.1 Fruit de la Passion

Figura 104 : Painel de Estado do Design – Fruit de la Passion

Fonte: Do Autor

Fundada pelas irmãs Cecília Bourdon e Marie Alba Bourdon, que atuaram durante 10 anos como consultoras de marketing e estilo em moda íntima para

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grandes empresas. Perceberam que havia um mercado pouco explorado no Brasil, que são as lingerie muito elaboradas e usadas como acessório de moda. (SITE FRUIT DE LA PASSION, 2008) Após 2 anos morando em Paris, Cecília seus conhecimentos na área de lingerie, criando em 1994, a Fruit de la Passion, “a mais brasileira lingerie francesa”. A empresa resgata a sensualidade com refinamento, ousando nas cores, formas e materiais, transformando a moda intima em “ outwear ” (SITE FRUIT DE LA PASSION, 2008). A empresa sempre está avaliando o “biotipo” feminino brasileiro, tentando elaborar modelagens apropriadas para todas as raças. Segue uma filosofia de adaptações de diversos estilos de vida combinados com as variações do universo feminino. (SITE FRUIT DE LA PASSION, 2008)

Figura 105 : Loja Frui de la Passion, no Morumbi Shopping, São Paulo – SP.

Fonte: http://www.fruitdelapassion.com.br/lojas.htm

A empresa possui oito lojas próprias, duas em Recife, duas em São Paulo, uma em Campinas, uma em Fortaleza e duas no Rio de Janeiro, além de vender em lojas multimarcas em todo o Brasil (SITE FRUIT DE LA PASSION, 2008).

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4.1.1.2 DeMillus

Figura 106 : Painel de Estado do Design – DeMillus

Fonte: Do autor

Segundo o site da DeMillus (2008):

A DeMillus foi fundada em 1947 por Nahum Manela, em um sobrado na rua Sete de Setembro, no Centro do Rio de Janeiro. E com menos de 10 anos a DeMillus conquistou a liderança que mantém até hoje. Após alguns anos mudou-se para no bairro da Penha. Além da sede, situada na avenida Lobo Júnior, 1672, a DeMillus conta com mais duas fábricas: Um complexo têxtil, localizado também na cidade do Rio de Janeiro e a terceira fábrica no município de Santa Rita, na Paraíba. Ao todo são três unidades fabris com área total de 300 mil m2.

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Figura 107 : Propaganda da empresa De Millus

Fonte:

Em 1985, após 38 anos no mercado e em lojas de todo Brasil, a DeMillus cria o DeMillus Shopping, um catálogo de venda domiciliar, meio muito utilizado no mercado internacional. Foi um enorme sucesso que dura até hoje. A DeMillus é a empresa que mais vende lingerie no Brasil. Mais de 20% do mercado brasileiro, vendendo mais que a 2ª e a 3ª colocadas juntas, fabricam 44 milhões de peças por ano. Possuem 4.000 funcionários diretos, e quase 100.000 revendedoras espalhadas pelo Brasil, além da parceria de várias lojas e departamentos especializados em moda íntima.

Figura 108 : Empresa DeMillus

Fonte:

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A DeMillus é uma empresa verticalizada. Isto é, produz muito dos componentes necessário para a fabricação de seus produtos. Fabrica muitos de seus tecidos, rendas, elásticos e bordados. E também muitos de seus acessórios: argolas e reguladores de plástico, lacinhos, colchetes de metal, entre outros. Mas a verticalização não torna a DeMillus uma empresa fechada as inovações externas. A empresa também importa materiais, mantendo fornecedores e parcerias. Está sempre dentro da Moda, realiza pesquisas de tendências no exterior, nos principais pólos de moda do mundo. A DeMillus importa tecnologias e exporta suas lingeries. As principais linhas da empresa são, Básica, Sofisticada, Sustentação, Especial, Linha Méd e Maternal, Linha Noite, Linha Infantil e Juvenil, Linha Masculina, Meias Dantelle, e Cosméticos DeMillus.

4.1.1.3 Valisère

Figura 109 : Painel de Estado do Design – Valisère

Fonte: Do autor

A marca Valisère foi fundada no Brasil em 1934, quando os direitos de comercialização da marca francesa no Brasil foram adquiridos pelo grupo Rhodia.

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Inicialmente, a empresa possuía 20 funcionários e confeccionava cerca de 20 mil peças no seu primeiro ano de funcionamento. Em 1984 possuía três linhas, a lingerie noite, lingerie dia, e linha praia, fabricando parte dos tecidos que consumia. No mesmo ano, por motivo estratégico a empresa decidiu desativar a linha noite e praia, concentrando os esforços publicitários na linha dia, tendo um grande crescimento no mercado. Em 1986 a empresa foi adquirida pelo Grupo Rosset, fabricante de tecidos de malharia com lycra. Com essa parceria a empresa começa a ditar moda no mercado de lingerie. Esse período rejuvenesce a marca, tendo como ícone a campanha “O primeiro sutiã agente nunca esquece”, produzida pela W/Brasil. No ano de 1990, a preocupação com pesquisas sobre hábitos de consumo, testes de produtos e modelagens ergonômicas, elevaram o conceito da marca no mercado. A marca começa a ter destaque na moda internacional, se firmando como representante nacional mais importante desse segmento. O foco principal da marca é espírito contemporâneo, e a partir disso a empresa investe cerca de 5 milhões em comunicação publicitária e ações promocionais. Alguns dos lançamentos importantes da marca estão o sutiã Doublé Effect (1993), calcinha Control Top (1995), Water (1999), lingerie Zero Costura (2002), amplamente divulgados na mídia.

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4.1.1.4 Hope

Figura 110 : Painel de Estado do Design – Hope

Fonte: Do autor

No mercado há 40 anos, a marca está sempre se renovando, sendo referência nacional em lingerie para o dia-a-dia. A empresa aposta em materiais de vanguarda, produção de ponta e uma via de duas mãos com as consumidoras. Com tecnologia 100% brasileira, a Hope exporta hoje para dezoito países, nos cinco continentes. A empresa diz vestir mulheres modernas, sensuais, dinâmicas e autênticas em todo o mundo. Inaugurada em 1999, a nova fábrica, situada na cidade de Maranguape, Ceará, tem a capacidade de produzir 1 milhão de peças por mês. É também uma das mais modernas fábricas de lingerie do Brasil, tendo 700 empregados diretos, desde a modelagem à embalagem. Os colaboradores participam de vários programas de educação, cultura, meio ambiente e saúde. A Hope investe em pesquisas de moda e comportamento, para elaborar novos materiais, tecnologias e acabamentos. É feita dupla checagem nas peças, garantindo que o produto tenha um controle de qualidade satisfatório.

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Figura 111 : Loja Hope

Fonte:

A empresa fechou o ano de 2007 tendo 8 franquias em pontos estratégicos de São Paulo e Rio de Janeiro. Até 2010, a empresa pretende atingir a casa de 70 lojas nas cinco regiões do Brasil, em até 40 cidades, com prioridade para Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e interior de São Paulo. As lojas seguem uma linha “bodywear”, oferecendo tudo que a mulher precisa para usar diretamente ao corpo, como lingerie, beachwear , homewear , até mesmo cosméticos e acessórios.

4.1.1.5 Eloeth

Figura 112 : Painel de Estado do Design – Eloeth

Fonte: Do autor

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Nasceu em 02 de maio de 1991, após o surgimento das indústrias de confecção de linha praia na região de Ilhota - SC. A Eloeth Lingeries iniciou o segmento de roupa íntima no município de Ilhota, cidade hoje intitulada “A Capital Catarinense da Moda Íntima e Moda Praia” onde a empresa tem sede própria, produzindo e revendendo suas coleções. Inicialmente a empresa possuía a confecção nos fundos de sua casa, até 2005, quando montaram a nova sede encima de sua loja. A empresa possui 54 funcionários, distribuídos entre a loja, confecção, que é dividida em dois turnos, o financeiro e outros setores. Oferece uma linha de produtos diferenciados, onde inclui a linha íntima mais básica até a mais sensual. A venda à atacadistas é feita através da sócia-proprietária, dando atenção a cada cliente.

Figura 113 : Loja e fábrica Eloeth Lingerie

Fonte: Do autor

A empresa trabalha com a criação e confecção de lingeries e biquínis. Na linha íntima, a Eloeth trabalha tanto com peças mais básicas, utilizando algodão, elastano e poliamida, tanto com peças mais ousadas, abusando das rendas e aviamentos como strass, correntes, lurex, entre outros. A empresa trabalha desde a criação até a comercialização da peça, que pode ser feita a varejo em sua própria loja, ou atacado. Hoje a empresa exporta para vários países da América Latina.

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4.1.1.6 Piccolo Peccato

Figura 114 : Painel de Estado do Design – Piccolo Peccato

Fonte: Do autor

Desde 1996, a Piccolo Peccato, empresa de Blumenau, Santa Catarina, atinge mulheres exigentes e dinâmicas, que vivem um dia de trabalho e uma noite de glamour. Possuem uma linha de lingeries básica, mas seu principal foco são as lingeries para a noite, para serem usadas “acompanhadas”. A empresa possui duas lojas próprias, ambas na cidade de Blumenau.

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4.1.1.7 Darling

Figura 115 : Painel de Estado do Design – Darling

Fonte: Do autor

A Darling possui grande preocupação com o design inovador e conforto das lingeries, que são reconhecidas pela variedade de estilos, possuindo a linha básica, clássica e lúdica, explorando a contemporaneidade dos tecidos e aviamentos.A ultima coleção foi inspirada em um parque de diversões, desenvolvendo peças lúdicas e funcionais, como o sutiã que nas costas faz um “X”, e possui uma argola no meio, podendo deixar esse aviamento aparecer ou não.

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4.1.1.8 Liz

Figura 116 : Painel de Estado do Design – Liz

Fonte: Do autor

Mara criada para atender o dinamismo e exigência da mulher contemporânea, focando totalmente no conforto, praticidade e funcionalidade. A marca possui várias linhas focando na ergonomia da consumidora. Uma delas é “O oxigênio que você sente”, feita com supermicrofibra, composta por filamentos 10 vezes mais finos que um fio de cabelo, possuindo acabamento hidrófilo e mentolado, deixando a pele respirar, com uma leve sensação de frescor. Outra linda é a “Shape Control”, que modela o corpo com alta performance e com conforto. Sua modelagem possui efeito redutor e firmador, auxiliando na postura e disfarçando a celulute. O tecido também é totalmente antialérgico e inibe o odor. A linha “Corseteria”, possui produtos estruturados, que valorizam os seios e o corpo, confeccionado com microfibra soft control, que oferece ajuste intermediário. As coleções que a Liz possui são: “Sem limites”, “Biosense”, “Undercontrol”, “O oxigênio que você sente”, ‘Maternity”, “Básica”, “Tato” e “A alquimia do seu corpo”.

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4.1.1.9 Duloren

Figura 117 : Painel de Estado do Design – Duloren

Fonte: Do autor

A Duloren, foi fundada há 38 anos, com capital 100% nacional gera hoje mais de 2.000 empregos diretos, produzindo cerca de 1.500.000 peças/mês. Sua unidade têxtil produz os insumos necessários na confecção de toda sua linha de lingerie. Com máquinas e equipamentos de última geração, fabrica 170 toneladas de tecidos por mês, além de rendas, fitas elásticas, colchetes e todos os seus acabamentos. Os produtos Duloren são encontrados em cerca de 16 mil pontos de venda em todo Brasil. Hoje, as marcas que a empresa possui são: Duloren (Lingerie Básica e Fashion) e Femmina (Linha de lingerie natural).

4.1.2 Marcas Internacionais

A maioria das empresas estrangeiras que fabricam lingerie, atuam no mercado há muitos anos, como, por exemplo, as lojas francesas Cadolle , Lou , entre outras. Sobreviveram somente as empresas que conseguiram se adequar às consumidoras, criando novas tecnologias e design diferenciado. Seguem as principais empresas internacionais em roupas íntimas.

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4.1.2.1 Cadolle

Figura 118 : Painel de Estado do Design – Cadolle

Fonte: Do autor

Fundada em 1887 em Buenos Aires e transferida em 1910 para Paris, a casa Cadolle foi fundada por Hermine Cadolle, que teve a primeira idéia de um sutiã, em 1889, quando criou seu primeiro “corpete para seios”, sustentando os seios, deixando os espartilhos “um pouco” de lado (FONTANEL, 1998). A empresa cria modelos exclusivos para cada cliente, sob medida. As lingeries são feitas a partir de algum modelo da coleção da marca, ou então de acordo com o que a cliente deseja. As cores, aviamentos, tecidos e outras particularidades devem ser decididas por cada peça. Dentre os produtos da empresa estão: espartilhos, sutiãs, calcinhas e vestidos de casamento, sendo os espartilhos, os produtos mais vendidos pela empresa.

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4.1.2.2 Triumph

Figura 119 : Painel de Estado do Design – Triumph

Fonte: Do autor

No ano de 1886, enquanto o estilista londrino Charles Frederic Worth, então radicado em Paris, é o primeiro homem a fazer uso de enchimentos para realçar as formas femininas, os fundadores da Triumph, dão início as suas experiências no ramo da moda íntima dentro de um mero celeiro. Já em 1894, com aguçado tino empresarial, os dois empreendedores assinam um contrato de fornecimento de espartilhos para a Inglaterra, alavancando, assim, sua produção. Em 1902 o nome Triumph é registrado como marca. Nos anos de 1930, a Triumph alcança a posição de maior fabricante de roupa íntima da Europa, quando em 1933, é lançada a base do que viria a ser a expansão internacional da empresa com a abertura de sua primeira subsidiária em Zurzach, na Suíça - hoje, sede financeira e de outros departamentos centrais da empresa. Mais dinâmica do que nunca, em 1953, a Triumph readquiri sua posição de líder européia na fabricação de moda íntima e, devido ao seu renome internacional, passa a se chamar . Entre 1954 e 1959, quando a Du Pont lança a Lycra, a Triumph inaugura subsidiárias na Bélgica, Grã Bretanha, Suécia, Itália, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Áustria e Holanda.

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Em 1960 a Triumph inaugura escritórios em Hong Kong, iniciando sua expansão no comércio asiático e dando seu primeiro grande passo para uma importante medida que se tornaria o princípio da empresa desde então: uma estrutura descentralizada. Esta nova estratégia permitiu que as subsidiárias de cada país cercassem-se de estilistas e parceiros locais com forte comprometimento com sua própria cultura e tendências de moda. No inicio dos anos 60 a Triumph inaugura subsidiárias na Espanha, Grécia, França e Portugal e, a partir de 1964, dá continuidade à expansão para o Extremo e Médio Oriente, instalando-se no Japão, Singapura, Malásia, Taiwan e alguns países árabes. Ao passo que os negócios internacionais da Triumph crescem, cresce também sua importância como empresa do mundo da moda. A Triumph do Japão cresce tão rapidamente que logo fica entre os três maiores produtores de moda íntima do mundo. Em 1972 a empresa entra no mercado brasileiro. Inaugura também novas subsidiárias de produção, venda e exportação nas Filipinas e Tailândia, um novo distribuidor licenciado na Indonésia e uma nova subsidiária no Chile. Em 1980, começa a produzir também na China. 1986: Novos contratos de licença de fabricação são assinados na Colômbia (em 1982) e na Argentina (em 1983), e a empresa comemora seu 100º aniversário com a aquisição de uma prestigiada marca internacional de moda íntima masculina. Há mais de cem anos de funcionamento, a empresa deixa de ser uma clássica e modesta confecção de espartilhos, na pequena região da Suábia, na Alemanha, para uma grande empresa multinacional ainda hoje controlada pelas mãos da iniciativa privada. Quando os fundadores da Triumph aventuraram-se a produzir espartilhos dentro de um celeiro em Heubach, no estado de Wurttemberg, em 1886, contavam apenas com um investimento de 2000 marcos de ouro e um quadro de seis funcionários. Hoje, esta mesma firma que começara tão pequena, assumi uma venda anual acima de 1,6 bilhões de dólares e emprega mais de 30.000 pessoas por todo o mundo.

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4.1.2.3 LOU

Figura 120 : Painel de Estado do Design – LOU

Fonte: Do autor

LOU é uma marca fabricada e distribuída por VFB roupas intimas, uma empresa francesa de corseterie. A história de um encontro entre a imaginação e a ambição, tem inicio quando Lucienne, também conhecida por Lou, professora de Ginástica, desenha e realiza seu primeiro soutien -gorge . André Faller, empresário, encontra Lucienne, e é imediatamente seduzido pelo dinamismo desta desportiva. Decide então dar ao projeto de LOU uma dimensão industrial. É em Grenoble que instala-se em 1946 a empresa LOU. André administra a empresa, e Lou é a estilista chefe dos ateliês de criação. Uma longa história nasceu. A alegria de viver é o motivo que imprime desde o seu nascimento a alma da marca LOU, que é dirigida às mulheres cuja beleza é irresistível, e que reinventam a cada momento a definição da sua própria sedução.

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4.1.2.4 La Perla

Figura 121 : Painel de Estado do Design – La Perla

Fonte: Do autor

A experiência do artesão, o conhecimento detalhado do corpo, a fusão da inovação e a tradição, a procura contínua pela qualidade, são os elementos que transformam um pequeno laboratório de espartilhos, fundado por Adam Masotti em 1954 (Bolonha – Itália), em líder no setor de roupas íntimas e de praia. Nos anos de 1960, seu filho, Alberto Masotti, depois de se formar em medicina, decidiu-se se dedicar integralmente à empresa da família, e hoje é o presidente da La Perla. Ao lado dele, sua esposa Olga, é a estilista chefe do departamento de linha praia, e supervisora da coleção “La perla Prêt-a-Porter”. Sua filha Ana Masotti, que representa a terceira geração, está a frente da gerência de comunicação da companhia. Em 2004 a empresa celebrou seus 50 anos, dirigindo sua produção para os vários setores do mercado, colocação a empresa no topo do mercado e apresentando uma variedade de produtos. Em agosto de 2007, a empresa juntou-se, estrategicamente, com JH Partners, de São Francisco – USA, empresa que está estabelecida desde 1986 e focaliza no investimento em produtos de consumo do mercado e em companhias de

118 serviços médios favorecendo o crescimento com ênfase particular em mercados luxuosos.

4.1.2.5 Victoria´s Secret

Figura 122 : Painel de Estado do Design – Victoria´s Secret

Fonte: Do autor

A primeira loja da Victoria´s Secret foi aberta, pelas mãos de Roy Raymond em 1977, localizada no Stanford Shopping Center na cidade de San Francisco, Estados Unidos. Ele se sentia desconfortável nas lojas ao comprar lingeries para sua mulher. O nome da marca foi inspirado pela admiração de seu fundador em relação à Rainha Vitória. O amplo sucesso da loja foi porque a mesma proporcionava privacidade em adquirir roupas íntimas em um lugar especializado e não em lojas de departamento, onde o número de indivíduos era assombroso, originando certo constrangimento. Era o começo da “revolução sexual” que modificaria o segmento de roupas íntimas nos Estados Unidos. No ano seguinte é lançado o famoso catálogo da Victoria´s Secret, acrescentando mais um canal de venda a seus produtos. A resposta do público ao catálogo foi imediata e enorme. Quando em 1982 a firma foi comprada pela Intimate

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Brands por US$ 1 milhão, contando com 6 lojas em atividade, um catálogo de 42 páginas e vendas de US$ 6 milhões, a marca já era sinônimo de roupas íntimas sexy. Uma das primeiras ações tomadas pelos novos proprietários foi adicionar nas capas de seus catálogos fotos de casais em poses sensuais e modelos posando e desfilando com as roupas íntimas da marca. Foi a partir da década de 90 que a Victoria´s Secret começou a diversificar seus produtos com o lançamento da linha swimwear (composta de biquínis e maiôs) em 1991; lingeries feitas de cotton em 1993; linha de cosméticos e o sutiã Miracle Bra, que aumentava o tamanho dos seios, em 1994; a linha de meia-calças em 1998; o perfume Dream Angels em 1999; o primeiro perfume masculino, chamado Very Sexy for Him , e o perfume feminino Pink , em 2001. Mas as inovações não pararam por aí. Em 2004 lançou a linha Victoria´s Secret Pink, composta por pijamas, lingeries, biquínis e acessórios, para mulheres entre 18-22 anos. Esta linha virou uma sub marca, hoje com três lojas, e faturando US$ 800 milhões anuais. Atualmente a Victoria´s Secret, maior rede de lojas especializadas em lingeries e pijamas dos Estados Unidos, possui mais de mil lojas no país com um faturamento de US$ 3.7 bilhões. Todos os anos são impressos e distribuídos cerca de 400 milhões dos famosos catálogos da marca.

- Figura 123 : Loja Victoria´s Secret

Fonte:

120

Figura 124 : Catálogo Victoria´s Secret

Fonte: Victoria´s Secret, 2008, vol. 1.

4.1.2.6 Free Voogue

Figura 125 : Painel de Estado do Design – Free Voogue

Fonte: Do autor

A fusão entre inovação e tradição, a pesquisa contínua sobre a qualidade, a atenção à imagem: estas são as características de distinção que transformaram a pequena oficina de espartilhos fundado em 1981 pelos italianos Alfio Vicenzi e

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Luciana Poletti, marido e mulher. A jovem companhia se especializou em roupas íntimas e roupas de praia. “Alegria de viver” era o lema do casal, que teve seis filhos que hoje ajudam a gerenciar a empresa. Em 1984 a empresa fez sua primeira aparição na mostra “Pitti” em Florence. No ano seguinte, participou da semana de moda de Lion. Em 2004, depois do sucesso no mercado da Ásia e Rússia, a marca está presente no CPM em Moscou. Ao celebrar 20 anos, em 2003, a empresa aponta sua produção a uma escala ampla dos artigos de classe alta. Em poucos anos a marca lança design glamuroso, que faz sucesso tanto na Itália quando no mundo inteiro .

4.1.2.7 Gossard

Figura 126 : Painel de Estado do Design – Gossard

Fonte: Do autor

Fundado por Henry Williamson Gossard, um representante americano. Ele se inspirou na atriz Sarah Bernhardt, quando visitou Paris, vendo a figura de Sarah transformada em um espartilho. Henry fundou mais tarde os H.W.Gossard Companhia em Chicago em 1901, produzindo espartilhos com a propaganda: “mercadoria de qualidade superior”.

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Em 1922, a companhia começa a exportar para o Reino Unido, abrindo um escritório em Londres e produzindo seu primeiro catálogo de vendas para o mercado britânico, vendendo espartilhos e sutiãs. Alguns anos depois, Gossard revoluciona a indústria fazendo a etapa radical de mover os laços em um espartilho da parte traseira do vestuário para a parte dianteira, facilitando a colocação e sendo muito mais confortáveis. Nos anos de 1930, H.W.Gossard Companhia, deixa de ser uma companhia americana e passa a ser britânica. Na década seguinte, durante a segunda guerra mundial, a produção de Gossard foi voltada à assistência com a guerra, em relação à Grã-Bretanha. Durante esse tempo sua mão-de-obra estava voltada à fabricação de pára-quedas, botes salva-vidas dos soldados, entre outros itens. Já nos anos de 1950, Gossard introduz suas primeiras cintas de pouco peso, que caracterizam uma fibra inovadora, o nylon da Du Pont. Mais tarde nos anos 60, a companhia diversifica e tenta voltar sua produção para os sutiãs elegantes, incluindo o Wonderbra mundialmente famoso. Em 1994, a Playtex adquire o modelo Wonderbra quando a licença de produção de Gossard expira. Gossard lança o Ultrabra Superboost logo em seguida, e a empresa alcança sucesso. Em 2000, a corporação de Sara Lee compra os materiais têxteis de Courtaulds , sendo assim os novos proprietários da Gossard. Em janeiro de 2005, a empresa lança a coleção SuperSmooth , com peças sem costura e nenhum outro tipo de emenda para fornecer a sustentação invisível, tornando assim uma segunda pele, muito confortável. Os corpos moldados dão uma silhueta realçada com um estilo ultra moderno e feminino. O modelo de sutiã Superboost é relançado em 2007.

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Figura 127 : Sutiã SuperSmooth

Fonte:

4.1.2.8 Rosy

Figura 128 : Painel de Estado do Design – Rosy

Fonte: Do autor

Em 1947, na França, surge a empresa de lingerie Rosy. No ano seguinte, com o lançamento do sutiã Roucouleur , a empresa oferece à cliente a chance de valorizar os seios com seu sutiã. Sempre sendo lembrada como grande precursora das roupas íntimas, Rosy está fortemente fixada nos meios de comunicação. Em

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1963 cria uma campanha, organizada pelo famoso fotógrafo Jean -Lobo Sieff , mostrando uma mulher nua que esconde seus seios com seus braços e tendo uma rosa na mão. É a primeira vez que se fala de roupa íntima sem revelar a mais mínima renda. Rosy ousa. E para os próximos anos? Como dizem os poetas, sem dúvida, nada mais bonito resta a escrever.

Figura 129 : Imagens da história da empresa Rosy

Fonte:

Rosy não espera os anos de 1970 para emancipar a mulher. A partir da sua criação em 1947, ela afirma seus valores com rigor, assegurando o seu desenvolvimento internacional. Mas, sobretudo, Rosy defende que todas as mulheres possam ter uma roupa íntima de qualidade e elegância.

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4.1.2.9 Margherita Mazzei

Figura 130 : Painel de Estado do Design – Margherita Mazzei

Fonte: Do autor

A marca italiana, leva o nome de sua estilista, que é apaixonada pela moda íntima e moda praia. Através de suas coleções ela tenta transmitir refinamento e feminilidade. Em 1995 ela dá a vida para a marca INOUI, e sucessivamente à marca que possui seu nome, Margherita Mazzei. Inicialmente, a distribuição de seus produtos é feita somente no território nacional, mas logo começa a vender suas peças para o exterior. A estilista se reconhece como sendo uma mulher culta, emancipada, economicamente independente, moderna, e sempre atualizada com as tendências de moda. As coleções, de estação a estação, são caracterizadas por uma busca cuidadosa de materiais e uma atenção às tecnologias. Em janeiro de 2007, Mazzei entrou no grupo da Intimamoda , oferecendo uma coleção de lingeries luxuosas e modernas, e uma linha praia seguindo as maiores tendências de moda. Ambas as linhas valorizam a silhueta feminina, dando glamour a mulher que veste Marguerita Mazzei.

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4.1.2.10 Jolidon

Figura 131 : Painel de Estado do Design – Jolidon

Fonte: Do autor

Em 1993, a empresa de lingeries Jolidon foi criada em Cluj-Napoca, na România. No ano seguinte, a empresa introduz o cotton na criação de suas peças. Em 1995 é lançado seu primeiro catálogo. No mesmo ano a empresa tem sua primeira aparição em uma feira de moda, e faz seu maior investimento em máquinas de costura. No ano de 1998, pela primeira vez a empresa expõe em uma feira no exterior, em Lion – França. Em 2000 a empresa implanta o sistema de modelagem Lectra, estando completamente implantado no ano de 2003. Em 2001 a Jolidon tem o maior número de artigos selecionados para serem expostos como tendência na feira de Lion, ao todo são 24 artigos. Em 2007, A Jolidon realiza a aquisição da maior parte do estoque do grupo Emmeci conhecida no mundo da roupa íntima por pelas marcas Infiore e Luna de Chiaro.

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4.1.2.11 Fichissima

Figura 132 : Painel de Estado do Design – Fichissima

Fonte: Do autor

Nascido nos primeiros anos da década de 1960, a empresa italiana Lialsport propõe sempre aos clientes, qualidade e inovação. Esses dois atributo são resultado da busca contínua por possuir as melhores criações italianas e ter confiabilidade profissional absoluta. A companhia comprou a marca Fichissima , Mestre e Corpo Preto, ainda conta com a colaboração do designer Valeria Meazzo, consolidando sua posição no mercado, contribuindo para a propaganda do estilo italiano. A linha Fichissima , passa a sensação de uma lingerie sexy, e lúdica, deixando o público feminino curioso para saber o que será lançado na próxima estação, assim, a empresa consegue vender apenas pela imaginação de cada cliente.

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4.1.2.12 Fauve

Figura 133 : Painel de Estado do Design – Fauve

Fonte: Do autor

Fauve é elegante e sensual. Dá atenção aos pequenos detalhes para criar um produto belo, que dá confiança a consumidora, transformando a cliente numa pessoa que ela jamais imaginou que seria possível. Fauve, deriva de Fauvism, vigésimos movimento da arte do século e estilo adiantados da pintura. A empresa usa telas de alta qualidade, que tentam passar a consumidora uma sensação de nova mulher, sempre dando valor ao conforto.

4.1.3 Concorrentes

Observando os dados coletado no sub capítulo acima, sobre o estado do design, é possível afirmar que todas as marcas de lingeries podem ser consideradas concorrentes indiretas de outra determinada empresa, porém sempre é necessário estudar um determinado grupo de marcas, pois se deve saber, na realidade quais são os verdadeiros concorrentes diretos.

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A partir disso, a análise dos concorrentes é feita, verificando o tipo de produto das empresas, marketing utilizado por elas, etc., tudo para poder melhorar a qualidade de produção e outros aspectos da marca estudada. A marca que está em desenvolvimento neste projeto, tem como concorrentes diretos as empresas: Eloeth Lingeries, Piccolo Peccato, Fruit de la Passion, Liz, Hope, Darling e DeMillus. A companhia Fruit de la Passion é concorrente, pois possui design sofisticado, preocupando-se com a ergonomia das peças íntimas, porém os valores da peças são elevados. Segundo o site www.fruitdelapassion.com.br, um sutiã da marca está por volta de R$ 200,00, e uma calcinha custa na média de R$ 60,00. A Eloeth Lingeries, possui design inovador, porém a maioria de suas peças ainda são básica. Não se preocupa muito com a ergonomia de suas lingeries. Os valores das peças são muito atraentes. Um conjunto de calcinha e sutiã custa na média de R$ 40,00. Porém são vendidas sempre em conjunto, não podendo mudar o tamanho de calcinha e sutiã. A empresa Piccolo Peccato tem a preocupação em manter os preço baixos, tenta diversificar em design, mas também não possui grande preocupação com a ergonomia das peças. A empresa foca na linha sensual. A Liz costuma fabricar lingeries básicas, mas com ênfase na ergonomia das peças e funcionalidade. De acordo com o site Lingerie Shop (2008), os preços das lingeries são aceitáveis, como, por exemplo, o valor de R$ 60,00 por um sutiã, e R$ 20,00 por uma calcinha. A companhia Hope, fabrica peças básicas e funcionais, tentando inovar na cartela de cores. Os valores das lingeries são atrativos. Um sutiã custa em média R$ 50,00 , e uma calcinha custa na faixa de R$ 15,00. A empresa de lingeries Darling fabrica peças sensuais, com design sofisticado e inovador, abusando de tecidos diferentes. Se preocupa com a ergonomia, possuindo peças com diferenças na funcionalidade. Os valores são um pouco mais elevados, como visto no site www.lingerieshop.com.br, onde os preços das calcinhas variam entre R$ 18,00 e R$ 62,00, e um sutiã está na média de R$ 65,00. A DeMillus possui design diferenciado, utilizando tecidos menos nobres, apostando na ergonomia e funcionalidade das peças. Os preços são agradáveis, estando na média de R$ 10,00 para calcinhas e R$ 30,00 para sutiãs, segundo o site www.demillus.com.br.

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Enfim, as empresas abordadas, possuem pontos fortes e fracos a serem analisados, tendo concorrentes diretos, que já possuem, reunidos em uma só peça, conforto, estética diferenciada e funcionalidade.

4.2 Questionário

O instrumento de pesquisa utilizado para coleta de dados do projeto, foi o questionário, o que possibilita conhecer melhor o que a consumidora de lingeries gosta e quer ter em uma peça. Esse questionário foi aplicado com 42 mulheres das cidades de Blumenau, Balneário Camboriú, Joinville e Curitiba. Eles foram respondidos através de e-mails e diretamente, através de um questionário impresso. Segue modelo de questionário em apêndice 02.

4.3 Síntese dos dados

Na questão número 01, onde é perguntado até quanto a pessoa pagaria por um sutiã, 7% das consumidoras responderam que o valor máximo a ser pago por essa peça é de R$ 150,00. 40% das consumidoras pagam até R$ 100,00 em um sutiã, mas 46% das mulheres pagam até R$ 50,00 e 7% pagam até R$ 25,00 em uma peça de sutiã.

Até quanto você pagaria por um sutiã?

7% 7%

R$ 150,00 R$ 100,00 40% R$ 50,00 46% R$ 25,00

Gráfico 01 : Questão n. 01

Fonte: Do Autor

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Na pergunta de número 02, é perguntado qual tecido a consumidora prefere em sua lingerie. 31% das mulheres dizem que preferem a microfibra. 48% delas dizem que o algodão é a melhor alternativa, contra 7% que dizem preferir o tule. 14% das mulheres preferem uma lingerie com renda.

Em relação ao tecido de sua lingerie, prefere que seja de:

14% 31% 7% Microfibra Algodão Tule Renda

48%

Gráfico 02 : Questão n. 02

Fonte: Do Autor

Na questão número 03, é perguntado sobre o modelo do sutiã. 85% das mulheres preferem sutiãs mia taça com bojo. 10% delas gostam de sutiãs meia taça sem bojo. 5% preferem sutiãs estilo cortininha. Nenhuma das mulheres que responderam o questionário optaram por sutiãs tomara que caia.

Em relação ao modelo de seu sutiã, prefere que seja de:

5% Meia taça com 0% 10% bojo Meia taça sem bojo Estilo cortininha

85% Tomara que caia

Gráfico 03 : Questão n. 03

Fonte: Do Autor

Na questão número 04, é perguntado qual sutiã a consumidora prefere usar. Entre as respostas, 52% das mulheres preferem sutiãs lisos, contra 17% que

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preferem sutiãs estampados. 21% das pessoas preferem lingeries com aviamentos como laços, fitas-bebê, strass, entre outros. E 10% das questionadas responderam que preferem lingeries rendados, clássicos.

Você costuma usar sutiãs:

10% Lisos

Estampados 21% 52% , strass, etc.

17% Rendados, cássicos

Gráfico 04 : Questão n. 04

Fonte: Do Autor

Na questão número 05, a pergunta é, onde a pessoa costuma comprar sua lingerie. Dentre questionadas, 50% compram em lojas multimarcas de lingeries e afins, 21% compram em lojas de marca própria, 19% preferem comprar em lojas de departamento e 10% das consumidoras compram por catálogos.

Você costuma comprar lingeries em:

Lojas 10% Multimarcas Lojas de marca 19% própria 50% Lojas de departamento 21% Catálogos

Gráfico 05 : Questão n. 05

Fonte: Do Autor

Na questão de número 06, é questionado o que a consumidora leva mais em conta na hora de comprar uma lingerie. 62% das consumidoras dão valor ao

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conforto, contra 33% delas que preferem dar valor à estética. 5% escolhem por causa do preço, e nenhuma das consumidoras leva em conta a marca, na hora de comprar a lingerie.

O que você leva mais em conta na hora de comprar uma lingerie

5% 0% Conforto 33% Estética Preço 62% Marca

Gráfico 06 : Questão n. 06

Fonte: Do Autor

Na questão de número 07, a pergunta é sobre qual parte do sutiã a consumidora prefere que apareça. 50% das consumidora gostam que apareça a alça do sutiã e outras 50% preferem que não apareça nenhuma parte da lingerie. Nenhuma das questionadas gostaria que aparecesse a parte frontal do sutiã ou a parte de trás do mesmo.

Você costuma deixar qual parte do seu sutiã aparecer?

Alça do sutiã

Parte frontal do sutiã 50% 50% Parte de trás do sutiã 0% Nenhuma parte 0%

Gráfico 07 : Questão n. 07

Fonte: Do Autor

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Na questão número 08, é perguntado qual tipo de vestuário que a consumidora sente falta de um sutiã, para poder ser usado junto. 24% delas respondem que as blusas de alcinha necessitam de um modelo de sutiã adequado a elas. 52% das mulheres querem um sutiã para ser usado com roupas decotadas nas costas. 10% preferem lingerie para ser usada com roupas com decote nadador nas costas, contra 14% das questionadas que dizem precisar de um sutiã para ser usado com blusas frente única.

Você sente mais falta de um sutiã que possa ser usado com: Blusas de alcinha 14% 24% Roupas decotadas nas 10% costas Decote nadador nas costas Blusas frente 52% única

Gráfico 08 : Questão n. 08

Fonte: Do Autor

Ao final do questionário foi aberto um espaço para sugestão de uma lingerie perfeita. Muitas pessoas dão ênfase ao conforto, dizendo que a lingerie deve se adaptar bem ao corpo feminino, juntando o conforto com uma boa modelagem, durabilidade e estética. Os tecidos que permitem a respiração são muito importantes, auxiliando no conforto da peça. Outro item citado são as lingeries sem costura, que não marcam e não machucam a consumidora. Mulheres com seios pequenos reclamam que o sutiã sobe, pois os seios não conseguem segurá-los. Ou seja, os sutiãs devem se adequar melhor aos seios, além de valorizá-los mais. Outro problema citado é que as alças de sutiãs se desprendem facilmente do corpo do sutiã, dando desconforto e constrangimento. Mulheres com seios fartos também reclamam, dizendo que falta no mercado um sutiã confortável e sensual para elas. Outra dificuldade é encontrar sutiãs com diferenciados para mulheres que usam sutiãs em números maiores. Algumas consumidoras dizem faltar peças inovadoras nas lojas, assim como cores diferenciadas.

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A estética é muito citada, já que algumas questionadas dizem usar tops de viscolycra como sutiã, já que hoje existem muitas roupas decotadas, então, para deixa aparecer elas prefeririam sutiãs estampados com modelagens de tops . A estética é a primeira coisa que a consumidora repara, se a peça for feia, ela nem quer olhar, por mais confortável que seja. Portanto, a lingerie ideal deve aliar visual, conforto e funcionalidade, já que primeiro a pessoa percebe a beleza da peça, para então prová-la e sentir o conforto, analisando sua função. Outro item em destaque são as peças multifuncionais. As mulheres dizem não gostar muito, pois existe pouca praticidade e pouca eficácia, pois fazem várias funções ao mesmo tempo, porém nenhuma com excelência. Assim cada vez que a pessoa desejar mudar a função da lingerie, deverá perder tempo para fazê-lo, no entanto, ela quer praticidade.

4.4 Conclusão da Pesquisa de Campo

Após fazer a síntese dos questionários, é possível perceber que a maioria das consumidoras pagam até R$ 100,00 em um sutiã, comprando em lojas multimarca de lingeries e afins. Normalmente adquirem lingeries feitas com tecidos de algodão, assim como sutiãs do modelo meia taça com bojo. As preferências são por modelos lisos e confortáveis, deixando aparecer a alça ou nenhuma parte do sutiã, e sentem dificuldade em encontrar uma lingerie adequada a roupas decotadas nas costas. Segundo Treptow (2007, p. 79), “para o desenvolvimento de coleção não basta conhecer apenas aquilo que o mercado já consome”. A moda é dinâmica e as mulheres querem estar sempre atualizadas, exigindo um artigo perfeito para seu biótipo. O estilo de vida da mulher é cada vez mais acelerado, pois ela trabalha, estuda, cuida dos filhos, do marido e da casa, além de se divertir e fazer exercícios físicos. A consumidora não quer “perder” tempo ao procurar uma lingerie ideal, ela quer encontrar a peça perfeita no primeiro instante. Além de que, ela mesma paga sua lingerie, portanto exige ainda mais perfeição, desembolsando o valor necessário para adquirir o produto que vai de encontro às suas expectativas. A consumidora visa encontrar no mercado o produto que ela julga ser perfeito, tendo necessidade de comprar lingeries confortáveis, duráveis e com estética diferenciada. A mulher de hoje quer ser única, deseja encontrar um sutiã e uma

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calcinha que combinem exatamente com seu jeito de ser, vestindo o seu corpo como se tivesse sido feita sob medida. As lingeries, que estão atualmente no mercado, se dividem em duas propostas. A primeira propõe uma mulher sensual, com desejos lúdicos, querendo mostrar sua moda underwear onde estiver, ou então uma mulher que se preocupa com o conforto, mas quer continuar usando uma lingerie sem mostrar a ninguém, pois são peças com estética simples e cores neutras. Mas o que realmente ela procura, é a junção das duas, tornando-se sensual e confortável onde quer que esteja. É percebida a falta de preocupação da estética por parte das empresas especializadas em confeccionar lingeries funcionais, precisando haver design diferenciado, cores diversas e alegres. Os tons neutros ainda são os mais fabricados, porém a mulher atual quer inovar, usar uma lingerie que esteja seguindo tendência, deixar de lado o básico. Aliado a estética será criada uma lingerie confortável incorporando praticidade à funcionalidade. Este é o ponto crítico das marcas atualmente, já que esses três itens juntos em uma peça de lingerie estão em falta no mercado. Hoje, as mulheres preferem pagar um pouco mais para ter uma lingerie perfeita e durável.

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5 CONCEITUAÇÃO

A coleção de lingeries desenvolvida neste projeto, possui conceitos que se encaixam com os desejos das mulheres contemporâneas, propondo peças underwear que unem a funcionalidade, o conforto e o design diferenciado, sem esquecer de dar um toque de sensualidade às lingeries.

Figura 134 : Painel de Conceito

Fonte: Do autor

Os produtos propostos, além de possuírem conceitos funcionais, conforto extremo e peças diferenciadas, são contemporâneas, oferecendo três propostas: sofisticada, clássica e lúdica. Além de serem sensuais, colocando-se à frente do pensamento feminino, precipitando-se a criar o que a cliente deseja. Essa posição de vanguarda é possível graças as pesquisas realizadas tanto teóricas ilustrativas quanto de campo.

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5.1 Briefing

Segundo Jones (2005), o briefing do projeto coloca as condições ou parâmetros que a pessoa deve seguir para cumprir uma tarefa. Treptow (2007) acrescenta dizendo que o briefing é uma ferramenta que trata das expectativas de vendas da coleção, avaliando sucessos e fracassos, fornecendo volumes e margens de contribuição por linha de produto. Segue briefing do projeto de lingeries:

Nome : Coleção de Lingeries

Categoria : Vestuário

Local de Uso : Dia-a-dia e noite

Estação : Pode ser usada em qualquer época do ano, porém está sendo desenvolvida para o verão 2008/2009.

Temática : O tema principal é o grupo de dança contemporânea carioca Déborah Colker.

Pontos positivos : Buscar a funcionalidade em uma peça de sutiã, com design diferenciado e preços atrativos.

Pontos negativos : Alta competitividade de marcas de lingerie com design diferenciado, e outras marcas que possuem funcionalidade e modelagem bem desenvolvida.

Diferencial : Lingerie que possui funcionalidade, estética e conforto em uma só peça.

Necessidades : Ergonomicamente correto, com praticidade e conforto.

Dimensão : Coleção calcinha e sutiãs com 15 looks.

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Mix de produtos : A coleção é sub dividida em 3 linhas, a básica, sofisticada e lúdica.

Público : A consumidora valoriza a lingerie, procurando algo funcional, com design diferenciado e preço acessível. Ela quer se sentir livre e sensual, sempre valorizando o conforto. Adora fazer compras nas horas vagas, e pode ou não ter uma vida financeira independente. Possui uma vida social ativa, freqüentando festas, jantares e happy hours.

Figura 135 : Painel de Público Alvo

Fonte: Do autor

5.1.1 Mercado

Concorrentes : Liz, Eloeth, Hope, Piccolo Peccato.

Tamanho do mercado : É grande, pois, atualmente, existem diversas formas de se comprar lingeries, além da crescente criação de marcas na região de Ilhota.

Preço : Os preços de venda aos lojistas, dos sutiãs desenvolvidos nesse projeto, variam de R$ 25,00 a R$ 50,00, e as calcinhas de R$ 7,00 a R$ 30,00.

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5.1.2 Empresa

Porte : É uma empresa de pequeno porte.

Marca : Desedeo design de lingeries.

Sistema de venda : O produto será vendido através de um representante para lojas multimarcas de lingerie e afins. Ao consumidor final, serão vendidas calcinhas e sutiãs separadamente.

Distribuição : A distribuição será feita na região de Blumenau, abrangendo o vale do Itajaí, norte e litoral norte do estado de Santa Catarina.

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6 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO

Após realizar as pesquisas necessárias para o planejamento da coleção de lingeries, é feito o desenvolvimento de coleção, que possui as cartelas de aviamento, tecidos, cores e estampas que serão usadas nas peças de lingerie, além dos looks escolhidos para a mesma. Para a atual coleção de lingeries funcionais, foi desenvolvido um processo criativo através de técnicas de criatividade e ferramentas do projeto, onde foram geradas as idéias para a criação. Então, foram escolhidos dezoito looks , sendo cinco da linha clássica, cinco sofisticados e oito lúdicos.

6.1 Processo de criação

Para auxiliar no desenvolvimento dos modelos, foi utilizado um processo metódico de criação. As técnicas de criatividade trabalhadas neste projeto foram o Brainstorming , que é a explosão de idéias, criando novos modelos, e o MESCRAI, que é a técnica de criatividade onde existe a modificação, eliminação, substituição, combinação, rearranjar, adaptação e inverteção do produto já criado. A técnica Mescrai auxilia na melhoria da estética e funcionalidade das peças criadas através do brainstorming . Para auxiliar no processo de criação, um cenário foi criado no ambiente de trabalho. Os itens que compunham este ambiente são formados por vídeos de espetáculos de dança da companhia Déborah Colker, imagens dos espetáculos da mesma e músicas utilizadas nos shows. Também foram utilizadas como ferramenta os painéis de estado do design, tendência e temática, e as cartelas de cores, aviamentos, estampas e tecidos, para auxiliar no processo criativo (cronograma e briefing).

6.2 Cartelas

As cartelas criadas no projeto, auxiliam na criação dos modelos de lingeries e delimitam o universo da coleção compondo as etapas em relação a definição dos tecidos, cores, aviamentos e estampas.

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6.2.1 Cartela de cores

A cartela de cores auxilia na escolha das cores para o desenvolvimento da coleção de lingeries. A cartela da coleção é formada por cores básicas, que nunca saem de moda, e cores alegres, que são propostas para a estação verão 2009.

Figura 136 : Cartela de Cores

Fonte: Do autor

6.2.2 Cartela de tecidos

Através da cartela de tecidos é possível determinar o caimento da peça, ajustando o modelo ao tecido escolhido. A cartela proposta para esta coleção, trás tecidos confortáveis, com fácil transpiração, totalmente adequados à linha íntima.

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Figura 137 : Cartela de Tecidos

Fonte: Do autor

6.2.3 Cartela de aviamentos

Os aviamentos são essenciais para a criação de lingeries, tendo grande variedade e funcionalidade. Estes são feitos de metais e plásticos, dando foco para os strass, que estão em evidencia no mercado atual da moda.

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Figura 138 : Cartela de Aviamentos

Fonte: Do autor

Figura 139 : Cartela de Aviamentos 2

Fonte: Do autor

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6.2.4 Cartela de estampas

As estampas foram criadas a partir do espetáculo 4X4, que propões cenário lúdico, mostrando vários elementos que podem ser transformados em estampas surreais.

Figura 140 : Cartela de estampas

Fonte: Do autor 6.3 Coleção

Os looks escolhido atendem as necessidades do projeto, lembrando que a proposta de venda é de peças separadas, podendo haver maior flexibilidade na escolha de tamanhos e modelos das lingeries.

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6.3.1 Linha clássica

A coleção de lingeries criada para fazer parte da linha clássica, possui formas tradicionais, cores versáteis, e poucos detalhes, fazendo com que as peças fiquem com aspecto mais básico.

Figura 141 : Coleção – Look Clássico 01

Fonte: Do autor

O primeiro look, é um conjunto de lingeries com variação de cores básicas, com a funcionalidade em utilizar o sutiã com peças de roupa com decote nadador nas costas. A calcinha fio dental possui regulagem na lateral, podendo ser adequada ao corpo da consumidora. A ligação com a temática está nos aviamentos, que foram feitos inspirados na roda utilizada no espetáculo Rota , da companhia de dança contemporânea Déborah Colker. O tecido escolhido é a micro fibra, por ser confortável e facilitar a transpiração da pele.

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Figura 142 : Coleção – Look Clássico 02

Fonte: Do autor

O segundo look foi escolhido, pois é um modelo tomara que caia, peça que todas as mulheres possuem em seu guarda roupas. A inspiração no espetáculo está nas tachas termo-colantes, que representam os ganchos da parede de escala presente no espetáculo Mix. As cores também são neutras, possibilitando a utilização da lingerie com diversos tipos de roupa. O look é feito de micro fibra, material confortável, além de facilitar a transpiração da pele.

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Figura 143 : Coleção – Look Clássico 03

Fonte: Do autor

O terceiro look escolhido, também atende ao decote nadador, podendo ser usado com roupas decotadas nas costas, já que na parte de trás do sutiã, possui detalhe de um babado feito de tule. Os aviamentos são inspirados na imagem do espetáculo Rota, onde os bailarinos são representados pelos strass.

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Figura 144 : Coleção – Look Clássico 04

Fonte: Do autor

Este look possui calcinha maior, e sutiã com elásticos nas costas, fazendo com que a peça se adeqüe melhor ao corpo. A inspiração vem da imagem do espetáculo nó, utilizando o figurino como principal inspiração, transmitindo os babados e camadas de tecido para a lingerie.

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Figura 145 : Coleção – Look Clássico 05

Fonte: Do autor

O modelo de sutiã do look numero cinco, possui detalhe nas costas que pode ser mostrado através de roupas decotadas no dorso, além de poder ser usado com roupas que possuem decote nadador. O sistema de fechamento do sutiã é frontal, tornando a hora de vestir a peça em um momento mais prático para a consumidora. A calcinha é básica, podendo ser usada com a maioria das mulheres.

6.3.2 Linha Sofisticada

A linha sofisticada tenta trazer, além da funcionalidade e conforto, a estética das rendas e bordado inglês, propondo lingeries com toques refinados e detalhes sensuais.

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Figura 146 : Coleção – Look Sofisticado 01

Fonte: Do autor

O primeiro look da linha sofisticada possui sutiã com sistema de fechamento frontal, semelhante ao visto no look de numero cinco da linha clássica. As partes das costas do sutiã é feita com bordado inglês, trazendo sofisticação à peça, podendo ou não ser deixada aparecer. A calcinha é fio dental, deixando o conjunto ainda mais sensual.

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Figura 147 : Coleção – Look Sofisticado 02

Fonte: Do autor

O conjunto número dois, possui detalhes em renda, trazendo a transparência para auxiliar na sensualidade da peça. Com decote nadador nas costas, o sutiã é feito de micro fibra como base e renda nas costas para dar o acabamento sofisticado. A calcinha possui regulagem nas laterais para maior praticidade.

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Figura 148 : Coleção – Look Sofisticado 03

Fonte: Do autor

O terceiro look da linha possui fechamento frontal. O sutiã recebe revestimento de tule com bolinhas que remetem os gancho da parede de escalada usada no espetáculo Mix . A calcinha, que possui formato que se adequa a maioria dos corpos femininos, também possui detalhe deste tule nas laterais.

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Figura 149 : Coleção – Look Sofisticado 04

Fonte: Do autor

O quarto look foi escolhido porque pode ser usado com roupas decotadas nas costas, sem precisar aparecer nenhum detalhe de sutiã. O modelo é clássico, porém possui fivelas cravejadas de strass , que trazem a sofisticação às peças. O sistema para prender o sutiã na calcinha é feito através de uma fivela, na parte das costas.

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Figura 150 : Coleção – Look Sofisticado 05

Fonte: Do autor

O quinto look é formado por um sutiã que pode ser usado com roupas frente única, tendo detalhe de elásticos entrelaçados nas costas, facilitando a adequação antropométrica das consumidoras. A calcinha é estilo cuecão, porém possui drapeados que dão o toque feminino à peça. A inspiração dos elásticos vem da imagem do espetáculo Nó, onde vários fios interagem com os bailarinos.

6.3.3 Linha lúdica

Esta linha tenta explorar as cores alegres da estação verão, além de formas diferenciadas e aviamentos em lugares diferenciados. As combinações de cores são muito usadas, trazendo uma linha com aspecto de brincadeira para a coleção.

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Figura 151 : Coleção – Look Lúdico 01

Fonte: Do autor

O primeiro look da linha lúdica, é feito de microfibra que proporciona conforto e facilita a transpiração da pele da consumidora. O sutiã é um modelo estilo top , que pode ser deixado aparecer sem problemas.

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Figura 152 : Coleção – Look Lúdico 02

Fonte: Do autor

O segundo conjunto traz a influencia do espetáculo Nó através dos laços usados na calcinha e sutiã, além de inspirar no drapeado das duas peças. O modelo de sutiã é do tipo nadador, com laços, e a calcinha é do modelo fio dental, proporcionando sensualidade à peça.

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Figura 153 : Coleção – Look Lúdico 03

Fonte: Do autor

O terceiro conjunto possui detalhe de strass e laços nas costas, podendo ser deixada a mostra. O laço da parte frontal do sutiã é, na verdade, um botton , podendo ser retirado para a lavagem e outros fins necessários. A calcinha é de modelo maior, dando conforto à cliente.

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Figura 154 : Coleção – Look Lúdico 04

Fonte: Do autor

O quarto look possui combinações de cores divertidas, ale de possuir detalhe em tule drapeado nas costas da calcinha e sutiã. O fechamento do sutiã é frontal, e a calcinha possui regulagem nas laterais. A inspiração para a criação desse look vem a partir da imagem do espetáculo Nó, traduzindo as camadas do tecido da bailarina, nos detalhes da lingerie.

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Figura 155 : Coleção – Look Lúdico 05

Fonte: Do autor

O quinto look da linha lúdica propõe um sutiã com fechamento nas costas e detalhes em strass . O conjunto possui aplicação de laços, inspirado nos itens de cena do espetáculo Nó.

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Figura 156 : Coleção – Look Lúdico 06

Fonte: Do autor

Este conjunto é formado por um sutiã que possui quatro alças, duas de cada cor. O detalhe frontal transmite a idéia de um nó, com a sofisticação do strass. A calcinha possui formato lúdico, com recorte, possuindo o mesmo detalhe que é encontrado na parte frontal do sutiã.

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Figura 157 : Coleção – Look Lúdico 07

Fonte: Do autor

Este é o único look estampado da coleção final. A estampa foi retirada do cenário do espetáculo 4X4, que tem aparência lúdica e descontraída. A inspiração para criar os nós feitos com fita de cetim, aplicado na parte de trás e frente do sutiã, e parte frontal da calcinha, vem do espetáculo Nó, que utiliza de cordas no cenário.

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Figura 158 : Coleção – Look Lúdico 08

Fonte: Do autor

O último conjunto escolhido é proposto em cores alegres, feito de cotton de malha. Ele possui laços de tecido transparente, de diferente cor do tecido da lingerie, proporcionando contraste à peça. Os laços estão localizados tanto na parte frontal como traseira das peças de sutiã e calcinha. A inspiração para criar o desenho traseiro do sutiã, vem a partir da imagem do espetáculo Mix , onde o figurino das bailarinas é composto por várias faixas.

6.3.4 Justificativa da Coleção

A coleção de lingerie criada para a estação Verão 2009, mostra as inspirações do grupo de dança contemporânea Déborah Colker através dos aviamentos, inspirando-se nos cenários e figurinos utilizados nos espetáculos, detalhes das lingeries, como babados sobrepostos, inspirados nos figurinos das bailarinas, além de formas orgânicas nas roupas de baixo, que fazem releitura aos movimentos que os dançarinos realizam. Outro item explorado foi o espetáculo 4X4, onde foram retirados desenhos para a inspiração de três estampas. Além de utilizar

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tecidos com pois , que transmitem os “pegas” da parede de escalada do espetáculo Mix. Além da inspiração da dança, a coleção reúne funcionalidade, com modelos que se adaptam ao corpo feminino, design diferenciado, podendo mostrar a lingerie, tornando-a parte da roupa. O conforto foi bastante valorizado, através da utilização de materiais adequados e modelagens adequadas, além da sensualidade, que é transmitida através de formas cavadas e cores quentes. A coleção possui fundamentos ergonômico adequados, utilizando modelagem anatômica, tecidos que deixam a pele transpirar facilmente, além de aviamentos apropriados, que dão segurança à usuária e conforto, parecendo que estão nuas, porém com todos os benefícios da lingerie. As peças criadas nessa coleção trazem a funcionalidade que o público alvo está procurando, em cores variadas, sem esquecer das cores neutras. Além da existência de modelos com design diferenciados, oferecendo diversas opções á consumidora. Assim, a possibilidade da cliente encontrar na coleção a peça ideal, e ficar satisfeita, são amplas.

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7 DETALHAMENTO DO PROJETO

Depois de realizar as pesquisas bibliográficas e de mercado, foi concebida a coleção “Dança: Desafiando a Gravidade”. Essa coleção de lingeries foi projetada para a estação verão 2008-2009, e, como já citado, é inspirada no grupo de dança contemporânea Débora Colker. Foram escolhidos quatro looks para serem feitas as peças piloto, dentre eles 1 look clássico, 2 looks sofisticados e 1 look lúdico. Para auxiliar na confecção das peças, foi escolhida uma confecção de lingeries, situada na cidade de Ilhota/SC. Para serem confeccionados os looks, em primeiro lugar, foi necessário fazer a modelagem das lingerie. Os dados antropométricos utilizados para desenhar as modelagens foram baseados na tabela de medidas a seguir:

Quadro 01 : Tabela de medidas Tamanhos 40 42 44 46 Circunferência do tórax (abaixo do busto) 73 77 81 85 Circunferência do busto 84 88 92 96 Circunferência do quadril 90 94 98 102 Distância entre bustos 18 18,5 19 19,5 Altura de cava 20 20,3 20,6 20,9 Altura da frente (da base do degolo à cintura) 32 32,5 33 33,5 Largura do Tórax frente entre axilas (na linha do 32 32,5 33 33,5 tórax) Largura das costas entre axilas (na linha do 35 35,5 36 36,5 tórax) Fonte: Compilação de dados organizados pela autora

7.1 Look clássico

Este look, o 4º look da linha clássica, foi escolhido, pois transmite o movimento do vestido da dançarina através dos babados, que são feitos em camada, inspirados no vestido da bailarina. Os elásticos na parte das costas do sutiã foram desenvolvidos para que exista maior número de usuárias, pois com a utilização dos elásticos o sutiã pode se adequar melhor ao corpo feminino. Segue o croqui do look:

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Figura 159: Painel do look clássico

Fonte: Da autora

Na hora de comprar os materiais para a confecção desse look, foi encontrada certa dificuldade, pois não foi encontrado o cotton de malha que era especificado para a confecção do mesmo. Portanto, o protótipo foi confeccionado por uma microfibra, que também não era o tecido adequado, porém estava mais próximo de alcançar o resultado esperado. Assim como o tecido, alguns aviamentos escolhidos para a coleção não foram encontrados, tendo que usar aviamentos alternativos. A cor também foi um empecilho, já que não foram encontrados o tecido e aviamentos necessários para a confecção na cor paixão (vermelho), portanto optou-se em fabricá-lo na cor cruel (preto), que também está presente na cartela de cores desse modelo. Quando a compra de materiais estava feita, o passo seguinte foi desenvolvida a modelagem. Após o desenvolvimento, esta foi testada 3 vezes no tecido, até chegar no resultado final, que foi aprovado. Os erros foram no detalhe em tule na parte frontal do sutiã, que, primeiro estavam muito pequenos e depois ficaram sem movimento. O terceiro erro dessa peça foi na parte das costas, que não foi dado

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acabamento para que o elástico fosse travetado. Enfim chegou-se a um resultado satisfatório, atendendo aos pré-requisitos das peças.

Figura 160: Detalhes nos bojos não aprovados

Foto: Da autora

Figura 161: Parte de união tecido/elástico não aprovada

Foto: Da autora

Figura 162: Sutiã pronto da linha clássica. Frente e costas .

Foto: Da autora

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Figura 163: Calcinha pronta da linha clássica. Frente e costas.

Foto: Da autora

7.2 Look sofisticado I

Este conjunto, o 3º look da linha sofisticada, foi escolhido para ser confeccionado pela relação entre os círculos na parede de escalada do espetáculo Mix, e os círculos no tecido do bojo e detalhe da calcinha. Outro item pelo qual esse modelo foi escolhido, é o elástico na parte de trás do sutiã, que permite maior flexibilidade de biótipos femininos que poderão usar esse modelo. Segue o croqui do look:

Figura 164 : Painel do look sofisticado 1

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Fonte: Da autora Este modelo, inicialmente era para ser feito na cor mix (laranja) com microfibra Santa Constancia e tule com bolinhas, porém só foi possível utilizar microfibra de outra marca, que lembra lycra®, e o tule foi substituído por cetim com pois . Todos os materiais só foram encontrados na cor paixão (vermelho). Além do tecido, alguns aviamentos escolhidos para compor a peça também não foram encontrados, optando por aviamentos alternativos. Então foi desenhada a modelagem, que foi testada e somente foi encontrado dificuldade na construção do bojo, pois como o forro do bojo foi feito com cetim sem elastano, o mesmo ficou sem movimento, tendo que ter uma pequena dobra no cetim, para que ele pudesse subir até os ombros.

Figura 165: Detalhe sutiã (dobra)

Foto: Da autora

Figura 166: Sutiã pronto da linha sofisticada (1). Frente e costas.

Foto: Da autora

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Figura 167: Calcinha pronta da linha sofisticada (1). Frente e costas.

Foto: Da autora

7.3 Look sofisticado II

Este look , o 2º conjunto da linha sofisticada, foi escolhido para confecção pois, além de possuir renda, material que a maioria das mulheres admiram, ele possui modelo de sutiã versátil, tendo um recorte nas costas em decote nadador, que pode ser usado tanto com roupas com esse tipo de decote, quanto com roupas que deixem o detalhe das costas aparecer. A calcinha possui regulagem na lateral, adequando-se à vários biótipos femininos, além de possuir formato cavado, expressando sensualidade. As linhas de inspiração desse look, nascem do espetáculo rota, onde as várias linhas do cenário sugerem as alças duplas do sutiã e calcinha, e o drapeado dos vestidos das bailarinas, fazem o babado da parte das costas da calcinha. Segue o croqui do look:

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Figura 168: Painel do look sofisticado 2

Fonte: Da autora

Este modelo era para ser confeccionado na cor 4X4 (pérola), porém, não havia renda no tom do tecido, portanto a peça foi toda confeccionada na cor colker (branco). Os aviamentos escolhidos para essa peça também não foram encontrados, sendo necessário utilizar aviamentos alternativos. Não houveram dificuldades na confecção dessa peça, tanto a modelagem, como o corte e a costura dessa peça fluíram com muito sucesso. Esse look só possui um porém, que são as alças duplas que demoram um pouco mais que o normal para serem feitas.

Figura 169: Sutiã pronto da linha sofisticada (2). Frente e costas.

Foto: Da autora

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Figura 170: Calcinha pronta da linha sofisticada (2). Frente e costas.

Foto: Da autora

7.4 Look lúdico

Este modelo, o 8º look da linha lúdica, foi confeccionado por possuir as formas de retângulos finos, que obtiveram releitura na lateral da calcinha e na parte das costas do sutiã, formando um desenho geométrico com simetria, assim como os figurinos do espetáculo Mix. O modelo de sutiã é estilo decote nadador, assim como o sutiã do look sofisticado 2. Este modelo é versátil, e foi pensado em ser usado para aparecer, principalmente com roupas decotadas nas costas, ponto em que foi constatado na pesquisa de campo falta de opções no mercado. Os oito laços presentes no look representam o espírito lúdico que a autora quis passar através da lingerie. Segue o croqui do look:

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Figura 171: Painel do look lúdico

Fonte: Da autora

Quando foi feita a compra de materiais para esse modelo, era esperado encontrar cotton na cor velox, porém só tinha microfibra (com aspecto de lycra®) disponível. Os laços de fita transparente não foram encontrados na cor roxa, portanto foram comprados laços na cor verde, que também resultou em um contraste bonito. O fecho frontal também não foi encontrado, optando por um aviamento alternativo. O desenvolvimento da modelagem da calcinha foi bem sucedida, porém a parte das costas do sutiã foi repensada e chegou-se a uma nova idéia, que introduziu uma fivela com strass no meio das costas. Porém quando a peça foi confeccionada, foi percebido que a idéia inicial cabia melhor na temática, então foi descartada a primeira modelagem, e partiu-se para a modelagem do modelo inicial, que obteve sucesso e foi aceita.

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Figura 172: Costas de sutiã não aceito

Fonte: Da autora

Figura 173: Sutiã pronto da linha lúdica. Frente e costas.

Foto: Da autora

Figura 174: Calcinha pronta da linha lúdica. Frente e costas.

Foto: Da autora

7.5 Fichas técnicas

Segundo Treptow (2007, p. 165), “a ficha técnica é o documento descritivo de uma peça de coleção”. O preenchimento da ficha técnica é, normalmente, destinado ao designer. Existem diversos formatos de fichas, que mudam de uma confecção

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para outra. Os erros de preenchimento da ficha técnica podem acarretar em diversos problemas, como a compra errada de materiais, e falta de determinação de custo do produto (TREPTOW, 2007). Seguem as fichas técnicas de produtos:

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FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Produto: Sutiã Clássico Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009 Data: 01/05/08 Tam.: M Facção: MBK Têxtil P M G GG Ref.: 001 Grade 40 42 44 46 Desenho Técnico Frente Costas

Unidade: cm. Escala: 1:6

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Desenho das partes do molde

Escala 1:2

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Costura / Acabamento ( ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto ( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( ) Lacinho

Seqüência Operacional Descrição Ordem Operação Máquina Aparelho Preparação 1 Modelagem Manual Lápis e papel 2 Risco Manual Giz 3 Corte Manual Tesoura Montagem 4 Acabamento bojo Overlock 5 Acabamento tule Overlock 6 Unir tule frente Overlock 7 Unir frente ao bojo Overlock 8 Acabamento costas Reta 9 Aplicar viés elástico Cobertura p/ viés 10 Travetar com argola Travete 11 Travetar elástico pela argola Travete 12 Travetar elásticos meio Travete 13 Unir costas à frente (bojo) Overlock 14 Aplicar viés curvo Cobertura p/ viés 15 Colocar arco Manual 16 Travetar fecho Travete 17 Montar alça Travete 18 Travetar argola (com alça) à frente Travete Acabament 19 Revisão Manual o Embalage 20 Aplicar tag Manual m 21 Embalar Manual Custo de mão de obra (R$): 3,00 Materiais Fornec Consum Preço Unitário/ Total Tecido Composição Cor/Código edor o (kg/m) Metro (R$) (R$) Tule Poliamida Santa Cruel 10 gr 56,00 0,56 Elastano Constan cia Micro fibra Poliamida Santa Cruel 60 gr 40,50 2,43 Elastano Constan cia Total: 2,99

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Preço Cor/ Consumo Total aviamento Composição Fornecedor Unitário / Código (un.) (R$) Metro (R$) Bojo Poliuretano Conformatec 8983 1 par 1,89 1,89 Poliéster Argola P Metal Estrela 4322 4 0,09 0,36 Argola M Metal Estrela 4322 2 0,10 0,20 Alça Poliéster Zanotti 7485 40 cm 0,14 0,06 Poliamida Elastano Regulador P Metal Estrela 4345 1 0,16 0,16 Fio ballon Poliéster Sancris 6545 10 mt 0,00092 0,0092 Fio algodão Algodão Sancris 6524 5 mt 0,00078 0,0039 Fecho Plástico/Stras Estrela 2345 1 0,72 0,72 Elástico Poliéster Zanotti 7938 90 cm 0,56 0,50 Elastano Viés curvo Poliamida Zanotti 5443 60 cm 0,36 0,22 Elastano Viés elástico Poliamida Zanotti 5432 50 cm 0,24 0,12 Elastano Arco Metal Metax 5676 1 par 0,29 0,29 Embalagem Plástico HS 9646 1 0,50 0,50 c/ botão Embalagens Total: 5,03

Custo total da peça : R$ 11,02

Figura 175: Ficha técnica – sutiã clássico

Fonte: Da autora

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FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Produto: Calcinha Clássica Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009 Data: 01/05/08 Tam.: M Facção: MBK Têxtil P M G GG Ref.: 101 Grade 40 42 44 46 Desenho Técnico Frente Costas

Unidade: cm. Escala: 1:6

181

Desenho das partes do molde

Escala: 1:2

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Costura / Acabamento ( ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto ( X ) Cobertura aberta ( ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( ) Travete ( X ) Lacinho Seqüência Operacional Descrição Orde Operação Máquina Aparelho m Preparação 1 Modelagem Manual Lápis e papel 2 Risco Manual Giz 3 Corte Manual Tesoura Montagem 4 Unir forro com fundo e frente Overlock 5 Unir forro com fundo e costas Overlock 6 Passar viés elástico frente e Cobertura p/ viés costas 7 Acabamento ponto luxe nos Overlock tules 8 Unir tule à lateral Overlock 9 Passar viés elástico nas Cobertura p/ viés laterais 10 Unir laterais à frente Overlock 11 Unir laterais às costas Overlock 12 Aplicar lacinhos Lacinho Acabamento 13 Revisão Manual Embalagem 14 Aplicar tag Manual 15 Embalar Manual Custo de mão de obra (R$): 1,00 Materiais Composiç Cor/Có Consumo Total Tecido Fornecedor Preço/ Metro (R$) ão digo (kg/m) (R$) Microfibra Poliamida Santa Cruel 35 gr 40,50 1,41 Elastano Constancia Tule Poliamida Santa Cruel 10 gr 56,00 0,56 Elastano Constancia Meia malha Algodão Renaux Cruel 5 gr 20,00 0,10 Total: 2,07 aviament Composiçã Fornecedor Cor/ Consumo Preço/ Metro (R$) Total o o Código (un.) (R$) Fio ballon Poliéster Sancris 6545 10 mt 0,00092 0,0092 Fio Algodão Sancris 6524 3 mt 0,00078 0,0047 algodão Lacinho Poliéster Laçotex 3273 2 0,04 0,08 Viés Poliamida Zanotti 5432 1 mt 0,24 0,24 Elástico Elastano Embalage Plástico HS 9847 1 0,05 0,05 m Embalagens Total: 0,38 Custo total da peça : R$ 3,45 Figura 176: Ficha técnica – calcinha clássico

Fonte: Da autora

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FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Produto: Sutiã Sofisticado I Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009 Data: 01/05/08 Tam.: M Facção: MBK Têxtil P M G GG Ref.: 002 Grade 40 42 44 46 Desenho Técnico Frente Costas

Unidade: cm. Escala: 1:6

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Desenho das partes do molde

Escala 1:2

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Costura / Acabamento ( X ) Reta ( X ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto ( X ) Cobertura aberta ( ) Cobertura fechada ( X ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( ) Lacinho Seqüência Operacional Descrição Ordem Operação Máquina Aparelho Preparação 1 Modelagem Manual Papel e lápis 2 Risco Manual Giz 3 Corte Manual Tesoura Montagem 4 Acabamento bojo Overlock 5 Montagem alças Travete 6 Unir partes costas embutindo Overlock alça 7 Unir costas com frente (bojo) Overlock 8 Unir cetim com bojo Overlock 9 Unir alça com cetim Travete 10 Passar alça (acabameto) parte Cobertura de baixo do sutiã 11 Travetar fivela frente Travete 12 Unir partes do centro costas Overlock 13 Embutir elástico Manual 14 Costurar meio costas franzindo 2 agulhas 15 Unir costas com meio costas Overlock Acabamento 16 Revisar peça Manual Embalagem 17 Aplicar tag Manual 18 Embalar Manual Custo de mão de obra (R$): 3,00 Materiais Preço/ Consumo TECIDO Composição Fornecedor Cor/Código Metro Total(R$) (kg/m) (R$) Cetim Poliamida Santa Paixão c/ 25 gr 10,20 2,51 Elastano Constancia pois branco Microfibra Poliamida Santa Paixão 60 gr 40,50 2,43 Elastano Constancia Total: 4,94

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AVIAMENTO Composição Fornecedor Cor/ Consumo Preço/ Total Código (un.) Metro (R$) (R$) Bojo Poliuretano Conformatec 8987 1 par 2,35 2,35 Poliéster Argola M Metal Estrela 4322 2 0,10 0,20 Regulador P Metal Estrela 4345 2 0,16 0,32 Fecho Plástico/Stras Estrela 2348 1 0,72 0,72 Alça Poliéster Zanotti 7456 2 mt 0,14 0,28 Poliamida Elastano Fio ballon Poliéster Sancris 6545 10 mt 0,00092 0,0092 Fio algodão Algodão Sancris 6524 5 mt 0,00078 0,0039 Embalagem c/ Plástico HS 9646 1 0,50 0,50 botão Embalagens Total: 4,38 Custo total da peça : R$ 12,32 Figura 177: Ficha técnica – sutiã sofisticado I

Fonte: Da autora

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FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Produto: Calcinha Sofisticada I Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009 Data: 01/05/08 Tam.: M Facção: MBK Têxtil P M G GG Ref.: 102 Grade 40 42 44 46 Desenho Técnico Frente Costas

Unidade: cm. Escala: 1:6

188

Desenho das partes do molde

Escala 1:2

189

Costura / Acabamento

( X ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto ( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( ) Travete ( X ) Lacinho

Seqüência Operacional

Descrição Ordem Operação Tempo Máquina Aparelho Preparação 1 Modelagem Manual Lápis 2 Risco Manual Giz 3 Corte Manual Tesoura Montagem 4 Unir frente com forro e fundo Overlock 5 Unir costas com forro e fundo Overlock 6 Passar viés elástico Cobertura p/ viés 7 Fechar laterais Overlock 8 Embutir elástico laterais Manual 9 Delimitar elástico Reta 10 Unir laterais à frente Overlock 11 Unir laterais às costas Ovelock 12 Aplicar lacinhos Lacinho Acabamento 13 Revisão da peça Manual Embalagem 14 Aplicar Tag Manual 15 Embalar Manual Custo de mão de obra: 1,10

Materiais

Preço Total Consumo Tecido Composição Fornecedor Cor/Código Unitário/ 1 (kg/m) Metro (R$) (R$) Cetim Poliamida Santa Paixão c/ 10 gr 10,20 1,02 Elastano Constancia pois branco Microfibra Poliamida Santa Paixão 35 gr 40,50 1,41 Elastano Constancia Meia Algodão Renaux Movimento 5 gr 20 0,10 malha Total: 2,53

190

Preço Cor/ Consumo Unitário/ Total Aviamento Composição Fornecedor Código (un.) Metro 1 (R$) (R$) Fio ballon Poliéster Sancris 6545 5 mt 0,00092 0,004 6 Fio algodão Algodão Sancris 6524 3 mt 0,00078 0,002 3 Lacinho Poliéster Laçotex 3273 2 0,04 0,08 Viés elástico Poliamida Zanotti 5432 1,30 mt 0,24 0,31 Elastano Embalagem Plástico HS 9847 1 0,05 0,05 Embalagens Total: 0,45

Custo total da peça : R$ 3,69

Figura 178: Ficha técnica – calcinha sofisticada I

Fonte: Da autora

191

FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Produto: Sutiã Sofisticado II Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009 Data: 01/05/08 Tam.: M Facção: MBK Têxtil P M G GG Ref.: 003 Grade 40 42 44 46 Desenho Técnico Frente Costas

Unidade: cm. Escala: 1:6

192

Desenho das partes do molde

Escala 1:2

193

Costura / Acabamento

( ) Reta ( X ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto ( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( ) Lacinho

Seqüência Operacional

Descrição Ordem Operação Tempo Máquina Aparelho Preparação 1 Modelagem Manual Lápis e papel 2 Risco Manual Giz 3 Corte Manual Tesoura Montagem 4 Acabamento bojo Overlock 5 Unir frente bojo Overlock 6 Unir parte costas Overlock 7 Unir detalhe costas Overlock 8 Passar elástico costas Cobertura (embaixo) 9 Unir costas à frente (bojo) Overlock 10 Aplicar viés curvo 2 aguhas 11 Colocar arco Manual 12 Passar viés elástico frente e Cobertura p/ viés costas 13 Passar viés elástico (encima) Cobertura p/ viés costas 14 Montar alça Travete 15 Aplicar alça com argola costas Travete 16 Aplicar alça frente Travete 17 Aplicar laço Lacinho 18 Aplicar strass Manual Acabamento 19 Revisão Manual Embalagem 20 Aplicar tag Manual 21 Embralar Manual Custo de mão de obra (R$): R$ 3,50

Materiais

Tecido Composição Fornecedor Cor/Código Consumo Preço / Total (kg/m) Metro(R$) (R$) Renda Poliamida Rendas Colker 50 cm 2,40 1,20 Elastano Acacia Microfibra Poliamida Santa Colker 60 gr 40,50 2,43 Elastano Constancia Total: 3,63

194

Aviamento Composição Fornecedor Cor/ Consumo Preço/Metro Total 1 Código (un./mt) (R$) (R$) Bojo Poliuretano Conformatec 8983 1 par 1,89 1,89 Poliéster Laço Pliéster Laçotex 3273 2 0,04 0,08 Strass Poliamida Swarovski 0098 2 0,03 0,06 Alça Rabo Poliéster Zanotti 7485 1 mt 0,18 0,18 de Rato Poliamida Elastano Regulador Metal Estrela 4345 2 0,16 0,32 P Argola P Metal Estrela 4322 2 0,09 0,18 Elástico Poliéster Zanotti 7554 50 cm 0,16 0,08 bico Elastano Viés Poliamida Zanotti 5432 1 mt 0,24 0,24 elástico Elastano Viés curvo Poliamida Zanotti 5443 60 cm 0,36 0,22 Elastano Linha Poliéster Sancris 6545 10 mt 0,00092 0,0092 ballon Linha Algodão Sancris 6524 5 mt 0,00078 0,0039 algodão Fecho Plástico/Stras Estrela 2345 1 0,72 0,72 Arco Metal Metax 5676 1 par 0,29 0,29 Embalagem Plástico HS 9646 1 0,50 0,50 c/ botão Embalagens Total: 3,76

Custo total da peça : R$ 10,89

Figura 179: Ficha técnica – sutiã sofisticado II

Fonte: Da autora

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FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Produto: Calcinha Sofisticada II Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009 Data: 01/05/08 Tam.: M Facção: MBK Têxtil P M G GG Ref.: 103 Grade 40 42 44 46 Desenho Técnico Frente Costas

Unidade: cm. Escala: 1:6

196

Desenho das partes do molde

Escala 1:2

197

Costura / Acabamento

( ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto ( X ) Cobertura aberta ( ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( ) Lacinho

Seqüência Operacional

Descrição Ordem Operação Tempo Máquina Aparelho Preparação 1 Modelagem Manual Lápis e Papel 2 Risco Manual Giz 3 Corte Manual Tesoura Montagem 4 Unir forro com fundo e frente Overlock 5 Unir forro com fundo e costas Overlock Unir detalhe à frente 6 Passar viés elástico frente e Cobertura p/ viés costas 7 Passar viés parte de cima Cobertura p/ viés frente 8 Passar viés parte de cima Cobertura p/ viés costas, embutindo fita frufru 9 Colocar argola Travete 10 Montar alça lateral Travete 11 Aplicar alça lateral Travete Acabamento 12 Revisão Manual Embalagem 13 Aplicar tag Manual 14 Embalar Manual Custo de mão de obra: 1,00

Materiais

Preço Total Consumo TECIDO Composição Fornecedor Cor/Código Unitário/ 1 (kg/m) Metro (R$) (R$) Microfibra Poliamida Santa Colker 35 gr 40,50 1,41 Elastano Constancia Renda Poliamida Rendas Colker 14 cm 2,40 0,33 Elastano Acacia Meia Algodão Renaux Colker 5 gr 20,00 0,10 malha Total: 1,84

198

Preço/ Cor/ Consumo Total Aviamento Composição Fornecedor Metro Código (un.) (R$) (R$) Regulador P Metal Estrela 4376 2 0,16 0,32 Argola P Metal Estrela 4232 4 0,09 0,36 Alça Rabo de Poliéster Zanotti 7924 50 cm 0,18 0,09 Rato Poliamida Elastano Fio ballon Poliéster Sancris 6545 5 mt 0,00092 0,0046 Fio algodão Algodão Sancris 6524 3 mt 0,00078 0,0023 Viés elástico Poliamida Zanotti 5432 1,25 mt 0,24 0,30 Elastano Fita Frufru Poliamida Zanotti 5482 23 cm 0,48 0,11 Embalagem Plástico HS 9847 1 0,05 0,05 Embalagens Total: 1,24

Custo total da peça : R$ 4,08

Figura 180: Ficha técnica – calcinha sofisticada II

Fonte: Da autora

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FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Produto: Sutiã Lúdico Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009 Data: 01/05/08 Tam.: M Facção: MBK Têxtil P M G GG Ref.: 004 Grade 40 42 44 46 Desenho Técnico Frente Costas

Unidade: cm. Escala: 1:6

200

Desenho das partes do molde

Escala 1:2

201

Costura / Acabamento

( ) Reta ( X ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto ( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( X ) Lacinho

Seqüência Operacional

Descrição Ordem Operação Tempo Máquina Aparelho Preparação 1 Modelagem Manual Lápis e Caneta 2 Risco Manual Giz 3 Corte Manual Tesoura Montagem 4 Acabamento bojo Overlock 5 Unir frente com bojo Overlock 6 Passar viés elástico frente Cobertura p/ viés 7 Unir partes detalhe costas Overlock 8 Unir base costas embutindo Overlock detalhe 9 Unir costas frente (bojo) Overlock 10 Passar viés curvo 2 agulhas 11 Colocar arco Manual 12 Aplicar fecho Travete 13 Montar alça Travete 14 Travetar alça frente Travete 15 Acabamento detalhe costas overlock 16 Passar viés elástico detalhe Cobertura p/ viés costas 17 Travetar alça com argola Travete 18 Aplicar laços costas Lacinho 19 Aplicar laços frente Lacinho Acabamento 20 Revisão Manual Embalagem 21 Aplicar tag Manual 22 Embalar Manual Custo de mão de obra (R$): 3,00

Materiais

Tecido Composição Fornecedor Cor/Código Consumo Preço Total (kg/m) Unitário/ 1 Metro (R$) (R$) Microfibra Poliamida Santa Velox 60 gr 40,50 2,43 Elastano Constancia Total: 2,43

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Preço/ Cor/ Consumo Total Aviamento Composição Fornecedor Metro Código (un.) (R$) (R$) Lacinho Poliéster Laçotex 3253 5 0,04 0,20 Bojo Poliuretano Conformatec 8932 1 par 1,89 1,89 Poliéster Fio ballon Poliéster Sancris 6543 10 mt 0,00092 0,0092 Fio algodão Algodão Sancris 6578 5 mt 0,00078 0,0039 Alça Poliéster Zanotti 7485 80 cm 0,14 0,11 Poliamida Elastano Viés curvo Poliamida Zanotti 5443 60 cm 0,36 0,22 Elastano Viés elástico Poliamida Zanotti 5432 70 mt 0,24 0,16 Elastano Fecho Plástico/Stras Estrela 2345 1 0,72 0,72 Argola M Metal Estrela 4322 2 0,10 0,20 Regulador M Metal Estrela 4345 2 0,18 0,36 Arco Metal Metax 5676 1 par 0,29 0,29 Embalagem c/ Plástico HS 9646 1 0,50 0,50 botão Embalagens Total: 4,66

Custo total da peça : R$ 10,09

Figura 181: Ficha técnica – Sutiã lúdico

Fonte: Da autora

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FICHA TÉCNICA DE PRODUTO

Produto: Calcinha Lúdica Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009 Data: 01/05/08 Tam.: M Facção: MBK Têxtil P M G GG Ref.: 104 Grade 40 42 44 46 Desenho Técnico Frente Costas

Unidade: cm. Escala: 1:6

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Desenho das partes do molde

Escala 1:2

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Costura / Acabamento

( ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto ( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( X ) Lacinho

Seqüência Operacional

Descrição Ordem Operação Tempo Máquina Aparelho Preparação 1 Modelagem Manual Lápis e Caneta 2 Risco Manual Giz 3 Corte Manual Tesoura Montagem 4 Unir forro com fundo e frente Overlock 5 Unir forro com fundo e costas Overlock 6 Passar viés elástico frente e Cobertura p/ viés costas 7 Unir tecido lateral embutindo Overlock elástico 8 Aplicar laços costas Lacinho 9 Aplicar laços frente Lacinho Acabamento 10 Revisão Manual Embalagem 11 Aplicar tag Manual 12 Embalar Manual Custo de mão de obra (R$): 1,00

Materiais

Tecido Composição Fornecedor Cor/Código Consumo Preço Total (kg/m) Unitário/ 1 Metro (R$) (R$) Microfibra Poliamida Santa Velox 35 gr 40,50 1,41 Elastano Constancia Meia Algodão Renaux Velox 5 gr 20 0,10 malha Total: 1,51

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Preço/ Cor/ Consumo Total Aviamento Composição Fornecedor Metro Código (un.) (R$) (R$) Lacinho Poliéster Laçotex 3283 3 0,04 0,12 Elástico Poliéster Zanotti 7074 40 cm 0,16 0,07 Elastano Fio ballon Poliéster Sancris 6945 5 mt 0,00092 0,0046 Fio algodão Algodão Sancris 6324 3 mt 0,00078 0,0023 Viés elástico Poliamida Zanotti 5452 80 cm 0,24 0,19 Elastano Embalagem Plástico HS 9847 1 0,05 0,05 Embalagens Total: 0,44

Custo total da peça : R$ 2,95

Figura 182: Ficha técnica – Calcinha lúdica

Fonte: Da autora

7.6 Formulário Ergonômico

Na criação de todos os produtos de moda, deve existir uma preocupação ergonômica, principalmente quando se trata de uma lingerie, que tem contato direto com a pele da consumidora. De acordo com Iida (2005), todos os produtos são destinados a satisfazer certas necessidades humanas, e, para que esses produtos tenham um bom desempenho em suas interações com seus consumidores, devem ter a qualidade técnica, qualidade ergonômica e qualidade estética. A qualidade técnica é a parte que faz funcionar o produto, deve-se verificar com qual eficiência o produto executa a função proposta, facilidade de limpeza, manutenção, entre outros. Já a qualidade ergonômica garante a boa interação do produto com o usuário, incluindo a facilidade de manuseio, informações claras, conforto e segurança. A ultima qualidade é a estética, que proporciona prazer ao consumidor, envolvendo itens como formas, cores, materiais, texturas, fazendo com que o produto seja considerado fascinante pelos olhos do consumidor (IIDA, 2005). Quando se fala de um produto, não se pode esquecer da usabilidade. Dentro da ergonomia, a usabilidade significa facilitar o uso do produto, e é relacionada ao conforto e eficiência. Porém a usabilidade não depende somente das características do produto, depende também do consumidor, dos objetivos pretendidos e ambientes

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em que o produto é usado. Ou seja, a usabilidade depende da influência mútua dentre o produto, usuário, tarefa e ambiente. Assim, um produto pode ser considerado adequado para uns e inadequado a outros (IIDA, 2005). Existem dois tipos de características quando se diz respeito à usabilidade. Essas são as características físicas e características cognitivas. As características físicas dizem respeito às dimensões, pesos, formas, resistência e outros fatores do produto. Já as características cognitivas referem-se aos conhecimentos do usuário sobre o modo de usar o produto, baseando-se em suas experiências anteriores (IIDA, 2005) Além das qualidades e características citadas acima, existem vários critérios para avaliar os produtos, no entanto, geralmente podem ser classificado em três aspectos, o aspecto técnico, usabilidade e estético. Do ponto de visto do aspecto técnico, os produtos são avaliados quanto às suas características físicas, como dimensões, peso, dureza, resistência, estabilidade e durabilidade. Já o aspecto de usabilidade avalia o desempenho homem-máquina-tarefa, como, por exemplo, posturas corporais, dores e conforto. Já a estética avalia os aspectos sensoriais, amocionais, sociais e culturais que influenciam na aceitação do produto pelo consumidor. (IIDA, 2005) Para analisar melhor a questão da ergonomia na coleção de moda íntima criada neste trabalho, foi optado em usar dois formulários ergonômicos, onde são colocados pontos de prioridade dentro dos aspectos ergonômicos ligados às qualidades, características e aspectos citados anteriormente. Seguem os formulários:

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Quadro 02 : formulário utilizado como instrumento de análise de produtos Formulário para avaliação ergonômica de produto DESCRIÇÃO Coleção de Lingeries funcionais com inspiração do DO PRODUTO: grupo de dança contemporânea Déborah Colker. Ótimo Muito Bom Bom Regular Ruim

1 – Função Técnica MATERIAIS (rendimento, ausência de X ruídos e vibrações, facilidade de limpeza e manutenção) TECNOLOGIAS (grau de avanço X tecnológico) FUNCIONALIDADE (eficiência que X executa sua função) 2 – Função Ergonômica USABILIDADE (boa interação com o X usuário, fornecimento claro de informações, facilidade de navegação e facilidade de manuseio) ANTROPOMETRIA (adequação das X medidas humamas ao produto) BIOMECÂNICA (adequação e X compatibilidades de movimentos e bom nível de conforto e segurança) 3 – Função Estética FUNÇÃO ESTÉTICO-FORMAL (boa X combinação de formas, cores, materiais, texturas e acabamentos) SIMBÓLICA (proporciona prazer ao X consumidor, produtos considerados atraentes e desejáveis aos olhos do seu consumidor potencial) 4 – Função Cognitiva FUNÇÃO INFORMACIONAL (adequação X quanto ao nível de clareza de informações sobre o produto suas propriedades e origem e também quanto aos conhecimentos do usuário sobre o modo de usar o produto e conhecimentos de suas restrições e limitações) IDENTIDADE VISUAL (qualidade gráfica X e estética de logomarca, tags, embalagem, site e demais atributos visuais do produto) Fonte: Schaefer (2008), adaptado de Iida, 2005

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Quadro 03 : formulário utilizado como instrumento de avaliação de produtos Produto: Coleção de Lingeries funcionais com inspiração do grupo de dança contemporânea Déborah Colker. Caracterísiticas Pouco importante Muito importante Pontos 1 2 3 4 5 Critérios Técnicos

Dimensões X 5 Peso X 4 Dureza X 3 Resistência X 5 Estabilidade X 5 Durabilidade X 4 Total: 26 Critérios de Usabilidade

Posturas corporais X 4 Pontos de X 5 estresse/dores Índice de X 5 erros/acidentes Conforto X 5 Total: 19 Critérios Estéticos

Aspectos sensoriais X 5 Aspectos emocionais X 5 Aspectos sociais X 4 Aspectos culturais X 5 Total: 19 Fonte: Schaefer (2008), adaptado de Iida, 2005

Quadro 04 : Quadro final de pontos do formuário Média (pontos/itens): Critério Técnica 26 pontos 6 itens 4,33 26/6 = Média (pontos/itens): Critério de Usabilidade 19 pontos 4 itens 4,75 19/4 = Média (pontos/itens): Critério Estético 19 pontos 4 itens 4,75 19/4 = Fonte: Da autora

Segundo Iida (2005, p. 316), “As três qualidades do produto são genéricas e estão presentes em praticamente todos eles. Em cada tipo de produto há, naturalmente, uma ou outra qualidade que pode predominar sobre as outras”. Ou seja, em todos os produtos todas as qualidades estão presentes, porém o que varia é a intensidade relativa de cada um deles. Mas o ideal é haver um equilíbrio entre as qualidades, características e aspectos da ergonomia do produto, devendo solucionar de forma integrada, desde a fase inicial de sua concepção, quaisquer problemas que possam existir sobre este,

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pois quando o produto já estiver definido, fica mais difícil encontrar as soluções necessárias (IIDA, 2005). Após perceber que o produto necessita de um equilíbrio para obter mais sucesso, é possível fazer a análise dos formulários ergonômicos, e chegar a conclusão se há ou não um equilíbrio entre os aspectos ergonômicos dos produtos, abordados neste projeto. O primeiro formulário mostra que o único item que não foi tão explorado no projeto, foi a tecnologia, pertencente aos critérios técnicos. Os demais itens obtiveram pontuação máxima, ou seja, as funções cognitiva, estética e ergonômica foram abordadas com muita importância na criação da linha de lingeries, e a função técnica também foi muito importante, sendo que a tecnologia teve importância, porém não tanta quanto os demais itens. No segundo formulário, foram pontuados os critérios técnicos, de usabilidade e estético, e foi percebido que a média dos critérios de usabilidade e estético foram a mesma, e o critério técnico ficou um pouco abaixo da média das demais. Isso quer dizer que o equilíbrio existe, já que a diferença de pontos entre os três critérios é pequena. Podem-se relacionar também, os três critérios ergonômicos com os três focos que a coleção de lingeries almeja alcançar, o conforto, funcionalidade e design diferenciado. O conforto está relacionado com o critério de usabilidade, que teve ótima pontuação no formulário. A funcionalidade está ligada tanto ao critério técnico quanto estético. E o design relaciona-se com o critério estético. Portanto é possível dizer que o objetivo do projeto está sendo alcançado, e com equilíbrio entre os três critérios que movimentam a coleção. Assim, os lingeries têm maiores chances de obter sucesso no mercado, dispondo de todos os critérios ergonômicos necessários para a aprovação da cliente.

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8 COMPOSTO DE MARKETING

Após o planejamento e desenvolvimento da coleção, é necessário elaborar um composto de marketing para que as peças de lingerie sejam melhor divulgadas e valorizadas, pois é através de um catálogo bem feito, um cartão de visitas com leitura atraente, um desfile de lançamento de coleções, por exemplo, que é passada a primeira impressão da coleção e da marca, e se essa for positiva, as possibilidades do produto ser aceito no mercado são maiores. Este projeto constrói um plano de marketing compacto, chamado de composto de marketing. Segundo Cobra (1993), o primeiro passo para a criação de um composto mercadológico, é avaliar as forças do mercado, reunindo as informações necessárias, processando-as para então avaliar qual é a melhor estratégia de um composto de marketing bem sucedido. O composto mercadológico deve ser feito depois de analisar o mercado, público alvo, ambiente organizacional interno (empresa), pontos fortes e fracos do mercado, oportunidades e ameaças, tipo de comunicação com o cliente e controle de marketing (COBRA, 1993). O resultado dessas análises resulta no que chamamos de composto de marketing, onde são encontrados os produtos finais utilizados na divulgação de uma marca, tais como outdoor, etiquetas, sacolas, etc. De acordo com Jones (2005, p. 74):

Todo negócio de moda quer ter uma etiqueta, uma logomarca ou uma identificação na fachada do estabelecimento que promovam seus produtos e encorajem e recompensem a fidelidade do consumidor. Às vezes, usar uma marca ou etiqueta conhecida é mais importante para o consumidor do que a própria peça de moda. Nomes de marcas, marcas registradas e logomarcas são registrados após o pagamento de determinadas taxas, o que garante à empresa seu uso exclusivo. As marcas registradas também podem ter um registro internacional. As empresas podem registrar até algumas características de seus modelos: a Chanel, por exemplo, registrou sua típica bolsa de matelassê com correntes douradas, e a Levi Strauss registrou a característica dupla costura nos bolsos de trás de seus jeans. Os registros não custam muito, e com o tempo a marca ou a logomarca pode se tornar um ativo da empresa, agregando um valor considerável a peças tão simples como uma camiseta ou roupa de baixo.

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Para construir uma nova marca deve-se ter um detalhado estudo sobre a mesma. Quando se escolhe um nome, este tem um significado. Sempre deve estar relacionado ao tipo de produto que a empresa produz, e ao mesmo tempo deve ter certa expressividade, para então poder marcar bem a nova marca na mente do consumidor. A marca escolhida para poder ilustrar o cenário das lingeries para o público feminino, deve ser muito analisada. O nome fantasia dessa nova empresa é Desedeo, Design de Lingeries, e foi criada a partir de um brainstorming relacionando palavras que traduzissem o espírito da nova marca.

8.1 Desedeo

A palavra Desedeo significa “desejo” em latim. Esse nome foi escolhido para simbolizar a empresa de lingeries, que tem como conceito a funcionalidade, design diferenciado, conforto e sensualidade. A justificativa para a escolha do nome é a seguinte: quando uma mulher pensa em uma lingerie, acima de tudo ela possui desejo em obter a lingerie ideal, então, por que não criar a lingerie ideal, intitulada Desedeo? E por que não utilizar o latim para transmitir a sensação de desejo? Afinal, a maioria dos idiomas falados nas Américas e Europa são descendentes do latim, assim, é possível a fácil compreensão do significado da marca para quem entende os idiomas provenientes do latim, facilitando uma futura exportação das lingeries da marca para países com línguas descendente do latim.

8.1.1 Identidade da Marca

Através da criação da marca (Desedeo) é necessária a criação de uma identidade visual, que deve ser muito analisada. O correto é efetuar a criação de vários modelos de identidade para que se escolha um. Assim a qualidade do serviço é mais facilmente garantida. Sobre o significado da marca, o Site Designato (2008) diz que:

Marca é uma conexão emocional. Pessoas se apaixonam pelas marcas. Confiam nelas, se tornam leais, compram e acreditam na sua superioridade. Boas marcas constroem empresas. Uma marca forte e uma boa estratégia para sua divulgação significam que uma companhia ou seus produtos vão se sobressair num mercado saturado.

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O Site Designato diz que “a Identidade da Marca é a expressão visual e verbal da marca. Ela representa, sintetiza e sustenta um empreendimento ou produto. É a forma mais curta e rápida de comunicação disponível.” A identidade da marca Desedeo foi feita através de testes de formas de textos, além formatos possíveis para a colocação do nome. Então foi escolhida uma fonte para representar a marca, assim como a companhia das palavras “Design de Lingerie”. A marca ainda conta com uma marca d´água com vários “D”s. tornando a identidade visual sonhadora, pois os “D”s estão flutuando no fundo do cenário.

Figura 183: Quadro da identidade da marca

Fonte: Da autora

Depois de a identidade da marca ser definida ( ), ela já pode ser aplicada ao composto mercadológico.

8.1.2 P´S

O composto mercadológico segundo Kotler e Armstrong (2003), foi formulado primeiramente por J. McCarthy em seu livro Basic Marketing, e trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem estar atentas para atingir

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seus objetivos de marketing. O composto é dividido em 4 tópicos freqüentemente chamadas dos “4 P´s”: produto, preço, local ( place ) e promoção. O primeiro dos “P”s, o produto, do inglês product , lida com especificações do bem em questão e as formas como eles se relacionam com as necessidades que o usuário tem. Sendo assim, o responsável por essa área deve cuidar da embalagem do produto, da marca, das cores, das quantidades por caixa, do empilhamento máximo, etc. Para o cliente seu produto deve ser a melhor opção (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). Dentro desse conceito, o projeto tende atender as especificações do bem com sucesso, já que o composto de marketing valoriza o produto com eficácia, traduzindo desejo de compra desde a hora que a lingerie é vista em um outdoor até o momento da utilização da mesma pela cliente. O segundo item do composto mercadológico é o preço, (do inglês price) . O processo da definição de um preço para o produto inclui descontos e financiamento, e tem em vista o impacto, não apenas econômico, mas também psicológico de uma precificação. O responsável por essa área deve cuidar da lista de preços aos vendedores, os descontos por quantidades adquirida e, principalmente, se o preço será competitivo diante da concorrência. Para o cliente seu preço deve oferecer o melhor custo/benefício (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). O preço das lingeries é fechado a partir do custo da peça vinda da facção (material e mão de obra), acrescendo valores de custo variável e fixo da empresa, transporte, e impostos que devem ser pagos ao governo. Além, claro, de incluir no preço o lucro que a empresa terá com a venda do mesmo. O local (do inglês place ), terceiro “P” do composto de marketing, preocupa-se com a distribuição e refere-se aos canais através dos quais o produto chega aos clientes, inclui pontos de vendas, pronta entrega, horários e dias de atendimento e diferentes vias de conta. Além disso, o responsável por essa área deve saber exatamente quais canais de distribuição utilizará, o seu tamanho e área geográfica que será coberta logisticamente. (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). O gerente da marca Desedeo é responsável pela questão de datas e locais para onde serão mandados os produtos, vendidos, principalmente, pelos representantes da empresa. Os locais de venda direta à consumidora das lingeries são lojas multimarcas especializadas em lingeries e afins, que terão um ambiente da loja reservado para a coleção de lingeries da marca Desedeo.

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Por fim, a promoção (do inglês promotion ), último “P” do composto de marketing, inclui a propaganda, a publicidade, as relações públicas, assessoria de imprensa, boca-a-boca, venda pessoal e refere-se aos diferentes métodos de promoção do produto, marca ou empresa. Para seu cliente sua promoção deve ser a mais agradável e presente (KOTLER; ARMSTRONG, 2003). A marca Desedeo oferece propagandas em revistas, outdoors e catálogos, além do site da empresa, que mostra a identidade das lingeries, os catálogos e últimas coleções. A propaganda boca-a-boca é uma das promoções mais ambiciosas da empresa, já que, quanto maior essa for, melhor a aceitação do produto no mercado. Os profissionais de marketing usam essas variáveis para estabelecer um composto de marketing. Para este ser bem sucedido, a estratégia traçada para os 4 P´s, deve refletir a melhor proposta de valor para as consumidoras do mercado de lingeries, satisfazendo o público alvo em todos os sentidos.

8.2 Estratégia de vendas

Segundo Melozi (2004), é através do planejamento de vendas que é possível direcionar e controlar as atividades de vendas de uma organização. Ela ainda afirma que os responsáveis pelo marketing de uma empresa estejam conscientes, identificando as incertezas econômicas, sociais, demográficas e políticas existentes no mercado alvo, além de determinar os fatores que podem ocorrer para mudar a demanda do setor, trabalhando sempre com pressuposições. O responsável por essa área também deve analisar como a estrutura da empresa será impactada por cada pressuposição, prevendo os resultados de cada ambiente que o marketing da sua empresa irá atingir. Além disso, os representantes e vendedores devem estar sempre “estudando” o cliente, conhecendo melhor suas necessidades, podendo então empregar os argumentos adequados à efetivação da venda. Para a divulgação dos produtos da marca, a empresa investirá em alguns artifícios de design gráfico, tais como:

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• Implantar campanhas fotográficas em revistas de circulação privada, circulação regional (Revista Catarina), e nacional (Revistas Elle e Claudia); • Distribuir catálogos da empresa em lojas que irão vender seus produtos; • Implantar um site da empresa; • Colocar outdoor em locais estratégicos, com a produção fotográfica da marca; • Desenvolver cartões de visita, para que os representantes possam estar entregando às lojistas; • Desenvolver sacolas e embalagens personalizadas, assim como etiquetas e tags na mesma linguagem visual; • Organizar um desfile de lançamento da coleção.

8.2.1 Campanha fotográfica

Será montada uma série de imagens para ilustrar a nova coleção da marca Desedeo, mostrando algumas das lingeries que compõem a coleção. A produção fotográfica é baseada na temática trabalhada para inspiração das peças. Portanto, a campanha fotográfica é inspirada no espetáculo Nó da companhia de dança carioca Déborah Colker.

Figura 184: Espetáculo Nó (2005)

Fonte:

217

A partir a imagem acima, optou-se em desenvolver um ambiente semelhante para a produção fotográfica. Um tecido preto foi colocado no fundo e ao chão para que fosse possível dar maior ênfase a modelo e às cordas. Então foram amarradas cordas e pedaços de tecido cru num pilar existente no ambiente. A modelo e dançarina, Priscila Vasconcelos de Macedo, pôde, então, realizar movimentos de dança contemporânea que valorizaram a lingerie, sendo fotografada por Ricardo Weber.

Figura 185: Produção fotográfica

Foto: Ricardo Weber

8.2.2 Revistas, Catálogo

Existirão quatro campanhas a serem inseridas nas revistas, ilustrando quatro modelos diferentes de lingerie. As campanhas irão figurar página inteira da revista, tendo ênfase à produção fotográfica, contendo os dados da empresa na parte lateral da página. Segue modelo de campanha fotográfica:

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Figura 186: Campanhas Fotográficas

Fonte: Da autora

O catálogo da coleção possui a mesma leitura gráfica mostrada até o momento, figurando os quatro modelos escolhidos pela designer para estarem sendo divulgados. Cada modelo aparecerá no catálogo mais de uma vez, podendo transmitir movimento, já que ele estará aparecendo em mais de um movimento da modelo. O catálogo está em versão impressa no apêndice 04. Segue modelo de catálogo:

219

Figura 187: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. Sobre-capa e capa.

Fonte: Da autora

Figura 188: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 1ª e 2ª páginas.

Fonte: Da autora

Figura 189: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 3ª e 4ª páginas.

Fonte: Da autora

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Figura 190: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 5ª e 6ª páginas.

Fonte: Da autora

Figura 191: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 7ª e 8ª páginas.

Fonte: Da autora

Figura 192: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 9ª e 10ª páginas.

Fonte: Da autora

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8.2.3 Site

O site da empresa é um ponto estratégico, já que hoje em dia a maioria das pessoas estão conectadas ao mundo virtual. O site conta com o histórico da empresa, apresentação das coleções, assim como as campanhas em revistas e catálogo. Existirá também o link para contato com a empresa e localização das lojas que vendem a marca. Segue modelo de site:

Figura 193: Layout da entrada do Site Desedeo

Fonte: Da autora

Figura 194: Layout do Site Desedeo

Fonte: Da autora

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8.2.4 Outdoor

O outdoor, importante ferramenta de comunicação, será implantado em locais estratégicos, onde mulheres passam com freqüência, podendo admirar a lingerie exposta. Seguem dois modelos de outdoors:

Figura 195: Outdoor linha clássica

Fonte: Da autora

Figura 196: Outdoor linha sofisticada 2

Fonte: Da autora

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8.2.5 Composto gráfico (cartão de visita, sacolas, tags, etc.)

O composto gráfico é composto por cartão de visita, que será entregue aos lojistas pelos representantes, para maior facilidade de contato entre empresa/loja. Para ampliar a relação entre empresa/cliente, sacolas da marca Desedeo serão entregues quando a pessoa adquirir um produto da coleção, assim como a embalagem adequada para a cliente manter sua lingerie. Para a consumidora entender melhor a forma de manutenção de suas peças, serão anexados tags e etiquetas a lingerie, que serão desenvolvidos com a linguagem visual utilizada em toda a coleção. Além de existirem papéis timbrados da empresa, envelope e CD (com a coleção), que será entregue ao lojista. O tag e cartão de visitas seguem impressos em apêndice 05. Seguem modelos de composto gráfico:

Figura 197: Cartão de visita (frente e verso).

Fonte: Da autora

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Figura 198: Envelope e papel timbrado

Fonte: Da autora

Figura 199: Capa e CD com coleção da empresa digitalizada

Fonte: Da autora

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Figura 200: Sacola da marca

Fonte: Da autora

Figura 201: Embalagem para presente

Fonte: Da autora

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Figura 202: Tag (frente e costas)

Fonte: Da autora

Figura 203: Etiquetas

Fonte: Da autora

8.2.6 Desfile de lançamento de coleção

O Desfile de lançamento de coleção será acompanhado com um coquetel. Para este evento as lojas e representantes receberão convites, prestigiando um desfile de moda com o lançamento da coleção de lingeries Desedeo, e logo após o espaço ficará aberto para um coquetel e negociações. Esta é uma forma de prestigiar os clientes revendedores da marca e valorizar o serviço dos representantes. Esses eventos contarão com um fotógrafo contratado pela empresa,

227

e ficarão disponíveis no site da empresa e das lojas multimarcas que comparecerem ao evento. Segue seqüência de desfile da primeira coleção, organizado por linhas, vindo primeiro os looks da linha clássica, depois lúdica e por último as lingeries sofisticadas:

Figura 204: Seqüência de desfile

Fonte: Da autora

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8.3 Formação dos preços finais

Segundo Treptow (2007), o preço de venda é fundamental em relação a competitividade da empresa, controlando os custos, evitando qualquer forma de desperdício ou improdutividade, para que a margem de lucro seja atraente num mercado cada vez mais competitivo. Os preços foram formados com base nos materiais gastos para a confecção, mão de obra, imposto, transporte, embalagem, marketing, criação e lucro. Todos esses itens são importantíssimos, pois se algum calculo for mal concebido, a empresa poderá falir, tanto por cobrar de mais, supervalorizando um produto que na concorrente é mais barato, como cobrar menos, fazendo com que o produto não dê lucratividade á empresa. Cada uma das peças de lingerie possui um custo, que engloba todas as despesas de fabricação do produto. O controle dos custos deve ser rigoroso, pois se é esquecido de considerar alguma despesa, o calculo final mostrará uma margem de lucro ilusória, pois as despesas não deixarão de existir, mesmo que não calculadas (TREPTOW, 2007). Segundo Treptow (2007) os custos envolvidos na fabricação e venda de um produto são: custo fixo, custo variável e despesa de comercialização. O custo fixo engloba todas as despesas relacionadas ao funcionamento de uma empresa, independente do volume de sua produção. O custo variável depende do volume de produção, variando de acordo com a quantidade produzida. As despesas de comercialização são compostas por comissão de representantes, ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) e tributos diversos. A partir desses conhecimentos, foram montadas duas tabelas de preços para venda das peças aos lojistas. A primeira tabela retrata os valores dos sutiãs, e a segunda tabela mostra os preços das calcinhas. A opção por calcular os preços das peças separadas é, por que, as peças de lingeries serão vendidas separadamente, mesmo sendo criadas em conjunto, pois, muitas vezes, as pessoas querem comprar somente uma das peças, ou então comprar um sutiã de um tamanho e calcinha de outro. Portanto, seguem tabelas com estimativa de preços das lingeries:

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Quadro 05 : Tabela de preços dos sutiãs Refº 001 Refº 002 Refº 003 Refº 004 Tecidos R$ 2,99 R$ 4,94 R$ 3,63 R$ 2,43 Aviamentos R$ 5,03 R$ 4,38 R$ 3,76 R$ 4,66 Mão de obra R$ 3,00 R$ 3,00 R$ 3,50 R$ 3,00 total R$ 11,02 R$ 12,32 R$ 10,89 R$ 10,09

Custo fixo e variável 10% R$ 1,10 R$ 1,23 R$ 1,09 R$ 1,01 total R$ 12,12 R$ 13,55 R$ 11,98 R$ 11,10

Icms 17% R$ 2,06 R$ 2,30 R$ 2,04 R$ 1,89 total R$ 14,18 R$ 15,85 R$ 14,02 R$ 12,99

Imposto simples 7,5% R$ 1,06 R$ 1,19 R$ 1,05 R$ 0,97 total R$ 15,25 R$ 17,04 R$ 15,07 R$ 13,96

Lucro 100% R$ 15,25 R$ 17,04 R$ 15,07 R$ 13,96

total R$ 30,50 R$ 34,08 R$ 30,14 R$ 27,92

Comissão do Representante 5% R$ 1,52 R$ 1,70 R$ 1,51 R$ 1,40 Valor total para venda - atacado R$ 32,02 R$ 35,78 R$ 31,65 R$ 29,32 Fonte: Da autora

Quadro 06 : Tabela de preços das calcinhas Refº 101 Refº 102 Refº 103 Refº 104 Tecidos R$ 2,07 R$ 2,53 R$ 1,84 R$ 1,51 Aviamentos R$ 0,38 R$ 0,45 R$ 1,24 R$ 0,44 Mão De Obra R$ 1,00 R$ 1,10 R$ 1,00 R$ 1,00 total R$ 3,45 R$ 4,08 R$ 4,08 R$ 2,95

Custo Fixo e variável 10% R$ 0,35 R$ 0,41 R$ 0,41 R$ 0,30 total R$ 3,90 R$ 4,49 R$ 4,49 R$ 3,25

Icms 17% R$ 0,66 R$ 0,76 R$ 0,76 R$ 0,55 total R$ 4,56 R$ 5,25 R$ 5,25 R$ 3,80

Imposto simples 7,5% R$ 0,34 R$ 0,39 R$ 0,39 R$ 0,28 total R$ 4,91 R$ 5,64 R$ 5,64 R$ 4,08

Lucro 100% R$ 4,91 R$ 5,64 R$ 5,64 R$ 4,08

total R$ 9,82 R$ 11,28 R$ 11,28 R$ 8,16

Comissão do Representante 5% R$ 0,49 R$ 0,56 R$ 0,56 R$ 0,41 Valor total para venda - atacado R$ 10,31 R$ 11,85 R$ 11,84 R$ 8,57 Fonte: Da autora

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Após o cálculo dos preços finais das lingeries, foi percebido que, por causa do material usado ser de alta qualidade, os preços ficaram na média dos concorrentes, sendo o esperado, já que, segundo Treptow (2005), é preciso considerar que a peça será revendida pelo lojista, e este aplicará um acréscimo de 80% a 100% sobre o valor do produto. Desta forma, uma calcinha que será vendida pela Desedeo por R$ 10,31, será revendida pela loja por aproximadamente R$ 20,60. Esses valores foram satisfatórios, pois mantêm bom nível para que o produto tenha preço de venda competitivo no mercado, já que os principais concorrentes da empresa possuem a média de valores nessa faixa. Sem esquecer da valorização do produto, já que, se esse fosse muito mais barato que os produtos da concorrência, as consumidoras poderiam desvalorizar a marca, e se fosse muito mais caro, não teria mercado para ele. Tendo um valor semelhante ao aplicado pelas concorrentes, a empresa consegue adquirir um bom lugar no mercado.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O universo das lingeries necessita de muitas pesquisas e muitos conhecimentos, estudando desde a história da moda íntima, passando pelo estado do design, até os aviamentos, tecidos, modelagens, formas e tecnologias. Através das pesquisas de campo realizadas nesse projeto, foi percebido que o mercado da moda íntima no Brasil está em expansão, principalmente no pólo de Ilhota - SC, onde muitas empresas do ramo estão instaladas, e em poucos meses já estão obtendo sucesso profissional. É importante citar que quando uma peça de lingeries é criada, todo um estudo ergonômico deve ser feito, para que essa peça se ajuste perfeitamente ao corpo feminino, criando também uma grade de tamanhos, propiciando lingeries para o maior número de biótipos femininos possíveis. A primeira coleção de lingeries da marca Desedeo atingiu seus objetivos, criando peças com design diferenciado, graças à inspiração no grupo de dança contemporânea Déborah Colker, além de serem lingerie funcionais, com diversidade de modelos que podem ser usados com vários estilos de roupa, podendo deixar a lingerie aparecer, ou não. E, os tecidos escolhidos para compor a coleção, com fácil transpiração e toque agradáveis, ajudam a tornar a peça confortável. E claro, a sensualidade da lingerie Desedeo está presente desde as cores quentes das peças, até as formas cavadas. O composto de marketing criado nesse projeto atingiu às expectativas iniciais, transmitindo o universo dos espetáculos de Déborah Colker, através de um cenário diferente do comum, com a modelo fazendo movimentos com a corda onde ela fica suspensa, mostrando um ambiente de dança junto com a lingerie da marca. Além da campanha fotográfica, o composto de marketing também contou com vários outros itens que foram criados a partir da mesma linguagem, deixando a marca Desedeo bem explícita no mercado. Assim, tanto a pessoa que vê um cartão da marca, quanto uma sacola, saberá que se trata da empresa Desedeo. Enfim, é possível dizer que o trabalho de graduação interdisciplinar explorou ao máximo o que diz respeito às lingeries funcionais, trabalhando com sucesso a temática, chegando a um resultado com peças elaboradas, podendo facilmente,

232

agradar ao maior número de consumidoras possível, provocando nas clientes o desejo de posse das lingeries Desedeo.

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238

APÊNDICES

239

APÊNDICE 01

Cronograma de Atividades

240

CRONOGRAMA DE MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO ATIVIDADES 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 Cronograma X Pesquisa Lingerie X X X Primeira parte de X X relatório Pesquisa de dança X contemporânea Aplicar questionários X Analise completa dos X questionários Elaborar painéis X Pesquisa do estado de X design Pesquisa de X tendências Pesquisa ergonômica X Pesquisa materiais X Conceituação X Correções X Apresentação da X primeira banca Geração de X X X alternativas Escolha das X alternativas Apresentação da X segunda banca Desenvolver peças X piloto Adequação peça piloto X X Fabricação das peças X finais Ficha técnica X Produção de Moda X Elaboração do plano X de marketing Finalização do projeto X Entrega do projeto X Apresentação do X Projeto Final

241

APÊNDICE 02

Modelo de Questionário

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QUESTIONÁRIO (escolha uma única opção de cada pergunta)

1. Até quanto você pagaria por um sutiã? a) Mais de R$ 150,00 b) R$ 100,00 c) R$ 50,00 d) R$ 25,00

2. Em relação ao tecido de sua lingerie, prefere que seja de: a) Microfibra b) Algodão c) Tule d) Renda

3. Em relação ao modelo de seu sutiã, prefere que seja de: a) Meia taça com bojo b) Meia taça sem bojo c) Estilo cortininha d) Tomara que caia

4. Você costuma usar sutiãs: a) Lisos b) Estampados c) Com aviamentos como laços, fitas-bebê, strass, etc. d) Rendados, clássicos

5. Você costuma comprar lingeries em: a) Lojas multimarcas b) Lojas de marca própria c) Lojas de departamento d) Catálogos

6. O que você leva mais em conta na hora de comprar uma lingerie: a) Conforto b) Estética c) Preço d) Marca

7. Você costuma deixar qual parte do sutiã aparecer? a) Alça do sutiã b) Parte frontal do sutiã c) Parte de trás do sutiã d) Nenhuma parte

8. Você sente mais falta de um sutiã que possa ser usado com: a) Blusas de alcinha b) Roupas decotadas nas costas c) Decote nadador nas costas d) Blusas frente única

Sugestões para uma lingerie perfeita: ______

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APÊNDICE 03

Geração de Alternativas – Looks

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APÊNDICE 04

Catálogo

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APÊNDICE 05

Cartão de Visitas e Tag