HISTÓRIA FILOSÓFICA DO AMOR Ensaio Para Uma Nova Compreensão Da Essência Do Amor Humano Reitor José Daniel Diniz Melo
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DAX MORAES História filosófica doEnsaio paraamor uma nova compreensão da essência do amor humano HISTÓRIA FILOSÓFICA DO AMOR Ensaio para uma nova compreensão da essência do amor humano Reitor José Daniel Diniz Melo Vice-Reitor Henio Ferreira de Miranda Diretoria Administrativa da EDUFRN Graco Aurélio Câmara de Melo Viana (Diretor) Helton Rubiano de Macedo (Diretor Adjunto) Bruno Francisco Xavier (Secretário) Conselho Editorial Graco Aurélio Câmara de Melo Viana (Presidente) Judithe da Costa Leite Albuquerque (Secretária) Adriana Rosa Carvalho Anna Cecília Queiroz de Medeiros Cândida de Souza Fabrício Germano Alves Francisco Dutra de Macedo Filho Gilberto Corso Grinaura Medeiros de Morais José Flávio Vidal Coutinho Josenildo Soares Bezerra Kamyla Álvares Pinto Leandro Ibiapina Bevilaqua Lucélio Dantas de Aquino Luciene da Silva Santos Marcelo da Silva Amorim Marcelo de Sousa da Silva Márcia Maria de Cruz Castro Marta Maria de Araújo Martin Pablo Cammarota Roberval Edson Pinheiro de Lima Sibele Berenice Castella Pergher Tercia Maria Souza de Moura Marques Tiago de Quadros Maia Carvalho Editoração Kamyla Álvares (Editora) Lúcia Oliveira (Colaboradora) Renata Coutinho (Colaboradora) Kedma Araújo (Colaboradora) Revisão Wildson Confessor (Coordenador) Karla Geane de Oliveira Gomes (Revisora) Design editorial Victor Hugo Rocha Silva (Miolo) Wilson Fernandes de Araújo Filho (Capa) Dax Moraes HISTÓRIA FILOSÓFICA DO AMOR Ensaio para uma nova compreensão da essência do amor humano Natal, 2019 Dax Moraes é Doutor em Filosofia e professor efetivo no Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, minis- trando disciplinas na graduação e na pós-graduação como Professor Permanente do PPGFIL. Atua principalmente nas áreas de Metafísica e História da Filosofia em geral. Em seus trabalhos recentes, destacam- se artigos e conferências sobre o amor, liberdade e outros temas de interesse nas filosofias da existência. para Jaque e nosso Werther A vida é aquela de cada um. Tanto é verdade que, se quisermos filosofar seriamente sobre a vida, isto deve ser feito com a condição de fazê-lo do interior, a partir de um dentro singular, com a condição de falar de si mesmo. (José Ortega y Gasset) Fundada em 1962, a Editora da UFRN (EDUFRN) permanece até hoje dedicada à sua principal missão: produzir livros com o fim de divulgar o conhecimento técnico-científico produzido na Universidade, além de promover expressões culturais do Rio Grande do Norte. Com esse objetivo, a EDUFRN demonstra o desafio de aliar uma tradição de quase seis décadas ao espírito renovador que guia suas ações rumo ao futuro. Coordenadoria de Processos Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede Nascimento, Dax Fonseca Moraes Paes. História filosófica do amor [recurso eletrônico] : ensaio para uma nova compreensão da essência do amor humano / Dax Fonseca Moraes Paes do Nascimento. – Natal, RN : EDUFRN, 2019. 440 p. : PDF ; 4582 Kb Modo de acesso: http://repositorio.ufrn.br ISBN 978-85-425-0928-1 1. Amor. 2. Metafísica. 3. Filosofia. I. Título. CDD 110 RN/UF/BCZM 2019/35 CDU 111 Elaborado por Vânia Juçara da Silva – CRB-15/805 SUMÁRIO AO LEITOR, UMA INTRODUÇÃO ...............................................10 CAPÍTULO 1: AMOR E NATUREZA ............................................29 §1. Pré-história do amor na Filosofia .............................................. 29 §2. A doutrina de Empédocles .......................................................... 32 §3. Philotés e sua opositora na Natureza ........................................ 36 §4. A polêmica contra os poetas ....................................................... 43 §5. Hesíodo e o amor cósmico como princípio de geração .............47 §6. Hesíodo e o amor da beleza ......................................................... 50 §7. A família do Amor ........................................................................ 55 §8. O amor como princípio universal da Natureza ........................ 64 §9. O amor na contradição de natureza e cultura .......................... 75 §10. Entre mito e filosofia ................................................................. 82 CAPÍTULO 2: AMOR E BELEZA ..................................................85 §11. A metade perdida ....................................................................... 85 §12. Platão e a purificação de Eros ................................................... 93 §13. O eros filosófico ........................................................................... 98 §14. “Amor platônico” e as ontologias do desejo ...........................112 §15. Mortalidade, sexualidade e a ressignificação do pecado .....118 §16. Neoplatonismo e a beatitude despersonalizada na união mística 128 §17. O amor agostiniano e o fim da Antiguidade ..........................137 §18. O amor cristão aos objetos exteriores, ou o amor do aniquilamento 151 §19. A ordem (hierarquia e mandamento) do amor ..................... 158 §20. A fruição do eterno e a utilização do temporal .....................183 §21. A beleza do sonho ..................................................................... 206 §22. Tipologia provisória do amor e seus limites ..........................212 CAPÍTULO 3: AMOR E MORALIDADE .....................................229 §23. Tomás de Aquino e o amor “na prática” ................................ 229 §24. Iluminismo e “morte de Deus” ................................................239 §25. Rousseau e a liberdade do coração ........................................ 245 §26. Spinoza e a correção intelectual do amor ............................. 260 §27. Sobre libertinos e sedutores ....................................................273 §28. O amor sob a crítica da razão ................................................. 284 §29. O voo de Ícaro sobre o mar do niilismo ................................. 300 CAPÍTULO 4: O AMOR NO MUNDO SEM DEUS ......................307 §30. Schopenhauer e a polêmica sobre o amor ............................ 307 §31. O amor incondicional no conflito entre lei e graça – a compaixão em novas bases .............................................................................................312 §32. A recolocação da essência da sexualidade por Schopenhauer ... 338 §33. Os amores possíveis, segundo Schopenhauer – uma tese inacabada 353 §34. O casamento sem intermediários ...........................................367 §35. Nietzsche e o “verdadeiro nome” do amor ............................391 §36. O amor existencialista ..............................................................396 §37. O amor como paradoxo da liberdade em Sartre ....................413 §38. O amor além do bem e do mal ................................................ 427 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................432 AO LEITOR, UMA INTRODUÇÃO Muito se diz do amor, mas, dentre tudo aquilo que se diz, talvez o que mais se diga é que o amor não tem explicação, que não há palavras para dizê-lo, palavras que exprimam o que o amor é. Lembro-me agora de que, quando era criança, havia dois perso- nagens sem nome, nus à la Adão e Eva antes da serpente – não preciso mencionar que as genitálias de ambos eram iguais às das bonecas de plástico –, que protagonizavam uma série inter- minável de quadrinhos intitulados “Amar é...”. Como ocorre com toda moda, essas figuras apareciam por toda parte: publicações em jornais e revistas, cartões de felicitações e amizade (e de amor, é claro!), cadernos escolares, papéis de carta, camisetas e rendeu até um álbum de figurinhas. Mas cada quadrinho meio que poderia frustrar cada um de nós justamente naquilo que talvez fosse o segredo de seu imenso sucesso: cada quadrinho, a título de definição, trazia, como complemento às reticências, uma série interminável de “conselhos”. Não é preciso dizer que logo esses personagens foram assimilados em apropriações onde o complemento às reticências eram dicas sexuais... Muito antes da popularização da Internet já se fazia isso! É de fato interessante nesse tipo de piada, como em qualquer boa piada, seu fundo de verdade a respeito do que se pensa do amor – o amor “erótico”, que não é redundância, mas um reducionismo. “Amar é ter e querer dar prazer” – prazer sexual, imediatamente se pensa, e então se diz “fazer amor”, como se amor fosse algo que se fizesse. Não é? Então, que será? Eis a questão! Há o tal “outro amor”: puro, cúmplice, incondicional, eterno etc.? Ser 10 HISTÓRIA FILOSÓFICA DO AMOR | AO LEITOR, UMA INTRODUÇÃO ou não ser... o amor? A descrença é grande, a não ser quanto ao amor Deus, mas nesse também muitos descreem, afinal – um fenômeno recente, porém expressivo. Deixou-se de se crer na “existência” do tal amor, a não ser como utopia, algo a que se aspira e pelo que se suspira de tal modo, como uma esperança de criança que acha que será feliz de uma vez por todas e não pedirá mais nada (por um ano!) se ganhar aquele brinquedo em seu aniversário, ou no Natal – o que chegar primeiro, de preferência... A efemeridade da promessa “nunca mais (por um ano!)” é sintomática – mesmo os adultos tendem a estimar objetos de forte desejo como bens definitivos. Enfim, algo a que se aspira de tal modo que a mera aspiração nos deixa em certa espécie de paz, e de tal modo em paz que até oscilamos entre a busca sem fé em encontrar o que procuramos e a convicção de que isso tudo é sonho, bastando uma “realidade” tranquila bem “pé no chão”, em nada aventureira – pai, mãe, filhos... e um fim de semana divertidíssimo. Afinal,