DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 120.2.55.O DATA: 17/05/16 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 18h56min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador 15:30 PE CLAUDIO CAJADO 18:26 GE DANIEL ALMEIDA

Obs.:

Ata da 120ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Ordinária, Vespertina, da 2ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 17 de maio de 2016. Presidência dos Srs.: Waldir Maranhão, 1º Vice-Presidente, no exercício da Presidência. Carlos Manato, Raimundo Gomes de Matos, Mauro Pereira, Izalci, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Waldir Maranhão Giacobo Beto Mansur Felipe Bornier Mara Gabrilli Alex Canziani Mandetta Gilberto Nascimento Luiza Erundina Ricardo Izar

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 195 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA , servindo como 2º Secretário, procede

à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Antes de dar prosseguimento à sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário dos seguintes

Ato da Presidência

Nos termos do § 2° do art. 202 do Regimento

Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial

destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à

Constituição nº 165-A, de 1999, do Sr. Sérgio Carvalho e

outros, que “altera o art. 18 da Constituição Federal, para

acrescentar parágrafo excepcionando a criação de

Municípios oriundos de distritos distantes mais de 70 Km

da sede” (dispensa a exigência de aprovação de lei

estadual e realização de estudo de viabilidade municipal

para que sejam criados tais Municípios), e apensadas.

A Comissão será composta de 29 (vinte e nove)

membros titulares e de igual número de suplentes, mais

um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as

bancadas não contempladas, designados de acordo com

os §§ 1° e 2° do art. 33 do Regimento Interno.

Brasília, 16 de maio de 2016

Waldir Maranhão

1º Vice-Presidente, no exercício da Presidência

Ato da Presidência

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Nos termos do inciso II do art. 34 do Regimento

Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial

destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei n° 7.180, de

2014, do Sr. Erivelton Santana, que “altera o art. 3º da Lei

nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996” (inclui entre os

princípios do ensino o respeito às convicções do aluno, de

seus pais ou responsáveis, dando precedência aos

valores de ordem familiar sobre a educação escolar nos

aspectos relacionados à educação moral, sexual e

religiosa), e apensados.

A Comissão será composta de 29 (vinte e nove)

membros titulares e de igual número de suplentes, mais

um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as

bancadas não contempladas, designados de acordo com

os § 1° e 2° do art. 33 do Regimento Interno.

Brasília, de 16 de maio de 2016

Waldir Maranhão

1º Vice-Presidente, no exercício da Presidência

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Edson Moreira, do PR de Minas Gerais.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que seja divulgado nos meios de comunicação da

Casa pronunciamento que dou como lido sobre segurança pública e a necessidade de unificação das polícias e de troca do modelo de segurança pública existente no

País.

A violência está crescendo e a legislação precisa ser mudada. O que está acontecendo? O pessoal não se contenta mais em apenas matar a pessoa, não, agora passou a dar até dez tiros no rosto cara das vítimas. Em Minas Gerais, na noite anterior, três pessoas foram assassinadas com tiro no rosto — doze, fuzil e pistola. Esta violência está demais. Este quadro precisa ser mudado, e nós temos de resolver o problema com urgência.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, venho à tribuna desta Casa para fazer mais um discurso sobre a situação da segurança pública no Brasil. Como todos sabem minha bandeira é a segurança, que por sua vez precisa urgentemente de mudanças não só no discurso, como na prática.

Não me canso de falar e lutar por um País melhor. Os números não mentem nem escondem o destrutivo fenômeno da violência em nosso País, da qual o povo, sobretudo os pobres, jovens e negros são as principais vítimas. São mais de 50 mil homicídios por ano, mais de 1.500 roubos por dia. Na outra ponta, o Brasil possui a

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quarta maior população carcerária do planeta: mais de 555 mil presos, fato que leva a refletir que o aprisionamento e a repressão, isoladamente, não representam a solução para assegurar o direito das pessoas a viver em paz e em segurança, sem falar no aumento da criminalidade nas regiões metropolitanas.

Não posso cruzar os braços diante da triste realidade do nosso País. E é diante desta realidade que apoio e luto pelas propostas que estão em debate no

Congresso Nacional e na sociedade como a Proposta de Emenda Constitucional nº

51, de 2013, que promove a unificação das polícias, sua desmilitarização e maior aproximação com as esferas do Judiciário. Defendo a reforma do Judiciário e a modernização progressista da legislação penal.

O grave problema da violência no Brasil se vincula à dinâmica da enorme desigualdade social que vem de uma história de 400 anos de escravidão e passa por um capitalismo de exclusão social e pela existência de um Estado conservador, concebido para oprimir, penalizar e, sempre que necessário, reprimir violentamente as lutas do povo. O nosso País precisa de mudanças, no discurso e na prática, segurança para garantir o direito à paz e à vida. Passou da hora de punirmos os responsáveis por todo tipo de crime, inclusive os de colarinho branco.

Por outro lado, sei que é preciso planejar nosso País para a distribuição de renda, assegurar os direitos dos cidadãos, com a valorização dos trabalhadores e a inclusão social, que é um grande desafio. Mas não vou desistir e vou sempre bater na mesma tecla para assegurar e defender os direitos desse povo trabalhador.

É o que tenho a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Misael

Varella, do DEM de Minas Gerais.

O SR. MISAEL VARELLA (DEM-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero manifestar meus votos de sucesso ao

Presidente em exercício, Michel Temer, e a sua equipe ministerial. Espero que o

País possa superar a crise e recuperar a estabilidade econômica e política.

Parabenizo em especial o nobre colega de bancada Mendonça Filho pela posse como Ministro da Educação e Cultura. Tenho a certeza de que poderá contribuir com este novo projeto para o Brasil, como já contribuiu para Pernambuco.

Assim como a saúde, a educação é uma Pasta que necessita de cuidados especiais, pela sua importância na formação técnica, ética, cultural e cidadã do povo brasileiro. Felizmente está em boas mãos.

Desde que conheci o então Deputado Federal Mendonça Filho, nutro por ele imensa admiração e respeito, pela competência e companheirismo e também liderança natural que exerce no dia a dia e na Câmara dos Deputados.

Frente aos desafios que o País precisa enfrentar, é necessário que o novo

Governo tenha como perfil a rapidez e a eficácia na contenção dos ânimos da população, do empresariado, dos movimentos sociais e dos investidores estrangeiros. O povo brasileiro deposita agora novas esperanças de dias melhores, mas sem se esquecer de que eventuais cobranças são um direito, fazem parte da nossa democracia e auxiliam na condução da tomada de decisões.

Que o Congresso Nacional possa contribuir para esta transição, dando trégua nas diferenças ideológicas e partidárias não por um projeto político, mas sim por um projeto nacional. O povo brasileiro espera agora uma resposta, e cabe a todos nós

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mostrar que a mudança de verdade não se restringe apenas a nomes e cargos, mas sim a uma mentalidade que possa unir a Nação e devolver a estabilidade perdida.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Tenho dito.

O Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2° do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Raimundo Gomes de Matos, nos

termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Raimundo Gomes de Matos) - Concedo a palavra ao

Deputado João Daniel por 1 minuto.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que seja dado como lido e divulgado no programa A Voz do Brasil nosso pronunciamento. Nele citamos uma reflexão do Embaixador Paulo Sérgio

Pinheiro, Ministro do Governo Fernando Henrique Cardoso e que hoje faz parte de um grupo de consultoria na ONU sobre o que está ocorrendo no Brasil.

Eu queria dizer que as medidas do Governo provisório e antidemocrático — e, para nós, foi um golpe dado em nosso País — começam atacando as áreas sociais, os direitos dos trabalhadores.

Eu vejo com muita tristeza este momento, mas, ao mesmo tempo, de cabeça erguida, torço para que todos continuem firmes e fortes, em especial as centrais sindicais combativas e a Frente Brasil Popular. Estejam firmes e fortes na luta pela democracia e por um Governo legítimo, que é o Governo da Presidenta Dilma

Rousseff!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, uso esta tribuna para fazer uma reflexão. Para isso, tomo emprestadas, em primeiro lugar, as palavras do diplomata e acadêmico brasileiro, Embaixador Paulo Sérgio

Pinheiro, que destaca:

“Em seu primeiro dia no Governo Provisório, o

Presidente em Exercício Michel Temer, que chegou ao

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poder montado em uma conspiração do que há de mais

atrasado na vida política nacional, em um único ato

mandou para o andar de baixo os direitos humanos, as

mulheres, a cultura e a Ciência. Que gestos mais

simbólicos poderíamos esperar de um Presidente que

sobe ao poder envolvido em manobras tão obscuras,

ancorado por uma elite tão pouco representativa da

sociedade brasileira. Apoiado na bíblia, na bala, no boi e

provavelmente nos bancos o presidente no seu primeiro

gesto manda para o espaço as vozes dos excluídos e da

cultura e razão.”

Declaração de uma voz insuspeita, que já foi Ministro da Secretaria dos

Direitos Humanos do Governo FHC e hoje faz consultoria para Organização das

Nações Unidas — ONU, sendo um defensor dos direitos humanos reconhecido mundialmente e também membro da Comissão da Verdade.

Pois é a partir do golpe que foi consolidado na última quinta-feira que se tornou mais claro com a indicação dos novos Ministros provisórios e das novas funções dadas a cada um dos Ministérios o passo atrás que o Brasil está dando em termo de políticas públicas.

É lamentável que os Ministérios que tinham maior relação com os movimentos sociais e com o povo tenham sido extintos ou unificados a áreas que não têm a ver com as suas finalidades.

Juntar educação e cultura é retroagir aos tempos da ditadura. Pensar que as ações que envolvem mulheres, índios, quilombolas e outras minorias não envolvem

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preocupações específicas da luta de inclusão social é desconsiderar todo o avanço da sociedade brasileira ocorrido nos últimos anos.

Extinguir o Ministério do Desenvolvimento Agrário e levar suas funções para a

área social é desconhecer o potencial da agricultura familiar e da sua importância para a economia brasileira.

Seguir a receita neoliberal do Estado mínimo, onde deve se tratar de forma não prioritárias as demandas dos oprimidos e as políticas de redução das desigualdades sociais e regionais, é buscar fazer um governo que atenda somente

às demandas da elite brasileira.

Pensar que os atos dos movimentos que lutam por reforma agrária e por habitação popular, a partir de que suas reivindicações e contestações devam ser enquadradas como terroristas, é voltar aos temos mais duros da ditadura civil-militar que durou cerca de 20 anos no Brasil.

Usar o lema “Ordem e Progresso” é retroagir ao século XIX, quando os positivistas determinaram o lema da nossa bandeira, em que a ordem é o principal condutor e vem antes do progresso, do próprio desenvolvimento. Isso fica claro nas declarações do Ministro provisório da Justiça, quando fala a respeito das manifestações dos movimentos sociais que lutam por desenvolvimento com justiça e que diz querer tratar como atos terroristas, e que usará até o Exército Brasileiro para combatê-las.

Parabenizo os companheiros de resistência das centrais sindicais que declaram não reconhecer a legitimidade desse Governo e se emprenham em combater as propostas de rompimento de nossas conquistas históricas que tendem a ser jogadas no lixo, no mesmo lixo da história que esse Governo vai ser jogado.

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Não podemos compactuar com as propostas que estão sendo apresentadas, como a mudança na Previdência Social, com a ameaça de idade mínima de aposentadoria. Não podemos concordar com a terceirização que atingirá todos os postos de trabalho e com outras ameaças que estão sendo feitas contra os trabalhadores.

Nós alertamos o tempo inteiro que o golpe era contra os direitos trabalhistas e contra as minorias, e as primeiras medidas, anunciadas pelo Ministro interino da

Fazenda, demonstram isso. São todas elas no sentido de retirar direitos dos trabalhadores, um retrocesso enorme, um absurdo.

Hoje está na imprensa que o Ministro provisório da Saúde quer também jogar no lixo a Constituição Federal, ao dizer que o SUS não se sustenta e que a universalização da saúde não pode ser mantida.

Esse Governo já nasceu morto. As suas propostas são uma verdadeira bomba na luta por direitos sociais, civis e trabalhistas.

Por tudo isso é que não podemos considerar como legítimo esse Governo interino, montado a partir de golpe institucional do qual fomos vítimas. O golpe em curso no Brasil não é um fato isolado na conjuntura internacional. É mais uma peça, e uma das principais, da política orquestrada pelo imperialismo para substituir os governos nacionalistas em toda a América Latina, como ocorreu em Honduras e no

Paraguai.

As declarações do Ministro provisório das Relações Exteriores vão no sentido de desconhecer os governos legítimos em toda a América Latina.

Lutaremos para antecipar o fim desse Governo e retomar o processo democrático constitucional que tanto lutamos para consolidar e que esperamos que

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retome o seu caminho normal, e que não tenhamos mais colégio eleitoral elegendo nossos Presidentes.

Vamos à luta, vamos às ruas com o povo em defesa de nosso Estado

Democrático.

Volta, Dilma!

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O SR. PRESIDENTE (Raimundo Gomes de Matos) - Concedo a palavra ao

Deputado Geraldo Resende.

O SR. GERALDO RESENDE (PSDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último dia 13 participei, em Dourados, da abertura da 52ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial Internacional de

Dourados, quando discutimos sobre o ambiente tão hostil que estamos vivendo nos

últimos tempos, que felizmente está indo a cabo com o novo Governo, que acredito vai sepultar de vez esta verdadeira tragédia nacional.

Quero apontar o bom ambiente que vive a cidade de Dourados. Vamos ter vários investimentos que vão gerar milhares de empregos privados no tocante ao agronegócio, principalmente na transformação da indústria de alimentos, como o

Grupo JBS, BRF Food, COAMO, do Paraná, que está fazendo um grande investimento na cidade, além da instalação de dois hipermercados atacadistas de cadeia nacional e internacional. Enfim, é um ambiente propício, construído por todas as forças políticas que realmente pensam numa Dourados melhor.

E lógico que queremos que este momento seja marcante para agora e os próximos anos, para a felicidade da nossa gente, do nosso povo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu que agradeço, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Sr. Deputados, no último dia 13, participei, em

Dourados, da abertura da 52º edição da Exposição Agropecuária e Industrial

Internacional de Dourados — a EXPOAGRO, que é a maior feira agropecuária do

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interior do Mato Grosso do Sul. O evento, que vai até o dia 22, no Parque de

Exposição João Humberto de Carvalho, deve receber aproximadamente 150 mil visitantes de todo o País e tem a expectativa de movimentar R$ 125 milhões em negócios. São 80 estandes montados e ainda shows , palestras, leilões e outras atividades inerentes ao campo.

Embora, o Brasil atravesse a crise econômica mais grave da sua história, a expectativa da movimentação financeira da EXPOAGRO é 25% maior em relação ao ano passado, mostrando que a força da atividade do campo, sobretudo a do produtor rural, é que ainda mantém o Brasil de pé. O agronegócio brasileiro é o responsável por 53% das exportações, responde por aproximadamente 30% do emprego formal e corresponde a 23% do PIB. Mesmo com toda a crise econômica de 2015, o PIB da agropecuária cresceu 1,8%, quando comparado com 2014.

É conveniente registrar aqui a contribuição do Mato Grosso do Sul para a nossa agropecuária: são 15,8 milhões de toneladas de grãos, com destaque para as safras de soja, milho e algodão. Isso sem falar nos rebanhos bovino, suíno e aviário.

O nosso Estado tem potencial para aumentar sua produção de alimentos, fibras, cana-de-açúcar e outras culturas, de forma integrada, sustentável.

Em Dourados, a atividade agropecuária tem crescido exponencialmente, contribuindo para aumento de postos de trabalho e renda. Na semana passada, anunciei neste Plenário o aumento dos investimentos privados no Município, sobretudo na atividade da indústria de transformação de alimentos, que tem consolidado cada vez mais Dourados como polo de produção no Estado nos últimos anos.

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A implantação, a expansão e a consolidação do Grupo JBS, BRF Food,

Cooperativa COAMO, Bunge, novos supermercados atacadistas, além de outras empresas nacionais e estrangeiras em Dourados, revela a vocação natural do município em receber investimentos de empreendimentos já consagrados pelo mercado interno e externo. O bom ambiente de negócios, incentivos fiscais e segurança jurídica é o alicerce fundamental que contribui para a geração de emprego e renda, tornando a atividade econômica na Grande Dourados mais pujante e diversificada.

Sr. Presidente, a questão da demarcação das terras indígenas também foi amplamente discutida. Como é de conhecimento de todos nós, Dourados possui 16 mil indígenas vivendo em uma reserva de pouco mais de 3.600 hectares, sendo que o ideal seria 30 hectares por família.

É fundamental que a CPI da FUNAI e INCRA desta Casa estude com profundidade os critérios utilizados na demarcação das terras indígenas, bem como apure as causas e os efeitos dos conflitos sociais e fundiários no processo de demarcação de terras. É necessário que seja investigada a crescente violência contra a mulher — as práticas de infanticídio — e averiguado, com o auxílio das autoridades municipais e estaduais, o aumento significativo do uso de álcool e drogas nas aldeias.

Por fim, agradeço ao Presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lúcio

Damália, ao Prefeito Murilo Zauith e a todos os envolvidos na promoção da 52ª

EXPOAGRO. Não menos importante, eu agradeço especialmente à Deputada

Federal Tereza Cristina, que prestigiou a feira e trouxe sua valorosa contribuição.

Muito obrigado.

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O Sr. Raimundo Gomes de Matos, nos termos do §

2° do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pelo Sr. Carlos Manato, nos

termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vamos interromper o período destinado ao encaminhamento dos discursos dados como lidos para a posse de quatro novos colegas Deputados. (Pausa.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Encontra-se presente a Sra. Cleuza

Pereira do Nascimento, representante do Estado de Pernambuco, eleita pela

Coligação PSB/PMDB/PCdoB/PV/PR/PSD/PPS/PSDB/SD/PPL/DEM/PROS/PP/PEN /

PTC, que tomará posse em virtude do afastamento do titular.

Convido S.Exa. a prestar o compromisso regimental, com o Plenário e as galerias de pé. (Palmas.)

(Comparece à Mesa a Sra. Cleuza Pereira do Nascimento e presta o seguinte compromisso:)

“PROMETO MANTER, DEFENDER E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO,

OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL DO POVO BRASILEIRO E

SUSTENTAR A UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Declaro empossada a Sra. Cleuza

Pereira do Nascimento. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Encontra-se presente o Sr. Guilherme

Cruz de Souza Coelho, representante do Estado de Pernambuco, eleito pela Coligação PSB/PMDB/PCdoB/PV/PR/PSD/PPS/PSDB/SD/PPL/DEM/PROS/PP/

PEN/PTC, que tomará posse em virtude do afastamento do titular.

Convido S.Exa. a prestar o compromisso regimental, com o Plenário e as galerias de pé.

(Comparece à Mesa o Sr. Guilherme Cruz de Souza Coelho e presta o seguinte compromisso:)

“PROMETO MANTER, DEFENDER E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO,

OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL DO POVO BRASILEIRO E

SUSTENTAR A UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Declaro empossado o Sr. Guilherme

Cruz de Souza Coelho. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Encontra-se presente o Sr. Severino de Souza Silva, representante do Estado de Pernambuco, eleito pela Coligação

PSB/PMDB/PCdoB/PV/PR/PSD/PPS/PSDB/SD/PPL/DEM/PROS/PP/PEN/PTC, que tomará posse em virtude do afastamento do titular.

Convido S.Exa. a prestar o compromisso regimental, com o Plenário e as galerias de pé.

(Comparece à Mesa o Sr. Severino de Souza Silva presta o seguinte compromisso:)

“PROMETO MANTER, DEFENDER E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO,

OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL DO POVO BRASILEIRO E

SUSTENTAR A UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Declaro empossado o Sr. Severino de

Souza Silva. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Encontra-se presente o Sr. Roberto

Sérgio Ribeiro Coutinho Teixeira, representante do Estado de Pernambuco, eleito pela Coligação PSB/PMDB/PCdoB/PV/PR/PSD/PPS/PSDB/SD/PPL/DEM/PR

OS/PP/PEN/PTC, que tomará posse em virtude do afastamento do titular.

Convido S.Exa. a prestar o compromisso regimental, com o Plenário e as galerias de pé.

(Comparece à Mesa o Sr. Roberto Sérgio Ribeiro Coutinho Teixeira e presta o seguinte compromisso:)

“PROMETO MANTER, DEFENDER E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO,

OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL DO POVO BRASILEIRO E

SUSTENTAR A UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Declaro empossado o Sr. Roberto

Sérgio Ribeiro Coutinho Teixeira. ( Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Heráclito

Fortes.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero aproveitar, em nome do PSB, para fazer uma saudação aos nobres Deputados que se incorporam a esta Casa neste momento muito importante para a nossa história. Dois já vêm trazendo na bagagem grande experiência: um retorna e outro é a extraordinária figura de Guilherme Coelho — filho de um dos mais extraordinários Parlamentares que tivemos aqui, Oswaldo Coelho —, ex-

Prefeito de Petrolina. Tenho certeza de que é um dos que chegam aqui para ensinar.

Parabéns a todos. Que se unam ao País neste momento em que ele muito precisa de nós.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Agradeço a manifestação de V.Exa., com palavras belíssimas.

O SR. HERÁCLITO FORTES - O coração de V.Exa. é dez vezes maior do que o corpo.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Júlio

Cesar.

O SR. JÚLIO CESAR (PSD-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, eu gosto muito de números e vejo no painel só 500

Deputados. Estão faltando 13, e, desses 13, 4 são de Pernambuco, que tomam posse agora: Creuza Pereira, Guilherme Coelho, Severino Ninho e Roberto Teixeira.

Eu quero, em nome do meu partido e como companheiro que já fui de alguns dos que estão voltando, cumprimentar todos, na figura desta grande expressão do

Nordeste, ex-Prefeito de Petrolina, Guilherme Coelho, filho do saudoso Deputado que também honrou esta Casa por nove mandatos, Oswaldo Coelho, de Petrolina,

Pernambuco, que quando falava todos paravam para ouvir, pela expressão das suas palavras, pela sabedoria, pela experiência e pelas causas que defendia, principalmente do Nordeste, contra a exclusão a que sempre fomos submetidos historicamente. Ele lutava por todos nós nordestinos.

Então, em nome de todos que tomam posse aqui, principalmente os quatro de

Pernambuco, nosso voto de boas-vindas e de grande companheirismo que temos por Pernambuco e pelos colegas, Deputados e Deputadas Federais.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Encontra-se presente o Sr. Professor

Sérgio de Oliveira, representante do Estado do Paraná, eleito pela Coligação

PSDB/DEM/PR/PSC/PTdoB/PP/SD/PSD/PPS, que tomará posse em virtude do afastamento do titular.

Convido S.Exa. a prestar o compromisso regimental, com o Plenário e as galerias de pé.

(Comparece à Mesa o Sr. Professor Sérgio Paulo De Oliveira e presta o seguinte compromisso:)

“PROMETO MANTER, DEFENDER E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO,

OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL DO POVO BRASILEIRO E

SUSTENTAR A UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Declaro empossado o Sr. Professor

Sergio de Oliveira (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Encontra-se presente o Sr. Nivaldo

Ferreira de Albuquerque Neto, representante do Estado de Alagoas, eleito pela

Coligação PP/PPS/PSDC/PRP/PR/PSL/PSB/SD/DEM, que tomará posse em virtude do afastamento do titular.

Convido S.Exa. a prestar o compromisso regimental, com o Plenário e as galerias de pé.

(Comparece à Mesa o Sr. Nivaldo Ferreira de Albuquerque Neto e presta o seguinte compromisso:)

“PROMETO MANTER, DEFENDER E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO,

OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL DO POVO BRASILEIRO E

SUSTENTAR A UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Declaro empossado o Sr. Nivaldo

Ferreira de Albuquerque Neto. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Encontra-se presente o Sr. Cajar

Nardes, representante do Estado do Rio Grande do Sul, eleito pela Coligação

PTB/PCdoB/PR/PPL/PROS/PTC, que tomará posse em virtude do afastamento do titular.

Convido S.Exa. a prestar o compromisso regimental, com o Plenário e as galerias de pé.

(Comparece à Mesa o Sr. Cajar Nardes e presta o seguinte compromisso:)

“PROMETO MANTER, DEFENDER E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO,

OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL DO POVO BRASILEIRO E

SUSTENTAR A UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Declaro empossado o Sr. Cajar

Nardes. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Dando continuidade aos trabalhos, concedo a palavra ao Deputado Marcon.

O SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs.

Deputados, quero fazer um relato das mobilizações no Rio Grande do Sul.

Nos dias 12 e 13, quinta e sexta-feira, aconteceram duas grandes mobilizações voluntárias na Capital, Porto Alegre, comandadas pela juventude.

Continuam ainda as escolas sendo ocupadas pelos estudantes, em defesa da educação, mas também contra o golpe.

Quero registrar ainda a violência desgovernada cometida pelo Estado, pela

Brigada Militar. Ontem, juntamente com a bancada estadual de PCdoB, PT e PSOL, estive com o Governador José Ivo Sartori, pedindo providências, inclusive o afastamento do Comandante.

Eu gostaria que este meu pronunciamento fosse divulgado no programa A

Voz do Brasil .

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, servidores da Casa, “Governador

Sartori disse que vai manter as ruas desobstruídas na Capital e que manifestações serão reprimidas” .

Essa foi uma das respostas do Governador José Ivo Sartori em audiência que tivemos ontem, 16 de maio, juntamente com Parlamentares do PT, PCdoB e PSOL

(Manuela d’Ávila, Pedro Ruas, Adão Villaverde, Stela Farias, Tarcísio Zimmermann,

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Edegar Pretto, Altemir Torteli, Dionilso Marcon, Mainardi e Nelsinho Metalúrgico), que foram ao Palácio Piratini cobrar uma posição do Estado sobre a ação truculenta da Brigada Militar durante as manifestações contra o Presidente interino, Michel

Temer, nos últimos dias 12 e 13, em Porto Alegre.

Durante a ação da Brigada Militar, manifestantes foram agredidos e arrastados com truculência pela polícia. Quatro meninas foram detidas. A polícia usou espadas, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, e a tropa de choque avançou contra os manifestantes.

Classificamos a ação da Brigada Militar como abuso de poder. Afinal, qual o objetivo de usar espadas, cavalaria, em uma manifestação que era pacífica? É um absurdo! Esse aparato de repressão contra manifestantes é inaceitável, mas é assim que um governo sem legitimidade se mantém. Sartori não pode confundir manifestações pacíficas com delinquência.

O grupo exigiu apuração e responsabilização pela violência da BM. O

Governador tem que tratar da mesma forma os manifestantes, pois nas manifestações contra Dilma, há alguns dias, a polícia não interviu. Enquanto Sartori usa seu efetivo de policiais para reprender manifestantes, a população não tem segurança.

Alertamos também na ocasião o Governador Sartori de que as mobilizações vão continuar. Vivemos num país democrático, e o direito à livre manifestação está assegurado pela Constituição Federal.

É isso, Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Valmir Assunção.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer dois registros.

O primeiro é um balanço do Governo da Presidente Dilma, que foi interrompido por um golpe traçado por Eduardo Cunha, juntamente com Rede Globo e Michel Temer. Faço esse balanço justamente para que fique registrado nos Anais da Casa e na história e para que posteriormente possamos fazer um debate na

Câmara dos Deputados a fim de que a população brasileira tenha dados para acompanhar o que foi o Governo da Presidente Dilma.

O segundo diz respeito à visita que fiz à Boa Vista do Tupim, cidade da Bahia que fica na Chapada Diamantina e é administrada pelo Prefeito Gidu do PT, que tem feito um trabalho importante no que se refere a fornecimento de água, à saúde, à recuperação de estradas. Quero, portanto, parabenizá-lo, juntamente com toda a sua equipe.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o afastamento da Presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff mediante um processo de golpe parlamentar, midiático e judicial, coloca os lutadores e lutadoras do povo em uma situação muito

óbvia: o de oposição.

Essa postura não é somente por um motivo partidário. Trata-se de um posicionamento que vai de encontro ao golpismo, ao desrespeito à Constituição

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Federal de 1988; trata-se de respeitar o voto dos mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras, voto que foi usurpado por uma maioria de Congressistas que não representam a maioria do povo brasileiro, nem de forma identitária, e a tratar como votam sobre os direitos trabalhistas e direitos das minorias, nem de forma responsiva.

Também é preciso destacar que estamos diante de um Governo provisório.

Temer tem prazo de validade no Palácio do Planalto e, pior, não possui legitimidade para governar. Isso é muito grave, uma situação de desestabilidade política bastante séria para um país como o Brasil.

Os Governos do PT deram um salto qualitativo não só em termos de gestão pública, mas desenvolveu o Brasil a partir da priorização de políticas para o seu povo, ou seja, as políticas sociais, que são a marca do PT e deram dignidade à maioria da população brasileira.

Desse modo, é importante deixar público a forma como o País está neste momento. Registro esses dados, por que, são a prova do trabalho dos Governos

Lula e Dilma à frente do Brasil. Trata-se de crescimento, mesmo diante de uma crise econômica internacional e do reposicionamento do nosso País no mundo, como uma nação importante na política internacional, sendo referência na proposição de políticas, tais como a de redução da pobreza e da fome.

Tais políticas são parte do nosso modelo de desenvolvimento, que deixa o

Brasil com o sétimo maior PIB mundial, seis posições acima do que era em 2002, quando o PT ganhou as eleições com Lula. Nossa renda per capita , que ajuda a indicar nosso grau de desenvolvimento, cresceu US$ 7500 nesses 13 anos, ou seja, pulamos de uma renda de US$ 2500 em 2002 para US$ 10 mil. Hoje temos uma

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taxa de inflação que despenca a cada dia e que, segundo o Banco Central, ficará próxima de 6,5% no acumulado do ano, já perto da meta estabelecida, e com previsões de 4,5% para 2017.

Ainda no campo da economia, é importante registrar alguns progressos que fazem com que nosso País não seja subserviente a outros países, como éramos há alguns anos. A começar, somos credores do FMI, não mais devedores. O Brasil é credor externo líquido em US$ 42,7 bilhões. Dever a organismos internacionais foi condição para sustentação do neoliberalismo no Brasil, o mesmo projeto indicado por Michel Temer.

As reservas internacionais líquidas do Brasil, que determinam parte de nossa estabilidade econômica, são de US$ 376,3 bilhões, quando eram de apenas US$ 16 bilhões em 2002. Elas superam toda a dívida externa do País, que é de US$ 333,6 bilhões.

No que tange à dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do Governo Federal, o PT fez ainda mais: diminuímos a dívida pública

— quando em 2002 era de 60,4% do PIB, hoje é de 38,9% do PIB. Nesses últimos

12 meses, nós ainda melhoramos o Investimento Estrangeiro Direto — IED, aquele voltado ao setor produtivo e contatado em aquisições, construção de novas fábricas, aquisições, dentre outros. Foram de US$ 78,9 bilhões nos últimos 12 meses, sendo equivalentes a 4,56% do PIB.

Por fim, o que eu acho mais importante, o salário mínimo. Nunca antes ele foi tão valorizado e em tão pouco tempo. Se em 2002 ele valia R$ 200, hoje ele equivale a R$ 880,00. Todo o esforço de nossos Governos do PT na economia foi

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justamente garantir a capacidade de subsídio ao salário mínimo, para que seu crescimento fosse anual e considerável.

Nesse sentido, entra também o salto qualitativo do Bolsa Família. Implantado em 2003, no primeiro Governo do PT, o Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda do mundo. São cerca de 14 milhões de brasileiros inscritos, que recebem o dinheiro mensalmente, agora reajustado em 9%.

Moradia também foi uma ação prioritária, através do Programa Minha Casa,

Minha Vida. Foram mais de 2.632.953 de famílias contempladas, mais de 10,5 milhões de brasileiros beneficiados, num investimento de R$ 294 bilhões.

Na área da educação, são 23 novas universidades, principalmente no interior do País, nesses últimos 13 anos, depois de um longo período antes de 2002, sem que nenhuma fosse implantada. Ampliamos o número de universitários, através do

PROUNI, programa inexistente antes de 2002. O PROUNI já distribuiu mais de 1,4 milhão de estudantes pobres brasileiros, sendo 70% com bolsas integrais, dando a oportunidade do ensino superior. Destinamos 75% dos royalties do pré-sal para a educação e 25% para a saúde.

No âmbito da política internacional, podemos dizer com tranquilidade que não somos mais subordinados aos Estados Unidos e que enterramos a proposta da

ALCA, que nos colocaria em posição inferiorizada num plano internacional. Através do MERCOSUL, articulações como o BRICS e a entrada no G-20, nós ampliamos as possibilidades de comércio internacional.

O Brasil buscou intensificar seu investimento externo e internacionalizar suas empresas, através da cooperação Sul-Sul; cúpulas foram realizadas no Oriente

Médio; investimos na UNASUL no continente americano; conseguimos eleger um

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brasileiro, José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação — FAO.

Na saúde, como não citar o sucesso do Programa Mais Médicos? Em apenas

2 anos, o Mais Médicos garantiu 18.240 médicos em 4.058 Municípios, (73% dos

Municípios brasileiros, e nos 34 distritos de saúde indígenas. São profissionais que garantem o atendimento a 63 milhões de brasileiros que não contavam com atendimento médico e que agora possuem um profissional próximo a suas casas.

Não posso deixar de falar do Plano Safra da Agricultura Familiar, tão fundamental para a produção de alimentos neste País. Na safra 2002/2003, o plano ofereceu R$ 2,3 bilhões para atender ao PRONAF. Nesta safra, são R$ 30 bilhões, um recorde de créditos, através do Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar. Neste ano, a taxa de juros caiu de 5,5% para 2,5% ao ano, para alimentos que compõem a base da alimentação do povo brasileiro — arroz, feijão, mandioca, tomate, alho, cebola e hortaliças, bem como para financiamentos de produção orgânica e agroecológica e investimentos em práticas sustentáveis de manejo do solo, da água e de produção de energia renovável.

Agora, os que promoveram o golpe dizem que “renasce um novo Brasil” . O

“novo Brasil” que eles pregam não só deve ser analisado a partir dos dados que acabo de expor, mas também a partir do projeto que Temer defende para o País, o contrário de todo o princípio defendido pelos dois últimos Governos.

Quando falo de princípios, aqui não estou no casuísmo conjuntural de crise econômica, falo do que será priorizado. Desse modo, o projeto Uma Ponte para o

Futuro seria mais honesto se se chamasse “Ponte para o Retrocesso” . É um conjunto de propostas que reduzem os investimentos em políticas sociais, para

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agradar uma pequena parte da elite brasileira; deixa de investir em direitos básicos, como saúde e educação, para passar a um programa de privatizações em massa, assaltando o povo brasileiro.

O que dizer então de um Ministério cuja estrutura desconsidera as demandas de diversos grupos sociais e que não possui representação de mulheres nem de negros nem de trabalhadores?

Mas, aviso: não é só a história que condenará os golpistas. Todos os dias os movimentos sociais, os setores populares deste País estarão nas ruas para defender direitos e denunciar o projeto neoliberal e destruidor das conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras deste País, tal como é o projeto representado por

Michel Temer. Denunciarão as práticas clientelistas que estarão mais escancaradas; denunciarão as práticas corruptas, a exemplo dos nomes que estão envolvidos na condução deste golpe.

Não abaixaremos a cabeça e não permitiremos um dia sequer que este País volte a ser o País de poucos, o País do ódio ao trabalhador, do preconceito, da afirmação livre do racismo. Somos muitos e somos muito aguerridos na defesa da democracia. Esta será a nossa posição daqui por diante.

Sr. Presidente/a, solicito a V.Exa. que divulgue este pronunciamento no programa A Voz do Brasil e demais meios da Casa.

Muito obrigado!

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na última sexta, 13 de maio, o

Município de Boa Vista do Tupim, na Chapada Diamantina, foi palco de debates sobre a conjuntura política atual e estratégias eleitorais para ações na região. Foi um

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rico espaço de debate, onde lideranças comunitárias, de movimentos sociais e populares e o próprio Prefeito João Passos Trabuco, o Gidu do PT, estiveram presentes, criticaram o afastamento da Presidente Dilma Rousseff pelo Senado

Federal e levantaram a bandeira da oposição contra o Governo interino do peemedebista Michel Temer.

Ainda estiveram presentes no debate os membros do Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra — MST, Marcio Matos e Evanildo Costa, da direção nacional, a Presidente da Câmara de Vereadores, Maria Elena, do PSD, além do Assessor Especial do Governador Rui Costa, Ivan Alex.

O Prefeito Gidu inclusive defendeu o fortalecimento da democracia e a participação popular como formas de garantir os direitos dos trabalhadores. Em Boa

Vista do Tupim, o Prefeito tem atuado para manter os serviços, programas e projetos dos Governos Estadual e Federal.

É importante destacar o trabalho da Prefeitura, que resultou, por exemplo, no reconhecimento de comunidade quilombola, na entrega de sementes e de 109 títulos de terras para diferentes comunidades, na construção de tanques redes, beneficiando pescadores, feirantes e agricultores familiares, além de 100 barracas das parcerias para o combate à discriminação racial e à intolerância religiosa.

Uma emenda de nosso mandato contribuiu com R$ 500 mil para a construção da quadra de esportes do Assentamento Beira Rio, cuja obra já vai ser iniciada, além de outra emenda de R$ 300 mil para a reforma do hospital municipal.

Atuo em parceria com o Prefeito Gidu desde que era Deputado Estadual pela

Bahia e depois Secretário Estadual de Desenvolvimento Social. Sei do seu comprometimento em levar ações para a zona rural e para os setores tradicionais,

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como saúde, com atenção psicossocial, e cultura, com envolvimento da comunidade em projetos de arte e lazer. É uma marca de sua administração levar o aparato da

Prefeitura a quem mais precisa desses serviços, articulando sempre com o Governo do Estado, com Secretarias, tais como a de Desenvolvimento Rural — SDR,

Promoção da Igualdade Racial — SEPROMI, além de órgãos do governo, como a

Coordenação de Desenvolvimento Agrário — CDA, Bahia Pesca e Companhia de

Desenvolvimento e Ação Regional — CAR.

Sr. Presidente, solicito que este pronunciamento seja divulgado no programa

A Voz do Brasil e nos demais meios da Casa.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Aliel

Machado, da Rede do Paraná.

O SR. ALIEL MACHADO (Rede-PR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu apenas quero utilizar este espaço para parabenizar a Diocese de

Ponta Grossa, no Estado do Paraná, que completou nesta semana 90 anos. É uma história de luta, de atendimento às comunidades, com uma religiosidade que leva a fé a milhares e milhares de pessoas, por meio de atendimento a quase 800 mil habitantes.

É com muito orgulho que eu faço parte da Paróquia São Sebastião, da

Diocese de Ponta Grossa, cuja celebração, no último domingo, em nossa catedral, no centro da cidade, foi magnífica e fantástica!

Parabenizo todos os que compõem a nossa Diocese e que levam a fé a milhares e milhares de paranaenses e a pessoas de todos os Municípios da região de Campos Gerais e da minha querida cidade de Ponta Grossa.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Rodrigo Martins, do PSB do Piauí.

O SR. RODRIGO MARTINS (PSB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, boa tarde! Ocupo a tribuna hoje para saudar o

Vereador Ricardo Bandeira, da cidade de Teresina, bem como a Câmara Municipal da cidade de Teresina, que ontem realizou uma audiência pública naquela cidade, para discutir e pleitear a instalação de uma zona franca em Teresina.

Nós sabemos que se trata de um movimento que tem que partir aqui da

Câmara Federal e sabemos que não é fácil construí-lo. Mas é preciso que façamos este debate, para fortalecer o desenvolvimento local da nossa região. Nós já temos uma geografia favorável. Entendemos que é importante este debate. Sabemos que, em um momento de crise como este, é preciso haver investimento e vontade política do Governo.

Fica aqui o nosso registro, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

O Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2° do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Mauro Pereira, nos termos do § 2°

do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Encontra-se presente o Sr. Jones

Alexandre Martins, representante do Estado do Rio Grande do Sul, eleito pelo

PMDB, que tomará posse em virtude do afastamento do titular.

Convido S.Exa. a prestar o compromisso regimental, com o Plenário e as galerias de pé.

(Comparece à Mesa o Sr. Jones Alexandre Martins e presta o seguinte compromisso):

“PROMETO MANTER, DEFENDER E CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO,

OBSERVAR AS LEIS, PROMOVER O BEM GERAL DO POVO BRASILEIRO E

SUSTENTAR A UNIÃO, A INTEGRIDADE E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Declaro empossado o Sr. Jones

Alexandre Martins. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Jose

Stédile.

O SR. JOSE STÉDILE (PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria de parabenizar meu colega Jones Martins, que está assumindo hoje. Ele é do Vale do Gravataí, vizinho de Cachoeirinha.

Seja bem-vindo, Jones! Sinta-se em casa! V.Exa. será bem recebido por esta

Casa.

O Sr. Mauro Pereira, nos termos do § 2° do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Carlos Manato, nos termos do §

2° do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Waldenor Pereira, do PT da Bahia.

O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Parlamentares, neste último final de semana visitamos dois importantes Municípios do sudoeste da Bahia. Primeiro, visitamos o Município de

Poções, que realizou a tradicional Festa do Divino, uma festa centenária, que completa 138 anos de realização, uma das mais importantes festas religiosas do interior do Estado da Bahia.

Quero cumprimentar o Prefeito Otto Magalhães e o Vice-Prefeito João

Bonfim. Em nome de S.Exas., quero saudar toda a população de Poções, que mais uma vez realizou uma belíssima festa em homenagem ao Divino Espírito Santo.

Em seguida, visitamos o Município de Condeúba, que completou 155 anos de emancipação política, no dia 14 de maio.

Quero cumprimentar o Prefeito Guto e a Vice-Prefeita Jesuína Ribeiro. Quero saudar todos os Vereadores e lideranças daquele Município, que comemorou a data magna com uma vastíssima programação religiosa, cultural e desportiva.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Sra. Deputada

Benedita da Silva, do PT do . S.Exa. dispõe de 1 minuto.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, peço registro desta minha fala, porque presto, neste momento, uma homenagem especial àquele que foi o grande cantor brasileiro e que nos deixa muitas saudades. Além de ter sido um grande cantor, era um homem que sabia representar muito bem o Brasil. A sua voz deixa um legado no mercado da produção cultural, razão pela qual presto esta grande homenagem a .

O outro comunicado está relacionado ao Dia Internacional da Família, instituído pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A data visa promover uma reflexão que devemos fazer em torno da família e de suas dificuldades, a fim de dar à família a sustentabilidade que lhe é necessária, segundo o que está na nossa Constituição.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna falar sobre o Dia

Internacional da Família, instituído pela Assembleia Geral da Organização das

Nações Unidas (ONU) em 1993. A data visa promover a reflexão sobre as questões relacionadas com as famílias e aumentar o conhecimento sobre os processos sociais, económicos e demográficos que as afetam.

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Sabe-se que a família, do ponto de vista histórico e também sociológico, é o núcleo elementar da sociedade, isto é, uma instituição basilar. Ela funciona como o primeiro grupo de relações no qual os indivíduos interagem entre si. Foi a partir desse núcleo que a sociedade como um todo ganhou corpo ao longo da história humana.

E acredito fielmente que a família é o espaço para aprendermos a amar e ser amados, a respeitar o próximo, a conhecer os limites. No seio familiar aprendemos que o estabelecimento de limites é fundamental para a construção de nosso caráter e personalidade, não sendo cerceamento de liberdade, mas sabedoria de vida.

Nosso convívio de carinho e responsabilidade faz nos sentirmos amparados e orientados para a vida. Família é tudo de bom. Família é um projeto de Deus.

É uma responsabilidade gigantesca ter um filho, pois aquela criaturinha indefesa depende totalmente de nossos cuidados. Na qualidade de mãe, avó e bisavó, sinto-me realizada nesta missão dada pelo Criador.

Família é sermos guiados pelo amor fraternal, é nos colocarmos no lugar do outro, é vivermos sob uma ótica humanista, é se indignar com a injustiça, é não se conformar com o abandono e, mesmo a distância, poder estar solidário.

Família somos todos nós gerados pelo amor de Deus e nos faz sentirmos a obra prima da criação.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Raimundo

Gomes de Matos, do PSDB do Ceará.

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, solicito a divulgação, nos órgãos internos desta Casa, de pronunciamento que faço registrando que iremos revogar a Portaria nº 958, de 2016, uma irresponsabilidade do ex-Ministro da Saúde, o Sr. José Agenor, a qual foi editada nos seus últimos dias de Ministro, fazendo com que o programa de agentes comunitários de saúde seja totalmente desestruturado e que outros profissionais possam, através dessa portaria, desenvolver as ações que são restritas aos agentes comunitários de saúde.

Registro ainda que, na manhã de hoje, centenas de agentes comunitários de saúde se encontraram nesta Casa, no Auditório Nereu Ramos, em programação estabelecida pela Frente Parlamentar em Defesa dos Agentes Comunitários de

Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias, que presido, para participar de grande mobilização, coordenada pela Presidente da Confederação Nacional, Ilda

Angélica.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Mauro

Benevides, do PMDB do Ceará.

O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na próxima quinta-feira defluirá o Dia Nacional do Defensor Público, ensejando comemorações que objetivam realçar o inestimável trabalho empreendido pela categoria em prol dos carentes e necessitados de todo o

País, no que concerne ao patroneamento de justas postulações daqueles merecedores de solução por parte do Poder Judiciário, em suas respectivas instâncias.

Criada no bojo da Carta Cidadã, da qual me honro de haver sido o segundo signatário, antecedido apenas pelo indomável Ulysses Guimarães, os defensores empreendem faina incessante para resguardar interesses justos, conspurcados indevidamente, o que reclama a colaboração daqueles que se dispuseram a corrigir, no Judiciário, desmandos que atingem os despojados de recursos para contratar profissionais de direito e a eles conferir essa tarefa.

Recordo, mais uma vez, que foi durante o debate constitucional que surgiu a

Defensoria, inserida no art. 134, ampliado, posteriormente, pela legislação ordinária e complementar, com o apoio indispensável do Congresso ordinário.

Menciono, o que seria imprescindível, na passada Legislatura, o acolhimento da PEC das Comarcas, da qual fui primeiro signatário, apontando como imperioso o dever de em todo o País funcionar, nos respectivos órgãos oficiais, a Defensoria, numa conquista que mereceu aceitação indiscrepante, tanto na Câmara como no

Senado da República.

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O ato da promulgação do novo Diploma imperativo teve como palco o

Plenário do Senado Federal, passando a ser uma das mais importantes etapas de um procedimento muito bem articulado pela Associação Nacional dos Defensores

Públicos — ANADEP e as subsidiárias estaduais.

Tudo isso merecia ser relembrado, nesta data auspiciosa, com o nosso aplauso a um diploma que terá de ser cumprido em até 8 anos, sob pena de invalidar-se uma decisão imperativa emanada do Poder Legislativo do País.

Com este registro, regozijo-me com os defensores e, muito mais do que eles, com os que se sentem mais amparados por uma instituição que se dedica a dever de extraordinário alcance social.

Lá no Ceará, já foi decretado pela Associação dos Defensores Públicos do

Estado do Ceará — ADPEC o Maio Verde, para dar um realce ainda maior a essa data consagrada aos defensores públicos brasileiros.

Era a homenagem que eu queria prestar, Sr. Presidente, àqueles que exercem a defensoria em todo o Estado do Ceará.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A homenagem é benfeita, nobre

Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada Jô

Moraes, do PCdoB de Minas Gerais.

A SRA. JÔ MORAES (PCdoB-MG. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o programa A Voz do Brasil e os meios de comunicação desta

Casa divulguem artigo que fiz em julho de 2015 sobre as atividades de inteligência, quando estava na Presidência da Comissão Mista de Controle das Atividades de

Inteligência, para que a equipe do Governo interino do Presidente Michel Temer trate inteligência como política de Estado. Política de Estado é algo muito precioso para a soberania do País.

Aproveito para me dirigir ao Ministro Raul Jungmann e pedir que se lembre de que seu cargo é de Ministro da Defesa e não de ministro do ataque. Se S.Exa. quiser saber sobre as iniciativas da política de inteligência, que se dirija ao setor de contrainteligência das Forças Armadas. Lá encontrará toda a orientação que o

Governo deu e o que os órgãos de inteligência providenciaram em relação à segurança das...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.

ARTIGO A QUE SE REFERE A ORADORA

17 de julho de 2015 - 8h20 Jô Moraes: Atividades de inteligência no Brasil Nestes últimos meses, que marcam um início conturbado nas atividades legislativas do país, tive a honra de assumir a presidência de duas importantes Comissões de debate legislativo: a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa

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Nacional e a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional. Por Jô Moraes*, especial para o Vermelho Agência Câmara Como presidenta destas comissões tenho a oportunidade de, junto a meus pares, cumprir uma agenda de visitas aos centros de inteligência do país. Em maio e junho, visitamos a Agência Brasileira de Inteligência e o Centro de Inteligência da Marinha. No próximo semestre visitaremos outros centros e agências, a saber: os Centros de Inteligência do Exército, da Aeronáutica e da Polícia Federal, aprovados em requerimento. Deste modo, gostaria de compartilhar as primeiras impressões e demandas recebidas dos dirigentes destes órgãos e dos demais que nos acompanham nas reuniões de ambas as Comissões. A primeira questão seria desmistificar as atividades de Inteligência. Devemos compreender e disseminar que as atividades de inteligência são política e questão de Estado. Não é, e nem pode ser, atividade de governo ou de caráter policialesco. Um Estado soberano, como se pretende o Brasil, sétima economia do mundo, deve ter como ação estratégica as atividades de inteligência. Para tanto é importante dialogar com a sociedade sobre o Plano Nacional de Inteligência, os marcos legais que definam com maior acuidade estas atividades, bem como de forma mais pública suas ações. Não menos importante, senão mais, é a questão orçamentária. Não se pode pensar em Inteligência de Estado sem recursos, sejam eles humanos ou tecnológicos. Para isso é fundamental garantir orçamento, se possível sem quaisquer contingenciamentos para a contratação de servidores especializados e investimentos em inovação e infraestrutura tecnológica, como no caso do Satélite de Gerenciamento da Amazônia Azul. Como uma das nossas iniciativas mais imediatas, indicamos na última reunião desta comissão, nos dirigirmos ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, para solicitar a efetivação do concurso público que provê 470 cargos que são fundamentais para a recomposição dos quadros da ABIN. Assim como estamos em

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tratativas com a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO para a inclusão de emendas para Inteligência por esta Comissão. Por isso, pensar e debater as Atividades de Inteligência significa esclarecer a sociedade sobre o que a Inteligência representa para a defesa, para a soberania e para a garantia das riquezas que fazem do Brasil um país-nação, um país soberano. Não podemos ter medo nem melindres ao falar sobre as atividades de inteligência. Devemos, sim, saber o que é sigiloso ou não. Debater as atividades e sua importância é fundamental. Para isso aprovamos nesta Comissão, uma série de audiências, como a primeira, que realizamos na última terça-feira (14), sobre a reforma da legislação brasileira de inteligência, para receber contribuições de pesquisadores, gestores, agentes e sociedade civil, de como fortalecer nossas agências e nossa Política de Estado para a Inteligência. Nesta audiência, reforça-se o que venho defendendo: Desmistificar as atividade de inteligência e definir em marcos legais, amplamente debatidos, as atividades que devem ser realizadas com garantia de recursos. Segundo oficial de inteligência da ABIN, Edmar Furquim Cabral de Vasconcelos Junior, para quem a Agência Brasileira de Inteligência é o único órgão brasileiro de inteligência, não existe inteligência sem sigilo, assim sendo, quem trabalha na ABIN necessita proteção da identidade ao longo de sua vida profissional. Para Denilson Feitoza Pacheco, presidente da Associação Internacional para Estudos de Segurança e Inteligência, o Brasil precisa restaurar seus sistemas de inteligência. Pois não é possível pleitear um lugar na segurança internacional sem desenvolver a própria Inteligência. Para o mesmo, o Brasil ainda vive uma precariedade de sistemas e de legislação, e para isso mudar é fundamental entendermos que para um Estado soberano cumprir com suas obrigações, precisa fortalecer inteligência. Reforço, assim como os participantes do debate, que precisamos vencer o medo, o preconceito histórico sobre as atividades de inteligência, que se tiveram papel fundamental para cerceamento de direitos em períodos ditatoriais, hoje são fundamentais para garantir, em período democrático e multilateral, os nossos direitos, o nosso desenvolvimento e a preservação de nossas riquezas e biodiversidade.

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*Jô Moraes é deputada federal (PCdoB-MG), presidenta da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional e da Comissão de

Relações Exteriores de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Celso Maldaner, por 1 minuto.

O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar uma iniciativa em curso no meu Estado, Santa Catarina — atualmente o maior produtor e o maior exportador de carne suína, berço da suinocultura brasileira, orgulho de todos os catarinenses e do Brasil.

Com investimentos superiores a R$ 35 milhões, nosso Estado acaba de ser beneficiado com a inauguração de uma granja apontada como a mais moderna da

América Latina, a nova granja núcleo da Topigs Norsvin, situada em Taquara Verde, no Município de Caçador, com tecnologia de ponta e produzindo animais no pioneiro sistema de rebanho fechado, o InGene. A granja, do Grupo Carboni, foi projetada para produzir 22 mil matrizes da TN70, inovação que é apontada por especialistas em genética suína como a melhor matriz do mundo.

O assunto foi destaque na edição da última semana da revista Exame , em matéria intitulada A granja-modelo para a suinocultura do futuro , que expressa a importância e o pioneirismo da iniciativa no Brasil. Um dos diferenciais da granja é sua implantação segundo conceitos e tecnologias que garantem o bem-estar animal, o que vai proporcionar um ganho de produtividade e de qualidade dos animais.

A granja recebe de fora apenas sêmen dos melhores reprodutores da Topigs

Norsvin, empresa que investe anualmente mais de 19 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento, que lhe renderam a liderança em sequenciamento genético completo e seleção genômica. Esta é a quarta granja do grupo Carboni, um

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conglomerado que também atua nas áreas de revenda de veículos e tratores e transporte rodoviário, gerando 720 empregos diretos.

Quero parabenizar o Diretor Osmar Carboni pelo sucesso deste novo empreendimento e expressar o orgulho que representam para Santa Catarina e para o Brasil.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que autorize a divulgação deste pronunciamento no programa A Voz do Brasil .

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Bohn Gass, do PT do Rio Grande do Sul.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente.

Eu quero fazer uma denúncia. O pseudogoverno Michel Temer acaba de editar medida provisória que anula, que destrói o que foi construído pelos agricultores do País: o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Sim, os agricultores familiares do País não terão mais o Ministério do Desenvolvimento Agrário!

Além disso, definiu que todo o Ministério da Previdência vai para a Fazenda.

Nós teremos então o INCRA e o INSS no mesmo órgão, o Ministério do

Desenvolvimento Social e Agrário. Mistura-se estrada vicinal, assentamento, desapropriação, milhões de beneficiários do PRONAF e do Bolsa Família, aposentadorias, pecúlios e pensões. É uma loucura! É certo que esse Ministério não poderá atender à população.

Assim, nós vamos fazer aqui um trabalho para que o MDA retorne, para ajudar quem produz alimentos neste País, e para que a Previdência não vá ser apreciada só por números. Propusemos uma emenda nesse sentido.

Sr. Presidente, quero que este pronunciamento seja divulgado no programa A

Voz do Brasil .

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, para a CONTAG, entidade que representa cerca de 20 milhões de trabalhadores e trabalhadoras rurais brasileiros, o

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Governo Temer é golpista e suas primeiras medidas “já demonstram desprezo pela classe trabalhadora do campo e da cidade e pelos brasileiros mais vulneráveis”. Eu assino embaixo.

Para a CONTAG, extinguir o Ministério da Previdência é colocar em risco todas as categorias profissionais, aposentados e pensionistas, rurais e urbanos. Eu, de novo, assino embaixo.

E comunico às Sras. e aos Srs. Deputados: estou apresentando emendas à medida provisória que extinguiu Ministérios. Não quero ajudar Temer, mas apenas impedir que direitos históricos sejam jogados no lixo. Entre outras coisas, quero reverter a extinção do MDA, porque ela destruirá políticas vitais para milhões de agricultores familiares brasileiros e será um golpe fatal nas ações que vêm garantindo o desenvolvimento rural. O tal “Ministério Social” já nasceu como um aleijão institucional e é óbvio que vai desidratar e enfraquecer as duas áreas.

Esse amontoamento é criminoso! Como coordenar o gigantismo do INCRA e do INSS ao mesmo tempo? Como misturar estradas vicinais, assentamentos, desapropriações, milhões de beneficiários do PRONAF, outros tantos milhões do

Bolsa Família e, ainda, aposentadorias, pecúlios e pensões? Isso é uma verdadeira loucura, um erro gravíssimo de gestão, que só pode ser explicado assim: Temer e seus Ministros ilegítimos desconsideram os milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais e desprezam os trabalhadores rurais.

Esse ajuntamento irresponsável é para mim a prova mais contundente de que neste Governo golpista os brasileiros mais pobres, sejam do campo, sejam da cidade, não terão vez. Este Governo não é para eles!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Em permuta com este Presidente, concedo a palavra ao Deputado Jones Martins, do PMDB do Rio Grande do Sul.

S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.

O SR. JONES MARTINS (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as minhas primeiras palavras são de profundo agradecimento ao povo do Rio Grande do Sul, que me confiou esta responsabilidade, especialmente ao povo da minha cidade, Gravataí, que vai ter voz neste Parlamento; ao meu partido, que saúdo na pessoa do nobre colega Deputado

Mauro Pereira, quem me ensinou tudo o que sei de política, tudo que aprendi nesses mais de 20 anos de militância; ao povo brasileiro, pelo privilégio de poder ocupar a maior tribuna desta Nação e aqui representar o Rio Grande do Sul neste momento difícil de transição na Nação, em que reformas são necessárias.

Estamos aqui trabalhando absolutamente cientes da responsabilidade que temos pela frente, meu querido companheiro de partido e de luta Deputado Mauro

Pereira. Mas estamos cientes também de que o nosso trabalho, a nossa responsabilidade...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Divulgaremos no programa A Voz do Bra sil o primeiro pronunciamento de V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande do Sul, por 1 minuto.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Deputado Carlos Manato, eu quero de antemão parabenizar o meu colega Deputado Federal Jones Martins, que representa nesta Casa o PMDB do Rio

Grande do Sul, um jovem trabalhador, valente, comprometido com Gravataí, com o

Estado do Rio Grande do Sul e com o Brasil.

Seja bem-vindo, Deputado Jones Martins! Não tenho dúvida nenhuma de que toda a bancada gaúcha está feliz em tê-lo nesta Casa.

E quero aproveitar a oportunidade, Sr. Presidente, para parabenizar a gloriosa

Brigada Militar do Rio Grande do Sul, na pessoa do Comandante Alfeu Freitas

Moreira, que conduz com muita maestria um quadro pequeno de servidores, mas de muita garra.

O que houve no Rio Grande do Sul na sexta-feira não foi uma agressão da

Brigada Militar, foi simplesmente uma ação pela manutenção da ordem, para deixar as pessoas transitarem com tranquilidade.

Parabéns à Brigada Militar!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Jose

Stédile, do PSB do Rio Grande do Sul.

V.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. JOSE STÉDILE (PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, depois, no espaço do partido, farei um pronunciamento pelo aniversário de Cachoeirinha, minha cidade.

Quero aproveitar meu tempo na tribuna para parabenizar o Deputado Jones

Martins, de Gravataí, cidade vizinha a minha, que assume a vaga de Deputado, e todos os pernambucanos que estão engrossando o time do PSB nesta Casa.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Edinho

Bez.

V.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, meus colegas Parlamentares, fiz um levantamento sobre a história do grande cantor Cauby Peixoto.

Eu e minha família éramos fãs do Cauby Peixoto. Ângela Maria é outra extraordinária cantora. Os dois, além de serem grandes amigos, também viajavam, faziam shows juntos. Inclusive, nesse período, este ano, eles estavam fazendo shows em várias cidades e capitais do nosso País.

E, lamentavelmente, anteontem, nesse domingo, perdemos um cantor diferenciado, com quem tive a honra de conviver. Tenho até um quadro do Cauby

Peixoto no meu gabinete.

Gostaria que se fizesse ampla divulgação dos dados que levantei.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Deputado Federal, pelo sexto mandato consecutivo, venho a esta tribuna falar sobre o falecimento do

Cauby Peixoto, falecido neste domingo, dia 15, por volta das 23h50min, em São

Paulo. O artista estava internado desde o dia 9 de maio devido a uma pneumonia.

Cabe ressaltar que sou fã da música, sempre atuando na área da cultura, lembrando que meu pai, o saudoso Silvio João de Oliveira, era músico e ambos

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éramos fãs de Cauby Peixoto. Lamento profundamente o falecimento deste grande cantor. É uma perda muito grande para a música brasileira, pessoa de um talento incomparável, a quem tive o prazer de conhecer pessoalmente. Inclusive tenho fotos suas em um quadro no meu gabinete. Deixo aqui meus sentimentos de pesar a toda a família, amigos e fãs, que são inúmeros.

O saudoso Cauby Peixoto nasceu em 10 de fevereiro de 1931 em Niterói,

Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A carreira de Cauby na música começou quando era ainda menino, na década de 1940, dentro de uma casa de músicos. Foi

Moacyr Peixoto, pianista e seu irmão, que o ensinou a baixar o tom que ele cantava no coral da escola, alto demais.

Lançado em boates na adolescência, não tardou para que começasse a tentar a chance como calouro em programas como A Hora dos Comerciários , da

Rádio Tupi . Ganhou mais de dez concursos.

Cauby reinou na feminina música da década de 1950, na era de ouro do rádio, que consolidou a existência de uma música popular brasileira. Seus , marchas, toadas, foxes e baiões eram das poucas canções a dividir as paradas com músicas de Marlene e de Emilinha Borba.

Foi em 1956 que, com o -canção Conceição , tornou-se uma estrela nacional. Mas o sucesso não o impediu de se arriscar em um novo estilo, o rock .

Cauby Peixoto era um ídolo, pessoa talentosa e de um repertório espetacular, de um figurino exuberante. Nas últimas décadas, enfrentou, cantando, uma série de problemas de saúde e precisava de apoio de duas pessoas para se locomover até o palco. Cantava sentado, o que, segundo ele, não comprometia a qualidade da voz.

Foi sentado que por mais de 10 anos lotou, às segundas-feiras, o salão do Bar

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Brahma, na esquina das Avenidas Ipiranga e São João. Cauby Peixoto foi o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Perdemos um artista único, como jamais iremos conhecer igual.

Encerro lembrando que Cauby e outra grande cantora do nosso país, Ângela

Maria, costumavam fazer shows juntos. Inclusive estavam em turnê pelo País.

Lamento a perda deste grande cantor, pessoa que tive o prazer de conhecer. Que

Deus o tenha! Na vida fica o legado daqueles que marcaram aqui na Terra.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Davidson Magalhães, do PCdoB da Bahia. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero nesta oportunidade parabenizar a população de Eunápolis pelos 28 anos de emancipação político-administrativa do

Município, ocorrida no último dia 12 de maio. A cidade e os eunapolitanos foram presenteados pelo Governador Rui Costa nessa importante data com a inauguração, na manhã da última quinta-feira, de uma UTI com dez leitos para adultos no Hospital

Regional de Eunápolis. Essa Unidade de Terapia Intensiva é a primeira instalada no

Município. Os recursos disponibilizados, com investimento de R$ 2,7 milhões em obras e equipamentos, contemplaram ainda a aquisição de ventiladores pulmonares, de equipamentos para o centro cirúrgico da unidade hospitalar e de um tomógrafo. A ação é objeto de convênios entre o Governo do Estado e a Prefeitura que totalizam cerca de R$ 3,8 milhões e incluem ainda a reforma de todo o hospital, além da construção de uma ala pediátrica e de uma UTI neonatal.

Regionalizar a saúde com a instalação de equipamentos e unidades de tratamento de alta complexidade é uma das metas, é parte da estratégia do Governo do Estado para a melhoria da saúde pública. Ainda serão realizados convênios para a entrega de um arco cirúrgico, que vai ajudar muito no atendimento de traumas na unidade.

Investimentos já foram feitos no Hospital Estadual de Porto Seguro, que agora passará a ter 10 leitos de UTI. A região alcançará em breve o número de 30 UTIs, o que dará mais segurança, agilidade e qualidade ao acolhimento daqueles que necessitarem de atendimento médico.

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Também visando a dar qualidade de vida à população local, o Governador

Rui inaugurou a pavimentação de ruas no bairro Pequi, entregou veículos para entidades ligadas à agricultura familiar e participou da entrega de duas Unidades

Básicas de Saúde, de uma Academia da Saúde e de uma creche, obras municipais realizadas com recursos do Governo Federal.

A atual gestão já visitou 100 Municípios, em 142 viagens realizadas ao interior. Ainda na quinta-feira, Rui Costa visitou o Município de Porto Seguro, onde também inaugurou duas Unidades Básicas de Saúde. É o Governo visitando os

Municípios, entendendo suas realidades e atendendo suas demandas.

Parabéns a Eunápolis e sua população pela importante data alusiva à sua emancipação político-administrativa e por tão importantes obras entregues pelo

Governo do Estado, que vão garantir mais saúde e qualidade de vida à população.

Estendo o meu abraço ao companheiro Tico Lisboa, Presidente do Sindicato dos

Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Florestais e da Silvicultura de Eunápolis, e a todos os membros do PCdoB. E parabenizo o Governador Rui Costa por essa ação.

Sr. Presidente, aproveito para registrar a vitória do meu amigo Carlos

Amendoim, Presidente da Associação de Moradores do Zizo, em Itabuna.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à nobre e combativa Deputada Janete Capiberibe, do PSB do Amapá

A SRA. JANETE CAPIBERIBE (PSB-AP. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, inicialmente dou as boas-vindas à Deputada

Creuza Pereira, do Partido Socialista Brasileiro, que acaba de assumir o mandato nesta Casa.

Outro assunto, Sr. Presidente. O exercício da Presidência pelo Vice-

Presidente Michel Temer é um salto para o passado. O Ministério de homens brancos e ricos lembra a Velha República; aliás, lembra os tempos de Deodoro da

Fonseca — nenhuma mulher, nenhum negro, machismo que não se via há 40 anos.

O mundo de Temer e de sua equipe é antiquado e obscuro. Eliminar é a ordem: direitos humanos, mulheres, igualdade racial, desenvolvimento agrário, cultura... A diversidade foi escondida na área de serviço, controlada pelo senhor de engenho.

Troca de nome e enfraquecimento da CGU, controle da Polícia Federal, sete

Ministros denunciados na Operação Lava-Jato: o combate à corrupção é uma farsa.

Eleições diretas já!

Sr. Presidente, peço a divulgação da minha fala no programa A Voz do Brasil .

Obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendida.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Átila Lins, do PSD do Amazonas, o meu grande Corregedor.

O SR. ÁTILA LINS (PSD-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apenas quero registrar a viagem que fizemos ao Município de

Barreirinha, no Estado do Amazonas, na última sexta-feira, ocasião em que, na companhia do Deputado Estadual Belarmino Lins, estivemos reunidos com o

Vereador Glenio Seixas e fizemos o lançamento de sua pré-candidatura para as eleições de outubro próximo.

Glenio Seixas é de tradicional família política de Barreirinha. Seu pai foi

Prefeito de Barreirinha por três oportunidades. Ele conseguiu unir sete ou oito partidos políticos no pré-lançamento da candidatura, com a presença dos pré- candidatos a vereador e da população de Barreirinha.

Foi uma festa muito bonita, que nós tivemos a alegria de prestigiar, já dando a arrancada para a grande vitória de outubro próximo, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Daniel Coelho.

V.Exa. dispõe de 1 minuto, Deputado.

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, aproveito esta oportunidade para fazer uma saudação, em nome da bancada do PSDB, ao Deputado Guilherme Coelho, pela posse nesta Casa. S.Exa. substitui o Deputado Bruno Araújo, que se encontra agora no Ministro das Cidades.

O Deputado Guilherme tem história de luta em defesa da agricultura no

Estado de Pernambuco, com compromissos especialmente na área da irrigação.

Tenho certeza de que S.Exa. honrará, e muito, o povo de Petrolina e o povo do nosso Estado.

Engrandece a bancada do PSDB a presença do Deputado Guilherme Coelho nesta Casa.

Seja muito bem-vindo! O povo de Pernambuco, em especial do povo de

Petrolina, tem uma muita expectativa a este mandato que começa agora.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Cabuçu Borges.

V.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna.

O SR. CABUÇU BORGES (Bloco/PMDB-AP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, subo à tribuna para dizer que sou oriundo de movimentos culturais no meu Estado, o Amapá, mas participei também de trabalhos no Estado vizinho, o Pará.

Fizemos programas de rádio, evocando o lado do nosso caboclo ribeirinho, o caboclo da Amazônia. Trabalhamos em Belém. Começamos na Rádio Super

Marajoara , em seguida na Rádio Rauland e também trabalhamos por 1 ano na TVM , canal 17. Esse trabalho — no teatro, no rádio, na televisão, na revista em quadrinhos — fazemos com muita garra.

Eu subo à tribuna para dizer do meu interesse e da minha esperança de que o Governo do Presidente Michel Temer, mesmo que seja interino, dê certo. Nós estamos torcendo para que o Brasil funcione e tenha um resultado positivo, não só sob o aspecto do crescimento econômico, mas também do fortalecimento da sua cultura.

Somos um país rico em cultura: melhor carnaval do mundo; grandes manifestações culturais, como a Festa do Boi de Parintins, no Estado do Amazonas; grandes participações culturais no Nordeste, no Centro-Oeste, através da música e da atuação dos nossos artistas.

Por isso, como agente cultural e militante da cultura, estou aqui para pedir aos

Líderes e ao Presidente da República que revejam essa questão da fusão desses dois importantes Ministérios: o da Educação e o da Cultura. Nós temos que entender

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que a importância da cultura para o nosso País é muito grande. Não acho de bom alvitre essa fusão, pois não creio que traga resultados positivos.

Nós estamos aqui para fazer um apelo ao Presidente Michel Temer e ao

Ministro Mendonça Filho, a fim de que, juntos, possamos chegar a um denominador comum e voltar com o Ministério da Cultura, que também é vetor fundamental da nossa economia. Ou se eleva a economia de um país por meio dos fatores de produção, ou se eleva através de uma cultura muito forte. Sabemos todos que Egito,

China, Peru, nosso país vizinho, enriqueceram por causa de suas culturas, de seus monumentos, de seus sítios arqueológicos. Assumimos esta tribuna simplesmente para fazer este apelo ao Presidente Michel Temer: que reveja essa questão da cultura no nosso País. No Estado do Amapá também se pretende fazer a fusão da

Secretaria de Estado de Cultura e da Secretaria de Desporto e Lazer.

Sr. Presidente, solicito que seja feita a divulgação do meu pronunciamento nos meios de comunicação da Casa.

Era isso que eu tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada Erika

Kokay.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, estamos vendo os verdadeiros abutres da democracia. É óbvio que o acordo que originou o golpe, um acordo feito nas trevas e nas sombras, representaria um governo sem mulheres e eliminaria a cultura. Ou seja, um governo que avança sobre direitos de trabalhadores e trabalhadoras.

Quero lembrar que hoje, 17 de maio, é o Dia Nacional de Combate à

Homofobia, data em que as pessoas vão às ruas para dizer que o direito de amar tem que ser assegurado. A liberdade de orientação sexual e a liberdade de identidade de gênero são fundamentais para a construção de um país democrático.

Portanto, Sr. Presidente, registro que não cabem na democracia os abutres e também a homofobia, que muitas vezes vemos se espraiar da tribuna desta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Edmilson Rodrigues, por 1 minuto.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, agradeço a V.Exa.

Quero apenas me solidarizar, hoje na condição de Deputado, mas como profissional do serviço público — sou funcionário da Universidade Federal e também da Secretaria de Educação do Estado do Pará —, com os meus colegas de 24 categorias que ameaçam uma greve geral.

Além de agressão aos direitos trabalhistas e de desrespeito aos planos de carreira e à legislação, os servidores enfrentam agora atrasos no pagamento do

Instituto de Assistência dos Servidores do Estado à rede conveniada, apesar do aumento dos descontos no salário. Isso tem ocasionado uma crise, um verdadeiro caos, porque os conveniados se negam a dar atendimento aos servidores, que têm descontado do seu salário, compulsoriamente, a mensalidade que deveria garantir- lhes o direito à assistência de saúde.

Espero que o Governador negocie com a categoria e cumpra o que está na lei, em respeito aos servidores.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, servidores públicos de vários setores da administração pública do Estado do Pará ameaçam greve geral. Na negociação da data-base deste ano, o Governo de Simão Jatene (PSDB) concedeu apenas R$

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100 de aumento no auxílio-alimentação, com zero de reposição nos salários dos trabalhadores de nível médio e superior da folha estadual.

Vinte e quadro sindicatos e centrais sindicais reunidos realizaram paralisação geral nos últimos dias 11 e 12, no Estado. No primeiro dia de protestos, os servidores fizeram passeata no centro de Belém e ocuparam um dos prédios da

Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA), a fim de forçar uma negociação com o

Governo. Já no segundo dia, o alvo de manifestações foi o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (IASEP). Os servidores se concentraram em frente à sede do órgão, para cobrar uma solução para a gradativa precarização do plano de saúde.

Os trabalhadores denunciam a redução da rede de atendimento, em franca disparidade com o elevado desconto, de 6%, nos contracheque para o custeio desse serviço. Vários prestadores de serviço, entre clínicas e médicos, estão deixando de atender o Plano de Assistência do Servidor (PAS) por falta de pagamento. A situação é ainda mais crítica no interior do Estado, o que faz com que os beneficiários tenham que se deslocar para Belém em busca de atendimento. Isto sem falar no limite anual para consultas, exames e demais procedimentos. O próprio

IASEP divulgou que possui 245.840 clientes, dos quais 95.723 são servidores e

150.117 são dependentes. A maioria dos titulares (56%) contribui com valores que variam de R$50 a R$250, para atendimento de um núcleo familiar de cinco pessoas

(servidor, cônjuge e três filhos).

Na área da saúde, os servidores reivindicam a realização de concurso público, pois o setor dispõe de 18 mil efetivos e de cerca de 2 mil temporários e tem

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uma necessidade de reposição de 4 mil trabalhadores, considerados os que se aposentaram e os que deixaram o cargo por outro motivo.

Outra bandeira importante é a criação do Plano de Cargos, Carreiras e

Remuneração (PCCR), que se tornou pré-requisito para Estados e Municípios, conforme as Leis nºs 8.080 e 8.142. A matéria é alvo de uma ação judicial interposta pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Pará (SINDSAÚDE). A negociação para o PCCR com o Estado foi suspensa, sob a alegação de crise econômica.

Outra reivindicação importante é a de incorporação do abono do nível médio da saúde, concedido há cerca de 7 anos em substituição a aumento de salário.

Sabemos que os abonos não são incorporados à aposentadoria, nem em caso de benefício, o que causa prejuízo ao trabalhador.

Os trabalhadores da saúde também cobram a Gratificação de Desempenho

Institucional (GDI), a ser paga em até 35% dos “recurso produzidos” do Ministério da

Saúde, mas que o Estado reduziu para 25%.

Os prejuízos no bolso dos servidores da saúde parecem não ter fim. Outro item da pauta é o aumento de 22,45%, referente a decisão transitada em julgado, mas ainda não executada, e que depende do julgamento da ação rescisória ajuizada pelo Estado para impedir esse pagamento.

A devolução de valores erroneamente descontados pelo Fundo Previdenciário do Estado do Pará (FUNPREV) de alguns servidores da saúde é outra reivindicação, objeto de ação coletiva do SINDSAÚDE.

A pauta geral dos servidores do Estado do Pará é pela reposição salarial de

11,56% para servidores de nível médio e superior, referente à inflação acumulada

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nos últimos 12 meses. O Governo tucano concedeu apenas o reajuste do salário mínimo, ainda assim com atraso de 4 meses: de R$788 para R$880.

O piso nacional do magistério, que passou de R$1.917,78 para R$2.135,64 em janeiro, vem sendo ignorado.

Além disso, é desrespeitada a Lei nº 94, de 2014, sancionada pelo próprio

Executivo, que garante aumento de 16,73% este ano, como uma das parcelas que compõem o total de 45% de reposição, aos delegados da Polícia Civil.

É necessário que os servidores vão à luta! Manifesto todo o meu apoio à causa das trabalhadoras e dos trabalhadores do serviço público do Pará!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nobre Deputado Chico d'Angelo, do

PT do Rio de Janeiro, agradeço a V.Exa., sempre muito gentil com esta Presidência.

V.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna.

O SR. CHICO D'ANGELO (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, venho hoje a esta tribuna como Presidente da Comissão de

Cultura desta Casa, para alertar os Deputados e as Deputadas e informar todo o

País sobre a situação extremamente delicada em que se encontra a cultura brasileira sob o jugo deste Governo provisório.

O Governo ilegítimo do Vice-Presidente, em uma de suas primeiras atitudes, demonstra a pouca importância que dá ao tema, com o desmonte de toda a estrutura de políticas públicas culturais e a extinção sumária do Ministério da

Cultura, atitude típica de governos antidemocráticos, intransigentes com o contraditório. A destruição do MINC foi uma decisão de gabinete, desse gabinete branco e masculino, e não encontra eco na sociedade brasileira. Aliás, não só o trágico fim da cultura fica evidente a cada dia, mas também o não reconhecimento deste Governo golpista pela população, um Governo ilegítimo, sem legitimação pelo voto popular.

De todas as insanidades cometidas, essa talvez seja a mais simbólica e impactante, porque a cultura é espaço da reflexão crítica, de embate construtivo, de construção de ideias e ideais, portanto, um ambiente fundamental em um Estado

Democrático. Não por acaso, foi uma das primeiras estruturas a serem ceifadas.

Hoje foi a cultura, amanhã serão as políticas sociais, como o Bolsa Família, o

Minha Casa, Minha Vida, o PROUNI, o PRONATEC e tantas outras conquistas.

Logo, tenham certeza, colocarão na berlinda as nossas liberdades.

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Estamos neste momento vendo os movimentos culturais pró-democracia ocupar os espaços do Ministério da Cultura em todo o País. E as ocupações são pacíficas, organizadas, de resistência ao golpe em curso.

Ontem estive no Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio de Janeiro, que está ocupado pelo movimento cultural. Estive lá para declarar meu apoio às centenas de artistas, servidores e trabalhadores da cultura. Ali pude perceber a força que têm os representantes da classe artística e da produção cultural, que replicam tal movimento de ocupação em diversas cidades do País.

O Ministério da Cultura nasceu junto com a redemocratização. Sua criação, em 1985, foi uma vitória para um país que saía de 20 anos de ditadura e autoritarismo. Infeliz coincidência, hoje, 31 anos depois da volta à democracia, um

Governo não democrático o extingue.

A extinção do MINC impacta diretamente na produção cultural brasileira, nas grandes metrópoles e nas cidades pequenas, nas diversas expressões artísticas, além de afetar diretamente atores que passaram, nos últimos anos, a configurar políticas públicas específicas, como indígenas, quilombolas, jovens, agentes de periferia e mestres da cultura popular.

O momento agora é de resistência e de manifestação em defesa da democracia e contra os arbítrios de um Governo ilegítimo.

Como Presidente da Comissão de Cultura, estou apresentando uma emenda para suprimir da Medida Provisória nº 726 a extinção do Ministério da Cultura.

Se observarmos a situação no mundo, veremos que os países com políticas culturais perenes, fortes e estruturais não são subjugados a golpes de Estado.

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O Ministério da Cultura do Brasil, com as políticas de cultura implementadas no País desde a gestão do Ministro Gilberto Gil, é referência para todo o mundo. As principais universidades e Governos de todos os continentes vêm aqui aprender o que o Brasil fez, o que é uma política de cultura inclusiva, que promove a difusão de saberes, que envolve e alcança a diversidade de culturas de todos os cantos deste país continente. E agora, todo esse conhecimento desenvolvido pela nossa gente, um conhecimento que desperta interesse mundo afora, é descartado como um lixo qualquer. Isso só reforça a incapacidade, o despreparo e o desconhecimento do

Governo do golpe.

Esta Casa precisa ter o entendimento político do capital narrativo e simbólico da cultura para a Nação brasileira e para o mundo.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Vitor

Valim, por 1 minuto.

O SR. VITOR VALIM (Bloco/PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero me solidarizar com o Tenente-Coronel Cícero Henrique

Bezerra, ex-Subchefe da Coordenadoria de Inteligência Policial — CIP do Estado-

Maior da Polícia Militar do Ceará.

Infelizmente, há muito tempo eu venho relatando vários atentados no meu

Estado. Inclusive houve uma ameaça de bomba contra a Assembleia Legislativa e a sede da Secretaria de Justiça e várias delegacias foram metralhadas.

Recentemente foi realizado um trabalho de inteligência e foi preso um sequestrador, já condenado a 25 anos de prisão, que constava da folha salarial da

Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Vou dizer o nome do bandido:

Fernando Soares Simplício, da família de sequestradores Simplício. Essa operação foi comandada pelo Subchefe da Coordenadoria de Inteligência Policial, o Tenente-

Coronel Henrique.

E o que aconteceu? O Tenente-Coronel Henrique foi exonerado do cargo. O

Sr. Governador Camilo Santana exonerou quem comandou a operação que prendeu o sequestrador que exercia um cargo na Assembleia Legislativa do Estado do

Ceará.

Eu só tenho a lamentar tal fato, Sr. Presidente. Quem não gosta de polícia é bandido.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Rômulo Gouveia, por 1 minuto.

O SR. RÔMULO GOUVEIA (PSD-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu queria registrar que, na última sexta-feira, faleceu, na cidade de

Campina Grande, Oliveiros Cavalcanti Oliveira, ex-Vereador daquela cidade, historiador, advogado, servidor público.

Tive a honra de trabalhar com Oliveiros Oliveira. Ele foi meu Chefe de

Gabinete na Câmara Municipal de Campina Grande e uma das pessoas que contribuiu muito para o desenvolvimento de Campina Grande.

Então, neste instante, eu faço este registro e transmito meus sentimentos aos seus familiares, à sua viúva, D. Zilda, a todos os seus filhos, filhas, netos e amigos, ao Poder Legislativo da cidade de Campina Grande, Casa de Félix Araújo, onde

Oliveiros Oliveira serviu por 40 anos como Secretário-Geral, Chefe de Gabinete e

Vereador naquele Poder.

Sr. Presidente, solicito que o meu pronunciamento em homenagem ao grande

Oliveiros Oliveira seja divulgado nos meios de comunicação e no programa A Voz do

Brasil .

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho, no dia de hoje, prestar uma homenagem ao homem público Oliveiros Cavalcanti Oliveira, que nos deixou no

último dia 13 de maio.

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Advogado, historiador, servidor público aposentado e ex-Vereador de

Campina Grande, por décadas, foi meu Chefe de Gabinete na Câmara Municipal de

Campina Grande, quando presidi aquela Casa Legislativa.

Oliveiros Oliveira faleceu aos 89 anos no Hospital Antônio Targino, vítima de falência múltipla de órgãos, agravada por uma pneumonia. Após cumprir seu mandato na Câmara Municipal de Campina Grande, foi Secretário-Geral da Mesa

Diretora do Legislativo campinense, onde dedicou sua vida até a aposentadoria, tornando-se símbolo histórico da Casa de Félix Araújo, durante 40 anos.

Como advogado, Oliveiros dedicou-se ao máximo aos trâmites dos projetos de lei dentro da Câmara Municipal. Amigo da família, Oliveira era uma pessoa muito querida e generosa com todos à sua volta. Deixo aqui meus sentimentos à sua esposa, seus filhos e filhas, seus netos e bisnetos, aos familiares e amigos, neste momento de profunda tristeza e dor.

Diante de muita tristeza e muita comoção, muitos amigos, políticos, admiradores e toda a militância partidária fizeram-se presentes em seu velório e em seu sepultamento, prestando a última homenagem ao amigo pelos seus relevantes serviços prestados.

Não poderia deixar de render-lhe esta última homenagem!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Moroni Torgan, por 1 minuto, enquanto o Deputado Chico Lopes aguarda, firme e forte, na tribuna.

O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Sem revisão do orador.) - Agradeço muito ao Deputado Chico Lopes — além de tudo, um amigo — e agradeço a V.Exa. pela oportunidade, Sr. Presidente.

Quero falar sobre as manifestações do Governo da Venezuela, que disse que vai cortar relações com o Brasil. Será um bem que aquele país vai fazer para o

Brasil, porque a Venezuela só tem mandado cocaína e HK, fabricada na Venezuela, para os traficantes do Rio de Janeiro. Eles é que têm suprido os traficantes do Rio de Janeiro com armas de grosso calibre.

Esse é o Governo da Venezuela — e o quase filho do Presidente foi preso com 400 quilos de cocaína no Haiti —, que eu quero ver longe do Brasil. Que bom que o Governo da Venezuela vai cortar relações com o nosso País!

Parabéns ao Brasil!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao presidente da juventude desta Casa, o nobre e jovem Deputado Chico Lopes.

V.Exa., meu professor, tem 5 minutos na tribuna.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Obrigado pelos elogios, Sr. Presidente.

Gostaria de ler a seguinte nota, para que conste nos Anais desta Casa:

Nota de repúdio à inconstitucional extinção do

Ministério da Cultura.

O Instituto Brasileiro de Direitos Culturais —

IBDCULT, organização da sociedade civil que atua em

defesa dos direitos culturais, manifesta-se

veementemente contra a Medida Provisória n° 726, de 12

de maio de 2016, que extinguiu o Ministério da Cultura do

Brasil — MinC, em face de sua patente

inconstitucionalidade.

A extinção do MinC, ou o seu rebaixamento ao

status de Secretaria, ocasiona danos irreparáveis aos

recentes avanços no reconhecimento e garantia dos

direitos culturais, os quais foram, em observância aos

ditames constitucionais, fomentados e abrigados no

âmbito do Ministério da Cultura.

Além de um grande retrocesso, semelhante ao

experimentado pela reforma do Estado feita no Governo

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ColIor, a extinção do Ministério da Cultura afronta

diretamente a Constituição Federal. (...)

A garantia do pleno exercício dos direitos culturais

é dever do Estado, segundo dispõe a Carta Magna, não

podendo um poder constituído, mormente quando

interino, desmantelar a estrutura criada

constitucionalmente para gerir o Sistema Nacional de

Cultura.

(...).

Sr. Presidente, gostaria que o programa A Voz do Brasil também divulgasse essa nota oficial.

Ademais, queria pedir ao Governo que incluísse na pauta o Projeto de Lei nº

2.648, que dispõe sobre a carreira dos servidores do Judiciário. A aprovação do PL

é importante para esses servidores. Já que os Srs. Ministros ganham bem, qual é o mal em proporcionar aumento a esses trabalhadores que produzem, que dão o seu sangue ao serviço público?

Por fim, quero continuar com o meu discurso. Acho que o Presidente Temer trouxe de volta o Armando Falcão para o Ministério da Justiça. “Não tenho nada a declarar” , como dizia Armando Falcão.

Qual é o objetivo do atual Ministro da Justiça em provocar o Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra? Qual é o objetivo? Ele é que está provocando o

MST. O MST é um organismo oficial, legal, que tem os seus objetivos. Se em nosso

País, que tem um tamanho continental de 8 milhões de quilômetros quadrados, não se faz a reforma agrária, é necessário que haja forças dessa natureza para tal.

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Lamento que o Ministro, que tem um posto importante, como representante do

Governo na política, tenha se preocupado em provocar o MST.

Mas vamos deixar o Ministro para lá e falar de outro assunto, Sr. Presidente.

Hoje é o Dia Nacional de Luta pela Valorização da Enfermagem. Na data de hoje, 17 de maio, a Enfermagem brasileira está mobilizada em todos os Estados do nosso

País pela sua valorização profissional.

Diz esta outra nota:

A aprovação do Projeto de Lei nº 2.295, de 2000,

que dispõe sobre a regulamentação da jornada de

trabalho dos profissionais de Enfermagem em 30 horas

semanais, significa um grande avanço para a qualidade

de vida de mais de 1,6 milhão de profissionais de

Enfermagem e, ao mesmo tempo, proporciona a garantia

de uma assistência adequada na prestação de serviços à

população brasileira.

Neste sentido, diante da necessidade de

valorização desses profissionais, que há mais de três

décadas lutam pela regulamentação de uma jornada

específica, o Fórum Nacional da Enfermagem pede a

atenção especial de V.Exas. no sentido de aprovar o PL

2.295/2000.

Sr. Presidente, queremos nos associar a estes profissionais da Enfermagem, porque as enfermeiras, os auxiliares de enfermeiro, os médicos e todos aqueles que trabalham na saúde — V.Exa., como médico, sabe disso — se dedicam muito a

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esse trabalho humano, um trabalho que não tem hora. Seja no feriado, seja em dia santo, seja no carnaval, sempre há um profissional da área da saúde pronto para atender àqueles que necessitam do seu conhecimento.

Portanto, sou solidário aos profissionais da Enfermagem e peço ao Governo e ao Presidente desta Casa que coloquem o PL da Enfermagem em apreciação, para que as 30 horas semanais sejam aprovadas.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado.

NOTA A QUE SE REFERE O ORADOR

Nota de Repúdio à Inconstitucional Extinção do Ministério da Cultura O Instituto Brasileiro de Direitos Culturais — IBDCULT, organização da sociedade civil que atua em defesa dos direitos culturais, manifesta-se veementemente contra a Medida Provisória nº 726 de 12 de maio de 2016, que extinguiu o Ministério da Cultura do Brasil — Minc, em face de sua patente inconstitucionalidade. A extinção do MinC, ou o seu rebaixamento ao status de secretaria, ocasiona danos irreparáveis aos recentes avanços no reconhecimento e garantia dos direitos culturais, os quais foram, em observância aos ditames constitucionais, fomentados e abrigados no âmbito do Ministério da Cultura. Além de um grande retrocesso, semelhante ao experimentado pela Reforma do Estado feita no Governo Collor, a extinção do Ministério da Cultura afronta diretamente a Constituição Federal, pois torna acéfala a estrutura criada, por exemplo, pelas recentes emendas constitucionais que instituíram o Sistema Nacional e o Plano Nacional de Cultura, as quais reafirmaram a centralidade dos direitos culturais nas políticas públicas brasileiras e ratificaram o seu status de direitos fundamentais.

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A garantia do pleno exercício dos direitos culturais é dever do Estado, segundo dispõe a Cada Magna, não podendo um poder constituído, mormente quando interino, desmantelar a estrutura criada constitucionalmente para gerir o Sistema Nacional de Cultura. A cultura precede o MinC; aliás, prescinde de instituições. Porém, a garantia aos direitos culturais, no atual quadro constitucional brasileiro, torna o MinC uma estrutura indispensável, razão pela qual o IBDCULT comunica que está atento e tomará, oportunamente, as providências políticas e jurídicas que entenda ser adequadas para fazer face à inconstitucional situação relatada. Fortaleza, 15 de maio de 2016 Marcus Pinto Aguiar Presidente do IBDCULT

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado nobre Líder Afonso Motta, do PDT do Rio Grande do Sul.

V.Exa. tem até 5 minutos na tribuna, Deputado.

O SR. AFONSO MOTTA (PDT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente

Carlos Manato, é sempre uma alegria e uma satisfação usar a tribuna quando

V.Exa. preside a sessão.

Cumprimento os jornalistas do Rio Grande do Sul que prestigiam os nossos trabalhos esta tarde.

Sras. e Srs. Parlamentares, nós do PDT estamos na expectativa de iniciar um processo de oposição construtiva, segundo a nossa vontade, em debate que faremos com a nossa bancada e que, sem dúvida nenhuma, vai nos oferecer uma experiência singular.

Fato é que, na constituição da equipe de governo, no conjunto de Ministérios, evidencia-se um governo parlamentar. Não bastasse o Presidente interino da

República, Michel Temer, ser um Parlamentar de larga experiência, inclusive na

Presidência desta Casa, o conjunto de seus Ministérios é ocupado por

Parlamentares ativistas do Parlamento neste mandato e por Parlamentares com larga caminhada no Parlamento Nacional. E, é claro, neste momento remete a

Oposição a um quase isolamento.

Seremos, provavelmente, menos de cem Parlamentares, porque o conjunto de partidos que eram Oposição, somado a partidos que estavam no Governo e que agora formam esta base parlamentar de apoio ao Governo, é muito expressiva.

Há expectativa de um debate importante sobre o ajuste fiscal. Afinal, vamos ficar restritos àquelas propostas que já estão na Casa, que apresentam um déficit

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que sabemos ser totalmente irreal? As receitas não correspondem à realidade; o ajuste entre o Governo Federal e os Estados não está contemplado; as questões que envolvem a Previdência Social também não estão alcançadas. Há ainda um conjunto importante de esqueletos que todos nós sabemos que sempre acabam tomando vida e se apresentando. Portanto, que desafio espera esta Casa?

Sr. Presidente, temos a expectativa de que o conjunto de lideranças desta

Casa, mesmo daquelas que, como nós, compõem a Oposição, tenha disposição para dialogar e de garantir um funcionamento mínimo desta Casa.

Há, por exemplo, um questionamento muito grande em relação ao Vice-

Presidente da Casa, hoje investido da Presidência, o Deputado Waldir Maranhão. E não tenho dúvida de que há uma imposição ao Parlamento, a esta Casa, de encontrar um caminho que possa fazer com que a nossa pauta seja minimamente cumprida.

Tramita nesta Casa um conjunto de medidas provisórias que, sabemos, são fundamentais para o País, medidas provisórias enviadas pelo Governo anterior e medidas provisórias editadas já pelo novo Governo. Precisamos nos debruçar sobre essas matérias e encaminhá-las.

Não posso admitir que este Parlamento fique inerte, que não dê resposta à sociedade nesta hora de tanto desafio, nesta hora dramática da vida nacional.

Temos que cumprir o nosso papel. Essa é a nossa expectativa. Tenho certeza de que o PDT vai estar presente, dando a sua contribuição, ajudando, de forma construtiva, a superarmos este momento difícil do Brasil, e sempre pensando na democracia, no Estado Democrático de Direito e no papel constitucional reservado ao Parlamento Nacional.

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Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Marcus Pestana. S.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna.

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a etapa inicial do processo de impeachment foi concluída com o afastamento preliminar da Presidente Dilma. Nunca é demais repetir que o impeachment é instrumento constitucional legítimo de controle da sociedade sobre o poder presidencial, que não é absoluto na democracia.

O Governo Dilma e o PT foram useiros e vezeiros na transgressão às leis.

Avolumaram-se crimes nos planos fiscal e eleitoral, na obstrução à Justiça e em todas as facetas e aspectos vinculados à corrupção institucionalizada que veio à tona com a Operação Lava-Jato.

Chegamos a uma situação insustentável. O Brasil precisava mudar. O Brasil queria mudar. E o Congresso Nacional, rigorosamente dentro do rito fixado pelo

Supremo Tribunal Federal, operou a mudança.

Viramos a página. Agora é arregaçar as mangas. O Brasil vive a maior crise econômica das últimas décadas. O desemprego atinge 11,2 milhões de brasileiros.

Os investimentos despencam. A confiança é baixa. A taxa de juros real é a maior do planeta. O déficit nominal, em torno de 10% do PIB, é gravíssimo. A dívida bruta aponta para o perigoso patamar de 90% do PIB em 4 anos. O estrangulamento fiscal garroteia Municípios, Estados e a própria União. A inflação cede, graças à dose cavalar de recessão. O Brasil perdeu perigosamente a rota do crescimento.

O Governo Temer terá que agir de forma rápida e eficiente, em primeiro lugar, promovendo um choque de credibilidade e recuperação, trazendo um ambiente institucional saudável.

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O Governo Dilma minou a confiança dos investidores na política econômica com atos voluntaristas, imprevisibilidade total, quebra de contratos, desmantelamento das agências reguladoras, intervencionismos atrabiliários. O Brasil precisa urgentemente de regras duradouras e confiáveis, ou seja, de estabilidade.

Em segundo lugar, é fundamental a mudança radical na deterioração do equilíbrio fiscal. É preciso convencer o mercado e a sociedade de que há uma política fiscal consistente e coerente no curto em médio e em longo prazo.

Corte de despesas e subsídios, redução da máquina e quebra da rigidez orçamentária serão inevitáveis. O caminho de aumento de impostos deve ser evitado. Reformas estruturais como a da Previdência devem sinalizar sustentabilidade fiscal em longo prazo. A simplificação tributária, a flexibilização das normas que regem o mercado de trabalho e uma agressiva política de parcerias com a iniciativa privada na infraestrutura devem sinalizar para o aumento da competitividade da economia.

O ataque ao problema de qualidade na educação e a dinamização do desenvolvimento cientifico-tecnológico devem apontar para o aumento do coeficiente de inovação e de produtividade.

A política externa e comercial deve corrigir as estratégias equivocadas dos governos petistas.

O Brasil tem pressa. Todas as forças democráticas comprometidas com o futuro do País devem apoiar o governo de reconstrução nacional de Michel Temer.

Mas rapidamente resultados serão cobrados, e só eles garantirão a estabilidade política.

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O PT deve fazer uma autocrítica, reposicionar-se e fazer uma oposição decente e leal com o País — pode ser dura —, reconhecendo seus erros.

O PSDB se posicionou claramente solidário à escolha de um horizonte de mudança para o País, dando sustentabilidade política ao Governo Temer.

A nós do Congresso Nacional cabe rapidamente resolver o nosso problema institucional interno. Não podemos ficar no limbo. É preciso resolver rápido, hoje, o problema da Mesa Diretora.

Nós precisamos votar medidas importantes em prol do futuro do País. A questão da Presidência da Câmara não pode ser obstáculo ao avanço da agenda nacional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Gostaria de registrar a presença dos alunos do ensino fundamental do Centro de Atenção Integral à Criança e ao

Adolescente — CAIC de Santa Maria, Distrito Federal.

Muito obrigado, jovens! O futuro do nosso País está nas mãos de vocês!

Vamos estudar! (Palmas nas galerias.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Pereira.

Enquanto V.Exa. sobe à tribuna, concedo a palavra ao Deputado Arnaldo

Jordy, por 1 minuto.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, mais uma vez, quero fazer um registro, dizendo que nos surpreendem as notícias do atual Ministro da Fazenda, Sr. Henrique Meirelles, que insiste na possibilidade do retorno à cobrança da CPMF.

Conforme manifestação de diversas Lideranças, parece-me que não há a menor possibilidade de essa medida passar nesta Casa. O Brasil tem uma carga tributária e fiscal que chega a quase 40% do PIB. Há outros mecanismos para fazer o ajuste fiscal que não seja onerar mais uma vez o contribuinte.

A minha posição e a posição da bancada do PPS é de restrição a essa medida. Queremos nos somar a outras forças que já têm se manifestado e dizer ao

Presidente Temer que não insista nesse caminho, porque provavelmente será um caminho infértil.

Nós não acolheremos esse tipo de medida.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande do Sul.

V.Exa. tem 5 minutos na tribuna.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Carlos Manato, em primeiro lugar, eu gostaria de parabenizar, mais uma vez, os meus colegas que assumiram o mandato hoje:

Deputado Jones Martins, que assumiu no lugar do então Deputado Osmar Terra, nosso Ministro do Desenvolvimento Social; Deputado Professor Sérgio de Oliveira, do Paraná; nosso amigo Deputado Cajar Nardes, do Rio Grande do Sul; Deputado

Roberto Teixeira, de Pernambuco; Deputado Guilherme Coelho, de Pernambuco;

Deputada Creuza Pereira, de Pernambuco; Deputado Severino Ninho, de

Pernambuco; e Deputado Nivaldo Albuquerque, de Alagoas. Sejam bem-vindos! Boa sorte para que possamos ajudar o nosso País!

Em segundo lugar, eu gostaria de dizer que escutei aqui as palavras de alguns Deputados do Partido dos Trabalhadores, dizendo que estão desmontando a cultura no Brasil.

O Presidente em exercício Michel Temer, que democraticamente hoje é

Presidente da República, sob o crivo do Supremo Tribunal Federal, quer economizar. Portanto, ele está eliminando dez Ministérios. Não é justo ver só os amiguinhos felizes e o povo desempregado, com a situação cada vez mais difícil.

Causa-me estranheza ouvir algumas figuras da área da cultura dizerem que vão desmontar a cultura. Cultura é uma coisa que vem de berço, vem do coração.

Como é que podem tirar o Ministério e de repente desmontar a cultura? Pelo contrário, todos vão continuar cultos, vão continuar trabalhando e fazendo o trabalho

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das senhoras e dos senhores. O Presidente Michel Temer pretende convidar uma

Secretária de Cultura para assumir a Secretaria Nacional de Cultura. Com certeza, vai ser feito um grande trabalho.

Eu quero aproveitar para parabenizar o Presidente Michel Temer e sua equipe econômica. Está à frente do Ministério da Fazenda o Ministro Henrique

Meirelles, um grande homem, que tem prestado excelentes serviços ao nosso País.

Henrique Meirelles convidou para ser Presidente do BNDES a economista

Maria Silvia Bastos Marques, que aceitou o convite. Ela terá a importante responsabilidade de fazer com que os poucos recursos que sobraram do BNDES vão direto para as mãos dos micros, pequenos e médios empresários brasileiros, e não para a Venezuela, Cuba, Bolívia e outros países.

Os desgovernos da Venezuela, de El Salvador e de Cuba estão chateados com o povo brasileiro e estão retirando os seus embaixadores do nosso País. E por quê? Simplesmente porque não vai mais haver aquela teta, aquele dinheiro que o

Ex-Presidente Lula mandava para eles de graça. Acabou! Acabou! O dinheiro deve ficar aqui no Brasil.

Quero também parabenizar o Ministro das Relações Exteriores, o Senador

José Serra, por sua postura, por sua firmeza. É preciso que façamos parceria com quem oferece coisas boas. Não temos que fazer parceria com bandido, não! Não queremos parceria com bandido, não!

Hoje estava sendo mostrado como está a saúde na Venezuela de Nicolás

Maduro: está simplesmente horrível! E esse homem ainda se dá o direito de ficar criticando o nosso País.

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Sras. e Srs. Deputados, é muito triste nós não termos trabalhado por 3 dias na semana passada e continuarmos parados. Enquanto o Brasil precisa de nós, esta

Casa está sem Presidente, e as coisas por aqui estão paradas. Por quê?

Simplesmente porque o atual Presidente, o Deputado Waldir Maranhão, brincou de fazer política e está travando os trabalhos da Câmara.

Esta Casa está paralisada! Nós estamos com as costas viradas para o povo brasileiro, para os projetos que devem ser votados, porque não temos Presidente.

Eu espero que os nossos Líderes façam alguma coisa.

Eu espero também que o Supremo Tribunal Federal, que faz justiça em tantos casos, faça justiça nesta Casa também. Nós não podemos deixar o Sr. Waldir

Maranhão ficar brincando de ser Presidente, ficar distribuindo dinheiro para alguns passearem, enquanto ficamos apenas conversando, debatendo. Isso é importante, é lógico, mas nós não estamos produzindo nada. Faz uma semana que nós estamos parados. Hoje é terça-feira e continuamos parados, sem votar nada. O Brasil está precisando de nós. A economia está precisando do nosso trabalho.

Se os nossos Líderes não fizerem alguma coisa, eu espero que o Supremo

Tribunal Federal, mais uma vez, faça. Vamos moralizar esta Casa, especialmente no que diz respeito ao Sr. Waldir Maranhão e àqueles que o apoiam, como os membros do PT, do PCdoB e de outros partidos.

Era isso, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Alberto Fraga, por 1 minuto.

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu queria parabenizar o Presidente em exercício Michel Temer pelos cortes feitos e queria lamentar profundamente as demonstrações de vaidade pessoal com relação à fusão do Ministério da Cultura com o Ministério da Educação.

É reprovável a atitude daqueles comissionados que, segurando cartazes, vaiaram o tempo todo o Ministro, quando ele falava do seu projeto. Foi uma coisa constrangedora. Aquilo é cultura? Então, eu acho que o Presidente Michel Temer ainda está sendo muito bonzinho em manter a estrutura do órgão, acabando apenas com o seu status de Ministério.

Eu acho que um corte obrigatório é acabar com a mamata de milhares de artistas que ganham um grosso dinheiro para não fazer absolutamente nada em prol da Cultura.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Sérgio, por 1 minuto.

O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, discordando do Deputado Alberto Fraga, quero dizer que nenhum candidato, se estivesse disputando as eleições, teria coragem de defender publicamente o fim do

Ministério da Cultura, nem teria coragem de defender o fim da Secretaria de Direitos

Humanos. Isso está ocorrendo porque o Presidente interino, golpista, assumiu a

Presidência da República, mas não em decorrência da legitimidade do voto. O que ele fez foi uma arbitrariedade.

Por isso, eu quero manifestar o meu apoio àqueles representantes do setor cultural que estão resistindo, ocupando o antigo prédio do Ministério da Cultura, o

Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, dando sua demonstração de que não aceitam essa medida arbitrária.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado. Está feito o registro.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Domingos Sávio, do PSDB de Minas Gerais. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, prezado Deputado Carlos Manato, meus colegas Parlamentares, eu creio que é hora de esta Casa e o nosso País retomarem um ritmo de trabalho para superarmos essa grave crise.

É hora, sim, de permanecermos vigilantes para que operações como a Lava-

Jato continuem, para que o combate intransigente e duro à corrupção continue em todos os níveis, mas é preciso que todos trabalhem, para que o País retome o desenvolvimento, para que se volte a gerar emprego e oportunidades de trabalho para os mais jovens, para que se criem condições para melhorar a saúde e a segurança pública.

Existe uma atividade que sempre foi a verdadeira âncora, o verdadeiro sustentáculo do nosso País: a agropecuária. Hoje, eu já fui recebido pelo Ministro da

Agricultura, Blairo Maggi, um agricultor também, um homem que conhece o trabalho no campo, a importância de se produzirem alimentos não só para alimentar o nosso povo, mas também para exportar e gerar riqueza.

Fui levar a ele um pleito sobre o cooperativismo de crédito. Eu fui um dos fundadores de algumas cooperativas de crédito, como da minha querida

CREDIVERDE e da DIVICRED, em Divinópolis, e de tantas outras. O cooperativismo de crédito hoje está em todo o País, reúne mais de 3 milhões e 200 mil associados, opera cerca de 10 bilhões de crédito rural, principalmente para pequenos e microprodutores, e sofreu um corte de 2 bilhões do orçamento para crédito rural previsto para este ano junto ao Tesouro.

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Fui fazer a ele um apelo: que nos ajude junto ao Ministério da Fazenda para que não haja corte de crédito rural. Tirar crédito rural, principalmente do pequeno produtor, é inviabilizar a geração de emprego, de renda e a produção de alimento. É um terrível engano! E o Governo que felizmente saiu fez isto: cortou 2 bilhões daquilo que estava previsto para o crédito rural através da equalização do repasse do Tesouro, da poupança, para ser operado pelo BANCOOB — Banco Cooperativo do Brasil S.A., pelo cooperativismo de crédito. Fiz esse apelo ao Ministro Blairo

Maggi, que se comprometeu a nos ajudar.

O cooperativismo de crédito chega a todo o interior do Brasil, financia o pequeno e o microprodutor, gerando emprego e renda, contribuindo na produção de alimento, ajudando a superar a crise.

É esta a alternativa: trabalhar. O próprio Presidente Michel Temer disse isso.

Em vez de ficarmos só falando em crise, vamos arregaçar as mangas e vamos trabalhar, para fazer este nosso País superar as dificuldades que aí estão.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Assis

Carvalho.

O SR. ASSIS CARVALHO (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, permita-me só registrar aqui a presença na Casa da minha esposa, Dona Isabel, e de suas irmãs, que hoje conhecem o Parlamento.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Está feito o registro. É uma família maravilhosa.

As senhoras estão de parabéns pelo seu familiar, que é um excelente

Parlamentar.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Benevides para um breve registro.

O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero dar conhecimento ao povo cearense e a este

Plenário de que o Ministério da Educação autorizou o funcionamento de seis cursos de Medicina no nosso Estado, que serão estabelecidos nos Municípios de

Quixeramobim, Quixadá, Itapipoca, Iguatu, Crateús, Crato e Russas, situados em zonas geográficas diversas, cujos habitantes já comemoram essa auspiciosa concessão da Pasta da Educação, das mais importantes no contexto governamental.

Essa é uma decisão que eu aplaudo, e espero que os Municípios beneficiados também se regozijem com esse magno acontecimento.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, antes do término do período Dilma

Rousseff, foi anunciado pelo Ministério da Educação que o meu Estado — o Ceará

— passará a dispor de autorização para instalar cursos de Medicina nas seguintes comunas, aptas, assim, a possuir significantes benefícios, capazes de preparar profissionais dessa área, os quais, quando aptos, estarão em condições de prestar relevantes serviços à população interiorana, sequiosa por um atendimento de qualidade, confiado a profissionais qualificados tecnicamente, para uma área nevrálgica, em condições de servir aos variados segmentos sociais.

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As comunas que se beneficiarão dessa iniciativa, das mais louváveis, são as seguintes, todas com densidade demográfica, merecedora do almejado benefício na esfera da saúde.

São contemplados, pois, com a oportuna deliberação ministerial, os seguintes

Municípios: Quixeramobim, Quixadá, Itapipoca, Iguatu, Crateús, Crato e Russas, situadas em zonas geográficas diversificadas, cujos habitantes já comemoram a auspiciosa concessão desta Pasta referenciada, das mais importantes entre as que compõem o escalão superior de nossa estrutura pedagógica.

Ao fazer a comunicação, neste plenário, estou absolutamente convicto de que tal providência não haverá de sofrer procrastinações, tantas vezes ocorrentes nesse

âmbito de deliberações oficiais.

Em Quixeramobim, por exemplo, a população já aguardava tal providência, já que, ali, foi inaugurado hospital moderno, para o qual o dispêndio alcançou a casa de 85 milhões, num investimento da passada gestão e, agora, entregue à responsabilidade do Executivo, confiado ao Governador Camilo Santana.

Confio em que, proximamente, os cursos passarão a funcionar, preparando mão de obra qualificada, em condições de beneficiar a coletividade.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Claudio Cajado.

V.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. CLAUDIO CAJADO (DEM-BA. Sem revisão do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO CLAUDIO CAJADO QUE, ENTREGUE AO

ORADOR PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso a ser publicado na Sessão nº 257, de 17/10/16.)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado JHC, para um rápido registro, por 1 minuto.

O SR. JHC (PSB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de registrar que hoje é comemorado o Dia Mundial da Internet.

Nós lançamos recentemente a Frente Parlamentar Mista pela Internet Livre e

Sem Limites. A Internet é um meio de comunicação que tem democratizado o acesso à informação para milhares de pessoas no mundo globalizado e competitivo.

Também deixo o registro de que nós estamos lutando para que órgãos como a ANATEL não mais advoguem a favor de empresas de telecomunicações no Brasil e para que possam fazer um trabalho sério. Essa relação generosa e suspeita tem nos incomodado. Nesta semana, gostaria muito que o Presidente da ANATEL pudesse vir aqui prestar esclarecimentos para esta Casa e para toda a sociedade brasileira.

Vamos continuar lutando na Frente Parlamentar Mista pela Internet Livre e

Sem Limites, da qual sou Presidente, por uma Internet livre e sem limites. Esse é o nosso compromisso.

Viva o Dia Mundial da Internet!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado Jhc.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Em cumprimento ao art. 87 do Regimento Interno, concedo a palavra à Sra.

Deputada Angela Albino, do PCdoB, a quem eu gostaria muito de agradecer por sempre ser muito educada e tolerante com esta Mesa.

V.Exa. dispõe de até 25 minutos na tribuna, regimentalmente.

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A SRA. ANGELA ALBINO (PCdoB-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, eu tenho a honra de ocupar esta tribuna num dia muito simbólico; hoje é o Dia Internacional de Combate à “LGBTfobia”.

Hoje no Brasil também é o dia em que nós amparamos mais carinhosamente a enfermagem, uma das carreiras que abracei ao longo da vida. Eu sou técnica em enfermagem.

Mas quero dedicar esse simbolismo especial de datas à nossa querida camarada Deputada Jandira Feghali, que aniversaria no dia de hoje.

Jandira, é um prazer compartilhar da bancada contigo e poder te chamar de amiga e camarada.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna em nome de mais de 54 milhões de brasileiras e brasileiros que tiveram seus votos cassados por um golpe, que se consumou, na manhã do último dia 12 de maio, com o afastamento de

Dilma Rousseff do cargo de Presidente da República Federativa do Brasil. Refiro-me a esse processo como golpe, porque é evidente que impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. É assim que dispõe a Constituição, nossa Carta Magna.

Atribui-se a Leonel Brizola o veredito de que “a política ama a traição, mas odeia os traidores”.

Ainda em 2012, há pouco tempo, a Presidenta Dilma Rousseff, já na metade de seu primeiro mandato, vivia um auge de popularidade, amparada pela percepção de que o Brasil estava melhor, desde o banqueiro até o pedreiro, do empresário ao morador de rua, das donas de casa aos estudantes.

Em um cenário de quase pleno emprego, nosso povo compreendeu que vivíamos conquistas inéditas, iniciadas no Governo Lula, que permitiram a ampliação

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de dignidade social, com acesso a moradia, a universidade, a emprego e a bens e serviços para a classe trabalhadora, como ter um carro ou andar de avião.

Melhorou a vida do povo e criou-se um círculo virtuoso econômico em que todos tiveram melhorias no patamar de vida, desde o mercadinho da esquina até as grandes corporações. Milhares de famílias viram, pela primeira vez, o ingresso de seus filhos e filhas na universidade.

Eu sou filha de pedreiro e costureira. Faço parte dessa primeira geração a ingressar numa universidade. Como eu, milhares de pessoas viram essas gerações terem a possibilidade de um novo futuro.

Em 2013, abriu-se uma Caixa de Pandora a partir das manifestações populares sobre transportes coletivos. Habilmente, setores da Oposição, articulados com a grande mídia, construíram um ambiente que traduziu toda a legítima ânsia por mais direitos em um clima anti-Dilma, buscando desestabilizar o Governo e influenciar o resultado eleitoral de 2014.

Ainda assim, Dilma Rousseff e o programa defendido por ela venceram as eleições. Mas a Oposição não sossegou, como democraticamente seria de se esperar. Logo pediu recontagem de votos, lançou suspeição sobre as urnas eletrônicas, tentou impugnar a chapa Dilma/Temer no TSE, numa clara demonstração de que não aceitaria a quarta derrota consecutiva.

Num outro vértice, a espetaculosa Operação Lava-Jato, com seus vazamentos seletivos e seletivo interesse de apuração dos fatos, criou no povo a equivocada percepção de viver um momento sem precedentes de corrupção generalizada, arma idêntica à utilizada pelos adversários de Getúlio Vargas nos momentos que antecederam seu suicídio.

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Com o acirramento da crise política e da crise econômica que atingia o País nessa quadra, o Governo encontrou dificuldades em construir um diálogo elevado com o Congresso Nacional, notadamente com a Câmara dos Deputados, a partir da assunção de Eduardo Cunha a Presidente da Casa, o que levou a gradativo e importante isolamento de forças. Estava, com isso, criado o ambiente político para o golpe.

O povo brasileiro, no fatídico domingo, 17 de abril, viu a votação da abertura do processo de impeachment e ficou estarrecido com o apequenado nível de sua representação na Câmara Federal.

Para a Oposição, não houve constrangimento. Serviram para o seu intento desde os que gritaram repetidos “sim”, que foram em menos de 24 horas também expostos em esquemas de corrupção, até a vexatória condução do processo pelo

Presidente, agora afastado desta Casa, Eduardo Cunha.

Mas o golpe não produziu paz no Brasil. Desde a votação na Câmara, vários sinais de descontentamento com o que está em curso no País ficaram evidenciados.

Um crescente clima de insatisfação percorre o Brasil de Norte a Sul. Isso porque não foi só o voto de cada um e cada uma de nós, cidadãs e cidadãos brasileiros que apoiaram Dilma nas eleições de 2014, que foi ignorado, mas sim um sonho de Brasil que, desde 2003, se transforma em realidade diariamente, mudando a vida de milhões de brasileiras e brasileiros nos últimos 13 anos.

Quando votamos, votamos num plano de governo, numa proposta, num caminho que desejamos e queremos para o País. Foi pensando assim que eu e a maioria do povo brasileiro votamos em 2014 e reelegemos a Presidenta Dilma

Rousseff.

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Os projetos foram debatidos amplamente. O povo foi chamado a se pronunciar e fez sua escolha legitimamente naquela eleição.

Elegemos um programa comprometido com um novo projeto de desenvolvimento social, de fortalecimento do ciclo de desenvolvimento e de retomada do crescimento econômico, de valorização das políticas sociais e de garantia dos direitos fundamentais.

E, agora, num processo viciado, fruto de conspirações e artimanhas, após um golpe arquitetado pelos perdedores das eleições e por um traidor desse projeto, vimos tudo isso ser desmontado por quem não tem legitimidade para governar o

País. Eu denuncio aqui esse Governo, fruto de um golpe, que não tem legitimidade para alterar o programa eleito nas urnas.

São muitas as coisas que nos têm deixado indignados em todo esse processo golpista, e uma delas merece referência especial: a extinção funcional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, responsável por tirar quase 50 milhões de pessoas da miséria.

Como ex-Secretária de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação, em Santa Catarina, temo pela destruição do Sistema Único de Assistência Social —

SUAS e tudo o que se consolidou de dignidade humana através da Assistência

Social. Inclusive, diante desse cenário, encaminharei emendas para reestabelecer na estrutura do Governo Federal as atribuições que possibilitem a implementação das políticas de desenvolvimento social no País.

Para falar sobre o legado do MDS, cito aqui um pequeno trecho da entrevista que a ex-Ministra Tereza Campello concedeu ao El País , logo após o XI Seminário

Internacional de Políticas Sociais para o Desenvolvimento, organizado pela Pasta.

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Ao fazer um balanço do que foi alcançado no Brasil com as políticas sociais,

Campello citou três resultados alcançados pelo Bolsa Família, maior programa de distribuição de renda com condicionantes do mundo, e que corre sério risco de ser desfigurado por este Governo elitista e ilegítimo.

É importante registrar que o Bolsa Família tirou o País do mapa da fome. O

Brasil saiu de um quadro em que 10% da população brasileira vivia com insegurança alimentar para uma realidade em que apenas 1% ainda permanece nessa situação, segundo atual relatório da ONU. Também superou a extrema pobreza, meta essa estabelecida pela Presidenta Dilma, conforme dados de 2014, segundo os quais há menos de 2,5% da população em situação de extrema pobreza.

O Sr. Heráclito Fortes - V.Exa. me permite um aparte?

A SRA. ANGELA ALBINO - Permita-me concluir a ideia, por favor, Deputado.

Já concedo o aparte a V.Exa.

A Organização das Nações Unidas considera que, para superar a extrema pobreza, é necessário baixar a estatística para 3% da população. E, não menos importante, erradicar o trabalho infantil entre os menores de 14 anos de baixa renda.

As mudanças encaminhadas pelo Governo interino e ilegítimo de Michel

Temer implicam consequências catastróficas, principalmente para os que mais precisam. O novo Governo propõe deixar de cobrir 25% da população e cobrir apenas os 5% mais pobres. Atualmente, o Bolsa Família chega a 47 milhões de pessoas no Brasil. Com a alteração do novo Governo, apenas 10 milhões serão atendidos. Isso significa tirar do programa 36 milhões de pessoas, das quais 16 milhões têm menos de 15 anos de idade.

Deputado, com a sua insistência, concedo um aparte a V.Exa.

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O Sr. Heráclito Fortes - Agradeço a V.Exa. e a parabenizo pelo discurso.

Acho que é corajoso enfrentar a realidade que vivemos no Brasil. Aliás, as informações que tenho de V.Exa. — e prestadas, neste final de semana, pelo

Governador Raimundo Colombo, com quem tive a felicidade de conviver no Senado e de participar de um debate na Associação Comercial de São Paulo — são positivas. Acho que V.Exa. tenta apenas fazer uma defesa do que é indefensável.

Nós não podemos chamar de golpe o que ainda não aconteceu. Eu quero que

V.Exa. se conscientize de que Michel Temer está respondendo pela Presidência da

República. Os retratos da Presidente Dilma estão nas paredes.

A SRA. ANGELA ALBINO - Deputado, eu concedi a V.Exa. a delicadeza do aparte, mas peço que V.Exa. não consuma todo o meu tempo em função do quanto eu preciso ainda falar.

O Sr. Heráclito Fortes - V.Exa. não permite que eu conclua o meu aparte?

A SRA. ANGELA ALBINO - Eu permito, mas peço a sua brevidade, por favor.

O Sr. Heráclito Fortes - Tudo bem, eu o cancelo, não há problema.

A SRA. ANGELA ALBINO - É que V.Exa. está exatamente contradizendo o meu discurso.

O Sr. Heráclito Fortes - Eu acho que esse latifúndio de tempo é ideal exatamente...

A SRA. ANGELA ALBINO - V.Exa. recorra à Presidência da Câmara. Eu estou usando o tempo legitimamente, e a Deputada Jandira Feghali também me pediu um aparte.

O Sr. Heráclito Fortes - Não há compensação; há concordância ou não.

A SRA. ANGELA ALBINO - Certo. Se V.Exa. puder concluir...

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O Sr. Heráclito Fortes - Aí V.Exa. vai transformar em um monólogo, que, a partir de então, não vai poder mais dar aparte a ninguém.

A SRA. ANGELA ALBINO - É esse o espírito dos 25 minutos do tempo que me é concedido. Se V.Exa. me permitir concluir, por favor, eu peço que conclua também.

O Sr. Heráclito Fortes - Está cancelado o meu aparte?

A SRA. ANGELA ALBINO - V.Exa. pode concluir o seu aparte, com a brevidade que lhe for possível.

O Sr. Heráclito Fortes - Eu agradeço a V.Exa. Peço que V.Exa. se conscientize de que esse é um processo. Quando diz que é um golpe, V.Exa. está desrespeitando o Poder Judiciário. Neste instante, o Presidente do Supremo está acomodado em um gabinete do Senado dando procedimento a todo esse ritual, de forma que isso não é um golpe. A Constituição, desde 1950, já trata dessa matéria.

Aliás, o PT e o Presidente Lula trabalharam muito bem na época do impeachment do

Collor, na tentativa do Itamar e na tentativa do Fernando Henrique Cardoso.

A SRA. ANGELA ALBINO - Agradeço a sua contribuição, Deputado, mas eu gostaria muito de terminar o meu pronunciamento.

O Sr. Heráclito Fortes - Esse é um procedimento democrático. Eu quero apenas que V.Exa. se conscientize disso.

A Sra. Jandira Feghali - Deputado Heráclito Fortes, deixe que S.Exa. fale.

O Sr. Heráclito Fortes - Há aqui o aparte do aparte da aniversariante,

Deputada Jandira Feghali, que está interrompendo.

A SRA. ANGELA ALBINO - Eu já gostaria de pedir a V.Exa. que me devolvesse a palavra.

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O Sr. Heráclito Fortes - Fique tranquila, que o retrato da velhinha vai continuar na parede por mais algum um tempo.

A SRA. ANGELA ALBINO - Espero que não fique gravado na minha fala o modo deselegante de V.Exa. se referir à Presidenta como velhinha. Peço que não conste da ata.

As diferenças são evidentes e, como bem explicado pela ex-Ministra Tereza

Campello, “um programa é um limão e o outro é uma melancia” . Eles dizem que o

Bolsa Família está inchado. Se na visão deles o ideal for focar só nos 5% mais pobres, realmente ele está inchado. São dois conceitos diferentes. Eles querem gastar pouco, de preferência nem gastar. Nós queremos investir na dignidade dos mais pobres, porque esse é o desenho de desenvolvimento em que nós acreditamos. Essa população gastará com comida, com roupa, com calçado. Isso é bom para o Brasil como um todo, não apenas para as populações de baixa renda.

Nós achamos que o programa tem que incluir as pessoas, e não excluir.

A ex-Ministra apresenta as diferenças entre os modelos propostos: uma das propostas é um programa assistencialista para pessoas que estão à beira da calamidade e a outra é a proposta implementada ao longo dos anos de governo popular de um programa de proteção social, focado na população de baixa renda e com um conjunto de outras políticas que giram ao redor, garantindo acesso a diversos programas sociais e elementos que contribuam para sua dignidade, como o acesso a energia elétrica, a cisternas, a programas de qualificação profissional, entre outros.

Concluo aqui dizendo que é por essas e outras consequências que vos digo: há muito o que perder em jogo, e nossa luta permanece tão viva quanto sempre. É

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hora de resistir, sacudir a poeira e seguir fazendo aquilo em que acreditamos. Não vamos arrefecer nossa luta nem baixar nossas bandeiras. É hora de resistir ao desmonte e aos retrocessos de direitos e avanços sociais. Perdemos uma batalha importante, mas a guerra ainda está em curso.

Precisamos mais do que nunca resistir nas ruas, nas redes sociais e nos parlamentos e denunciar ao mundo um processo injusto e ilegítimo de impeachment sem crime de responsabilidade e o desmonte do projeto que foi vitorioso nas urnas.

Faço minhas as palavras da nossa Presidenta eleita durante cerimônia de abertura da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.

Eu carrego comigo a força das mulheres e também

dos homens que se tornaram protagonistas de seus

direitos, sujeitos de seus direitos, nesses últimos 13 anos.

Eu carrego em mim a força de vida dos 36 milhões de

brasileiros e brasileiras que saíram da pobreza. Eu

carrego em mim os 11 milhões que moram em casa

própria do Minha Casa, Minha Vida. Eu carrego comigo os

63 milhões de brasileiros e brasileiras que não tinham

atendimento médico e que agora têm, pelo Mais Médicos.

Carrego os 9 milhões e 500 mil do PRONATEC — o

PRONATEC, um programa de formação profissional no

qual as mulheres são maioria. Carrego também todos os

mais de 4 milhões que fizeram PROUNI, que fizeram

FIES, que entraram na universidade. E carrego todos

aqueles filhos — e filhas — de pedreiro que — assim

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como eu — viraram doutores, todos aqueles que tiveram

acesso à educação pela política de cotas. Por isso é que

eu não vou jamais desistir.

Concedo um aparte à Deputada Jandira Feghali.

A Sra. Jandira Feghali - Deputada Angela Albino, agradeço o aparte. Quero primeiro dizer do nosso prazer e orgulho em tê-la em nossa bancada e da beleza do seu discurso. Trata-se de um discurso que tem profundidade, tem afeto, tem denúncia contundente, pautada na Constituição e na legalidade brasileira, e tem absoluta correção quando estabelece o ato que se fez contra a Presidenta Dilma na

Câmara e no Senado, de afastá-la da sua cadeira — e foi extirpada, abduzida de forma violenta —, quando faz a ligação disso com a sua preocupação e o seu temor em relação à perda de direitos e conquistas da sociedade brasileira. Eu quero apenas, em favor do seu discurso, no reforço à sua palavra, neste dia 17 de maio, aqui na Câmara dos Deputados, dizer que é chocante olhar a face desse Governo. É um Governo com a cara da Velha República, branco, masculino, inculto e atrasado, que consegue, como primeiros anúncios e medidas, um desastre de chegada. E toda a sociedade já entendeu a que veio esse Governo. É reposta a discussão do

Estado mínimo, pela voz do Ministro da Saúde, Ricardo Barros, que já discute a universalidade e o tamanho do SUS, com o favorecimento aos planos de saúde e ao mercado. Cito também a extinção do Ministério da Cultura, e já há, no Rio de

Janeiro, em Curitiba e em Belo Horizonte, a ocupação de instalações da FUNARTE, com pessoas gritando “Fora, Temer!” ; a extinção dos Ministérios dos Direitos

Humanos, das Mulheres e da Igualdade Racial; a anulação da Secretaria dos

Direitos das Pessoas com Deficiência; a anulação da medida provisória do Plano

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Nacional de Direitos Humanos; todas as medidas econômicas que já foram anunciadas; e também a vinculação de parte da Previdência ao Ministério da

Fazenda. Como se não bastasse, todos os da Lava-Jato estão inseridos no

Governo. E me chama a atenção o Ministro Gilmar Mendes, que susta as investigações e a produção provas em relação ao Senador Aécio Neves. Tudo isso chama a atenção, porque tudo isso está acoplado a um Gabinete de Segurança

Institucional, com um General ligado a uma família vinculada à tortura no Brasil.

Então, é a face, a cara, o rosto do golpe, do fascismo, do atraso, da ruptura de direitos e conquistas do povo brasileiro. Portanto, Deputada Angela, eu a parabenizo intensamente pelo seu discurso. Acho que ele corresponde ao sentimento lá de fora, da sociedade brasileira, e ao sentimento de boa parte dos Deputados democratas e sérios que vemos na Câmara. Parabéns, Deputada!

A SRA. ANGELA ALBINO - Obrigada, camarada aniversariante, Deputada

Jandira Feghali.

Concedo um aparte ao Deputado Orlando Silva e, depois, ao Deputado Daniel

Almeida.

O Sr. Orlando Silva - Querida Deputada Angela Albino, eu peço um aparte para, em primeiro lugar, cumprimentá-la pelo belíssimo pronunciamento que faz.

Espero que repercuta, em Santa Catarina, no Brasil, a forte defesa do Estado

Democrático de Direito feita da tribuna por V.Exa., a defesa dos direitos das mulheres, dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, a defesa da diversidade, a defesa do nosso País. Devo dizer que acompanhei seu discurso com emoção, com felicidade e com alegria. Quero também dizer do meu profundo respeito pela liderança de V.Exa. e do orgulho de tê-la como membro da bancada do Partido

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Comunista do Brasil. O pronunciamento de V.Exa. ficará na história, em momento delicado da vida nacional. E que inspire as lutas que têm ocupado as ruas e praças do Brasil em defesa da democracia, para que nós sigamos na luta e construamos o

Brasil dos nossos sonhos! Parabéns pelo pronunciamento!

A SRA. ANGELA ALBINO - Muito obrigada, Deputado Orlando Silva.

Concedo um aparte ao nosso Líder de bancada, Deputado Daniel Almeida.

O Sr. Daniel Almeida - Deputada Angela Albino, quero me associar ao pronunciamento de V.Exa., pois ele está absolutamente sintonizado com o momento político que estamos vivendo, chama a atenção para os riscos que a sociedade e a democracia brasileira vivenciam hoje. O discurso de V.Exa., portanto, nos chega em momento absolutamente oportuno. O povo brasileiro, mesmo aqueles que foram às ruas com insatisfação em relação ao Governo da Presidenta Dilma, percebe isso com clareza. Em nenhum momento imaginou que pudesse estar vivenciando esse quadro do Governo interino Michel Temer, um Governo que chega pelas mãos sujas do Presidente Eduardo Cunha — que é o grande construtor desse golpe — e que apresenta à sociedade brasileira esse cipoal de contradições, mas com o olhar no passado. As políticas e o método que tem adotado são de 40, 50 anos atrás. Até um símbolo do Governo eles adotaram do período da ditadura militar. Eu li uma nota há pouco que dizia que até a bandeira não tem as 27 estrelas; não tiveram nem o cuidado de adaptá-la no símbolo que adotaram. E as trapalhadas estão aí, e não são pronunciamentos feitos com descuido; na verdade, estão na cabeça, no consciente e no subconsciente daqueles que expressam a diminuição do papel do

SUS, a universidade paga, a subtração de todas as estruturas das políticas públicas, como a da igualdade racial, a da mulher, a do desenvolvimento agrário, a da

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juventude, enfim. Mas o povo brasileiro está atento e, seguramente, continuará nas ruas para responder que este Governo, ilegítimo, não prosperará.

A SRA. ANGELA ALBINO - Obrigada.

Concedo um aparte ao Deputado Chico Lopes.

O Sr. Chico Lopes - Eu vou ser rápido, Deputada. Quero parabenizá-la por seu discurso, pensado, medido, contra um Governo que tem, no seu conjunto de

Ministérios, sete nomes da Lava-Jato. Isso não é um Governo; isso é uma agência de lavar carros, com tantos nomes da Lava-Jato. E é um Governo que não se sustenta, porque até o momento não disse para que veio. Veio exatamente para atender banqueiro, golpista da marca dele. Parabéns! Os comunistas estão atentos.

A SRA. ANGELA ALBINO - Obrigada, Deputado Chico Lopes.

Ouço a Deputada Jô Moraes.

A Sra. Jô Moraes - Deputada Angela Albino, para nós que a escutamos, a sensibilidade e a determinação do seu discurso nos trazem a certeza de que V.Exa. aqui representa o pensamento avançado de todos aqueles que em seu Estado comungam com V.Exa. a indignação de ver destruído tudo aquilo que é humano.

Parabéns, Deputada Angela!

A SRA. ANGELA ALBINO - Muito obrigada aos integrantes da minha bancada. É uma honra o aparte de V.Exas., que peço ao Sr. Presidente que também conste na ata.

Concluo, Sr. Presidente — e já abandono as minhas anotações, porque é muito mais rico o momento que vivemos do que o que apenas as letras podem dizer

—, afirmando, Deputados Daniel Almeida, Jandira Feghali, Jô Moraes, Chico Lopes,

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Orlando Silva, Parlamentares que estiveram aqui, que vou firmando a convicção de que vivemos um golpe dentro de um golpe.

Obviamente, se Michel Temer foi eleito junto com a Presidenta e ambos foram eleitos com um programa, jamais poderia ele, dados os patamares da lealdade — e eu tenho uma única tatuagem no meu corpo, que é exatamente o ideograma chinês que diz “lealdade”, porque considero este um valor supremo —, se leal fosse, trair tal programa, não da Presidenta Dilma, não do PT, mas que levou mais de 54 milhões de votos para ele. Inclusive, jamais poderia tirar toda a concepção do Governo, como está fazendo agora, para abraçar a agenda neoliberal.

Entendo, Deputada Jandira, que é o golpe dentro do golpe. Não acredito que todos os que foram às ruas contra a corrupção concordam com o fim da

Controladoria-Geral da União; não acredito que os votos aqui da Câmara concordam com o fim da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com

Deficiência; não acredito que lá no Senado os que votaram a favor de Michel Temer, contra a Presidenta Dilma e contra a democracia, de fato concordam com a extinção do Ministério da Cultura, com a extinção de uma política pública de continuidade, de

Estado, e não de Governo, sobre a cultura; não acredito que quem votou dessa forma aqui ou quem foi para às ruas pensava efetivamente que nós viveríamos um tempo em que trocaríamos Ministros para colocar nomes da Lava-Jato, inclusive um advogado de Eduardo Cunha, como nós vimos, que, portanto, deverá ter bastante influência no Governo Michel Temer.

Guardo a convicção de que há um golpe dentro do golpe. E repetem eles exatamente o caminho que tomou o golpe de 1964. O Golpe de 1964 tomou as ruas angariando um sentimento de insatisfação popular, transformou aquilo numa posição

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 120.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/05/2016 Montagem: 5185/4176

antigoverno, construiu-se um golpe civil-militar, e o que se viu foi um golpe dentro do golpe, como foi particularmente o AI-5.

A resistência da Presidenta Dilma — vou concluir, Sr. Presidente —, até o

último instante, dos movimentos sociais e sobretudo das mulheres e da juventude mostram para nós o caminho a seguir.

No PCdoB, nós defendemos uma ampla mobilização contra o golpe e também a convocação de um plebiscito para que o povo diga sua opinião sobre a realização de nova eleição presidencial já.

Essa é a defesa que o PCdoB faz, para que nós preservemos uma ampla construção nacional, a possibilidade de voltar a ter paz no nosso Brasil. Nós precisamos reunificar o País. Se não querem que seja a Presidenta, eleita legitimamente, não será um Presidente ilegítimo que trará paz para o nosso País.

Nós, do PCdoB, reafirmo aqui, defendemos um plebiscito sobre novas eleições!

Sr. Presidente, como bem disse a Senadora comunista Vanessa Grazziotin em seu discurso na noite de votação da admissibilidade do pedido de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff no Senado, “tudo isso está em risco, pois existe a disposição desses que se arvoram ao poder de cassar todas essas conquistas ”.

A falta de Justiça, Sras. e Srs. Deputados, é o

grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de

todas as nossas infelicidades, a fonte de todo o nosso

descrédito, é a miséria suprema desta pobre Nação.

Esta frase, que acabo de reproduzir, foi dita por Rui Barbosa nesta Casa em

1914 e permanece atual até os nossos dias.

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A chapa encabeçada pela Presidenta da República, Sra. Dilma Rousseff, vitoriosa nas urnas, tinha por compromisso a continuidade das profundas transformações econômicas e sociais que tornaram o Brasil um país mais justo.

Em apenas 13 anos, a frente que governou nosso País, sob liderança do

Partido dos Trabalhadores, o PT, e outros partidos aliados — dentre eles destaco o

PCdoB —, fez uma verdadeira revolução na vida social do nosso País, o mais amplo e vigoroso processo de mudança da história do Brasil. Houve um salto inegável de melhoria nas condições de vida da população. Nenhum país conseguiu, em tão pouco tempo, tirar um contingente tão grande de pessoas da miséria.

Algo que parecia impossível, combater a extrema pobreza, que remonta à criação do Estado Brasileiro, foi superado em pouco mais de uma década de governos integralmente comprometidos com o objetivo de mudar a realidade social do País.

O Presidente interino, Michel Temer, foi eleito por um programa de governo que se propôs a dar um caminho de desenvolvimento contínuo ao País, com crescimento econômico, sem vender patrimônio público, sem submeter o País às exigências da cartilha neoliberal que tantas mazelas trouxe ao País, sem desconhecer direitos históricos do trabalhador e sem transferir para os mais pobres a conta das crises internacionais.

Ao articular sorrateiramente com a Oposição a derrubada de uma Presidenta da República legitimamente eleita pelo sufrágio universal, Michel Temer não traiu somente a confiança da mandatária do mais alto posto de comando da República, traiu também os 54 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram em uma chapa e em um projeto de País soberano, mais justo e inclusivo.

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Traiu ainda a confiança de milhares de brasileiros e brasileiras que foram às ruas, muitos deles de boa fé, porque almejavam novas conquistas sociais e econômicas. Mesmo esses já demonstram a perplexidade diante dos primeiros anúncios do Governo.

Um golpe dentro do golpe!

Portanto, não foi só a Presidenta da República e aqueles e aquelas que a defendem que foram traídos com o sórdido golpe em curso, a democracia também foi traída por aqueles que juraram defender a democracia e Constituição.

Hoje a Nação brasileira assiste atônita e perplexa ao processo brusco e violento de ruptura deste pacto e desmonte dos avanços e conquistas socais.

Uma das primeiras medidas do Presidente interino, a composição do seu

Ministério interino, já dava mostras do caráter de seu Governo. Foram nomeados

Ministros que não representam os anseios dos trabalhadores e das trabalhadoras, dos estudantes e dos democratas. O Governo Temer é um Governo entreguista, que não expressa os anseios da população brasileira e, muito menos, o projeto de governo vitorioso nas urnas.

O programa de governo eleito que se propunha a defender o patrimônio nacional e empresas estratégicas para o desenvolvimento do País, criadas por governantes nacionalistas e estadistas, foi traído por uma agenda submissa ao capital estrangeiro, entreguista e extremamente nociva ao interesse nacional, que pretende privatizar “tudo o que for possível”, ressalta-se, agenda esta defendida pelo

PSDB e derrotada nas urnas pelo povo brasileiro.

Outra medida inicial de Michel Temer, como Presidente interino, foi extinguir

Ministérios indispensáveis para o avanço social e a consolidação de direitos

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 120.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 17/05/2016 Montagem: 5185/4176

humanos: o Ministério das Comunicações, o Ministério da Cultura, o Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e o Ministério das Mulheres, da

Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, da Juventude, além da Secretaria

Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o que pode afetar

45 milhões de pessoas.

Outra medida foi a exoneração do Diretor-Presidente da Empresa Brasileira de Comunicação — EBC, o que representa grave desrespeito às regras que asseguram o exercício de função e liberdade de expressão e imprensa.

Também sucateou o MDS e o MDA, não representando em sua estrutura todas as inúmeras iniciativas que as Pastas acumulavam em suas atribuições.

Esta medida já denuncia que as políticas públicas de inclusão, de estímulo cultural, de promoção de diversidade e redução de desigualdades terão destaque periférico e reduzido neste Governo ilegítimo, elitista e submisso ao capital estrangeiro.

O horizonte que se avizinha é de perdas de conquistas históricas dos interesses da maioria de brasileiros e brasileiras: arrocho salarial, redução da política de valorização do salário mínimo, redução de gastos com programas sociais, eliminação de direitos civis, privatização de empresas estatais, aumento da idade para aposentadoria, redução de investimentos públicos, e ainda desvinculação do percentual mínimo de despesas constitucionais obrigatórias com saúde e educação, e não do golpe em curso. Já se anuncia o fim da conquista histórica do piso salarial do magistério.

Esses conjuntos de medidas causaram uma repercussão negativa e devastadora do golpe na imprensa e opinião internacional. A estratégia de Michel

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Temer foi um desastre. Ele, pessoalmente, mostrou-se fraco, vulnerável, submisso a setores conservadores, inseguro, tanto que voltou atrás várias vezes em decisões tomadas.

A anunciada reforma administrativa, que extinguiu as Pastas de Cultura;

Comunicações; Desenvolvimento Agrário; e das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos; a Controladoria-Geral da União; a Casa Militar e as secretarias de Portos, Aviação Civil e Comunicação Social da Presidência demonstraram uma redução de despesa ínfima e que apenas simboliza o retrocesso de diretos e programas sociais.

A extinção de Ministérios e órgãos da área social, a nomeação de Ministros de baixa qualificação para assumir Pastas extremamente importantes e ainda acusados por crimes de corrupção, a anunciada redução de direitos e programas sociais para pagamentos de juros, foram motivos de matérias desabonadoras na imprensa internacional, editoriais contundentes e sarcásticos, como, por exemplo, do

New York Times e do The Guardian , que desancaram o golpe no Brasil.

Ainda no dia de hoje, durante a sessão de gala de Aquarius , filme brasileiro que compete no festival de Cannes, artistas protestaram contra o golpe em curso no

Brasil e o governo ilegítimo do Presidente interino.

Todo este cenário colocado, em que se depõe uma Presidenta da República sem que haja qualquer comprovação de crime de responsabilidade e que assume um Presidente interino investigado por crimes de corrupção, que também assinou os referidos decretos de créditos suplementares, traz sério prejuízo para a imagem do

País, pois qual o investidor que irá investir em um país em que se muda tão

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facilmente de Presidente da República e de igual maneira se altera a política econômica e social?

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esse Governo Temer já enfrenta imensa dificuldade em se tornar viável, não apenas por ter sido colocado no Palácio do Planalto de forma ilegítima, por meio de um golpe, mas também por ter unido em torno de si traidores e usurpadores da Pátria, e ainda por ser um Governo totalmente voltado para as elites. As mudanças já propostas vão mexer em diversas conquistas do povo ao longo dos anos e vão trazer uma profunda crise. Este ataque o povo não vai admitir!

Os milhões de brasileiros estão conclamados a rechaçar este golpe unidos sob a palavra de ordem “Fora, Temer!” , defendendo as conquistas sociais e reagindo a esta agenda antipatriótica dos usurpadores.

São atores desta resistência as mulheres, a juventude, os trabalhadores da cidade e do campo, artistas e intelectuais e todos aqueles comprometidos com a liberdade e a defesa da democracia. Em todas as cidades, em todos os locais de estudo, trabalho e moradia, este atentado contra a democracia não pode prosperar.

Mais uma vez em nossa história, o povo brasileiro tem a missão, com suas próprias mãos, de reconduzir o País ao Estado de Direto e ao regime democrático.

Todos os que realmente se indignam com a corrupção e o desmando devem lutar sem trégua, para que este Governo seja retirado e para que o poder volte às mãos da população brasileira.

A resistência da Presidenta Dilma até o último instante e dos movimentos sociais — de todos os movimentos em toda a sua diversidade, mas sobretudo das mulheres e dos jovens que ocupam as ruas nas manifestações por todo o País — é

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um sinal claro de que nada vai deter o ímpeto, a coragem e a determinação desta geração de brasileiros em chegar mais longe, e novamente.

É fundamental que todos se mantenham em vigília permanente nas ruas para lutar contra tentativas de redução de direitos sociais e trabalhistas. É hora de resistir!

Perdemos uma batalha, mas a grande luta está apenas começando. Grandes desafios virão.

Precisamos estar mobilizados para assegurar uma ampla frente nacional, que discuta a possibilidade de novas eleições, para que o povo decida através das urnas, que são o grande instrumento de legalidade de uma nação democrática, o que quer.

O PCdoB, ao mesmo tempo em que denuncia e se mobiliza contra o golpe, conclama as forças progressistas do País para se unirem em torno da convocação de um plebiscito que decida sobre a realização de novas eleições presidenciais já em 2017. Esta é a única forma de se evitar a perpetuação de um quadro de anomalia constitucional, restabelecendo a plenitude das bases do Estado de Direito através da soberania popular. Somente o povo, por meio do voto direto e universal, em consulta através de um instrumento constitucionalmente previsto, o plebiscito, mecanismo de democracia direta, poderá legitimar a escolha de um Presidente da

República.

Defendemos que seja realizado o plebiscito em conjunto com as eleições municipais de outubro próximo. Que se consulte diretamente o povo sobre sua vontade, se novas eleições devem ser convocadas para 2017, abreviando-se o período de ruptura constitucional que se avizinha. Caberá ao Congresso Nacional, em se confirmando a decisão dos eleitores pela realização de novo pleito, emendar

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a Constituição para, sempre com base na legitimidade popular exercida através do plebiscito, propiciar a convocação das eleições e a posse de Governo juridicamente e politicamente respaldado.

Que a vontade popular seja sempre soberana!

Muito obrigada, Sr. Presidente.

O Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2° do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Izalci, nos termos do § 2° do art.

18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Antes de passar a palavra ao próximo orador, eu gostaria de registrar a presença nas galerias de alunos — e também de sua professora — do Colégio VIP, de Taguatinga.

Sejam bem-vindos a esta Casa!

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra por 1 minuto ao Deputado

Cleber Verde.

O SR. CLEBER VERDE (PRB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a quem agradeço pela oportunidade, Sras. e Srs. Deputados, nós tomamos conhecimento de que o Governo Michel Temer organiza, neste momento, um encontro com federações de trabalhadores na perspectiva de poder discutir uma reforma da Previdência Social.

Esperamos, Sr. Presidente, que de fato aquilo que foi dito por Michel Temer em seu discurso se consolide, ou seja, que os direitos adquiridos dos nossos trabalhadores e, especialmente, os direitos de nossos aposentados sejam assegurados. É muito importante que nós possamos fazer as reformas para a

Previdência do futuro, considerando principalmente que nós temos uma pirâmide etária que está invertendo a sua base. E esperamos que, pelo menos, as conquistas dos trabalhadores e especialmente dos aposentados sejam mantidas.

Nesse sentido, eu quero aproveitar e já solicitar que a Confederação

Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos — COBAP e a Frente Parlamentar de Apoio aos Aposentados desta Casa possam também se integrar nos debates da possível reforma da Previdência.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Com a palavra a Deputada Angela Albino.

A SRA. ANGELA ALBINO (PCdoB-SC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, se V.Exa. me permite, como não pude ler todo o discurso, gostaria de solicitar a V.Exa. que o considerasse lido na íntegra.

O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Acato o pedido de V.Exa.

A SRA. ANGELA ALBINO - Obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Dando prosseguimento ao Grande Expediente, passo a palavra à Deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Sem revisão da oradora.) -

Cumprimento o Parlamentar que dirige os trabalhos, cumprimento os colegas

Deputados e Deputadas, especialmente as crianças que acompanham esta sessão.

É uma grande responsabilidade para nós discursar no Grande Expediente na tarde de hoje, 17 de maio, o quinto dia desde que o Governo usurpador de Michel

Temer assumiu o lugar da Presidenta da República eleita em 2014. São 5 dias que irão para a história por uma coleção de retrocessos no campo dos direitos sociais, econômicos, políticos, no desrespeito à democracia, no desrespeito à Constituição.

É um desconhecimento impressionante daquele que foi chamado “o livrinho” por quem chegou ao Governo pelo golpe — desconhecimento e desrespeito às leis. É o

Governo resultante de um golpe, que mostra desrespeito ao povo, às instituições e à democracia.

Eu profiro este pronunciamento em honra daqueles que lutaram e permanecem acreditando na democracia, daqueles que, ontem, lutaram contra a ditadura, daqueles que foram torturados, marcados, com seus familiares, na sua existência. Profiro este pronunciamento em homenagem aos desaparecidos políticos e àqueles que nunca deixaram de lutar pela verdade e memória. Mas profiro este pronunciamento também em honra dos que resistem, dos que defendem a democracia e o Estado Democrático de Direito, que não acontece sem a observância da Constituição e das leis, tampouco sem que aqueles que perdem as eleições observem a responsabilidade de cumprir o resultado advindo das urnas, a voz do povo que, por ali, fala.

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Dedico este pronunciamento a todos os brasileiros e brasileiras, sobretudo

àqueles que, em cada área, em cada segmento social, já se sentem agredidos, já se sentem roubados nos direitos que conquistaram ao longo dos últimos anos — conquistas de um povo obtidas nos Governos democráticos, mas que foram construídas por muito tempo, ao longo de uma história inteira.

Essas conquistas começam a ser violadas por uma reorganização espúria do

Estado, com uma medida provisória enviada para esta Casa dando fim a Pastas que têm ampla representatividade e missão social neste País.

Como podemos nos calar diante das iniciativas tomadas? Como podemos nos calar, como disse Paulo Sérgio Pinheiro, que foi titular da Pasta de Direitos

Humanos no Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando os direitos humanos, a cultura, negros e negras, as mulheres, as ciências são jogadas para o andar de baixo da estrutura do Estado?

Repito as palavras de Paulo Sérgio Pinheiro, porque, seja na cultura, seja no

âmbito dos direitos humanos, seja em uma série de ações, os governos democráticos souberam tomar iniciativas concatenadas e articuladas para que a democracia, desde a Constituição de 1988, pudesse ser valorizada e revalorizada num continuum para a sociedade brasileira. Mas, com a interrupção de um golpe, com a interrupção de um ato de força, ainda que pela via do Parlamento, ainda que pelo discurso e pelos votos das Sras. e dos Srs. Parlamentares, não podemos apagar da história que 55 Senadores e Senadoras rasgaram, com o voto favorável a esse golpe, mais de 54 milhões de votos destinados à Presidenta Dilma, se não quisermos também citar todos os demais votos apresentados, aqueles que

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perderam as eleições, mas que também foram parte de um processo democrático em que somente o resultado das urnas é aceitável.

O golpe, senhores e senhoras, não nasce do dia para a noite. Nas sombras, ele se articula. A desestabilização do Governo foi amplamente planejada, estruturada. Nós não sabemos ainda qual é o grau de envolvimento de agências ou de atores com interesses internacionais diante das riquezas do Brasil. É provável que a história brasileira conte aquilo que, durante muito tempo, depois do golpe de

1964, nós também não sabíamos, não estava à luz do dia.

Mas, hoje, quando os holofotes midiáticos também se aproximam de tudo isso, a farsa em forma de espetáculo se transforma em resultados trágicos para o

País. São trágicos por quê? Porque as primeiras declarações já são antidemocráticas, antissociais, antipopulares. São contrárias ao interesse da economia nacional, da soberania e dos direitos de um povo.

Foi muito bem estabelecido que uma equipe seria apresentada por Michel

Temer como uma equipe de notáveis, muito mais do que uma força-tarefa dos citados na Lava-Jato, hoje já reconhecidos pela população, nomes conhecidos talvez mais pelas suas implicações nisso ou naquilo, não claramente aferidas, ainda que alguns tenham foro privilegiado por serem Parlamentares.

Mas não há qualquer dúvida no discurso do Ministro da Saúde sobre o fim do

SUS, sobre retirar 10 mil médicos do Programa Mais Médicos, o que corresponde a jogar na falta de atendimento 40 milhões de brasileiros de um total de 60 milhões que foram pioneiramente, pela primeira vez, atendidos com uma política de assistência médica continuada. Não há dúvida de que esses pronunciamentos

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vieram, no âmbito da saúde, para diminuir o atendimento aos mais humildes, aos mais pobres, para diminuir o SUS, para diminuir a universalidade da saúde.

No âmbito da educação, aponta-se para a Pasta um titular — é conhecido por nós, é nosso colega — que nunca fez um pronunciamento sobre a educação. Se o fez, o Deputado Mendonça Filho foi contra o PROUNI, foi contra políticas de acesso

à educação superior. E agora propõe a segmentação da educação brasileira, propõe que os estudantes paguem os cursos universitários ou as escolas técnicas públicas, propõe o fim do ensino público, numa junção absurda da educação com a cultura, num retrocesso inominável que mostra o desapreço, o desrespeito à diversidade cultural de uma Nação que é reconhecida no mundo pela sua produção, pela sua gente, pela sua diversidade, pela sua criatividade, pelo que constrói, em torno da cultura, políticas de economia criativa, de identidade regional, nacional, multiétnica.

O fim do Ministério da Cultura é a vitória dos incultos, não daqueles que, talvez, erroneamente alguns considerem menos escolarizados, mas de homens que tiveram, como Michel Temer, acesso a uma universidade, que escrevem, com qualidade duvidosa, talvez, alguns poemas, mas não nos cabe avaliá-los do ponto de vista da crítica literária. Mas, no âmbito da crítica política, é um absurdo — um absurdo — fechar-se o Ministério da Cultura! Fecharam-no para que os incultos possam calar a voz da diversidade e da crítica cultural que a Nação faz e fez hoje, tanto dentro do Brasil, no MinC ou no Edifício Capanema ou em Fortaleza ou em

Recife ou na Bahia, locais ocupados por artistas, como em Cannes, pelo elenco de

Aquarius que está se apresentando ao mundo, que é altamente reconhecido no cinema nacional, com produção possível, porque há um Mancini, porque há o MinC, porque há incentivo à cultura nacional.

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O repúdio a Michel Temer é grande de nossa parte por acabar com o

Ministério da Cultura, por acabar com o Ministério da Ciência, Tecnologia e

Inovação, por acabar com a era da razão, por nos jogar na Idade Média, desconsiderando que as mulheres não se colocam mais diante da política ou das ações no lugar de acompanhantes, daquelas que estão ao lado, ou que honrosamente têm o desejo de ocupar o lugar de primeira-dama.

Ora, um presidente da República desprestigia as políticas sociais quando diz que teremos o retorno do “primeiro-damismo” no Brasil, quando a Constituição

Federal alçou a assistência social ao lugar de política pública com caráter continuado na mesma estatura da educação e da saúde no Brasil.

Senhoras e senhores, falo com profundo sentimento de democracia e de indignação; de indignação, porque há 5 dias não temos mais uma pasta que trate dos direitos das pessoas com deficiência. Não temos mais uma área para os direitos das crianças, para o enfrentamento da exploração sexual. Não temos mais uma pasta dos direitos humanos para o combate ao trabalho escravo, à tortura. Não temos mais uma área para o combate às violências contra a população idosa, aqueles que se encontram nas instituições de longa permanência, aqueles que se encontram internados. Não temos mais uma pasta para os direitos humanos no

Brasil, o que nos distinguiu nos cenários nacional e internacional.

Não temos, senhoras e senhores, um Itamaraty com autonomia para orientar, talvez, o Sr. José Serra. Ele próprio, derrotado duas vezes em eleições presidenciais, chega ao Itamaraty não com os bons modos e a prática da diplomacia brasileira, mas com uma atitude odiosa contra os nossos vizinhos — talvez no estilo em que uma vez destacou —, falando grosso com eles, com a

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América Latina ou com a África, anunciando que poderá cortar representações diplomáticas na África ou no Caribe ou nas Américas, enquanto coloca-se de joelhos diante de Nova Iorque, de Washington, ou sabe-se lá, mas sem condições de explicar aos jornais — Washington Post , ou o The Guardian , ou o El Pais —, ou a qualquer nação, sem condições o Sr. José Serra ou qualquer integrante de uma equipe espúria de um governo ilegítimo, sem condições de dizer a natureza do golpe que produziram.

O Brasil, senhoras e senhores, vive a reação da cultura, a reação da juventude, a reação de meninos e meninas nas escolas de ensino médio que vão chegando a cada lugar e, com sua alegria e determinação, dizem: “Que País é este?” Vive o Brasil também a indignação, e eu quero fazê-lo aqui..., uma indignação contra o nomeado pelo Presidente ilegítimo para o gabinete da Segurança

Institucional, General Sérgio Westphalen, um general que se dá ao desfrute de proferir palavras desrespeitosas à ação de Estado realizada pela Comissão Nacional da Verdade — ele próprio, com o nome de seu pai. Isso é lamentável e triste para a sua história e para a história do Brasil, pois está inserido entre aqueles que estão entre os torturadores citados pela Comissão Nacional da Verdade.

O Sr. Heráclito Fortes - V.Exa. me permite um aparte?

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Neste momento, ainda não, Deputado, mas eu lhe concederei o aparte com certeza.

Eu quero, portanto, participar aos senhores e senhoras a minha indignação, porque o País vê nos dias atuais a desvalorização da cultura, a revisão da

Constituição, a retirada de direitos fundamentais, a ameaça de diminuição de direitos trabalhistas, de mudança e aumento para a idade da aposentadoria. E não é essa a

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outra iniciativa que não a junção vergonhosa que rebaixou as áreas sociais e a

Previdência. A própria Previdência Social brasileira, colocada agora sob o manto do

Ministério da Fazenda, não é outra coisa do que se querer imprimir um Estado mínimo, um Estado neoliberal, que se desapegue das responsabilidades com a velhice, com a idade avançada, que abandone as pessoas.

Nós não podemos aceitar tudo isso! Não podemos aceitar que o marcado oriente os rumos de uma previdência que tem que permanecer pública e a serviço da Nação brasileira; não podemos aceitar que a Medida Provisória nº 727, editada por um governo ilegítimo, apareça nesta Casa, Deputada Jô Moraes, Deputado

Heráclito Fortes, como uma farsa para renovar e reforçar a política de concessões que Fernando Henrique Cardoso teve em 1997.

Já há aqui dentro uma medida provisória para criar um projeto de desestatização voltado às rodovias, às ferrovias, aos portos, aos aeroportos, às usinas eólicas, às áreas de mobilidade urbana. E há outros projetos. Talvez não seja outro o motivo pelo qual um privatista, como Pedro Parente, tenha sido colocado à frente de uma empresa pública das mais importantes para o Brasil, a PETROBRAS.

Nós já sabemos, Sras. e Srs. Deputados, que o golpe que V.Exas. pretendiam não era contra a corrupção. Nós já sabemos, Deputado Heráclito Fortes, que aqueles que jantaram em sua casa e que faziam um discurso contra a corrupção colocaram sete indicados pela Operação Lava-Jato dentro do Governo. E Eduardo

Cunha assume postos-chave no Governo de Michel Temer, a quem me recuso, desta tribuna sagrada e democrática, a chamar de Presidente.

Eu, Deputado Heráclito Fortes, colegas Deputados, assim com V.Exas., fui eleita para ocupar o cargo que ocupo, a posição que ocupo. Ele, Michel Temer, esse

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senhor a quem chamo pelo nome, não foi eleito para ocupar a cadeira da Presidenta da República em que se encontra sentado. Por isso, eu não o chamo Presidente — não por descortesia, mas por opinião política; não por desatenção, mas por posição clara contra o golpe.

O Brasil merece mais dos seus governantes. O Brasil merece que nós tenhamos mais apego àquilo que construímos. Vejo socialistas ou pessoas que se abrigam sob o manto do socialismo, no Partido Socialista Brasileiro, como o

Deputado Heráclito Fortes, e lamento a sua participação nesse golpe, porque gostaria que os socialistas de hoje, se verdadeiramente o são, se alinhassem à sua história de ontem.

Concedo a palavra a V.Exa., Deputado Heráclito Fortes, com muita satisfação.

O Sr. Heráclito Fortes - Obrigado pela empolgação ao me conceder o aparte. Eu queria que V.Exa. se conscientizasse de que o Governo que toma posse interinamente tem uma noção moderna e globalizada de política externa. Deixou de lado o bolivarianismo e passou a julgar a democracia plena. Nós não podemos combater golpe no Brasil e aplaudir o que acontece na Venezuela. Essa questão precisa ser discutida, nobre Deputada.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Meu amigo, Deputado Heráclito Fortes, eu tenho um excelente relacionamento de trabalho com V.Exa. neste plenário. Não vamos estragá-lo com esse debate de tribuna, porque somos democráticos.

O Sr. Heráclito Fortes - V.Exa. me permite?

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A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Eu passarei a palavra a outros colegas, mas eu quero lhe dizer que considero essa história de bolivarianismo uma conversa fiada sem limites.

O Sr. Heráclito Fortes - V.Exa. me permite?

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Olha, Deputado Heráclito Fortes, eu lhe permiti. Agora, vou passar a palavra ao Deputado Pepe Vargas. Muito obrigada.

O Sr. Heráclito Fortes - V.Exa. pode não permitir o meu aparte, mas não pode me induzir no que eu devo dizer.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Eu escutei V.Exa. Agora, vamos ouvir o

Deputado Pepe Vargas.

O Sr. Heráclito Fortes - O aparte é uma cortesia. Cortá-lo é uma grosseria.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Não, não é uma grosseria.

O Sr. Heráclito Fortes - Não é essa a imagem que eu tenho de V.Exa.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Deputado Heráclito Fortes, V.Exa. já fez isso com a Deputada Angela Albino. Não vai fazer comigo.

O Sr. Heráclito Fortes - Eu quero encerrar apenas dizendo...

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Obrigada.

O Sr. Heráclito Fortes - ...que o que derrubou o Governo que V.Exa. defende foi a corrupção,...

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - A corrupção V.Exa. colocou com Temer.

O Sr. Heráclito Fortes - ...principalmente na PETROBRAS. A PETROBRAS foi quebrada pelo Governo que V.Exa. quer defender aqui, sem argumento.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Deputado, obrigada por seu aparte.

O Sr. Heráclito Fortes - O argumento é o golpe.

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A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Obrigada por seu aparte. Com licença,

Deputado, eu já lhe retirei o aparte.

O Sr. Heráclito Fortes - Golpe? O retrato da moça está na parede.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Sr. Presidente...

O Sr. Pepe Vargas - Quem está sendo grosseiro agora é V.Exa., Deputado.

A Deputada está no seu tempo.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Eu estou no meu tempo. Eu pedi a V.Exa. que concluísse. Obrigada.

O Sr. Pepe Vargas - A Deputada lhe deu o aparte, e V.Exa. está exorbitando do aparte.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Concedo um aparte ao Deputado Pepe

Vargas.

Obrigada, Deputado Heráclito.

O Sr. Pepe Vargas - Eu queria parabenizá-la pela intervenção e dizer que há gente aqui com cacoete seletivo quando fala de corrupção: quando é a corrupção vinculada aos seus aliados, eles não falam de corrupção. É um escândalo, em minha opinião, que a Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil seja ocupada por uma pessoa ligada ao Sr. Eduardo Cunha. Todas as matérias legislativas passam pela a Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, todas: as que saem desta Casa e as que saem do Executivo em direção a esta Casa. É um verdadeiro absurdo! Então, V.Exa. está coberta de razão ao questionar aqui tudo isso, além da situação das Pastas que estão sendo extintas, com economia nenhuma, porque vão economizar o valor do salário de um Ministro tão somente. Não haverá economia nenhuma! Mas é lamentável que, além dos Ministérios da Cultura e das Secretarias

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das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, também esteja sendo extinto o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Para este Governo, a política fundiária do Brasil e a política de reforma agrária virou uma política de assistência social, e não de desenvolvimento rural do nosso País. E o que é pior: a política voltada para a agricultura familiar vai ficar no Ministério da Agricultura, sem ter sequer um departamento.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - É um absurdo! V.Exa. pode dizer que é um absurdo.

O Sr. Pepe Vargas - É um absurdo! Então, eu queria saber o que os

Deputados ligados à agricultura familiar que votaram favoravelmente ao golpe vão dizer na sua base sobre a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Obrigado, Deputada.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Eu concordo com V.Exa. e vou me permitir fazer até mesmo uma observação. Quem está acabando com a Controladoria-Geral da União — CGU não tem condições políticas de fazer um aparte a mim ou a qualquer Parlamentar que esteja denunciando este golpe e dizer que este golpe é contra a corrupção. V.Exas. estão incentivando os corruptos. V.Exas. estão colocando a turma do Eduardo Cunha ali, grudada em Michel Temer. Isso é inaceitável! Ficarão V.Exas., para a história, como golpistas e corruptos!

Concedo um aparte à Deputada Jô Moraes.

A Sra. Jô Moraes - Cara Deputada Maria do Rosário, eu queria cumprimentar

V.Exa. pela dimensão do seu pronunciamento, assim como a Deputada Angela

Albino. O balanço que V.Exas. fazem dos primeiros dias desse Governo interino e ilegítimo é assustador! Os relatos das ações nefastas que esse Governo está

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empreendendo contra o povo brasileiro nos deixam preocupada! Por isso, eu cumprimento V.Exa. e digo que a voz dos brasileiros e das brasileiras comprometidos com a democracia está representada na voz de V.Exa.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - A Deputada Jô Moraes falou aqui pelas mulheres brasileiras, mulheres que não aceitam ser colocadas para fora do

Governo, mulheres que não aceitam papéis secundários, mulheres que contribuem e que, sendo a maioria do eleitorado, veem nesse desgoverno de Michel Temer um atraso para todas as mulheres brasileiras.

Deputado Angelim, por favor, concedo a palavra a V.Exa.

O Sr. Angelim - Sra. Deputada Maria do Rosário, quero cumprimentá-la pela precisão da sua análise da interinidade do Governo Temer. Quero dizer que é um governo marcado por decisões macabras. Em um dia, um Ministro anuncia a decisão de subtrair direitos e, logo em seguida, é desmentido pelo próprio Governo.

Esse é um governo que não tem uma linha definida de pensamento, que não tem um projeto para o País. Parabéns pelo pronunciamento de V.Exa., Sra. Deputada!

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Agradeço ao Deputado Angelim.

Nós estamos aqui, colegas Deputados e Deputadas, para resistir e para lutar.

Nós não viemos à Câmara dos Deputados a passeio. Nós estamos na Câmara dos

Deputados para firmar a democracia do Brasil!

Esta Casa precisa ser mais altiva. Dirigida, por largo período, por um corrupto como Eduardo Cunha, a Casa dobrou-se, perdeu o tônus de uma espinha dorsal e colocou-se diante do golpe em posição lamentável para a história brasileira.

Senhores e senhoras, em defesa da democracia, dos direitos humanos, da cultura, da ciência e da tecnologia, não ao golpe!

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Por último, digo que hoje é um dia importantíssimo para aqueles que lutam por justiça no mundo. No mundo inteiro, os que lutam contra a homofobia, a lesbofobia e a transfobia batalham para serem reconhecidos como cidadãos de direitos. Presto minha homenagem a esses lutadores e lutadoras contra todos os preconceitos.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Nelson

Marquezelli.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero somente registrar a minha presença, porque minha digital não está sendo assinalada.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Arnaldo Faria de Sá, por 1 minuto.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu só queria deixar registrada uma coisa com a qual eu fiquei indignado. O Ministro Henrique Meirelles levou a Previdência Social para o

Ministério da Fazenda, mas deixou o INSS no MDS — Ministério do

Desenvolvimento Social e Agrário. Não dá para entender. A máquina da Previdência

é composta por funcionários do INSS. Então, é lamentável que tenha deixado o

INSS no MDS.

Não tem nada a ver que os funcionários da Previdência Social, com a capacidade e a competência que têm, heroicamente suportando várias dificuldades e vários problemas, mas garantindo o atendimento, nesta hora sejam abandonados

à sorte do MDS.

Quando esta proposta vier para esta Casa, eu vou emendar. Vou tentar impedir que isso aconteça.

O mesmo digo em relação a outra informação que recebemos, a de que o

Ministro quer juntar o SERPRO com a DATAPREV. Não tem nada a ver uma coisa com a outra! A DATAPREV é eficiente, eficaz, produtiva, dá resultado, e o SERPRO está superado.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Zé Geraldo, por 1 minuto.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero dar como lido meu pronunciamento de minha autoria e pedir que os meios de comunicação desta Casa e o programa A Voz do Brasil deem-lhe ampla divulgação.

Quero repudiar e denunciar o ato pelo qual o Presidente Temer decretou a saída do Presidente da Empresa Brasil de Comunicação — EBC, Sr. Ricardo Melo, que teria praticamente mais 4 anos de mandato. O Presidente o exonerou! Isso foi publicado no Diário Oficial de hoje.

Entrarei com uma ação no Ministério Público Federal contra essa decisão do

Presidente Michel Temer.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, transcrevo, na íntegra, a Carta aberta ao presidente interino Michel Temer , da lavra da jornalista Tereza Cruvinel:

“Na noite de 19 de fevereiro de 2008, o senhor foi

um dos 336 deputados que aprovaram a Medida

Provisória 398, depois convertida na Lei 11.652/2008.

Como presidente indicada da futura Empresa Brasil de

Comunicação, cuja criação a MP autorizava, estive à

frente das articulações e acordos no Congresso para sua

aprovação, empenhando minha credibilidade profissional

no compromisso de instituir um sistema público de

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comunicação independente e democrático, traduzindo a

previsão do art. 223 de nossa Constituição de que

houvesse complementaridade entre sistemas de

radiodifusão privado, público e estatal. Conversamos

sobre o projeto na época e V.Exa., compreendendo sua

natureza democrática, deu-lhe o seu voto. Em seu partido,

apenas três entre 76 deputados votaram contra. Recordo

aquela passagem nesta madrugada em que vejo no Diário

Oficial um decreto seu exonerando o atual diretor-

presidente da EBC, Ricardo Melo, ao arrepio da lei que

ajudou a aprovar.

A lei aprovada com seu voto, senhor presidente, ao

assegurar um mandato de quatro anos ao diretor-

presidente da EBC, buscou preservar a independência

dos canais públicos em relação às mudanças na

superestrutura do poder político. Com o mesmo objetivo

instituiu um Conselho Curador encarregado de

supervisionar a programação e o conteúdo de tais canais,

composto por 15 representantes da sociedade civil, quatro

do Governo, dois do Congresso Nacional e um dos

empregados. E ainda uma Ouvidoria independente para

recolher e encaminhar críticas, queixas e denúncias de

eventuais distorções vindas da sociedade.

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O decreto publicado no Diário Oficial de hoje

exonera o diretor-presidente Ricardo Melo, nomeado em 2

de maio, invocando o artigo 19 da Lei 11.652, que se

refere expressamente ao mandato ignorado. E cita ainda

o Decreto 6.689/2007, que ao instituir os estatutos da

empresa, diz no inciso I que a nomeação é prerrogativa

do Presidente da República. Mas ignora, propositalmente,

o parágrafo segundo do inciso II, que diz: “É de três anos

o prazo de gestão da Diretoria Executiva, exceto o

Diretor-Presidente, que terá mandato de quatro anos,

permitida a recondução“. Esta flagrante violação legal não

atenta contra a pessoa do diretor. Atenta contra a

independência que a lei buscou garantir ao sistema

brasileiro de comunicação pública, protegendo seu

principal gestor de pressões políticas que desvirtuariam

sua finalidade.

Cumpri o meu mandato entre 2007 e 2011 sem

nunca ter sofrido pressões do Governo do ex-Presidente

Luiz Inácio Lula da Silva, nem do governo da presidente

Dilma Rousseff (no qual presidi a empresa por apenas

dez meses) para direcionar os conteúdos de tais canais.

Valer-se deles para favorecer, perseguir ou manipular

seria trair os fundamentos da comunicação pública e os

compromissos firmados com a sociedade e com o

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Congresso na luta pela aprovação da lei em 2007. Os

dirigentes que me sucederam também preservaram estas

diretrizes. Agora mesmo, na conjuntura de acirrada luta

política que resultou em sua investidura, os canais da

EBC garantiram a pluralidade abrindo espaço para atores

dos dois polos da disputa, bem como para pensadores,

cientistas’ políticos e analistas com distintas visões do

processo.

A implantação do sistema público de comunicação,

inspirado em modelos sedimentados nas melhores

democracias do mundo, não foi uma invenção aparelhista

do PT, do ex-presidente Lula ou de seu ex-ministro

Franklin Martins, que foi exemplar na observância da

natureza da empresa. A EBC foi decorrência de um forte

movimento da sociedade, que reuniu jornalistas,

radialistas, artistas, acadêmicos, produtores culturais e

toda a cadeia do audiovisual brasileiro em defesa de sua

criação. Ao receber a Carta de Brasília, documento final

do Fórum da TV Pública, o então presidente Lula

comprometeu-se com sua criação e, juntamente com o

Congresso, proporcionou a sua concretização. Trata-se,

pois, de uma conquista de nossa jovem democracia,

agora ameaçada pelas notícias de que seu governo

pretende rebaixar os canais públicos à condição de

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serviços de comunicação governamental, começando

pela exoneração que atropela o mandato.

Não integro a direção da EBC desde 2011 e só

muito recentemente passei a prestar serviços à empresa

como entrevistadora do programa Palavras Cruzadas e

comentarista eventual. Mas, pelo papel que tive em sua

gênese, tenho o dever histórico de protestar contra esta

violação da lei que é o marco garantidor de um sistema

realmente público. Esta lei, aprovada com seu voto,

manda que a programação, complementar à das mídias

privadas ou estatais, tenha natureza essencialmente

informativa, cultural e formadora da cidadania,

observando a diversidade da sociedade. Diversidade

cultural, étnica, regional e política. Manda que atente para

os esquecidos por outros melos e para os que não têm

voz. E é isso que vem sendo feito nos últimos oito anos

pela EBC, embora muito ainda falte para sua plena

consolidação.

Num grande esforço de funcionários e gestores, a

TV Brasil foi implantada nos primeiros 40 dias de meu

mandato e passou a compor o sistema juntamente com as

rádios Nacional e a Agência Brasil de Notícias, já

existentes. Enfrentamos, eu e os que estivemos à frente

do projeto em sua fase inicial, preconceitos e

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incompreensões, a diuturna oposição dos melos privados,

a carência de infraestrutura e de canais disponíveis no

espectro analógico. Apesar disso, o projeto vingou e

avançou nos últimos oito anos, deparando-se agora com

a mais grave ameaça à sua sobrevivência como coisa

pública.

E o Governo, sendo seu maior (mas não único)

financiador, fica privado de atendimento?, perguntou-se

muito na época da votação da MP. A lei trouxe resposta.

Previu que a nova empresa iria incorporar a antiga

Radiobrás, agência de comunicação governamental. E

assim reservou também à EBC a tarefa de prestar

serviços de comunicação ao Governo Federal. Entre eles

a gestão da TV NBR, esta sim, canal governamental, a

produção do segmento do Poder Executivo da Voz do

Brasil, a transmissão de atos oficiais e semelhantes. Para

dar conta desta tarefa, em esfera que não se confundisse

com a gestão dos canais públicos, criamos a Diretoria de

Serviços. Através de um contrato com a extinta

SECOM/PR, esta unidade passou a atender todas as

demandas do Palácio do Planalto, Ministérios e outros

órgãos federais. Tais serviços, entretanto, não podem ser

confundidos com os canais públicos.

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Senhor Presidente: a sociedade reconhece a TV

Brasil e os canais EBC como coisa sua. E protestará

contra a destituição do diretor-presidente ao arrepio da lei,

não para defender um direito subjetivo dele. O que está

em causa é a inobservância da lei e a preservação de um

direito difuso da sociedade brasileira, o direito a uma

comunicação pública complementar e independente,

asseguradora da expressão da diversidade e da

pluralidade, característica das sociedades democráticas.

Foi isso que a Câmara dos Deputados aprovou

naquela noite, com o seu voto. Não o renegue aniquilando

a comunicação pública. A EBC é capaz, com seus

recursos humanos e sua infraestrutura, de geri-la sem

deixar de atender às demandas de seu governo através

da instância específica.”

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Tem a palavra o Deputado Simão Sessim.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, tive a satisfação de conviver nesta Casa com o

Presidente Michel Temer. Fui, portanto, como muitos outros colegas, um expectador privilegiado da capacidade de S.Exa. de liderar e conciliar em favor do interesse público. Por isso, estou confiante no Governo do Presidente Temer.

Contudo, sua missão será espinhosa, sem dúvida, não só pelas dificuldades econômicas que o Brasil enfrenta no momento, mas também pelas consequências.

E delas, a pior de todas é o desemprego — os dados nacionais indicam 11 milhões de pessoas desempregadas, quase todas jovens, em uma fase em que a vida toda se define. É um dado cruel. O Brasil precisa com urgência crescer e abrir espaços de trabalho para toda essa gente.

Sem dúvida, nós aqui somos parte da solução. Neste momento, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal desempenham papel altamente relevante, porque seremos autores ou partícipes das propostas de reforma que baterão aqui a qualquer momento. Daremos a nossa contribuição. Seremos a voz do povo.

Seremos, de fato, os representantes de S.Exa. para, com equilíbrio, sugerir e aprovar medidas que desentravem os caminhos do desenvolvimento.

Cabe aos partidos com assento nesta Casa que têm interesse, de fato, na redução do desemprego estar representados no Ministério de Michel Temer, que conta com figuras ilustres dispostas ao trabalho árduo, rápido e eficaz no sentido de aliviar as dores da população.

Então, vamos à obra: dediquemos todo o esforço à avaliação das propostas que o Governo nos enviar; apresentemos sugestões; façamos as emendas que

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julgarmos melhores alcançarmos os resultados almejados, mas sabendo que há, no

Brasil, repito, 11 milhões de pessoas aguardando as decisões do Governo do

Presidente Michel Temer e do Congresso Nacional.

Muito obrigado. Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Encerrado o Grande Expediente, concederemos a palavra para breves comunicações.

Concedo a palavra ao Deputado Mauro Pereira, por 1 minuto.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós acabamos de acompanhar o pronunciamento de uma Deputada Federal do PT do Rio Grande do Sul. A impressão que dá é a de que esses Deputados do Partido dos Trabalhadores pensam que o povo brasileiro tem amnésia.

Eles quebraram o Brasil, quebraram as nossas empresas, a PETROBRAS, os fundos de pensão, há em torno de 12 milhões de pessoas desempregadas. O

Presidente Michel Temer vai colocar a casa em ordem agora, e eles não se conformam com isso.

O Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, por meio do — Centro de

Professores do Estado do Rio Grande do Sul — CPERS, está incentivando os alunos a invadir escolas, a fazer bagunça — e o PCdoB também! É falta de criatividade, é uma criatividade muito ruim, para o mal!

Então, que bom que nós, Deputados Federais, tiramos o PT do Governo, tiramos a Dilma, tiramos o Lula, o chefe de todo o sistema de corrupção, conforme disse Rodrigo Janot. Então, é lógico que eles vão ocupar a tribuna, vão falar, vão falar!

Mas, por favor, não fiquem induzindo os alunos a invadir escolas!

Coitados, os nossos alunos têm é que estudar! Essa Presidente do CPERS, essa petista, fica fazendo baderna em nosso Estado, o Rio Grande do Sul.

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Presidente do CPERS, por favor, vamos ter um pouquinho de juízo; vamos pensar no povo brasileiro; vamos pensar nas nossas crianças; vamos pensar no dia a dia desses jovens e não ficar induzindo-os a brigar, a fazer desfeita às autoridades. Por favor!

Parabéns à nossa brigada militar por ter acabado com a bagunça em Porto

Alegre na sexta-feira à noite!

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Jose Stédile, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSB.

O SR. JOSE STÉDILE (PSB-RS. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estou hoje aqui para falar da minha cidade, minha querida Cachoeirinha, que neste domingo, dia 15, completou 50 anos.

Uma pequena queda d'água no Rio Gravataí deu origem ao nome do

Município. Apesar de jovem, Cachoeirinha é um dos mais importantes Municípios gaúchos. Ocupa o 13º lugar no ranking da economia do Estado. Aloja grandes empresas que optam pelo Distrito Industrial por conta da facilidade logística e pelos investimentos feitos pela Prefeitura ao longo dos anos. Estamos próximos da BR-

290, da BR-116 e da ERS-118.

Cachoeirinha faz divisa com os Municípios de Gravataí, Esteio, Alvorada,

Canoas, Sapucaia do Sul e Porto Alegre. Conta com uma população de 118 mil habitantes e possui 44 quilômetros quadrados de extensão.

O movimento de emancipação, há 50 anos, teve como lideranças José

Teixeira, Padre Jeremias, José Prior, Osvaldo Correa, Martinho Espíndola e Rui

Teixeira, entre outros.

O primeiro comandante do nosso Município foi Francisco Valls Filho (15 de maio de 1966 a 31 de janeiro de 1968), escolhido como interventor. Foi sucedido por

Rui da Silva Teixeira (31 de janeiro de 1968 a 2 de julho de 1969), o primeiro

Prefeito eleito pelo voto popular, ainda vivo, graças a Deus. Por problemas políticos,

Rui foi destituído do cargo e assumiu em seu lugar o interventor Aury de Oliveira (1º de janeiro de 1969 a 31 de março de 1973). Depois veio Alécio Caetano Goulart (2 de julho de 1969 a 1º de setembro de 1969 e 31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro

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de 1977). Foi sucedido por Francisco José Rodrigues (31 de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983). Depois vieram Francisco de Medeiros, nosso Prefeito em duas oportunidades; Gilso Nunes; Maurício de Medeiros; José Stédile, este que vos fala, em duas oportunidades. E hoje o Prefeito é Luiz Vicente da Cunha Pires, o Vicente, do meu partido, eleito por duas vezes.

No fim dos anos 60, a economia de Cachoeirinha estava baseada no cultivo de hortifrutigranjeiros e na criação de gado, destacando-se, sobretudo, pela produção leiteira, que a levou a ser reconhecida como Cidade do Leite. Mas em

1970 a economia do Município diversificou-se e tomou impulso com a instalação do

Distrito Industrial, que gerou um surto migratório de catarinenses e gaúchos provenientes de regiões como Palmeira das Missões e Santo Antônio da Patrulha.

Esse Distrito foi significativamente ampliado com a instalação da fábrica da Souza

Cruz, a mais importante empresa do setor na América Latina, e abrigou também parque gráfico transferido do Rio de Janeiro. Apesar da crise econômica que assola o Brasil, Cachoeirinha se mantém forte na luta pela busca de mais conquistas.

Cito aqui algumas das obras e ações executadas que foram e são essenciais para o desenvolvimento do nosso Município: pavimentação de mais de 90% das ruas; duplicação e revitalização da Flores da Cunha; criação e ampliação do Distrito

Industrial; construção do Ginásio de Esportes; implementação do plano de carreira dos servidores; iluminação pública; construção do dique; construção do duto forçado; construção da Casa da Cultura; retirada das famílias de áreas de risco como Vila Olaria; instalação de novas sinaleiras, as mais modernas do Estado; comunidade terapêutica do Município; construção de novas escolas materno-infantis

(as antigas creches); construção do Parcão; construção da nova ponte de acesso à

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cidade; instalação de posto 24 horas, novos postos de saúde; novas escolas, entre outros.

Quero agradecer a todos os trabalhadores e a todas as trabalhadoras, aos empresários e às empresárias da nossa cidade e a todos os cidadãos que ajudaram e continuam ajudando na construção da nossa cidade.

Obrigado a todos!

Esperamos que Cachoeirinha continue evoluindo e que, nas próximas décadas, os valores repassados aos nossos filhos sejam o que devemos ser, o que devemos fazer e, por fim, o que podemos vir a ter.

Prosperidade para Cachoeirinha! Parabéns pelos seus 50 anos!

Muito obrigado pela oportunidade, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Vamos passar ao período de breves comunicações.

Passo a palavra ao primeiro inscrito, Deputado Rafael Motta.

O SR. RAFAEL MOTTA (PSB-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a exemplo do orador que me antecedeu, Deputado Jose Stédile, com o exemplo de gestão em Cachoeirinha, nós estivemos ontem na capital de

Pernambuco, , dialogando com o jovem Prefeito Geraldo Julio e com seus auxiliares a respeito das gestões que fizeram sucesso em nosso País.

O Prefeito Geraldo Julio, do PSB, tem demonstrado, na capital pernambucana, que é possível fazer diferente, que é possível fazer uma capital autossustentável, uma capital com inteligência na gestão, em especial no que diz respeito ao reconhecimento como uma cidade inteligente, como uma smart city . A interação do poder público com os cidadãos é de suma importância para se fazer uma gestão de sucesso. O Prefeito Geraldo Julio tem demonstrado isso com sua gestão, a gestão do PSB, naquela capital.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Jorge Tadeu

Mudalen. S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.

O SR. JORGE TADEU MUDALEN (DEM-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer uma homenagem a

Cauby Peixoto, que faleceu no dia de ontem. Esta Casa fez uma homenagem justa a ele. Quando esteve aqui, nós demos a maior condecoração desta Casa ao ícone da música brasileira Cauby Peixoto. Ele havia dito que uma das maiores comendas que recebeu na vida foi a homenagem que esta Casa fez a sua pessoa.

Então, quero deixar aqui registrado que o homenageei quando era 2º

Secretário. Inclusive, está gravada em vídeo a homenagem que esta Casa fez a um dos maiores cantores brasileiros, que foi Cauby Peixoto.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci) - Concedo a palavra ao Deputado Valmir

Assunção.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar que ontem, dia 16, foi o Dia do Gari. No Estado da Bahia, sobretudo em Salvador, a categoria tem um sindicato muito forte, do qual Ana Angélica Rabello Oliveira Santos é a coordenadora. E há um Vereador, Suíca, que faz um trabalho importante.

Quero saudar todos os garis do Brasil, sobretudo a Ana Angélica e o meu companheiro Suíca, Vereador de Salvador.

Sr. Presidente, quero também dialogar com a população brasileira. Parte da

Oposição — basicamente PSDB e DEM — dizia que com o impeachment da

Presidenta Dilma estariam resolvidas todas as crises, que o Congresso iria funcionar e que haveria um sentimento de tranquilidade no País. Ao contrário, o que temos é uma situação muito difícil. E disso toda a sociedade brasileira tem conhecimento.

A Presidenta Dilma, uma mulher séria e honesta, presidia o País. Houve um golpe em que rasgaram a Constituição brasileira, romperam com o processo democrático e o Vice-Presidente Michel Temer assumiu a Presidência interinamente.

Ele colocou no seu Ministério um conjunto de homens brancos, ricos e que estão sendo investigados. É um Governo só de homens, em uma sociedade em que as mulheres correspondem a 52% da população. É “um tapa na cara” da sociedade brasileira. O povo brasileiro não pode aceitar isso.

E ainda extinguiu o Ministério da Cultura, o Ministério do Desenvolvimento

Agrário, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a Secretaria

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de Políticas para as Mulheres. Ele acabou com todos os espaços em que a sociedade organizada tinha voz e vez.

O interessante é que, no último domingo, durante sua fala em uma emissora nacional, houve panelaço em todo o Brasil, e até agora eu não vi o PSDB aplaudir o panelaço, como fazia com a Presidenta Dilma. E eu não estou vendo os coxinhas nas ruas contra o Ministério do Presidente interino, Michel Temer — quase todos os

Ministros estão envolvidos na Lava-Jato. A sociedade brasileira foi às ruas, desde

2013, justamente para reivindicar ética na política. E Michel Temer faz um Governo com suas características de golpista — principal coordenador do golpe —, além de nomear Ministros envolvidos na Operação Lava-Jato. Eu quero ver o que o Supremo

Tribunal Federal vai fazer — se vai tomar alguma atitude ou não; se vai ser conivente com essa situação ou não.

Os golpistas têm que se posicionar nesta Casa. É lógico que eles ficarão marcados como golpistas para sempre. Estão marcados, mas é preciso que venham

à tribuna rebater isso.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Valmir

Assunção.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste dia 16 de maio comemoramos o

Dia Nacional dos Trabalhadores em Limpeza. Quero, antes de tudo, cumprimentar o

SINDILIMP, na figura de sua Coordenadora, Ana Angélica Rabello Oliveira Santos, e o Vereador Suíca, de Salvador, grande defensor dos direitos dos trabalhadores em limpeza.

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Essa categoria é importantíssima para o bem-estar de nossas cidades. Os agentes de limpeza são responsáveis diretos pela saúde pública. Sem esses profissionais, o que seria de nossas cidades?

E justamente por isso é fundamental que os direitos desses trabalhadores e trabalhadoras sejam respeitados. Problemas relacionados à terceirização sem garantia de direitos e falta de pagamento pelas empresas são questões que estão na pauta de luta da categoria.

Já manifestei nesta Casa que os agentes de limpeza são imprescindíveis ao desenvolvimento da sociedade. Trata-se de uma categoria forte na Bahia, que conta com o meu mandato sempre.

Parabéns aos agentes de limpeza de todo o Brasil!

Sr. Presidente, gostaria que este pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do Brasil e nos veículos de comunicação da Casa.

Obrigado!

Durante o discurso do Sr. Valmir Assunção, o Sr.

Izalci, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno,

deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.

Mauro Pereira, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Para uma breve comunicação, concedo a palavra ao Deputado Cabo Sabino, do PR do Ceará. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. CABO SABINO (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, telespectadores da TV Câmara , há cerca de 15 dias nós trouxemos a esta Casa a denúncia de que a Secretaria de Justiça do

Estado do Ceará encaminhou para Brasília um detento — traficante com uma ficha extensa — para participar de uma conferência de direitos humanos. Tudo foi pago com dinheiro público, pelo cidadão brasileiro. Naquele evento, fizeram nota de repúdio à minha pessoa por ter denunciado o caso.

Eu gostaria que os órgãos de direitos humanos fizessem nota de repúdio também à situação dos agentes penitenciários que trabalham arriscando 100% de suas vidas, mas só recebem 60% a título de adicional de risco de vida no Estado do

Ceará. Eu gostaria que fizessem também nota de repúdio às condições de trabalho dos agentes socioeducativos, que vivem em situação degradante.

Segundo o Diretor das casas socioeducativas, a instituição tem que levar os menores presos que estão cumprindo medidas socioeducativas a shows de piadas.

Para isso usam o carro do poder público, abastecido com gasolina paga com dinheiro público. Não há nota de repúdio a isso. Não há nota de repúdio aos contratos de 60 mil reais, sem licitação, com uma empresa para ensinar jogo de xadrez aos presos no presídio do Ceará. Mas não repudiam a falta de dinheiro — cem reais — para consertar uma espingarda calibre 12 para dar segurança ao presídio.

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Eu acho engraçado: sobra dinheiro para pagar passagem aérea, hospedagem e alimentação da equipe de segurança e do preso para vir a uma conferência de direitos humanos, mas esses mesmos órgãos de direitos humanos não estão no

Ceará, neste momento, ao lado dos agentes penitenciários, que na quinta-feira vão paralisar as suas atividades.

O que já é um caos nos presídios cearenses vai ficar pior. Todos os dias descobrem-se escavações de túneis para a fuga de presos; os presídios estão abandonados; há presos soltos dentro de suas alas. É preciso a presença do batalhão de choque para fornecer alimentação para os presos. E todos os dias aparece um ou dois presos mortos dentro da prisão. Como fica a família desses presos?

Seria muito bom que a Comissão de Direitos Humanos se preocupasse também com os seres humanos honestos, com aqueles que contribuem e trabalham para a sociedade.

Podem divulgar quantas notas de repúdio quiserem. Nesta tribuna, enquanto eu estiver exercendo o mandato, denunciarei tudo o que for errado, sempre que brincarem com o dinheiro público e com o povo do Estado do Ceará. O que chegar

às minhas mãos eu tornarei público para o povo conhecer, como, por exemplo, o caso do Secretário de Justiça do Estado do Ceará, que não tem mais condições de estar à frente da Pasta. Ou será que é o crime organizado, que são o PCC e o

Comando Vermelho que realmente estão dando as cartas na Secretária de Justiça do Estado do Ceará?

Por isso, é necessário que as autoridades, o Governador Camilo Santana, que tem feito um bom governo, tome uma atitude, caso contrário tudo o que fez irá

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por água abaixo. Ou ele muda o Secretário de Justiça do Estado do Ceará ou o

Comando Vermelho vai mudar o Governador.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Cabo

Sabino.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado João

Daniel, do PT de Sergipe. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero saudar com muito carinho os diretores e funcionários da TV

Atalaia, em Sergipe, que comemora 41 anos. Quero parabenizar os jornalistas — homens, mulheres —, profissionais, trabalhadores, todos os que labutam na TV

Atalaia .

A TV Atalaia é um símbolo da resistência, da luta contra a ditadura militar no nosso Estado. Acompanhei por diversos períodos históricos sua luta na defesa dos direitos da sociedade sergipana, dos movimentos sociais, sua luta contra as injustiças, sempre firme na defesa da cidadania.

Parabéns a todos os que trabalham na TV Atalaia pelos 41 anos de muito sucesso. Que continue sendo a voz firme e democrática do povo sergipano.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado João

Daniel.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Com a palavra o Deputado Zé

Geraldo, do PT do Pará, pelo tempo regimental de 3 minutos.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os que me ouvem neste momento, hoje está se realizando aqui em Brasília uma reunião do Diretório Nacional do Partido dos

Trabalhadores com mais de 500 lideranças de todo o País. A nossa bancada, a maioria de Senadores e Deputados Federais, está presente debatendo e analisando a conjuntura político-econômica que o País vive, analisando exatamente essas primeiras medidas desastrosas do Presidente em exercício Michel Temer.

É um Presidente que começa extinguindo Ministérios como o Ministério da

Previdência Social, o Ministério do Desenvolvimento Social, o Ministério do

Desenvolvimento Agrário, em nome do enxugamento da máquina pública. Mas é exatamente isso que toda essa turma do PSDB, do PMDB, do DEM e dos demais partidos vai fazer com este País. Nós já vimos esse filme. No período da Nova

República, do Presidente José Sarney, passando por Itamar Franco, Fernando

Collor e Fernando Henrique Cardoso, este por 8 anos, este País foi para o buraco.

Até o Presidente Lula ganhar as eleições. Havia desemprego, falta de infraestrutura, fome, miséria e violência. O País, sempre de joelhos, devia ao FMI. E agora eles vão trilhar o mesmo caminho.

V.Exas. e o povo brasileiro vão ver daqui a alguns dias, daqui a pouco tempo, se a Presidenta Dilma não voltar… Espero que na votação do julgamento do mérito do impeachment o Senado esteja com a cabeça no lugar para devolver o mandato à

Presidenta Dilma, respeitando a democracia deste País, porque o que fizeram na

Câmara e no Senado até agora foi uma covardia, um assalto ao poder, um golpe.

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O Michel Temer, na adoção das primeiras medidas, por exemplo, demitiu arbitrariamente o Presidente da EBC — Empresa Brasil de Comunicação. Há uma lei que estabelece que, uma vez eleito, o Presidente da EBC assume mandato de 4 anos, prorrogáveis por mais 4 anos. Mas Michel Temer o demitiu. Saiu no Diário

Oficial da União de hoje a exoneração do Presidente da EBC.

Então, é um Presidente que já começa com vários desgastes, inclusive na questão de gênero, por não ter nomeado uma Ministra mulher. Agora ele tenta remendar dizendo que vai colocar uma mulher na Cultura, na Secretaria tal. Mas ele não vai nomear nenhuma Ministra mulher.

Portanto, nós vamos ver, daqui a alguns dias, o povo brasileiro se mobilizar para protestar contra esse Governo que nunca foi para lugar nenhum, e agora é que não vai mesmo, porque governar depois de 12 anos do Presidente...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Zé Geraldo, do PT do Pará.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado

Rocha, do PSDB do Acre, pelo tempo regimental de 3 minutos.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, venho a esta tribuna com a tranquilidade de quem não ocupa nenhum cargo, de quem não indicou ninguém para nenhum cargo no Governo Michel Temer.

A verdade, Sr. Presidente, é que existe toda uma tentativa de Parlamentares ligados ao PT e de Parlamentares petistas de inviabilizar não o Governo Temer, mas o Brasil. Querem destruir o pouco que sobrou deste País, por 13 anos desgovernado por eles.

Nunca é demais lembrar, Sr. Presidente, que, quando Parlamentares do

Partido dos Trabalhadores falam de desemprego, esquecem que hoje o Brasil tem mais de 11 milhões de pais e mães de família que não têm emprego, que não podem garantir o sustento de suas famílias.

Esquecem que os Governos do PT colocaram o Brasil na maior crise da sua história.

Esquecem que o povo brasileiro não acredita mais nos políticos ligados ao

Partido dos Trabalhadores, que mentiram durante as campanhas eleitorais, que se envolveram em todo tipo de corrupção — basta ver a quantidade de presos e condenados pela Operação Lava-Jato.

O fato é que o PT, que colocou o Brasil nesta situação de dificuldades, hoje tenta inviabilizar o País. Tentam trazer para esta Casa o discurso, certamente bolado pelo marqueteiro João Santana, de que a Presidente Dilma foi vítima de um golpe.

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Esquecem eles, Sr. Presidente, que uma eleição não dá o direito a ninguém, nem mesmo à Presidente da República, de se beneficiar com o roubo da

PETROBRAS.

Sr. Presidente, eles não querem entrar no debate, não querem discutir o conteúdo das gravações divulgadas para a opinião pública que envolviam o ex-

Presidente Lula na tentativa clara de obstrução dos trabalhos da Justiça.

Não foi o PSDB que levou mais de 550 bilhões da PETROBRAS, mais de 400 bilhões do BNDES, mais de 110 bilhões dos Fundos de Pensão. Quem fez isso foi o

Partido dos Trabalhadores, que hoje faz uma tentativa clara de inviabilizar não o

Governo Michel Temer — a população brasileira ainda deposita alguma esperança em ver o Presidente interino apontar saídas para a crise em que o PT colocou o

Brasil —, mas o País.

Pode ter certeza, Sr. Presidente — e eu disse que não indiquei ninguém para cargo nenhum na estrutura de governo do Presidente Michel Temer —, de que nós não vamos deixar que inviabilizem o País aqueles que hoje se colocam como arautos da moralidade. Não se esqueçam de que o Partido dos Trabalhadores foi o partido que se envolveu nos maiores casos de corrupção da história do País. Nós queremos — o pacto que o PSDB tem é a favor do Brasil, a favor do povo brasileiro

— fazer o povo sonhar.

Disse alguém que “pior do que está não fica” . E eu até concordava. Hoje eu acredito: pior do que está não fica.

Então, Sr. Presidente, quero agradecer a V.Exa. e dizer que vamos lutar para que o Brasil dê certo, ao contrário dos petistas, que tentam inviabilizar o País.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Rocha, do

PSDB do Acre. Parabéns pelo trabalho!

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Átila

Lira, do PSB do Piauí, por 1 minuto.

O SR. ÁTILA LIRA (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apresentamos requerimento de realização de audiência pública na Comissão de Educação para debater a oferta de cursos superiores a distância, em especial nas áreas de Engenharia e Enfermagem.

A oferta de cursos superiores a distância está sendo ampliada para diversas

áreas, causando temores entre as profissões, especialmente nas áreas de

Engenharia e Enfermagem, que requerem atenção especial quando se trata da oferta de cursos de graduação a distância.

Em virtude da natureza e da complexidade do tema, torna-se necessária a realização dessa audiência pública para o debate de Parlamentes, Ministério da

Educação e Conselho Nacional de Educação sobre essa modalidade, que está sendo muito criticada pela fragilidade, sobretudo em áreas de laboratório, como

Enfermagem e Engenharia, que tradicionalmente são áreas de ensino presencial.

Está havendo uma expansão muito grande da educação a distância, comprometendo a qualidade do ensino superior nessas duas áreas, nessas duas profissões tradicionais, sobretudo porque uma cuida da estrutura das construções e a outra, da vida.

Sr. Presidente, era o que eu gostaria de dizer.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Átila Lira, do PSB do Piauí.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo a tribuna neste momento para expor o requerimento que apresentei para a realização de audiência pública da

Comissão de Educação para debater a expansão da oferta de cursos superiores a distância, em especial nas áreas de Engenharia e Enfermagem.

A oferta de cursos superiores a distância está sendo ampliada para diversas

áreas, causando temores entre os órgãos de representação de algumas profissões, especialmente nas áreas de Engenharia e Enfermagem, que requerem atenção especial quando se trata da oferta de cursos de graduação a distância, em virtude da natureza e da complexidade do tema.

Por isso, torna-se bastante oportuna a realização da audiência pública proposta nesse requerimento, no qual sugerimos que o debate envolva atores relevantes para o aprofundamento do tema.

A realização da audiência pública é igualmente relevante porque tramita nesta

Casa, pronto para inclusão na pauta da Comissão de Educação, o Projeto de Lei nº

2.891, de 2015, do Deputado Orlando Silva, que obriga a formação em enfermagem em cursos exclusivamente presenciais.

Ademais, há a novidade da recentíssima homologação do Parecer nº 564, de

2015, convertido na Resolução nº 1, de 11 de março de 2016, que “estabelece diretrizes e normas nacionais para a oferta de programas e cursos de educação superior na modalidade a distância” .

Não podemos negligenciar a qualidade do ensino, seja na modalidade presencial ou a distância. O Ministério da Educação precisa estar atento ao quadro brasileiro atual para acompanhar e averiguar as condições dos cursos superiores a

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distância e traçar as mudanças necessárias, com a atenção merecida para essas nobres profissões.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Sérgio, do PT do Rio de Janeiro, recuperando o seu tempo de 3 minutos.

O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Obrigado por recuperar o meu tempo, Presidente.

Sr. Presidente, confesso que fiquei abismado com o que ocorreu hoje.

Quando aqui se debateu a criação da Empresa Brasil de Comunicação — é só pesquisar nas notas taquigráficas —, o grande debate ficou centrado na questão de que seria uma televisão pública e não uma televisão de um governo. Por isso, o diretor-presidente da empresa teria que ter um mandato fixo, para ter independência e não se submeter à pressão de nenhum governo.

O atual Presidente, o jornalista Ricardo Melo, foi exonerado pelo Presidente interino Michel Temer. A partir da Lei nº 11.652, de 2008, uma lei nova, que foi muito debatida ao ser aprovada nesta Casa, constituiu-se a Empresa Brasil de

Comunicação. Quer dizer, choca o fato de um Governo provisório, que está apenas iniciando, já desrespeitar uma lei. Isso passa um sinal ruim à sociedade. A Empresa

Brasil de Comunicação passa a ser um órgão de divulgação do Governo ou da sociedade?

O jornalista Ricardo Melo, Diretor-Presidente, está recorrendo à Justiça.

Espero que vença, porque foi nomeado em um ato jurídico perfeito.

Lamento que um dos primeiros atos do Governo provisório de Michel Temer seja o de atropelar uma lei. E olhem que ele é jurista, constitucionalista. Deveria, acima de tudo, respeitar um ato jurídico perfeito como esse em que a Presidenta

Dilma Rousseff nomeou o jornalista Ricardo Melo para a Empresa Brasil de

Comunicação.

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Essa é uma atitude arbitrária, que fere a legislação do País. Espero que o jornalista consiga uma vitória na Justiça e que esse Governo provisório não trilhe esse caminho. Atropelar a lei em vigor é algo a que não queremos assistir aqui no

Parlamento brasileiro.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Luiz Sérgio.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - O próximo Deputado inscrito é o

Deputado João Daniel, do PT de Sergipe, a quem concedo a palavra pelo tempo de

3 minutos.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, peço que seja dado como lido o nosso pronunciamento e divulgado no programa A Voz do Brasil.

O nosso discurso fala da importância de uma grande festa religiosa realizada num Município importante de Sergipe, o nosso querido Município de Indiaroba: a

Festa do Divino.

Tenho participado anualmente desse grande espaço de cultura popular daquela cidade.

Quero parabenizar todos os que organizam essa festa histórica, que tem duração de vários dias.

No domingo encerraremos essa grande manifestação religiosa, junto com o

Padre Acival, o Prefeito Zé Leal, que faz uma grande administração naquele

Município, os Vereadores, em especial o nosso querido Presidente da Câmara,

Selminho, um dos grandes líderes jovens daquele Município, e os trabalhadores e trabalhadoras e grupos jovens.

Vi a bela filarmônica que foi recuperada pela Prefeitura e a cultura forte e bonita daquela cidade.

Então, parabenizo o povo querido de Indiaroba.

Sr. Presidente, demais Parlamentares, gostaria também de dizer que estive ontem em reunião com representantes do Sindicato dos Taxistas do Estado de

Sergipe, na qual estiveram presentes os diretores e o presidente.

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A grande preocupação dos nossos taxistas de Sergipe é com relação a alguns projetos de lei com que se pretende regulamentar o Uber.

O Estado de Sergipe, principalmente a nossa capital, tem tido a importante participação dessa categoria, reconhecida pela seriedade do seu trabalho. Por isso, queremos empenhar publicamente o nosso apoio a todos os projetos que beneficiem os taxistas. Manifestaremos, nesta Casa, a nossa opinião contrária a projetos de regulamentação do Uber. E nos colocamos à disposição de todos os taxistas de

Sergipe. Cuidaremos de algumas reivindicações que encaminharam ao Governo do

Estado.

Aproveito para parabenizar esses profissionais.

Sr. Presidente, tivemos oportunidade de ver a gratidão estampada nos olhos dos taxistas de Aracaju e do restante do Estado de Sergipe ao ouvi-los se referirem aos projetos aprovados e ao tratamento dado pela Presidenta Dilma aos taxistas.

Houve solicitações dessa categoria e eu me orgulhei quando os ouvi dizerem:

“Todos nós, taxistas do Brasil, devemos à nossa grande Presidenta, que tomou medidas no sentido de regulamentar e de autorizar as novas concessões para os

Municípios e de contribuir para o fortalecimento da categoria.”

Parabéns a todos os taxistas, em especial ao Sindicato dos Taxistas do

Estado de Sergipe.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado João

Daniel, do PT de Sergipe.

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro nesta oportunidade o quanto nos sentimos honrados em participar, mais uma vez, na tarde do último domingo, dia

15, da Festa do Divino, no Município de Indiaroba, localizado na região sul de

Sergipe.

Mais uma vez pudemos compartilhar dessa importante manifestação religiosa do povo de Indiaroba.

Parabenizo o Padre Acival e, em sua pessoa, todos os religiosos, o grande

Prefeito Zé Leal, do Partido dos Trabalhadores, pelo trabalho que vem realizando pelo desenvolvimento do Município.

Congratulo-me com toda a Câmara de Vereadores, na pessoa do seu

Presidente, Selminho, e de várias lideranças da região que também se fizeram presentes.

É importante registrar que esse evento religioso acontece desde o início da década de 80, tendo à frente o Padre José Fernando Ávila Soares, que assumiu com muita dedicação os destinos da Paróquia do Espírito Santo, proporcionando o crescimento progressivo da participação popular na Festa do Divino, com muito fervor, compromisso e uma alegria contagiante.

De lá para cá a festa só cresceu, fazendo com que Indiaroba seja conhecida atualmente como A Terra do Divino, graças a sua devoção católica e a sua religiosidade peculiar.

E é importante lembrar que anteriormente a cidade tinha como sua padroeira

Nossa Senhora da Conceição, que era celebrada no dia 8 de dezembro de cada ano, recebendo em suas novenas a visita ilustre dos padroeiros das comunidades e

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Municípios circunvizinhos, entre os quais o Divino Espírito Santo, advindo da comunidade de Abadia, no Município de Jandaíra, no Estado da Bahia, que chegava para a quarta noite de novenas.

E foi exatamente no dia 10 de maio de 1954, após trafegar pelas águas do

Rio Real, naquela época a única via existente de acesso ao Município de Indiaroba, que após uma forte chuva verificou-se a impossibilidade de retorno da imagem em razão de ser feita de argila. O fato se repetiu nos dias seguintes, nas várias tentativas de se levar a imagem de volta a Abadia, fazendo com que o povo daquela localidade resolvesse deixar a imagem definitivamente em Indiaroba. Entendo tratar- se de uma providência divina. Com isso, o Divino Espírito Santo passou a ser o padroeiro de Indiaroba, ficando Nossa Senhora da Conceição como co-padroeira.

Assim, gostaríamos de enviar o nosso abraço fraterno a todo o povo lutador de Indiaroba, parabenizando-o pela bela manifestação de fé que é a Festa do

Divino, especialmente aos que ao longo do tempo contribuíram, e continuam contribuindo, para a sua realização.

Parabenizo, enfim, todo o povo lutador de Indiaroba pela sua manifestação de fé e pela força, que permitem que se construa a cada dia uma cidade mais justa e fraterna.

Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a partir de reunião realizada no dia 16 de maio de 2016 em Aracaju, os taxistas locais nos informaram que estão tendo muita dificuldade em relação ao andamento dos seus processos junto à Receita

Federal, à Secretaria de Estado da Fazenda e ao DETRAN para ter acesso a

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direitos assegurados pela legislação vigente. Além da demora no atendimento e tramitação dos processos, enfrentam o excesso de exigências burocráticas.

Para conseguirem a isenção de IPI na Receita Federal, por exemplo, o prazo de espera é de 90 dias ou mais, chegando, em alguns casos, a 180 dias. Além disso, são muitas as exigências, como é o caso da comprovação de função remunerada.

No DETRAN, com a atual direção, o exame psicotécnico tem sofrido alterações no seu procedimento, trazendo grandes dificuldades para os profissionais, principalmente com as alterações no tempo disponibilizado para a execução.

Outro problema sério é a quase obrigatoriedade de os taxistas terem que recorrer a despachantes, uma vez que perderam o benefício de um atendimento específico para a categoria, que sempre existiu, chegando a gastar atualmente algo em torno de 400 reais.

Na Secretaria de Estado da Fazenda as dificuldades começam já em relação ao primeiro atendimento, que só pode ser feito a partir de um agendamento prévio, que só pode ser feito via Internet e leva cerca de 30 dias para ser realizado, sendo que anteriormente os taxistas tinham prioridade.

Além disso, existe a exigência de apresentação de um documento do INSS que leva muito tempo para ser emitido pelo órgão federal e cujos dados poderiam ser conseguidos nos próprios sistemas de informação a que a administração pública tem acesso.

Outra reivindicação dos taxistas está relacionada ao Uber. Nós vamos nos posicionar contrariamente a propostas em tramitação que pretendem alterar o

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Código de Trânsito Brasileiro para permitir o transporte individual público e a outras propostas que venham a tratar do assunto.

Portanto, queremos reafirmar aqui nosso compromisso com a luta dos taxistas do nosso Estado e fazer um apelo à Receita Federal, à Secretaria de Estado da Fazenda e ao DETRAN que deem tratamento digno a esses trabalhadores para que eles possam trabalhar com mais tranquilidade.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Tem a palavra o Deputado Celso

Maldaner, do PMDB de Santa Catarina, pelo tempo regimental de 3 minutos.

O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, demais colegas Parlamentares, venho à tribuna para, em primeiro lugar, informar que a Lei nº 13.288, de 16 de maio de 2016, conhecida como Lei da Integração, já está publicada no Diário Oficial da União. Essa lei dispõe sobre os contratos de integração, obrigações e responsabilidades nas relações contratuais entre produtores integradores e integrados. Apenas foi vetado o parágrafo único do art. 14, que estabelecia um prazo de 180 dias para que se refizessem os contratos que estão em vigor.

No entanto, restou a preocupação em saber se os contratos que já estão em vigor devem ser automaticamente renovados ou não. Estamos discutindo essa questão com a área jurídica.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar uma informação que me enche de orgulho, por ser eu catarinense. No primeiro trimestre de 2016, o Registro Brasileiro de Transplantes — RBT classificou Santa Catarina como o Estado que tem o melhor índice de doadores de múltiplos órgãos por milhão de população. O Estado tem a melhor taxa de doação, que é de 30,5 por milhão de população. Enquanto isso, a média nacional é de 13,1 por milhão de população. Os dados confirmam a liderança do nosso Estado em âmbito nacional.

O Registro Brasileiro de Transplantes é o veículo oficial da Associação

Brasileira de Transplante de Órgãos — ABTO. O documento compila dados numéricos de doação de órgãos e de transplantes realizados por Estados e

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instituições em períodos trimestrais. Desde 2011, somos os líderes em doação de

órgãos no País.

O relatório do Registro Brasileiro de Transplantes também coloca Santa

Catarina em terceiro lugar no transplante de fígado, com taxa de 15,3 por milhão de população; em quarto no transplante de medula óssea, com taxa de 11,7 por milhão de população; e em quinto no transplante de rim, com taxa de 29,3 por milhão de população. Em relação às notificações de potenciais doadores, Santa Catarina ocupa o segundo lugar, com taxa de 73,3 por milhão de população, enquanto a média nacional é de 46,8 por milhão de população.

Eu queria que considerasse como lido este pronunciamento, Sr. Presidente, e que fossem divulgados no programa A Voz do Brasil os dados que orgulham todo o povo de Santa Catarina.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Celso

Maldaner, do PMDB de Santa Catarina.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de destacar uma informação que me enche de orgulho, por ser eu catarinense. No primeiro trimestre de 2016, o Registro Brasileiro de Transplantes — RBT classificou Santa Catarina como o Estado que tem o melhor índice de doadores de múltiplos órgãos por milhão de população — pmp. O Estado tem a melhor taxa de doação, que é de 30,5 pmp.

Enquanto isso, a média nacional é de 13,1 pmp. Os dados confirmam a liderança do nosso Estado em âmbito nacional.

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O Registro Brasileiro de Transplantes é o veículo oficial da Associação

Brasileira de Transplante de Órgãos — ABTO. O documento compila dados numéricos de doação de órgãos e de transplantes realizados por Estados e instituições em períodos trimestrais. Desde 2011, somos os líderes em doação de

órgãos no País.

O relatório do Registro Brasileiro de Transplantes também coloca Santa

Catarina em terceiro lugar no transplante de fígado, com taxa de 15,3 pmp; em quarto no transplante de medula óssea, com taxa de 11,7 pmp; e em quinto no transplante de rim, com taxa de 29,3 pmp. Em relação às notificações de potenciais doadores, Santa Catarina ocupa o segundo lugar, com taxa de 73,3 pmp, enquanto a média nacional é de 46,8 pmp.

No relatório de doadores cujos órgãos foram transplantados, o Estado catarinense possui a taxa de 25,2 pmp, sendo a média nacional de 11,9 pmp. Outro dado importante é o de não doadores, que decorre de uma soma de fatores, como a recusa dos familiares, pessoas que não podem doar devido a contraindicação médica, parada cardíaca e outros problemas de saúde. Santa Catarina tem a segunda taxa mais baixa, com 58%, logo atrás do Rio Grande do Sul, com 57%, enquanto a média nacional é de 72%.

Trata-se de um indicativo da eficiência catarinense no aproveitamento de

órgãos e da solidariedade da nossa gente para salvar vidas.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao nosso amigo

Deputado Waldenor Pereira, do PT da Bahia.

V.Exa. tem 3 minutos.

O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, colegas Parlamentares, nós já havíamos alertado de que o Governo golpista, que assaltou o poder no Brasil recentemente, mais do que ter feito um golpe institucional e uma afronta à democracia brasileira, na verdade, golpeou frontalmente os direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro, especialmente dos trabalhadores.

Em primeiro lugar, em uma só canetada, extinguiu, na reforma administrativa, na reforma da estrutura organizacional, o Ministério da Cultura, o Ministério do

Desenvolvimento Agrário, a Previdência Social e as Secretarias Especiais, que tinham status de Ministério, que tratavam das questões relativas às mulheres, aos direitos humanos e à promoção da igualdade social.

Em segundo lugar, os seus Ministros quase que diariamente anunciam as suas intenções, as intenções do Governo golpista de restringir direitos sociais.

O Ministro da Saúde já anunciou o desejo deste Governo de diminuir o SUS, inclusive restringindo, se não extinguindo, o Programa Mais Médicos, um programa exitoso, que sem dúvida ampliou a assistência médica no Brasil. Ele tem o desejo de reduzir os 13 mil médicos estrangeiros atualmente contratados para 3 mil apenas, numa primeira investida contra esse programa, indiscutivelmente exitoso e reconhecido por toda a população brasileira.

O Ministro do Desenvolvimento Social já teceu duras críticas ao Programa

Bolsa Família.

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Há intenção de fazer a reforma da Previdência Social com o estabelecimento de idade mínima para a aposentadoria.

Assim, diariamente e sucessivamente, os Ministros do Governo golpista do

Sr. Michel Temer anunciam novas medidas restritivas aos direitos trabalhistas e sociais dos trabalhadores brasileiros.

Portanto, estávamos certos quando alertávamos a população de que, mais do que uma afronta à democracia, este Governo golpista tenta claramente restringir os direitos sociais do povo brasileiro, especialmente os da classe trabalhadora.

Nós estamos alertas, estamos debatendo com os segmentos organizados da sociedade. A população brasileira progressivamente se conscientiza do grande erro cometido em apoiar uma iniciativa golpista como esta que aconteceu no nosso País.

Em tempo, nesse processo de transição, enquanto ainda está no Senado

Federal o processo de impedimento, nós haveremos de conscientizar a população brasileira e pressionar positivamente os Senadores para que possamos barrar, dar um fim no processo que afronta a democracia e, mais do que isso, golpeia os direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Waldenor

Pereira.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado José

Rocha, do PR da Bahia, por 1 minuto.

O SR. JOSÉ ROCHA (PR-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Exmo.

Presidente desta sessão, Deputado Mauro Pereira, Sras. e Srs. Deputados, registro nos Anais desta Casa o pronunciamento que fiz na Assembleia Legislativa da Bahia, no último dia 16, segunda-feira, quando recebi a Comenda 2 de Julho, a mais alta condecoração entregue por aquela Casa.

A Comenda é o reconhecimento pela minha atuação no cenário político nacional e também pela contribuição que dei, ao longo dos anos, ao desenvolvimento do meu Estado, a Bahia.

Portanto, Sr. Presidente, quero que seja transcrito nos Anais e divulgado em todos os meios de comunicação desta Casa este pronunciamento que fiz na

Assembleia Legislativa da Bahia, que passo à Mesa para que possa providenciar a transcrição.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado José

Rocha.

Com certeza a nossa competente equipe da TV Câmara e a da Rádio Câmara vão dar destaque ao pronunciamento de V.Exa.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro nos Anais desta Casa pronunciamento que fiz na Assembleia Legislativa da Bahia, no último dia 16, segunda-feira, quando recebi a Comenda 2 de Julho, a mais alta condecoração entregue por aquela Casa.

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A comenda é o reconhecimento pela minha atuação no cenário político nacional e também pela contribuição que dei ao longo dos anos para o desenvolvimento do meu Estado, a Bahia.

Passo a ler o referido pronunciamento:

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Legislativa da

Bahia, deputado Marcelo Nilo.

Passados 21 anos do último mandato que exerci

nesta prestigiosa Casa, assomo a esta tribuna tomado

pela mesma emoção e pelo sentimento de

agradecimento. Se hoje sou merecedor da mais alta

condecoração concedida pela Assembleia Legislativa da

Bahia é porque foi aqui que dei os primeiros passos da

minha carreira política.

Foi nesta Casa que contei com a fidalguia de

colegas Parlamentares e o apoio de funcionários

dedicados para exercer meus quatro mandatos de

deputado estadual.

Já se passaram 37 anos da minha primeira posse

como deputado estadual. Mesmo passados tantos anos,

graças à dádiva da memória, parece que foi ontem.

Concluí a Faculdade de Medicina da Universidade

Federal da Bahia em 1973 e a pós-graduação em

Anestesiologia no Hospital das Clínicas.

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Atuei como médico no Hospital Geral da Polícia

Militar e no Hospital Getúlio Vargas. Também presidi a

Sociedade de Anestesiologia da Bahia e atuei

profissionalmente em todos os hospitais de Salvador, à

época.

Foi durante minha atuação profissional que conheci

uma grande liderança política da Bahia e do Brasil. Falo

de Antônio Carlos Magalhães. Homem de grande visão e

de indiscutível habilidade política, ACM incentivou um

grupo de jovens para entrar na política.

Em conversas que tivemos, incentivou-me a

disputar o cargo de deputado estadual nas eleições de

1978. Aceitei o desafio e tive a honra de ser eleito,

juntamente com outros jovens que começavam a

despontar na política do nosso estado, como os saudosos

Luís Eduardo Magalhães, Luiz Cabral e Nobelino

Dourado, além do atual Deputado Federal Jutahy Júnior.

Daquele grupo de jovens, somente eu e Jutahy

Júnior permanecemos na vida pública como deputados

federais.

Nesta Casa, vivi momentos absolutamente

distintos. Fui da bancada de apoio ao governo e também

da bancada de oposição. Felizmente, as divergências

com os demais pares sempre ficaram restritas ao embate

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político. Em todos os momentos imperou a defesa dos

interesses do nosso estado, da população e a boa

convivência entre os colegas, pois aqui fiz amizades

duradouras.

Ocupei diversos cargos na Mesa diretora, como o

de 1º secretário, e presidi várias comissões, além de ter

sido Constituinte em 1989.

Entre as inúmeras atividades desenvolvidas nesta

Casa faço questão de citar uma, pois trata-se de um tema

muito caro para mim, que é este patrimônio nacional e

também da Bahia, que é o Rio São Francisco.

Preocupado com o futuro do Rio da Integração Nacional,

liderei o movimento SOS São Francisco para cobrar

medidas urgentes de proteção. Mobilizamos os cinco

estados banhados pelo rio e percorremos desde a

nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até a

Foz, em Alagoas.

Relembro com muita satisfação a excelente

convivência com vários deputados, inclusive o estimado

deputado Raimundo Rocha Pires, também conhecido por

“Pirinho”, por quem fui convidado a ser conselheiro do

Esporte Clube Vitória. Entre 1983 e 1986, tive a honra de

presidir esse clube que orgulha os baianos e o Brasil.

Lembro a conquista do Campeonato Baiano de 1985.

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Destaco que foi durante a minha gestão que concretizei

um dos maiores sonhos da torcida rubro-negra, a

construção do Estádio Manoel Barradas, o Barradão, com

o importante apoio do então governador João Durval

Carneiro.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, são muitas

as recordações do rico período em que exerci o mandato

de deputado estadual. Aqui debati, votei e encaminhei

demandas do estado, dos municípios e do povo baiano.

Muitas das minhas conquistas foram possíveis graças à

colaboração de colegas parlamentares e também do

apoio qualificado de servidores desta Casa.

Por isso, faço questão de destacar algumas

pessoas às quais sou muito grato. Já adianto minhas

desculpas por alguma omissão involuntária.

Destaco Carlos Rocha Machado, que continua

respondendo pela Secretaria-Geral da Mesa; Maria

Bernadete Magalhães Azevedo, que trabalhou comigo e

atualmente está lotada no Departamento de Atos Oficiais;

e todo o pessoal do apoio, inclusive as pessoas

generosas do cafezinho, como José Morais de Souza, o

“João Durval”, Maria Conceição Teles, Manoelito dos

Santos e Rita Maria de Freitas. Vejo com satisfação que

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todos continuam servindo a Assembleia com a mesma

dedicação e competência.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, peço

desculpas se me alongo, mas preciso manifestar minha

satisfação ao ver que entre os parlamentares da atual

legislatura estão deputados com quem tive a satisfação

de conviver, como o ilustre presidente desta Casa, o

deputado Marcelo Nilo, a deputada Fátima Nunes, os

deputados Jânio Natal, Jurandir Oliveira e Reinaldo

Braga.

Os anos passam, novos parlamentares são eleitos

e constato que muitos plantaram sementes que

frutificaram no campo político.

Observo, com muita alegria, que fui colega dos pais

dos seguintes parlamentares que hoje exercem mandato

na Assembleia Legislativa: Adolfo Viana, Ivana Bastos,

Luciano Simões, Rogério Andrade e Vitor Bonfim. A todos

desejo muito sucesso na vida pública. Além disso, registro

que vários daqueles que foram meus colegas neste

parlamento atualmente se encontram no Congresso

Nacional, em Brasília. Temos o senador Otto Alencar e os

deputados Antônio Imbassahy, Arthur Maia, José Carlos

Araújo, Jutahy Júnior, Paulo Magalhães e o deputado

licenciado Nelson Pellegrino.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a vida

pública é feita de muita luta, desafios e superação. Em

1994, chegou o momento de enfrentar um novo desafio:

servir o nosso estado no Congresso Nacional, após

cumprir quatro mandatos consecutivos nesta prestigiosa

Casa. Apesar das inúmeras dificuldades e incertezas, fui

à luta, disputei a eleição para Deputado Federal e tive a

honra de ser eleito. Assumi na Câmara dos Deputados

em 1º de fevereiro de 1995 com o compromisso de

debater, propor e votar assuntos de grande relevância

para o país.

Continuei atendendo às demandas da minha terra

e a defesa dos interesses da nossa Bahia no Congresso

Nacional e junto ao Governo Federal. Ao longo dos anos

dediquei o melhor das minhas forças e da minha

capacidade ao exercício do mandato de Deputado

Federal. Participei de inúmeras comissões, relatei

matérias de grande relevância para o país, presidi a

Comissão permanente do Esporte e do Turismo, fui

Coordenador da Bancada da Bahia no Congresso

Nacional e tenho representado a Câmara dos Deputados

em missões no exterior, entre outras atribuições.

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Creio que, em reconhecimento a esse trabalho e

também graças à generosidade do povo baiano, fui

reeleito para mais cinco mandatos.

Assim, hoje cumpro o sexto mandato consecutivo

na Câmara dos Deputados. Manifesto meu orgulho em

ser o único parlamentar baiano com dez mandatos

parlamentares consecutivos. Ao longo dos seis mandatos,

inclusive o atual, participei de momentos decisivos da vida

do nosso país.

Vivemos dias muito difíceis em nosso país, com a

grave crise política que acentua as dificuldades do campo

econômico. Registro: nunca vivi uma crise política e

econômica tão aguda como a dos dias atuais.

Mesmo assim, mantenho a convicção de que as

dificuldades serão superadas, pois acima de tudo estão

os interesses da nossa gente, desde aquele que vive no

mais longínquo município da nossa Bahia, até aqueles

que moram nos grandes centros.

Reitero minha admiração e o sentimento especial

que tenho por esta Casa, que ao longo de sua história

deu voz ao povo e prestou inúmeras contribuições para o

engrandecimento do nosso Estado.

Registro o mais efusivo agradecimento ao

deputado Marquinhos Viana, autor da Resolução

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1.657/15, que me concede a honrosa Comenda 2 de

Julho. Para mim, que milito há cerca de quarenta anos na

política, é gratificante ver um jovem parlamentar como o

deputado Marquinhos Viana, que atua com desenvoltura,

responsabilidade e muita competência nesta Casa.

Também agradeço a generosidade do ilustre

presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado

Marcelo Nilo, e dos demais parlamentares que aprovaram

a resolução apresentada pelo deputado Marquinhos

Viana.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, iniciei

minhas palavras destacando que estava tomado pela

emoção e pelo sentimento de agradecimento. É sob essa

condição que dirijo minhas palavras finais.

Reservo essas palavras, com muito amor, para

meu saudoso pai, João Evangelista da Rocha, minha

mãe, um exemplo de mulher, felizmente ainda viva,

Almesina Alves Rocha, minha amada e companheira de

todos os momentos, Noelma Bastos Azevedo Rocha, e

aos frutos desse amor, Ticiana, José e Manoel, além das

minhas netas Manoela e Rafaela. Por último, faço uma

saudação especial ao chão onde nasci, onde dei os

primeiros passos, de onde parti em busca de uma

formação profissional: falo da minha Coribe, no sudoeste

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do Estado. Parabéns a todos os coribenses que vivem

dias auspiciosos.

Presidente Marcelo Nilo, deputado Marquinhos

Viana, grato por essa homenagem.

Muito obrigado a todas e todos.

Obrigado à Boa Terra.

Obrigado, Bahia.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Antes de passar a palavra ao

Deputado Caetano, eu quero indicar os próximos inscritos: Deputados Carlos

Henrique Gaguim, Heitor Schuch, Marcos Reategui, Edinho Bez, Roberto de

Lucena, Benedita da Silva, Delegado Edson Moreira, Arnaldo Jordy, Geraldo

Resende e Misael Varella.

O SR. DÉCIO LIMA - Sr. Presidente, eu quero dar como lido um pronunciamento.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado

Caetano, do PT da Bahia. Depois, concederei ao Deputado Décio Lima, do PT de

Santa Catarina.

O SR. CAETANO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Mauro Pereira, desejo registrar, com muito pesar, o falecimento, no

último domingo, do mestre e artista plástico baiano Sante Scaldaferri.

Formado na Universidade Federal da Bahia, — UFBA, na década de 30,

Sante se transformou num dos mais importantes nomes da pintura baiana, sempre demonstrando incomum talento e sensibilidade aguçada, sobretudo ao refletir em suas telas os dramas e as histórias dos sertanejos.

Membro do Conselho Estadual de Cultura, ele prestou grandes contribuições

às artes na Bahia, com reconhecimento nacional e internacional.

Em agosto de 2015, a Assembleia Legislativa da Bahia homenageou Sante, com o lançamento de um livro sobre sua obra e sua vida.

O poeta Ferreira Gullar costumava dizer que Sante era o “Boca do Inferno da pintura baiana”.

Em trabalhos memoráveis, ele nos legou figuras antropomórficas do sertão, a exemplo de cangaceiros, romeiros, vaqueiros, retirantes, beatos, personagens que marcaram sua obra e sua baianidade universal.

A Bahia fica mais pobre em sua forte vocação cultural com o desaparecimento precoce do grande artista que foi Sante.

Enviamos à família e aos amigos nossa solidariedade, enaltecendo a figura notável desse grande artista baiano e brasileiro.

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Gostaria que este pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do

Brasil .

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Caetano.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Décio

Lima, do PT de Santa Catarina, por 1 minuto.

O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, com todo respeito a V.Exa., eu trago na tarde de hoje um registro acerca do Governo Michel Temer, de Eduardo Cunha e de toda a sua turma da Lava-Jato, além dos efeitos maléficos que este Governo está causando ao nosso País, um verdadeiro atentado às conquistas do nosso povo e aos processos de inclusão que foram duramente realizados nos últimos 13 anos.

Portanto, com todo respeito, rogo a V.Exa. que considere este pronunciamento como lido e que seja divulgado pelos meios de comunicação da

Casa.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Décio Lima.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero trazer um alerta para milhares de trabalhadores do nosso País. O plano dos golpistas é uma ameaça aos direitos sociais e trabalhistas. O sistema de financiamento da educação e da saúde públicas, que garante um patamar mínimo de receitas, está comprometido com o fim de todas as vinculações.

Com a Oposição amedrontada ao olhar Lula na liderança para a disputa presidencial de 2018 e tendo que colocar seus projetos de precarização dos direitos trabalhistas na gaveta por mais um tempo, a saída encontrada foi o golpe parlamentar e o encurtamento do mandato da Presidenta Dilma.

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O golpe é contra o trabalhador, será o assassinato da Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, que já está sendo negociado entre entidades empresariais e o golpista, conspirador e Vice-Presidente Michel Temer.

Fiquem atentos, porque a primeira ameaçada será contra a Consolidação das

Leis do Trabalho, com o fim do 13° salário, das férias remuneradas e de pagamentos de horas extras. A política de valorização do salário mínimo implementada pela Presidenta Dilma também está na mira dos golpistas.

Outro ponto é o benefício da previdência social. Os acordões já dão conta de que o trabalhador poderá ganhar menos que um salário mínimo por benefício. Hoje, está estabelecido que o piso do benefício da previdência é de um salário mínimo. O

Governo paga por mês quase 30 milhões de benefícios, 70% deles com o valor do piso. Isso mudará. Para tanto, vão aprovar lei que estabelece que não haverá mais esse piso para o valor dos benefícios. As elites oposicionistas consideram que a

Previdência Social gasta demais.

Por último, irão extinguir os programas sociais, com a desculpa de um Estado enxuto, que nada mais é do que um Estado voltado apenas para o grande capital.

Programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família e o Mais

Médicos, o Fundo de Financiamento Estudantil — FIES e os Pontos de Cultura estão fortemente ameaçados em um futuro Governo Temer.

Em artigo na CartaCapital , o Prof. João Sicsú, do Instituto de Economia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou que as elites oposicionistas acreditam que esse dinheiro dos programas sociais precisa ser economizado para que possa ser dirigido ao setor privado empresarial e financeiro. Inclusive, as universidades federais cobrarão mensalidades dos seus alunos e o programa de

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cotas será revisto. Haverá um processo intenso de reconcentração de renda e riqueza. A velha trajetória dos ricos cada vez mais ricos e dos pobres cada vez mais pobres voltará.

Nas palavras de Sicsú, há muito mais do que isso envolvido no projeto Temer.

A soberania nacional será atingida com as conexões íntimas que pretendem fazer entre Brasil com os Estados Unidos, suas agências e empresas. Há a gana de realizar as privatizações de empresas estatais tais como a PETROBRAS, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

O Estado será redesenhado, para ser controlado pelos interesses econômicos das multinacionais e do sistema financeiro. A política será reformatada e as liberdades democráticas serão restringidas. E há muito mais ainda. Enfim, é um projeto que jamais venceria uma eleição, mas que pode chegar ao Governo por vias ilegais.

O professor alerta que vivemos dias cruciais. Portanto, os pobres e as pobres, os moradores e as moradoras das periferias, os trabalhadores e as trabalhadoras devem tomar conhecimento de tudo, do conjunto do projeto de Governo Temer.

Mas o principal agora é mostrar a eles e a elas as implicações mais diretas e imediatas no caso de haver impedimento da Presidente Dilma: haverá perdas de direitos sociais e trabalhistas e o salário mínimo voltará a ser mínimo.

Gostaria que essas minhas palavras fossem aproveitadas e divulgadas pelos meios de Comunicação desta Casa de Leis e em especial no programa A Voz do

Brasil .

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Aliel

Machado, pelo tempo regimental de 3 minutos.

O SR. ALIEL MACHADO (Rede-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Mauro Pereira, Sras. e Srs. Deputados, eu venho ocupar este espaço no dia de hoje por continuar extremamente preocupado com a situação do nosso

País.

Meu primeiro pronunciamento na tribuna desta Casa de Leis, quando eleito pela população do Estado do Paraná, pela minha querida cidade de Ponta Grossa, foi para denunciar que o sistema político brasileiro estava falido. Por estar falido, nós vimos o quanto ele se degradou e o quanto ficou exposta essa ferida a partir desta

Legislatura.

Não se trata de uma defesa dos erros cometidos pelo PT, nem de uma crítica aos erros cometidos pelo PSDB. O problema é o nosso sistema político brasileiro.

Nós precisamos sair dessa retórica, precisamos parar de vir aqui fazer discurso bonito, de vir defender a população somente no discurso, e não tomar as medidas cabíveis para promover as melhorias necessárias, para trazer, de fato, consequências que melhorem a vida do cidadão brasileiro.

Preocupo-me muito com este novo Governo — já dizia isso antes da votação do processo de impeachment —, que já desagradou e já mostrou a que veio à grande parte da população brasileira. Há descrédito e principalmente preconceito com relação às mulheres, aos mais pobres e aos negros, bem como falta de participação popular. Há, sobretudo, um acordo político, que se dá nos corredores desta Casa de Leis, nos corredores do Congresso Nacional, para implantar medidas que irão prejudicar ainda mais a Nação brasileira.

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Digo isso porque, de fato, nós passamos por uma crise. Digo isso porque, de fato, o sistema político brasileiro fez com que o PT tentasse de todas as formas ganhar a eleição — e ganhou a eleição.

Por isso, dentro da Rede Sustentabilidade, nós somos defensores ferrenhos de uma nova eleição, já que hoje se constatam irregularidades promovidas pelo sistema político atual. Nesta Casa, há pessoas que não querem deixar o poder, que foram eleitas por esse sistema. Mais de 60% dos membros desta Casa, de todos os partidos, estão envolvidos em esquemas de corrupção, fazendo fila para poder analisar se os seus nomes estão nas listas das empreiteiras que bancaram as campanhas eleitorais.

Eu peço à Nação brasileira que faça pressão política para que nós aprovemos aqui uma reforma política verdadeira, que traga poder ao povo brasileiro de maneira correta e ética, porque, enquanto ficarmos nessa retórica, enquanto se mudarem apenas os nomes, nós continuaremos afundados nessa situação horrorosa.

Que volte o nosso Ministério da Cultura!

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Muito obrigado, Deputado Aliel

Machado.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Pereira) - Concedo a palavra ao Deputado Jorge

Solla.

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu queria saudar todos que nos estão acompanhando e registrar que, com certeza, o interventor golpista Michel Temer tem se inspirado até na literatura mais conhecida para abrir o seu pacote de maldades.

Com certeza, ele leu O Príncipe , de Maquiavel, que, entre outras recomendações, orienta que se faça o bem aos poucos, mas que se pratique o mal de uma vez só . O pacote de maldades, Deputado Waldenor Pereira, tem que ser aberto de uma vez só, de acordo com a orientação de Maquiavel, e é isso o que o interventor golpista Michel Temer está fazendo.

A lista de maldades é tão grande que em 3 minutos nem conseguirei fazer uma síntese, mas eu gostaria de destacar uma parte dessa lista, que depois posso retomar.

Começo pelo fim do Ministério da Cultura. Até os raros artistas favoráveis ao golpe já romperam com o interventor golpista depois dessa medida.

Já foi anunciado que o Programa Bolsa Família será centralizado, que vai sair da gestão das Prefeituras e passará a ser gerido pelo Instituto Nacional do Seguro

Social — INSS. Vai acabar a descentralização do Bolsa Família, para que o Governo golpista controle os cadastros, porque eles não confiam nos Prefeitos, nem mesmo nos de seus partidos.

O Ministro da Saúde chegou dizendo a que veio. Ele já disse que o Sistema

Único de Saúde — SUS não cabe no Orçamento federal e que parte da

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universalidade e parte da integralidade do SUS têm que ser cortadas. Ele quer acabar com uma conquista de 30 anos, garantida na Constituição Federal.

O mesmo Ministro conseguiu uma formulação impressionante: vai tirar os médicos estrangeiros do Programa Mais Médicos, mas não vai brigar com os

Prefeitos, Srs. Deputados; ele vai deixar para tirar os médicos estrangeiros depois das eleições municipais, para não atrapalhar a reeleição dos Prefeitos que apoiaram ou que são dos partidos que apoiam o golpe.

Colocaram como Ministro da Educação — por isto aí, o interventor merece um prêmio, pois não poderia ser ninguém melhor — alguém que foi contra todas as políticas educacionais nos últimos 13 anos neste País. Esse é o novo interventor do

Ministério da Educação. E não foi contra essas políticas só no discurso, não; ele e seu partido questionaram na Justiça as cotas, a ampliação do ensino superior público e o Fundo de Financiamento Estudantil — o FIES. Agora, ele já fala em cobrar mensalidade nas universidades públicas brasileiras. É impressionante a quantidade de maldades!

O Ministro das Cidades revogou a regulamentação do Programa Minha Casa,

Minha Vida — Entidades, que é feito por organizações não governamentais.

O Ministro da Fazenda já disse que direito adquirido é só para quem já está gozando do direito.

Mais ainda: exoneraram o Presidente da Empresa Brasil de Comunicação —

EBC, que tem mandato. Ou seja, já disseram que, na hora em que quiserem, vão exonerar os dirigentes da Agência Nacional de Telecomunicações — ANATEL, da

Agência Nacional de Saúde Suplementar — ANS ou de qualquer agência. A diretoria

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da EBC e a das agências têm mandato assegurado por lei, mas mesmo assim já exoneraram o Presidente da EBC.

O Ministro da Justiça já está falando em criminalizar todos os movimentos sociais. Colocaram um advogado com ligações espúrias com o que há de pior na sociedade e na marginalidade para ser Ministro da Justiça deste País.

Parabéns, interventor golpista! Seguiu Maquiavel.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em sua obra O Príncipe , Maquiavel ensinou: “Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, é fazê- lo de uma vez só”.

O interventor golpista Michel Temer tem praticado com afinco o que disse o escritor.

O fim do Ministério da Cultura foi uma regressão em termos de políticas públicas e de concepção da importância da cultura, o que colocou até mesmo os poucos artistas favoráveis ao impeachment contra o interventor golpista.

Existe a proposta de transferir a gestão do Bolsa-Família para o Instituto

Nacional do Seguro Social — INSS, retirando-a das prefeituras.

O Ministro da Saúde diz que vai acabar com a universalidade do SIstema

Ùnico de Saúde — SUS, conquistada há quase 30 anos na Constituição Federal, o que seria sem dúvida a maior agressão a direitos sociais feita pelo golpe.

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O Ministro da Educação fala em cobrança de mensalidade em universidade pública, pondo fim a outra conquista da sociedade brasileira também garantida na

Constituição.

O Ministro da Saúde também fala em tirar todos os cubanos do Mais Médicos

— depois da eleição, claro, para não contrariar os Prefeitos. Não temos médicos formados aqui para substituí-los, e isso acarretará desassistência Ele fala também em cortar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência — SAMU e o Farmácia

Popular como forma de enxugar o orçamento.

O Ministro das Cidades revoga portaria que regulamenta o Minha Casa,

Minha Vida – Entidades.

A exoneração de Ricardo Melo, da Empresa Brasil de Comunicação — EBC,

é um golpe dentro do golpe.

O Ministro da Fazenda disse hoje que direito adquirido na Previdência só se considera para quem se aposentou ou já pode se aposentar Quem ainda contribui será atingido pela reforma previdenciária.

A retomada do GSI — Gabinete de Segurança Institucional provocou o pedido de demissão do diretor da Agência Brasileira de Inteligência — ABIN, que considerou a medida um retrocesso para a inteligência do País.

Temer congeIou todos os acordos de leniência com as empreiteiras, para evitar que elas falem mais e entreguem mais corruptos — é a blindagem.

Advogado de Cunha foi nomeado Subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa

Civil.

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Consultoria contratada pelos golpistas propõe o fim da operação comercial da

Caixa Econômica Federal, o fim do pagamento de crédito rural pelo Banco do Brasil, o que deverá fechar as agências nos locais em que não rendem lucros.

O Ministro da Justiça prega a criminalização dos movimentos sociais.

Temer entregou a demarcação de terras de quilombolas ao Democratas, partido que foi contra o decreto de regula a matéria e que quer derrubá-lo no

Supremo Tribunal Federal — STF. Também entregou o Fundo de Financiamento

Esudantil — FIES, o Sistema de Cotas e o Programa Universidade para Todos —

PROUNI para o Democratas, que igualmente foi ao STF contra as três políticas.

Durante o discurso do Sr. Jorge Solla, o Sr. Mauro

Pereira, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande do Sul.

V.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Deputado Carlos Manato, primeiramente, quero lembrar a passagem do Dia do Gari e parabenizar todos os servidores da Companhia de

Desenvolvimento de Caxias do Sul — CODECA, a primeira empresa no País a utilizar coleta mecanizada, de excelente qualidade, por meio da qual é separado o lixo seletivo do lixo orgânico.

Parabenizo todos os garis e todos os profissionais da CODECA por deixarem a cidade de Caxias do Sul tão limpa e tão bem arrumada.

Parabenizo também o Deputado Carlos Gomes, Coordenador da Frente

Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva da Reciclagem.

Registro também que hoje, na Frente Parlamentar da Agropecuária, tivemos uma reunião com o novo Ministro da Agricultura, o Senador Blairo Maggi, que se colocou à disposição dos Parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária e mostrou ser um conhecedor da nossa agricultura.

Parabenizo o Senador Blairo Maggi, a quem vamos dar todo o apoio necessário para que a nossa agricultura se fortaleça cada vez mais. Esperamos especialmente que os nossos agricultores não recebam mais calote do seguro agrícola, como o calote que a Presidenta Dilma deu nos nossos pequenos agricultores do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná.

Diversos Deputados do Partido dos Trabalhadores, do PCdoB e também da

Rede são gente boa, mas eu quero dizer aos meus colegas Deputados que, quanto

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mais eles batem nos Ministros do Presidente Michel Temer, mais os elogiam. O que fez o Partido dos Trabalhadores — o ex-Presidente Lula e a Presidente Dilma

Rousseff — nesses 13 anos governando o nosso País? Acabaram com o nosso

País, saquearam os cofres públicos, deixaram 12 milhões de desempregados, e agora dizem que é golpe. Não!

Nós fizemos o melhor para o nosso País. O nosso povo, em geral, está contente e feliz, porque nós tiramos do Palácio do Planalto aquele povo que queria acabar com o nosso País e deixá-lo igual à Venezuela. Aqui não vai ser Venezuela.

O Brasil hoje tem rumo, tem paz, tem solidariedade, tem um governo de transparência.

Quanto mais as pessoas e os Deputados do PT batem, mais o povo brasileiro acredita que nós estamos certos. Se os Deputados do Partido dos Trabalhadores, do PCdoB, alguns da Rede e outros que se assemelham houvessem ocupado esta tribuna para dizer à Presidenta Dilma “Ora, mande parar de roubar. Vamos trabalhar.

Vamos cuidar da economia. BNDES? Vamos liberar recursos” , com certeza não haveria esse processo de impeachment .

Agora, ficam aqui falando mal do Supremo Tribunal Federal. Os Deputados do PT falam mal do Ministério Público Federal, falam mal da Polícia Federal. Mas eles estão corretos, eles fizeram a parte deles bem feita.

Eu espero que o Supremo Tribunal Federal agora bote a mão nesta Casa, porque faz 1 semana que nós não trabalhamos mais. Não se vota mais nada nesta Casa, porque nós estamos sem Presidente. O Deputado Waldir Maranhão só é apoiado pelo PT e pelo PCdoB. Era isso, Sr. Presidente. O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. MIRO TEIXEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Qual é a questão de ordem, nobre

Deputado?

O SR. MIRO TEIXEIRA (Rede-RJ. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - A questão de ordem é sobre a Ordem do Dia, art. 82 do Regimento.

Nós temos quórum e sabemos das dificuldades políticas. Para orientação dos trabalhos parlamentares, V.Exa. poderia anunciar se nós teremos Ordem do Dia na sessão de hoje?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Ainda não chegou nada sobre a

Ordem do Dia. Nós acreditamos — não posso confirmar — que provavelmente não haverá Ordem do Dia. Mas eu não estou autorizado a cancelar nada. Vou levar a sessão até as 19 horas normalmente, esperando o Presidente vir aqui cancelar.

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Só 1 minuto, o Deputado não concluiu.

Nobre Deputado Miro Teixeira, V.Exa. está entendendo? Eu vou tocar a sessão normalmente até as 19 horas.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Eu compreendo.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A qualquer momento, o Presidente deve vir aqui para começar a Ordem do Dia ou cancelá-la. Essa é uma prerrogativa dele.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Eu compreendo.

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Como nós já ultrapassamos o horário de 16 horas previsto no Regimento e temos quórum, V.Exa. considera relevante aplicar a regra de se esperar meia hora a partir do momento da obtenção do quórum?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - O quórum foi alcançado quase agora, nobre Deputado. Há uns 5 minutos foi alcançado o quórum.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Meia hora a partir de agora, então?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Daqui a meia hora, eu vou cobrar do

Presidente. Está bom?

O SR. MIRO TEIXEIRA - Muito obrigado pela atenção.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Assumo o compromisso com V.Exa.

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O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Pois não, Deputado Silvio Costa.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Miro Teixeira sabe que existem quatro medidas provisórias trancando a pauta e três projetos com urgência constitucional.

Portanto, a Ordem do Dia já está pronta, independentemente dos Líderes.

Além disso, não existe essa questão de se esperar meia hora. Esta é uma sessão de 5 horas, ela vai até as 19 horas.

Aliás, eu estive na sala da Presidência agora e falei com o Presidente Waldir

Maranhão, que me informou que viria presidir a sessão. O que o Presidente vai fazer, se vai continuar com a sessão ou não, eu não sei. Mas S.Exa. me disse que viria presidir a sessão, e eu o estou aguardando, até porque eu estou inscrito para falar na presença dele.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nobre Deputado, a suspensão da sessão é uma prerrogativa do nosso Presidente, é lógico. Eu estou levando normalmente a sessão. Vou levá-la até o período regimental, ou seja, até as 19 horas. Acredito que o Presidente — S.Exa. falou com V.Exa., mas não comigo — vá vir aqui para tomar alguma decisão.

Enquanto o Presidente não chega, porque tem tido muitas reuniões, eu vou tocando a sessão normalmente. Vou deixar os colegas falarem. A qualquer momento, quando soubermos de alguma notícia, informaremos a V.Exas., que serão os primeiros a saber.

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O SR. MIRO TEIXEIRA (Rede-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o anúncio feito pelo Deputado Silvio Costa é alvissareiro, porque o

Presidente interino da Câmara dos Deputados — porque o Deputado Waldir

Maranhão é Presidente interino da Câmara dos Deputados — virá ao plenário presidir a sessão, e aí vamos começar a verificar os posicionamentos políticos.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Exatamente. Aguardaremos tranquilos.

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Trata-se de questão já vencida,

Deputado Silvio Costa.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu fui citado pelo Deputado Miro Teixeira.

Na verdade, Deputado Miro Teixeira, nós estamos num momento inusitado no

Brasil: temos um Presidente da República interino, um Presidente da Câmara dos

Deputados interino, uma Oposição provisória interina, uma base do Governo interina e um Ministério interino. Nunca a interinidade foi tão forte no Brasil. Nós estamos num momento provisório.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado a todos.

Vamos continuar tocando a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Carlos Gomes.

V.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. CARLOS GOMES (PRB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Carlos Manato, quero aproveitar este momento para parabenizar o Prefeito Arnaldo Kney, a Vice-Prefeita Marli Heinle Gehm e o

Presidente da Cooperativa dos Produtores de Mel da cidade de Ivoti pela realização da 10ª Feira do Mel, Rosca e Nata, que foi um grande sucesso.

Quero também parabenizar todos os profissionais que trabalham na reciclagem. Hoje é o Dia Internacional da Reciclagem. Parabenizo todos os catadores, as cooperativas, bem como a indústria que trabalha e produz a partir de materiais reciclados.

Amanhã estarei usando a tribuna desta Casa, no Grande Expediente, para fazer um panorama da reciclagem no Brasil. Quero convidar todos que se interessam por esse tema para ouvir meu discurso.

Obrigado, Sr. Presidente, por esta oportunidade.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Afonso Hamm.

V.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.

O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu queria fazer um comunicado importante. Ontem, no Rio Grande do Sul, na sede da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul —

FARSUL, eu me reuni com entidades ligadas ao setor produtivo e à produção rural, com a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul —

FEDERARROZ e com a Secretaria da Agricultura do Estado.

Em decorrência daquela reunião, tivemos hoje, na Frente Parlamentar Mista da Agropecuária, uma reunião com a presença do Ministro da Agricultura, Blairo

Maggi. Na presença dele, nós já agendamos uma audiência pública no Município de

Cachoeira do Sul, por ocasião da Festa Nacional do Arroz, na próxima quarta-feira, dia 25 de maio.

Esse comunicado é muito importante para nós minimizarmos os prejuízos dos produtores. Nessa reunião levaremos inclusive o Secretário de Política Agrícola para atender aos pleitos.

Sr. Presidente, peço que meu pronunciamento seja divulgado pelos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil .

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nobre Deputado, o pronunciamento de V.Exa. será divulgado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Comunico às Sras. Deputadas e aos

Srs. Deputados que chegou à Câmara dos Deputados o Ofício nº 174, de 2015, do

Congresso Nacional, que encaminha, nos termos do § 8º do art. 62 da Constituição

Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, o processado da

Medida Provisória n° 706, de 2016, que altera a Lei nº 12.783, de 11 de janeiro de

2013, que dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

À medida foram oferecidas 19 emendas, e a Comissão emitiu o Parecer nº 16, de 2016, do Congresso Nacional, que conclui pelo PLV nº 11, de 2016.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Antes de conceder a palavra ao

Deputado Rômulo Gouveia, do PSD da Paraíba, por 3 minutos, passo a palavra ao

Deputado Carlos Henrique Gaguim.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PTN-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que dê como lido meu discurso.

Quero registrar que vamos entrar com uma ação popular contra o Presidente interino desta Casa. Hoje, os Deputados e os funcionários custam mais de 2,5 milhões para a Nação, e não estamos produzindo nada em razão de um ato do

Presidente interino desta Casa. S.Exa. vai ter que ser responsabilizado criminalmente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, são 2,5 milhões por dia! Cada

Deputado custa 390 mil por dia, sem contar os funcionários.

Então, vamos entrar com uma ação popular contra o Presidente desta Casa, porque S.Exa. está inviabilizando os serviços desta Casa e do País.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, o meu pronunciamento versa sobre o Serviço de Atendimento

Móvel de Urgência — SAMU, que está paralisado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho vindo diariamente a esta tribuna para ressaltar a situação da saúde pública do meu Estado do Tocantins. Ontem, dia

16 de maio, o Hospital Geral de Palmas reteve as macas das ambulâncias do

SAMU, paralisando o atendimento das ocorrências de urgência e emergência. Esse

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problema de retenção de maca é antigo. Em março do ano passado, os servidores do SAMU fizeram um protesto contra essa retenção.

A situação é no mínimo vergonhosa e mostra claramente a falta de gestão e de planejamento do atual Governo, uma vez que as macas ficam retidas devido a superlotação nos hospitais.

Sr. Presidente, a população precisa ser atendida de forma digna. Mas o que acontece é que o cidadão, muitas vezes, tem que ficar o dia inteiro esperando nas filas dos hospitais para ser atendido, porque faltam médicos, faltam medicamentos, falta estrutura adequada, falta até mesmo alimentação para os pacientes internados.

Isso é indigno!

Caríssimos colegas, a saúde pública precisa ser levada a sério. Não posso me calar ao ver a população carente do meu Estado impossibilitada de usufruir de um direito.

Sr. Presidente, peço que este discurso seja divulgado pelos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil .

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Rômulo Gouveia. Em seguida, falarão os Deputados João Daniel e Marcon, por 1 minuto.

O SR. RÔMULO GOUVEIA (PSD-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, telespectadores da TV Câmara e ouvintes da Rádio Câmara , na semana passada, eu manifestei aqui preocupação com a questão hídrica da cidade de Campina Grande e de 19 cidades do chamado

Compartimento da Borborema, que fazem parte desse polo.

Dando sequência à minha preocupação, hoje, de forma muito gentil, o

Ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, recebeu-me em seu gabinete, onde protocolei um documento.

Como Relator da Comissão da Transposição, solicitei a continuidade da obra, para que não sofra solução de continuidade, e, ao mesmo tempo, apresentei a proposta do terceiro turno, que já havia encaminhado ao Ministro Gilberto Occhi, e a alternativa da construção de uma adutora de engate, ligando o eixo leste, para poder atender o Açude Epitácio Pessoa, o Açude de Boqueirão.

Deputado Pedro Cunha Lima, V.Exa., que também tem sido vigilante nessa causa, está, inclusive, com um documento da bancada que será entregue ao

Presidente da República Michel Temer. Por isso, eu tratei dessa questão com o

Ministro Helder Barbalho.

Eu solicitei também ao Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e

Comunicações, Gilberto Kassab, que o Instituto Nacional do Semiárido — INSA se integre a essa questão. O INSA, criado em 2004, é vinculado ao Ministério da

Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e dispõe de uma base em Campina

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Grande, cujo objetivo é atuar no Semiárido brasileiro, desenvolvendo pesquisas nas

áreas de desertificação e mudanças climáticas.

Convidei o Ministro Gilberto Kassab para ir a Campina Grande, possivelmente no dia 3 de junho, para participar de uma reunião com a comunidade acadêmica e com o INSA, a fim de debater a questão da tecnologia, já que Campina Grande é um polo tecnológico, tem um dos parques tecnológicos mais antigos do Brasil. Falei também com a Secretária de Tecnologia, Francilene Garcia, e com outros setores da

Paraíba para que nos ajude.

Então, estamos fazendo a nossa parte. Eu espero que o Governo do Estado, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba — CAGEPA, a Secretaria de Recursos

Hídricos, a Agência Nacional de Águas — ANA e o próprio Governador, volte as atenções para isso.

Há uma série de questões a serem resolvidas. Obviamente, esse documento de toda a bancada, liderada pelo Deputado Pedro Cunha Lima, que será entregue ao Presidente Michel Temer, é muito importante. E também é muito importante a ação de V.Exa., Deputado.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que seja divulgado o meu pronunciamento pelos meios de comunicação da Casa e em A Voz do Brasil .

O Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2º do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Waldir Maranhão, 1º Vice-

Presidente, no exercício da Presidência.

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O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, por favor, eu queria falar pela representação do PTdoB depois. Por favor, inscreva-me, porque eu tenho direito.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Afonso Florence, para uma Comunicação de Liderança, pelo PT.

O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, povo brasileiro que nos acompanha pela TV

Câmara , estamos vivendo um momento excepcional no País. Inicia-se um Governo oriundo de um golpe institucional parlamentar, realizado não só na Câmara dos

Deputados, mas também no Senado Federal, com a admissão do pedido de impeachment, no qual nitidamente não há crime de responsabilidade. Esta realidade caracteriza esse impeachment sem crime de responsabilidade como golpe que ganha conotação externa ao Congresso Nacional.

Hoje é um golpe institucional parlamentar e, na medida em que não foram aceitos os mandados de segurança para impedir a continuidade da apreciação do processo, provavelmente evoluiremos para um golpe de Estado, o que caracteriza um regime de exceção no País.

A partir da decisão unânime do Supremo Tribunal Federal de afastar o

Deputado Eduardo Cunha, temos nesta Casa, na forma da lei, o Deputado Waldir

Maranhão no exercício provisório da Presidência. Há três formas de afastamento do

Deputado Waldir Maranhão: renúncia à Presidência pelo Deputado Eduardo Cunha, falecimento ou cassação.

Da mesma forma que estávamos no Governo em pleno exercício antes do golpe, nós trabalharemos pela estabilidade política do País. A crise econômica começa a ser superada antes do golpe configurado no Congresso Nacional. Há indicadores econômicos de contenção da inflação. De acordo com o Cadastro Geral

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de Empregados e Desempregados — CAGED, percebemos uma redução nos

índices de desemprego. Há um cenário internacional favorável a commodities .

Os resultados da política econômica de ajuste provisório da Presidenta Dilma

Rousseff estão sendo colhidos, a despeito das divergências do PT em relação a algumas das medidas que não estavam no programa do partido, mas que decorreram de um governo de coalizão. Portanto, parte do Governo e dos partidos aliados contribuiu para que estas medidas fossem tomadas, medidas atacadas e eventualmente apoiadas pela Oposição, que agora se avizinham para a classe trabalhadora, para o aposentado, para a aposentada, para o beneficiário do Bolsa

Família no País.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, este Governo é oriundo de um golpe,

é um Governo sem legitimidade, deu um golpe na democracia e no mandato legítimo, na vontade do eleitor e da eleitora, que votaram no segundo turno na política de continuidade da ampliação de serviços públicos. Agora tomou posse e tem Ministérios compostos apenas de homens brancos, ricos, que, quando não investigados pela Operação Lava-Jato e não indiciados, buscam foro privilegiado como Ministros.

Trata-se de um Governo ilegítimo na sua origem, que conspirou, que traiu a

Presidenta Dilma Rousseff e o voto popular. Agora este mesmo Governo quer trair o povo brasileiro porque os anúncios, Presidente Waldir Maranhão, desta semana e da semana passada deixam o povo brasileiro perplexo, com medo de quanto tempo este Governo ilegítimo conseguirá atacando as conquistas sociais.

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O Ministro da Saúde disse que vai retirar o Sistema Único de Saúde — SUS, porque o SUS não cabe no Orçamento. É preciso pagar pelos serviços prestados pelos médicos do Programa Mais Médicos.

Quero dizer a cada brasileiro e a cada brasileira que 45 milhões de brasileiros são atendidos pelo Mais Médicos. É preciso pagar pelos serviços prestados pelo

Programa Mais Médicos e garantir a sua continuidade.

O Presidente golpista Michel Temer decidiu levar para o Ministério da

Fazenda a Previdência: é o prenúncio de cortes de recursos da Previdência. A senhora aposentada, o senhor aposentado, a beneficiária, o portador de deficiência, que recebe o benefício de prestação continuada, estão em risco.

Prometem uma série de outras medidas impopulares. Anunciam que vão trazer para a Câmara dos Deputados propostas para estabelecer a reforma da

Previdência que retiram benefícios.

O golpismo, que atacou o voto popular e as conquistas sociais, econômicas e trabalhistas, já está recebendo nas ruas, com a Frente Brasil Popular e com a Frente

Povo sem Medo, a resistência necessária.

Nós entendemos a frustração daqueles e daquelas que queriam o combate à corrupção, porque já se sinaliza uma operação-abafa para blindar as classes dominantes, os ricos, os poderosos que deram um golpe na democracia, para atacar as conquistas sociais, trabalhistas e econômicas.

Vivemos a seguinte realidade: o Presidente em exercício, o Deputado Waldir

Maranhão, independentemente da orientação partidária, independentemente de o

Parlamentar, a Parlamentar ou o partido serem golpistas ou defensores da

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democracia, precisa contar nesta Casa com o ambiente necessário para a condução dos trabalhos.

Foi dito há pouco que há Parlamentares aqui que pretendem, ao arrepio da lei, sacar a Presidência da Câmara. Portanto, trata-se de um golpe contra a democracia, um golpe contra as conquistas populares, um golpe contra a lei que estabeleceu, com o afastamento de Eduardo Cunha, a obrigatoriedade de o Vice-

Presidente assumir.

Como articulador político, o Vice-Presidente Michel Temer construiu o golpe com o apoio de Eduardo Cunha, cujo afastamento foi solicitado pelo Procurador-

Geral da República no fim do ano passado. Seus atos são nulos na forma da lei.

Agora cabe, como eu disse, até a vacância por morte, por renúncia ou por cassação, o exercício do mandato do Deputado Waldir Maranhão.

Com respeito à legalidade democrática e ao Estado Democrático de Direito, vamos continuar denunciando: o Governo Temer é golpista, porque traiu a vontade da Presidenta Dilma, que, por meio do voto popular, o nomeou articulador político.

Ele construiu, com Eduardo Cunha e sua bancada nesta Casa, um golpe contra a democracia e agora, insisto, tenta retirar benefícios do aposentado, do Bolsa

Família, do agricultor familiar, fechando Ministérios sociais.

O Brasil está se levantando!

O golpe não vencerá!

Fora, Michel Temer!

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que este pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil .

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O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem.

O SR. PAUDERNEY AVELINO - Sr. Presidente, peço a palavra como Líder.

O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, uma questão de ordem.

O SR. PAUDERNEY AVELINO - Sr. Presidente, estou pedindo a palavra como Líder.

O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, estou pedindo a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Carlos Henrique Gaguim, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco

PTN/PTdoB/PSL. (Pausa.)

O SR. VANDERLEI MACRIS - Pela ordem, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Pela ordem...

O SR. SILVIO COSTA - Não se trata de “pela ordem”, Sr. Presidente. Trata- se de questão de ordem.

O SR. VANDERLEI MACRIS - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu queria saber de V.Exa...

O SR. SILVIO COSTA - Não se trata de “pela ordem”, mas, sim, de questão de ordem. Vamos colocar os pingos nos is.

O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que me garanta a palavra.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Vamos ouvir o Deputado Carlos

Henrique Gaguim. Em sequência, ouviremos V.Exa. (Pausa.)

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O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, esta é a pergunta que faço: V.Exa. é advogado?

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Sou o Presidente interino desta

Casa.

O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, eu queria saber quem elaborou o despacho que cancelou a decisão da Câmara em relação ao processo de impeachment . A assessoria jurídica da Secretaria-Geral da Mesa não foi.

Como V.Exa. não é advogado, quem assinou esta decisão no despacho que

V.Exa. elaborou?

Esta é a pergunta que faço a V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Vamos ouvir o Deputado Carlos

Henrique Gaguim.

O SR. AFONSO FLORENCE - Essa pergunta não tem cabimento...

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - O Deputado Carlos Henrique

Gaguim tem a palavra.

O SR. VANDERLEI MACRIS - Eu gostaria de saber a resposta de V.Exa., Sr.

Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Não é questão de ordem.

Com a palavra o Deputado Carlos Henrique Gaguim.

O SR. AFONSO FLORENCE - Só porque V.Exas. conseguiram nomear o advogado do Deputado Eduardo Cunha lá no Governo? Só os advogados de

Eduardo Cunha é que podem? E a oposição do PCC?

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Carlos Henrique Gaguim, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco

PRB/PTN/PTdoB/PSL.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PTN-TO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres pares, ocupamos novamente a tribuna desta Casa para manifestar uma preocupação com a realidade do País. Hoje, nos hospitais do nosso Estado, as pessoas estão sem atendimento, as ambulâncias não têm macas. É preciso que haja empenho para que nossos projetos em Brasília cheguem à base.

A base está sofrendo porque nossos agropecuaristas estão perdendo a produção nas lavouras, e nós não apresentamos condições para que eles resolvam este problema.

Por isso, Sr. Presidente, este Deputado conclama V.Exa. e a Mesa Diretora para que façam tramitar nesta Casa nossos projetos.

Recebi hoje no meu gabinete mais de 50 pessoas que apresentam uma ação popular contra esta Casa de Leis, contra V.Exa., Sr. Presidente, já que a Câmara está parada. O custo da Câmara dos Deputados é de mais de 12 milhões e 800 mil reais por dia. Imaginem uma semana sem votações! Repito: são mais de 12 milhões de reais! Esses 12 milhões de reais fazem falta à saúde, à segurança pública.

Portanto, conclamo V.Exa., a Mesa Diretora e os nobres pares para chegarmos a um denominador comum.

Tivemos um prejuízo muito grande com a derrubada, por V.Exa., da votação do impeachment nesta Casa. Ficamos aqui a noite toda votando democraticamente,

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e esta Presidência anulou a decisão. Depois a Presidência volta atrás, o que coloca esta Casa em descrédito.

Falo isso porque, por 2 vezes, tive a oportunidade de ser Presidente da

Assembleia Legislativa do meu Estado. Pude contar com o apoio dos 24 Deputados da Assembleia — não havia nenhum contra o Deputado Gaguim, como Presidente daquela Casa. Mas eu presidia com os Parlamentares, ouvindo os Parlamentares.

Sr. Presidente, eu conclamo V.Exa. a repensar esta questão. Tenha um ato de bravura em prol do País, para que esta Casa volte a andar e vote as matérias!

Há mais de 58 projetos da minha autoria para serem votados. Temos o projeto das emendas impositivas dos Estados, que precisa ser votado, para que mais de 150 milhões de reais sigam para os Estados e, assim, se dê andamento às obras de que o povo precisa.

Peço a V.Exa. que renuncie a esta Presidência. Não faça o que V.Exa. está fazendo, isso vai denegrir a Casa. Renuncie, para que o País volte a crescer e para que haja eleição para Presidente da Câmara dos Deputados. V.Exa. continuará aqui.

V.Exa. tem o seu mandato.

É o que peço a V.Exa., Sr. Presidente.

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O SR. PAUDERNEY AVELINO - Peço a palavra como Líder, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Pauderney Avelino, para uma Comunicação de Liderança, pelo Democratas.

O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu fico cada vez mais surpreso ao ver a ousadia campear nesta Casa. Temos um Presidente afastado, que, por terceiros, continua governando e mandando na Câmara dos Deputados.

O SR. AFONSO FLORENCE - V.Exas. deram sustentação a ele o tempo todo!

O SR. PAUDERNEY AVELINO - Eu estou com a palavra, Deputado! V.Exa. me respeite!

O SR. AFONSO FLORENCE - A verdade é dura!

(O microfone é desligado.)

O SR. MORONI TORGAN - Vamos respeitar o orador que está com a palavra. Não se respeita quem está com a palavra. Se V.Exas. querem defender

Eduardo Cunha, nós deixamos. Não há problema.

O SR. PAUDERNEY AVELINO - Trata-se de um Presidente que, mesmo afastado, continua usando o seu poder para governar esta Casa, por meio do

Presidente interino.

Sr. Deputado Waldir Maranhão, V.Exa. pode sair dessa cadeira e fazer um bem para o Brasil. V.Exa. não tem condições de dirigir a Câmara dos Deputados.

Deputado Waldir Maranhão, V.Exa. atentou, na segunda-feira passada, contra a decisão de 367 Deputados, por meio de um documento que V.Exa. assinou,

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documento, segundo consta, elaborado pelo então Advogado-Geral da União José

Eduardo Cardozo e pelo Governador do seu Estado.

Esta Casa não merece passar pelo que está passando.

Deputado Waldir Maranhão, V.Exa. recebeu, até dezembro de 2015, salários como professor fantasma da Universidade do Maranhão. V.Exa. está desonrando a cadeira de Presidente!

Eu gostaria que V.Exa. renunciasse à Presidência interina da Câmara dos

Deputados. Tenho uma questão de ordem a fazer, mas não me sinto confortável em apresentar uma questão de ordem que pede a V.Exa. que declare a vacância do cargo de Presidente da Câmara.

Como eu posso me dirigir a V.Exa., se V.Exa. é instrumento do Presidente afastado Eduardo Cunha?

Sras. e Srs. Deputados, o PT é cúmplice nesta história. (Manifestação no plenário.)

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Vamos garantir a fala ao orador.

O SR. PAUDERNEY AVELINO - A Câmara dos Deputados não pode continuar com uma interinidade ilegítima. É necessária uma decisão sobre eleições para a Presidência da Câmara dos Deputados.

V.Exa. ficará na Primeira Vice-Presidência, cargo para o qual foi eleito, mas terá de responder no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar, em vista do ato de V.Exa. na segunda-feira passada. V.Exa. vai responder também sobre este ato aqui. (Aponta para o papel em sua mão.)

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Deputado Waldir Maranhão, levante-se dessa cadeira! A Câmara dos

Deputados não merece o que V.Exa. está fazendo. O Brasil não merece o que

V.Exa. fez na semana passada.

Deputado Waldir Maranhão, levante-se dessa cadeira!

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Ivan Valente, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Câmara dos Deputados vive um momento muito grave. Vejam a que situação se levou esta instituição, mantendo-se Eduardo

Cunha até onde se manteve, com tanto cinismo e tanta hipocrisia.

Eduardo Cunha deveria estar afastado desde o mês de fevereiro, quando saiu a denúncia do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Eduardo Cunha, na

CPI da PETROBRAS, mentiu! E, se nós quisermos resolver rapidamente isso aqui, resolvemos da seguinte forma: convocamos o Conselho de Ética, pedimos para os partidos da base, que sustentaram e sustentam Eduardo Cunha, e cassamos o mandato dele imediatamente. Vamos cassar agora o mandato dele! (Palmas.)

Mas, na quinta-feira, ele vai lá depor e vai intimidar muita gente!

Nós não elegemos Waldir Maranhão, o PSOL não declarou voto em Waldir

Maranhão. Houve 438 Deputados desta Casa, mais do que os 367 que votaram pelo impeachment , que votaram em Waldir Maranhão. Quem pariu Mateus que o embale!

Se agora ele é incapaz, se agora ele não tem condições morais, deviam ter pensado nisso antes, na chapa vencedora que foi apresentada. O PSOL não apoia o

Deputado Waldir Maranhão, mas não tolerará nenhuma manobra que fuja da legalidade.

Então, vamos cassar Eduardo Cunha! Essa jogada de eleição para

Vice-Presidente, essa manobra na CCJ, tudo isso, na verdade, é a divisão dos golpistas. Uma parte quer manter o Eduardo Cunha como marionete; a outra parte quer eleger o Presidente, elegendo o Vice-Presidente na outra bancada, para

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comandar nesta Casa uma agenda negativa de privatizações e de pauta regressiva nos direitos trabalhistas, civis, humanos. É isso o que se quer fazer. E é para isso que se está fazendo esse debate. Cinismo! Hipocrisia! Prestem contas à sociedade, porque bajularam Eduardo Cunha, que foi funcional ao golpe. E agora vamos tirá-lo de lá. Essa é a solução.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Weverton Rocha, para uma Comunicação de Liderança, pelo PDT.

O SR. WEVERTON ROCHA (PDT-MA. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, telespectadores da TV Câmara , ouvintes da Rádio Câmara , Sras. e

Srs. Deputados, nós vivemos um momento importante da nossa política nacional.

Sabemos das dificuldades que todos estão enfrentando. Hoje o País está diante de um quadro difícil, terrível. Quando se questionam os setores, todos chegam a um consenso: esta crise é mais política do que fiscal, é uma crise de encaminhamento.

Uma falta de objetividade sem tamanho é o que a classe política consegue ter em relação aos problemas do Brasil.

Passado o dia 17 de abril, quando esta Casa votou o impeachment da

Presidente da República, que vai completar 1 mês, mais uma vez não se encontra objetividade entre o grupo de Líderes dos partidos quanto ao enfrentamento dos problemas que o Brasil precisa resolver.

Mais de 10 milhões de trabalhadores estão fora do mercado de trabalho, há várias obras em todo o Brasil que precisam ser retomadas, há um Governo que mal começou e já tem que ficar se justificando a vários setores, corrigindo suas falas.

Nós temos fusões de políticas, apenas para produzir discursos, que deixam uma grande interrogação nesta Casa. Precisamos nos entender de verdade. Eu tenho a certeza de que só o diálogo vai dar a solução concreta para os problemas que estamos enfrentando no Brasil.

Houve o questionamento claro de alguns partidos quanto à legitimidade do

Presidente interino desta Casa, o Deputado Waldir Maranhão. Primeiro, alguns colegas se excederam na semana passada, ao criticar o Deputado Waldir Maranhão

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e tentar, de forma pejorativa, prejudicar, diminuir e levar o nome do Estado do

Maranhão para o fundo do poço.

Eu gostaria de separar os dois atores: o Deputado Waldir Maranhão e o

Estado do Maranhão. A concordância de alguns com a posição dele é uma questão política do Presidente Waldir Maranhão.

O Maranhão, nosso Estado, é um Estado altivo, com um povo trabalhador. O povo do Maranhão sempre recebeu a todos com o maior carinho. Muitas pessoas visitam nossos Lençóis Maranhenses, nossa baixada, nossa região tocantina, nossa

São Luís, ilha do amor. Sempre recebemos com o maior carinho a todos do País, bem como aqueles que chegam do exterior. A luta que se está travando com o

Presidente Waldir Maranhão é de natureza política. É uma luta necessária.

O PSOL deixa claro que quem o elegeu não foi o PSOL, não foi o PDT, não foi o PT. Nós tínhamos uma chapa com o Deputado Arlindo Chinaglia. Quem o elegeu foram os outros partidos. Agora alguns deles estão questionando a sua legitimidade. Por que não a questionaram desde o início, junto com toda a chapa?

Portanto, além de buscar uma solução para esta disputa interna, precisamos encontrar uma solução para a disputa externa que o Brasil está vivendo.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Daniel Coelho, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSDB.

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu não posso deixar que dois

Parlamentares, pelos quais tenho respeito, digam aqui no plenário algo que não é verdadeiro.

O Deputado Weverton Rocha, para relembrar V.Exa., acho, se equivocou e com certeza não quis passar uma versão falsa para os Srs. Deputados. Nós não tivemos um bate-chapa na 1ª Vice-Presidência. Nós tivemos um bate-chapa no cargo para o qual V.Exa. defendeu o nome do Deputado Arlindo Chinaglia. Nós defendemos o nome do Deputado Júlio Delgado, do PSB.

O restante da Mesa Diretora recebeu o voto da unanimidade dos partidos, com poucos votos contra: cerca de 6 votos contra.

Não houve um bate-chapa na 1ª Vice-Presidência, nem nos demais cargos da

Mesa. Portanto, não é correto V.Exa. dizer que foi contra a posição e a eleição dos que hoje compõem esta Mesa Diretora.

Digo isso para podermos restabelecer os fatos e o que aconteceu. V.Exa. defendeu um candidato. Nós defendemos outro, e a Mesa Diretora não teve chapa avulsa em disputa. Para podermos rememorar, não se trata de um embate. Isso serve para trazermos os fatos como realmente aconteceram.

Minha preocupação e, acho, a preocupação de todos nós — falo em nome do

PSDB — é com a situação em que se encontra o Brasil, que precisa sair deste impasse. O País precisa acabar com esse ambiente de divisão da nossa sociedade,

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embate que em nada contribui para que saiamos da crise política e econômica em que estamos.

É importante que a partir deste momento o Plenário reflita sobre a união que precisamos fazer no País. Neste momento, esta Casa não está conseguindo unidade para fazer uma reunião com os Líderes. Hoje, às 15 horas, os Líderes partidários deveriam ter-se reunido com o Presidente em exercício para discutir as matérias que devem ser votadas.

Nós estamos aqui reunidos. Qual será a Ordem do Dia? Como nós vamos tirar o Brasil desta crise, se não conseguimos votar absolutamente nada no plenário? Em primeiro lugar, não há entendimento político. Mais do que isso — este talvez seja o maior problema —, não há confiança na Presidência do Deputado

Waldir Maranhão.

Não se trata de uma questão pessoal contra o Parlamentar e o Deputado. É uma questão política!

O Deputado Vanderlei Macris, do PSDB, apresentou uma questão de ordem muito objetiva, Deputado Waldir Maranhão, com a seguinte pergunta: “Quem elaborou aquele documento absurdo, assinado por V.Exa., tentando cancelar uma decisão legítima e democrática feita por este Plenário?”

V.Exa. não respondeu ao Deputado Vanderlei Macris, tampouco ao Plenário, mas precisa responder à opinião pública brasileira, à nossa sociedade, quem elaborou o documento que V.Exa. assinou. Não foi a Secretaria da Mesa, não foram os assessores desta Casa que fizeram o documento, buscando cancelar a votação.

Faço outra pergunta a V.Exa.: “Por que o cancelamento da Ordem do Dia e da reunião de Líderes? Por que a tentativa de esvaziar o funcionamento da Casa?”

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Para voltarmos à normalidade e termos condições de avançar em projetos importantes que resolvam a crise deste País, precisamos realizar nova eleição para a Presidência deste poder.

É evidente que este Plenário precisa resolver a situação do Presidente

Eduardo Cunha. Neste ponto, eu concordo com o Líder do PSOL quando diz que ela precisa ser resolvida por meio do voto, e rapidamente, porque nós sabemos que ele continua influenciando as decisões deste poder, continua ocupando a residência oficial e recebendo Parlamentares, influenciando todos os atos aqui tomados.

Não quero acusar ninguém de marionete de ninguém. Mas não há confiança para continuarmos os trabalhos desta forma. A nova eleição é uma condição para voltarmos à normalidade na Câmara dos Deputados.

Por isso, como fizeram outros Parlamentares, como já fez o Líder do PTN e o

Líder do Democratas, o PSDB também apela para a sensibilidade de V.Exa., a fim de que perceba que não há mais condições políticas para V.Exa. continuar, mesmo que interinamente, presidindo esta Casa.

Ninguém consegue presidir uma casa legislativa com mais de 30 partidos se não tiver a confiança dos Líderes e Parlamentares.

A Presidente Dilma Rousseff, hoje afastada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, insistiu em tentar governar à força, sem ter maioria e sem ter base de apoio. Levou o Brasil à maior crise econômica e política de sua história.

Não tente V.Exa. repetir este ato, não insista na tentativa de presidir este poder sem o apoio político dos seus pares! Do ponto de vista pessoal, esta é uma decisão equivocada para V.Exa., algo que só trará desgaste na ocupação do cargo.

Mais do que isso, é um desgaste para este poder e, acima de tudo, para o Brasil,

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que quer olhar para frente, deixar para trás a divisão do “entre nós e eles”, buscando uma solução para a crise econômica e o desemprego. Estes, sim, estão preocupando toda a população brasileira.

Fica, portanto, o apelo para a sensibilidade de V.Exa., a fim de que continue o seu mandato como Deputado, mas ajude o Brasil, deixando o cargo e permitindo que a Casa realize uma nova eleição para que um Presidente com legitimidade possa conduzir esta Casa.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Silvio Costa. S.Exa. dispõe de 2 minutos.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Não, Sr. Presidente. Eu tenho 5 minutos semanais.

Sras. e Srs. Deputados, o Brasil precisa saber a verdade: de cada dez

Deputados que defendem a saída do Deputado Waldir Maranhão da Presidência, nove estão com medo de Eduardo Cunha. Esta é a grande questão!

Em determinado momento, um grupo de Parlamentares foi à casa de Eduardo

Cunha pedir que ele renunciasse à Presidência. Eduardo Cunha disse: “Não venham para cima de mim, porque eu tenho bala na agulha. Não venham para cima de mim, porque eu detono vocês”. As palavras são estas! Ficaram com tanto medo de

Eduardo Cunha — o correto seria pedir a ele que renunciasse —, mas acabaram indo para cima de Waldir Maranhão.

Deputado Waldir Maranhão, V.Exa. recebeu mais de 400 votos, vai ter meu apoio e tenho certeza de que receberá o apoio da maioria. Enquanto V.Exa. respeitar a Constituição e o Regimento da Casa, terá nosso apoio. Por favor, não renuncie! Não faça o jogo deles. Este é o primeiro ponto.

O segundo é que estão fazendo uma questão de ordem mal-assombrada.

Eis o jogo deles: questão de ordem para declarar a vacância do cargo de

Presidente. Estão pensando que o Deputado Waldir Maranhão vai dizer que vai indeferir. Eles recorrem ao Plenário e ganham. Quando fizerem esta questão de ordem, sugiro que V.Exa. diga: “Eu recolho”. Recolhe a questão de ordem, e “priu”!

Se eles recorrerem ao Supremo Tribunal Federal, este vai dizer que esta é uma questão interna corporis .

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Moral da história: não vão tirar o Deputado Waldir Maranhão.

Eu vi Deputados como meu amigo Pauderney Avelino — cito seu nome,

Deputado Pauderney Avelino — imitando Gabeira: “Levante-se dessa cadeira!” Não levante! A cadeira é sua! Ele mesmo votou em V.Exa. Aqueles que querem tirá-lo hoje são os mesmos que votaram em V.Exa. Votaram em Eduardo Cunha. Não há discurso. É o movimento pela Constituição do Brasil e pelo Regimento.

V.Exa. respeite sua família, respeite o Maranhão, respeite seus filhos, respeite seus netos! Não ceda à pressão! Não renuncie!

Fique, Waldir! (Palmas.)

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O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, tenha muita cautela com os conselhos do Deputado Silvio Costa.

V.Exa. sabe o resultado do conselho que S.Exa. lhe deu. Não repita o que aconselha o Deputado Silvio Costa.

O SR. PAUDERNEY AVELINO - Sr. Presidente, como meu nome foi citado pelo Deputado Silvio Costa, quero responder a S.Exa.

O SR. SILVIO COSTA - É verdade. Com o maior carinho do mundo, eu citei o nome de V.Exa.

O SR. ORLANDO SILVA - Ninguém foi citado. Vamos seguir a pauta, Sr.

Presidente.

A SRA. LAURA CARNEIRO - Já que virou uma bagunça, eu quero falar também, Sr. Presidente. Se todo mundo fala, eu também quero falar.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Se todos tiverem calma, todos falarão.

A SRA. LAURA CARNEIRO - V.Exa. não quer falar? Com essa bagunça no

Congresso Nacional, todos nós temos que falar ao mesmo tempo.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Rubens Bueno, do PPS. (Pausa.)

O SR. PAUDERNEY AVELINO - Sr. Presidente, como eu fui citado, quero o direito de resposta contra o Deputado Silvio Costa.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Deputado Pauderney Avelino,

V.Exa. terá assegurada a palavra tão logo o Deputado Rubens Bueno se pronuncie.

O SR. ORLANDO SILVA - Ninguém foi citado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Rubens Bueno, para uma Comunicação de Liderança, pelo PPS.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós chegamos a esta Casa, no atual mandato, em 2015. Fizeram-se acordos, criaram-se Blocos Parlamentares. Nós fizemos um Bloco Parlamentar com o PSDB, o PSB e o PV. Indicamos como candidato à Presidência o Deputado Júlio Delgado, e perdemos a eleição para

Presidente. Restou-nos fazer com que a proporcionalidade da Mesa fosse mantida.

A partir daí, observamos que, a cada momento que passava, havia a vontade do Governo de continuar prestigiando o Presidente da Casa, o Deputado Eduardo

Cunha. Isso aconteceu até dezembro do ano passado!

Em outubro, nós publicamos uma carta em que dizíamos que o então

Presidente não tinha mais condições de presidir esta Casa, por tudo o que estava sendo denunciado contra Eduardo Cunha. Em novembro, com o PSB, com o PSDB, com a Rede e com o PSOL — o PT não estava junto —, recorremos ao Procurador-

Geral da República, Rodrigo Janot, a quem pedimos o afastamento de Eduardo

Cunha. Conseguimos que o Procurador-Geral da República fosse ao Supremo

Tribunal Federal em dezembro pedir o afastamento, até que isso aconteceu em 5 de maio deste ano.

Antes disso, em 17 de abril, conseguimos aprovar nesta Casa o encaminhamento pela admissibilidade do processo de impeachment da Presidente da República. Logo em seguida, no dia 5 de maio, o Supremo Tribunal Federal afastou Eduardo Cunha da Presidência desta Casa.

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No dia 8 de maio, o Presidente em exercício, o Deputado Waldir Maranhão, diz num despacho que estava atendendo a um pedido para anular a aprovação, por

367 Deputados, do impeachment .

Ora, que autoridade moral tem o Deputado Waldir Maranhão para continuar presidindo esta Casa, se num simples despacho S.Exa. cancelou uma sessão do plenário convocada dentro do rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal? Que autoridade tem ele? Não tem autoridade nenhuma!

Nós queremos é afastar Eduardo Cunha!

V.Exa., Sr. Presidente, não tem autoridade para continuar presidindo a Mesa, porque colocou o Brasil num vexame internacional e colocou esta Casa perante a sociedade brasileira como ela fosse um grande circo. V.Exa. tomou uma decisão de dia e à noite voltou atrás.

Ora, Sr. Presidente, é evidente que V.Exa. não pode continuar presidindo esta

Casa!

Por isso, pedimos a V.Exa. que renuncie, porque nós queremos afastar

Eduardo Cunha.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Daniel Almeida, do PCdoB. (Pausa.)

O SR. PAUDERNEY AVELINO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Desculpe-me, Deputado. Tem a palavra V.Exa., para a réplica, por 1 minuto.

O SR. PAUDERNEY AVELINO (DEM-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu volto a insistir que o Deputado Silvio Costa agora se arvora de advogado de defesa do Presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, e do Presidente interino da Casa. Eu vejo que isso conta com o apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores, que aplaudiu freneticamente o Deputado Silvio Costa.

V.Exa., Sr. Presidente, pelos atos que praticou, não tem condições de permanecer à frente desta Casa. Portanto, entendemos que V.Exa. poderia, num gesto, refazer a eleição para Presidente da Casa, declarando a vacância em até 5 dias e renunciando.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Daniel Almeida, para uma Comunicação de Liderança, pelo PCdoB.

O SR. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO DANIEL ALMEIDA QUE, ENTREGUE AO

ORADOR PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso a ser publicado na Sessão nº 129, de 25/05/16.)

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Miguel Haddad, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria.

O SR. MIGUEL HADDAD (PSDB-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o PSDB e as bancadas de coalizão tinham um candidato à Presidente da Câmara dos Deputados, o Deputado Júlio Delgado.

Todos nós votamos em Júlio Delgado.

Em dezembro, o PSDB subscreveu o pedido de afastamento do então

Presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que não foi subscrito pelo

PT. O PT foi convidado, mas não subscreveu, e não o fez por conveniência: era conveniente para o PT manter o Presidente Eduardo Cunha, porque via nele um instrumento de apoio ao Governo da Presidente Dilma Rousseff.

Hoje a questão do afastamento do Presidente Eduardo Cunha não é, por parte do PT, uma questão ética, moral, de transparência. É, acima de tudo, por conveniência, por oportunidade.

Naquele momento, a expectativa era que o Presidente Eduardo Cunha seria um instrumento útil. Mudou-se de opinião por causa das ações que o Presidente

Eduardo Cunha então assumia.

O Presidente interino, o Deputado Waldir Maranhão, através do ato, logo no início da sua posse, no início dos seus trabalhos, revogando o processo de impeachment , dá-se como impedido, perdendo a confiança por parte da Casa.

Não há mais, Deputado Waldir Maranhão, como V.Exa. conduzir os trabalhos, após a medida adotada em relação ao processo de impeachment , medida que foi um erro inoportuno, inadequado, sem qualquer respaldo legal.

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A manutenção do Presidente interino Waldir Maranhão representa a manutenção do ex-Presidente Eduardo Cunha. Alguém na Casa tem dúvida disso?

Manter Waldir Maranhão significa manter Eduardo Cunha. Neste momento, a oposição ao atual Governo quer, sim, manter Waldir Maranhão e, com isso, manter

Eduardo Cunha. Isso precisa fica muito claro.

É lamentável, num país com mais de 11 milhões de pessoas desempregadas, em que as pessoas foram às ruas exigir o impeachment, na expectativa de melhorias, na expectativa de gerar empregos, se desenvolver e criar mais oportunidades, que tenhamos um novo episódio como este que presenciamos agora na Câmara dos Deputados.

Não bastasse uma sessão em que não se tem pauta, em que os projetos não caminham, com um Presidente que perdeu a confiança e que neste momento, em face dos seus atos, não reúne mais as condições necessárias para conduzir a

Câmara dos Deputados, ainda temos de conviver com a defesa de parte dos

Deputados que apostam no quanto pior melhor. Este é o nosso quadro.

Eu queria deixar claro que nossa posição é de independência, de apoio ao atual Governo. Mas, acima de tudo, fazemos um pedido ao atual Presidente Waldir

Maranhão: afaste-se, deixe a cadeira, para que possamos, de fato, reconduzir o

País, por meio deste novo Governo e de novas ações, ao desenvolvimento, a melhores oportunidades, à geração de empregos.

O debate político não pode se sobrepor aos interesses do País. O interesse individual, particular, não pode mais se sobrepor aos interesses coletivos, razão pela qual eu faço este apelo ao Presidente interino: Deputado Waldir Maranhão, tenha bom senso, tenha clareza do quadro atual, da importância do momento, e se afaste.

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Não se trata de um pedido deste ou daquele, mas um pedido dos brasileiros que querem ver o País se desenvolver.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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A SRA. MOEMA GRAMACHO (PT-BA. Questão de ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, com base no art. 11, combinado com o art. 13, formulo a seguinte questão de ordem.

O Deputado Miguel Haddad, de fato, falou pela Minoria. S.Exa. diz que este

Governo é ilegítimo, que este Governo ainda não se sente como Governo. O PSDB ainda não se posicionou: não sabe se é ou não Governo. Como o PSDB fala em nome da Minoria? De duas, uma: ou está querendo enganar, usando o tempo da

Minoria, ou não tem ainda uma definição.

Isso prova que é um Governo ilegítimo, fruto do golpe, um Governo que ainda não conseguiu se assumir, que só fez trapalhada até então, que só tem subtraído as conquistas dos trabalhadores. Está completamente atrapalhado no Governo e no

Parlamento também.

O SR. DELEGADO ÉDER MAURO - Eu não vi onde está a questão de ordem da Deputada, Sr. Presidente.

A SRA. MOEMA GRAMACHO - Eu quero continuar, Sr. Presidente. A questão de ordem trata justamente do tempo de Líder da Minoria e da Maioria. O

Deputado Miguel Haddad é do PSDB, falou o tempo inteiro usando o tempo da

Minoria. Por educação, eu não quis interrompê-lo.

Ele precisa saber se é ou não Governo. Mas, como se trata de um Governo ilegítimo, nem ele está confiando no Governo, nem quer falar pelo Governo.

O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, eu quero aditar uma questão de ordem, que eu posso. Uma questão de ordem pode ser aditada ou contraditada. Eu quero aditar.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Tem a palavra V.Exa., para contraditar.

O SR. SILVIO COSTA - Não, não. Então, vou contraditar.

O SR. CARLOS SAMPAIO - Sr. Presidente, a Liderança do PSDB referiu-se

à Liderança da Minoria.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu peço a V.Exa. que me inscreva para que eu possa falar pela Liderança do Governo, a não ser que o PSDB já tenha rompido com Michel

Temer. O Deputado Miguel Haddad realmente não poderia ter falado pela Minoria, porque o principal partido golpista é o PSDB.

Quero que V.Exa. me inscreva para eu falar pela Liderança do Governo e, assim, esculhambar Michel Temer.

O SR. CARLOS SAMPAIO (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero fazer um esclarecimento, já que a Deputada fez referência à

Liderança da Minoria.

Nós tínhamos a impressão de que o sentimento do PT e do PCdoB era de que o afastamento por 180 dias era, por ora, provisório. É evidente que não se vai desfazer da Liderança da Minoria por um afastamento provisório. No entanto, se o

PT e o PCdoB disserem que o afastamento é definitivo e que a Presidente Dilma

Rousseff não volta mais, fica tranquilo. Amanhã, entregaremos a Liderança da

Minoria sem nenhum problema! Mas assumam que a Presidente Dilma não voltará.

Se V.Exas. assumirem que a Presidenta Dilma não volta, a alegria do Brasil e deste Parlamento será tamanha, que V.Exas. podem pegar a Liderança da Minoria, pois cargos não interessam ao PSDB.

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Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. PEPE VARGAS - Quem sabe os Ministros também voltem.

O SR. SILVIO COSTA - Deputado Carlos Sampaio, aqui ninguém é analfabeto. Que onda é essa? Sr. Presidente, Michel Temer é um Presidente provisório.

A SRA. MOEMA GRAMACHO - Estão com vergonha de assumir um Governo ilegítimo! Estão com vergonha de falar por um Governo ilegítimo!

O SR. MORONI TORGAN - Como é provisório, vão ter que nos acatar como

Minoria.

O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu quero aproveitar este minuto, enquanto o Líder se desloca à tribuna, para registrar que o Deputado do PSDB falou o que mostra ser uma crise de identidade do PSDB: como o PSDB perdeu nas urnas, tenta tomar o poder no tapetão. É por isso que Aécio Neves estava do lado do Presidente golpista na última semana.

A crise é de identidade. Eles sabem que são minoria nas urnas, mas querem ser maioria no tapetão.

Este é um Governo que já começou atrapalhado: de manhã, o Governo defende uma posição; de tarde, defende outra; de noite, defende outra. É um

Governo trapalhão. O Governo ilegítimo de Michel Temer é um Governo trapalhão.

O SR. MORONI TORGAN - Sr. Presidente, se for para ficar ouvindo bobagens, é melhor encerrar esta sessão.

O SR. ORLANDO SILVA - É um Governo trapalhão, um Governo que se atrapalha com as próprias pernas, porque não tem proposta para defender.

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O SR. DELEGADO ÉDER MAURO - Já acabou! O Governo de V.Exas. já acabou! Não existe mais.

O SR. MORONI TORGAN - Vamos encerrar logo. Ele não apresentou questão de ordem. Não fez coisa nenhuma.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Vamos ouvir o orador que está na tribuna.

O SR. DELEGADO ÉDER MAURO - O Governo da roubalheira já acabou.

O SR. SILVIO COSTA - Encerre a sessão, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Renato Molling, para uma Comunicação de Liderança, pelo Bloco Parlamentar

PP/PTB/PSC.

O SR. RENATO MOLLING - Eu estou com a palavra, Deputado Silvio Costa!

O SR. JOÃO GUALBERTO - Sr. Presidente, encerre essa bagunça! Diga se está recebendo dinheiro como professor! Estava recebendo dinheiro como professor? Responda!

A SRA. MOEMA GRAMACHO - Se não tem governo, como vai ter Líder?

Não tem governo!

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Há um orador na tribuna.

O SR. JOÃO GUALBERTO - Sem educação!

O SR. DAVIDSON MAGALHÃES - Não vai ter golpe!

O SR. RENATO MOLLING (Bloco/PP-RS. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero dizer que esta Casa tem uma responsabilidade muito grande com a governabilidade do Presidente Michel Temer.

O Governo anterior chegou ao fundo do poço. Não tinha mais a mínima condição de governar. Em virtude disso, com um processo totalmente democrático, deu-se o impeachment. Quando era quase impossível alcançar dois terços, não se alcançaram somente 342 votos, mas, sim, 367 votos. Estes 367 Deputados hoje têm a responsabilidade de ajudar na governabilidade do Presidente.

Por isso, o Governo que ora se inicia, com muita responsabilidade, está fazendo o dever de casa ao diminuir custos e propor a reforma administrativa, tão necessária para recuperar a credibilidade na política.

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Na última eleição, os políticos e a política infelizmente perderam muito da sua credibilidade. Perderam a credibilidade por causa de uma eleição mentirosa, de uma eleição que mostrou uma realidade que não existia.

Os 54 milhões de pessoas que votaram no Governo Dilma Rousseff também votaram em Michel Temer. O Presidente Michel Temer, com capacidade de diálogo e com sua equipe de trabalho, formada por pessoas corretas e responsáveis, está preocupado com a gestão e a administração do dinheiro público.

Este País precisa de gestão, precisa recuperar a credibilidade. Nós temos a certeza de que a credibilidade será recuperada pela equipe do atual Governo. Todos nós também somos responsáveis pela recuperação do Brasil.

Parece que os ânimos já estão melhores e que já existe um clima melhor.

Isso é necessário para que o setor produtivo, que é tão importante na economia, gere empregos. Uma das prioridades absolutas do atual Governo é a geração de empregos. Para isso, é preciso recuperar a confiança e a credibilidade não só do investidor externo, mas também do investidor brasileiro, a fim de que ele gere emprego e aumente a produção. Assim, as exportações voltarão a se expandir e trarão divisas ao nosso País, o que vai gerar emprego e crescimento.

Nós temos um potencial enorme. O País é muito grande, tem capacidade para crescer e para dar oportunidades às pessoas, por meio do trabalho, da capacitação, da educação, fundamentais para que possamos adicionar valor agregado aos nossos produtos e competir internacionalmente com qualquer país.

O brasileiro é criativo, é inteligente, é capaz. Basta lhe dar oportunidade. Esta oportunidade quem dá são as políticas públicas, que induzem ao desenvolvimento,

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com muita seriedade e planejamento, por meio de programas com começo, meio e fim.

Esta Casa só vai funcionar se houver um projeto do Poder Executivo a longo prazo. Infelizmente, se os 513 Deputados, de regiões diferentes, com interesses diferentes, não tiverem o rumo do Governo, as coisas não acontecerão.

Pelas boas intenções deste Governo, temos certeza de que haverá gestão e planejamento. Para isso, as pessoas certas têm que ser colocadas nos lugares certos. Cada um sabe fazer bem aquilo de que tem conhecimento. Tenho certeza de que isso é possível, mas não vai existir crescimento nem desenvolvimento se não trabalharmos e se não nos empenharmos.

Não há governo que consiga fazer a máquina andar ou o País crescer, sem que a população esteja unida, sem que as entidades estejam juntas, sem que os empresários e as indústrias invistam, sem que os trabalhadores estejam entusiasmados para colaborar.

Reforço que tanto os trabalhadores da iniciativa privada como os trabalhadores da área pública têm o compromisso de atender bem às pessoas e de exercer bem a sua função. A recuperação da autoestima dos funcionários públicos se dá ao se lhes mostrar um rumo, ao fazê-los perceber que é preciso entusiasmo para atender às pessoas.

Nesse sentido, os sindicatos dos trabalhadores e os sindicatos das indústrias têm que fazer a sua parte. Infelizmente, os sindicatos no Brasil totalizam quase 15 mil. Em países desenvolvidos, não há mais do que cem sindicatos. Aqui, boa parte dos 15 mil sindicatos não trabalha. Temos que modificar nesta Casa o imposto sindical, com o qual o trabalhador é obrigado a contribuir. Obrigar, hoje, não existe

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mais. Não é possível obrigarmos o trabalhador a contribuir com o imposto sindical e com o imposto patronal. Se o sindicato for bom, vai ter adeptos, vai poder contar com a contribuição dos trabalhadores para a sua continuidade.

O sindicato tem que defender o trabalhador, tem que defender as indústrias.

Não pode continuar o que está acontecendo hoje, em que ele investe o dinheiro do trabalhador para fazer política partidária. Isso tem que acabar, e tem que acabar também nesta Casa.

Sr. Presidente, eu quero novamente convidar todos a refletirem. Esta Casa tem uma responsabilidade muito grande em colaborar com o Governo Temer e sua equipe, para que realmente consiga implementar as ações tão necessárias para o desenvolvimento do nosso País.

As intenções são muito boas, o discurso de posse do Presidente foi exemplar.

Ele não vai tirar direitos de ninguém, mas as reformas são necessárias, importantes, têm que acontecer. Não existe nada de graça. Só se ganha trabalhando, e todo mundo quer trabalhar, mesmo esses 11 milhões de pessoas desempregadas que não conseguem pagar a conta de luz e que muitas vezes não conseguem recurso suficiente para se alimentar. Elas querem trabalhar, querem emprego.

Emprego, foi isso que o Presidente Michel Temer prometeu. Para isso, todos nós precisamos colaborar, precisamos ajudar. E o Congresso é responsável também por isso.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Capitão Augusto, para uma Comunicação de Liderança, pelo Partido da República.

(Pausa.)

O SR. MORONI TORGAN - Sr. Presidente, vamos encerrar esta sessão.

Acho que já se fez o que se tinha que fazer.

O SR. JULIO LOPES - É uma vergonha, Sr. Presidente! Encerre esta sessão vergonhosa. É uma vergonha essa Presidência!

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Vamos ouvir o Deputado Capitão

Augusto.

A SRA. MOEMA GRAMACHO - O Deputado Waldir Maranhão teve 428 votos.

O SR. CAPITÃO AUGUSTO - Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. SILVIO COSTA - Deputado Capitão Augusto, por favor...

O SR. CAPITÃO AUGUSTO - Pois não.

O SR. SILVIO COSTA - Meu amigo Julio Lopes, V.Exa. é muito querido nesta

Casa. Não faça isso com o Deputado Waldir, não!

O SR. JULIO LOPES - Eu gosto muito dele.

O SR. SILVIO COSTA - É desse jeito que V.Exa. gosta dele?

O SR. JULIO LOPES - Gosto dele.

O SR. SILVIO COSTA - Imagine se V.Exa. tivesse raiva dele!

O SR. DAVIDSON MAGALHÃES - Imagine se não gostasse!

A SRA. MOEMA GRAMACHO - S.Exa. teve 428 votos. V.Exa. votou nele.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Há um orador na tribuna. Está assegurada a palavra ao Deputado Capitão Augusto.

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A SRA. JANDIRA FEGHALI - Sr. Presidente, faltam 10 minutos para encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Capitão Augusto, para uma Comunicação de Liderança, pelo Partido da República.

O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, por gentileza, zere o meu tempo, que está correndo. Eu ainda não iniciei minha fala.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aqueles que nos acompanham pela

TV Câmara, alheio à discussão desta noite, eu não poderia me furtar a estar aqui representando os policiais militares do Estado de São Paulo, que me elegeram para isso.

Quero registrar a notícia de que foi instaurada nesta Casa a Comissão que vai tratar da PEC 44-A, de autoria do Deputado Cabo Sabino, que acrescenta o § 3º ao caput do art. 42 da Constituição Federal, definindo a carga horária de trabalho diária e semanal dos policiais e bombeiros militares.

Esta Comissão tem grande importância para nós porque, após a Constituição

Federal — na realidade, antes mesmo —, nunca foi respeitado o limite de jornada de trabalho dos policiais e bombeiros militares do Brasil. A nossa Constituição Federal estabeleceu que qualquer servidor público tem o limite de jornada de trabalho estipulado em 164 horas mensais.

Especificamente no Estado de São Paulo, a Constituição paulista estabeleceu que todos os servidores públicos estaduais não trabalhem mais do que 160 horas mensais. Porém, em face da interpretação errônea ou a perversidade da lei com os nossos policiais militares, presenciamos esta categoria, além da insalubridade, da periculosidade e do trabalho noturno, trabalhar mais de 200 horas mensais. São

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consideradas normais as jornadas de trabalho de 240 horas mensais, 260 horas mensais, chegando até a 270 horas mensais, para os nossos policiais militares.

Existe um trabalho científico que considera qualquer serviço que tenha insalubridade, periculosidade, trabalho noturno e jornada superior a 200 horas mensais análogo ao trabalho escravo. Então, nós, policiais militares e bombeiros militares, somos a última categoria de trabalhadores escravos no Brasil.

Por isso, parabenizo o Deputado Cabo Sabino, que teve a feliz iniciativa de apresentar este projeto, e o Relator designado, o Deputado Subtenente Gonzaga, que está incumbido de fazer a coleta de informações, para que possamos, em 40 sessões plenárias, apresentar nosso relatório final.

Esperamos que isso dê início a uma discussão e a um debate. Nós não queremos dar aos policiais militares nenhum tipo de regalia, privilégio ou mordomia.

Queremos apenas os mesmos direitos já estabelecidos para todos os policiais, servidores públicos municipais, estaduais e federais do Brasil.

Não é possível que uma categoria, com o risco de morte que corre e todas as dificuldades que tem — trabalho noturno, trabalho sob intempéries, sol, chuva, frio

—, trabalhe acima de 200 horas mensais.

No Estado de São Paulo, a jornada de trabalho normalmente é de 12 por 24,

12 por 48 ou 12 por 36, o que já faz com que se inicie com 180 horas mensais.

Ainda há as ocorrências que ultrapassam o horário de serviço, escalas extras, reuniões, e por aí vai.

Outras categorias, como o Corpo de Bombeiros, trabalham na escala de 24 por 48, o que equivale a 240 horas iniciais trabalhadas.

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Isso é realmente um absurdo. Faz com que os policiais militares trabalhem extremamente estressados, com dificuldade, até mesmo com déficit de atenção, devido a esta jornada de trabalho.

Instaurada a Comissão hoje nesta Casa pelo nosso Presidente, fica o apelo para que os Deputados nos ajudem a reparar esta injustiça.

Aproveito a ocasião para falar das mortes de policiais militares no Brasil. É inaceitável um País como este presenciar mortes de policiais militares dia sim, dia não, pela simples condição de exercer a profissão.

Desta forma, estou coletando assinaturas para instaurar uma CPI a fim de investigar as mortes de policiais militares, vítimas dessa marginalidade. Com isso, esperamos trazer para esta Casa a voz que até então não está sendo ouvida: a voz das viúvas, dos órfãos, dos familiares, dos amigos. Vamos trazer também representantes das Secretarias de Segurança dos Governos, responsáveis por garantir a segurança de todos os policiais.

Esperamos, em breve, ter mais esta CPI para garantirmos, no mínimo, que nossos policiais militares, que defendem a sociedade, trabalhem com segurança.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Vou encerrar a sessão.

(Manifestação no plenário: Fora! Fora! Fora!)

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. LUCIANO DUCCI (PSB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tramita nesta Casa o Projeto de

Lei Complementar nº 275, de 2016, para regulamentar a participação do poder público na promoção ou no patrocínio de festas, shows e eventos similares. A participação do poder público no financiamento de eventos não pode ser objeto de abusos e favorecimentos indevidos.

Meu objetivo é contribuir para evitar os abusos que ocorrem em todo o País, sobretudo em nossos Municípios. É preciso exercer vigilância sobre o uso do dinheiro público em uma área que a experiência tem mostrado ser muito suscetível a desvios, favorecimentos ou mesmo a discutíveis prioridades alocativas.

O nosso projeto especifica que o financiamento ou o patrocínio de festas, shows e eventos similares, deverá atender aos critérios e condições estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ainda prevê, em parágrafo único, envio de demonstrativo do Executivo para o Legislativo com a relação dos eventos a serem financiados à conta dos recursos públicos, acompanhada de justificação, nos termos estabelecidos pela lei.

O financiamento de eventos festivos deve ser disciplinado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias em cada esfera política de Governo, fixados nela os critérios de seleção dos setores e atividades a serem apoiados pelo Poder Público, assim como os limites para a aplicação de recursos orçamentários, já que não estamos tratando de área prioritária para a intervenção do poder público. Sr. Presidente, peço a V.Exa. que este pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil e nos canais de comunicação desta Casa.

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O SR. BILAC PINTO (PR-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muito pesar que compartilho com os nobres colegas desta Casa a perda do grande mestre Elias Kallás.

Sociólogo e Administrador Público, formado pela Universidade Federal de

Minas Gerais — UFMG e pós-graduado em Sociologia do Trabalho, pela Fundação

Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, obteve todos os créditos do programa de

Mestrado em Sociologia das Relações Internacionais, da Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro, e do programa de doutorado em Administração,

Educação e Comunicação, da Universidade São Marcos, de São Paulo.

Com diversos cursos de especialização em estudos de alta gerência, realizados no Brasil e no exterior, destacando-se entre eles o Management

Aceleration Program, do Centro de Desenvolvimento Gerencial da IBM World Trade

Corporation, e o International Program on Telecomunication Management, na

Academia Sueca de Telecomunicações — SWEDTEL, na cidade de Kalmar, Suécia, foi professor de Sociologia e Economia na Universidade do Vale do Sapucaí —

UNIVÁS, de Pouso Alegre, Minas Gerais, e no Instituto Nacional de

Telecomunicações — INATEL, de Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais, acumulando também os cargos de Assessor de Desenvolvimento Institucional da

UNIVÁS e de Coordenador do Escritório de Assuntos Internacionais e Projetos

Especiais do INATEL

Foi também pesquisador associado do Centro de Estudos das Américas —

CEAS, da Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro. Exerceu cargos de diretoria nas áreas de Administração, Finanças e programas corporativos na IBM do

Brasil. Foi Vice-Reitor de Desenvolvimento da PUC do Rio de Janeiro; Diretor-

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Executivo Adjunto da Fundação Nacional Pró-Memória, do Ministério da Cultura;

Executor, pelo lado brasileiro, do Projeto de Cooperação Técnica Internacional para a Consolidação do Polo Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí.

Exerceu diversos cargos públicos em Minas Gerais: Secretário Municipal de

Ciência, Tecnologia e Inovação, nos Municípios de Pouso Alegre e Santa Rita do

Sapucaí, Minas Gerais, Membro do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia do

Governo do Estado de Minas Gerais — CONECIT; Presidente do Conselho de

Desenvolvimento do Polo Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí e Vice-Presidente do Fórum Permanente da Rota Tecnológica do Sul de Minas Gerais.

Mais que um exemplo de profissional, admirado e respeitado pelos colegas,

Elias Kallás deixa a todos que tiveram o privilégio de com ele conviver a imagem de um homem íntegro, cordato, excelente esposo e amigo. Enaltecido sempre por seus alunos e ex-alunos, sempre foi reconhecido como um grande mestre, apaixonado pela docência e entusiasta da pesquisa em tecnologia.

Seus conhecimentos e dedicação contribuíram de forma significante para o desenvolvimento do Polo Tecnológico do Vale da Eletrônica, em Santa Rita do

Sapucaí.

Deixa a esposa, Maria Ângela Ribeiro Cavalcante Kallás, e os filhos, Tiago e

Fernando. Deixo aqui registrado meu forte abraço e meu sentimento de pesar a toda a família neste momento de tristeza e saudade.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia de ontem, no Sertão de

Pernambuco, especificamente no Município de Arcoverde, participei da comitiva do

Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB. Na ocasião, a comitiva participou de vários atos em Arcoverde, no Sertão do Moxotó.

O primeiro compromisso foi a inauguração do Pátio Lídio Cordeiro Maciel, mais conhecido como Feira de São Cristóvão. Construído em uma área total de 6 mil metros quadrados, o equipamento beneficiará mais de 500 feirantes, além de garantir uma maior qualidade na comercialização dos produtos e serviços oferecidos no local. A estrutura foi construída com recursos da Agência de Desenvolvimento

Econômico de Pernambuco, no valor total de R$ 2 milhões. Na ocasião, o chefe do

Executivo Estadual defendeu o investimento como vetor essencial para o desenvolvimento econômico e produtivo da região.

Além do Pátio, um amplo estacionamento foi construído no local e duas ruas de acesso foram asfaltadas. A administração estadual realizou, ainda, a obra de requalificação da quadra poliesportiva Maria das Dores de Carvalho.

Após inaugurar o Pátio Lídio Cordeiro Maciel, nós da comitiva do Governador

Paulo Câmara seguimos para o Loteamento Distrito Industrial, no mesmo Município, onde participamos da cerimônia de entrega da ETE Professor Francisco Jonas

Feitosa Costa. Além de beneficiar o Município mais populoso da região, o equipamento vai receber estudantes das cidades de Pedra, Venturosa, Pesqueira,

Sanharó, Poção, Custódia e Tupanatinga, totalizando 1.300 alunos. A nova unidade, que recebeu um aporte de R$ 10 milhões, recursos estaduais e federais, funciona em um espaço de 12 mil metros quadrados e é a quarta inaugurada neste ano,

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somando um total de 35 já em funcionamento no Estado.

Acompanhado do Secretário Estadual de Saúde, Iran Costa, o Governador

Paulo aproveitou a ocasião para lançar o edital para a escolha da organização social que irá assumir a administração do Hospital Regional Ruy de Barros Correia, também em Arcoverde. Referência em assistência materno-infantil na região, a unidade atende casos de média e alta complexidade, com urgência e emergência 24 horas nas áreas de clínica médica, traumatologia, cirurgia, pediatria, obstetrícia e ginecologia.

A organização social vencedora deverá assumir a administração da unidade por 2 anos, com possibilidade de prorrogação do contrato por mais 10 anos. O prazo para a finalização do processo de escolha é de 60 dias, a depender dos trâmites necessários. Com a intervenção, o hospital deverá realizar, mensalmente, cerca de

3.600 consultas médicas, 728 procedimentos ambulatoriais e mais de 10 mil atendimentos no setor de emergência.

Ainda durante o evento, Sr. Presidente, o Chefe do Executivo Estadual assinou a autorização do processo licitatório para a implantação da primeira etapa da Adutora do Moxotó. Com investimentos iniciais de R$ 29,7 milhões, o sistema será composto por uma adutora de aproximadamente 35,4 quilômetros de extensão, com tubulação de ferro de 600 milímetros de diâmetro.

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O SR. ROBERTO ALVES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com gratidão que venho a esta tribuna celebrar o reconhecimento técnico de nosso mandato parlamentar pelo site

Atlas Político, ferramenta de fiscalização política que apresenta um ranking com todos os Deputados e outro com os Senadores, nos quais o desempenho de cada político é analisado com base em cinco critérios: representatividade, campanha responsável, ativismo legislativo, fidelidade partidária e debate parlamentar.

Neste ranking , após análise de nossa produção parlamentar, recebemos a pontuação que nos coloca em 16º lugar entre os 513 Deputados Federais. Isso significa que, de forma responsável, sem denegrir ou nos afirmar melhor que os demais, alcançamos um lugar que nos coloca em destaque neste importante momento da história do Brasil. Acredito que esta condição está intrinsicamente ligada às causas que tenho defendido nesta Casa.

Entre todos os presentes que recebemos do Senhor, há dois em especial que precisamos defender arduamente como missão indissolúvel. O primeiro é a vida.

Tenho pautado nossas ações em defesa da vida em toda a sua essência, mas em especial na garantia da infância e adolescência inviolável. Defendo também os direitos humanos, em especial os que asseguram as liberdades individuais, pois mora nesta ação o segundo presente de maior relevância de nosso Criador: o livre arbítrio.

Apresentei dezenas de projetos de lei que asseguram condições melhores para crianças, jovens, trabalhadores, mulheres, famílias, enfim, reforço o dever do

Estado na garantia da obtenção de melhores condições de vida para o nosso povo.

Neste breve relato, agradeço à população de Campinas e toda a região,

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fundamental para meu ingresso nesta Casa de Leis, plataforma para a defesa de todos os brasileiros. Vejo na política a melhor tradução de caridade, e com trabalho sério e transparência continuarei a representá-los de forma digna e cidadã. Como dizia o saudoso Eduardo Campos, não vamos desistir do Brasil, e durante este

Governo interino de Michel Temer estaremos irmanados na defesa da soberania e do povo brasileiro.

Obrigado a toda a minha equipe pelos índices conquistados, na certeza de que iremos ainda mais longe na defesa de nossa população.

Deus os abençoe!

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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último dia 10 de maio, a

Comissão Especial de Enfrentamento ao Homicídio de Jovens realizou mais uma importante audiência pública. Desta vez, o colegiado ouviu o Reitor da Faculdade

Zumbi dos Palmares, José Vicente.

Para o especialista, no Brasil existe um racismo silencioso, que foi alimentado pelo Estado ao longo dos séculos. “A violência está escrita nas leis. Toda a posição do pensamento social define a escravidão como razoável” , afirmou.

Na opinião dele, a violência faz parte da formação do País. “Recebemos os indígenas com a violência do Estado. A violência atravessa a história do Brasil e ela sempre foi estatal. A escravidão dos negros durou mais de 350 anos. Tratou-se de transformar essa violência em algo natural” , declarou o especialista.

Segundo José Vicente, o grande desafio para o País nos dias atuais, na luta contra o racismo e a discriminação, que afeta, sobretudo, os jovens, é construir uma ideologia positiva, que valorize a diversidade da sociedade brasileira e a cultura negra, integrando todos no processo de desenvolvimento do Brasil. Outro desafio é enfrentar a pobreza, que atinge principalmente a população negra.

“Sem combater a pobreza, dificilmente vamos conseguir resguardar direitos.

Nós temos um fosso de desigualdade no nosso País, que não permite que esse público acesse os direitos básicos garantidos na Constituição” , disse.

A Faculdade Zumbi dos Palmares, criada em 2003, tem por missão a inclusão dos afrodescendentes no ensino superior, viabilizando a integração de negros e não negros em ambiente favorável à discussão da diversidade social, no contexto da realidade nacional e internacional.

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Na audiência pública, José Vicente também defendeu a necessidade de um monitoramento permanente no número de homicídios desses jovens. “É preciso ter leis duras para combater esses crimes. Precisamos de informações nacionais para termos políticas informativas para combater esse fenômeno” .

Ouvir especialistas é fundamental para que a Comissão possa aprimorar o

Projeto de Lei nº 2.438, de 2015, que cria um plano nacional de combate à violência contra jovens, com duração de 10 anos, a ser coordenado e executado por órgãos responsáveis por programas ligados à juventude e à igualdade racial.

A ideia do Presidente do colegiado, Deputado Reginaldo Lopes, é percorrer todos os Estados brasileiros para realizar audiências públicas sobre o tema. Essa é uma decisão acertada, que trará ótimos resultados para o trabalho da Comissão.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar os cem anos da Academia Brasileira de Ciências, comemorados no último 1º de maio.

Nosso País institucionalizou a pesquisa científica com séculos de atraso, em relação aos vizinhos de continente. A primeira universidade das Américas foi criada em 1538, na República Dominicana. Depois vieram as de San Marcos, no Peru, em

1551; do México, em 1553; de Harvard, em 1636; de Bogotá, em 1662; de Cusco, em 1692; de Yale, em 1701; de Havana, em 1728; de Santiago, em 1738; e da

Filadélfia, em 1755. A primeira universidade brasileira surgiu apenas em 1912, no

Paraná, mas só durou 3 anos.

Em 1916, um grupo de professores da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, incomodado com o atraso brasileiro, fundou a Sociedade Brasileira de Ciências.

O surgimento daquela que depois se tornaria a Academia Brasileira de

Ciências contribuiu para dar origem, em 1920, à Universidade do Rio de Janeiro, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, reunindo, além da Politécnica, a

Faculdade de Medicina e a Faculdade de Direito.

A academia, mantida por pouco mais de 700 membros individuais e corporativos, é uma das mais antigas associações de cientistas no País, e a mais prestigiada. Tem o apoio de agências governamentais, das quais mantém, contudo, saudável independência.

Esta sociedade honorífica cobre as diversas áreas de interesse de seus membros, com o objetivo principal de promover a qualidade científica e o avanço da ciência brasileira. Mantém-se numa esfera diferente da das instituições de ensino e pesquisa, mas colabora com elas, discutindo e propondo soluções multidisciplinares

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para questões científicas e socioeconômicas urgentes, ou importantes para o futuro.

A Academia Brasileira de Ciências mantém permanentemente em pauta temas importantes para o País, oferecendo subsídios para a formulação de políticas públicas. Embora se ocupe de questões como epidemia de dengue ou educação pública, seu foco é promover o desenvolvimento científico por meio da interação entre os cientistas brasileiros e estrangeiros.

Os desafios de se fazer ciência no Brasil eram grandes há 1 século, e continuam a ser. Falta-nos uma estratégia científica e tecnológica de longo prazo imune às mudanças de Governo. Muitos pesquisadores deixam o País por falta de regularidade no pagamento de bolsas e incentivos a pesquisas, ou simplesmente pela imprevisibilidade do quadro geral da economia.

O Brasil teve apenas 4 cientistas entre os 3.126 pesquisadores mais influentes do mundo em 2015: os físicos Paulo Artaxo, da Universidade de São

Paulo, e Ado Jorio, da Universidade Federal de Minas Gerais; o médico Álvaro

Avezum, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo; e o engenheiro agrônomo Adriano Nunes-Nesi, da Universidade Federal de Viçosa.

Nosso País, quinto maior do mundo em tamanho e população, está em 24º lugar no ranking de nações com maior número de estudos divulgados nas 68 melhores revistas científicas do mundo. Pesquisadores brasileiros publicaram apenas 991 artigos nessas revistas, entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016.

Para mudar este quadro, militam na Academia Brasileira de Ciências vários líderes em diversos campos de atividades científicas e tecnológicas. A Academia

Brasileira de Ciências quer reconhecer os mais importantes pesquisadores brasileiros, estimulando-os a entrar para seu quadro de associados. Faz parte de

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sua estratégia identificar e estimular jovens com potencial científico excepcional, promovendo anualmente uma eleição para escolher os possíveis líderes, que se tornam membros por um período ilimitado.

Senhoras e senhores, minha homenageada representa a comunidade científica brasileira, nacional e internacionalmente, em benefício da sociedade.

Desde o início da década de 1990, a academia passou a interagir com o Governo

Federal e suas agências, contribuindo efetivamente para o embasamento de políticas nacionais em ciência e tecnologia. Essas políticas devem ser duradouras, dando estabilidade não apenas às bolsas de estudo, mas também às redes de pesquisa.

Sabemos que o Brasil enfrentará anos difíceis pela frente. Lembro aos colegas que a ciência e a tecnologia são instrumentos indispensáveis para a resolução de nossos problemas sociais, políticos e econômicos. A Academia

Brasileira de Ciências terá, certamente, contribuições a dar ao nosso País.

Meus parabéns, portanto, a esta louvável instituição pelo seu centenário!

Muito obrigado.

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O SR. JEFFERSON CAMPOS (PSD-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quando mencionamos aquele

“jeitinho brasileiro” chamado “gato”, logo pensamos naqueles emaranhados intermináveis de fios que vemos nos postes das favelas, certo? Eles causam um enorme prejuízo para o País no que tange ao faturamento das contas de luz.

Contudo, fiquei pasmo ao tomar conhecimento dos gatos feitos para obtenção da água. O Instituto Trata Brasil realizou um estudo para pesquisar qual é a real situação do saneamento básico no Brasil.

Segundo análise que envolveu as 100 maiores cidades brasileiras, estimando um total de 6.880 favelas e ocupações em 89 delas — levando em conta que 11 cidades não têm áreas irregulares —, o consumo de água nestas favelas é de 662,6 milhões de metros cúbicos ao anos, ou cerca de 67% da capacidade total do sistema Cantareira. Deste total, porém, apenas 32% são faturados. Os outros 68%, que não são cobrados pelas empresas, vêm de gatos nas ligações de água, córregos, poços, entre outros meios.

Por serem irregulares, não há como controlar o desperdício. Todos sabemos quais são as consequências disso. E também a Nação deixa de arrecadar R$ 2,5 bilhões ao ano por causa da falta de saneamento nestas áreas.

A divisão seria algo como uma perda mínima anual de faturamento com água de R$ 1,2 bilhão e de R$ 1,3 bilhão por conta do esgoto.

O gato se dá através de mangueiras que podem causar problemas de vazamento e contaminações, além do problema de intermitência de água para os que estão em situação regular.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

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Básico, mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso aos serviços de água tratada. Somente metade da população tem coleta de esgoto, e 40% do que é coletado é tratado.

Então, o esgoto, com os percentuais mais assustadores, fica assim: são gerados 530,1 milhões de metros cúbicos ao ano de esgoto, dos quais somente são coletados 44 milhões de metros cúbicos ao ano, ou seja, 8,3%, e 91,7% são lançados no meio ambiente.

Percebem o quão difícil é tornar a nossa Nação sustentável quando aos 516 anos ainda temos problemas que já deveriam ter sido solucionados? Roubar água ou luz também é corrupção, eu poderia dizer, mas a maioria dessas pessoas não tem instalações básicas nos locais onde moram, ou seja, diversas regiões precisam ser regularizadas primeiro. Há muito trabalho a ser feito. Muito mesmo, mas isto precisa ser iniciado já!

Solicito, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja divulgado pelos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil .

Muito obrigado.

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O SR. ANTONIO BULHÕES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, dirijo-me aos nobres pares a fim de abordar tema de extrema relevância para a saúde pública de nosso País.

Trata-se das ações de prevenção contra a infecção pelo vírus da Influenza

H1N1, que atualmente afeta vários Estados e já provocou mais de 200 óbitos no

País.

Segundo o Ministério da Saúde, a Influenza, geralmente conhecida como gripe, é uma doença viral febril, aguda, geralmente de evolução benigna e que não deixa sequelas.

Muitas vezes é caracterizada pelo início repentino dos sintomas, que incluem: febre, calafrios, tremores, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite e sintomas respiratórios (tosse seca, dor de garganta e coriza). Em geral, a infecção persiste por uma semana.

Os vírus Influenza (incluindo o H1N1) é facilmente transmitido. Isso pode ocorrer de forma direta, por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, ao tossir ou ao falar; ou por meio indireto, pelas mãos, que, após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de uma pessoa infectada, podem levar o vírus diretamente para a boca, o nariz e os olhos.

É importante saber que existem três tipos de vírus Influenza: A, B e C. O vírus

Influenza C causa apenas infecções respiratórias leves e não está relacionado com epidemias. Os outros dois causam epidemias, sendo que o vírus Influenza A é o responsável pelas grandes pandemias, que atingem extensas áreas geográficas. O subtipo H1N1 tem sido detectado em epidemias ocorridas em nosso País.

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As infecções que evoluem com maior gravidade, chegando inclusive ao óbito, em geral, ocorrem em idosos, crianças novas, gestantes e pessoas com alguma doença associada.

A principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares no País.

O tratamento dos sintomas da Influenza sem complicações deve ser realizado com medicação sintomática, hidratação, antitérmico, alimentação leve e repouso.

Nos casos com complicações graves, são necessárias medidas de suporte intensivo. Então, em todos os casos é importante a devida orientação médica.

Atualmente, o medicamento antiviral fosfato de oseltamivir é indicado para o tratamento. Os medicamentos devem ser prescritos pelos profissionais médicos aos pacientes que apresentem condições e fatores de risco a complicações por Influenza e aos casos em que a doença já se agravou.

Em caso de complicações, o tratamento será específico. Assim, é fundamental procurar atendimento nas unidades de saúde, para que haja identificação precoce de risco de agravamento da doença.

No campo da prevenção, a vacinação é uma intervenção fundamental para a redução das consequências da epidemia pelo Influenza. A vacina é ofertada, anualmente, durante a campanha nacional de vacinação contra a Influenza, com o objetivo de reduzir as complicações e as internações decorrentes das infecções causadas pelos vírus, nos grupos prioritários para vacinação.

A vacina da campanha de 2016 é trivalente e protege contra os tipos de vírus

A (H1N1), A (H3N2) e Influenza B. A população deve estar atenta às orientações das autoridades sanitárias locais a respeito do período de vacinação e grupos alvos

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das referidas campanhas.

Outras medidas preventivas também são importantes. Por exemplo, sabe-se que alguns vírus vivem por 2 a 8 horas em superfícies, logo, lavar as mãos com frequência (principalmente antes de consumir algum alimento) ajuda a reduzir as chances de se contaminar a partir dessas superfícies.

Também cito outras medidas preventivas: utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir (para evitar a disseminação da doença); evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe; adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

Espero ter colaborado na divulgação de informações relevantes para a prevenção da infecção pelo H1N1, por meio da instrução da população a respeito de ações básicas, as quais poderão evitar transtornos pessoais e até sociais.

Muito obrigado.

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O SR. RONALDO CARLETTO (Bloco/PP-BA. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de tecer elogio à

Ministra da Agricultura, Sra. Kátia Abreu, que teve uma atitude ponderada, correta e generosa ao retroceder na questão da CEPLAC — Comissão Executiva do Plano da

Lavoura Cacaueira.

Em 31 de março, o Regimento Interno do Ministério foi reformado pelo

Decreto nº 8.701, de 2015. Dentro da nova estrutura regimental, a CEPLAC desceria um nível, saindo do patamar de secretaria e passando ao de departamento dentro da Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo. Tal fato implicaria menor autonomia para a Comissão e refletiria falta de apreço e reconhecimento pelo órgão.

A partir disso, surgiu um grande movimento dos produtores de cacau, das cooperativas, dos dirigentes e servidores do órgão, de Deputados e Senadores para tentar sensibilizar o ministério do equívoco da decisão, em virtude da enorme importância da CEPLAC para a cultura do cacau.

Sr. Presidente, reconhecer um erro é ato de extrema grandeza. A Ministra

Kátia Abreu teve, portanto, a largueza de voltar atrás diante não de apelos, mas de argumentos técnicos em favor da Comissão, e autorizar a edição do Decreto nº

8.711, de 14 de abril de 2016, que retornou a CEPLAC ao seu nível natural.

Com efeito, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira é órgão técnico de excelência e muito importante para a cacauicultura e para o meio ambiente das regiões onde atua.

Fundada em 1957, em meio a uma severa crise na lavoura, a CEPLAC ajudou a consolidar a cultura do cacau no Brasil, sobretudo no meu Estado da

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Bahia, o maior produtor do País.

Atuando em seis Estados brasileiros — Amazonas, Bahia, Espírito Santo,

Mato Grosso, Pará e Rondônia —, é uma instituição multifacetada que desenvolve pesquisa e inovação tecnológica, clínica de fitossanidade, análise laboratorial, fomento à produção, assistência técnica, extensão rural e treinamento.

Quando disse que a CEPLAC é órgão de excelência, não exagerei: ela possui o maior banco de germoplasma de cacau do mundo, com 22 mil genótipos; ela desenvolve defensivos e variedades de cacaueiros resistentes a pragas e com outras propriedades favoráveis à produção de cacau.

A Comissão não se restringe à produção de conhecimento, mas promove sua aplicação e disseminação entre os produtores de cacau, razão pela qual é reconhecida por todo o setor como um dos grandes estimuladores da cacauicultura brasileira.

Desse modo, Sr. Presidente, gostaria de deixar consignada minha satisfação

à adequada decisão do Ministério da Agricultura em manter a CEPLAC no nível de

Secretaria daquela Pasta, em reconhecimento ao trabalho e as suas contribuições à lavoura de cacau em nosso País.

Aos dirigentes, pesquisadores e demais servidores da instituição, só tenho que agradecer por tudo que fizeram e fazem para o progresso do cacau no Brasil e, em particular, na Bahia. Permaneçam com o bom trabalho.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. STEFANO AGUIAR (PSD-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para tratar de um tema de grande relevância para o País.

O tema que me traz a esta tribuna neste dia é o combate à violência em nosso País. Esse assunto é sobremaneira importante no contexto atual brasileiro.

Isso porque o quadro caótico da segurança pública nacional é o pano de fundo nefasto sobre o qual a violência, de todos os tipos imagináveis, se reproduz, transmitindo a ideia a todos os brasileiros de que o combate a essa situação esteja sendo ineficaz ou inexistente.

Iniciemos, então, do geral para o específico. Por que dizemos que segurança pública no Brasil está um caos? Não precisamos fazer longas buscas por dados para fundamentar essa assertiva, uma simples leitura exploratória do 9º Anuário

Brasileiro de Segurança Pública já é suficiente. Nesse documento, há menção a uma pessoa sendo morta pela polícia a cada 3 horas em 2014; em contrapartida, quase 400 policiais foram assassinados no mesmo ano, o que representa a média de ao menos um por dia; quase 60 mil mortes violentas intencionais ocorreram nesse ano, número semelhante aos aproximadamente 50 mil estupros registrados no País no mesmo período; a população carcerária aumentou, ultrapassando, em

2014, a marca dos 607 mil seres humanos aprisionados; nesse mesmo ano, mais de

23 mil adolescentes cumpriam medidas socioeducativas privativas de liberdade; parte considerável da população, aproximadamente a metade, acredita na frase de que “Bandido bom é bandido morto” , e tantos outras cifras demonstradoras de que violência é causa e consequência, concomitantemente, deste quadro infeliz em que a Nação se encontra.

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Na sequencia, vamos analisar, de forma breve, a violência, para, posteriormente, adentrarmos o seu combate. O Tribunal de Justiça de Sergipe, em artigo disponibilizado em seu sítio eletrônico, lista alguns tipos de violência que podem ser cometidos especificamente contra a mulher. Podemos, entretanto, extrapolar o universo escolhido pelo referido tribunal no citado artigo, estendendo a todos os grupos de seres humanos de alguma maneira mais vulneráveis, de forma a verificarmos a complexidade do tema.

O referido artigo faz menção às violências física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, remetendo os leitores à Convenção de Belém do Pará, a

Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a

Mulher, adotada pela Organização dos Estados Americanos — OEA, em 1994.

Poderíamos citar, a partir dos conceitos trazidos pela mencionada convenção, cujos contornos exatos se intercambiam quando nos defrontamos com a complexidade da realidade brasileira, algumas expressões dessa violência no cotidiano brasileiro atual: as brigas nos estádios de futebol; os crimes violentos de todas as naturezas, de modo especial, a patrimonial e a sexual; a violência doméstica contra mulheres e crianças; os atentados contra magistrados e membros do Ministério Público, que afrontam mesmo a existência do sonhado Estado

Democrático de Direito idealizado pelo legislador constituinte de 1988; o descaso estatal com a situação vexatória dos presídios brasileiros, incapazes de ressocializar os apenados ou presos provisórios; as invasões de propriedades privadas sob o pretexto de realização de reforma agrária, hoje comprovadamente viciada pela ação espúria de criminosos; a corrupção sistêmica que aflige todos os níveis de Governo do País, da administração direta à indireta, mesclando público e privado, numa

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relação insidiosa, incestuosa, em estado avançado de putrefação ética e moral; enfim, toda uma gama de formas de violência que atinge o Brasil e contra a qual os cidadãos de bem e seus respectivos representantes precisam se insurgir.

Nesse contexto, combater a violência, em todas as suas formas de manifestação, é tarefa muito complexa e árdua, cuja responsabilidade maior repousa sobre os ombros dos governantes do País nas três esferas.

Daí a necessidade de valorização da magistratura, dos membros do Ministério

Público, dos integrantes das Forças Armadas e dos órgãos de segurança pública, dos órgãos de controle interno e externo e de tantos outros profissionais que se dedicam, diuturnamente, ao combate à violência em nosso País.

Propomos, pois, um pacto nacional pelo combate à violência em todas as suas nuances e matizes. Só conseguiremos melhorar a situação do Brasil nesse campo temático, se conseguirmos conscientizar todo o povo brasileiro acerca da importância da paz social para o desenvolvimento político e econômico de nossa

Nação.

Exortamos, pois, os nobres Parlamentares a que reflitam sobre o tema e atuem, por meio do mandato que lhes foi atribuído pelos eleitores, contribuindo para a diminuição da violência sistêmica no Brasil.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de comunicação desta Casa Legislativa e no programa A Voz do

Brasil .

Muito obrigado.

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O SR. MARCIO ALVINO (PR-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de parabenizar o Senador e Ministro Antonio Carlos Rodrigues pelo seu aniversário, desejando-lhe felicidades e muitos anos de vida.

Em menos de 1 ano e meio à frente do Ministério dos Transportes, o Ministro

Antonio Carlos Rodrigues realizou uma gestão bem-sucedida, que merece elogios.

Quero, por isso, cumprimentá-lo publicamente e, ao mesmo tempo, agradecer pela cortesia e presteza com que sempre atendeu aos pleitos apresentados por mim através da Frente Parlamentar Mista de Infraestrutura Viária e Mobilidade Urbana, da qual sou Presidente, bem como os do nosso grande parceiro na Assembleia

Legislativa do Estado de São Paulo, Deputado Estadual André do Prado, em favor dos Municípios do Alto Tietê e do Vale do Paraíba, em São Paulo.

Ex-Vereador na capital paulista por várias legislaturas, Senador por São

Paulo por mais de 2 anos e com ampla experiência administrativa, Antonio Carlos

Rodrigues assumiu o Ministério dos Transportes em janeiro de 2015 e permaneceu no cargo até a semana passada.

Político íntegro e cidadão exemplar, sempre acompanhou as questões de transportes, integrando o Conselho Administrativo da Companhia do Metropolitano de São Paulo — Metrô, sendo também Secretário Adjunto da Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo, Diretor-Presidente da Empresa Metropolitana de

Transportes Urbanos de São Paulo — EMTU e Secretário de Serviços Públicos da

Prefeitura de Guarulhos, de onde se afastou para se candidatar a Vereador em São

Paulo.

Consciente da importância dessa Pasta, cumpriu sua promessa de dar

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continuidade às obras prioritárias e às concessões de estradas, assim como manteve e ampliou os investimentos em ferrovias e rodovias, o que resultou em grande melhoria do transporte de cargas do País, oferecendo melhores condições para a distribuição da produção nacional, elevando o Brasil a um novo patamar logístico.

Pessoalmente, tenho muito a agradecer-lhe, bem como a sua equipe, pelo imprescindível apoio à nossa atuação parlamentar. Pela Frente Parlamentar de

Preservação da Memória e do Patrimônio Ferroviário, encaminhamos, com seu apoio e atendimento aos Prefeitos e Vereadores, vários pleitos de doação de bens imóveis e móveis da RFFSA para Américo Brasiliense, Avanhandava, Cachoeira

Paulista, Cruzeiro, Guaraçaí, Jales, Lorena, Monte Aprazível, Murutinga do Sul,

Salto e Sertãozinho. Pleitos esses que hoje tramitam na Coordenação-Geral de

Patrimônio Ferroviário do DNIT em Brasília. Além disso, muito tenho a agradecer-lhe pela honra que nos deu com sua presença no 1º Passeio Histórico-Cultural da Maria

Fumaça 353 — Pelos Trilhos de Guararema, um novo passeio turístico que utiliza a maior locomotiva movida a vapor em operação no País.

São dezenas de pedidos que se encontram em andamento ou em execução, trazidos por Prefeitos e Vereadores que se sentiram prestigiados por serem atendidos por um Ministro tão especial e acolhedor.

Graças à sua visão empreendedora e desenvolvimentista, foi possível, em fevereiro, contar com o nosso Ministro na nossa região já anunciando ou acompanhando importantes ações, projetos e obras que objetivam a melhoria da malha viária, como as que ora citamos:

- Em Mairiporã e Bragança Paulista, obras para a melhoria da trafegabilidade

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e segurança na BR-381/SP — Rodovia Fernão Dias;

- Em Lorena, vistoria às obras de recuperação emergencial da BR-459/SP, próximo à Via Dutra, no trecho que se comunica com o Município;

- Em Aparecida, início das obras de construção de passarela sobre a BR-488

— Ligação Caminho do Rosário-Santuário Nacional;

- No Município de Potim, trato do projeto executivo de construção de acesso que liga a cidade à Via Dutra.

Outros pleitos, como a construção de passarelas na BR-116, em Arujá,

Guararema e Santa Isabel deverão ter projetos executivos prontos, segundo a

ANTT, agora em junho.

Por fim, foram recebidos e estão em tramitação os pleitos de Araçatuba,

Bragança Paulista, Canas, Itaquaquecetuba, Jacareí, Jacupiranga, Jales, Juquiá,

Lagoinha, Miracatu, Mogi Guaçu, Mogi das Cruzes e Poá.

É justo, portanto, parabenizar o Ministro Antonio Carlos Rodrigues, atual

Presidente do nosso partido, o PR, e agradecer-lhe por seu empenho em atender às reivindicações encaminhadas por diversos Municípios que represento nesta Casa e desejar-lhe um futuro promissor, cheio de realizações e sucesso.

Muito obrigado.

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O SR. VINICIUS CARVALHO (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta Casa precisa estar alerta ao aumento de casos de brasileiros infectados pelo vírus H1N1. No ano passado inteiro, o Brasil confirmou 36 mortos pela doença, também chamada de gripe suína.

Assim, é alarmante que este ano já tenha registrado mais de 100 óbitos, quase três vezes o número de fatalidades de todo o ano passado.

A antecipação da campanha de distribuição de vacinas foi uma medida acertada, mas talvez insuficiente para se contrapor à gravidade do caso. Pacientes da rede municipal de saúde paulista afirmam que faltam até mesmo alguns itens básicos de higiene, como sabonetes. Essa situação no meu Estado, o mais rico da

Federação, é simplesmente inadmissível.

É muito importante notar a explicação do médico infectologista e professor da

Universidade Federal de São Paulo, Dr. Paulo Olzon Monteiro da Silva. Ele afirma que, embora não haja uma resposta definitiva sobre o início do surto da doença, a hipótese que vem sendo aceita pelos médicos é a de que brasileiros ou viajantes vindos de áreas endêmicas da doença tenham trazido o vírus para o hemisfério sul.

Ora, o Estado de São Paulo é o maior destino turístico do Brasil. De acordo com dados do Ministério do Turismo, cerca de 40% dos quase 6 milhões de chegadas de turistas no País ocorreram no Estado de São Paulo. Isso faz com que seja uma Unidade da Federação muito vulnerável à moléstia. De modo que é imprescindível dar intenso reforço às campanhas preventivas.

Não se pode estar restrito às medidas emergenciais. Muitos especialistas concordam sobre a influência das grandes variações de temperatura que têm ocorrido no planeta. A razão disso é que o vírus tem acesso facilitado ao organismo

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durante os períodos mais frios do ano. Ora, com as intensas mudanças climáticas registradas ao longo das últimas décadas, momentos de frio mais intenso estão ocorrendo com maior frequência.

Se não forem adotadas medidas adequadas para evitar o surgimento de novas situações como essa, em breve não haverá condições de evitar verdadeiras catástrofes. A campanha de vacinação teve de ser iniciada mais cedo, mas nem a vacina importa certeza de cura, pois a eficácia do remédio é de apenas 70%. É preciso estabelecer a cultura de prevenção à moléstia, com a visão de futuro se pondo à frente do simples remediar.

Assim, esta Casa deve aprovar matérias que fortaleçam o SUS, especialmente a saúde pública do Estado de São Paulo. Ora, não é justo que ele seja a locomotiva do Brasil apenas para o que for bom aos outros Estados. Boa parcela dos tributos federais provém de sua atividade econômica, de modo que é bastante razoável aumentar a participação da União no custeio do Sistema Único de

Saúde da região. O fortalecimento da saúde pública paulista é de interessa público e, portanto, de todos os brasileiros.

Muito obrigado.

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O SR. ALFREDO NASCIMENTO (PR-AM. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apresentei uma proposta nesta Casa que visa regulamentar a profissão de Analista de Sistemas. Trata-se do

Projeto de Lei nº 5.101, de 2016, que possui uma série de artigos que menciona a profissão, define as atividades exercidas, as responsabilidades, os direitos e os deveres.

A regulamentação é um pedido da categoria, uma vez que a atividade é de suma importância nos dias atuais e uma vez que o crescimento de tecnologias faz com que o analista de sistemas seja muito requisitado. No entanto, a falta de regulamentação deixa a profissão vulnerável, o que Alfredo pretende melhorar. “A informática se tornou central para o funcionamento dos negócios, gerando uma demanda cada vez maior por tecnologias. Isso tudo se dá em função da expansão do comércio eletrônico e da Internet, o que nos leva a uma maior preocupação com aspectos de segurança. Além disso, a computação móvel e tecnologias sem fio têm gerado novas demandas no setor .”

Poderão exercer a profissão de Analista de Sistemas no País todas as pessoas que possuem diploma de nível superior em Análise de Sistemas, Ciência da

Computação ou Processamento de Dados, expedido por escolas oficiais ou reconhecidas; os diplomados por escolas estrangeiras reconhecidas pelas leis de seu país que revalidarem seus diplomas de acordo com a legislação em vigor; e os que, na data de entrada em vigor desta lei, tenham exercido, comprovadamente, durante o período de, no mínimo, 4 anos, a função de Analista de Sistemas: os portadores de diploma de ensino médio ou equivalente, com curso técnico de

Informática ou de Programação de Computadores, expedido por escolas oficiais ou

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reconhecidas.

Definimos também aqueles que poderão exercer a profissão de Técnico de

Informática: os que possuem diploma de ensino médio ou equivalente, com curso

Técnico de Informática ou de Programação de Computadores, expedido por escolas oficiais ou reconhecidas; e aqueles que, na data de entrada em vigor desta lei, tenham exercido, comprovadamente, durante o período de, no mínimo, 2 anos, a função de Técnico de Informática.

Ressalto, no entanto, que esta é uma proposta e deve ser discutida e aperfeiçoada nas Comissões e no plenário da Câmara dos Deputados. É preciso que se realizem audiências públicas e que os representantes da categoria participem delas. Desta forma, poderemos aperfeiçoar a proposta e deixá-la conforme a categoria deseja.

O projeto foi apensado ao Projeto de Lei nº 6.065, de 2015, e vai tramitar nas

Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Peço aos nobres colegas que nos ajudem a aperfeiçoar a proposta e a votá-la o quanto antes, para definir os rumos desta profissão tão importante para o País.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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VI - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Encerro a sessão, antes convocando Sessão Deliberativa Ordinária para amanhã, quarta-feira, dia 18 de maio, às 14 horas, com a seguinte

ORDEM DO DIA

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(Encerra-se a sessão às 18 horas e 56 minutos.)

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