DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 300.2.55.O DATA: 22/11/16 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 19h01min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador

Obs.:

Ata da 300ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Ordinária, Vespertina, da 2ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 22 de novembro de 2016. Presidência dos Srs.: Waldir Maranhão, 1º Vice-Presidente. Carlos Manato, Capitão Augusto, Laerte Bessa, José Rocha, Izalci Lucas, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Rodrigo Maia Waldir Maranhão Giacobo Beto Mansur Felipe Bornier Mara Gabrilli Alex Canziani Mandetta Gilberto Nascimento Luiza Erundina Ricardo Izar

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I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 190 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA, servindo como 2º Secretário, procede

à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Luiz Couto, do PT da Paraíba, para dar seu pronunciamento como lido.

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O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu quero registrar dois pronunciamentos. O primeiro diz respeito ao Dia Nacional do

Compromisso com a Criança, o Adolescente e a Educação, comemorado ontem, dia

21 de novembro. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas, em

1959, e adotada no Brasil em 1990.

No dia 18 de julho de 2012, a nossa Presidenta Dilma sancionou a Lei nº

12.685, de 2012, na intenção de incentivar todos a assumirem esse compromisso.

O segundo registro que eu quero fazer é a respeito da nossa visita, na sexta- feira e no sábado, às diversas ocupações feitas pelos estudantes em protesto contra a PEC 241/16 e a PEC 55/16.

Sr. Presidente, peço que seja dada a devida divulgação a estes meus pronunciamentos nos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do

Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado Luiz

Couto.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 21 de novembro, comemora-se o

Dia Nacional do Compromisso com a Criança, o Adolescente e a Educação. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas em 1959 e adotada no Brasil em

1990. No dia 18 de julho de 2012, nossa Presidenta, legitimada pelo voto popular,

Dilma Rousseff, sancionou a Lei nº 12.685, na intenção de incentivar a que as

Prefeituras e órgãos governamentais, junto com a sociedade organizada, estabelecessem os compromissos com a criança, o adolescente e a educação.

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O Brasil foi o primeiro País da América Latina a adequar a legislação aos princípios da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, que aconteceu em novembro de 1989. Logo depois, em julho de 1990, nasceu o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instaurado pela Lei nº 8.069.

O estatuto reforçou alguns preceitos já determinados pela Constituição de

1988, como a proteção integral de crianças e adolescentes e a prioridade na formulação de políticas públicas, na destinação de recursos da União e no atendimento de serviços públicos. A lei considera crianças os que têm até 12 anos de idade e adolescentes aqueles que têm entre 12 e 18 anos.

O ECA estabelece que é dever do Estado, da família e da sociedade garantir o direito de crianças e adolescentes à liberdade, à dignidade, à convivência familiar e comunitária, à saúde, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à profissionalização e à proteção do trabalho. Além disso, prevê a proteção contra qualquer forma de exploração, discriminação, violência e opressão.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Tomas de Aquino (1998) nos dá uma lição quando afirma que a escola ainda se espelha nos moldes militares, considerando a disciplina como “uma espécie de submissão e obediência cegas a um ‘superior’ na hierarquia escolar”. Contudo, o momento atual requer pensar a disciplina como uma relação de respeito, não pela hierarquia (superioridade), mas pela assimetria e diferença (Aquino, 1998).

Já Dermeval Saviani (2003) destaca que o estado de pobreza dos pais e dos responsáveis pelos infantes e adolescentes resulta na realidade limitadora da democratização do acesso à educação escolar, mantendo-se, desse modo, a diferenciação e a desigualdade de condições para produzir a própria subsistência.

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Em razão disso, este dia comemorativo nos traz a reflexão de que é importante que o professor, enquanto agente social, ocupe-se também do estudo do

ECA, para buscar formas para orientar e proteger a criança e o adolescente, procurando desenvolver, no interior da escola, medidas socioeducativas que permitam a integração de todos os alunos, sem desconsiderar as contradições e as diferenças que se explicitam no contexto da comunidade escolar e da própria sala de aula. Portanto, a escola precisa se constituir num mecanismo de inclusão, já que muitas vezes a exclusão começa a ganhar materialidade nas sucessivas reprovações, na evasão, no denominado fracasso escolar.

Enfatizo que a escola como instituição social precisa integrar-se aos demais

órgãos que atuam em favor da proteção dos direitos da criança e do adolescente.

Não se pode negar que muitas ações de natureza preventiva estão em andamento, mas de forma isolada numa ou noutra entidade ou órgão da esfera pública. A escola precisa participar da construção de políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente, integrada com o Poder Executivo, com o

Conselho Tutelar, com o Ministério Público, bem como com outras entidades da sociedade civil organizada e com as organizações não governamentais que se envolvam direta ou indiretamente com as questões do infante e do adolescente.

Desse modo, a escola, base de seu crescimento, como instrumento público que atua em favor da inclusão social, contribuirá para a promoção de ações que reforcem o processo de formação da cidadania preconizado pelo movimento da educação emancipatória.

Nesse sentido, o projeto político-pedagógico da escola necessita contemplar em sua proposta ações passíveis de serem implementadas e desenvolvidas, dando

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especial atenção aos limites e aos valores necessários à convivência coletiva, fraterna e solidária.

Contudo, a escola brasileira precisa ser fortalecida por nós do Legislativo.

Agora, não podemos permitir mudanças drásticas, sem uma consulta previa aos próprios estudantes, aos servidores e professores e pais, motivo pelo qual a

Proposta de Emenda à Constituição nº 746, de 22 de setembro de 2016, que altera a

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e também a Lei nº 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação, vem sendo palco de manifestações concretas nas escolas brasileiras. Esse pacote de maldades dentro da educação das crianças e dos adolescentes é um indigesto prato que o Executivo quer empurrar goela abaixo dos brasileiros.

Para tanto, não podemos deixar que um governo golpista implante o que

Franz Kafka alertou em uma de suas frases, onde impunha que “toda a educação assenta nestes dois princípios: primeiro repelir o assalto fogoso das crianças ignorantes à verdade e depois iniciar as crianças humilhadas na mentira, de modo insensível e progressivo”.

Era o que tinha a dizer.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui hoje para fazer um relato de várias visitas que fiz, de sexta-feira a sábado, a instituições de ensino da Paraíba, dialogando com estudantes, professores e servidores que protestam contra as medidas já adotadas e anunciadas pelo Governo golpista de . A

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principal fonte de revolta da comunidade educacional é a agora PEC 55, que foi aprovada nesta Casa como PEC 241.

Na última sexta-feira, conversei com estudantes e servidores da Universidade

Federal da Paraíba — Campus III/Bananeiras, em greve há 4 semanas, e também mantive diálogo com o comando de greve do Instituto Federal da Paraíba — IFPB de

Guarabira, com representantes da ocupação do Colégio Santa Rita e representantes da ocupação do Campus da UFPB de Areia. No colégio Santa Rita participei de um debate sobre a conjuntura atual e sobre a retirada de direitos por parte do Governo golpista de Temer. Falei sobre a PEC 241/55, de 2016, que congela os recursos para investimento nas diversas áreas do Governo Federal por 20 anos e sobre outras medidas que ferem direitos.

Tenho que elogiar por merecimento a coragem, a resistência e o exemplo que esses alunos responsáveis pelas ocupações têm dado a todo o País. Eles são uma massa forte, inspiradora e disposta à luta por um país melhor. Estão em trincheiras pacíficas, fazendo seu brado ecoar por todo o País e dizendo que não aceitam a crueldade do golpe, não querem uma escola que os faça apenas repetir conceitos, sem uma análise crítica. Não aceitam o desmonte da educação, a diminuição de recursos, não querem e se erguem contra o retrocesso. Professores e servidores se juntam a estes estudantes, renovando o ânimo da reação contra os efeitos do golpe posto em prática pelo Presidente Michel Temer.

Mas também venho aqui fazer um alerta contra a perseguição que tem sido feita de forma leviana contra os integrantes das ocupações na Paraíba. Escutei relatos de estudantes do Movimento Ocupa que são ameaçados por membros do

Movimento Brasil Livre — MBL e também a disseminação de uma espécie de tortura

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psicológica, dizendo que a Polícia Federal pode invadir as escolas e os campi a qualquer momento e prender os manifestantes. No Campus de Bananeiras os representantes do movimento estudantil “Ocupa Campus III” me entregaram uma intimação onde foram intimados e citados os Srs. Ademilson Bezerra Teixeira, Cid

Eduardo Barreto Menezes e outros estudantes e servidores que se encontram participando do movimento de ocupação, para que, no prazo de 24 horas, desocupassem pacificamente o prédio público em referência, sob pena de intervenção judicial direta. Portanto, espero que a Advocacia-Geral da União e a

Justiça Federal levem em conta a luta dos estudantes, que é uma luta justa, em defesa da educação, do emprego e da universidade pública, gratuita, de qualidade e comprometida com as causas do povo paraibano.

Levarei essas denúncias ao conhecimento da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, porque essas ações ferem a liberdade de manifestação, além de serem uma forma de abafar a voz das ruas, de tentar acabar com a fonte de resistência ao Governo golpista.

As queixas são comuns a várias escolas. Eu mesmo presenciei representantes do MBL incitando os estudantes, difamando-os, chamando-os para a briga no Campus de Cabedelo, em João Pessoa. Cheguei a intervir para que a calma fosse mantida e que o protesto seguisse de maneira pacífica, como estava sendo desde o início.

Os estudantes que promovem as ocupações em todo o País merecem o nosso absoluto respeito. Eles estão em luta não apenas pela educação, não apenas por eles. Os alunos lutam pelo País e têm amplo direito de se expressar, de resistir nesta cruzada de Davi contra Golias. Registro aqui minha solidariedade a todos eles,

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especialmente aos que moram na Paraíba e lá do sublime torrão defendem os avanços dos quais o País não pode e não deve abrir mão.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Edson Moreira, do PR de Minas Gerais. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, meu pronunciamento diz respeito aos constantes assaltos que têm sofrido os comerciantes na Central de Abastecimento de Hortifrutigranjeiros de Contagem, em Minas Gerais — CEASA/MG. Ao chegarem, de madrugada, para trabalhar, são abordados na entrada da CEASA.

Os criminosos, sabendo que os comerciantes levam dinheiro em espécie, começam a persegui-los com motocicletas e outros veículos e os abordam e os assaltam na entrada da CEASA. Estes criminosos estão levando o terror aos comerciantes da CEASA de Contagem, em Minas Gerais.

Portanto, é de suma importância que se crie uma delegacia nas redondezas da CEASA, que é responsável por uma renda de 18 bilhões por ano em Minas

Gerais.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que aceite como lido e que seja divulgado pelos meios de comunicação desta Casa, especialmente pelo programa A Voz do

Brasil, meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, gostaria de abrir uma discussão de extrema importância nesta tribuna. Os comerciantes da Central de Abastecimento de Hortifrutigranjeiros de Contagem — CEASA, em Minas Gerais, estão passando por momentos de terror e pânico. A segunda maior área Central de Abastecimento

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do Brasil virou alvo preferido dos bandidos, atraídos pelo dinheiro vivo que circula no entreposto.

Para termos uma ideia, o Produto Interno Bruto (PIB) da CEASA é igual ao das 7 maiores cidades de Minas Gerais: são 5 bilhões de reais movimentados anualmente! Somente na quarta-feira, dia de maior fluxo, o giro financeiro chega a

18 milhões de reais, segundo informações da Rádio Itatiaia.

Diante deste volumoso montante de dinheiro, os assaltos são corriqueiros, ou melhor, ocorrem cotidianamente, sem contar o alto número de roubo de cargas. Os meliantes agem durante a madrugada, logo no raiar do dia, quando o movimento de compradores é intenso.

Esses facínoras ficam nas proximidades da BR-040 e abordam os comerciantes antes de eles entrarem na CEASA, exatamente no momento em que as pessoas estão com o dinheiro no bolso e totalmente sem segurança.

Vários comerciantes, nobres Deputados, já foram vítimas. Eles reclamam da falta de segurança nas estradas, e o poder público, tentando se justificar, lava as mãos. A Polícia Militar afirma que não pode fazer a ronda em estrada federal, e a

Polícia Rodoviária Federal não ajuda a atuar na saída da BR até a portaria da

CEASA. Esta é a principal reclamação dos comerciantes e da Diretoria do entreposto.

Enquanto não resolvermos o problema da segurança pública neste País, problemas assim só vão aumentar. Não é possível que pessoas de bem, trabalhadoras, fiquem à mercê desses bandidos, porque não conseguimos criar políticas capazes de eliminar este problema nesta área.

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Os próprios comerciantes da CEASA buscam soluções para o problema, embora sejam paliativas, entre elas o uso do cartão de crédito. Enquanto isso, os bandidos continuarão cometendo crimes em outros lugares, sem se sentirem intimidados. Afinal, a burocracia na segurança pública atrapalha o cidadão de bem e beneficia o ladrão.

É o que eu tenho a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Governador de Santa Catarina, o Deputado Esperidião Amin, do PP de Santa

Catarina. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco/PP-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar, com muita satisfação e boa expectativa, que está prevista para a próxima sexta-feira a realização de amplo seminário que abordará normas e regras para a pesca não só artesanal, mas também industrial e profissional.

Deveremos contar com a presença do Ministro da Agricultura em um evento previsto para iniciar-se às 9h30min da sexta-feira. Espero que com a articulação do

Ministério da Agricultura, ao qual está afeta a atividade da pesca, e do Ministério do

Meio Ambiente, nós tenhamos neste ano mais respeito aos profissionais e aos empresários da pesca, ramo muito importante em Santa Catarina, diferentemente do que tem acontecido nos últimos 2 anos.

Era o registro que eu tinha a fazer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Governador

Esperidião Amin.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Marcon, do PT do Rio Grande do Sul. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Deputados, gostaria de apresentar como lidos dois discursos.

O primeiro se refere à nossa indignação quanto ao fechamento de algumas agências do Banco do Brasil. Vou apresentar um requerimento para que o Ministro da Fazenda venha à Comissão de Agricultura dar explicações sobre o fechamento de agências do Banco do Brasil. Mais de 400 agências serão fechadas e mais de

380 serão transformadas em postos. Estas agências têm um papel fundamental para o desenvolvimento do nosso País.

O outro pronunciamento diz respeito ao pacotaço que o Governador José Ivo

Sartori anunciou ontem no Rio Grande do Sul, que fecha estatais, fundações e nossa TV Educativa, mas não mexe na sonegação de impostos e nos grandes salários.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que aceite como lidos meus dois pronunciamentos e que sejam divulgados pelo programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e demais Servidores desta Casa, venho a esta tribuna registrar minha indignação diante do anúncio de fechamento de mais de 400 agências do Banco do Brasil, assim como a transformação de 379 agências em postos de atendimento, em todo o território nacional. Este é o primeiro passo deste Governo ilegítimo e sem votos para privatizar o Banco.

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Só no Estado do Rio Grande do Sul, serão fechadas 16 agências, e 15 serão transformadas em postos de atendimento.

Quem sofre com esta medida é a população brasileira, que deixa de ser atendida como deveria, e principalmente os pequenos agricultores, que necessitam de atendimento do Banco do Brasil para tomarem créditos rurais.

Por isso, apresentei um requerimento de convocação do Sr. Henrique

Meirelles, Ministro da Fazenda, para que explique esta decisão na Comissão de

Agricultura desta Casa.

Esta decisão é mais uma entre outras tomadas pelo Governo golpista e sem votos de Michel Temer, no intuito de implementar o desmonte do Estado brasileiro. A

PETROBRAS está sendo entregue ao capital estrangeiro, os Correios e Telégrafos estão a caminho da privatização. É a mesma trajetória, dizem, para o Banco do

Brasil.

O que será do futuro do Brasil daqui para frente?

Por fim, quero dizer ao Governo ilegítimo e sem votos de Michel Temer, assim como ao Governo desastroso de José Ivo Sartori, do Rio Grande do Sul, que eles não são donos do patrimônio público, que não têm o direito de realizar o desmonte do Estado brasileiro e do Estado gaúcho. O fechamento de agências do Banco do

Brasil atingirá principalmente a população mais pobre do País, o que é esperado dos governos que estão a serviço do capital e dos mais ricos.

Sr. Presidente, o pacote de medidas do Governador Sartori, já apelidado de

“pacote de maldades”, deve ser entregue à Assembleia Legislativa do Rio Grande do

Sul nesta terça-feira, às 14 horas.

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Não sabemos com que categorias de servidores públicos foi debatido o referido projeto, já que nenhum dos servidores foi chamado para debater as ideias do Governo Sartori, que apresenta algo pronto para a sociedade. Como o Governo

Sartori não dialoga com ninguém a respeito de seus projetos, precisamos mobilizar a sociedade para debater este pacote que, pelo que se anuncia, vem para promover um profundo desmonte do serviço público, afetando diretamente a população, que terá a redução de serviços, em quantidade e qualidade, e para encobrir a inoperância deste Governo que até agora não disse a que veio.

Entre as medidas, estão previstos mais arrocho salarial, demissões, privatização, a extinção de órgãos públicos, o aumento da contribuição previdenciária, a retirada de plebiscito para privatizações ou venda de ativos, a alteração no duodécimo dos poderes. Não está descartado o não pagamento do décimo terceiro salário deste ano.

Este Governo, ao invés de buscar investimentos para o Estado, elege o serviço público como alvo da sua inoperância. Estamos revivendo décadas passadas no Rio Grande do Sul e no Brasil, décadas de atraso e de retrocesso que achávamos tínhamos deixado para trás. Os batedores de panela devem estar felizes!

Pobre Rio Grande!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada

Carmen Zanotto, do PPS de Santa Catarina. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) -Nobre

Presidente Carlos Manato, hoje o Município de Lages completa 250 anos. A cada lageano, a cada lageana, a cada homem e a cada mulher que lá nasceu, cresceu e escolheu para viver e a todos aqueles que adotaram nossa cidade quero agradecer todo o trabalho que desenvolveram no nosso Município.

Lages nos orgulha muito, é a Princesa da Serra, sim. É a cidade-mãe da

Região Serrana.

Meus parabéns a todos os lageanos!

Viva Lages por seus 250 anos!

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja aceito como lido e divulgado pelos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada

Carmen Zanotto.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje é um dia muito especial, de comemorações, pois minha cidade natal, Lages, celebra 250 anos de fundação. Sua fundação aconteceu no dia 22 de novembro de 1766, inicialmente batizada como

Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lajens, pelo bandeirante paulista

Antônio Correia Pinto de Macedo. O nome foi dado em vista da abundância da pedra laje na região.

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Lages é conhecida pela sua beleza natural, terra de povo hospitaleiro, honesto e trabalhador. Lages e os lageanos têm um potencial incrível e, mesmo diante das adversidades, não se deixam abalar e sempre seguem em frente. Do mesmo tamanho da nossa hospitalidade é a nossa coragem. Somos unidos e sempre dispostos a ajudar o próximo. Somos a morada da solidariedade na Serra

Catarinense.

Na área da saúde, temos hospitais que são referência, essenciais para o atendimento de todos os serranos.

Lages é uma cidade que preserva as tradições, mas sem esquecer que a inovação é importante para o futuro próspero da nossa cidade.

Como lageana e representante serrana, tenho muita honra de levar o nome da minha cidade e contribuir para que tenhamos uma região ainda melhor para se viver.

Atualmente, Lages está entre um dos principais polos em desenvolvimento no

Estado de Santa Catarina, por meio de novos investimentos nos setores da agropecuária, madeira e comércio, consolidando-se em setores econômicos como o metalmecânico, de autopeças, polo petrolífero, produção de alimentos e bebidas e desenvolvimento de softwares.

O setor da indústria corresponde a 60% do movimento econômico atual do

Município, com destaque para as indústrias alimentícias e o crescimento do setor metalmecânico, a que se deve a expansão das empresas já instaladas e a chegada de outras.

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A Serra Catarinense é responsável por 4% das riquezas geradas no Estado, e a cidade Lages é responsável por 3%, detentora de mais 118 milhões de dólares em exportações ao ano.

É considerada uma das pioneiras do turismo rural no Brasil, devido à sua posição geográfica estratégica. Recebe turistas de todo o País e do MERCOSUL.

Anualmente, cerca de 50 mil pessoas visitam nossas fazendas e pontos turísticos, apreciando sua paisagem. Durante o inverno, quando o frio é intenso, ocorrem seguidas geadas que cobre os campos de branco. As cavalgadas, o fogo de chão, a sapecada de pinhão, as comidas típicas e o hábito de contar histórias, tudo faz parte da cultura local, que nasceu da miscigenação de raças, desde a chegada dos bandeirantes até os imigrantes gaúchos. O turismo no Município está em pleno desenvolvimento, oferece localização geográfica privilegiada e excelente infraestrutura.

Parabéns a Lages!

Parabéns a todos os lageanos!

Que venham mais 250 anos!

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que o presente pronunciamento seja registrado nos Anais desta Casa e divulgado pelo programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Alberto

Fraga, do Democratas do Distrito Federal. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. ALBERTO FRAGA (DEM-DF. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje fomos informados e surpreendidos por uma operação policial em que foram presos vários advogados ligados a facções criminosas em São Paulo.

Pasmem V.Exas., mas o Vice-Presidente do Conselho Estadual de Direitos

Humanos, o Sr. Luiz Carlos dos Santos, foi preso porque era o encarregado de criar contas bancárias para a movimentação do capital das facções criminosas. O pior é que era ele quem dava o nome dos agentes penitenciários que deveriam ser executados.

Está com a palavra esse pessoal que defende os direitos humanos. Está com a palavra a Deputada Maria do Rosário e todos aqueles que defendem os bandidos.

São esses advogados que estão sentenciando à morte nossos agentes penitenciários.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu discurso seja divulgado pelo programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, Deputado

Alberto Fraga.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Carlos Henrique Gaguim, do PTN do Tocantins. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PTN-TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres pares, estivemos com o Ministro da Justiça para tratar de um projeto para o Brasil: a implementação do banco de horas para os funcionários da Polícia Militar e da Polícia Civil. Assim, quando os valorosos homens destas instituições se aposentarem, eles poderão trabalhar nos Estados, particularmente no meu Tocantins, fazendo banco de horas. Trata-se de pessoas experientes, treinadas, que vão ajudar muito na segurança do Brasil. Minha

Polícia Militar de Tocantins poderá dispor destes valorosos homens para ajudar a promover a segurança no meu Tocantins e no Brasil.

Sr. Presidente, que nossas palavras sejam registradas pelo programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Darcísio Perondi.

O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, solicito a V.Exa. que seja aceito como lido o meu discurso e anexado aos Anais da Casa o discurso do Presidente da República, Michel Temer, proferido ontem na abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Quase 100 líderes do Brasil inteiro fazem parte deste Conselho, que contou com alta participação e rendimento tanto pela manhã, como pela tarde.

Michel está ouvindo. Ele é o homem das reformas, das reformas necessárias: tem convicção, preparo, conhecimento, talento. Michel conhece esta Casa e tem o apoio da base aliada e da população.

Michel, o homem das reformas, vai tirar o Brasil desta tragédia social com 12 milhões de desempregados!

Michel, o homem das reformas, é a esperança!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Agradeço, Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil vive hoje um novo momento, um momento de mais esperança, com o Presidente Michel Temer. Temos a oportunidade de voltar a crescer com segurança e atingir níveis de eficiência compatíveis com os anseios do nosso povo por desenvolvimento econômico e justiça social.

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Os Governos do PT usaram a demagogia, a mentira e a desonestidade para enganar o povo. As consequências foram anos seguidos de crescimento raquítico e de estagnação.

Michel Temer tem a capacidade de falar a verdade para o povo sobre questões espinhosas, mas absolutamente indispensáveis e inadiáveis, como a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e o novo regime fiscal, baseado no corte de gastos, não no aumento de impostos.

A Proposta de Emenda Constitucional nº 241, da qual fui Relator, que institui um novo regime fiscal, passou na Câmara e agora tramita no Senado. Tudo indica que até meados de dezembro será aprovada e irá se transformar em lei.

A PEC, no entanto, sem a reforma da Previdência, não se sustenta. Elas dependem uma da outra, exatamente como pulmões e coração, para que haja vida num corpo humano. Se as duas reformas não forem feitas, em poucos anos o Brasil começará a entrar em colapso, e aposentados e servidores deixarão de receber seus benefícios e salários.

É necessária, de igual modo, a modernização das relações capital-trabalho, sem a qual o País não terá como superar a presente tragédia do desemprego em massa. A principal mudança está no “acordado sobre o legislado”, permitindo que trabalhadores e patrões se entendam em seus interesses através de sindicatos fortes.

Todas estas reformas, amargas ou não, são necessárias. O Presidente Michel

Temer está convicto desta necessidade e vai dedicar os próximos 2 anos, tempo que lhe resta à frente do comando do País, para aprová-las.

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O jurista Ives Gandra afirmou que não há como vislumbrar um futuro promissor para o Brasil que não passe pela realização de reformas estruturantes no modelo de gestão do País, com simplificação tributária, reformas tributária, previdenciária e do Judiciário. Gandra disse que o Judiciário não pode legislar: ele tem que estar submetido à lei. Se errar, também deve ser punido, como são punidos os membros do Legislativo e a sociedade como um todo. Já a reforma da

Previdência, disse Ives Gandra, é fundamental para que o Estado não venha a falir.

Na reforma trabalhista, o jurista sugere mudanças pontuais, como a reformulação das convenções coletivas de trabalho e a regularização da terceirização.

Ontem, o Presidente Michel Temer inaugurou o novo Conselho de

Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, composto por 96 representantes da sociedade civil, para colaborar com o desenvolvimento de políticas públicas que levem o País a superar a recessão e possa retomar o crescimento e a geração de emprego.

Michel Temer é o homem certo para levar o Brasil a esta direção. Isso ficou claro com a declaração do publicitário Nizan Guanaes, que recomendou a Temer que tome medidas amargas e impopulares para tirar o Brasil da estagnação.

Segundo Guanaes, o Presidente deve aproveitar que ainda não tem popularidade alta para avançar nas reformas. Disse que a popularidade é uma jaula, pois engessa o governante e o impede de tomar medidas contundentes.

Percebi, na reunião do Conselhão, muita esperança. Todos apoiaram as reformas. O Presidente da Arko Advice Pesquisas, o Sr. Murillo de Aragão, por exemplo, disse que esta parceria permitirá construir uma agenda de crescimento,

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com a possibilidade de se discutirem com seriedade temas urgentes, como a desburocratização.

O empresário Abílio Diniz foi enfático e declarou que todos devem se comprometer com o Presidente Michel Temer e com o País. Disse que a sociedade civil vai ajudar.

É isso que esperamos de todos os brasileiros.

Michel Temer é o homem das reformas e da esperança. Tem convicção, coragem e preparo invejável para ouvir e convergir. Conhece, como poucos brasileiros, a realidade dos números. Tem talento técnico e político. Com o apoio do

Parlamento e com forte base aliada, irá tirar o Brasil de sua pior crise econômica, que levou o País a 12 milhões de desempregados.

Michel Temer, o homem das reformas, é a maior esperança!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

DISCURSO A QUE SE REFERE O ORADOR

Discurso do Presidente da República, Michel Temer, no encerramento da Reunião do CDES — Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - Brasília/DF

Olhe, uma das coisas que eu lamento nessa reunião é que não possamos prosseguir ouvindo um por um. Porque eu detectei um fenômeno muito interessante aqui. No geral, quando você faz uma reunião muito ampla, você tende a ouvir repetições. Um orador se manifesta depois do outro e repete muitas vezes as mesmas afirmações. Aqui, diferentemente, o que podemos verificar é que não houve essas repetições. Cada um colocou um tema da maior relevância. E como foram muitos os oradores, foram muitos os temas versados. O que revela, desde já, os grandes

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problemas do país. Não tivéssemos aqui no Brasil dois, três, quatro temas, dois, três, quatro problemas, é claro que a repetição se verificaria. Então, digo eu, interessante se pudéssemos ouvir um a um, o que faremos, certa e seguramente, em outras reuniões que promoveremos aqui do Conselho, mas que também será feito agora nos grupos de trabalho, no período da tarde. E nós podemos verificar, não vou dizer agora nenhuma novidade, mas podemos verificar que os temas foram todos importantes. Eu quero, por exemplo, registar, aliás, primeiro mais um registro quero fazer, é que apenas um ou dois que não puderam comparecer, todos os indicados compareceram, e os que não puderam fazê-lo é porque estão em viagem pelo exterior. Foi uma coisa, portanto, importantíssima para o governo e para o Brasil que todos os convidados aqui estivessem. E eu vou fazer brevíssimos comentários sobre as questões que ouvi, porque não pude aqui sistematizá-las, mas eu começo pelo tópico da comunicação. Realmente a comunicação é fundamental, mas uma das coisas que podem ser feitas é que os senhores se comuniquem pelo governo. É claro que nós teremos instrumentos naturais, profissionais de comunicação no próprio governo. Mas uma comunicação melhor que se faz é a comunicação que os senhores poderão, que os senhores e as senhoras poderão transmitir. Os senhores estão ouvidos a todo momento, eu vejo que aqueles que aqui se acham, seja nas universidades, seja em entrevistas coletivas ou individuais, seja em palestras, conferências, nos sindicatos, nas associações, nas corporações, os senhores podem a todo momento divulgar o que está acontecendo no Brasil. E ao fazê-lo, penso eu, fazê-lo de maneira positiva. Umas das primeiras frases que usei quando assumi interinamente, foi uma frase que eu li na Castelo Branco, em um posto de gasolina, que dizia assim: “Não fale em crise, trabalhe”. Depois até foram detectar lá, o posto de gasolina havia falido. Mas isto é, enfim, não desvaloriza a frase. E portanto, se os senhores e as senhoras puderem divulgar, fazer essa comunicação, é claro que isso nos ajuda muitíssimo. Até porque, convenhamos, como cada um de nós tem as suas obrigações individuais, muitas e muitas vezes essas questões governamentais coletivas passam ao largo, não tenho a pretensão

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de imaginar que cada um dos senhores e das senhoras está o dia todo preocupado com o governo e com o país. Não é possível, porque cada um tem a sua atribuição. Mas esta reunião coletiva que nós estamos aqui realizando, certa e seguramente os induzirá a essa postura. Onde estiverem, puderem propagar a necessidade daquilo que o governo está fazendo. Porque é natural que quando você lança algumas teses, a tese do teto de gasto, a tese da Previdência, a tese da reforma trabalhista. E já desde logo acrescento, como disseram que a reforma, a simplificação do sistema tributário, a desburocratização, descomplicação, como aqui foi mencionado, são fatores fundamentais, que estão na nossa pauta. Como na pauta se acham, outras tantas reformas, que visam exatamente à produtividade, o incremento da produtividade no país. Não foi sem razão que tão logo eu tomei posse, eu fiz logo, definitivamente, fiz algumas viagens internacionais. Com o objetivo precisamente de trazer também para cá o capital estrangeiro associado ao capital nacional. Porque o mundo hoje, vou dizer uma trivialidade, o mundo globalizado como está, não podemos ter preconceitos e barreiras em relação aos capitais que aqui, associadamente ao capital nacional, possam instalar-se. Nós fizemos essas viagens precisamente para isso. Então, voltando ao tópico da comunicação, eu peço que os senhores e as senhoras possam divulgar ao máximo, já está sendo divulgado, naturalmente hoje, a reunião que estamos fazendo. Mas aqui é preciso uma certa ladainha, é preciso repetir, você repete uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, é como se faz nas missas, toda missa é igual porque você repete os conceitos. Isto vai entrando no corpo, no espírito e na alma. E entrando na alma, na ânima, deixa as pessoas animadas, as pessoas começam a perceber que é precisos trabalhar naquela direção. Então, o primeiro tópico neste particular que eu quero mencionar aos senhores e às senhoras, é que é importantíssimo que nós façamos aquilo que aqui foi debatido, foi discutido, foi levantado, foi mencionado, não é? Como lembra o Germano Rigotto, e volto ao tema da reforma tributária, ela é fundamental para o país. Será feita logo após.

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Agora concordo com o Germano Rigotto, de fato, não dá para acumular. Porque olha, meus senhores e minhas senhoras, se eu mando as quatro, cinco reformas de uma vez. Porque os senhores podem imaginar o trabalho natural, legítimo, importante, fundamental, porque ele revela exatamente muitas e muitas vezes o conflito de ideias, mas o trabalho que nós outros, eu inclusive, temos que fazer para muitas convencer o Congresso Nacional a aprovar esta ou aquela fórmula. E o trabalho é até individual. Eu, graças a Deus, passei 24 anos no parlamento, tenho então, a consciência, não é governador Rollemberg, de quem tive a honra de ser colega também na Câmara Federal, eu tenho esta, nós todos temos esta interlocução natural. Mas mais do que natural, eu volto a dizer, ela é indispensável para que nós possamos reinstitucionalizar o país. Porque muitas e muitas vezes o que eu vejo é um desapego, um desapreço, quase um desprezo às instituições e isso não pode ocorrer. Nas democracias o fundamental é a preservação da institucionalidade. E é isso que nós vamos fazendo ao longo do tempo. Disse o Germano que há tempos atrás - ele foi o presidente de uma comissão de reforma tributária - que não foi possível naquele momento realizar. Até recordo, não é Rigotto, que foi no momento mandarmos para o Plenário que houve embaraço governamental, e desse embaraço governamental resultou a impossibilidade de levar ao Plenário aquela reforma que foi discutida e praticamente aprovada em todo o país. Então nós estamos cientes e conscientes disso. Agora é curioso, quando se fala em tributação eu registro aqui entre parênteses o seguinte: se nós tivéssemos fazendo essa reunião há nove ou dez meses atrás, nós estaríamos discutindo se deveria entrar a CPMF ou não. Porque esse era o tema de dez, 11, 12 meses atrás. Os senhores percebem que no instante em que pusemos o teto dos gastos públicos, no instante em que nós falamos na reforma da Previdência, não se falou mais em CPMF, não se falou mais em tributo. Diz o Meirelles: “Será que um dia nós vamos precisar?” Não sabemos. Mas nós estamos trabalhando para que não haja necessidade, tendo em vista, exata e precisamente, o grau quase intolerável da tributação no nosso país.

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E é interessante que a tributação - há países com tributação até maior que a nossa - mas é que a tributação há de coincidir com a prestação dos serviços públicos. Se os serviços públicos são eficientíssimos no tópico Saúde, Educação, Segurança. ninguém reclama do tributo. O problema é, muitas vezes, a descoincidência entre a carga tributária e a prestação do serviços públicos. E é interessante eu anoto um algo que... Há poucos tempos eu recebi um vídeo de um discurso da primeira ministra Margaret Thatcher, em que ela diz uma coisa é, bem banal. Mas é interessante como as banalidades muitas vezes tem que ser repetidas, porque as pessoas se esquecem daquilo que é mais trivial. Então ela diz assim, ela diz: “Olhe, muitas e muitas vezes as pessoas pensam em programas generosos achando que existe um dinheiro público e um dinheiro privado”. Ela diz: “Não existe dinheiro público. Não existe um cofre aqui onde está o dinheiro público, e um cofre aqui onde existe dinheiro privado, não é isso. O dinheiro público é você quem paga, porque ele vem por meio dos impostos, é assim que você transforma a contribuição privada em dinheiro público”. Então é preciso tomar muito cuidado com os programas, de alguma maneira, muitas vezes sem eventuais responsabilidades, porque você está afetando exatamente o fenômeno contributivo das pessoas que fazem o dinheiro público. E nós estamos tomando muito esse cuidado tanto que, volto a dizer, nunca mais falou em aumento da tributação no nosso país. Nós estamos tentando resolver precisamente com as medidas que estão sendo patrocinadas, levadas adiante com a cautela política necessária. Tão logo terminemos a proposta do teto, que certa e seguramente, pelo menos esperamos, venha ser aprovada no Senado, nós imediatamente, remeteremos a reforma da Previdência. Que muitas e muitas vezes eu vejo cobranças: “Olha não tem crescimento no país”. E é verdade, a credibilidade e curioso como as pessoas são muito ansiosas não é, e também o mercado, então começa a ver isto que a senhora acabou até de mencionar, começa a haver uma certa dúvida, a confiança começa a cair, quando, como disse o Abílio, você não faz isto de um dia para o outro, isto leva tempo. Você precisa, não foi sem razão que na fala inaugural eu disse nós temos três fases, combate a recessão, está sendo feito agora; crescimento em seguida; com a consequente abertura de empregos. Isto vai

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depender muito do que nós viermos a fazer aqui, do que nós viermos a fazer juntos. Como disseram muitos, o governo não age sozinho, o governo age ancorado precisamente no setor privado. E no setor privado, pela conjugação de esforços dos que trabalham, dos trabalhadores, com aqueles que empresam, aqueles que contratam. Então, é por isso que nós também temos procurado acabar com esse preconceito, faço mais um parêntese aqui, muitas vezes eu vejo que há “doutrinadores”, que acham que é possível acabar com o desemprego, mas sem prestigiar a indústria, o comércio, o setor privado, no agronegócio. Ora bem, de onde vem o emprego, não é? Nós precisamos acabar com esses preconceitos, também banais. E por isso que eu acho que esta reunião terá um efeito muito significativo, não só esta como o grupo de trabalho que os senhores farão à tarde, e com outras reuniões que venhamos a fazer quando outros tantos conselheiros igualmente serão convocados e unidos. De modo que, meus senhores, eu quero agradecer muitíssimo essa oportunidade que os senhores da sociedade estão dando ao governo. É uma atenção especialíssima ao governo federal, não é a mim especialmente, ao Meirelles, ao Padilha, ao Rollemberg, a quem agradeço enormemente a atenção. Vocês vejam que o governador do Distrito Federal veio aqui para naturalmente prestigiar e dizer: “Nós estamos juntos nessa tarefa que é uma tarefa de todo o país”. Logo mais amanhã, estaremos com os senhores governadores de estado. Porque os senhores sabem que de fora a parte, os problemas de natureza, digamos, nacional, nós temos problemas da federação. Os estados estão praticamente todos ou a grande maioria, quase quebrados. E muitas vezes quebrados por causa da questão previdenciária. Então é uma coisa que os próprios governadores trazem a todo momento para nós estas preocupações, pleiteando, postulando que o governo federal, por meio de uma normatividade especial, portanto, a reforma da Previdência, cuide deste assunto. E nós temos tido, graças a Deus, como disse o Neto, uma compreensão da classe trabalhadora. É claro que há mais do que legitimamente confrontos muitos

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vezes de ideias, mas desde logo se percebe nos sindicatos, em todos os locais, nas reuniões que temos feito e faremos com mais frequência, como tem feito o ministro do Trabalho, o Ronaldo, nós faremos muitas reuniões para chegarmos a um consenso. Chegar ao consenso significa alguém abre mão de um pedaço do seu e outrem abre mão do pedaço do seu. É assim que se chega a consenso em nome de uma causa maior. Eu quero dizer, também, a quem mencionou a reforma trabalhista, a reforma tributária, a reforma do setor financeiro - não é? - a reforma política, igualmente, a reforma política devo dizer, é uma tarefa do Congresso Nacional. Nós tomamos muito cuidado com isso sob pena de dar interferência de um Poder em outro Poder. Mas evidentemente nós incentivamos a reforma política, isso que o Setúbal disse é verdadeiro. Você precisa... fica difícil muitas vezes com número, digamos, excessivo de partidos, você ter governança ou governabilidade. Então esses temas todos estão sendo tratados. Agora passo a passo, não dá para fazer tudo de uma vez. É preciso que nós façamos como fizemos no primeiro momento aprovar essa PEC, essa proposta da redução dos gastos, para depois darmos os passos seguintes. E é nesses passos seguintes que nós queremos contar com o apoio incondicional, incondicional, não, ainda que condicionado, mas um apoio muito expressivo, muito significativo de todos os senhores e as senhoras. De modo que eu quero agradecer muitíssimo a todos e até convidá-los agora para um almoço final e logo depois do almoço os senhores voltam ou voltamos todos para os trabalhos. Muito obrigado aos senhores. Me permitam até, me permitam, só um momento. Me permitam apenas para revelar a importância desta reunião, que além de termos a presença do governador do Distrito Federal, também temos os ministros de Estado todos, e até vou dizer, vieram espontaneamente, não foi por causa do almoço que agora é para onde irão, mas era para reunião, vieram espontaneamente. Olha aqui o , naturalmente; o ; o Alexandre Moraes, da Justiça e Cidadania; o embaixador Marcos Galvão, das Relações Exteriores, interino; Maurício Quintella, dos Transportes; Mendonça Filho, da Educação; , do Trabalho; , do Desenvolvimento Social e Agrário; Ricardo Barros, da Saúde;

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Marcos Jorge Lima, interino da Indústria e Comércio; o Paulo Pedrosa, de Minas e Energia; o Dyogo Oliveira, do Planejamento; , da Ciência, Tecnologia e Comunicações; o , do Meio Ambiente; Marx Beltrão, do Turismo; , da Integração Nacional; Bruno Araújo, das Cidades; , da Transparência, Fiscalização e Controle; General Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional; a ministra Grace Mendonça, da Advocacia-Geral da União; o Ilan Goldfajn, do Banco Central do Brasil; o Paulo Caffarelli, do Banco do Brasil; Gilberto Otto, da Caixa Econômica Federal; Pedro Parente, presidente da Petrobras; Ernesto Lozardo, presidente do Ipea. E registrar, também, a presença de alguns órgãos internacionais: o Carlos Mussi, da Cepal; o Fabian Bornhorst, do FMI; o Francisco Gaetani, da Enap; o Lucien Andre Muñoz, da Unesco; a Maristela Baioni e o Niky Fabiancic, do PNUD. A todos eu agradeço e com isso eu quero revelar a importância dessa reunião.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Severino

Ninho, do PSB de Pernambuco. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. SEVERINO NINHO (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, volto à tribuna desta Casa para parabenizar os conselheiros tutelares pelo seu dia, comemorado na última sexta-feira.

Os conselheiros tutelares do Brasil fazem um importante serviço em prol das crianças e adolescentes. O Conselho Tutelar é um órgão criado, em 1990, pelo

Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA e merece toda a atenção por parte dos Prefeitos brasileiros, por ser da maior relevância para nossas crianças e nossos jovens.

Deste modo, quero registrar nossos aplausos e nossos parabéns a todos os conselheiros tutelares pelo desempenho de suas funções e pela sua atividade tão relevante para o povo brasileiro.

Parabéns a todos os conselheiros tutelares!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Está feito o registro, Deputado Ninho.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao jovem Prof.

Chico Lopes.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer um apelo à direção do Banco do Brasil sobre esta decisão de fechar agências.

Parece que eles não conhecem o interior do Brasil. No Ceará, temos localidades em que há uma agência do Banco do Brasil para 4 ou 5 Municípios, e as pessoas, às vezes, gastam com ônibus para pegar um cheque ou sacar dinheiro.

Acho que nós podemos melhorar cada vez mais a rede bancária no Brasil.

Colocar 18 mil funcionários para fora e fechar agências vai beneficiar a quem? A quem interessa esta política?

Desta forma, apelamos para a direção do Banco do Brasil e esperamos que pelo menos respeite a questão das agências bancárias no interior.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Arnaldo Jordy.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, quero me associar ao Deputado Severino Ninho pelo registro feito hoje e cumprimentar todos os conselheiros e conselheiras tutelares deste Brasil afora. Eles são os principais protetores das crianças e dos adolescentes em situação de vulnerabilidade, aqueles que ainda não têm assegurados e respeitados, num país que é a nona economia do planeta, os direitos elementares de todo jovem, de todo adolescente e de toda criança.

Nós sabemos que o Brasil, lamentavelmente, ainda registra a marca vergonhosa de 1,5 milhão de crianças e jovens em estado de vulnerabilidade. Trata- se de dados recentes, que ainda fazem parte desta página trágica da sociedade brasileira.

Portanto, quero parabenizar todos os conselheiros e conselheiras tutelares do

País, heróis e heroínas anônimos que atuam labutando no cotidiano sem remuneração adequada e sem condições de trabalho adequadas, mas que ainda conseguem fazer este trabalho.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - O discurso de V.Exa. será divulgado pelo programa A Voz do Brasil, Deputado Jordy.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Pereira. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Carlos Manato, ontem participei de audiência com o Presidente do

Conselho Administrativo de Defesa Econômica — CADE.

Minha demanda tem relação com o preço dos combustíveis. Desde o dia 8 de novembro, foi repassado às distribuidoras de combustíveis um desconto de 10,4% no óleo diesel, mas as distribuidoras, infelizmente, não estão repassando este desconto aos postos de gasolina.

A Shell, uma grande companhia, está repassando 5%. A Ipiranga, também uma grande companhia, não está repassando quase nada.

O desconto tem que chegar à mão do trabalhador, do produtor rural, do caminhoneiro, do usuário de transporte coletivo. Não é moral nem justo que um desconto como este fique somente na mão da distribuidora. Isso é um crime!

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Gostaria de dizer a V.Exa. que o preço do combustível que sai da refinaria só representa 29% do preço final.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado Gonzaga

Patriota.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, primeiramente, quero registrar que a Faculdade de Saúde de Petrolina está recebendo mais um curso, desta vez, Odontologia, o que é muito bom para

Petrolina.

Vejo ali o Deputado Severino Ninho, que é da região de Goiana. Quero dizer que foi feito um acordo entre o Governo de Pernambuco e a FIAT para montar uma fábrica em Goiana. O Estado se comprometeu a dispensar impostos e a fazer uma perimetral, indo de Igarassu, terra de V.Exa., até Cabo de Santo Agostinho. Em relação a isso, está tudo pronto, todos os entendimentos foram realizados. A FIAT comprometeu-se a dar empregos a Pernambuco. Ela está dando a metade dos empregos à Paraíba.

Além disso, há o problema do transporte dos automóveis. Em Pernambuco, o

Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco está instalado em Goiana. No entanto,

90% da produção são transportados pela SADA Transportes, de Betim, Minas

Gerais. Queremos que os automóveis sejam transportados pelos pernambucanos, pelos membros do Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco.

Nós vamos aguardar que a SADA vá embora para Betim e que a FIAT estabeleça que os transportadores sejam de Pernambuco. Se isso não acontecer — eu preciso de V.Exa. e de outros Parlamentares —, nós vamos fazer com que a mesma lei que já existe em alguns Estados seja lei nacional.

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Os sindicatos de transportadores de produtos de cada cidade e de cada região é que farão o transporte. Se sobrar, pode ir um pouco para a SADA, mas não podemos permitir que ela continue a fazer o que está fazendo. Isso é um absurdo!

Já estamos acompanhando isso de perto. Com o Deputado Pastor Eurico, com V.Exa. e com outros Parlamentares, tentamos um entendimento, mas não deu certo. Agora nós vamos agir.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Prefeita do campus da Faculdade de Saúde de Petrolina — SOBERANA, Elaine Barros, confirmou a instalação do curso de Odontologia na cidade de Petrolina, com o intuito de acalmar os ânimos de todos os que tiverem interesse em cursar odontologia.

Em nota, o Diretor-Geral, o Prof. Dr. André Machado, destacou a qualidade da instituição para a oferta do curso. “A SOBERANA destaca-se pelo projeto pedagógico inovador, que foi alicerçado nos mais modernos conceitos de Educação em Saúde utilizado no mundo e que estava em consonância com as Diretrizes

Curriculares Nacionais. Durante a visita do MEC, recebemos nota 4, em uma escala de 0 a 5. Esta nota é o indicador que reflete a qualidade do ensino ofertado pelas instituições de Ensino Superior — IES no Brasil. Em Pernambuco, apenas três faculdades de Odontologia possuem nota igual ou maior que 4”, destaca, orgulhoso, o Diretor-Geral.

“Agora estamos aguardando apenas a publicação da portaria no Diário Oficial da União — DOU para podermos lançar o vestibular. A SOBERANA chega a esta

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cidade para fazer a diferença, abrindo caminhos e criando oportunidades para a sociedade. Este será o primeiro curso de Odontologia no Vale do São Francisco”, complementou.

Gostaria de aproveitar a ocasião, Sr. Presidente, para falar sobre um assunto acontecido recentemente em Petrolina. A Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina — FACAPE informa sobre o caso do estudante Lucas dos Santos

Souza, de 26 anos, discente do quarto período do curso de Gestão da Tecnologia da

Informação, que foi a óbito na quarta-feira 16 de novembro, após dar entrada em hospital particular da cidade com suspeita de ter contraído o vírus H1N1.

A direção da Faculdade entrou em contato com o médico responsável pelo caso do estudante Lucas e, segundo o médico José Carlos Moura, não há risco de epidemia. Exames para constatar se a causa da morte do estudante foi realmente o vírus H1N1 foram realizados e estarão prontos dentro de 5 dias.

A vigilância epidemiológica do Município foi acionada e a Secretaria de Saúde da cidade informou que não existe relato de epidemia ou surto de Influenza A H1N1 no Estado de Minas Gerais e que esta não é a época de maior circulação do vírus.

A autarquia está em contato com todas as instituições responsáveis por analisar o caso e se coloca à disposição de qualquer medida que seja para manter a segurança dos estudantes e da comunidade.

Ao todo, cerca de 40 estudantes, acompanhados de 2 professoras, saíram no dia último dia 7 de novembro para um evento de tecnologia na cidade de Belo

Horizonte, Minas Gerais, e retornaram na segunda-feira 14. Lucas foi o único que apresentou sintomas do vírus.

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Gostaria de falar sobre outro assunto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

É com grande tristeza que mais uma vez voltamos a esta tribuna para registrar o descumprimento por parte da Fiat Chrysler Automóveis Ltda., em relação ao programa de incentivo fiscal denominado PRODEAUTO, no tocante à contrapartida social entre o Estado de Pernambuco e esta empresa.

O TAC — Transportador Autônomo de Cargas e a ETC — Empresa

Transportadora de Cargas da categoria econômica dos cegonheiros do Estado de

Pernambuco, representados pelo SINTRAVEIC/PE, legítima categoria, continuam sendo deixados de lado no processo de transporte dos veículos produzidos no

Estado de Pernambuco.

De outro lado, estamos ameaçados de que o Supremo Tribunal Federal venha a se posicionar, considerando inconstitucional ao Estado federado obrigar a contrapartida social das empresas beneficiadas por programas de incentivos fiscais, que visam à geração de emprego e renda. Assim, também comunicamos a nossa insatisfação com a atitude da Confederação Nacional do Transporte — CNT de questionar leis estaduais que obrigam montadoras de veículos ao cumprimento da contrapartida social em relação ao programa de incentivo fiscal.

No Estado de Pernambuco, temos o PRODEAUTO, Programa de

Desenvolvimento do Setor Automotivo do Estado de Pernambuco, criado pela Lei estadual n.º 13.484, de 2008, alterada pelas Leis nºs 15.166, de 2013, 15.183, de

2013, e 15.505, de 2015, regulamentadas pela Portaria da SEFAZ n.º 192, de 5 de novembro de 2015, publicada em 7 de novembro de 2015, que no art. 1º, a Lei nº

13.484, de 2008, isenta as montadoras de veículos instaladas no Estado de

Pernambuco do pagamento de impostos em patamar de 95% (noventa e cinco por

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cento), cuja contrapartida deveria ser a geração de emprego e renda, pois a finalidade do programa é atrair e fomentar investimentos no setor automotivo.

Em razão deste programa de incentivo, foi inaugurada no ano passado, no polo automotivo de Goiana, em Pernambuco, a fábrica da FCA/Fiat Chrysler automóveis Ltda.

Em decorrência da nossa atuação parlamentar, juntamente com o colega

Deputado Pastor Eurico, a FIAT agregou a quantia ínfima de dez cegonheiros ao serviço de logística e transporte de veículos na planta de Goiana. São míseros dez postos de carregamento e transporte de veículos novos para todos os cegonheiros pernambucanos, de aproximadamente mil postos existentes na planta da FCA localizada em Goiana.

Pasmem, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, se outros pernambucanos quiserem trabalhar, terão que pagar por cada caminhão que se agregar ao trabalho de carregamento, uma praça, a exemplo das praças de táxi, no valor de até 4 milhões de reais, ao Sindicato de Minas Gerais, que nada tem a ver com

Pernambuco. Do contrário, nunca irão carregar seus caminhões na FIAT.

Registramos, Sr. Presidente, que em Pernambuco está se caracterizando a triste constatação de que, mesmo diante dos favores governamentais do

PRODEAUTO, o art. 2º, caput, da Lei federal nº 11.442, de 2007, que trata da livre concorrência no setor de transporte de cargas no Brasil, continuará sendo flagrantemente desrespeitado nas operações realizadas na fábrica da FCA/Fiat

Chrysler Automóveis Ltda. localizada em Goiana, em Pernambuco, priorizando em

100% o transporte para empresas e transportadores autônomos do Estado de Minas

Gerais. Mas não vamos continuar aceitando este estado de coisas.

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Objetivando resolver situação idêntica à lamentável constatação acima, ocorrida em Pernambuco, aqui por nós denunciada, os Estados do Rio de Janeiro e de Goiás sancionaram leis, obrigando as montadoras a respeitarem percentual mínimo na contratação de cegonheiros, o TAC/Transportador Autônomo de Cargas e ETC/Empresas Transportadoras de Cargas, radicados nos respectivos Estados, conforme Lei estadual nº 6.885, de 2014, do Rio de Janeiro, e Lei estadual nº

18.755, de 2014, e Decreto nº 8.476, de 2015, do Estado de Goiás, no Estado do

Rio de Janeiro, 15%, e no Estado de Goiás, 30% dos postos de transporte de veículos novos nas montadoras de veículos para cegonheiros radicados naqueles

Estados federados.

Mas, de forma desarrazoada e reprovável, a Confederação Nacional do

Transporte, que, de acordo com o princípio da especialidade, não representa o setor de transporte de veículos novos, ajuizou indevidamente no Supremo Tribunal

Federal ações questionando a constitucionalidade das leis do Rio de Janeiro — ADI

5.472 — e de Goiás — ADI 5.176 —, sob o argumento falacioso de que tais normas criam restrição à livre concorrência e à competitividade e, ainda, que a matéria legislativa é privativa da União.

Valemo-nos desta oportunidade, eminente Sr. Presidente, colegas Deputados e Deputadas, para defender, como advogado que somos, e esclarecer a toda a sociedade brasileira que as leis estaduais questionadas pela CNT não visam criar nenhum privilégio. Objetivam, na verdade, obrigar as montadoras a cumprir a sua parte e mitigar os efeitos deletérios das atividades cartelizantes, envolvendo as montadoras de veículos, grandes empresas do setor e sindicatos sediados nos

Estados de São Paulo e Minas Gerais, conforme ficou apurado na Ação Penal nº

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2004.71.00.027141-8/RS, a qual teve como réus o então Presidente do SINDICAM, um executivo da General Motors do Brasil e o então Presidente da ANTV, tendo sido condenados à pena de prisão. Ainda há desdobramentos em outra ação penal que tramita perante a 5ª Vara Criminal da Comarca de São Bernardo do Campo, São

Paulo, tendo como réus, entre outros, o Presidente e um Diretor do Grupo SADA, operadora logística que atua na FCA, deixando extreme de dúvidas que existe um cartel no setor de transporte de veículos novos no Brasil, o qual pratica extorsão contra cegonheiros, sob pena de não lhes permitir trabalhar e tirar o sustento das suas famílias na única atividade que sabem desempenhar.

Assim, com estas considerações, é preciso apoiar a iniciativa dos Estados do

Rio de Janeiro e de Goiás, criando mecanismos para que outros Estados da

Federação sejam encorajados a seguir o bom exemplo. Aliás, conclamamos esta

Casa do Congresso Nacional a também legislar acerca deste tema.

Concluímos este discurso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, apelando para o bom senso tanto das autoridades do Estado de Pernambuco para exigirem o cumprimento dos dispositivos contratuais de parceria para instalação da FIAT naquele Estado, bem como da empresa e dos cegonheiros e seus padrinhos invasores, em nosso Estado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Dando início ao período de breves comunicações, concedo a palavra à Deputada Carmen Zanotto, do PPS de Santa

Catarina. (Pausa.)

Boa tarde, Deputada Benedita da Silva! É um prazer vê-la aqui.

O SR. ALBERTO FRAGA - Sr. Presidente, não estamos no Pequeno

Expediente?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Sim, Deputado. Estamos no Pequeno

Expediente.

O SR. VITOR VALIM - Sr. Presidente, enquanto o próximo orador não chega, gostaria de fazer um breve registro.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem 1 minuto o nobre Deputado Vitor

Valim.

O SR. VITOR VALIM (Bloco/PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, venho lamentar a morte de agentes de segurança do meu Estado. Este

Governo do ex-Ministro Cid Ferreira Gomes, nos 8 anos de incompetência, pegou um Estado com 2 mil homicídios por ano e o entregou com mais de 4 mil homicídios.

Para os senhores terem noção da grande crise que estamos passando, mais de 55 mil pessoas, conforme dados da própria Secretaria de “Insegurança” Pública do Estado do Ceará, foram assaltadas até o mês de setembro.

Eu faço um apelo para que haja uma intervenção federal de competência, já que o Governador Camilo Santana não tem gerido muito bem o Estado, o que causa grande prejuízo à nossa população.

É o apelo que faço, ao tempo em que lamento a perda de vida de 31 agentes de segurança na guerra urbana que há no Estado do Ceará.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Sou eu que agradeço, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo

Sabino, do PR do Ceará. S.Exa. dispõe de 5 minutos.

O SR. CABO SABINO (PR-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores telespectadores da TV Câmara, nossos ouvintes da Rádio Câmara e aqueles que nos acompanham pelo portal da

Câmara dos Deputados, nós dissemos, na semana passada, que 455 profissionais da segurança pública foram assassinados só este ano no nosso País. Na Inglaterra, nos últimos 14 anos, 12 profissionais da segurança pública foram assassinados.

Repito: em 14 anos, em um país inteiro, houve apenas 12 profissionais da segurança pública assassinados, e os últimos dois casos foram de duas policiais femininas.

O Presidente daquele país modificou a lei, impondo, Deputado Alberto Fraga, para o crime contra o profissional de segurança pública a pena de prisão perpétua.

No nosso País, Deputado Capitão Augusto, o alto índice de criminalidade contra esses profissionais vem aumentando a cada dia.

Eu estive no Estado do Rio de Janeiro e conversei com policiais, oficiais e praças. Eles me confidenciaram que já não podem andar armados quando estão de folga; seus telefones não podem ter WhatsApp; suas agendas não podem ter o nome do soldado — Cabo Fulano de Tal, Coronel Fulano de Tal ou Tenente Fulano de Tal —, podem ter apenas uma sigla, que não posso dizer qual é; não podem ter

Facebook em seus celulares; não podem ter uma foto sequer de uma viatura, porque se nas blitze feitas por criminosos, no Estado do Rio de Janeiro, pegarem o celular de qualquer pessoa e houver a foto de uma viatura, ela será executada naquele local.

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Que país é este em que nós vivemos? Como permitimos que o crime organizado tome conta das ruas e submeta às forças policiais uma situação vexatória como esta? O policial não pode andar armado quando está em folga,

Deputado Major Olimpio, mas o bandido pode andar armado com fuzil.

Como criminosos podem fazer blitz nas ruas, Sr. Presidente? Isso ocorre apenas no Rio de Janeiro? Não.

No meu Estado, em Fortaleza, esta semana, num bairro chamado Gueto, uma vila na realidade, havia vários marginais armados com fuzil e pistolas. Faziam festas particulares, gritando e cantando o hino de guerra. Até que ponto vamos permitir que isso continue?

Apresentei, na semana passada, requerimento ao Presidente desta Casa para que se crie uma Comissão Externa, a fim de que os Deputados possam visitar os Estados, ouvir a população, o Ministério Público, os profissionais de segurança pública, e identificarmos os reais motivos que estão levando a essa mortandade de profissionais da segurança pública e as possíveis sugestões para resolver o caso.

Esta Casa não pode se furtar a debater este tema e a ouvir a população. Esta

Casa já contribuiu, e muito, com o tema, quando aprovou o projeto que tornou crime hediondo os crimes cometidos contra os profissionais da segurança pública. Faz 1 ano, mas ainda não surtiu efeito.

Espero que o Presidente nos atenda e inclua este requerimento na pauta de hoje para ser votado e aprovado no plenário desta Casa. Acredito que cada um dos

513 Deputados que compõem esta augusta Casa votará a favor deste requerimento e fará parte da Comissão.

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Uma vez aprovado o requerimento — espero que a maioria dos senhores participe —, vamos fazer um belo trabalho para proteger a vida desses heróis brasileiros que estão nas ruas todos os dias, todas as noites, sob sol e chuva, faça frio ou calor, vigilantes que são, combatendo o crime e tentando manter a vida de milhões de brasileiros a salvo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada

Benedita da Silva. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero lamentar o acontecido no dia em que se comemorou o Dia da Consciência Negra, no Estado do Rio de Janeiro, propriamente na Cidade de Deus, onde um helicóptero caiu, e até agora não foi constatado que tenha sido alvejado. Ali, durante a intervenção na Cidade de Deus, o helicóptero, como todos têm conhecimento, caiu, e morreram quatro policiais. Nós lamentamos profundamente isso. Ao mesmo tempo, houve a morte de sete outros jovens mais uma vez. Nós estávamos num movimento para falar sobre a mortalidade, o assassinato da juventude no Estado do Rio de Janeiro e no nosso

País, e, infelizmente, aconteceu esse imprevisto.

Sr. Presidente, peço que este pronunciamento seja divulgado no programa A

Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Será divulgado no programa A Voz do

Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo esta tribuna para comunicar à Casa e a todos e todas que acompanham os nossos trabalhos pela

Rádio e pela TV Câmara a minha enorme tristeza com mais uma onda de violência que ocorreu, no último fim de semana, no Rio de Janeiro.

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Falo sobre o helicóptero da Polícia Militar que caiu na comunidade Cidade de

Deus, provocando a morte dos quatro ocupantes, além dos sete corpos que, segundo familiares, foram encontrados na comunidade com indícios de execução.

É importante sempre destacar que a guerra urbana, que há muito tempo se trava nas grandes cidades do nosso País, onde o crime organizado está bem armado, resulta sempre em mortes, e todos nós, não há dúvidas quanto a isso, lamentamos muito essa situação.

Agora, uma questão que precisamos denunciar sempre, aqui nessa tribuna, é a forma como a segurança pública é vista e praticada em nosso País, na qual, em muitos casos, predomina a discriminação contra quem é negro, mora em favela ou na periferia.

Sr. Presidente, tal situação me faz lembrar a música Haiti, de Gilberto Gil e

Caetano Veloso, quando diz: “Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos /

Dando porrada na nuca de malandros pretos / De ladrões mulatos e outros quase brancos / Tratados como pretos / Só pra mostrar aos outros quase pretos (E são quase todos pretos) Como é que pretos, pobres e mulatos / E quase brancos (quase pretos de tão pobres) são tratados”.

Era o que eu tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nobre Deputado Henrique Fontana, se V.Exa. me permitir, vou conceder a palavra à Deputada Creuza Pereira. V.Exa. me permite?

O SR. HENRIQUE FONTANA - Com certeza, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra a Deputada Creuza.

V.Exa. dispõe de 1 minuto.

A SRA. CREUZA PEREIRA (PSB-PE. Sem revisão da oradora.) - Obrigada,

Sr. Presidente, a quem cumprimento, bem assim aos demais presentes.

A data da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, 20 de novembro de 1695, é o dia que aqui no Brasil foi escolhido para refletirmos e valorizarmos as lutas e celebrarmos as conquistas raciais do nosso povo, relembrando a história e a vida de Zumbi, que representou o desejo de liberdade, direito e justiça.

O Dia da Consciência Negra não serve apenas para nos lembrar da relevância do povo africano na construção da sociedade brasileira, mas também para ressaltar as dificuldades que os negros passam há séculos. É inadmissível que, em pleno século XXI, negros ainda sofram preconceitos por suas origens.

Todo brasileiro tem presença negra na sua formação, e devemos carregar esse traço com orgulho, pois somos herdeiros e herdeiras de guerreiros e guerreiras que dedicaram suas vidas à luta por liberdade, o que nos encoraja a seguir firmes na caminhada em busca de uma sociedade mais justa e igualitária, livre das injustiças e do preconceito.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Seu discurso será divulgado na

íntegra pelo programa A Voz do Brasil, Deputada Creuza Pereira.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Deputado Henrique Fontana, agradeço a V.Exa. por ter aguardado.

Por direito, V.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna.

O SR. HENRIQUE FONTANA (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Obrigado,

Presidente Carlos Manato. Cumprimento V.Exa. e os colegas Deputados e

Deputadas.

Eu venho a esta tribuna para repercutir mais um caso grave de corrupção e tráfico de influência no Governo Temer, que já é um governo marcado por sua absoluta ilegitimidade. Já na arrancada do Governo, nós fomos confrontados com todas as gravações que mostravam o Senador Romero Jucá conversando com

Sergio Machado, falando de um dos eixos fundamentais do golpe de Estado de caráter parlamentar que ocorreu — ainda está em curso no Brasil — e que tinha como um dos objetivos centrais exatamente obstruir os trabalhos de investigação contra a corrupção no País.

Existem diversas manobras sendo tentadas nos corredores do Parlamento brasileiro para contribuir com este objetivo do Governo ilegítimo de Temer, que é frear investigações contra a corrupção, quando elas chegam ao coração do PMDB, ao coração de lideranças importantíssimas do PSDB, do PP e de outros partidos.

Trata-se da famosa ideia da criminalização e da investigação seletiva contra a corrupção, em que empresários devem ser salvos, grandes partidos que organizaram o golpe devem ser salvos e se deve criminalizar a esquerda e especialmente o PT.

Mas a isso, Sr. Presidente, tem se seguido uma série de acontecimentos.

Nesta última semana, fomos confrontados com a ação de um ministro que despacha

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ao lado do gabinete do Presidente Michel Temer e que, através do tráfico de influência mais rebaixado que se possa imaginar, tentou obstruir um parecer do

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do País, para liberar, no grito e na marra, uma obra em Salvador.

Deputado Esperidião Amin, só isso já seria gravíssimo, um ministro que está ao lado do gabinete do Presidente Temer, mesmo com toda a sua ilegitimidade, tentar, conforme declarações de outro ministro do Governo Temer — não sou eu quem está falando isso —, que disse ter sido literalmente emparedado pelo Ministro

Geddel Vieira Lima, a liberação da construção de uma obra, de um prédio na cidade de Salvador.

Só isso já seria gravíssimo. Mas ainda fomos brindados com a notícia de que o Ministro em questão, o Sr. , é proprietário de um apartamento nesse empreendimento, cuja obra ele pressiona o Ministro para liberar, mesmo contra um laudo técnico assinado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional.

Porém, isso ainda não é o que mais impressiona. Há ainda um nível mais impressionante da proteção à corrupção. O Presidente ilegítimo Michel Temer adula o Ministro e diz que o Ministro Geddel está prestigiado no Governo. Ele faz isso, o que é público e notório. Ele, inclusive, assume que ligou, que foi a duas ou três reuniões. Nunca vi tanto interesse em torno da construção de um prédio.

Ele, inclusive, chegou a dizer que era para gerar empregos. Mas, olhem, imagino que um ministro pode tomar muitas outras medidas de interesse público para incentivar a geração de empregos, e não defender a liberação fora da lei de um prédio em que ele é proprietário de um apartamento!

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A Comissão de Ética Pública está analisando o caso. Já que o Presidente

Temer não tem a coragem de demitir Geddel Vieira Lima, porque Geddel faz parte do esquema do PMDB, espero que a Comissão de Ética Pública proponha e determine o afastamento desse Ministro.

Nós estamos dando entrada, junto ao Ministério Público, a um pedido para que se acelerem as investigações sobre o tráfico de influência e sobre o crime cometido pelo Ministro Geddel.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Betinho Gomes, do PSDB de Pernambuco, e, depois, à Deputada Clarissa

Garotinho.

O SR. BETINHO GOMES (PSDB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, caros Deputados e caras Deputadas, povo brasileiro, nós temos na

Câmara dos Deputados, no Congresso, vários temas em discussão que são de relevância para o presente e para o futuro da população brasileira, principalmente temas econômicos, que em geral são priorizados, sobretudo num momento como este, de crise profunda que o Brasil vive: desemprego em alta, população apavorada com esse ambiente, investidores desconfiados. Tudo isso é fruto de uma herança que foi construída ao longo dos últimos 13 anos.

Mas há também temas que são de ordem social, que dizem respeito ao futuro da população brasileira, que merecem de nós, neste Parlamento, uma atenção especial. Talvez pouquíssimos temas mereçam tanta atenção como a discussão da reforma do ensino médio.

Esse tema é inadiável. Aqui na Câmara já há um projeto de lei que se propôs a discutir a reforma do ensino médio, inclusive relatado por um Deputado do PT.

Essa proposta em grande parte se assemelha à medida provisória que agora está em discussão neste Parlamento, neste Congresso.

Mas, lamentavelmente, nós percebemos que a tensão política que toma conta do País tem feito com que algumas forças políticas, sobretudo as que estão na

Oposição hoje, tenham cegado e tenham comprometido um debate importante para o País, por conta dessa disputa que se estabeleceu aqui no Parlamento e na própria sociedade.

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Trabalhar contra a reforma do ensino médio é trabalhar contra o futuro da juventude. Nós temos uma educação precária, uma educação que não avançou; pelo contrário, tem retrocedido.

Há 20 anos estamos debatendo esse assunto desde a LDB — Lei de

Diretrizes e Bases da Educação. Esta discussão não é nova e está atrasada.

Enquanto vários países investiram, trabalharam e atualizaram a sua educação, o

Brasil tem uma grande dívida, especialmente com a sua juventude.

Quero aqui, neste instante, fazer um apelo aos partidos, às forças políticas.

Que façamos um debate de conteúdo, um debate democrático, em que se questione, mas não podemos embarreirar o futuro da juventude.

O ensino médio atual que temos não serve. Está claro que não serve. É só ver o último resultado do ENEM — Exame Nacional do Ensino Médio, em que 90% das escolas públicas do Brasil não alcançaram as metas mínimas estabelecidas.

Portanto, não se pode brincar aqui com o futuro de uma faixa da população que representa a esperança e a expectativa de um país melhor. Precisamos avançar nessa discussão do ensino médio.

Alguns questionam a fórmula que o Governo encontrou para discutir o assunto por medida provisória. Esse tema é relevante e urgente. E o projeto de lei que se assemelha à medida provisória está encalhado há 4 anos nesta Casa e não avançou. Não podemos perder mais tempo. Essa reforma proposta para o ensino médio avança no sentido de que possamos ter ampliação do ensino em tempo integral; ela avança para que o jovem possa ser protagonista e escolher a sua área de conhecimento para o seu futuro; ela avança para que o jovem possa escolher entre a educação normal e a educação técnica. Nada mais promissor, nada mais

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progressista, nada mais importante do que garantir que a juventude possa ter educação de qualidade a partir de uma reformulação que é ideal.

Vamos debater, vamos discutir, vamos buscar o consenso, vamos tirar as dúvidas, mas não vamos impedir que o futuro da juventude seja construído a partir da educação. Quero aqui fazer este apelo, para que as forças políticas possam ter a compreensão de que não é possível colocar o futuro, a educação dos jovens em jogo. Já se perdeu muito tempo no Brasil com uma educação que não atende a essas expectativas da juventude.

Vamos olhar para frente! Vamos construir futuro! Vamos garantir a reforma do ensino médio, da educação brasileira!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu agradeço, nobre Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à nobre Deputada

Clarissa Garotinho, do Estado do Rio de Janeiro. S.Exa. dispõe de 5 minutos na tribuna.

A SRA. CLARISSA GAROTINHO (PR-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como meu tempo é curto, não vou falar sobre o processo ilegal e injusto a que meu pai, o ex-Governador Anthony Garotinho, está respondendo. Há uma tentativa de criminalizar um programa social que já existe há

1 década no Município de Campos dos Goytacazes.

Eu quero aproveitar este tempo na tribuna para falar sobre outro assunto que me preocupa muito: o abuso de autoridade do qual meu pai foi e continua sendo vítima durante todo este processo, principalmente durante a sua remoção do hospital para uma Unidade de Pronto Atendimento.

Eu estive ao lado do meu pai durante todo o processo, desde o momento em que ele saiu de casa e foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, na

Praça Mauá. Eu passei a tarde no mesmo lugar em que ele ficou. Presenciei os momentos em que ele passou mal, chegou a vomitar por diversas vezes na sede da

Superintendência da Polícia Federal, teve taquicardia e picos de pressão.

Eu solicitei que o médico dele fosse ao local, mas fomos informados de que ele não poderia ser atendido pelo médico dele e que chamariam o SAMU. Eu disse:

“Então, por favor, chamem o SAMU, porque ele não está passando bem”.

A médica do SAMU disse que não tinha condições de prestar atendimento ali, porque ele precisava ir a um hospital fazer a averiguação do que estava sentindo.

Ele foi transferido para a Coordenação Regional de Emergência — CER, ao lado do

Hospital Municipal Souza Aguiar, onde foi submetido a um eletrocardiograma, que

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apresentou alterações. Por isso, ele foi transferido para o Hospital Municipal Souza

Aguiar, onde deveria, por ordem do hospital, passar a noite internado e ser submetido a novos exames no dia seguinte.

Naquela noite, como ele tem plano de saúde, nós tentamos fazer a transferência dele para um hospital particular, mas fomos impedidos pela Polícia

Federal. Quando a ambulância da UNIMED chegou, disse que daria ordem de prisão se algum médico o colocasse na ambulância, porque ele estava em um hospital no qual tinha toda a assistência, dentro de uma unidade coronariana.

Nós entendemos que, se ele estava recebendo toda a assistência de que precisava, permanecesse, então, no Hospital Municipal Souza Aguiar.

Na manhã seguinte, ele foi submetido a um eco-stress, exame que apontou a necessidade de ele ser submetido a um cateterismo. O exame foi realizado no próprio Hospital Municipal Souza Aguiar e atestado pelos seus próprios médicos.

Naquele momento, já havia um médico particular acompanhando os procedimentos, mas os médicos do Hospital Municipal Souza Aguiar fizeram todo o procedimento. Disseram que ele teria que ser submetido a um cateterismo e teria que passar por um processo de dessensibilização, porque ele é alérgico a iodo, e o cateterismo tem uso de contraste. Enfim, ele precisava desses cuidados.

Nós fomos impedidos pela Polícia Federal de fazer a transferência dele para um hospital particular. Então, ele teve que ser inserido num sistema de regulação do

Hospital Municipal, e fomos informados de que ele só teria acesso à vaga na segunda-feira, de manhã. O juiz de Campos dos Goytacazes, que vem cometendo uma série de ilegalidades e arbitrariedades em todo este processo, ficou indignado pelo fato de ele ter que aguardar a vaga e concedeu liminar obrigando sua remoção,

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a qualquer custo, do hospital da Prefeitura para uma Unidade de Pronto

Atendimento.

O que está em discussão aqui não é o fato de ele ser atendido ou não num hospital público, mas o fato de o tirarem de um hospital público onde ele estava numa unidade coronariana, como paciente cardíaco, e transferi-lo para uma Unidade de Pronto Atendimento que não tinha infraestrutura para receber um paciente coronariano.

Ao contrário, a unidade para onde ele foi transferido de forma arbitrária trabalha inclusive em parceria com o Hospital Municipal Souza Aguiar, quando há pacientes desse tipo, encaminhando seus pacientes para lá.

Naquele momento, nós, familiares, ficamos extremamente abalados por saber que a vida dele estava em risco.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Peço que conclua, Deputada.

A SRA. CLARISSA GAROTINHO - Sr. Presidente, por favor, peço um pouco mais de tempo.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu já dei a V.Exa. 1 minuto,

Deputada.

A SRA. CLARISSA GAROTINHO - Nós ficamos abalados, sim, porque não havia a menor necessidade daquela pressa, já que ele estava sob cuidados médicos.

Não se vê, nem em ambiente de guerra, nada tão brutal como o que fizeram com ele. A Convenção de Genebra proíbe terminantemente que um exército inimigo, em ambiente de guerra, entre num hospital para interferir. Mas o juiz tirou o meu pai dos cuidados médicos, inclusive ameaçando por telefone o médico da Prefeitura que

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assinou o laudo dele. Não sei onde ele é médico, mas ele atende no Hospital

Municipal Souza Aguiar. Disse que ia prendê-lo se não assinasse a liberação dele naquele momento.

Ele chegou a ficar desacordado na maca. Minha mãe, num ato de desespero, tentou socorrê-lo e foi brutalmente detida pela Polícia Federal naquele momento.

Na Unidade de Pronto Atendimento para onde ele foi transferido, não havia cardiologista — ele foi atendido por um pediatra. O marcador de pressão soltava.

Não havia nenhuma estrutura para um paciente coronariano.

Como filha, eu quero dizer aqui que a minha dor, diante da injustiça e de uma ilegalidade, sempre estará presente. Mas, como Deputada Federal, eu não posso me calar e preciso encontrar forças para lutar contra esta arbitrariedade.

Quero fazer uma consideração na Câmara dos Deputados. O Senado está começando a avaliar a questão do abuso de autoridade, e, daqui a pouco, esta matéria vai ser debatida na Câmara dos Deputados. Nós não podemos permitir a continuidade deste abuso de autoridade que está acontecendo no Brasil.

Meu pai, o ex-Governador Anthony Garotinho, talvez seja o caso mais emblemático de abuso de autoridade nos últimos tempos aqui no Brasil. Não podemos permitir que isso avance e que continue! Precisamos ter responsabilidade.

Hoje foi com ele, amanhã pode ser com qualquer um.

Eu gostaria de falar muitas outras coisas, mas, infelizmente, o tempo não permite. Mas, Sr. Presidente, não poderia deixar de registrar esta arbitrariedade, esta ilegalidade, esta crueldade, esta desumanidade. Meu pai foi submetido a um cateterismo e a um procedimento para colocação de stent. Com esse estresse todo

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desnecessário, ao qual foi submetido, ele poderia ter infartado, poderia não estar mais aqui entre nós. E quem iria responder pela vida dele, Sr. Presidente? Quem?

Eu não poderia deixar de registrar isso e pedir a esta Casa que lutemos com coragem contra o abuso de autoridade no Brasil.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nobre Deputada, eu tenho carinho e respeito muito grande pela família de V.Exa. Seu pai está bem? Como é que seu pai está neste momento?

A SRA. CLARISSA GAROTINHO - Está em casa. (A oradora se emociona.)

Graças a Deus, ele já teve alta!

Muito obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Mande um abraço para ele. Eu tenho um carinho e um apreço muito grande por seu pai, por sua mãe, por sua família.

Deus abençoe vocês!

A SRA. CLARISSA GAROTINHO - Sr. Presidente, V.Exa. não tem noção do que nós vivenciamos! Não podemos permitir mais esse tipo de coisa, esse tipo de desumanidade no Brasil.

Sr. Presidente, a Ordem dos Advogados do Brasil emitiu uma nota repudiando o vazamento de conversas entre o advogado e o cliente. De maneira criminosa, em mais uma de suas arbitrariedades, esse juiz vazou uma conversa do advogado com seu cliente, algo que é proibido. A Ordem dos Advogados do Brasil e o IAB —

Instituto dos Advogados Brasileiros manifestaram-se em relação a isso e vão processar o juiz. Eu também o processarei mais adiante.

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Não havia nada de ilegal naquela conversa, pelo contrário. Mas o vazamento de conversas entre o advogado e o cliente é ilegal.

O juiz fez isso para tentar dar uma conotação e colocar em suspeição uma

Ministra que agiu por humanidade. Eu não sei o que poderia ter acontecido com o meu pai naquele momento. Aquele foi um ato de humanidade de uma pessoa extremamente técnica, respeitada por todos os partidos, por todos os advogados, por todos os Ministros que atuam no TSE. Por isso mesmo, o TSE emitiu uma nota.

Quero deixar aqui o alerta de que precisamos ter a coragem, embora muitos se deixem levar pelo discurso fácil, de lutar para acabar com esse abuso de autoridade que vem acontecendo no Brasil.

Hoje a vítima foi o meu pai. Amanhã pode ser qualquer um de nós.

Desculpe-me por qualquer coisa, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.

V.Exa. tem razão, e nós até prolongamos um pouco mais o tempo de V.Exa.

Quero dizer a V.Exa. que eu sou médico e que realmente o estresse a que foi submetido o seu pai, que estava com risco de cirurgia — e foi submetido a um procedimento para colocação de stent —, poderia ter levado a algo pior. Mas, graças a Deus, ele está em casa. Amém!

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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Pereira.

Enquanto V.Exa. se dirige à tribuna, concedo a palavra por 1 minuto ao

Deputado Simão Sessim e, depois, ao Deputado Lincoln Portela.

O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, venho registrar a nossa solidariedade à família Garotinho, a Rosinha e a

Clarissa. Realmente, Sr. Presidente, foi mostrado na televisão, nos jornais — as fotografias são claras —, que o nosso Governador Garotinho foi, sem dúvida, sacrificado durante um infarto que estava sofrendo naquela hora, no hospital público.

Por isso, registro a nossa inteira solidariedade à família contra esse abuso das autoridades que lá estiveram para tentar tirá-lo à força do hospital, no momento em que ele sofria um infarto.

Quero também registrar, Sras. e Srs. Deputados, que o Rio de Janeiro está transformado em um campo de guerra. É triste. Mais triste, contudo, é que isso não

é novidade. Há 40 anos, eu, à frente de uma sala de aula na Baixada Fluminense, verificava a necessidade de os governos darem mais atenção à infância e à juventude, como forma de reduzir a violência. Tentaram fazê-lo por meio das

Unidades de Polícia Pacificadora. Quando criadas, fizeram ressurgir até a esperança de redução da violência e do crime. Hoje já foram postas em xeque.

Levantei a bandeira das escolas profissionalizantes para dar aos jovens mais pobres a chance de ingressarem no mercado de trabalho. Consegui algumas vitórias, como a construção e a instalação da Escola Técnica de Nilópolis. Muitas outras escolas surgiram na Baixada Fluminense e em alguns Municípios do interior, a partir dos meus apelos.

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Por isso, Sr. Presidente, nesta hora, acho que a solução ainda é a educação.

Por isso faço um apelo aos novos Prefeitos que estão assumindo, que vão encontrar as Prefeituras enfiadas em grandes dificuldades, no sentido de que, como prioridade, façam um grande trabalho no campo da educação profissionalizante. E o

Governo Federal tem obrigação de ajudá-los.

É o meu apelo, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sras. e Srs. Deputados, a cidade do Rio de Janeiro está transformada num campo de guerra. É triste. Mais triste, contudo, é que isso não é novidade.

De vez em quando aparece uma proposta nova de solução, que levanta a esperança da população por dias calmos, mas, em seguida, sucumbe. É o caso das

Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs. Quando criadas, fizeram ressurgir a esperança de redução da violência e do crime. Hoje estão em xeque.

Faz mais de 40 anos que eu, à frente de uma sala de aula na Baixada

Fluminense, verificava a necessidade de os governos darem mais atenção à infância e à juventude, como forma de reduzir a violência.

Levantei a bandeira das escolas profissionalizantes, para dar aos jovens mais pobres a chance de ingressarem no mercado de trabalho. Consegui algumas vitórias, como foi a construção e instalação da Escola Técnica de Nilópolis. Muitas outras escolas surgiram na Baixada Fluminense e em alguns Municípios do interior a partir dos meus apelos.

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A educação profissional é a saída definitiva do problema. Tenho esta absoluta convicção, como Darcy Ribeiro tinha convicção sobre o papel da educação na redução da violência e aumento das oportunidades de trabalho e renda.

O tempo passa, escorrega pelos dedos, e a situação se agrava. Mas a solução continua aí, à disposição dos governos. Logo, logo, os novos prefeitos estarão assumindo. Encontrarão as Prefeituras enfiadas em grandes dificuldades, porque os recursos estão centralizados em Brasília. Mas, ao estabelecerem prioridades, os prefeitos, certamente, terão a oportunidade de fazer um grande trabalho no campo da educação profissionalizante. E o Governo Federal tem a obrigação de ajudá-los. É o meu apelo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Simão Sessim.

Durante o discurso do Sr. Simão Sessim, o Sr.

Carlos Manato, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2º do

art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Lincoln Portela por 1 minuto. Antes, porém, concedo a palavra à Deputada Alice

Portugal, que disporá de 1 minuto.

A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Sem revisão da oradora.) -

Obrigada, Sr. Presidente e Deputado Lincoln Portela.

Sr. Presidente, acabamos de ouvir o desabafo da Deputada Clarissa

Garotinho. O Brasil assistiu atônito àquelas imagens. Crime eleitoral, para ter como consequência a prisão — V.Exa., como um homem das Forças sabe exatamente disso —, precisa do flagrante. Quantos estão listados por terem cometido ilícitos eleitorais estão respondendo a processos, provando a sua inocência ou não?

O que aconteceu com o ex-Governador Anthony Garotinho, de fato, demonstrou um abuso de autoridade inominável, tanto que o Tribunal Superior

Eleitoral veio em socorro dele, que se transformou em vítima naquele momento. Por isso, quero me solidarizar com a Deputada Clarissa Garotinho, com sua família e com o ex-Governador e ex-Deputado Anthony Garotinho.

Em contrapartida, há abusos de autoridade, como o cometido pelo Sr. Geddel

Vieira Lima, contra quem o Ministro da Cultura, Sr. , saiu atirando ruidosamente e dizendo ter sido pressionado para garantir que fosse liberado pelo

IPHAN o alvará de construção de um imóvel, e nada acontece. Este foi pego em flagrante com outro Ministro atirando contra ele, e isso fica como céu de brigadeiro ou mar de almirante.

Então, Sr. Presidente, eu me solidarizo com a Deputada e também exijo que sejam tomadas as providências cabíveis para esse caso, que também chamou a atenção do Brasil e, em especial, de Salvador, na medida em que atinge área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Baía de

Todos-os-Santos.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Mauro Pereira, que dispõe de 5 minutos na tribuna, agregado o tempo de Líder.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Capitão Augusto, eu gostaria de fazer um comentário a respeito do Governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori.

O Governador José Ivo Sartori, que assumiu em janeiro de 2015, baseado na situação financeira caótica deixada pelo ex-Governador Tarso Genro e também na crise financeira que a ex-Presidenta Dilma conseguiu instalar no nosso País, extinguiu dez Secretarias, diversos cargos em comissão, horas extras e reduziu gastos com viagens.

Mesmo assim, não conseguiu o resultado esperado. A crise é profunda. No

Estado do Rio Grande do Sul, infelizmente, nos últimos anos, em torno de 52% do que se arrecada vão para a folha de pagamento de ativos e inativos.

O Governador Ivo Sartori — é lógico que nós temos de preservar todos os direitos adquiridos dos nossos aposentados e dos nossos servidores públicos —, ultimamente, está tendo que parcelar os salários. Há 9 meses consecutivos o

Governador teve que parcelar os salários em até nove vezes.

Ontem, o Governador José Ivo Sartori lançou um pacote de medidas cujo objetivo é salvar o nosso Estado e dar para o povo gaúcho o nosso Estado do Rio

Grande de volta. Infelizmente, com a situação, a máquina ficou muito pesada.

Ontem, o Governador informou que está fundindo mais três Secretarias. Quando ele assumiu, havia 29 Secretarias, e passarão a ser apenas 17, e nove fundações serão extintas.

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Nós vamos, com certeza, precisar do apoio de todos. Com todo esse pacote de medidas, com o apoio da Assembleia Legislativa — porque será preciso o trabalho e a dedicação dos nossos Deputados Estaduais —, o Estado do Rio

Grande do Sul, em 4 anos, estará economizando em torno de 6 bilhões e 700 mil reais.

Isso é um remédio forte, mas necessário para que as finanças do Governo do

Estado do Rio Grande do Sul tenham equilíbrio. Uma coisa é certa: hoje, o

Governador José Ivo Sartori decretou o estado de falência do sistema financeiro, decretou a calamidade pública financeira. É isso o que está acontecendo. O nosso

Estado não tem dinheiro para pagar salários, não tem dinheiro para cumprir os seus compromissos.

Esse pacote de medidas lançado ontem abrangerá os nossos brigadianos, que vão precisar trabalhar, talvez, até 5 anos a mais. Mas isso é de extrema necessidade para salvar o Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

O Estado, em si, em geral, está muito bem, obrigado. A nossa agricultura é forte, a nossa indústria é forte, a nossa mão de obra é superqualificada. É um

Estado exportador e que orgulha a Federação. Mas, infelizmente, o Estado precisa desse remédio.

Eu quero dizer que toda a equipe do Governo José Ivo Sartori, composta por

Carlos Búrigo, Márcio Biolchi, Giovani Feltes e demais Secretários, está de parabéns. Os nossos Deputados Estaduais, com certeza, discutirão esse pacote, que entrará em votação e será aprovado para salvar a economia do Estado do Rio

Grande do Sul, que voltará novamente a ser protagonista. Com isso haverá recursos

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para a saúde, a educação e a segurança, porque, infelizmente, nos dias de hoje não há.

Era o que tinha a dizer, Presidente Capitão Augusto.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Mauro Pereira.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Lincoln Portela.

V.Exa. tem 1 minuto na tribuna.

O SR. LINCOLN PORTELA (PRB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Capitão Augusto, Sras. e Srs. Parlamentares, na semana passada, eu estive com representantes das Guardas Municipais, com alguns policiais federais e com o Ministro .

Eu conversava com ele sobre a violência no Brasil, deixando bem clara a situação em que nós nos encontramos. Ele, melhor do que ninguém, tem noção da situação em que se encontra o País, por ser Ministro da Justiça e por já ter sido

Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Em resumo, sem cultura de paz, não conseguiremos resolver os problemas de violência no Brasil! São aproximadamente 110 mil mortes por ano — isso está mais do que cantado e decantado aqui: 60 mil homicídios e 50 mil mortes no trânsito. São 110 mil mortes anuais!

Sem estabelecermos uma cultura de paz — o que leva um bom tempo,

Deputado Laudivio Carvalho —, continuaremos mais violentos do que nunca, com investimentos pífios na área de segurança pública e com um prejuízo muito grande.

Era o que eu tinha a dizer.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado Lincoln Portela.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado Laudivio

Carvalho.

V.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. LAUDIVIO CARVALHO (SD-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores que nos acompanham pela TV Câmara e pela Rádio Câmara, quero apenas reafirmar uma preocupação: ocorrem 128 assaltos todos os dias em Belo Horizonte, Capital de todos os mineiros.

A Polícia Militar do Estado de Minas Gerais é, na minha visão — sem denegrir a imagem de outras instituições dos mais variados Estados brasileiros, Sr.

Presidente Capitão Augusto —, a melhor do País, mas infelizmente não tem comando. Cabeça tem que comandar! Corpo sem cabeça não anda! Não adianta! O que falta à Polícia Militar de Minas Gerais é comando, Sr. Presidente. São 128 assaltos todos os dias!

Anteontem, houve um latrocínio: tentaram tomar o celular de um cidadão pagador de impostos. Ele disse que não daria o celular. Por isso, tomou um tiro no olho e morreu no local.

O que falta à PM de Minas Gerais, Sr. Presidente? Comando! Está faltando comando, porque a PM de Minas Gerais é a melhor do País.

Eu gostaria que meu pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do

Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Será divulgado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Antes de conceder a palavra ao

Deputado Edinho Bez, concedo a palavra, por 1 minuto, ao Deputado Laerte Bessa.

O SR. LAERTE BESSA (PR-DF. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado,

Sr. Presidente. Eu queria apenas demonstrar não só a minha indignação, mas também a de toda a Comissão de Segurança Pública e a de todos os convidados para a audiência com o Ministro Alexandre de Moraes hoje. Por ter um compromisso não tão importante quanto a nossa audiência, o Ministro deixou de comparecer à reunião da Comissão de Segurança Pública.

Eu só queria demonstrar o nosso repúdio e dizer que essa audiência estava marcada com bastante antecedência, mas o Ministro, alegando que tinha outro compromisso, simplesmente deixou de comparecer.

Isso nós não vamos deixar passar, Sr. Presidente! Vamos nos reunir amanhã e pedir a sua convocação. Assim, ele será obrigado a vir, para esclarecer muitos fatos aqui na Comissão de Segurança.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra à Deputada

Eliziane Gama, por 1 minuto.

A SRA. ELIZIANE GAMA (PPS-MA. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, eu queria fazer um registro e, ao mesmo tempo, um pedido à

Presidência da Câmara para que, quanto antes, instalássemos a Comissão Externa de Combate às Drogas. Nós já tivemos a sua aprovação, por unanimidade, aqui do

Plenário.

Trata-se de uma Comissão que atuará em todo o Brasil, mas, sobretudo, nos dez Estados com maior índice de violência. O Brasil é o maior consumidor de crack e o segundo maior consumidor de cocaína do mundo. Precisamos de uma ação mais enérgica, que envolva não apenas o Ministério da Justiça, mas também o

Ministério da Saúde, o Ministério da Educação e a Secretaria Especial de Direitos

Humanos, em uma ação conjunta, para reduzirmos esses índices e melhorarmos os indicadores de violência, dando muito mais segurança especialmente à nossa juventude.

Fica registrado o nosso pedido e a nossa torcida para que a nossa

Presidência faça a instalação da Comissão.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra ao Deputado

Edinho Bez, por 5 minutos.

O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, meus colegas Parlamentares, sou membro de várias Comissões, de

Frentes Parlamentares e de Grupos de Trabalho, entre outros cargos e funções.

Como membro da Frente Parlamentar de Migração do Rádio AM para FM, hoje trago

à tribuna desta Casa a minha saudação aos radialistas do Brasil.

É inegável o valor que o rádio teve e ainda tem na história do nosso País.

Mesmo com o surgimento de tecnologias e novas mídias, este grande veículo de comunicação galgou seu espaço e se mostrou, ao longo do tempo, um importante aliado da democracia, capaz de difundir as culturas e propagar aos seus ouvintes entretenimento e informações. Afinal, um trabalho benfeito é sempre duradouro. O rádio está aí como prova disso, como importante veículo de comunicação.

Desde 1923 até a modernidade, no Brasil, o rádio desempenha com excelência a função pioneira que sempre exerceu na área de comunicação deste

País. Essa conquista, indiscutivelmente, é fruto do legado, esforço e comprometimento dos radialistas, que celebram merecidamente o seu dia em 21 de setembro, que já passou, e também, oficialmente, em 7 de novembro.

É importante lembrar que temos profissões importantes no Brasil. O radialista tem que ter orgulho por conversar e estar em contato com a população de dia e à noite. O rádio é importante para a informação de uma sociedade.

Os mais próximos sabem que, quando troco ou compro um carro, procuro saber se o rádio é bom, pois viajo escutando rádio, que muito me ajudou e continua ajudando, dando informações importantes e instantâneas. Às vezes, chego a uma

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reunião e dou informações que as pessoas não sabem, mas que escutei através do rádio.

Por isso, meus caros, eu gostaria de cumprimentar todos os radialistas do

Brasil, em especial os catarinenses, por este dia tão importante. Tenho muito orgulho desses profissionais. Sou amigo de muitos em Tubarão e em toda a região sul de Santa Catarina. Afirmo, sem sombra de dúvidas, que nós temos, em Santa

Catarina, grandes emissoras de rádio e talentosos radialistas.

Parabéns a todos! Desejo muito sucesso, hoje e sempre! Vocês têm a minha consideração! Solicito a ampla divulgação deste meu pronunciamento.

Além disso, Sr. Presidente, trago um segundo pronunciamento, em que falo sobre a exportação de carne suína no meu Estado, Santa Catarina. A Secretaria de

Estado da Agricultura e da Pesca divulgou, no último dia 27 de setembro, que a exportação cresceu 47% de janeiro a agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015. No mês de agosto, o Estado embarcou mais de 25,6 mil toneladas do produto. De acordo com a Secretaria, a carne suína catarinense correspondeu a 39% das exportações brasileiras do alimento, somente no mês de agosto.

Essa comercialização rendeu ao Estado 53,9 milhões de dólares, um aumento de 30%, comparado ao mesmo período de 2015. De janeiro a agosto deste ano, Santa Catarina exportou 179,3 mil toneladas de carne suína, o que rendeu

337,4 milhões de dólares. Entre os principais destinos das exportações brasileiras do produto, estão Rússia, Hong Kong e China, entre outros países.

Eu também gostaria de dizer que Santa Catarina produz anualmente cerca de

850 mil toneladas de carne suína e tem um rebanho de aproximadamente 7 milhões

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de cabeças. O Estado é o maior exportador do produto no Brasil e embarca quase

190 mil toneladas por ano, ajudando o País na balança de pagamento e também ajudando outros Estados importantes do Brasil, fornecendo alimento de ótima qualidade.

Por ser livre da febre aftosa sem vacinação e também da peste suína clássica, o Estado é habilitado a exportar para países como Rússia, China, Angola,

Cingapura, Chile, Japão, Uruguai e Argentina. Lembro ainda que estive na Coreia do

Sul, país que, desde 2014, estava estudando a possibilidade de importar carne suína produzida em nosso Estado. A expectativa é de que os primeiros embarques ocorram em 2017, lembrando que a Correia do Sul já autorizou a compra da nossa carne.

Parabenizo o meu amigo Secretário de Estado da Agricultura e

Abastecimento, Deputado Estadual Moacir Sopelsa, em nome do Governo catarinense, em nome da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de

Santa Catarina — CIDASC, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão

Rural de Santa Catarina — EPAGRI e de todos os que colaboram de forma direta e indireta, lembrando que Santa Catarina é um dos grandes exportadores de carne suína, frango, carne bovina, ajudando, e muito, o nosso País no equilíbrio da balança comercial.

Era o que tinha a dizer.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Exmos. Srs. e Sras. Parlamentares, na qualidade de Deputado Federal com seis mandatos consecutivos, membro de diversas Comissões, Subcomissões,

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Frentes Parlamentares e Grupos de Trabalho, entre outros cargos e funções, e ainda como membro da Frente Parlamentar de Migração da Rádio AM para FM, trago hoje à tribuna desta Casa a minha saudação aos radialistas do Brasil!

É inegável o valor que o rádio teve e ainda tem na história do nosso País.

Mesmo com o surgimento de tecnologia e novas mídias, este grande veículo de comunicação galgou seu espaço e se mostrou ao longo do tempo um importante aliado da democracia, capaz de difundir a cultura e propagar aos seus ouvintes entretenimento e informação.

Afinal, um trabalho benfeito é sempre duradouro, e o rádio está aí como prova disto, como importante veículo de comunicação. Desde 1923, até a modernidade, o rádio no Brasil desempenha com excelência a função pioneira que sempre exerceu.

E esta conquista, indiscutivelmente, é fruto do legado, esforço e comprometimento dos radialistas, que celebram merecidamente o seu dia em 21 de setembro e também oficialmente em 7 de novembro.

Não é segredo para os que me conhecem o quanto admiro a trajetória do rádio, seu legado e sua eficiência. Os mais próximos sabem que, quando troco ou compro um carro, procuro saber se o rádio é bom, pois viajo escutando rádio, que muito me ajudou e continua ajudando, dando informações importantes e instantâneas.

Por isso, meus caros, gostaria de cumprimentar, por este dia tão importante, todos os radialistas do Brasil, em especial os catarinenses. Tenho muito orgulho destes profissionais e afirmo, sem sombra de dúvida, que nós temos em Santa

Catarina grandes emissoras de rádio e talentosos radialistas. Parabéns a todos!

Desejo-lhes muito sucesso, hoje e sempre! Eles têm minha consideração.

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Solicito, Sr. Presidente, a ampla divulgação deste pronunciamento pelos meios de comunicação desta Casa, em especial pelo programa A Voz do Brasil.

Inclusive, parabéns aos radialistas do programa A Voz do Brasil, pela dedicação, compromisso e contribuição com a democracia na sociedade brasileira.

Era o que tinha a dizer.

Exmos. Srs. e Sras. Parlamentares, na qualidade de Deputado Federal, pelo sexto mandato consecutivo, membro de diversas Comissões desta Casa, de importantes Frentes Parlamentares, entre elas a Frente em Defesa da Agropecuária, uso a tribuna para falar mais uma vez sobre a exportação de carne suína no meu

Estado Santa Catarina. A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca divulgou, no dia 27 de setembro, que a exportação cresceu 47% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2015. No mês agosto, o Estado embarcou mais de 25,6 mil toneladas do produto.

De acordo com a Secretaria, a carne suína catarinense correspondeu a 39% das exportações brasileiras do alimento em agosto. Essa comercialização rendeu ao

Estado US$ 53,9 milhões, um aumento de 30% comparado ao mesmo mês de 2015.

De janeiro a agosto deste ano, Santa Catarina exportou 179,3 mil toneladas de carne suína, o que rendeu US$ 337,4 milhões. Entre os principais destinos das exportações brasileiras do produto, estão a Rússia, Hong Kong e China.

Nobres colegas, lembro ainda que Santa Catarina é o único Estado do Brasil livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecido pela Organização Mundial de

Saúde Animal há muito tempo.

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Santa Catarina produz anualmente cerca de 850 mil toneladas de carne suína e tem um rebanho de aproximadamente 7 milhões de cabeças. É o maior exportador do produto do Brasil e embarca quase 190 mil toneladas por ano, ajudando o País na balança de pagamento e também ajudando outros Estados importantes do Brasil, fornecendo alimento de ótima qualidade.

Por ser livre da febre aftosa sem vacinação e também da peste suína clássica, o Estado é habilitado a exportar para países como Rússia, China, Angola,

Cingapura, Chile, Japão, Uruguai e Argentina. Lembro aqui que estive na Coreia do

Sul, país que desde 2014 estava estudando a possibilidade de importar carne suína produzida em nosso Estado. A expectativa é de que os primeiros embarques ocorram em 2017, lembrando que a Correia do Sul já autorizou a compra da nossa carne.

Parabenizo o meu amigo Secretário de Estado da Agricultura e

Abastecimento, Deputado Estadual Moacir Sopelsa, em nome do Governo catarinense

Solicito, Sr. Presidente, ampla divulgação deste pronunciamento nos meios de comunicação da Câmara dos Deputados.

Era o que tinha a dizer.

O Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2º do art.

18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Laerte Bessa, nos termos do § 2º

do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Concedo a palavra, por 1 minuto, ao

Deputado Subtenente Gonzaga.

O SR. SUBTENENTE GONZAGA (PDT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, primeiro quero registrar a dificuldade por que estão passando os servidores públicos do Estado de Minas Gerais, que, desde janeiro deste ano, estão tendo seus salários parcelados, atrasados e ainda sem a garantia do pagamento do 13º salário. É preciso que o Governo de Minas Gerais assuma a responsabilidade e resolva essa questão, que está trazendo prejuízos para todo o segmento.

Em relação à outra questão que vou pontuar, quero ser solidário com os nossos policiais do Rio de Janeiro, onde uma aeronave foi abatida, ou houve uma queda, um acidente. A segurança pública está passando por uma situação extremamente difícil.

Quero dizer que, ainda que tenha sido um acidente, é preciso que a queda desse helicóptero chame a atenção do Governo Federal, para que assuma de fato, como prioridade no Brasil, a política de segurança pública. Nós estamos vivendo uma situação insustentável: são 60 mil homicídios. É preciso que o Governo Federal assuma o seu papel e efetivamente garanta recursos, integração e políticas efetivas de prevenção, de investigação e de combate à criminalidade, visando à redução da violência neste Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) Tem a palavra a Deputada Eliziane

Gama por 3 minutos.

A SRA. ELIZIANE GAMA (PPS-MA. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós estamos chegando ao final de novembro, período muito importante especialmente para as mulheres no Brasil. É quando nós trabalhamos a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que reúne segmentos de todo o País, principalmente os órgãos que trabalham pelo combate à violência contra as mulheres.

Infelizmente, Sr. Presidente — faço um recorte para fazer um destaque ao

Estado do Maranhão —, este mês de novembro foi protagonizado pelo assassinato quase diário de mulheres brutalmente mortas, especialmente pela sua condição de ser mulher. Nós tivemos, dentre esses casos terríveis, o destaque para a sobrinha- neta do ex-Presidente José Sarney. Porém, ontem, mais uma mulher foi brutalmente assassinada, algo inaceitável. Há demonstração clara de falência dos órgãos públicos, que deveriam funcionar de forma muito mais sincronizada.

Esta Casa aprovou a tipificação do feminicídio no Brasil. Não podemos admitir que nossas mulheres continuem a ser barbaramente assassinadas. Ao mesmo tempo, os órgãos de proteção nos Estados ainda são muito ineficientes. É preciso ter, nos Estados brasileiros, delegacias especializadas para tratar da morte de mulheres. É preciso ter, nos Estados brasileiros, varas especializadas para combater esse tipo de atrocidade. Precisamos, nos Estados brasileiros, incluir no currículo escolar de nossas crianças e adolescentes um estudo para o entendimento muito maior do que é a Lei Maria da Penha, aliás, Sr. Presidente, uma lei que foi um divisor de águas nessa política de valorização e de combate à violência contra as

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mulheres no Brasil, mas às vezes, infelizmente, o conhecimento não chega aos rincões do nosso Brasil.

Diga-se de passagem, a violência não está apenas nas classes mais pobres do nosso País, mas em todas as classes, muito embora na classe alta a informação nem sempre chega para o conhecimento público.

Portanto, Sr. Presidente, venho aqui, acima de tudo, trazer a minha indignação, a minha revolta pela falta de estruturação dos equipamentos para combater a violência contra as mulheres no nosso Brasil.

Ao mesmo tempo, peço maior celeridade aos órgãos que já existem para que exijam o cumprimento da lei e, acima de tudo, investiguem os crimes que infelizmente têm tomado conta deste País.

Meus cumprimentos à bancada feminina desta Casa, que faz um trabalho extraordinário na tentativa de reduzir esses indicadores. Ao mesmo tempo, falta, no meu entendimento, muito mais empenho de todos os Estados brasileiros para reduzirmos esses números. Os dados apontam que pelo menos mais da metade das mulheres brasileiras já sofreu algum tipo de violência, seja física, seja emocional.

Esses dados, por uma questão de honra no nosso Brasil, realmente precisam mudar.

Fica o meu pedido e a minha torcida pela mudança desses indicadores no nosso Brasil. Novembro, que é o mês dos 16 dias de ativismo, é muito importante para cumprirmos esses compromissos e fazermos uma reflexão a esse respeito.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Concedo a palavra ao Deputado Jose

Stédile por 1 minuto.

O SR. JOSE STÉDILE (PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, está na CCJ, a maior Comissão desta Casa, a análise de projeto de minha autoria que regulamenta a profissão de técnico em biblioteconomia.

Por que esse projeto? Nós acreditamos que uma nação só se torna soberana e que nós só teremos uma nova e grande nação se investirmos na educação e na formação das pessoas. A biblioteca é fundamental para que isso aconteça. Portanto, esse projeto regulamenta uma profissão que vai ajudar as bibliotecas escolares, as bibliotecas públicas a serem utilizadas da melhor forma em todo o Brasil.

Quero agradecer ao Deputado Luiz Couto, que é Relator do projeto, ao

Conselho Federal de Biblioteconomia e ao Conselho Regional do Rio Grande do Sul o apoio ao projeto que está em votação neste momento.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Concedo a palavra ao Deputado

Rocha.

V.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. ROCHA (PSDB-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradecendo a V.Exa., quero aproveitar esta oportunidade para fazer o registro de uma viagem que fiz ao interior do meu Estado, mais especificamente aos Municípios de Brasileia, Epitaciolândia e Assis Brasil, na região do Alto Acre.

Sr. Presidente, eu fiz uma visita aos hospitais públicos, os hospitais que atendem à população do meu Estado, e constatei a situação. O caos que vive a saúde pública no Estado do Acre é o mesmo em todas as regiões do Estado.

Eu quero falar aqui, Sr. Presidente, especificamente do Hospital de Brasileia, cuja situação não é diferente da dos hospitais de Sena Madureira, Jordão, Assis

Brasil ou qualquer outro Município.

A verdade é que a população acriana está abandonada no quesito saúde.

Mesmo o Governador Tião Viana sendo médico, o que eu vi no hospital mostra o total descaso com a saúde do nosso povo. Os hospitais sequer têm condições de higiene para atender à população, Sr. Presidente. Nesses hospitais faltam medicamentos, faltam condições de trabalho para que os profissionais da área de saúde possam atender bem a nossa população, falta roupa de cama, material cirúrgico, falta tudo, Sr. Presidente!

O fato é que as pessoas que procuram a rede pública em qualquer dos

Municípios acrianos, até mesmo na capital, hoje encontram uma realidade dura e triste, que é a falta de compromisso desse Governo, do Governo do PT, do

Governador Tião Viana com a saúde.

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Sr. Presidente, tive uma conversa com o Sindicato dos Trabalhadores em

Saúde do Estado do Acre — SINTESAC, com o Sindicato dos Médicos e, além dessas visitas, nós estamos registrando, documentando a realidade da nossa saúde pública e vamos enviar expedientes ao Ministério Público do meu Estado para que ele tome providências e conheça a realidade.

Não dá mais para ver as pessoas responsáveis pela fiscalização nos seus gabinetes, sem conhecer a triste e dura realidade daqueles que mais precisam, que não têm condições de pagar um plano de saúde ou um médico particular, daqueles que encontram essa triste realidade quando buscam socorro na saúde pública do

Acre.

Registro meu agradecimento aos profissionais de saúde do meu Estado, que, mesmo com todas as condições adversas, ainda buscam dar a atenção que a população do Acre merece.

Sr. Presidente, vou ao Ministério Público do Estado cobrar uma postura de fiscalização, porque não dá mais para admitir omissão, enquanto o nosso povo padece por falta de estrutura na rede pública de saúde.

Agradeço a V.Exa. e peço a divulgação do meu discurso nos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Antes de passar para o Grande

Expediente, concedo a palavra ao Deputado Nelson Pellegrino.

O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, primeiro quero fazer um registro de preocupação e de protesto. A direção do Banco do Brasil acaba de anunciar que vai fechar 402 agências no Brasil e demitir 11 mil servidores. Hoje a Caixa Econômica Federal, na mesma linha, anunciou que vai fechar agências e demitir, por meio de um plano incentivado, 10 mil servidores públicos.

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica, durante o Governo Lula, transformaram-se em dois dos maiores bancos do Brasil, promovendo, inclusive, justiça social, levando apoio à população. Agora, no Governo Michel Temer, essas instituições são desmontadas, para servir aos interesses dos grandes grupos econômicos. Não é à toa que o Presidente do Itaú, ontem, na reunião do Conselhão, disse que a legislação trabalhista era um impedimento no Brasil.

Ora, os bancos estão aí divulgando os seus balanços semestrais com lucros astronômicos, e o próprio Banco do Brasil e a própria Caixa Econômica Federal também. Não há nenhuma justificativa para essa medida anunciada pelo Banco do

Brasil e pela Caixa Econômica Federal, num momento em que nós temos 12 milhões de desempregados no Brasil, que está em recessão. Essas instituições são fundamentais, inclusive para levar o desenvolvimento econômico e a justiça social à população.

O Governo Michel Temer dá um péssimo exemplo, demitindo, enxugando, desmontando instituições públicas e aumentando o desemprego no Brasil, que já tem hoje algo em torno de 12 milhões de desempregados.

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Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Laerte Bessa, nos termos do § 2º do art. 18

do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Waldir Maranhão, Vice-

Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado Zé

Geraldo.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero dar como lido o meu discurso e dizer que eu sou membro titular da Comissão que está discutindo o projeto das dez medidas anticorrupção apresentado pelo Ministério

Público.

No entanto, nesse pacote do Ministério Público não há uma medida para punir, para processar, para prender aqueles que ficam caluniando injustamente, como fizeram com o Presidente Lula.

Ontem, em Curitiba, dos quatro que depuseram, nenhum depôs contra o

Presidente Lula. Portanto, nós precisamos também ter uma lei que puna e prenda aqueles que caluniam e apresentam falsas denúncias contra pessoas como o

Presidente Lula.

Portanto, nós precisamos debater mais seriamente esse pacote de medidas anticorrupção apresentado pelo Ministério Público.

Peço que A Voz do Brasil dê ampla divulgação ao meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - V.Exa. será atendido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos os que nos acompanham pelos veículos de comunicação da Casa, trago à tribuna importante nota em defesa de Lula, já que a grande mídia, comprometida até o pescoço com a ruptura democrática, não divulga a verdade sobre os fatos.

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Como era esperado, os quatro delatores arrolados pelo Ministério Público

Federal para depor em audiência realizada nesta data, 21 de novembro, na 13ª Vara

Federal de Curitiba, não apresentaram elemento algum que confirme a tese acusatória relativa à propriedade de um apartamento tríplex, no Guarujá, pelo ex-

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, dona Marisa Letícia. Tampouco afirmaram a participação do ex-Presidente em qualquer ilícito na PETROBRAS.

Senhoras e senhores, o ex-Senador Delcídio do Amaral, um dos delatores ouvidos, disse nada saber sobre essa acusação do tríplex, limitando-se a repetir suas já conhecidas afirmações vagas e sem provas. Há muito Delcídio vem falando que Lula desta vez “não escapa”. Essa obsessão por incriminar o ex-Presidente, mesmo sabendo de sua inocência, foi hoje mais uma vez comprovada. Delcídio foi incapaz de apontar um fato ou conversa concreta em relação a Lula.

Os demais delatores também afirmaram desconhecer qualquer relação de

Lula com esse imóvel ou com o recebimento de qualquer quantia indevida.

Os depoimentos colhidos deixam, portanto, claro que Lula não praticou ato ilícito. Essa mesma constatação emergiu na audiência do dia 8 de novembro, na 10ª

Vara Federal de Brasília, quando os depoentes não confirmaram a acusação de

Delcídio sobre a “compra de silêncio” de Nestor Cerveró. O próprio ex-Diretor da

PETROBRAS isentou Lula de qualquer intervenção no seu processo de delação premiada.

Mais uma vez, ficou claro que as acusações que o MPF fez contra Lula são frívolas, sem materialidade e fazem parte de um processo de lawfare, que é o uso de procedimento jurídicos para fins de perseguição política.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Deputado Roberto de Lucena, do PV de São Paulo.

S.Exa. dispõe de 25 minutos para fazer seu pronunciamento no Grande Expediente.

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O SR. ROBERTO DE LUCENA (PV-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ao dirigir-me ao povo brasileiro, através de

V.Exas., trago para esta tribuna uma constatação preocupante e inconveniente.

Em todo o País, 17,58% dos eleitores deixaram de votar no primeiro turno das eleições e 9,70% dos eleitores foram às urnas e anularam o seu voto. Estamos falando de um total de 36 milhões, 846 mil, 434 abstenções ou votos nulos no primeiro turno das eleições municipais. No segundo turno, esse percentual subiu de

27,28% para 32,17%. São números que não podem ser desprezados. Isso é uma luz amarela, quase vermelha, a se acender.

Senhoras e senhores, o queridíssimo Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, tem uma população de pouco mais de 16 milhões de habitantes. O belíssimo Estado do Espírito Santo tem cerca de 4 milhões de habitantes. Estamos falando de duas vezes o Estado do Rio de Janeiro e mais uma vez o Estado do Espírito Santo, em números equivalentes. São duas vezes e um pouco mais a população do Chile, que

é de 17,62 milhões; uma vez a população do Peru, que é de 30,38 milhões, somada duas vezes à população do Uruguai, que é de 3,4 milhões de habitantes; ou quase,

Sr. Presidente, uma Argentina, que tem 40 milhões de pessoas. Vejam V.Exas.: são

36,846 milhões de abstenções e votos nulos.

Não é possível que sejamos, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, para sempre solenemente indiferentes a esses sinais, que apontam para a frustração, para o desalento e para a desesperança da sociedade brasileira nos seus políticos, no sistema de representatividade política como um todo e nas suas instituições.

Não é sensato que, encastelados neste Palácio e protegidos pelas suas redomas, pagas com os impostos dos cidadãos contribuintes, os membros deste

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Parlamento não se interessem em procurar decodificar a mensagem colocada por diversas com voz sussurrante, por diversas vezes com voz rouca, por vezes poderosa, na forma do brado de milhões de pessoas pelas nossas ruas e avenidas.

Essa indiferença custará caro a este Congresso Nacional e, consequentemente, ao

País

Qual é, objetivamente, a questão ou quais são as questões?

O brasileiro trabalha 4 a 5 meses por ano para pagar a pesada, injusta e impiedosa carga tributária que o esmaga e não tem uma resposta para esse sacrifício em forma de serviços públicos de qualidade, quanto mais serviços públicos de excelência, em contrapartida.

E não bastassem as lacunas que o Estado deixa em relação a essa oferta pública de serviços, a cada dia, os cidadãos deste País são sacudidos com as horrendas revelações que vêm das investigações dos casos de corrupção, a exemplo do que temos visto nos desdobramentos da Operação Lava-Jato, e não apenas dela. O cidadão brasileiro se sente “otarizado”, idiotizado. Isso, Sr.

Presidente, é insustentável. Percebemos nas ruas, nos aeroportos, nas esquinas, nos postos de combustível, nas padarias, nos shopping centers, nas praças, em toda parte, o peso desse sentimento de revolta, que cresce a cada dia no coração do povo brasileiro.

Os valores envolvidos nos esquemas de corrupção, que são quase sempre impressionantes, combinados com os nomes envolvidos, a pesada carga tributária e a contrapartida ineficiente em forma de serviços públicos, na maioria das vezes, são componentes de formação deste presente ambiente desolador.

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E qual é a expectativa da sociedade brasileira em relação a esse tema, em relação a esse assunto, quando envolve esta Casa, este Parlamento, quando envolve o Congresso Nacional? A sociedade brasileira quer ver o Parlamento atuando em sintonia com os seus anseios, atuando em benefício dela, cumprindo o seu papel. A sociedade brasileira, Sras. e Srs. Deputados, quer passar o Brasil a limpo, quer que os envolvidos nos esquemas de corrupção sejam responsabilizados na forma da lei, façam o ressarcimento aos cofres públicos e paguem pelos seus crimes, respondam pelos seus malfeitos. E essa missão, que anos atrás poderia parecer um alvo inatingível no Brasil, que poderia parecer um ideal impossível de ser alcançado, tem se materializado diante dos olhos atentos da sociedade, de forma eficiente, pela Operação Lava-Jato.

Desde o início dos trabalhos, há cerca de 2 anos e meio, a força-tarefa da

Lava-Jato conseguiu restituir à PETROBRAS cerca de 500 milhões de reais, obtidos por meio de acordos de delação premiada e de leniência. A última devolução foi realizada nesta última sexta-feira, no valor de 204 milhões de reais, a maior devolução desde o início dessas operações.

No balanço de 2014, a estatal lançou 6,2 bilhões de reais como prejuízos causados pela corrupção. Que montante impressionante! O relatório da Polícia

Federal de novembro de 2015, entretanto, aponta que a empresa foi lesada em 42 bilhões de reais, ou seja, 84 vezes o valor que até o presente momento já foi restituído!

Considerada a maior já realizada no País, a Operação Lava-Jato contabiliza números como estes: 990 anos em penas acumuladas; 134 mandatos de prisão expedidos; 93 condenações criminais. Além disso, a Lava-Jato efetuou 77 prisões

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preventivas, 92 prisões temporárias e 6 prisões em flagrante; firmou 70 acordos de delação premiada e 6 de leniência, no âmbito da primeira instância; cerca de 245 pessoas foram acusadas criminalmente, e até o momento foram contabilizadas 118 condenações. No STJ e no STF, foram abertos 81 inquéritos contra 364 investigados.

Não há dúvidas, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, de que se trata de um relevante serviço prestado à sociedade. Jamais, em toda a história, houve uma recuperação de ativos tão grande em nosso País. A recuperação deste montante é resultado de uma investigação técnica, coordenada, imparcial e eficiente, desenvolvida pela equipe do Ministério Público, em conjunto com outras instituições e órgãos, como a Polícia Federal e a Receita Federal, aplicados nesse objetivo desde 2014, quando o megaesquema de corrupção e desvios de recursos da

PETROBRAS foi descoberto.

Quero aqui dizer que apoio integralmente as investigações da Operação

Lava-Jato, apoio o trabalho realizado pelo Juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de

Curitiba, e todas as ações do Ministério Público e da Polícia Federal no combate à corrupção em nosso País.

Sr. Presidente, ainda faço questão de aqui colocar toda a minha resistência e todo o meu repúdio às diversas tentativas que têm ocorrido nesta Casa e em outros ambientes para esvaziar a Operação Lava-Jato, enfraquecer o seu papel e o seu desempenho, e inclusive para pressionar o Juiz Sérgio Moro, como recentemente se fez, quando este foi denunciado.

E vejam a gravidade do momento que estamos vivendo, resultado de tantos anos de uma cultura, de uma relação comprometedora do poder neste País, por

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meio das instituições, com recursos desviados — que deveriam ser recursos de todos — para o benefício de alguns.

Recentemente, nós tivemos réus acusando o Juiz, querendo amordaçá-lo, querendo pressioná-lo, querendo constrangê-lo. Quero dizer que repudio essas iniciativas e apoio, absoluta e plenamente, o trabalho desenvolvido pelo Juiz Sérgio

Moro e por essas instituições que nominei.

Acredito que fortalecer essas instituições e mantê-las independentes, especialmente o Ministério Público e a Polícia Federal, seja essencial para que possamos prosseguir com este bom trabalho que vem sendo realizado, a exemplo da Operação Lava-Jato e de outras operações menores que acontecem simultaneamente, a fim de garantir a eficiência e os preceitos estabelecidos pela

Constituição Federal.

Na Lava-Jato, a delação premiada vem sendo utilizada com a participação de delegados, procuradores e juízes. E esse trabalho uniforme entre as instituições apontou os graves ilícitos cometidos contra a PETROBRAS e levantou uma séria de provas consistentes e contundentes. É uma parceria que resulta em benefícios jamais vistos em nosso País, para o presente e sobretudo para o futuro.

Nobres pares, precisamos romper com esses grilhões da corrupção, que prendem secularmente os tornozelos desta Nação. Hoje, estamos na iminência de deliberar sobre o pacote das 10 Medidas contra a Corrupção do Ministério Público

Federal — MPF, que está sendo analisado pela Comissão Especial da Câmara dos

Deputados. As 10 Medidas contra a Corrupção, que se tornaram 17, sob o relatório do Deputado Onyx Lorenzoni, do DEM do Rio Grande do Sul, logo estarão sendo

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apreciadas neste plenário, e espero que o voto seja aberto e nominal, para que fique claro para todo o Brasil o compromisso de cada um de nós.

Mais de 2 milhões de brasileiros assinaram o apoiamento a essas medidas, e, assim como toda a Nação brasileira, as pessoas que tomaram essa iniciativa querem viver num país mais justo, solidário, fraterno e definitivamente livre de corrupção.

Eu apoio o projeto das 10 Medidas contra a Corrupção e faço parte, desde a

Legislatura passada, há 6 anos, da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção. E já fui dirigente desta Frente.

O Projeto de Lei nº 2.489, de 2011, que tipifica a corrupção como crime hediondo, é de minha iniciativa e autoria, bem como outras propostas legislativas que pretendiam, quando as apresentei, e pretendem neste momento, contribuir com o enriquecimento do debate e o enfrentamento e enfraquecimento da corrupção no

País.

Temos que enfrentar a cultura da corrupção. E a cultura da corrupção, Sr.

Presidente, é mais grave, é mais nociva e é mais perigosa ainda do que o próprio ato da corrupção. Ela é secular, crônica, sistêmica e sistemática. Ela atravessa gerações e está presente nos mais diversos segmentos da sociedade. É uma cultura a ser debelada. E não adianta apenas o combate à corrupção. Precisamos aprimorar a legislação para impedir o oportunismo e o tráfico de influências em todas as suas formas.

Faço questão também de reiterar de público, nesta tribuna, o meu apoio à iniciativa do brilhante Senador Alvaro Dias, do Partido Verde do Paraná, que propõe

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o fim do foro privilegiado. Essa proposta está sendo apreciada neste momento no

Senado Federal.

O Brasil mudou. O Brasil não é o mesmo. E essa sensação de justiça, de punidade, de que “o pau que bate em Chico bate também em Francisco”, é um componente imprescindível, para que enfrentemos a cultura da corrupção e a transformemos. A corrupção em si enfrentamos com as leis.

E esta Casa, ao longo dos anos, tem feito o seu papel, algumas vezes de maneira tímida, algumas vezes, em reação à voz das ruas, de maneira mais ousada.

Mas o arcabouço legal que tem permitido a atuação do Ministério Público, a atuação da Polícia Federal e a atuação do Judiciário é resultado do trabalho atento desta

Casa. A lei trata do ato de corrupção em si, mas há a sensação do fim da impunidade, do fim da cultura da corrupção.

Sr. Presidente, o cidadão comum tem a percepção de que acabou aquele

Brasil em que qualquer pessoa, qualquer cidadão, podia praticar malfeitos sem que absolutamente nada pudesse alcançá-lo, sem que nada lhe pudesse acontecer.

Precisamos enfrentar essa cultura! Precisamos transformar essa cultura, em prol de um Brasil melhor e depurado, com uma legislação mais consistente e efetiva.

Todo esse enfrentamento remete a uma nova percepção, a uma contracultura da corrupção.

Até pouco tempo atrás, não se imaginava no Brasil um empresário, um banqueiro, um político importante, donos de grandes fortunas sendo presos pelo cometimento de crimes de corrupção.

Mas a limpeza do Brasil não se deve restringir a isto — essa é a nossa compreensão: ao engano de que o problema da corrupção se restringe à classe

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política. Ela é um problema social, é um câncer social que nós devemos extirpar. A corrupção é o inimigo número 1 do Brasil.

Sr. Presidente, eu sou pai e sou avô de duas lindas garotinhas. A minha netinha nº 1 tem 9 anos de idade e a nº 2 tem 9 meses de idade. A minha primeira neta chama-se Lívia e a segunda chama-se Lorena. Eu estou convencido de que vivo um momento de transição e de que, daqui a 20 anos, quando essa geração das senhoritas Lívia e Lorena estiver vivendo neste País como adultas, elas viverão num

Brasil melhor do que este em que estamos vivendo hoje. Elas viverão num País,

Deputado Severino Ninho, muito melhor do que este em que nós estamos hoje vivendo, um Brasil onde as instituições estarão mais maduras, a democracia mais fortalecida e a República mais forte; um País onde os serviços públicos terão mais qualidade e mais excelência e poderão melhor atender aos cidadãos brasileiros, como resultado da apuração e da melhoria dos nossos instrumentos de controle, dos instrumentos de transparência e da eficiência da gestão, que será cada vez mais cobrada por parte da sociedade.

Esta sociedade, Deputado Carlos Henrique Gaguim, discute hoje política com profundidade e tem dado sinais claros das suas frustrações e do seu desalento, cobrando desta Casa novas posições e novas posturas. Mas esta sociedade, também, ao longo desses anos, haverá de captar, de absorver plenamente essa concepção de que no Brasil as leis existem e todos são iguais perante a lei e perante a Justiça.

Sr. Presidente, era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

Que Deus abençoe o Brasil!

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Parabenizo V.Exa. pelo brilhante discurso, que certamente muito contribuirá para a reflexão da nossa sociedade.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra à Deputada

Maria do Rosário.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, inicialmente, quero me solidarizar com os familiares dos policiais que morreram naquela tragédia com o helicóptero da Polícia Militar no Rio de

Janeiro e com todos os que têm sofrido.

Agora, que dizer que, nesta tarde, fiquei sabendo que o Deputado Alberto

Fraga usou meu nome indevidamente, mais uma vez, ao citar um trabalho em direitos humanos a partir da prisão do Sr. Luiz Carlos dos Santos, Vice-Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo, que foi identificado como envolvido em uma lista da morte.

Eu desejo que esse senhor seja julgado e efetivamente responsabilizado. Eu não quero, se tiver algum poder para isso, que ninguém, em nome dos direitos humanos, seja envolvido com o crime.

Quero manifestar minha profunda indignação com isso e dizer que não estranho que o Deputado Alberto Fraga venha aqui me atacar.

Eu não conheço esse sujeito em São Paulo. Vejo gente infiltrada em todos os lados. E nunca usei a tribuna para lembrar que o Deputado Alberto Fraga já foi condenado a 4 anos de prisão por porte ilegal de armas, nunca usei a tribuna para dizer das suas conexões, talvez com o crime também. Enfim, ele que se explique.

Agora, que não use o meu nome.

Não aceito mais essa conexão entre aqueles que defendem os direitos humanos e atos de violência de qualquer tipo.

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Não conheço esse cidadão em São Paulo, não conheço essa situação.

Enfrentem os seus dramas.

Enfrentemos todos os que se envolvem com o crime.

Não apoio nenhum criminoso, sou contra bandido e acho que quem foi condenado por porte ilegal de armas deve pagar por isso, não se esconder, como muitos aqui nesta Casa se escondem.

Eu nunca fui processada por nada, mas tenho que ouvir um condenado dizer isso aqui.

Eu não defendo bandido, nem quando se trata de um Parlamentar desta

Casa, nem quando é alguém que se esconde sob o manto da impossibilidade, por ser Deputado, de ser processado e preso.

Quero manifestar a minha indignação.

Não use o meu nome! Deputado Alberto Fraga, por favor, não use o meu nome, não cite o meu nome! V.Exa. sabe que eu sou uma mulher honrada, correta, que trabalha pelos direitos humanos das pessoas que sofrem neste Brasil.

Estou cansada dos ataques espúrios que sofro de inimigos que nunca procurei ter, porque sempre estendi a mão. A ética, a moral, a decência e a dignidade com que trabalho são coisas de que não abro mão.

Faço aqui o meu protesto por ter sido citada de forma indevida por um

Parlamentar. Tomarei as providências, mas faço esse registro, Sr. Presidente Waldir

Maranhão, porque, assim como V.Exa. e muitos outros, eu não me acovardo. Eu não me acovardo diante de qualquer bandido, de qualquer um que venha aqui usar o direito da palavra!

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Lave a sua boca, Deputado! Vá falar da sua turma! Quem foi condenado foi

V.Exa.. Se existe alguém que tem que explicar conexão com bandido não sou eu, que nunca fui processada! V.Exa. é que tem que se explicar!

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Terminada a lista de inscritos para o Grande Expediente, começaremos a ouvir os inscritos para breves comunicações.

Concedo a palavra ao Deputado Carlos Henrique Gaguim, que dispõe de até

3 minutos na tribuna.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PTN-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, parabenizo V.Exa. pelo trabalho que vem desenvolvendo nesta Casa quando assume a Presidência dos trabalhos. Estamos aqui a mando do povo e pelo povo, e V.Exa. está cumprindo fielmente essa obrigação.

Nobres pares, quero falar de uma região que engloba os Estados do

Tocantins, do Maranhão — pelo qual V.Exa. tem feito um excelente trabalho —, do

Piauí e da Bahia. Trata-se do MATOPIBA.

Solicitamos ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prioridade para aquela região. Quando fiz parte da Comissão de Orçamento — fui Relator

Setorial da Agricultura —, junto com a então Ministra Kátia Abreu, destinamos quase

400 milhões para a logística dos quatro Estados, última fronteira agrícola do País, com terras férteis que precisam receber um tratamento mecanizado e serem mais bem tratadas, com melhor adubação, com mais tecnologia. Estão presentes na região a EMBRAPA e vários segmentos.

A Ministra Kátia Abreu promoveu em Tocantins um encontro com diversos empresários do mundo inteiro: da Mitsubishi, da Toyota, empresários japoneses e americanos, para aumentar o investimento na região.

Infelizmente parece que, com a visão do novo Ministro, esse projeto está parado. Parece-me que vai haver uma reunião no Tocantins, e eu gostaria que o

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MATOPIBA fosse considerado prioridade. Nós não vamos aceitar que seja diferente disso. Queremos que a prioridade seja a mesma de 1 ano atrás.

Eu já discursei nesta tribuna mais de 20 vezes sobre a importância do projeto

MATOPIBA para esses quatro Estados, onde a agricultura tem que ser mecanizada e onde é preciso melhorar a infraestrutura. E quem tem que fazer isso é o Governo.

Para que os empresários possam ir para a região, é preciso haver estradas, energia, tecnologia, postos de saúde. Isso é o que temos que fazer, e é por isso que estamos cobrando do Ministro que não deixe o MATOPIBA para segundo plano. Têm de ser prioridade no nosso MATOPIBA a educação e a segurança pública, porque aqueles quatro Estados vão gerar milhares de empregos para o Brasil e para o mundo.

Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia têm condições de matar a fome do mundo.

Sr. Presidente, gostaria que nossas palavras fossem divulgadas pelo programa A Voz do Brasil e pelos meios de comunicação desta Casa.

Muito obrigado, meu querido Presidente Waldir Maranhão, um autêntico maranhense.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Eu agradeço a V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

José Rocha, da Bahia, por 1 minuto.

O SR. JOSÉ ROCHA (PR-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Ilustre

Presidente desta sessão, Deputado Waldir Maranhão, Sras. e Srs. Parlamentares, manifesto a minha grande preocupação diante do clima de tensão vivido no

Município de Itaju do Colônia, no sul da Bahia.

Durante anos, houve uma disputa acirrada pela posse da terra entre os moradores do bairro Parque dos Rios e índios da tribo pataxó hã hã hãe.

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal decidiu que uma área de aproximadamente 54 mil hectares entre os Municípios de Itaju do Colônia, Pau Brasil e Camacan pertence aos índios pataxós.

Como o bairro Parque dos Rios fica dentro dessa área, a Justiça determinou a retirada dos mais de dois mil moradores residentes no bairro. O problema é que as providências para a indenização das famílias não avançaram. Com isso os moradores atrasaram a saída, e, ao mesmo tempo, os índios pressionam para ocupar a área imediatamente.

Diante de situação de tamanha gravidade, que inclusive põe em risco a vida de pessoas, solicito providências urgentes das autoridades para que façam a mediação entre as partes, pois só o diálogo pode superar esse impasse.

Neste momento, também é preciso que o Governo Federal e o Governo do

Estado da Bahia adotem medidas para garantir a segurança na região. Essa preocupação me tem sido trazida pelo Prefeito eleito, Djalma Orrico Duarte, e pelo

Vice-Prefeito eleito, Valério, que estão muito preocupados, porque vão assumir a

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Prefeitura no dia 1º de janeiro e querem que essa situação já esteja calma e resolvida.

Defendo ainda providências para indenizar os moradores que estão sendo deslocados do bairro Parque dos Rios, como a criação de um programa habitacional para que eles possam ser alojados dignamente e possam ter garantido seu trabalho e sua sobrevivência, além da destinação de novas áreas de lazer e de prática de esportes nesse local para onde essas pessoas serão transferidas.

Sr. Presidente, era esse o registro que precisava fazer na tarde de hoje, no plenário da Câmara dos Deputados.

Agradeço a V.Exa. pela tolerância e peço que este pronunciamento seja divulgado pelo programa A Voz do Brasil e pelos órgãos de comunicação desta

Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Agradeço, nobre Deputado. O pleito de V.Exa. será plenamente atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra à Deputada

Rosangela Gomes, do PRB do Rio de Janeiro.

A SRA. ROSANGELA GOMES (PRB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a nossa vinda a esta tribuna nesta tarde se dá em face da audiência pública que nós tivemos hoje na Comissão de Relações Exteriores, com a presença do Ministro .

Lá pudemos expressar a nossa preocupação, a preocupação da bancada do

Estado do Rio de Janeiro com o aumento da violência em nosso Estado. Pedimos suporte ao Ministro para que, juntamente com o Governo do Estado, as Forças

Armadas possam dar apoio nas rodovias federais, principalmente nos finais de semana, quando estão ocorrendo arrastões nas principais vias federais como Linha

Vermelha, Via Dutra, Avenida Brasil, Ponte Rio-Niterói, Avenida Washington Luiz.

Como se trata de rodovias federais, a Polícia Militar não pode atuar.

Nós queremos que o Ministro faça um esforço concentrado para coibir e diminuir essa violência acentuada nas rodovias do Estado do Rio de Janeiro como um todo. Queria deixar registrada essa minha preocupação.

Sr. Presidente, o dia 20 de novembro foi o Dia da Consciência Negra.

Infelizmente, o nosso País ainda é o que mais mata jovens negros e pobres, como também é o que mais mata policiais.

Há muito o que trabalhar, há muito esforço a fazer para diminuirmos o racismo. O implemento das cotas hoje, sem sombra de dúvida, é um dos instrumentos que podem proporcionar a inclusão do povo afrodescendente, mas obviamente nós precisamos de mais políticas públicas para combatermos as desigualdades existentes no País.

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Sr. Presidente, eu agradeço a V.Exa. por ter me concedido um pouco mais de tempo e solicito que meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Agradeço a V.Exa. pelo pronunciamento.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra o Deputado

Vicentinho Júnior.

O SR. VICENTINHO JÚNIOR (PR-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, serei breve, quero apenas dar nome aos bois. Na semana passada, o DNIT do Estado do Tocantins iniciou e concluiu o processo de licitação de uma obra tão sonhada pelos Estados do Tocantins e do Pará, seu coirmão: a ponte que liga os Municípios de Xambioá e São Geraldo do Araguaia.

Essa obra foi sonhada durante muitos anos. Agora, este ano, como resultado do trabalho da bancada do Estado do Tocantins, através da emenda de bancada impositiva que apresentou, no valor de 100 milhões de reais, ela poderá se tornar realidade. Os três Senadores e os oito Deputados Federais do Tocantins, entre os quais eu me incluo, entendem a importância dessa obra. Por isso, alocamos, no

Orçamento deste ano, o valor de 100 milhões de reais para que essa licitação pudesse se tornar realidade e, consequentemente, mais à frente, realizássemos a execução dessa obra.

Então, que fique claro: é uma obra que une os Estados do Pará e do

Tocantins. Tenho certeza de que, quando o Ministro Maurício Quintella Lessa tiver condições de dar a ordem de serviço, ele o fará no Município de São Geraldo do

Araguaia, no Pará, respeitando e entendendo a importância que foi a articulação da bancada do Estado do Tocantins. E, da mesma forma, ele também autorizará o início da obra no Município de Xambioá — com a presença da bancada do Pará, que será muito bem-vinda —, entendendo, respeitando e fazendo jus ao trabalho magnífico feito pela bancada do Estado do Tocantins, que lutou para que a obra da

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ponte, ligando os Municípios de Xambioá e São Geraldo do Araguaia, se tornasse uma realidade para esses dois Estados.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Severino Ninho, do PSB de Pernambuco. Na sequência terá a palavra o Deputado

Rodrigo de Castro.

O SR. SEVERINO NINHO (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Deputado Waldir Maranhão, Sras. e Srs. Deputados, a eleição do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe uma série de preocupações, não só com relação aos imigrantes ilegais, às minorias, mas também ao clima, à Terra — eu acho que esta é a grande preocupação que se deve ter com ele.

Quanto à questão dos imigrantes, das minorias, Donald Trump, daqui a 4 anos, pode sair da Presidência. Já quanto aos efeitos danosos que ele possa vir a causar ao clima, ao planeta, esses talvez não se resolvam ao longo de séculos.

A Avaaz é uma entidade de caráter mundial, com membros de todos os países do mundo, que congrega mais de 44 milhões de pessoas. Eu sou membro da

Avaaz. Essa entidade lançou uma petição para que os líderes mundiais pressionem

Trump a não abrir mão do acordo do clima realizado em Paris.

Trump ameaça ignorar o acordo, ou abandoná-lo, ou simplesmente, o que é mais grave, conceder licenças para combustíveis fósseis, enfim, deixar os Estados

Unidos livres para fazerem o que bem entendem — logo os Estados Unidos, que são os maiores poluidores do mundo!

Enquanto a China, a Índia, o Brasil, o Canadá, a Alemanha e outros países que são sensíveis à questão climática estão reafirmando o compromisso para com o

Acordo de Paris, o Presidente Trump alega que os Estados Unidos irão ignorá-lo,

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porque não há aquecimento global. Isso é uma grande ignorância ou uma grandíssima atitude de má-fé ou mero discurso.

Sr. Presidente, quero parabenizar a Avaaz, essa rede mundial de campanhas que está colhendo assinaturas dos líderes mundiais, para que, assim, pressione o

Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, a manter seu apoio ao Acordo de Paris contra o aquecimento global, que já tem trazido graves problemas para a humanidade com o desgelo, com as enchentes, com os furacões. Enfim, há uma série de fatos de que todos são conhecedores. Portanto, parabenizo a Avaaz por sua ação em defesa do planeta.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste pronunciamento no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Rodrigo de Castro, do PSDB de Minas Gerais.

O SR. RODRIGO DE CASTRO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, a conferência do clima, encerrada no último fim de semana, na cidade de Marrakesh, no Marrocos, conseguiu garantir alguns avanços em relação a esse tema tão sensível para os próximos anos e para o futuro da nossa humanidade.

Os acordos climáticos ganharam ainda maior importância durante a conferência, com a eleição do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deu reiteradas declarações contrárias ao aquecimento global, contrárias também a tudo aquilo que, com muito sacrifício, vem sendo discutido nessas conferências do clima.

Diante desse quadro, a união dos demais países em torno do que foi firmado no Acordo de Paris, em 2015, torna-se fundamental.

Durante as discussões em Marrakesh, o Brasil soube ocupar um lugar de destaque. Nossa delegação foi fundamental, por exemplo, para garantir o estabelecimento de uma agenda comum a todos, como forma de assegurar que o acordo do clima continue em discussão.

Um dos principais pontos mediados pela delegação brasileira diz respeito à revisão das metas determinadas para a redução das emissões. Alguns países se comprometeram a fazer essa revisão a cada 5 anos, outros, a cada 10 anos. Com a intervenção do Brasil, ficou acordado que esse tópico será uma das prioridades nas próximas etapas das negociações sobre o clima.

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Outro acerto que deve ser comemorado é a colisão de 48 países em desenvolvimento, que anunciaram uma meta conjunta de chegar a 100% de energia renovável nas próximas décadas. Essa realmente é uma grande meta para todo o mundo. E o Brasil já a vem perseguindo nos últimos anos ao fazer substituições, de modo a incentivar a produção de energia renovável — devemos insistir nisso e acelerar ainda mais esse processo.

Em relação a esse tema, especificamente, é preciso aqui fazer mea-culpa. Na

última sexta-feira, o Presidente Michel Temer vetou o art. 20 da Medida Provisória nº

735, de 2016, aprovada por esta Casa e pelo Senado. O veto corrige um erro cometido por nós Parlamentares ao aprovarmos um incentivo ao uso do carvão mineral para a geração de energia elétrica. Sabemos que o carvão é mais poluente e responsável por um terço das emissões mundiais de gases que geram o efeito estufa. Esse é um aspecto preocupante, assim como vários outros relacionados ao crescimento global.

Projeções publicadas recentemente me deixaram ainda mais apreensivo com o que está por vir em relação ao aquecimento global. Por isso, é muito importante que o Brasil tome as devidas providências e que participe de maneira efetiva desse debate mundial, no sentido de tornarmos o mundo mais sustentável.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que autorize a divulgação deste meu discurso no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - V.Exa. será plenamente atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Antes de passar a palavra à

Deputada Geovania de Sá, concedo a palavra ao Deputado Cleber Verde, por 1 minuto.

O SR. CLEBER VERDE (PRB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero registrar que coordenamos, através da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Pesca e Aquicultura, viagem de um grupo de Parlamentares composto pelos Deputados Antonio Bulhões, Elcione Barbalho, Gorete Pereira,

Manoel Junior. Na oportunidade, estivemos em Monopoli, Itália, conhecemos um dos esportes mais antigos da Europa e encontramos grandes empresários do setor de estaleiros, de construção de embarcações, com tecnologia altamente avançada, tecnologia essa que precisa ser compartilhada com o Brasil.

De lá, fomos ao encontro da Comissão Internacional para a Conservação do

Atum e Afins do Atlântico — ICCAT. E aí quero cumprimentar o Secretário Nacional de Pesca e Aquicultura, Dayvson Franklin de Souza, que representou o Governo brasileiro. Nós estivemos na cidade de Vilamoura, no Distrito de Faro, em Portugal, onde discutimos com vários países a manutenção da cota da pesca de atum do

Brasil.

Nós estávamos correndo um risco. Nosso País, lamentavelmente, não cumpriu a cota estabelecida na discussão do ICCAT. O Governo brasileiro estava muito bem representado pelo Secretário Nacional de Pesca e pela comissão de

Parlamentares que lá estiveram dando apoio ao Governo brasileiro. Nós discutimos, dialogamos com diversos países, especialmente com a ICCAT, e conseguimos manter a nossa cota de pesca do atum. Portanto, temos que, obviamente, cumprir algumas ações, organizar melhor o nosso setor.

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E aí fica um apelo ao Governo brasileiro: o Presidente Michel Temer tem que entender que a pesca é um setor importante para a nossa economia. Por isso, é preciso dar, acima de tudo, condições para que possamos unir o setor empresarial, a pesca artesanal, a pesca industrial e fortalecer esse tão importante setor produtivo do nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Ademir Camilo, por concessão da Deputada Geovania de Sá, que já se encontra na tribuna.

O SR. ADEMIR CAMILO (Bloco/PTN-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, serei breve e, desde já, agradeço à Deputada Geovania de

Sá a oportunidade.

Uso da palavra só para lembrar que hoje é Dia do Músico e para solicitar a

V.Exa., com a autoridade não só de quem está no exercício da presidência, mas também com a de Presidente, faça constar nos Anais desta Casa uma referência sobre esta data, parabenizando os músicos brasileiros e reconhecendo essa atividade que gera renda e emprego e nos dá muita alegria.

Quero, portanto, parabenizar todos os músicos deste País.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Eu me associo a V.Exa. A música é cultura e tradição de um povo e de uma nação.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra à Deputada

Geovania de Sá.

A SRA. GEOVANIA DE SÁ (PSDB-SC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, quero agradecer ao nobre colega que me antecedeu, o

Deputado Ademir, a lembrança de um dia tão importante quanto o de hoje, o Dia do

Músico.

Sou musicista, toco sax, canto desde que me conheço por gente. Meu pai foi maestro de coral, maestro de banda, e a vida inteira eu toquei em orquestra. Minha família toda faz parte de orquestras, de bandas, de corais. Quero parabenizar todos os músicos do nosso País, pois, além da alegria que trazem, eles acrescentam à nossa economia. E muito mais do que isso, Deputado Ademir, Deputado Waldir

Maranhão, essa atividade previne a violência e as drogas no nosso País.

Enquanto muitos buscam a música para entretenimento, muitos outros fazem dela um trabalho voluntário, principalmente nas igrejas do nosso País, de qualquer denominação, não só a evangélica, como também a católica. E nós vemos o quanto a música pode, sim, prevenir contra todos os males da sociedade.

Então, eu quero parabenizar todos os músicos do nosso País pelo nosso dia, porque também faço parte desse rol.

Aproveito a oportunidade para parabenizar e agradecer ao Ministro das

Cidades, o Deputado licenciado Bruno Araújo, do meu partido, porque, na segunda- feira, eu tive o privilégio de representar o Governo Federal no Município de Içara, cidade anexa à minha, no meu Estado, Santa Catarina. Trata-se de uma grande cidade, pujante em sua economia. Na segunda-feira, inauguramos ali 211 unidades

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habitacionais destinadas a famílias de baixa renda, que precisam de um endereço, de um teto para colocar seus familiares.

Eu quero agradecer ao Prefeito Murialdo Gastaldon por trazer programas como o Minha Casa, Minha Vida para o Município. Com certeza, os cidadãos de

Içara estão muito felizes e agradecidos por serem lembrados, principalmente, os que pertencem a famílias que vivem em área de vulnerabilidade social.

Eu também quero parabenizar pelos 250 anos de fundação a cidade de

Lages, no planalto serrano do Estado de Santa Catarina, onde estivemos no final de semana. Meus parabéns a todos os lageanos, que sempre nos acolhem com muita alegria e carinho. Parabéns, mais uma vez, a todos os lageanos e a todos os catarinenses!

Solicito que este pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação desta Casa e, principalmente, no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com certeza V.Exa. será atendida.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Capitão Augusto.

V.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aqueles que nos assistem pela TV Câmara, no final da semana passada, fomos surpreendidos no programa da Fátima

Bernardes, da Rede Globo, com uma enquete, obviamente induzida. Ela perguntou a oito participantes, no caso de haver duas vítimas, um policial levemente ferido e um traficante mais gravemente ferido, quem eles socorreriam. Para nossa surpresa, para a surpresa das pessoas de bem deste Brasil, eis que sete optaram por socorrer, ou melhor, por salvar o traficante e não o policial.

A pergunta era a seguinte: “Quem você salvaria: o policial ou o traficante?”

Sete dos oito participantes do programa da Fátima Bernardes optaram por salvar o traficante. Obviamente, havia um vídeo que precedia a pergunta e que induzia qualquer um que estivesse ali a optar por salvar o traficante, em detrimento do policial.

O que nós percebemos naquele vídeo foi algo além do que essa simples pergunta para Fátima Bernardes — não para nós — representava. Ali era uma questão para que a população opinasse entre o bem e o mal. Por quem eles optariam: pelo bem ou pelo mal? Eis que, para nossa surpresa, venceu o mal.

Isso não nos surpreende, vindo da Rede Globo, que há tanto tempo procura denegrir a imagem de todas as instituições, não só da Polícia Militar, mas também de todas as instituições policiais do Brasil. Ao contrário do que vemos em países da

Europa, nos Estados Unidos, na Austrália, em que os programas de TV, os filmes

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procuram enaltecer a função, a atividade do policial, em razão do risco que ele corre, aqui no Brasil vemos o policial sendo tratado de forma pejorativa. Isso é encabeçado principalmente pela Rede Globo nos seus seriados, nos seus filmes, nas suas novelas, que tratam o policial de uma forma pejorativa, com chacotas, buscando fazer da exceção, do que ocorre de errado, a regra.

Daí veio uma enxurrada de reclamações, de queixas, de pressão em cima da apresentadora Fátima Bernardes. E hoje pela manhã, em seu programa, ela veio se desculpar, o que para nós já não basta, já não justifica. Depois de tantos dias, quase

1 semana, querer vir se retratar e dizer que ela própria socorreria o policial.

A Fátima Bernardes deveria ter pensado nisso antes de fazer tamanha bobagem, antes de levar essa mensagem para os nossos jovens, para os nossos adolescentes, para as nossas crianças, porque o seu programa, com a audiência que tem, já encaminhou e opinou pelo socorro ao traficante, ao mau, e não às pessoas de bem e de valor neste Brasil.

Nós esperamos, realmente, que essa pressão que houve nas redes sociais se repita todas as vezes em que a Rede Globo fizer algo que vise denegrir as instituições policiais. É lamentável que, no Estado Rio de Janeiro, com a violência do jeito que está, com os policiais dando as suas vidas — a queda de um helicóptero ceifou a vida de 4 policiais —, os senhores da Rede Globo mantenham essa linha editorial para denegrir os policiais, denegrir as instituições, quando precisariam, agora sim, enaltecê-los.

Basta observarmos a grade de programação, para vermos que todos os programas, sem exceção, visam e buscam denegrir o policial, denegrir a instituição policial e enaltecer o marginal, enaltecer o traficante. Fazem com que os marginais

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sejam vistos pelos nossos jovens, pelos nossos adolescentes como uma pessoa que tem sucesso na vida, como alguém que faz algo de bom.

Rede Globo, pare de ser aliada dos marginais no Brasil. Está na hora de criarem vergonha na cara todos os jornalistas e todos os editores dos seus programas. Chega de enaltecer bandido neste País!

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado Zé

Geraldo.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que me ouvem neste momento, eu gostaria de falar, nestes poucos minutos, sobre o pacote de leis intitulado 10

Medidas Contra a Corrupção, que o Ministério Público Federal encaminhou a esta

Casa e que está sendo discutido em uma Comissão Especial da qual atualmente sou titular. Daqui a pouco deve se constituir o quórum na Comissão, e nós iniciaremos o debate.

Inicialmente quero dizer que acho estranho nós estarmos discutindo leis que pretendem punir o Executivo e o Legislativo, e o Ministério Público não propor a inclusão de artigos nessa lei que definam punição a membros do Judiciário, do

Ministério Público e da Polícia Federal, quando esses cometerem atos ilícitos.

E nós sabemos claramente que quem está hoje sendo mais exposto pela mídia, principalmente a partir do debate do caixa dois de campanha, do mensalão e do petrolão, são exatamente os partidos e os políticos, sejam eles do Executivo, sejam eles do Legislativo.

Nós não podemos trabalhar com dois pesos e duas medidas. Este País precisa que a Justiça seja justa. Não podemos fazer vista grossa ao fato de que o

Ministro José Serra, do PSDB, que está no Governo Temer, recebeu de caixa dois, contabilizados hoje, aproximadamente 36 milhões de reais. Isso é delação da

Odebrecht.

Nós não podemos ver tesoureiros do PT presos e tesoureiros do PSDB, do

PMDB e de outros partidos não serem presos, sendo que os recursos gastos na

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campanha do Aécio Neves são os mesmos que foram gastos na campanha da

Dilma. Assim, isso é hipocrisia, é falsidade. Isso significa exatamente ter uma Justiça partidarizada, uma Justiça que trabalhou para contribuir com o golpe neste País, uma Justiça que deveria também punir um cheque-moradia que o Governo do

Estado do Pará, do PSDB, usou para ganhar eleição de Governador e que também foi usado agora para ganhar a eleição de Prefeito em Belém.

E lá não se tratou de um chequinho igual ao do Garotinho, no Rio de Janeiro, não, de 300 reais. Lá se tratou de um cheque de 18 mil reais, e muitas pessoas que o recebem disseram-me que têm que devolver 3 mil, 4 mil ou 5 mil reais para quem levou esse cheque-moradia lá. Mas o Ministério Público Federal, o Ministério Público

Estadual, a Justiça Eleitoral do Pará, ninguém fala nisso ou investiga isso.

Portanto, é claro que nós da bancada do PT não vamos votar em um relatório falso, ruim, como o relatório do Deputado Onyx Lorenzoni.

Nós precisamos fazer com que as leis do País sejam cumpridas, porque já existem muitas leis. Nós precisamos fazer com que as leis sejam cumpridas para todos e que todos tenham o direito de defesa.

Não podemos admitir que um Ministro como Geddel Vieira Lima pressione outro Ministro para legalizar o ilegal, legalizar um apartamento comprado em um edifício que foi construído na ilegalidade. E o Ministro Geddel continua lá! O

Presidente Temer não está nem aí, não tem vergonha. É claro que o povo brasileiro vai se revoltar, cada vez mais, com essas coisas.

Eu queria pedir que esta minha fala fosse divulgada no programa A Voz do

Brasil.

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É lamentável que nós tenhamos hoje essa partidarização de parte do

Ministério Público Federal, de parte da Polícia Federal.

E o Presidente Lula sai inocentado de Curitiba. Entre os quatro delatores que foram lá delatar, ninguém provou as acusações, ninguém falou. E o Presidente Lula sai inocentado. Mas até hoje os meios de comunicação, o Sergio Moro, etc., vêm punindo o Presidente Lula. Os delatores foram lá, delataram, e todos disseram que o

Lula é inocente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra à Sra. Deputada

Professora Dorinha Seabra Rezende.

A SRA. PROFESSORA DORINHA SEABRA REZENDE (DEM-TO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste momento eu gostaria de fazer um agradecimento e, ao mesmo tempo, um reconhecimento do trabalho da bancada federal do meu Estado, o Tocantins.

Independentemente das diferentes posições políticas, a bancada federal tem trabalhado muito em prol do Estado, em diferentes áreas, como as de saúde e educação, a universidade e o Instituto Federal.

A nossa emenda de bancada no ano passado foi destinada à construção da ponte que vai ligar a cidade de Xambioá, no Tocantins, a São Geraldo, no Pará. O processo de licitação está em andamento e deve ser finalizado brevemente.

A construção dessa ponte será muito importante, logicamente, para os dois

Estados — Tocantins e Pará —, mas, acima de tudo, para toda a região. É uma região uma muito rica, cujo entorno, na região de Araguaína, tem uma grande produção de gado, tem comercialização de grãos e produção de minérios. Por isso a

Votorantim está em Xambioá. Na verdade, para nós todos, de maneira geral, para a própria população, será um grande ganho.

A bancada federal elegeu essa obra como a primeira dentro das emendas impositivas de bancada. Considero um grande avanço do processo orçamentário do

Congresso Nacional o fato de terem sido estabelecidas emendas impositivas de bancada.

Neste ano, estabelecemos como prioritárias para o ano de 2017 as áreas de saúde e segurança pública. Na área da segurança pública, vamos atender, de

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maneira muito focada, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. A bancada priorizou este momento de fortalecimento, de incorporação. De longe, a segurança pública enfrenta grandes desafios. Ela tem trabalhadores valorosos, mas que carecem de estrutura, de apoio, de veículos. Assim, a emenda impositiva abraçada por toda a bancada será muito importante.

Da mesma forma, na área da saúde, apresentamos emenda de 100 milhões de reais para que o Governo do Estado fortaleça o atendimento de uma área muito importante. O Tocantins atende pacientes de diferentes Estados, e não só os seus próprios. O Estado recebe muitos pacientes do Maranhão, do Piauí, de Goiás e do

Mato Grosso. A bancada priorizou essas duas áreas.

Então, eu gostaria de, primeiro, destacar a importância da ponte de Xambioá, como um evento e uma luta da bancada federal do Tocantins. E, para o próximo ano, contemplaremos estas duas áreas tão estratégicas para o nosso Estado: saúde e segurança pública.

Eu agradeço e parabenizo toda a bancada, independentemente de cor partidária, pela luta em prol do fortalecimento do Estado do Tocantins.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Parabéns a V.Exa. e ao querido

Estado do Tocantins!

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

José Fogaça. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. JOSÉ FOGAÇA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer o registro da recente edição, por parte do

Governador do Estado do Rio Grande do Sul, de um conjunto de medidas bastante duras, amargas, sacrificiais, mas necessárias e inevitáveis.

No Rio Grande do Sul houve despesa menor que a receita em apenas 7 dos

últimos 45 anos. Ou seja, é um Estado que teve permanentemente, ao longo de quatro décadas, um processo de déficit doloroso e absolutamente escandaloso, Sr.

Presidente.

A recente crise econômica brasileira, na sua profundeza, na sua dimensão deplorável, tem reduzido enormemente a arrecadação. O Estado do Rio Grande do

Sul está em uma situação de calamidade financeira.

Aliás, o Governador assinou um decreto nesse sentido, estabelecendo o estado de calamidade financeira, e promoveu um conjunto de medidas, um conjunto de ações administrativas visando ao controle de gastos e à redução de despesas.

Trata-se, sem dúvida nenhuma, da mais vigorosa e, talvez, mais sacrificial, mais dura, mas mais corajosa iniciativa de um Governador em toda a história do Rio

Grande do Sul.

Realmente, o Estado do Rio Grande do Sul vai para a sua refundação, para o resgate da sua saúde financeira ao longo de 2 anos, 3 anos ou 4 anos, mas isso se deverá a duas coisas: à coragem do Governador e à sua ética intergeneracional, ou seja, ao respeito pelas novas e futuras gerações. O sacrifício que está sendo assumido hoje é para resgatar o direito de sobrevivência e a continuidade das novas

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gerações, para que os serviços públicos não venham a cair em absoluta falência e não venham a ser extintos. Que os serviços públicos de saúde, de educação e de segurança persistam no Rio Grande do Sul!

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Bohn Gass.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Waldir Maranhão, colegas Deputados e Deputadas, hoje eu quero tratar aqui de um tema que deve preocupar a todos nós, brasileiros e brasileiras, mas, de forma especial, os agricultores e as agricultoras deste País, aqueles que produzem alimento para o brasileiro e para exportação, geram renda nos nossos Municípios e promovem o desenvolvimento do País.

Esses agricultores e essas agricultoras estão prestes a receber um dos maiores calotes do ponto de vista da Previdência. Hoje, quando uma trabalhadora rural — que começa a trabalhar com as lidas da agricultura desde praticamente a sua infância, em razão da cultura que têm nossas famílias — chega aos seus 55 anos de idade, portanto, um longo período de trabalho, aposenta-se com salário mínimo. Já o trabalhador rural, que trabalha e produz também desde cedo no campo, sob intempéries, faça chuva ou sol, seja inverno, seja verão, inclusive, dependendo da atividade, em finais de semana, aposenta-se aos 60 anos, também com salário mínimo.

O que Temer, governante agora, sem voto, do País, está querendo fazer?

Tirar desse agricultor e dessa agricultora a sua aposentadoria aos 55 anos e 60 anos, respectivamente, fazendo-os se aposentar somente aos 65 anos de idade. Ou seja, a agricultora que está prestes a se aposentar vai ter que trabalhar mais 10 anos, e o agricultor, mais 5 anos. E a grande desculpa que o Governo usa é que há um déficit na Previdência.

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Nós estamos aqui tratando do tema saúde, previdência e assistência, que é uma rede da Seguridade Social. E essa não é deficitária. A Associação Nacional dos

Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP) mostra que em 2011 houve

75 bilhões de reais de superávit; em 2012, 82 bilhões de reais de superávit. Inclusive em 2015, que foi um ano difícil para a economia, houve 24 bilhões de reais de superávit, e não de déficit. E se escolhe exatamente quem para aplicar essa reforma, retirando direitos? O agricultor e a agricultora familiar.

É exatamente sobre esse tema que venho aqui alertar os colegas Deputados, as colegas Deputadas, os nossos Prefeitos, os nossos Governadores. Essa é uma das maiores formas de distribuição de renda no País. Inclusive, quando o Município

é pequeno, o retorno dessa renda é maior do que o Fundo de Participação dos

Municípios. Nós precisamos preservá-la.

Sr. Presidente Waldir Maranhão, eu presido nesta Casa a Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social Rural, que conta com a presença de

Parlamentares de todos os partidos, de todos os Estados do País. Nós estaremos em Porto Alegre nesta sexta-feira, dia 25, com o movimento das mulheres, com os movimentos sindicais para debater exatamente esse tema, em defesa da previdência do homem e da mulher do campo, que Temer não pode cortar.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Palácio do Planalto vem propalando há algum tempo um discurso de que a Previdência Social é deficitária em algo em torno de 86 bilhões de reais e que ela precisa ser reformada. No entanto, quero aqui contestar essa posição.

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Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a Previdência Social faz parte de algo muito maior: ela integra um sistema de proteção social criado na

Constituição Federal de 1988, chamado de Seguridade Social, abrangendo as três

áreas: saúde, previdência e assistência social.

Em segundo lugar, esse sistema de proteção social criado no texto constitucional conta com diversas fontes de financiamento, como as contribuições sobre a folha de pagamento, sobre importações, a Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social (COFINS), a Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL) e até mesmo com parte dos recursos das loterias.

A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil

(ANFIP) divulga anualmente uma publicação intitulada Análise da Seguridade Social.

Em todos os anos, a Seguridade Social foi superavitária: em 2011, R$75,7 bilhões; em 2012, R$82,7 bilhões; em 2013, R$76,2 bilhões; em 2014, R$53,9 bilhões.

Em 2015 não foi diferente: chama a atenção que, num ano de muita dificuldade econômica, o resultado mais uma vez foi positivo: R$24 bilhões. Nada de déficit!

Importante ressaltar, Sr. Presidente, que o Governo sabe do superávit dos recursos da Seguridade Social! A prova maior de que o Governo reconhece o saldo positivo são medidas como renúncias fiscais com recursos previdenciários, a

Desvinculação de Receitas da União (DRU), que ampliou de 20% para 30% o percentual que o Governo pode retirar dos recursos sociais.

Portanto, Sr. Presidente, colegas Deputados, não aceitaremos nenhum retrocesso nos direitos dos trabalhadores. Como Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social Rural, quero dizer a todos os trabalhadores rurais

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do Brasil que travaremos uma grande luta no Congresso, para que esta mesma

Casa que assegurou tão precioso bem no Texto Constitucional de 88, que é um sistema de proteção social para o povo brasileiro, não aceite esse ataque à

Constituição.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Rômulo Gouveia, do PSD da Paraíba.

O SR. RÔMULO GOUVEIA (PSD-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Waldir Maranhão, Sras. e Srs. Deputados, telespectadores da TV

Câmara, eu gostaria inicialmente de dizer que há pouco a Comissão que acompanha as obras de transposição de águas do Rio São Francisco, coordenada pelo Deputado Raimundo Gomes de Matos, da qual sou Relator, teve uma audiência com o Ministro Helder Barbalho sobre a crise hídrica em Campina Grande e

Fortaleza, duas grandes cidades, duas metrópoles que correm o risco de ficar numa situação difícil em relação ao abastecimento de água.

No eixo leste, a transposição anda bem, com previsão de término das obras físicas em dezembro e das estruturais até abril. A situação do eixo norte é um pouco mais complicada, em razão do abandono da construtora.

Foi uma reunião produtiva, diante da nossa preocupação de avaliar a atual situação. Venho tratando desse tema. A situação da Paraíba, do Rio Grande do

Norte, do Ceará e de parte de Pernambuco também é muito grave, pois estamos no quinto ano de seca.

Por último, Sr. Presidente, gostaria de parabenizar a Reitora da Universidade

Federal da Paraíba, a Profa. Margareth, que foi reeleita Reitora daquela instituição, pelo trabalho que vem fazendo. Está confirmada a sua nomeação por parte do

Presidente da República, Michel Temer. Amanhã à noite, na Universidade, haverá sessão solene de posse.

Por conta dos compromissos aqui na Câmara, não poderei participar, mas registro aqui o meu voto de louvor e de parabéns à Profa. Margareth, à Vice-Reitora

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e a toda a equipe, não só pela bela vitória que obtiveram nas eleições, mas também pelo trabalho que vêm realizando.

Na semana passada, tive oportunidade de trocar experiência e de discutir algumas ações com a Reitora. Estive também com o Ministro Mendonça Filho tratando dessa questão.

Mas como não vou me fazer presente amanhã, aqui fica o meu registro de parabéns à Profa. Margareth pela sua recondução ao cargo de Reitora, e também à

Vice-Reitora e a de toda a sua equipe, devido ao trabalho realizado ali.

Peço que o meu pronunciamento, Sr. Presidente, seja divulgado pelos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - V.Exa. terá seu pleito plenamente atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Daniel Coelho, do PSDB de Pernambuco.

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Srs. Deputados, primeiro, neste pronunciamento, eu gostaria de exaltar o Dia Nacional do Conselheiro Tutelar, uma atividade que é extremamente importante em nosso País e que muitas vezes é desvalorizada não só na sua remuneração, mas também na sua estrutura de trabalho.

O conselheiro tutelar tem a prerrogativa de cuidar da nossa juventude, de dar atenção às nossas famílias. Muitas vezes, o conselheiro tutelar passa a ser aquele agente do Estado mais próximo da população. A população carente, muitas vezes, vai bater à porta da casa do conselheiro tutelar para pedir um auxílio, uma ajuda. É muito importante que os nossos Municípios e que as cidades brasileiras tenham uma visão diferente dos nossos conselheiros. Faço questão de ressaltar isso hoje aqui da tribuna da Câmara dos Deputados.

O segundo assunto que gostaria de tratar na sessão de hoje diz respeito à violência na região da Mata Sul, no Estado de Pernambuco. Na semana passada, fiz um pronunciamento em que eu cobrava reforço da Polícia Militar na região de

Barreiros e nos Municípios da Mata Sul. Não há efetivo suficiente, tanto de Polícia

Militar como de Polícia Civil.

Muitas vezes, Sr. Presidente, os bandidos chegam em grande monta, o que obriga a Polícia Militar a se esconder, porque chegam 20, 30 bandidos fortemente armados a uma cidade como Barreiros, que conta com 3 policiais militares no quadro efetivo para defender a população.

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Como podemos pedir que 3 homens enfrentem 20 bandidos fortemente armados? O resultado disso são assassinatos, roubos e o medo da população.

E o pior — é este o tema que venho agora denunciar — foi a falta de respeito do Governo do Estado de Pernambuco, especialmente do Secretário de Segurança, que, ao ser indagado pela imprensa pernambucana, disse que o padre, a comunidade e a população da cidade de Barreiros que pedia reforço da Polícia

Militar estavam mentindo. Além disso, disse que havia lá, sim, uma unidade da

Polícia com efetivo e que não havia problema de segurança.

No momento em que o Secretário de Segurança do Estado de Pernambuco, que representava ali o Governo do Estado, dizia que estavam mentindo o padre, a população e as lideranças da Mata Sul do Estado de Pernambuco e da cidade de

Barreiros, ele desrespeita toda a população do Município.

É muito importante que os representantes do Estado tratem a população com respeito. Não podemos admitir esse tipo de prática. Que se admita o problema. Se houver algum problema, vamos buscar a solução. Se existe problema de recurso, vamos buscar o recurso. O que não se pode é ocupar o espaço como se ocupou para dar entrevista na televisão e dizer que o fato não existe.

O resultado disso foi uma imensa caminhada na cidade de Barreiros, com a presença das lideranças mais importantes do Município, demonstrando que, se o

Secretário estava dizendo que um estava mentindo, não era um, era a cidade toda demonstrando ali a sua preocupação, um pedido de socorro.

O que a população quer não é nada mais, nada menos do que poder andar tranquilamente na sua cidade.

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Então, reitero o pedido de reforço policial para a região da Mata Sul do

Estado, no Município de Barreiros e em toda a região. E, mais do que isso, nós exigimos, por parte do Secretário de Segurança, por parte do Secretário de Defesa

Social do Estado de Pernambuco, respeito ao povo! Não vá dizer que a população está mentindo. Ande na rua, perceba o problema e nos ajude a encontrar a solução, porque só dessa forma podemos dar o respeito que a população tanto pede.

Agradeço, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Agradeço a V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Edinho Araújo, por até 1 minuto. Em seguida, usará a palavra o Deputado JHC.

O SR. EDINHO ARAÚJO (Bloco/PMDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, venho à tribuna nesta oportunidade para fazer um registro.

O Aeroporto Eribelto Manoel Reino, localizado em São José do Rio Preto, no noroeste de São Paulo, é um dos mais movimentados do interior do Brasil. No último ano, recebeu 700 mil passageiros e 31 mil aeronaves. Isso é reflexo do dinamismo daquela região do interior paulista, que, mesmo em tempos difíceis, vê crescer próximo a 1,5% ao ano o número de passageiros nos voos que ligam a cidade a vários pontos do País.

Esse movimento intenso traz uma preocupação com a segurança dos pousos e das decolagens. Por isso, quero tornar público, por meio deste expediente, solicitação ao DAESP — Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo e ao setor competente em Brasília, a fim de que possam dotar o aeroporto de São José do Rio Preto de uma torre de controle. Isso é fundamental para a segurança de todos os passageiros que demandam aquela cidade ou que de lá partem para outros pontos do nosso País.

Considero justa a reivindicação da população da cidade de São José do Rio

Preto, da qual volto a ser Prefeito a partir de 1º de janeiro, já o tendo sido por dois mandatos no início dos anos 2000.

Eu tenho a honra de representar aquela população e me vejo nesse compromisso de lutar para que a cidade e o aeroporto possam ser dotados desse equipamento fundamental, que significa segurança para as pessoas.

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Sr. Presidente, gostaria que V.Exa. desse como lido o inteiro teor desse pronunciamento que faço, com a sua devida divulgação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - O pronunciamento de V.Exa. será publicado na íntegra.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Aeroporto Eribelto Manoel Reino, em São

José do Rio Preto, no noroeste de São Paulo, é um dos mais movimentados do interior do Brasil. No último ano, recebeu 700 mil passageiros e 31 mil aeronaves.

Isso é reflexo do dinamismo daquela região do interior paulista, que mesmo em tempos difíceis vê crescer em 1,5% ao ano o número de passageiros nos voos que ligam a cidade a vários pontos do país.

Esse movimento intenso traz uma preocupação com a segurança nos pousos e decolagens. Por isso, enviei ofício ao Superintendente do DAESP —

Departamento Aeroviário de São Paulo, Ricardo Volpi, solicitando a instalação de uma torre de controle no aeroporto de Rio Preto. O mesmo pedido foi encaminhado a Dario Lopes, assessor especial do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação

Civil.

A torre trará mais segurança e maior confiabilidade no controle dos pousos e decolagens, além de orientar as operações de acordo com as condições climáticas de momento.

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Atualmente, o aeroporto utiliza o AFIS, um serviço de informação de voo por rádio, que oferece informações aos pilotos sobre as condições da pista, meteorologia e emite alertas de segurança.

O aeroporto de São José do Rio Preto, por sua importância e movimentação, merece um sistema moderno de controle para afastar os riscos nas operações.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

JHC, do PSB de Alagoas.

Na sequência, usará a palavra a Deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro.

O SR. JHC (PSB-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Parlamentares, gostaria hoje de fazer um apelo aos Líderes e ao

Presidente Waldir Maranhão. Encontra-se sobre a mesa um requerimento de urgência para um projeto muito importante, que trata justamente da suspensão e do bloqueio da Internet. Os nossos aplicativos comumente têm sido bloqueados, a exemplo do WhatsApp.

O que nós queremos é defender uma Internet livre e sem limites. Como

Presidente da Frente Parlamentar Mista pela Internet Livre e Sem Limites, nós hoje fazemos esse apelo até para os nossos intérpretes. Existem vários projetos tramitando na Casa. Há o projeto do Deputado João Arruda, há o projeto deste

Deputado — JHC —, que justamente orientam, balizam os nossos juízes para poder aplicar essa medida, ou seja, aplicar a legislação da melhor maneira possível, observando os princípios do Marco Civil da Internet.

Hoje também, com muita satisfação e muita alegria, tivemos a reunião inaugural da Comissão Especial que trata da proteção de dados em meio virtual. O

Relator, o Deputado Orlando Silva, apresentou todo o roteiro de trabalho dessa importante Comissão.

Hoje, o volume de dados que corre no meio virtual é enorme. Mas nós precisamos ter a nossa privacidade garantida.

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Nós tivemos o caso do Edward Snowden, que trabalhava na NSA, nos

Estados Unidos, e acusou o Governo americano de usar informações do Facebook e de outros conteúdos de aplicação para ter acesso a informações.

Então, até como questão de soberania, devemos discutir inclusive a criptografia das informações que nós utilizamos em nossos celulares, revelando também um momento diferente pelo qual nós estamos passando. Antes se falava no

Big Brother de George Orwell, que falava sobre o Estado controlando e vigiando tudo. Hoje, nós temos essas informações nas mãos das empresas.

Nós precisamos ter a observância de que há um comércio por trás disso, porque os nossos dados, as nossas informações circulam em todos os momentos, seja em que área for. Hoje, está tudo em meio digital, em meio virtual, inclusive um procedimento médico. Enfim, está tudo isso em meio virtual. É preciso fazer essa discussão.

Na próxima semana, nós vamos, junto com a Comissão, ao Vale do Silício para buscar todas essas informações e saber como são protegidas, como são guardadas essas informações, para que possamos aprimorar a nossa legislação e preparar um texto de lei compatível com a legislação vigente. E sempre observando os princípios, ou seja, os conceitos de governança na Internet, o Direito Digital, que se comunica com diversos ramos do Direito, para que possamos neste novo momento em que estamos vivendo, em que o mundo está cada vez mais interativo, conectado e globalizado, fazer essa discussão da melhor maneira possível.

Esta Casa não pode ficar no analógico, e a sociedade, no digital. Nós temos que diminuir esse descompasso e fazer com que a sociedade possa acompanhar,

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com transparência e com alegria, os trabalhos que são elaborados e produzidos nesta Casa.

Portanto, apelo para todos os Líderes, a fim de que aprovemos hoje o requerimento de urgência para esse projeto tão importante.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra à Deputada

Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para fazer um grande registro, o qual entendo como muito importante, principalmente nesta Semana da

Consciência Negra.

Trata-se do lançamento da campanha internacional Vidas Negras Importam,

Vidas Brasileiras Importam!, realizado no dia 17, que diz respeito à vida das mulheres negras. Esse dia marcou para nós brasileiras. Essa campanha tem como objetivo único chamar a atenção e denunciar a violência e o número de assassinatos de mulheres negras que vem ocorrendo em nosso País.

É importante também dizer que 160 pessoas são assassinadas por dia, ou seja, uma pessoa é morta a cada 9 minutos. Essa é a estatística que temos no País.

Foi isso o que revelou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Estamos chamando a atenção para que esse triste cenário possa ser mudado. Entendemos a importância disso. A maioria da população brasileira é de mulheres e, dentre elas, a maioria é negra. Imaginem se essa proporção aumentar gradativamente. Daqui a pouco, teremos que fazer uma campanha da fertilidade, para que tenhamos mulheres negras vivas, que tenham respeito e políticas públicas voltadas para a população negra. Não matem as nossas mulheres!

O Mapa da Violência de 2016 revelou que, entre 2004 e 2014, houve um crescimento de 18,2% de homicídios contra negros. Ou seja, o racismo no Brasil segue matando. Isso é uma tragédia!

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Sr. Presidente, peço mais 1 minuto a V.Exa. para fazer outro registro.

Ontem à noite, na Semana da Consciência Negra, nós estivemos no evento de entrega do Troféu Raça Negra, considerado o Oscar da comunidade negra.

Foi uma noite de grande emoção. Nesse evento, são premiadas personalidades brasileiras e internacionais. Um dos homenageados, na área internacional, foi Jesse Jackson, ex-Senador, mas sempre Senador americano, que está sempre lutando em defesa da comunidade negra, amigo e companheiro de

Martin Luther King.

Outra homenageada foi a nossa querida Elza Soares, que todos nós conhecemos, que está praticamente no final da sua carreira. Ontem, ela nos disse, cantando, que a deixemos morrer cantando. Então, ela não está no final de carreira, e isso nos emocionou muito, porque ela tem uma bagagem histórica na cultura brasileira, é o que tem mais de brasilidade.

A homenagem foi emocionante, porque ela hoje está numa cadeira de rodas, impossibilidade de caminhar, mas a sua voz continua possante, uma voz aguerrida que emociona todos nós.

Por isso, faço esses dois registros e agradeço também à AFROBRAS, que patrocina esse prêmio. Quero enviar o nosso abraço ao companheiro Vicente, que é o Reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares e fez a entrega da 14ª premiação aos negros brasileiros e internacionais.

Peço a V.Exa. que autorize a divulgação de meus pronunciamentos nos Anais da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Eu que agradeço a V.Exa.

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo esta tribuna para registar para o País o lançamento da campanha internacional Vidas Negras Importam, Vidas

Brasileiras Importam!, realizada no último dia 17, que conta com uma série de movimentos sociais nacionais e internacionais.

A campanha tem como objetivo chamar a atenção da população e denunciar o número de assassinatos que ocorrem anualmente no Brasil, onde, somente no ano passado, mais de 58 mil vidas foram arrancadas violentamente por homicídio, o que representa 160 pessoas assassinadas por dia ou uma pessoa morta a cada 9 minutos. Foi isso o que revelou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Esse triste cenário consegue ser pior quando analisamos a parcela de pessoas negras assassinadas, nesse mesmo período, no Brasil, onde 63 jovens negros são assassinados por dia, sendo um jovem negro morto a cada 23 minutos.

Esses números confirmam o Mapa da Violência de 2016, que revelou que, entre 2004 e 2014, houve um crescimento de 18,2% de homicídios contra negros.

Ou seja, o racismo no Brasil segue matando, Sr. Presidente, e muito.

Deixo aqui o meu registro e total apoio à campanha para que juntos possamos denunciar o genocídio que ocorre em nosso País, principalmente com a população negra, pobre e periférica brasileira.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigada.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, uma noite de emoção! Assim podemos definir a entrega ontem em São Paulo do 14º Troféu Raça Negra 2016.

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Criado pela ONG AFROBRAS — Sociedade Afrobrasileira de

Desenvolvimento Socioeconômico, a premiação do 1º Troféu ocorreu no ano 2000, quando personalidades negras de diversas áreas foram homenageadas por contribuírem, com suas atividades, para a construção de uma sociedade melhor.

A premiação é feita em comemoração ao Mês da Consciência Negra, e hoje premia personalidades e autoridades negras e não negras, nacionais e internacionais. É o reconhecimento àqueles que lutam em favor da igualdade racial.

O troféu é reconhecido internacionalmente como o Oscar da comunidade negra, considerado um dos maiores eventos da negritude brasileira.

Este ano, a homenageada foi a cantora Elza Soares, eleita em 2000 pela BBC de Londres como a Melhor Cantora do Milênio. No auge de seis décadas de carreira,

Elza vive atualmente a apoteose de uma vida dedicada à música.

Martinho da Vila, Nelson Mandela, Emílio Santiago, Martin Luther King Jr.,

Jair Rodrigues, Milton Nascimento, Michael Jackson, Wilson Simonal e Cartola foram alguns dos premiados nas edições anteriores. A escolha de Elza Soares para integrar este grupo reforça a importância de seu trabalho, principalmente neste momento em que vêm ganhando mais destaque as discussões relacionadas ao empoderamento feminino. “Elza Soares personifica a mulher negra, vitoriosa, que conseguiu conquistar o seu lugar mesmo em um universo ainda repleto de preconceitos relacionados à raça, gênero e condição social”, afirma a Presidente do

Troféu Raça Negra, Francisca Rodrigues.

A cada ano o Troféu Raça Negra se renova. Este ano será criada a Iniciativa

Empresarial pela Igualdade. Nessa proposta, Governo, sociedade civil e empresas unirão forças para promover novas mentalidades e atitudes em que ética, cidadania

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e responsabilidade social possam, de fato, gerar igualdade de oportunidades e de acesso democrático dos negros aos postos principais das empresas.

O Troféu Raça Negra colabora para tornar a sociedade mais plural, pois reúne pessoas negras e não negras que partilham do mesmo interesse: a equidade entre os povos.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Misael Varella, do DEM de Minas Gerais.

O SR. MISAEL VARELLA (DEM-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o anúncio do Presidente Michel Temer de que cerca de 1.600 obras paralisadas serão retomadas soa como um alívio para mais de 45 mil famílias que serão beneficiadas com empregos diretos. Mais do que isso, mostra a precisão do Governo em tentar suprir necessidades básicas como creches, pré-escolas e postos de saúde.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que divulgue meu discurso nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o anúncio do Presidente Michel

Temer de que cerca de 1.600 obras paralisadas serão retomadas soa como um alívio para mais de 45 mil famílias que serão beneficiadas com empregos diretos.

Mais do que isso, mostra a precisão do Governo em tentar suprir necessidades básicas como creches, pré-escolas e postos de saúde.

O aporte de R$2 bilhões simboliza a retomada dos investimentos em obras públicas, que poderá ter um impacto decisivo na geração de empregos e na reestruturação de projetos paralisados.

A meta estipulada por Temer é de 1.110 empreendimentos reativados nos próximos 90 a 120 dias, em mais de mil cidades dos 26 Estados e do Distrito

Federal.

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De acordo com a Agência Brasil, o anúncio ocorre após uma série de reuniões em que o Governo discutiu os empreendimentos considerados prioritários em cada um dos Ministérios. Os gastos giram entre R$500 mil e R$10 milhões para cada obra.

Ainda de acordo com a matéria, o Presidente afirmou que “as obras terão como critério a transparência e inauguram o Governo Digital por meio do aplicativo

Desenvolve Brasil, que será pioneiro na governança digital”.

Além da transparência e pioneirismo, o Governo precisa considerar este anúncio como o ponto de partida para a retomada de projetos estruturais que podem solucionar carências da população em várias frentes.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra o Deputado

Washington Reis.

O SR. WASHINGTON REIS (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muita alegria que ocupo a tribuna nesta tarde de hoje, primeiro, para dizer que vencemos as eleições municipais no segundo turno e, segundo, para agradecer à querida população da minha cidade, Duque de Caxias, que me deu a honra de retornar àquela Prefeitura.

Sr. Presidente, também deixo registrado aqui que nós assumimos grandes compromissos e um grande desafio com a nossa população de quase 1 milhão de habitantes.

A cidade está localizada no coração da Região Metropolitana, e eu tive a honra de ser sido o Prefeito mais jovem da história daquela cidade, para a qual deixamos um legado. Nós implementamos políticas públicas de qualidade, políticas públicas estruturantes.

Nós assumimos alguns desafios. Sr. Presidente, peço a V.Exa. que os registre nos Anais desta Casa, para que sirvam de documento. Também peço a

V.Exa. que o meu pronunciamento seja divulgado no programa A Voz do Brasil.

Nós vamos romper com uma empresa pública do Estado, a Companhia

Estadual de Águas e Esgotos — CEDAE, do Rio de Janeiro, que, infelizmente, trata a nossa população muito mal. Vamos denunciar esse contrato e criar uma empresa pública de água e esgoto com parceria público-privada.

Também fizemos o compromisso de acabar com a máfia dos cemitérios. São cinco cemitérios nas mãos de empresários. Eu nem vou deixar aqui registrado o que eu penso sobre eles. Mas, no dia 1º de janeiro, nós vamos tomar as chaves dos

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cemitérios e acabar com a exploração desses senhores que dominam esse monopólio na nossa cidade. Há também o caso das funerárias, que cobram por volta de 4.500 reais por um enterro. Nós vamos acabar com a máfia das funerárias na cidade de Duque de Caxias, Sr. Presidente.

Portanto, Sr. Presidente, eu ocupo esta tribuna para fazer meu discurso e peço a V.Exa. que o faça constar dos Anais desta Casa, pois também servirá como documento. Nós teremos uma tarefa dura pela frente, mas, com muita tranquilidade, nós teremos a capacidade de enfrentá-la. São dificuldades normais no cotidiano de um político que realmente se preocupa com a população. Graças a Deus, estou no meu nono mandato, e nós sabemos das lutas, sabemos que a vida pública não é fácil.

Mas é com muita alegria que eu quero agradecer a Deus e agradecer, de novo, à população de Duque de Caxias que me confiou, pela segunda vez, a possibilidade de ser Chefe do Poder Executivo daquela cidade pelo período de 4 anos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Nilto Tatto, do PT de São Paulo.

O SR. NILTO TATTO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na semana passada, estive no Marrocos, com a comitiva brasileira que participou da Conferência do Clima, a COP 22.

Milhares de pessoas, organizações e autoridades públicas de todas as partes do mundo participaram de debates, negociações, e da Marcha pelo Clima pelas ruas de Marrakesh, exigindo justiça e equidade.

A grande adesão mundial ao Acordo de Paris, assim como o conjunto das propostas nele inscritas, são uma vitória, sem dúvida. Afinal, estamos diante de um dos maiores desafios da humanidade, uma vez que as mudanças climáticas já são realidade.

A Conferência em Marrakesh seria o momento de avançar em parâmetros e acordos sobre como implementar as medidas necessárias para que as metas do

Acordo de Paris sejam atingidas. Infelizmente, esta expectativa foi frustrada.

O Brasil foi protagonista na construção do Acordo de Paris e já o assinou.

Preocupa-me, entretanto, que o Governo brasileiro, através de seu Ministro da Agricultura, tenha defendido na COP 22 um setor que é sabidamente prejudicial ao meio ambiente, à biodiversidade, ao equilíbrio climático.

Como empresário da soja e como representante do setor, o Ministro defendeu a monocultura, que, em associação com a pecuária bovina, depredou grande parte da vegetação nativa do País. Defendeu a agricultura que mais consome agrotóxicos no mundo.

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O Ministro defendeu ainda os interesses comerciais do setor sucroalcooleiro, diante de países que estão se distanciando cada vez mais da queima de combustível líquido e disseminando massivamente fontes mais limpas de energia. É lamentável.

Preocupa-me, ainda, que o Governo não eleito tenha proposto uma redução do orçamento, que já era baixo, destinado ao apoio a atividades sustentáveis das populações tradicionais. Isso reflete uma visão desconectada das iniciativas mundiais de enfrentamento das mudanças climáticas. Os incentivos às atividades sustentáveis desenvolvidas por índios, quilombolas, comunidades extrativistas, ribeirinhos, viabilizam economicamente a permanência dessas populações nos ecossistemas que precisamos preservar, e essas populações são parceiras da conservação.

Preocupa-me que setores mais reacionários da bancada ruralista, que inclusive desdenham do conhecimento científico acerca das mudanças climáticas, tenham ganhado protagonismo no Governo e no Congresso Nacional.

Preocupa-me que trabalhem pela não implementação do Código Florestal, pois parte importante dos compromissos brasileiros no Acordo de Paris correspondem exatamente à restauração de 12 milhões de hectares, calculados como passivo, que a implementação do Código Florestal recuperaria.

Preocupa-me que, ao sinalizar um forte apego ao paradigma ultrapassado de uso dos recursos naturais, o País, sob o comando dessas forças reacionárias, deixe de enxergar as oportunidades que tem de criar empregos e gerar riquezas para um futuro justo e sustentável.

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Então, é esse o caminho do desenvolvimento. Como podemos trilhar o caminho de fomentar cadeias produtivas de baixa emissão de carbono?

O Brasil tem esse potencial que historicamente defendeu nos acordos, nas negociações internacionais, principalmente referentes ao clima. Precisamos retomar esse caminho e fazer a lição de casa dentro do País.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do meu discurso no programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - V.Exa. terá o seu pleito atendido.

Certamente seu discurso será divulgado no programa A Voz do Brasil.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Afonso Motta.

O SR. AFONSO MOTTA (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, telespectadores que nos acompanham, na verdade, estamos iniciando mais uma semana que merece muita atenção no

Parlamento brasileiro, por conta de Comissões que estão ultimando seus trabalhos, em particular a Comissão que trabalha nas medidas contra a corrupção.

É claro que nós da bancada do PDT temos concordância com relação a esse conjunto de medidas. Há o arbítrio natural dos Parlamentares que entendem que um aspecto ou outro aspecto deve ser corrigido para que elas bem representem, além do combate à corrupção, as garantias fundamentais para o cidadão, para a cidadã, em especial aquelas que garantem o devido processo legal, que asseguram a privacidade, que evitam os excessos e são fundamentais para a democracia e para o Estado Democrático de Direito.

Nós todos esperamos que essa questão seja vencida, porque é uma questão que está na ordem do dia, que tem recebido a evidência da pauta da comunicação social, da mídia brasileira, que tem trazido para o debate outras questões que envolvem esse momento tensionado da vida brasileira, recheado por delações, na expectativa de um dia a dia que acaba alcançando figuras até então proeminentes da vida pública nacional, ora um Governador, ora outro Governador, ora um Ministro, ora outro Ministro.

Sem dúvida nenhuma, esses fatos acabam contribuindo para a generalização da criminalização da política, do desmerecimento da política e dos partidos políticos.

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Por isso, Sr. Presidente, esperamos vencer mais este momento, mais esta etapa, para continuarmos a dar a nossa contribuição. Já quase no final do ano legislativo, percebemos claramente que, com toda essa expectativa, na verdade, o

Parlamento funciona a trancos e barrancos, como se diz na gíria.

Hoje mesmo, na oitiva de contribuições, na Comissão da Reforma Política, da qual nós participamos, tivemos essa nitidez. Desejamos a reforma, a mais importante das reformas, mas que momento, que dificuldades, que desafios!

Esperamos que este Parlamento consiga superá-los!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Ivan Valente.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu queria dar como lido o meu pronunciamento intitulado A permanência de Geddel Vieira Lima no Governo é insustentável.

Vários Ministros já saíram do Governo porque cometeram delitos: o ex-

Ministro Romero Jucá, com acusações da Operação Lava-Jato; o Ministro da

Transparência; e assim por diante.

Neste caso, o Ministro Geddel Vieira Lima foi denunciado por tráfico de influência por um colega seu. O então Ministro do Governo ilegítimo de Temer acusou Geddel Vieira Lima de tentar impor a construção de um prédio de mais de 30 andares, no qual ele é detentor de um apartamento.

Ora, se um Ministro faz isso, nós podemos pedir aqui uma acareação. O

Geddel disse que não houve nenhuma contradição, não houve tráfico de influência, não houve pressão. É uma vergonha o Temer mantê-lo na Presidência. Fez isso porque Geddel é da copa e cozinha. Aliás, toda a copa e cozinha do Governo Temer está enroscada na Lava-Jato: , Eliseu Padilha, Geddel.

Mais do que isso, Sr. Presidente, nós entendemos que a Comissão de Ética

Pública deve se posicionar rapidamente sobre o assunto. Nós entendemos também que, no ambiente de trabalho que se formou, não há mais condição de ser ingênuo.

O Sr. Marcelo Calero achou que ia encontrar um ambiente de trabalho junto com figurinhas carimbadas da política retrógrada brasileira com acusações de corrupção.

Por isso, Sr. Presidente, nós pedimos a saída imediata do Ministro, com sua demissão pelo Presidente da República.

Obrigado.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Ministério canadense montado por

Justin Trudeau foi elogiado no mundo todo por sua diversidade racial e de gênero. O

Ministério montado por Temer é composto apenas por homens brancos, e reúne figuras que não representam em nada os anseios da população. Não é à toa que já caíram cinco Ministros, mas muitos dos que restaram seriam insustentáveis em qualquer país que preze por valores republicanos. É o caso de José Serra, que recebeu 23 milhões da Odebrecht; de Eliseu Padilha, que acumula diversos escândalos, inclusive na Lava-Jato; é o caso de Alexandre de Moraes, que já fez uso político de informações privilegiadas da Polícia Federal. Henrique Meirelles, o

Ministro mais paparicado pela mídia, atende apenas a banqueiros e rentistas, sendo o pai da proposta de maior rejeição dos últimos tempos, a Proposta de Emenda à

Constituição nº 241, de 2016. O Ministro da Agricultura, , recebeu um colar de pérolas na semana passada de um grupo ativista, como ironia para as falas e atitudes mais desrespeitosas contra ambientalistas. O Ministro da Saúde, Ricardo

Barros, é financiado por agências de seguros e pretende sucatear o SUS. Sobre

Mendonça Filho, da Educação, os milhares de estudantes que ocupam escolas são a prova da impopularidade da reforma do ensino médio imposta na marra.

É só neste contexto deplorável que se explica que ainda se tente manter

Geddel Vieira Lima como Secretário de Governo. A denúncia contra ele partiu de dentro do Governo, do ex-Ministro da Cultura Marcelo Calero, logo após seu pedido de demissão. Na entrevista concedida à Folha de S.Paulo, ficou exposta a coação de Geddel para que Calero exercesse uma interferência inadequada sobre o IPHAN, com uma motivação que não poderia ser mais pessoal. Geddel adquiriu apartamento

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de um projeto imobiliário irregular em Salvador, que ultrapassaria o limite de andares permitido nos arredores de área preservada como patrimônio histórico.

Geddel minimiza a acusação de Calero e assume que as conversas existiram.

Mas a preocupação dele vem aumentando, pois já foi noticiado que alguns integrantes da Comissão de Ética adiantaram a opinião de que Geddel pode ser enquadrado por violação de conflito de interesses. O Secretário de Governo alega que há divergências entre o IPHAN baiano e o IPHAN nacional, mas o argumento não convence. Juca Ferreira, antecessor de Marcelo Calero, alertou pelo Facebook que nos últimos anos os embustes da superintendência local eram tão descarados que se empregavam até fotomontagens baratas. Juca Ferreira teria tentado desmontar tais esquemas; no entanto, a obra em questão foi autorizada por um engenheiro que, não por acaso, foi nomeado por Temer para assumir o IPHAN baiano.

Geddel, sem dúvida, exerce papel estratégico na articulação entre o Governo e o Congresso e, do ponto de vista do Planalto, não é facilmente substituível. No entanto, é insustentável manter um nome que já carrega o retrospecto do escândalo dos anões do Orçamento, que segundo os jornais será delatado pela Odebrecht e que agora sofre uma denúncia clara da parte de quem convivia no mesmo Governo.

Nós pedimos uma acareação entre Geddel e o ex-Ministro para apurar todos os fatos com o máximo de clareza.

É difícil compreender o que Marcelo Calero esperava ao aceitar participar tão de perto deste Governo ilegítimo, indisfarçavelmente corrupto e de viés antidemocrático que é o de Michel Temer. Diga-se de passagem que o desrespeito à cultura neste Governo é tão grande que, incialmente, cogitou-se rebaixar a Pasta a

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uma Secretaria subordinada ao Ministério da Educação. Seis mulheres foram convidadas para assumir tal Secretaria, e seis foram as recusas. Calero aceitou o posto de Ministro da Cultura, apesar da perspectiva de recursos cada vez mais exíguos e da falta de compromisso de Temer com todos os profissionais da cultura do País — que, aliás, vêm se manifestando contra o golpe com veemência.

Não compreendemos que ambiente de trabalho Marcelo Calero esperava encontrar, mas esperamos que sua saída, neste momento, sirva de estímulo a todos aqui que ainda consideram o Governo Temer defensável. O desentendimento entre

Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima deveria servir como aprendizado para toda nossa classe política. Esperamos que cresçam, de um lado, aqueles que compreendem que quanto mais cedo abandonarem o barco, melhor. E aqueles que, como Geddel, estão corrompidos demais para se salvar, devem cair um a um, pagando por erros que prejudicam a população de maneira devastadora.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Lucio Mosquini.

O SR. LUCIO MOSQUINI (Bloco/PMDB-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero cumprimentar o Deputado Estadual Maurão de

Carvalho, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, e agradecer-lhe a presença.

Hoje, nós estivemos com o Presidente Michel Temer e com o Governador

Confúcio Moura. Tratamos de um importante problema do nosso Estado, Presidente

Waldir Maranhão: a regularização fundiária.

Nós já tivemos vários conflitos agrários no Estado de Rondônia. O que estamos pleiteando junto ao Governo Federal é a transferência das terras devolutas da União, para que o Estado faça a gestão dessas terras, bem como a titularização dos assentamentos, dos imóveis rurais já entregues.

Por fim, eu quero cumprimentar o nosso Presidente da Assembleia e agradecer ao Presidente Michel Temer por ter recebido toda a bancada federal do

Estado de Rondônia e o nosso Governador.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Seja bem-vindo, Presidente da

Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia!

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra o Deputado Glauber

Braga.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos os que nos assistem neste momento, parece até uma piada os Líderes da base assinarem um documento prestando solidariedade ao Ministro Geddel.

O Ministro Geddel não nega as acusações do ex-Ministro da Cultura. Ele diz que, de fato, ligou para o então Ministro, agora ex-Ministro. Nós vamos considerar tudo isso muito natural? Geddel tem um imóvel e era diretamente beneficiado por essa pressão realizada para modificar uma decisão do IPHAN — Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Os Líderes da base, em vez de procurarem

Michel Temer para pedir a saída do Ministro, fazem uma carta de solidariedade.

A solidariedade dos Ministros — dos outros Ministros — e dos demais Líderes da base levam Geddel a se emocionar, em reunião realizada no dia de hoje.

É um absurdo que a Câmara dos Deputados, através das mais diversas

Lideranças, pactue com aquilo que foi feito pelo Ministro Geddel: pressionar um profissional do Governo para atender a um interesse pessoal em relação a um apartamento de milhões de reais! Ele merece dos Líderes da base a solidariedade por esse tipo de atitude? Isso é um absurdo!

Eu gostaria de ver os Líderes da base assumindo os respectivos microfones e prestando solidariedade a Geddel, hoje, aqui, no Plenário da Câmara dos

Deputados, como fizeram na reunião com ele. Eu gostaria de ver a coragem dos

Líderes da base para fazerem isso no dia de hoje.

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Hoje, um Ministro de Temer que pressiona um funcionário público para garantir o seu apartamento pessoal de milhões recebe uma carta de solidariedade e de incentivo dos demais Ministros e da base. Eu quero ver um desses

Parlamentares ter coragem de dizer que votou o impeachment em abril para diminuir a corrupção no Brasil. Isso é uma piada pronta!

Deputados e Deputadas, os senhores que acreditam que o Governo de

Michel Temer ainda pode ter o mínimo de respeito da sociedade brasileira tinham a obrigação de pedir ao próprio Temer a cabeça de Geddel, a saída do Ministro.

Agora, é natural que isso aconteça. Pelo menos nesta base de Governo, isso passa a ser natural, porque ainda é o Líder do Governo na Câmara dos Deputados aquele que sempre foi o maior aliado de Eduardo Cunha. Provavelmente, Eduardo

Cunha não faria diferente: daria um beijo na testa de Geddel e os parabéns pela sua atitude.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra o Deputado

Delegado Edson Moreira.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço que meu pronunciamento seja dado como lido e divulgado nos meios de comunicação.

É grande a violência que assola este País — Minas Gerais, São Paulo, outros

Estados, principalmente o Rio de Janeiro, onde, no último sábado, além de aparecerem sete cadáveres executados com tiros na nunca e em outros lugares mais, também derrubaram um helicóptero.

O tráfico de drogas está tomando tamanha proporção neste País, Sr.

Presidente, que nós temos que tomar uma providência, mas uma providência legislativa à altura, para combater esses criminosos.

Estão discutindo aqui as 10 Medidas contra a Corrupção. Ótimo!

Temos que discutir também as medidas para combater esse crime que chega a retirar vidas e mais vidas cotidianamente, chegando a um montante anual de 60 mil mortos no País provocados por crimes, sendo 90% desses crimes ligados ao tráfico de drogas.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, volto a esta tribuna para convidar

V.Exas. a refletirem sobre o caos que se tornou o Rio de Janeiro e,

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consequentemente, sobre a necessidade de darmos mais atenção à segurança pública deste País. O crime organizado tomou conta da cidade, que, ironicamente, é patrimônio cultural da humanidade.

Uma noite com vários tiroteios em diversas favelas daquela cidade, Sr.

Presidente, pôs as autoridades e os moradores em estado de alerta. Um helicóptero da Polícia Militar caiu na Cidade de Deus, provocando a morte dos quatro ocupantes. Corpos de sete homens foram encontrados na comunidade com indícios de execução. Certamente são de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. Por causa disso, a Polícia decidiu ocupar por tempo indeterminado aquela comunidade, onde ocorria um enfrentamento a tiros entre traficantes e milicianos por disputa de território.

Algumas hipóteses preliminares, Excelências, indicaram que o helicóptero poderia ter sido abatido pelos criminosos durante o confronto. Se isso for mesmo confirmado, não seria a primeira vez. Caso semelhante ocorreu em 2009, quando uma aeronave do tipo foi derrubada durante tiroteio com traficantes do Morro dos

Macacos. Três policiais morreram na ocasião.

O Secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, afirmou que, numa perícia preliminar, não foram encontradas marcas de tiros no aparelho nem nos cadáveres dos policiais. A queda poderia estar relacionada com uma falha mecânica ou humana. Quero acreditar que seja isso, Sr. Presidente!

O conflito na Cidade de Deus não foi o único daquele dia. Houve tiroteios em outras três favelas, inclusive no Complexo do Alemão. A guerra no Rio de Janeiro,

Excelências, só reforça o que eu sempre digo nesta Casa: o Brasil está passando

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por uma grave crise de segurança pública, e nós temos a obrigação de mudar esse quadro.

O Governo Federal ofereceu o apoio das tropas da Força Nacional para reforçar a segurança no Rio de Janeiro. Mas essa é uma medida paliativa,

Excelências. A eficácia é momentânea. Temos de encontrar alternativas para pôr fim, completamente, ao tráfico de drogas, que assola o nosso País do Oiapoque ao

Chuí! O Brasil sangra por causa desse mal. E nós, representantes do povo, prejudicados diretamente por esse problema, temos de encontrar soluções, através de leis mais eficazes.

É o que eu tenho a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

João Fernando Coutinho.

O SR. JOÃO FERNANDO COUTINHO (PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero engrossar o coro daqueles que têm defendido a segurança pública no nosso País. Acredito que a insegurança tem tomado conta de vários Estados brasileiros. Isso acontece também no nosso

Estado de Pernambuco. Há uma dificuldade incrível de combater alguns tipos de crimes, como assalto a banco, com o uso de explosivos, durante as madrugadas. É fundamental que haja uma interligação das polícias — Polícia Federal, Polícia

Militar, Polícia Civil, Exército Brasileiro —, através da inteligência, para buscar desvendar esses crimes.

Quero, na verdade, prestar minhas condolências a tantos policiais que têm tombado na sua atividade. Isso tem acontecido no Rio de Janeiro, como vimos nesse grave crime ocorrido no Estado, e em Pernambuco também vem ocorrendo.

Quero prestar minha solidariedade a todas as famílias de policiais, principalmente a toda a corporação, que sofre bastante na defesa da nossa sociedade brasileira.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra o Deputado

Henrique Fontana.

O SR. HENRIQUE FONTANA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Presidente Waldir Maranhão.

Colegas Deputadas e Deputados, há mais de duas semanas eu pensava em fazer esta fala na tribuna, mas outros assuntos tomaram prioridade. Porém, hoje eu a faço.

No último dia 31, encerrou-se o período de adesão ao programa que foi apelidado, Deputado Glauber, de Lei da Repatriação. Na verdade, o próprio nome do programa já procura dar um aspecto positivo para algo que deve ser mais profundamente debatido pelo nosso País, porque isso que chamam de repatriação é a legalização de capitais que foram para fora do País, Deputada Benedita. Na verdade, foram cometidos dois crimes: primeiro, o crime de sonegação tributária; segundo, o crime de evasão fiscal. Vejam que esse crime campeia no Brasil.

Inclusive, de última hora, queriam mudar a lógica do projeto, porque diziam que não estava bem atraente para quem tinha cometido o crime de evasão e o crime de sonegação tributária, ou seja, queriam ainda melhorar a condição para que o dinheiro voltasse ao País.

Propõem multas e impostos atrasados de 30%, o que é baixíssimo. O Imposto de Renda de quem paga na fonte e ganha acima de um determinado valor é de

27%. A repatriação de recursos deveria, no mínimo, cobrar 40% de multa mais imposto, mas a multa foi de 30%. Os impostos renderam 50 bilhões de reais. Ou seja, o volume total que veio para o País, que tinha saído no crime de evasão e no

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crime de sonegação, é algo em torno de 170 bilhões de reais. Alguns dizem que há mais 600 ou 700 bilhões de reais fora do País. Vejam a gravidade disso!

Aí está um ponto, Presidente Waldir Maranhão, que deveria ser trabalhado para reequilibrar as finanças do País: ampliar a capacidade de fiscalização para impedir que esse dinheiro todo que sai ilegalmente do País continue saindo. Eu digo desta tribuna: se voltarem para uma nova rodada, o critério mínimo é de que a tributação tem que ser de 40%, e não de 30%, como foi no último período.

Em outro momento, eu vou falar de novo sobre este tema, Sr. Presidente, porque a visão do Governo ilegítimo de Michel Temer para buscar uma condição de equilíbrio, de contas públicas melhores, é de proteger de forma total o andar de cima e empurrar toda a conta para o andar de baixo.

Então, aqui não se fala em imposto sobre grandes fortunas, em imposto sobre a transmissão de grandes heranças, em aumentar o percentual de multa e de tributação desse dinheiro que foi criminosamente levado para fora do País e que, depois de sonegar todos os impostos aqui, ainda foi desviado para o exterior através do crime de evasão fiscal.

Essas são as medidas que deveriam ser debatidas se, de fato, o que se quisesse fosse um ajuste justo para o País.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Hélio Leite, do DEM do Pará.

O SR. HÉLIO LEITE (DEM-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero primeiro cumprimentar, com muita honra, o Deputado Estadual Thiago Araújo, que está aqui presente e é do meu querido e amado Estado do Pará.

Quero dizer-lhes que fiz uma indicação ao Ministro das Cidades de algo que acho que é fundamental para nós que moramos na Região Norte, para nós que sabemos o que é o inverno, o que é o verão e principalmente o que sofrem aqueles que moram às margens dos rios ou dos igarapés, que moram nas ilhas e que, a cada ano, vivenciam um momento diferenciado.

O nosso inverno amazônico é muito forte. Ele se inicia geralmente no mês de março, quando é mais forte, e segue por vários meses com muita chuva na nossa região. Os nossos ribeirinhos, os pescadores, aqueles que moram às margens dos rios precisam de uma atenção especial do Governo Federal.

Eu fiz uma indicação ao Ministro das Cidades, Bruno Araújo, para que se fizesse um projeto diferenciado a fim de contemplar aqueles ribeirinhos, que precisam da atenção especial do Governo Federal. Trata-se de um projeto que é baseado em construir casas flutuantes para atender à necessidade desses ribeirinhos, porque, na época do inverno, suas casas são alagadas, eles perdem seus utensílios, seus roçados, perdem aquilo com o que trabalham para sustentar suas famílias e tudo o que possuem.

A nossa intenção é levar a esses ribeirinhos um projeto do Governo Federal que contemple não só os ribeirinhos do Estado do Pará, mas também do Amazonas,

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do Acre, de Rondônia, de todo o Brasil, haja vista, Sr. Presidente, Srs.

Parlamentares, que nós precisamos, sim, fazer projetos sociais de longo alcance que contemplem aqueles que têm menos neste País, aqueles que precisam de uma atenção muito especial. Essa nossa indicação traz, especialmente a todos nós da

Região Amazônica, aquilo que é fundamental: um projeto vital com uma casa séria, com uma casa bem construída, que pode até ter placas de energia solar.

Portanto, eu apresento, com muita honra, como paraense, esse grande projeto, para que o Ministro possa avaliá-lo, analisá-lo, levá-lo ao Presidente da

República e contemplar as centenas de famílias da nossa região que precisam desse grande benefício.

Deixo nesta Casa, mais uma vez, uma contribuição como Parlamentar que sabe o que é um rio, que sabe o que é a pesca, que sabe o que é a lavoura, que sabe o que é colher o açaí. Sei muito bem o que sofre cada ribeirinho do nosso

Estado do Pará, da nossa região.

Portanto, Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, deixo aqui essa contribuição, para que nós possamos avançar cada vez mais, dando estrutura, mas também condição para que nossos ribeirinhos possam viver dignamente como merecem.

Sr. Presidente, eu quero pedir a V.Exa. que autorize a divulgação deste nosso pronunciamento nos meios de comunicação desta Casa. Que ele sirva de plano piloto para o Governo Federal criar um programa voltado ao ribeirinho deste grande

Brasil.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Cacá Leão.

O SR. CACÁ LEÃO (Bloco/PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, venho aqui pedir ao Presidente Michel Temer e ao Presidente do Banco do Brasil que revejam a decisão de fechar mais de 400 agências Brasil afora.

No meu Estado, a Bahia, recebi hoje a ligação de diversos Prefeitos preocupados com o fechamento das agências nos seus Municípios, agências essas que fazem parte do dia a dia das cidades, que fazem parte da vida dos munícipes.

Muitas vezes, são elas que servem como postos de pagamento nas pequenas cidades, nos pequenos Municípios no nosso País.

Então, solicito a V.Exa. que divulgue nos meios regulamentares, no programa

A Voz do Brasil este pronunciamento em que peço ao Presidente do Banco do Brasil que reveja o fechamento de mais de 400 agências Brasil afora.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Afonso Motta.

O SR. AFONSO MOTTA (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, como já temos quórum, gostaria de começar a trabalhar. Então, faço um apelo a V.Exa. para que iniciemos a Ordem do Dia, porque é isso que se impõe. Nós precisamos trabalhar, antes de qualquer coisa. Há muito debate tensionado pelos corredores. É muito importante que os Deputados venham ao plenário, para começarmos a cumprir a nossa pauta.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Nós convidamos os Deputados a virem ao plenário, para que possamos dar início à Ordem do Dia.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Betinho Gomes.

O SR. BETINHO GOMES (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, peço apenas 1 minuto para também fazer aqui um registro de preocupação com o fechamento de algumas agências do Banco do Brasil no Estado de Pernambuco, especialmente a agência do distrito de Ponte dos Carvalhos, na

Cidade de Cabo de Santo Agostinho, um bairro com mais de 60 mil habitantes. No seu entorno, há uma população de quase 80 mil habitantes que se utiliza dessa agência do Banco do Brasil.

Já fiz o apelo diretamente ao Superintendente do Banco do Brasil em

Pernambuco. Faço também este apelo à Direção do Banco em Brasília, para que analise essa decisão, de maneira que nós possamos dar condições de prestação de serviços de qualidade aos moradores dessa localidade, e a fim de não prejudicar os comerciantes, empresários e, sobretudo, os trabalhadores que estão próximos ao

Complexo de Suape e que utilizam essa agência.

Então, quero fazer esse apelo e pedir que ele seja divulgado no programa A

Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - V.Exa. será atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra a Deputada

Benedita da Silva.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu ocupo mais uma vez esta tribuna para relatar mais um duro caso de racismo em nosso País, que ocorre justamente na Semana da Consciência Negra.

Dessa vez o episódio ocorreu, na manhã de ontem, no aeroporto de Porto

Alegre, no Rio Grande do Sul, com a cineasta Adélia Sampaio, de 72 anos, que foi barrada quando embarcava em seu voo com destino ao Rio de Janeiro, após participar de um evento na capital gaúcha em celebração ao Dia da Consciência

Negra.

Sr. Presidente, a cineasta possui próteses metálicas na coluna e no joelho e por esse motivo ela não passou no detector de metais do aeroporto.

Segundo o relato da própria Adélia Sampaio, pediram que ela se dirigisse a uma sala fechada, e lá a cineasta ouviu de uma funcionária do aeroporto que deveria tirar as roupas e ficar de joelhos, ocorrendo assim mais uma situação vexatória e um comportamento racista.

Em seguida, dois agentes da Polícia Federal passaram a conduzir a ação e levaram Adélia e a funcionária à delegacia da Polícia Federal do próprio aeroporto, onde Adélia afirma ter passado por um novo constrangimento:

Na hora de assinar o papel, percebi que na lacuna

da cor o delegado informou que eu era branca. E, na de

profissão, estava sem nada preenchido. Recusei-me a

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assinar. Depois, foi consertada a parte da cor, mas a da

profissão permaneceu sem nada escrito.

Registro aqui a minha indignação com esse tipo de abordagem, Sr.

Presidente, pois nós sabemos que existem mil formas de conduzir esse processo que não levem ao constrangimento, com respeito ao ser humano.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Vou conceder por 1 minuto a palavra ao Deputado Renato Molling; depois, ao Deputado Valdir Colatto.

O SR. RENATO MOLLING (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente Waldir Maranhão.

Eu queria só fazer um registro da audiência pública que nós realizamos há pouco na Comissão de Desenvolvimento Econômico sobre a defesa comercial, onde tivemos a presença de representantes do MDIC, dos setores de transformação e do

Ministério da Fazenda.

Existe a preocupação de fazer com que as nossas indústrias possam produzir, exportar e gerar empregos. Acho que o País tem potencial enorme para crescer, mas é preciso realmente que se tenha um ambiente favorável para produzirmos e exportarmos produtos de qualidade.

Nesse sentido, o câmbio também é fundamental para que possamos gerar 12 milhões de empregos, porque ainda há muitas pessoas desempregadas, e é a indústria que vai fazer isso. Para isso, precisamos de condições favoráveis para produzir, gerar emprego aqui dentro e exportar, porque o nosso produto é muito bem acolhido lá fora.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Gostaria que este pronunciamento fosse registrado no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - V.Exa. será plenamente atendido.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Valdir Colatto, do PMDB de Santa Catarina.

O SR. VALDIR COLATTO (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero repercutir uma posição do Ministro Blairo Maggi, na

COP 22, em Marrakesh, no Marrocos, quando manifestou a dificuldade do Brasil em assumir as responsabilidades. Capitaneado pelo Ministro Zequinha Sarney, S.Exa. está se comprometendo em nome do Brasil a fazer a recuperação de 12 milhões de hectares de pastagem e o reflorestamento de 15 milhões de hectares no País.

Isso, Sr. Presidente, vai custar a bagatela de 40 bilhões de dólares, mais um

ônus para o Brasil, que é o país que mais preserva no planeta — 61% do território brasileiro é floresta nativa. Nós apenas cultivamos 8% das nossas áreas agricultáveis e temos em torno de 20% para a pecuária. O Brasil tem em torno de 80 bilhões de reais de superávit na balança comercial, vindo da agricultura. E nós estamos sendo castigados.

Por isso, estou levantando aqui a preocupação que temos com a questão ambiental no Brasil, que está engessando a agricultura brasileira.

Até agora, o Ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, por meio dos seus assessores, do IBAMA e de ONGs, está contestando o Código Florestal

Brasileiro, aprovado por esta Casa em 2012. Dizem que ele é inconstitucional, buscam ações no Supremo Tribunal Federal e nas Justiças Estaduais para que os pequenos agricultores que possuem até quatro módulos tenham de reflorestar os

20%, 35% ou 80%, como é na Amazônia.

Mas se esquecem ou não sabem aqueles que não conhecem o assunto que isso vai impactar na produção nacional de alimentos. Só nessa área, são em torno

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de 28 milhões de hectares de reserva legal. Se alguma reposição tiver que ser feita, vai impactar na nossa produção em quase 50%. E o que vai acontecer? Menos produção, mais custo, o Brasil perde a competitividade, perde mercado lá fora, e isso acaba trazendo mais custo para aqueles que consomem os produtos brasileiros.

Nós não deixamos nada a dever para os outros países na questão ambiental.

Nós fazemos a nossa parte. A nossa legislação é a mais dura do Planeta. Os outros não fazem isso e ainda nos impõem, como na COP 22, o reflorestamento de 15 milhões de hectares e mais 12 milhões de recuperação de pastagens. São 27 milhões de hectares.

Ora, se nós plantamos 60 milhões de hectares, vejam o impacto que isso vai causar à nossa economia, Sr. Presidente.

Então, eu acho que está na hora de o Ministro José Sarney Filho, junto com todos aqueles que, numa linha radical, xiita, ambiental e contra a agricultura, marcam de perto as atividades agrícolas com multas, impedimentos de cultivo, criam dificuldades e não aceitam a ciência e a tecnologia, começarem a repensar o Brasil.

O que nós queremos para o Brasil? Qual é a ocupação territorial que nós queremos? Queremos deixar a floresta, plantar, produzir alimentos? Eu acho que sim: nós temos que produzir alimentos para vender lá fora. Além de alimentar 200 milhões de brasileiros, também temos que trazer dólares para cá, para que possamos fazer a infraestrutura e a logística que nós não fizemos até hoje.

Os problemas da agricultura ocorrem fora da porteira, não dentro da porteira, porque dentro da porteira o nosso agricultor é o mais competente e o mais competitivo do mundo.

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Por isso, sempre digo, Sr. Presidente: se o agricultor não planta, nós não almoçamos e não jantamos na cidade.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra o Deputado Celso

Maldaner.

O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu gostaria de destacar que o

Ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, e o

Embaixador do Irã no Brasil, Mohammad Ali Ghanezadeh, reuniram-se na última sexta-feira, em Brasília, para assinar o memorando de entendimento que cria o

Comitê Consultivo Agrícola entre os dois países.

Com a criação do Comitê Consultivo Agrícola — CCA, Brasil e Irã esperam intensificar o diálogo e ter mais dinamismo nas relações comerciais. O CCA será copresidido pelo Secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — MAPA, Odilson Ribeiro e Silva, e por um representante do Governo iraniano.

O Comitê Consultivo Agrícola é um mecanismo de consultas para assuntos de interesse bilateral. Trata-se, Sr. Presidente, de instrumento que serve para o estreitamento das relações governamentais, no qual são abordados temas comerciais, sanitários, fitossanitários, questões não tarifárias — referentes principalmente à sustentabilidade e à agregação de valor —, promoção comercial e cooperação.

O Ministro Blairo Maggi anunciou que o Brasil e o Marrocos também devem criar um Comitê Consultivo Agrícola, ampliando ainda mais esse processo.

Eu queria dar como lido este pronunciamento, Sr. Presidente, e solicitar que seja divulgado no programa A Voz do Brasil.|

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de destacar que o Ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, e o Embaixador do Irã no Brasil, Mohammad Ali Ghanezadeh, reuniram-se na última sexta-feira (18), em Brasília, para assinar o memorando de entendimento que cria o Comitê

Consultivo Agrícola (CCA) entre os dois países. Com a criação do Comitê Consultivo

Agrícola, Brasil e Irã esperam intensificar o diálogo e ter mais dinamismo nas relações comerciais. O CCA será copresidido pelo Secretário de Relações

Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Ribeiro e Silva, e por um representante do Governo iraniano.

O Comitê Consultivo Agrícola é um mecanismo de consultas para assuntos de interesse bilateral. Trata-se de instrumento que serve para o estreitamento das relações governamentais, no qual são abordados temas comerciais, sanitários, fitossanitários, questões não tarifárias (sustentabilidade, agregação de valor etc.), promoção comercial e cooperação. O Ministro Blairo Maggi anunciou que o Brasil e o Marrocos também devem criar um Comitê Consultivo Agrícola, ampliando ainda mais este processo.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Ricardo Tripoli, do PSDB de São Paulo.

O SR. RICARDO TRIPOLI (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que me traz à tribuna hoje é um relato, bem sucinto, do que ocorreu na COP 22, no Marrocos. Fizemos parte da comitiva de

Deputados e Senadores que foram à COP 22, evento sobre mudanças climáticas.

O Ministro Sarney Filho, como sempre, de forma brilhante conduziu as negociações, juntamente com a Chancelaria do Itamaraty. O Ministro José Serra designou o Embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, que, conjuntamente com o Ministro Sarney Filho, fez os entendimentos.

No início, os países chamados desenvolvidos tomaram a dianteira, mas, ao término das reuniões, o Brasil teve um papel preponderante no que diz respeito à divulgação das chamadas energias alternativas.

Lá o biocombustível foi exaustivamente discutido, inclusive o bioquerosene. O

Brasil tem sido protagonista nessa nova possibilidade de combustíveis não fósseis, isto é, combustíveis que não sejam originários do petróleo, nem da queima do carvão. Isso deu certa estrutura para que o Brasil pudesse começar a operar e a trabalhar nessa linha das mudanças climáticas.

Quanto às negociações do Tratado, que iria até 2018, alguns países da

Europa pretendiam que fossem interrompidas. Nós não concordamos. Houve um recuo dos países chamados desenvolvidos, para que houvesse a continuidade da discussão desses temas, que vão culminar, em 2018, na redução de dois graus de aquecimento do planeta. O Brasil pretende que seja 1,5, conforme o Tratado de

Paris. O Brasil será pioneiro nessa questão.

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E tenho certeza de que, embora houvesse certo receio ou certo preconceito em relação ao novo Presidente da República dos Estados Unidos da América do

Norte, isso foi dissipado durante a reunião, porque obviamente os Estados Unidos têm uma visão muito maior do que a do próprio Presidente. Lá há um Congresso

Nacional, e os Estados são mais independentes.

E nós verificamos a grande vontade de participação não só dos Estados

Unidos, mas também da China, que afirmou: caso haja dificuldade na implantação dos recursos, que são da ordem de 100 bilhões de dólares para os países em desenvolvimento aplicarem na redução do efeito do carbono, a China se prontifica a ajudar, avançando nesse aspecto.

Portanto, tenho certeza do trabalho realizado pelos Parlamentares,

Deputados Federais e Senadores, e pela Embaixada. E quero deixar um cumprimento ao pessoal da Chancelaria e do Ministério do Meio Ambiente e à

Assessoria do Ministro, que colaborou — e muito — para que nós pudéssemos participar efetivamente das discussões.

Não estivemos lá simplesmente para ao assistir ao evento; participamos das discussões, das negociações, dos tratados que lá ocorreram.

Com relação a isso, sem sombra de dúvida, o Brasil tem um grande mérito.

Nós temos no País o maior berço da biodiversidade, que é a Floresta Amazônica.

Temos no Brasil áreas intactas, que ainda podem receber royalties. Temos florestas em que podemos buscar conhecimento científico para a identificação de medicamentos que ainda não foram identificados no mundo inteiro, e podemos receber royalties por isso. Hoje o Brasil perde muito no que diz respeito ao tratamento científico. Muito do Brasil é levado para fora daqui, para fora das nossas

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florestas. Fazem-se medicamentos lá fora, e nem sempre se pagam royalties para o

Brasil. Vamos continuar exigindo dos países envolvidos a contrapartida.

Por outro lado, temos de cumprir a nossa lição de casa, Sr. Presidente.

Temos de fazer com que o Brasil cumpra as metas que assinou, que subscreveu durante a discussão do Tratado. Temos de diminuir ou, se possível, terminar com a supressão de vegetação, principalmente nos nossos biomas.

Há a questão da água, que é fundamental. O Brasil detém 12% da água doce do planeta! O ser humano poderá viver sem o petróleo, mas jamais poderá viver sem água, o grande produto que conduzirá o processo de desenvolvimento no futuro, bem como as chamadas energias renováveis, como a eólica e a energia solar. O Brasil tem sido protagonista nesse sentido.

Sr. Presidente, deixo aqui este pequeno relato às Sras. Deputadas e aos Srs.

Deputados sobre o trabalho exercido por todos os Parlamentares que lá estiveram, com a contribuição efetiva do Ministério do Meio Ambiente e da Chancelaria do

Itamaraty, que colaborou, e muito, para o êxito dessa missão.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Betinho Gomes.

O SR. BETINHO GOMES (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, todos nós sabemos que o Brasil passa por uma das piores crises econômicas da sua história. Estamos vivendo uma das maiores recessões da história. O desemprego aumentou, chegando a alcançar 12 milhões de brasileiros!

No dia de hoje, o IBGE divulgou, mais uma vez, o resultado de um estudo que confirma esta situação lamentável, construída a partir de uma política econômica equivocada que prejudica, hoje, milhares de brasileiros.

Contudo, há um segmento, uma faixa etária que tem sido a grande prejudicada. Dos quase 12% de desempregados, 25% são jovens entre 18 e 24 anos. É algo assustador: uma população que está em plena condição de exercer uma atividade econômica, não consegue acesso ao mercado de trabalho, seja pela falta de oferta, seja pela falta de qualificação profissional!

Esse dado precisa ser analisado, para que possamos rapidamente buscar soluções para que a juventude seja inserida no mercado de trabalho.

Uma geração inteira pode estar se perdendo em função de uma crise, que é duradoura, que é extremamente grave e que merece de nossa parte uma preocupação muito especial.

Há pouco, discutíamos na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania a necessidade de aprovar um projeto que estabelece regras para a Zona de

Processamento de Exportação, uma estratégia para gerar empregos, para garantir o combate à desigualdade regional e, certamente, para ajudar a solucionar essa grave questão.

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É importante também que possamos ter, por parte do Governo, uma ação mais enérgica e mais ousada que passa neste instante pela corajosa ação de redução de juros na economia. O Governo já deu um passo: o Banco Central reduziu em 0,25% os juros. Mas isso é pouco para que possamos aquecer a economia, estimular os empreendimentos e os investidores e garantir novas ações no sentido de gerar oportunidade de emprego.

É necessário que o Governo vá adiante, não só no controle dos gastos, mas também numa decisão fundamental, que precisa ser tomada agora: uma redução mais célere da taxa de juros para geração de empregos e combate contra a grave situação que alcança a nossa juventude, juventude essa que está perdendo o seu presente e que terá o seu futuro comprometido. Portanto, é preciso que, na hora da discussão, na hora do debate e do enfrentamento sobre o aquecimento da economia e geração de oportunidades, nós pensemos nessa juventude, que hoje representa

25% dos desempregados de todo o Brasil.

Deixo aqui esse meu registro, com a preocupação de que urgentemente efetuemos uma ação voltada para a geração de emprego e renda, e o Brasil saia da crise.

Só assim a nossa juventude poderá novamente aspirar a ter acesso ao mercado de trabalho, a partir da educação, da qualificação profissional e também de uma política econômica ousada que permita a retomada do crescimento econômico.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra o Deputado

Caetano, do PT da Bahia.

O SR. CAETANO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu já falei várias vezes aqui da tribuna da Casa que essa política econômica do Governo ilegítimo do Temer está equivocada, está errada. Também, pudera! Ele colocou banqueiro para tomar conta da economia, e está dando no que estamos vendo: aumento assustador do desemprego em nosso

País.

No Nordeste, Sr. Presidente, a taxa de desemprego subiu de 10,8% para

14,1%! Foi a maior taxa de desemprego já registrada. No Sudeste, de 9% para

12,3%; no Norte, de 8,8% para 11,4%; no Sul, de 6% para 7,9%; no Centro-Oeste, de 7,5 para 10%. O Nordeste registra a maior taxa de desemprego! É bom lembrar que, no Governo Lula, ela era de 4,6%, a menor taxa de desemprego, e agora aumenta desse jeito, assustadoramente.

O Governo Temer ameaça fechar agências do Banco do Brasil em vários

Municípios da Bahia e do Brasil.

Será que o Presidente Temer, o Presidente ilegítimo, sabe o que é fechar uma agência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal de uma cidade do interior de qualquer Estado, principalmente da minha querida Bahia? Ao fechar a

única agência de banco da cidade, a população terá que se deslocar para outras cidades, para fazer suas transações bancárias, Sr. Presidente.

Vejam os efeitos da PEC 241: na prática, houve o aumento assustador do desemprego no País e, acima de tudo, já se ameaça fechar agências do Banco do

Brasil no País inteiro. Daqui a pouco, será da Caixa Econômica Federal! O próximo

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passo será a privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. É por isso que eles estão vendendo o nosso pré-sal, a PETROBRAS.

Tenho dito aqui, a todo instante e a toda hora, que a política econômica deste

Governo não está dando certo. Eles estão colocando os problemas da crise social e econômica no colo dos trabalhadores brasileiros da classe média. Esse é um caminho equivocado no mundo inteiro. Os países que seguiram esse caminho que o

Governo desastrado do Presidente Temer está percorrendo só erraram.

Ao aumentar o desemprego, aumentam os problemas sociais, aumentam os problemas de segurança pública. Os Municípios e os Estados terão que investir mais em segurança pública, terão que gastar mais recursos em programas sociais, já que o Governo Federal está restringindo esses ganhos sociais, está subtraindo esses ganhos sociais e, agora, mais profundamente, está provocando o desemprego em toda a Nação brasileira.

Esta Casa precisa reagir, Sr. Presidente. Nós não podemos permitir que o desemprego alastre-se dessa forma no País inteiro! É preciso que os partidos da base do Governo se posicionem nesta Casa!

Cadê a voz do PSDB, que criticava aqui profundamente as políticas econômicas do Governo passado? Agora está caladinho, concordando, participando de jantares e mais jantares no palácio do Presidente Temer, esse interino, esse ilegítimo, esse golpista! E olhem o golpe contra a Nação brasileira. Cadê a reação do DEM? E o PMDB, que há muito tempo está caladinho, na comilança do Governo

Federal. Estão aparecendo escândalos e mais escândalos envolvendo Ministros do

PMDB e também de outros partidos.

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Eu quero ver aqui a reação do Democratas, do PSDB, do PPS, dos partidos que se diziam defensores da sociedade brasileira. Sequer uma voz desses partidos se levanta mais aqui dentro em defesa do povo.

Nós temos que reagir a essa política equivocada, nefasta, do Governo Temer, que coloca o problema da crise nas costas dos trabalhadores brasileiros, da sociedade brasileira. Essa é uma política enterrada! Retirem esse banqueiro do

Ministério da Fazenda. Esse banqueiro só vai governar para os banqueiros, e não para o povo brasileiro. Esse banqueiro só vai governar para a sua elite, para a sua classe, e não para o povo brasileiro.

Manifestamos o nosso mais veemente repúdio a essa política equivocada, Sr.

Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que nos assistem e nos acompanham pela TV Câmara, infelizmente, ocupo este espaço para falar sobre um problema que, desde 2003, o Brasil estava combatendo e já havia praticamente superado. Falo do desemprego.

Hoje, recebemos a triste notícia, através de uma pesquisa do IBGE —

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de que o desemprego voltou a disparar no Brasil, após o golpe que resultou na queda da Presidenta Dilma.

De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego subiu em todas as Regiões brasileiras, no terceiro trimestre, em relação a igual período de 2015. No Nordeste, o

índice de desemprego passou de 10,8% para 14,1%; no Sudeste, de 9% para

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12,3%; no Norte, de 8,8% para 11,4%; no Sul, de 6% para 7,9%; e no Centro-Oeste, de 7,5% para 10%.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios —

PNAD Contínua e foram divulgados pelo instituto na manhã de hoje, dia 22.

A taxa média de desemprego é de 11,8%, o que corresponde a mais de 12 milhões de brasileiras e brasileiros desempregados de Norte a Sul do País.

Eu quero fazer um destaque, com muito pesar, Sr. Presidente, sobre a minha

Bahia. Infelizmente, Sras. e Srs. Deputados, a minha Bahia é o Estado com o mais alto índice de desemprego do Brasil, já que 15,9% dos baianos estão sem emprego.

A Bahia, que durante os Governos de Lula e de Dilma experimentou um extraordinário desenvolvimento social e econômico, agora sofre nas mãos desse

Governo ilegítimo.

O Norte e o Nordeste, Sr. Presidente, estão agonizando! Em Pernambuco, outro Estado onde os Governos do PT fizeram uma revolução social e econômica, a taxa de desemprego é de 15,3%. No Amapá, são 14,9% os desempregados. Com taxa de 12,8%, São Paulo concentra mais de 3 milhões de desempregados, um quarto do total nacional! Em 1 ano, o crescimento do número de desempregados foi de 38,4%, um acréscimo de 864 mil pessoas. Essa alta é superior à media do País, de 33,9%.

Portanto, Sr. Presidente, eu quero lamentar aqui esses dados. Nos Governos do PT, vivemos a época do pleno emprego, quando o número de desempregados ficava abaixo de 55. É triste, agora, ver o índice de desemprego voltar a subir. Isso ocorre, porque temos, agora, um Governo ilegítimo, que não passou pelo crivo da

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urna, não foi eleito pelo povo e governa para o mercado financeiro, financiando banquetes, jantares e almoços para o Congresso aprovar medidas antipovo.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. BETINHO GOMES (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, só quero lembrar que o Ministro Henrique Meirelles foi Presidente do

Banco Central durante o Governo Lula. Então, essa confusão, essa amnésia seletiva nos impressiona. Inclusive o Joaquim Levy, que estava no Bradesco, foi Ministro da

Fazenda no Governo Dilma.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Concedo a palavra ao Deputado

Andres Sanchez, por 1 minuto.

O SR. ANDRES SANCHEZ (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que autorize o registro nos Anais da Casa e a divulgação nos meios de comunicação da Câmara e no programa A Voz do Brasil da entrevista, anexa, com a Presidente da APEOESP — Sindicato dos Professores do

Ensino Oficial do Estado de São Paulo, a educadora Maria Izabel Noronha, a Bebel, publicada na revista CartaCapital, do último dia 9, intitulada Escola Desigual.

Na referida entrevista, a Profa. Maria Izabel faz uma análise do quanto será prejudicial para a educação a Medida Provisória nº 746, de 2016, a chamada MP do

Ensino Médio, além de promover o retrocesso nas áreas da saúde e da educação.

Então, Sr. Presidente, eu faço questão de que meu pronunciamento seja registrado nos Anais da Casa.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Deputado Andres Sanchez, V.Exa. será atendido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, solicito a V.Exa. que registre nos

Anais desta Casa e autorize a divulgação nos meios de comunicação e no programa

A Voz do Brasil de entrevista, em anexo, da Presidente da APEOESP — Sindicato de Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, a educadora Maria Izabel

Noronha, publicada na revista CartaCapital do dia 9 próximo passado, intitulada

Escola Desigual.

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Na referida entrevista, a Profa. Maria Izabel Noronha faz uma análise do quanto será prejudicial para educação a MP 746, a chama de MP do Ensino Médio, e ainda, o retrocesso que trará para as áreas da saúde e da educação a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 241, de 2016, já aprovada por esta Casa e hoje em tramitação no Senado Federal.

Segundo a professora, a aprovação dessas medidas fará com que o piso salarial dos professores, conseguido com tantas lutas, passe na verdade a ser o teto da categoria, e fará com que a Meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE), de valorizar os profissionais do magistério das redes públicas da educação básica, a fim de equiparar o rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente, seja esquecido completamente, pois a MP faz um ataque frontal à carreira docente, e, no que se refere ao ensino médio integral, o Governo desconsidera a realidade de desigualdade social do Brasil.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com a palavra o Deputado Décio

Lima.

O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, apenas peço que V.Exa. receba como lido o registro que faço acerca da tramitação da PEC da maldade, a PEC 55, no Senado Federal, e das opiniões colhidas, em votação popular no site do Senado, acerca da instituição do Novo

Regime Fiscal que, sem dúvida nenhuma, levará o Brasil a uma agenda de subdesenvolvimento.

Solicito a V.Exa. que acolha como lido este pronunciamento e dê a ele divulgação pelos meios de comunicação desta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Com certeza seu pedido será acolhido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a PEC da maldade ganha nova nomenclatura no Senado e passa a ser chamada de PEC 55. Assim que chegou ao

Senado, o site da Casa revisora colocou em aberto pesquisa popular para avaliar a aprovação ou não por parte da população em relação à PEC. Em menos de 24 horas o site já havia registrado uma repulsa histórica da população brasileira.

Atualmente, 320 mil pessoas rejeitam a PEC e apenas 20 mil pessoas aprovam o projeto. Ou seja, 94% da população brasileira são contra essa aberração apresentada pelo Governo Temer. Espero que o Senado não cometa o mesmo erra desta Casa e ouça a população brasileira.

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A restruturação do neoliberalismo no Brasil, com as suas maldades infiltradas via Estado, como a estratégia de beneficiar os rentistas, o modo como rentistas e conglomerados econômicos se utilizam da máquina pública para seu autobenefício evidenciam a atual realidade da economia brasileira. Na verdade, o neoliberalismo nunca defendeu a não intervenção do Estado na economia. Defende fortemente a intervenção do Estado, mas não para regulá-lo e, sim, para destruir os direitos sociais e trabalhistas e aumentar a desigualdade social, promovendo a concentração de renda por meio das benesses do Estado com o setor privado.

Para se ter uma ideia, há 10 anos o orçamento da saúde era de 33 bilhões.

Em 2015, o orçamento de investimento nos Governos Lula e Dilma foi para 100 bilhões. Se estivesse valendo a regra de Temer, o orçamento hoje seria de 69 bilhões, 228 bilhões a menos. Na educação o resultado é ainda pior. Em 2005, o orçamento era de 14 bilhões, em 2015 foi para 98 bilhões. São 350 bilhões de diferença.

Na Cultura, o orçamento em 2005 era 5,6 bilhões a menos. Em 2015, o orçamento foi para 18,9 bilhões. Com a PEC da maldade seria de 8,3 bilhões. São

125 bilhões investidos a mais nesses 10 anos. Nessas três áreas são 700 bilhões a menos em 10 anos.

Se for levado em conta o salário mínimo — se estivéssemos na lógica do

Temer — o salário mínimo de hoje, de 880 reais, seria 550 reais, 330 reais a menos.

Deixo aqui uma descrição feita pelo ilustre economista Bresser Pereira: “Um capítulo impressionante dessa luta de classes de cima para baixo está hoje sendo travado no Brasil através da PEC 241, que visa a desmontagem do Estado Social brasileiro — ou seja, reduzir em termos per capita seus gastos com educação e

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saúde. Com o aumento da população e do PIB os recursos para esses dois fins necessariamente se reduzirão em termos percentuais do PIB e em termos per capita”.

Congelar por 20 anos recursos financeiros federais destinados a saúde, educação e assistência social, que ano a ano crescem segundo as necessidades da população, pode ser entendido como o estabelecimento da antipolítica da garantia dos direitos sociais, conquistados e registrados na Constituição Federal brasileira.

Essa proposta inviabiliza o cumprimento do Plano Nacional de Educação, Lei nº

13.005, de 2014, e é uma afronta contra tais direitos.

É fundamental que a sociedade se oponha à PEC 241 e convença cada

Deputado e cada Senador a votar contra a matéria. Parece que estamos falando só do presente ou só do Plano Nacional de Educação, que se encerra em 2024, mas, na realidade, estamos falando de um período de 20 anos de vigência dessa proposta de diminuição do investimento em educação, saúde e assistência social. E vamos viver 20 anos sem a possibilidade de o País ser de fato próspero e digno para sua população.

Essa PEC significa o maior ataque da história à Constituição Federal e ao

SUS, que já sofre com a falta de recursos e poderá ser paralisado, se aprovada a proposta.

Na educação, essa PEC significa que nenhum centavo novo vai chegar para creches, escolas, universidades públicas e para melhoria do salário dos professores.

Ela praticamente inviabiliza as metas do Plano Nacional de Educação.

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O ex-Ministro da Saúde José Gomes Temporão, em recente entrevista para a revista CartaCapital, afirmou que essa PEC pode significar a morte de milhões e brasileiros nos próximos 20 anos. Vejam um trecho da entrevista:

Subfinanciado desde a sua criação, o Sistema

Único de Saúde já tinha a sua sustentabilidade ameaçada

pelas transformações que o País passa: um acelerado

envelhecimento da população, acompanhado do aumento

da prevalência de doenças crônicas, a demandar

tratamentos prolongados e dispendiosos. A PEC 241, que

congela os gastos públicos por 20 anos, apenas agrava o

problema, com a perspectiva de perda real de recursos,

avalia o médico José Gomes Temporão, ex-Ministro da

Saúde do Governo Lula.

Mesmo com o alívio no primeiro ano, é prevista uma perda acumulada de centenas de bilhões de reais ao longo dos 20 anos de vigência. “Essa decisão do

Congresso é uma condenação de morte para milhares de brasileiros que terão a saúde impactada por essa medida irresponsável”, diz Temporão, em entrevista à

CartaCapital. “Estamos falando de fechamento de leitos hospitalares, de encerramento de serviços de saúde, de demissões de profissionais, de redução do acesso, de aumento da demora no atendimento”.

Para o ex-Ministro, o País renuncia ao seu futuro ao sacrificar a saúde e a educação no ajuste fiscal. “Se existe um problema macroeconômico a ser enfrentado, do ponto de vista dos gastos públicos, há outros caminhos. Mas este

Governo não parece disposto a enfrentar a questão da reforma tributária”, afirma.

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“Temos uma estrutura tributária regressiva no Brasil, que penaliza os trabalhadores assalariados e a classe média, enquanto os ricos permanecem com os seus privilégios intocados”.

Encerro com as palavras do historiador Leandro Karnal. “Salvar a economia é muito importante, mas nós temos que salvar com os passageiros, não apenas com o barco”.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Waldir Maranhão) - Tem a palavra o Deputado Pompeo de Mattos.

O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, venho à tribuna protestar pela forma como o meu querido Banco do Brasil, através da sua Diretoria, age, interage e reage, com o fechamento de 402 agências do maior banco do País, com a transformação de 372 novas agências em postos de atendimento, com o fechamento de 31 superintendências do Banco do Brasil e com um programa de demissão voluntária para que centenas de colegas busquem aposentadoria, às vezes, até compulsória.

O que me traz aqui é a preocupação por saber que o Banco tem sua autonomia, mas ele não pode esquecer que é público e, como tal, tem que prestar um serviço relevante à Nação brasileira, ao povo, ao cidadão, à cidadania.

Ele é mais do que Governo; ele é uma instituição da República; ele é uma instituição de Estado e como tal tem que ser visto e tem que agir.

Neste momento em que a crise econômica se abate sobre o País, neste momento em que o desemprego bate na casa de dezenas, centenas, milhares, milhões de famílias deste País, o maior banco do Brasil, o banco mais rico do Brasil, o banco que tem a melhor lucratividade dá um mal exemplo ao gerar desemprego.

Eu trago aqui a minha preocupação, em nome dos meus colegas do Banco do

Brasil. Eu respeito a direção nacional do Banco, eu tenho compreensão da sua estrutura, da sua hierarquia, mas aqui no Parlamento eu preciso dizer, como colega, como funcionário do Banco do Brasil, que este não é o melhor momento, esta não é a melhor hora, este não é o melhor jeito.

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Isso é um tiro no pé. É ruim para o Governo do Presidente Michel Temer, é ruim para o País, é ruim para a nossa economia, é ruim para o emprego. É bom para o desemprego.

Isso estimula outros bancos a fazer a mesma coisa. Atrás desse virão milhares. Porteira por onde passa um boi passa uma boiada. Deputado Afonso

Motta, V.Exa., que é do Alegrete, entende de boiada. É o que eu estou vendo: o

Banco do Brasil puxa à frente, atrás virão a Caixa Econômica Federal, o BRB, o

BNDES, o Banrisul, os bancos privados.

Mais do que nunca, se o Banco do Brasil, que é público, que é do Governo, faz isso, toma essa atitude, não tem o mínimo de força para segurar a peteca nesta hora, para evitar a avalanche do desemprego no País, por que os outros bancos terão de agir com responsabilidade?

No mundo há três tipos de empresas que dão lucro, e muito lucro: o primeiro

é banco bem cuidado; o segundo é banco mal cuidado; o terceiro é banco quebrado.

Ou seja, banco dá lucro, tem lucratividade! Devagar com o andor, que o santo é de barro.

O Banco do Brasil, por conta de sua direção, não está dando o melhor exemplo, não está colaborando com aquilo pelo quê todos nós estamos nos esforçando: o combate ao desemprego. A economia está difícil? Está, mas temos que nos segurar. Se há alguém que poderia segurar a peteca nesta hora é o Banco do Brasil.

Por isso, o meu protesto: não ao desemprego!

O Sr. Waldir Maranhão, Vice-Presidente, deixa a

cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. José

Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno.

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O SR. PRESIDENTE (José Rocha) - Convido para usar da palavra o ilustre

Deputado Cabo Sabino, do PR do Ceará.

O SR. CABO SABINO (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, eu não costumo tratar de questões partidárias. Não gosto muito de entrar nessa disputa de posicionamento de partido A ou B, mas fica difícil nos calarmos, quando nos deparamos com a incoerência de alguns colegas da Casa.

Um Deputado do Partido dos Trabalhadores subiu à tribuna e criticou duramente o projeto da repatriação e a tentativa do Governo Michel Temer de tentar votá-lo mais uma vez, modificando-o em parte.

Até então estava com ele em gênero, número e grau, mas, por desencargo de consciência, fui consultar os Anais da Casa e, quando fui olhar a página do nobre colega Deputado aqui da Casa, vi que S.Exa. votou a favor do PL 2.960/15, no dia

11 de novembro de 2015, votou contra a retirada do projeto de pauta, votou a favor do projeto, exatamente o projeto que se tornou lei e que possibilitou a repatriação no

País, o projeto que institucionalizou uma lavanderia do crime, o projeto que institucionalizou a lavagem de dinheiro sujo.

Quem pode garantir que não está sendo repatriado dinheiro do petrolão?

Quem pode garantir que não está sendo repatriado dinheiro fruto inclusive do escândalo da Operação Lava-Jato? Quem, qual dos Deputados aqui pode colocar a mão no fogo e dizer que garante, com todas as letras, que no dinheiro da repatriação não existe dinheiro sujo? Para dizer que ele é lícito basta fazer uma declaração de próprio punho e dizer que a fonte é lícita.

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A nossa coerência não pode mudar com a cor do partido. O errado não pode se tornar certo porque o partido aliado agora está no Governo. Não!

Eu não mudei o meu posicionamento. Esse projeto veio para esta Casa novamente, e foi primeiro para a Comissão de Segurança Pública. Quando ele foi pautado, eu pedi vistas e me coloquei contra o projeto. Lá, tiramos de pauta, e foi isso o que retardou o processo e não permitiu que o projeto fosse votado em plenário, porque não dava mais tempo de ser sancionado, já que ainda tinha que passar pelo Senado.

Não mudei o meu posicionamento com a cor do partido, de forma alguma. A nossa coerência como homem público não pode ser de acordo com o momento. O que é errado não pode se tornar certo simplesmente porque partido A ou B assumiu o Governo, de forma alguma.

Henrique Meirelles dava certo no Governo Lula, mas no Governo Temer não dá. O banqueiro Levy, que veio do Bradesco, dava certo no Governo da ex-

Presidente Dilma, mas quem é banqueiro hoje, no Governo do Presidente Temer, não dá. Não dá certo porque não tem a cor do Partido dos Trabalhadores, porque o

Partido dos Trabalhadores não está no Governo? Coerência eu acredito que independe da cor partidária. Temos que fazer política para o Brasil, não para os partidos.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (José Rocha) - Convido para usar a palavra o ilustre

Deputado Silas Freire, do PR do Piauí.

O SR. SILAS FREIRE (PR-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente José Rocha, Sras. e Srs. Deputados, na realidade esse projeto foi pouco discutido nesta Casa.

Deveria ter sido muito mais discutido o projeto de repatriação. Agora,

Deputado Cabo Sabino, esta Casa o aprovou, e a União vem arrecadando bilhões de reais.

Foi aprovado o projeto. Se há dinheiro sujo nisso, se há lavagem de dinheiro nisso, ele está sendo lavado na hora em que entra nos cofres da União. Eu não estou defendendo dinheiro sujo. A minha preocupação agora, Deputado, é com a divisão desses recursos. Os nossos Estados estão em estado de calamidade: o Rio

Grande do Sul decretou estado de calamidade há pouco; o Piauí também vive uma situação difícil.

Eu vim aqui apelar à bancada do Governo, aos Deputados de todo o Brasil para que possamos fazer um movimento, a fim de encontrarmos uma saída para que não se tire dos Estados e dos Municípios o direito de receberem esse dinheiro repatriado. O Fisco e as autoridades policiais, depois da aprovação do projeto por esta Casa, têm que identificar os crimes. O dinheiro já está no caixa, agora tem que ser dividido conforme determinado.

E aí os nossos Estados tiveram que judicializar a questão. Como se diz no

Nordeste, a melhor saída para tudo é o acordo. Mas isso não servirá para a União porque a judicialização está bloqueando os recursos. Não é o caso dos royalties, em

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que a divisão continuou sendo feita para o Estado do Rio de Janeiro. Esse dinheiro da repatriação vai ficar bloqueado.

O Presidente Temer já recebeu os Governadores hoje — ou ainda os está recebendo —, mas nós queremos fazer um apelo aos Deputados desta Casa: empenhem-se politicamente para que os Estados possam receber parte desses recursos que entraram nos cofres da União.

Tais recursos são importantíssimos para os Estados e para os Municípios, que estão quebrados, falidos, sem condições de pagar as suas folhas de pagamento e de dar às suas secretarias recursos para a execução de políticas. Essa é a nossa preocupação.

E não é hora de se pensar em partido A ou B. O dinheiro está nos cofres da

União e precisa ser dividido com os Estados e com os Municípios, que já estão procurando uma saída judicial. São 10 bilhões de reais que sairiam inicialmente dos cofres da União e não saíram, porque esse dinheiro não estava nos cofres da União.

Isso é um dinheiro repatriado, novo.

Esta Casa aprovou o projeto. E quem o aprovou vai ter que discutir depois se isso é sério ou não. O que eu estou discutindo é que o Piauí precisa receber a sua parcela para manter o Estado vivo. E garanto que todos os outros Estados brasileiros também precisam disso.

Nós queremos pedir à bancada do Governo e ao Palácio do Planalto que sejam sensíveis a essa questão. O momento de crise não é só da União, mas também dos Estados e Municípios.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 300.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 22/11/2016 Montagem: 5199

O SR. CABO SABINO - Sr. Presidente, eu gostaria que V.Exa. me concedesse 1 minuto, pois fui citado — mesmo positivamente, mas fui citado. Essa citação está registrada nos Anais da Casa. Eu tenho direito de resposta.

O SR. PRESIDENTE (José Rocha) - Concedo a palavra ao ilustre Deputado

Cabo Sabino. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. CABO SABINO (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Deputado Silas Freire, eu entendo o posicionamento de V.Exa., só que o projeto votado não teve o meu voto, graças a Deus.

O Brasil não precisa de dinheiro sujo nos seus cofres para manter a sua economia. O Brasil não precisa dividir com os Municípios dinheiro oriundo de roubo, da lavanderia que foi institucionalizada pelo PL 2.960. Na época, a multa era baseada no dólar, avaliado em 2 reais e 48 centavos, mas que estava a 4 reais. Só com a diferença cambial já se ganhava dinheiro, não se pagava multa nenhuma.

O que houve aqui, no Governo passado, foi a institucionalização de uma lavanderia, indo de encontro, inclusive, aos trabalhadores do Fisco.

Muito obrigado.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 300.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 22/11/2016 Montagem: 5199

O SR. PRESIDENTE (José Rocha) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Marcon, do PT do Rio Grande do Sul.

O SR. MARCON (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, gostaria que V.Exa. considerasse como lido pronunciamento que faço sobre o Dia Nacional da Consciência Negra.

Sábado, dia 19, participei do Encontro da Igualdade Racial, realizado na cidade de Mostarda, no Rio Grande do Sul. Para mim, o Dia Nacional da

Consciência Negra deveria ser todos os dias: respeitar os quilombolas, a demarcação das suas terras, e possibilitar que os negros tenham aquilo que lhes é de direito.

Quero denunciar aqui que, na maioria das vezes, os negros são criminalizados nas favelas, nas vilas. E também quero defender as cotas, com as quais o atual Governo quer acabar. E vale dizer que os menores salários no mercado de trabalho são os dos negros.

Sr. Presidente, gostaria que V.Exa. autorizasse a divulgação deste meu discurso sobre a igualdade racial no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (José Rocha) - V.Exa. será atendido, ilustre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Srs. Deputados e demais servidores desta Casa, venho a esta tribuna para prestar homenagem à população negra do nosso País. No último domingo, dia 20 de novembro, todos nós celebramos o Dia Nacional da Consciência

Negra.

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O Dia Nacional da Consciência Negra foi instituído no ano de 1995, em homenagem aos 300 anos da morte de Zumbi dos Palmares, um dos principais líderes a resistir à escravidão. A vida de Zumbi é símbolo da resistência negra ao escravismo e da luta dos afrobrasileiros contra o racismo, a discriminação e a exclusão social.

Zumbi morreu há mais de 300 anos, lutando pelo respeito à raça negra. No entanto, ao analisarmos a nossa realidade social atual, facilmente percebemos o quanto a raça negra ainda é discriminada no nosso País.

Pesquisas apontam que os salários da população negra são mais baixos do que os recebidos pela população não negra. A população negra sofre forte discriminação social, tem menos oportunidade de emprego, enfrenta dificuldades de acesso à uma educação de qualidade. Ou seja, o racismo é uma realidade em nossa sociedade.

Em nome da população negra do Brasil, em nome das mais de três mil comunidades quilombolas existentes em todo o nosso território, quero pedir que continuemos firmes no combate ao racismo. Que os negros do Brasil tenham igualdade de direitos. Para isso, é urgente que se coloquem todas as forças a serviço de uma melhor escolaridade para os brasileiros negros, situação que castiga os mais pobres, discriminando-os e relegando-os a trabalhos “inferiores”. É urgente que se aprofunde, desde a escola, o conceito de que não existem raças, mas sim etnias, todas elas igualmente humanas, igualmente ricas e dignas de respeito.

É isso, Sr. Presidente.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 300.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 22/11/2016 Montagem: 5199

O SR. PRESIDENTE (José Rocha) - Com a palavra o ilustre Deputado

Givaldo Vieira, do PT do Espírito Santo.

O SR. GIVALDO VIEIRA (PT-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado José Rocha, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, neste ano a

Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense — AEBES, mantenedora do

Hospital Evangélico de Vila Velha, completa 60 anos.

Neste momento, quero cumprimentar a Diretora-Geral Sirlene Motta de

Carvalho e o Diretor de Relações Institucionais Ricardo Ewald pelo trabalho que vêm realizando, assim como o Deputado Estadual Doutor Hércules, que propôs a realização de uma sessão solene na Assembleia Legislativa, amanhã, dia 23, em homenagem a essa importante instituição.

O Hospital Evangélico foi criado em 1956 por seis igrejas evangélicas do

Espírito Santo: a Batista, a Cristã Evangélica, a Evangélica de Confissão Luterana, a

Metodista, a Presbiteriana do Brasil e a Presbiteriana Unida. Essas seis igrejas organizaram, primeiro, uma unidade de saúde para atender às pessoas que mais necessitavam. Depois essa unidade de saúde tornou-se um grande hospital. E hoje o Hospital Evangélico é referência nacional. São 180 leitos, 1.100 funcionários e um atendimento feito com muito carinho, com muito amor à população capixaba.

Eu tenho apoiado essa instituição, destinando emendas desde a época em que fui Deputado Estadual e Vice-Governador. E aqui, como Deputado Federal, já encaminhei emendas: em 2015, 200 mil reais; em 2017, previsão de mais 300 mil reais para ajudar essa importante instituição.

Parabéns ao Hospital Evangélico e a toda a sua equipe pelos 60 anos!

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Sr. Presidente, quero também falar de uma grave situação que acontece no

Espírito Santo: a Secretaria de Estado da Educação está ocupada por estudantes desde quinta-feira, dia 17. Eles protestam contra a ausência de diálogo do Governo com a categoria e também contra a PEC 241/55.

Os estudantes têm também uma pauta de reivindicações, que vai desde o pedido de eleições diretas para diretores de escola até a construção de uma universidade pública estadual no Espírito Santo.

Esses alunos estão sem condição de diálogo. O Governo não permite sequer que utilizem o banheiro e as dependências da Secretaria. Cinco estudantes já foram hospitalizados por hipotermia, porque estavam ao relento.

A Defensoria Pública está tomando as devidas providências para que os estudantes possam ter o direito de usar as dependências da Secretaria.

É importante que o diálogo seja feito e que os estudantes sejam ouvidos. Eles ocupam diversas escolas no Espírito Santo e centenas e centenas em todo o Brasil.

Chamo a atenção de todos para essas pautas que querem obstruir o futuro desta geração de jovens do nosso Brasil.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a AEBES foi fundada em 1956, fruto da união de membros das igrejas Batista, Cristã Evangélica, Evangélica de

Confissão Luterana, Metodista, Presbiteriana do Brasil e Presbiteriana Unida.

Juntas, essas seis igrejas resolveram construir uma unidade de saúde que pudesse atender à população mais carente.

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Instituição filantrópica cristã de referência nacional, ela atua com excelência na promoção de ações que valorizam a vida.

O Hospital Evangélico é um hospital de médio porte, com mais de 180 leitos, de média e alta complexidade. O time conta com mais de 1.100 funcionários, e juntos trabalhamos para cumprir a missão de expressar o amor ao próximo, elevando sua qualidade de vida com dignidade e segurança, por meio da prestação de serviços de saúde e educação.

Mesmo com o rápido crescimento do nosso quadro de funcionários, temos conseguido evoluir na promoção da diversidade. Somos uma organização com participação majoritária de mulheres no quadro de funcionários: 81%.

Em 2015, via emenda de autoria do Deputado Givaldo Vieira, foram

200.000,00 para a aquisição de equipamentos para o Hospital Evangélico e, em

2017, está prevista emenda no valor de R$ 300.000,00 também para a aquisição de equipamentos para o Hospital Evangélico. O total é de R$ 500.000,00.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo — SEDU está ocupada desde a última quinta-feira, dia 17, por estudantes secundaristas que protestam contra a PEC 55 e a MP 746, para reforma do ensino médio, do golpista Temer. Os alunos da rede pública também têm em suas pautas a eleição direta para diretor de escola na rede estadual e a construção de uma universidade pública estadual.

No entanto, os alunos não estão podendo utilizar as dependências da

Secretaria. Neste sentido, a Defensoria Pública entrou com uma ação no Ministério

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Público contra a negativa do Governo do Estado da utilização de banheiro, água e abrigos para os ocupantes da SEDU.

Os estudantes fizeram vigília, continuam mobilizados, mas em condições difíceis, sendo que cinco deles foram hospitalizados por hipotermia.

Falta eficiência no diálogo por parte do Governo do Estado, que condiciona um acordo apenas se os estudantes acabarem com a ocupação.

O Sr. José Rocha, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Izalci Lucas, nos termos do § 2º do art.

18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Arnaldo Jordy.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero apenas mais uma vez ratificar a posição do PPS.

A Comissão Especial que analisa as 10 Medidas contra a Corrupção está aguardando o retorno do Relator, Deputado Onyx Lorenzoni, que está incluindo em seu relatório os últimos detalhes das contribuições que foram enviadas pelas

Lideranças partidárias e pelos membros da Comissão.

Estamos todos aguardando na Comissão, onde foi iniciado o debate, numa expectativa que é nacional. O Brasil inteiro participou, produzindo mais de 2 milhões de assinaturas, nas ruas e nas praças. Essas assinaturas foram trazidas para cá por uma comissão de procuradores do Ministério Público e tentam traduzir, no ordenamento jurídico do País, aquilo que está honrando os brasileiros e brasileiras de bem: a Operação Lava-Jato, integrada pelo Poder Judiciário, pelo Ministério

Público, pela Receita Federal, pela Polícia Federal, com o aplauso de todas aquelas pessoas que desejam ver o Brasil sendo passado a limpo, combatendo a corrupção.

O Brasil, na escala da Transparência Internacional, é o quarto país com mais presença de atos de corrupção de desvio de dinheiro público; isso, somado, dá quase 150 bilhões por ano entre desvio e sonegação. Portanto, o Brasil festeja e aguarda esse relatório.

O PPS já tem uma posição firmada há muito tempo e não aceita a chamada anistia que está sendo cogitada por algumas lideranças partidárias, no sentido de tentar aliviar talvez esse marco civilizatório de combate à corrupção, de combate à

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 300.2.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 22/11/2016 Montagem: 5199

impunidade, que o Brasil demonstra através da Operação Lava-Jato. Portanto, a nossa posição é muito clara. Estamos dispostos a discutir responsabilização de membros do Judiciário e do Ministério Público num outro projeto que possa também abrigar a todos sem exceção. Porém, nessas 10 Medidas, ou 12, ou 14, que estão sendo produzidas, nem promotores nem juízes estarão desafetos à responsabilidade contida nesse pacote. Este pacote contém responsabilidade para todos.

Quero também registrar a nossa posição de simpatia às medidas que estão sendo tomadas no sentido de suprir o que excede ao chamado teto constitucional.

Isso é uma imoralidade. Mais de 10 mil magistrados no Brasil estão produzindo um excesso de quase 11 bilhões de reais por ano, quase metade do orçamento que seria gerado pela CPMF — Contribuição Provisória sobre

Movimentação Financeira que estavam tentando agregar ao Orçamento brasileiro.

Evidentemente, isso representa uma excrescência, uma anormalidade, uma patologia jurídica, o que também precisa ser interrompido, como também a aposentadoria compulsória com vencimentos integrais para os magistrados, para os togados que praticam crime de qualquer natureza e que não podem mais ser premiados por essa condição que existe no Brasil.

Portanto, vivemos um bom momento. Acho que a sociedade e as instituições brasileiras têm a obrigação de corrigir essas deformações. E nós podemos cumprir um papel importante. Essa é a nossa posição, Sr. Presidente, Deputado Izalci

Lucas.

Peço que V.Exa. autorize a divulgação desta nossa manifestação pelos veículos de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Acato o pedido de V.Exa.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, num momento em que a crise assola o País, fazendo com que 13 milhões de pessoas estejam procurando trabalho, acredito ser inadmissível que setores como o Judiciário, onde tradicionalmente os salários já são bem acima da média nacional, receba aumento salarial.

Principalmente quando está em análise pelo Congresso a PEC 55, que congela e cria um teto de gastos para o Governo pelos próximos 20 anos, incluindo erroneamente os setores de saúde e educação, já tão sacrificados.

Elogiamos propostas que estabelecem uma redução e congelamento dos salários de políticos e juízes ligados ao Supremo Tribunal Federal, criando um teto para grandes salários. Não é possível que mais de 10 mil magistrados brasileiros recebam entre 60 mil e 100 mil reais e que funcionários do Senado tenham salário de 60 mil reais mensais, valor muito acima do atual teto constitucional de R$

33.763,00, pago ao Presidente do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com levantamento do Ministério da Fazenda e do Congresso, a economia com a extinção dos supersalários de juízes, promotores e políticos renderia mais de 11 bilhões por ano aos cofres públicos.

Não faz sentido alguém no serviço público receber mais do que permite a

Constituição. A sociedade brasileira não aceita mais brechas legislativas que permitam essas aberrações salariais. A população não admite a existência de

“penduricalhos”, como, por exemplo, o auxílio-moradia dos juízes, hoje de 4,3 mil reais, cujo pagamento foi autorizado liminarmente em 2014, pelo Ministro Luiz Fux, do STF.

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O benefício está previsto na Lei Orgânica da Magistratura, Lei Complementar nº 35/1979, mas tem sua validade contestada no STF pela Advocacia-Geral da

União — AGU.

Devemos ter regras claras e definidas, de modo que a sociedade possa efetivamente fiscalizar gastos, tanto salariais quanto outras despesas, a fim de colocar um ponto final na farra com os recursos públicos, que gravemente faltam em outras áreas.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Passo imediatamente a palavra ao

Deputado Padre João.

O SR. PADRE JOÃO (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nobres colegas Deputadas e Deputados, eu venho a esta tribuna denunciar o que, com certeza, é mais um desdobramento do golpe. Foram anunciados o fechamento de dezenas e dezenas de agências do Banco do Brasil e a transformação de algumas em postos de atendimento. Só no Estado de Minas

Gerais, 21 agências serão fechadas e 36 serão transformadas em postos.

Será que esse enxugamento é para viabilizar a privatização do Banco do

Brasil? E quem fica prejudicado? O povo.

V.Exas. sabem o quanto é importante o PRONAF? Ele faz a diferença para o agricultor familiar. É um crédito muito importante, pelo qual nós temos lutado, a fim de desburocratizar cada vez mais os financiamentos. A cada Plano Safra lançado, vemos avanços como o PRONAF Mulher, o PRONAF Jovem e também vemos avanços para a agroecologia.

Com o fechamento de agências do Banco do Brasil, ficam prejudicados os assentados da reforma agrária, os quilombolas, os agricultores familiares. Foi um custo conseguir que os agricultores fossem recebidos como trabalhadores, de forma digna, no Banco do Brasil. Agora, só em Minas Gerais, 21 agências serão fechadas e 36 serão transformadas em postos.

Isso está sendo feito para dificultar a concessão do crédito a pequenos agricultores e para favorecer os ruralistas. Os grandes têm condições de ir às agências-sede, mas os pequenos, não. Por isso é tão importante a capilaridade do

Banco do Brasil.

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Parece-me que 28 mil trabalhadores irão para a rua. Num momento de desemprego, o Governo golpista vem enquadrando as agências do Banco do Brasil.

Daqui a pouco, será a Caixa Econômica Federal.

O Banco do Brasil, mais do que nunca neste momento, tinha que permitir a geração de empregos, preservar empregos, postos de trabalho e facilitar o crédito para os agricultores familiares. O grande prejuízo para o Brasil não é só o de mais gente ficar desempregada — 28 mil trabalhadoras e trabalhadores do Banco do

Brasil ficarão desempregados —, mas também o da dificuldade que terá quem mais precisa, os agricultores familiares, que têm uma relação respeitosa com a terra, que preservam o meio ambiente e que produzem alimentos sem veneno, garantindo saúde e vida no campo e na cidade.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

Durante o discurso do Sr. Padre João, o Sr. Izalci

Lucas, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2º do art. 18 do

Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Concedo a palavra por 3 minutos ao

Deputado Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal.

O SR. IZALCI LUCAS (PSDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero aqui chamar a atenção dos Parlamentares para um problema sério que está acontecendo no Brasil relacionado com a guerra fiscal.

Ontem, eu estive no Ministério Público do Distrito Federal acompanhado do

Secretário de Fazenda, da Procuradora do DF, de alguns empresários e de representantes de algumas instituições dos empresários.

A guerra fiscal é uma questão que merece atenção especial desta Casa. A lei

é muito clara: só se pode fazer incentivo fiscal com a unanimidade do Conselho

Nacional de Política Fazendária — CONFAZ, composto pelos Secretários de

Fazenda dos Estados. Embora não exista essa unanimidade, praticamente 26

Estados fazem o incentivo fiscal nos seus Estados.

Aqui nós temos um diferencial. O Ministério Público do Distrito Federal é vinculado à União, não é vinculado ao Estado. Portanto, os incentivos dados nos demais Estados não são questionados pelo Ministério Público. Mas, toda vez que o

Distrito Federal tentou fazê-lo, foi imediatamente acionado no Supremo Tribunal

Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade — ADIN.

Muitas das nossas empresas já foram embora e outras estão indo. E já disseram isso claramente para o Secretário de Fazenda e para o Ministério Público.

Semana que vem, vai haver a reunião do Conselho Nacional do Ministério

Público. E eu espero que lá haja o entendimento de que o DF possa ter o mesmo tratamento que os Estados têm. Ou se adota a guerra fiscal para todos, ou não se

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adota para nenhum. O que não pode é os 26 Estados continuarem fazendo isso e o

DF continuar sem poder fazer em razão do Ministério Público.

Tramita na Casa um PL que inclusive redime toda a dívida passada daqueles que praticaram incentivos fiscais e retira a exigência de unanimidade no CONFAZ, o que talvez seja a solução. Eu particularmente defendo esses incentivos em determinadas regiões para diferenciá-las daquelas cidades ou Estados que têm muito mais potencial atrativo para as empresas.

Portanto, Sr. Presidente, esse é um assunto sério. Peço aqui que votemos imediatamente o PLS 130/14 na Comissão de Finanças e Tributação, para resolvermos essa questão da guerra fiscal no Brasil.

E peço, Sr. Presidente, a divulgação do meu pronunciamento pelos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Deputado, o seu pedido está deferido.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Enquanto o Deputado Marcus

Pestana se dirige à tribuna, concedo a palavra por 1 minuto ao Deputado Silvio

Costa.

O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Primeiramente, Sr. Presidente, eu estou muito preocupado porque, se essa imagem de V.Exa. na Presidência rodar o mundo, vão pensar que o Brasil levou um golpe! Não combina V.Exa. estar sentado na cadeira da Presidência com sua farda, e isso me preocupa profundamente.

Aproveitando a deixa, Sr. Presidente, já que V.Exa. está com sua farda, eu peço que V.Exa. dê um murro na mesa e encerre a sessão. Sabe por quê? Porque isso é um desrespeito.

O Presidente Michel Temer, para resolver a bronca de Geddel Vieira Lima, chamou todos os Líderes do Governo, às pressas, ao Palácio do Planalto. Está todo mundo no Palácio do Planalto, sabe-se lá conversando o quê.

Agora são 18 horas e 30 minutos, há 335 Parlamentares no plenário e o

Regimento Interno é claro quando diz que, ao se atingir o quórum de 257

Deputados, tem-se que iniciar a Ordem do Dia. E nós vamos ficar esperando aqui?

Todo mundo sabe que Geddel está feito um sagui: chorando e mamando!

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Peço que conclua, Deputado.

O SR. SILVIO COSTA - Vou concluir, Sr. Presidente.

Eu quero pedir a V.Exa. sinceramente que utilize o Regimento Interno, e não essa farda, e que encerre a sessão.

Isso é um desrespeito aos Parlamentares aqui presentes.

O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Obrigado, Deputado.

Antes de tudo, o uso da farda é regulamentar, segundo uma Portaria de 1983, e é por isso que a uso, cumprindo todos os acordos e o Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Capitão Augusto) - Com a palavra o Deputado Marcus

Pestana.

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é necessário reinventar a democracia brasileira.

Nós iniciamos um novo esforço de reforma política. Foi instalada e teve seu plano de trabalho aprovado a nova Comissão Especial da Reforma Política. É a quarta Comissão sobre o tema da qual faço parte. Tivemos tentativas frustradas em

2011, 2013 e 2015. Estou convencido de que, apesar da consolidação da democracia no Brasil, temos um dos piores sistemas do mundo e precisamos mudá- lo.

O assunto é extremamente polêmico e vale aqui a regra “cada cabeça, uma sentença”. Cada Deputado ou Senador tem uma reforma política própria na cabeça.

Sofremos de uma circularidade lógica perversa, na qual não resolvemos o problema porque temos o problema. Como fazer uma verdadeira e profunda reforma política com 27 partidos representados no plenário da Câmara? A construção de consensos substantivos acerca do tema é tarefa complexa e difícil.

De pronto é preciso aplainar o terreno e alinhar um conceito fundamental. A democracia tem valor universal e permanente. A liberdade é o caminho para a construção do futuro. Vale aqui a afirmação do grande estadista inglês: “A democracia é o pior sistema, exceto todos os outros que foram experimentados”. Há submersas no universo político brasileiro, à direita e à esquerda, correntes que namoram o autoritarismo — neofascistas ou bolivarianos que conspiram contra a consolidação da democracia e da liberdade.

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Trata-se de setores amplamente minoritários, mas o ovo da serpente tem que ser combatido a cada minuto.

Dito isso, é preciso reconhecer que a democracia implica a existência de um quadro partidário, eleições e candidaturas. E a democracia implica custos. “Não há almoço grátis”, alertava o economista de Chicago. Portanto, há que se ter um modelo de financiamento da democracia.

O nosso sistema político-partidário e nosso sistema eleitoral vivem profunda crise. O esgotamento do atual modelo é visível. A grande incidência de abstenções, nulos e brancos nas últimas eleições é um sintoma. As revelações trazidas à luz pela Lava-Jato, outro.

Como não mudar um sistema, se 70% dos brasileiros não sabem sequer dizer o nome de seu Deputado um ano depois das eleições? Como não mudar as regras de financiamento, se a Lava-Jato criminalizou até o caixa um e a realidade da última eleição foi o império do autofinanciamento de milionários e o mascaramento do caixa dois por doações suspeitas de pessoas físicas? Como conviver com um quadro partidário disfuncional, pulverizado e fragmentado, que inibe decisões essenciais para o Brasil?

A Comissão deverá trabalhar até 2017. É importante a participação da sociedade. O trabalho da Comissão terá cinco eixos temáticos: a representação da sociedade com a mudança do sistema eleitoral, a modernização e o fortalecimento do sistema partidário, o financiamento da democracia, os instrumentos de democracia participativa e os aspectos acessórios, como prazos, tempo de TV, regulamentação de pesquisas e instrumentos de propaganda.

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Isso é muito importante. O Brasil precisa mudar. A reforma política é a mãe de todas as reformas. A democracia brasileira está consolidada, mas profundamente doente, e nós temos que ter a coragem de mudar.

Como disse, a Comissão deverá trabalhar até abril de 2017. Participe, opine, acompanhe, mobilize, pressione. É o futuro da democracia brasileira que estará sendo decidido.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Capitão Augusto, nos termos do § 2º do art.

18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Izalci Lucas, nos termos do § 2º

do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Sérgio.

O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos nós, nas nossas cidades, nos nossos

Estados, temos uma preocupação: o nível de desemprego está alto e continua aumentando.

E o pior é que o Governo do Presidente Michel Temer não toma nenhuma iniciativa para estancar essa aceleração. Num momento de crise e de desemprego, os bancos públicos constituem ferramentas, instrumentos que servem exatamente para a implantação de uma política afirmativa, de crédito, para acelerar o processo econômico. Mas a que estamos assistindo? Ao Banco do Brasil anunciar que vai fechar inúmeras agências. Só no Rio de Janeiro serão fechadas 40 agências.

Ora, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quando são fechadas agências em Volta Redonda, em Barra Mansa, em Campos dos Goytacazes, em Duque de

Caxias — na Baixada Fluminense —, em Itaboraí e em Macaé, a atividade econômica naquele entorno é liquidada. O comércio vai sofrer e desempregar. É uma sinalização perversa.

E o Governo, que deveria estar negociando com as empresas para frear essa onda de desemprego, acelera essa onda de desemprego.

No Rio de Janeiro, na luta pela pacificação do Complexo do Alemão, foi aberta uma agência do Banco do Brasil como símbolo da chegada do poder público

à comunidade. Agora essa agência do Banco do Brasil será fechada, como símbolo de abandono. Num momento em que estamos vivendo enorme insegurança, com o aumento da violência no Rio de Janeiro, serão fechadas agências do Banco do

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Brasil na Cidade de Deus e no Complexo do Alemão. Isso é um equívoco, isso é um erro!

Além disso, a Caixa Econômica Federal, outro banco público, que poderia dar o exemplo no sentido de ser o braço forte na luta para frear o desemprego, está indo pelo mesmo caminho, anunciando demissões e o fechamento de agências bancárias.

Um governo que demite não tem autoridade moral e ética para sentar com as centrais sindicais, com os empresários, com o movimento social organizado e buscar um pacto pela empregabilidade. Isso é profundamente lamentável.

Também é profundamente lamentável assistir ao impacto muito forte que isso terá em Municípios que já estão passando por enormes dificuldades. Por exemplo, o

Município de Itaboraí, no Rio de Janeiro, que terá uma das agências do Banco do

Brasil fechada.

Sr. Presidente, nós não podemos concordar com isso. Espero que esta Casa reaja. A expectativa de muitas pessoas era de que o Governo faria uma política afirmativa, mas estamos vendo o Governo fazer uma política negativa, de desemprego, de desaceleração da economia. E com isso não podemos concordar,

Sr. Deputado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Tem a palavra, por 1 minuto, o Deputado

João Daniel.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que considere como lido o meu pronunciamento e que autorize a sua divulgação no programa A Voz do Brasil.

No último sábado, tive oportunidade de participar de um seminário promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da

Câmara dos Deputados no Município de Porto da Folha, Estado de Sergipe.

Quero parabenizar, por intermédio da FEACOM — Federação dos Produtores

Rurais de Porto da Folha e do ex-Prefeito Manoel de Rosinha, todas as associações, cooperativas e lideranças que participaram do seminário, bem como a população do território do Alto Sertão, o Movimento dos Pequenos Agricultores — MPA e o

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra — MST.

Nós tivemos oportunidade de debater as dívidas rurais e a necessidade urgente de regulamentação da Lei nº 13.340, de 2016, para que todos os pequenos agricultores, a agricultura familiar, possam liquidar suas dívidas. Exige-se que o

Governo Federal faça a imediata regulamentação.

Agradeço a todos os que participaram, incluindo a Secretaria de Estado da

Agricultura, a EMDAGRO — Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe e o Banco do Nordeste.

O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - A Presidência acata o pedido de V.Exa.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaríamos de registrar, nesta oportunidade — solicitando que seja dado como lido o pronunciamento, bem como seja divulgado no programa A Voz do Brasil e nas demais plataformas de comunicação desta Casa —, a realização de seminário sobre a regulamentação da

Lei nº 13.340, de 2016, em Porto da Folha, Sergipe, no último sábado, dia 19 de novembro de 2016.

O evento aconteceu no Centro Comunitário do Povoado Lagoa da Volta, localizado na Zona Rural do Município, como desdobramento da aprovação do

Requerimento nº 309, de 2016, de nossa autoria, na Comissão de Agricultura,

Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados

(CAPADR). Na oportunidade, pudemos esclarecer e debater com aproximadamente duzentos produtores e produtoras rurais os benefícios dessa lei que trata da renegociação e da liquidação de dívidas dos pequenos produtores rurais junto aos bancos oficiais, uma demanda antiga dos trabalhadores do campo.

É fundamental ressaltar que os pequenos agricultores sergipanos têm passado por grandes dificuldades quando buscam as instituições bancárias para a negociação de suas dívidas referentes aos diversos programas de financiamento a que recorreram, cujas dívidas se encontram em processo de cobrança, com impedimentos de novas contratações, além do risco da perda de seu patrimônio.

Pudemos contar também com a colaboração de representantes dos bancos oficiais, a exemplo de Volnandy Brito, que representou a Superintendência Regional do BNB, prestando importantes esclarecimentos aos presentes a respeito da efetivação dos procedimentos necessários junto às agências bancárias assim que a

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regulamentação for oficializada, o que está previsto para meados do próximo mês de dezembro, com prazo até o final do ano de 2017 para formalização.

As diversas demandas e propostas discutidas e apresentadas pelos participantes do evento estão sendo sistematizadas em um relatório que será apresentado à CAPADR, a fim de que possam ser devidamente encaminhadas a

órgãos e instituições, para que as providências sejam viabilizadas.

Gostaríamos de agradecer a todos os que colaboraram e participaram deste seminário, especialmente ao companheiro Manoel de Rosinha, ex-Prefeito do

Município de Porto da Folha, à Federação das Associações Comunitárias dos

Produtores Rurais de Porto da Folha (FEACOM), ao Movimento dos Pequenos

Agricultores (MPA), ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), à

Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), aos representantes do Governo do Estado, ao Secretário da Agricultura, Esmeraldo Leal, e ao Diretor Técnico da

EMDAGRO, Gismário Nobre.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Concedo a palavra à Deputada Erika

Kokay.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, penso que este Governo implementou um golpe neste País e se construiu, sob as cinzas da democracia, com determinados objetivos, como o de locupletar-se do poder público, dos recursos públicos.

Já é o terceiro o Ministro que sai das estruturas do Governo. Um deles saiu porque disse que havia pressão para que não levasse adiante os desdobramentos da Operação Lava-Jato. Este de agora diz que foi pressionado pelo Secretário de

Governo da Presidência da República para mudar um parecer do IPHAN — Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e possibilitar a construção de um empreendimento do qual comprou um apartamento de mais de 3 milhões de reais, construção ilegal, contra a ordem urbanística da cidade de Salvador.

Há algo de podre acontecendo. Tinha razão Ulysses Guimarães quando afirmou que não é exclusivamente na Dinamarca, que em qualquer reino sempre há algo de podre. Neste País nós sentimos este cheiro, o cheiro da corrupção, o cheiro daqueles que querem locupletar-se do Estado.

Ouvimos o Líder do Governo afirmar que o Ministro continua no cargo porque isso é natural. É natural para um governo que não respeita a democracia e a lei. É natural para um presidente contra o qual há denúncias de ter recebido cheque oriundo de propina e que simplesmente não dá respostas para a Nação. O Líder do

Governo afirma que temos que discutir o que interessa à Nação. Não interessa à

Nação a probidade dos que ocupam cargos públicos? Não interessa à Nação que não haja corrupção?

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Além disso, este Governo implementa o que nós estamos vendo acontecer no

Banco do Brasil: uma política derrotada. No Governo Fernando Henrique Cardoso houve demissão de 41 mil funcionários do Banco do Brasil. O Governo deu prejuízo ao banco de 5,7 bilhões.

Durante os Governos Lula e Dilma Rousseff, o lucro foi de 117 bilhões no

Banco do Brasil — 117 bilhões! —, em contraposição ao prejuízo de 5,4 bilhões ocorrido durante o Governo Fernando Henrique Cardoso. Nos Governos de Lula e

Dilma, houve contratação de 37 mil bancárias e bancários pelo Banco do Brasil. O

Banco se fortaleceu, assumiu o crédito popular. O banco cumpriu a sua função pública.

Este Governo quer destruir a PETROBRAS e o Banco do Brasil. Nós não vamos permitir, porque este País precisa do Banco do Brasil, precisa da

PETROBRAS, precisa do Estado para fazer o luto dos seus períodos traumáticos e dar cidadania ao povo brasileiro.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Concedo a palavra ao Deputado

Flavinho.

O SR. FLAVINHO (PSB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero registrar a alegria de todos nós católicos do Brasil com a ordenação como Cardeal de D. Sérgio da Rocha. Ele é Arcebispo de Brasília e, agora, é o nosso novo Cardeal brasileiro. Quero me somar a todos os católicos do nosso País nessa alegria.

Ao mesmo tempo, quero saudar D. Raymundo Damasceno, que está deixando a Arquidiocese de Aparecida, em São Paulo. D. Orlando Brandes, que era o Arcebispo de Londrina, no Paraná, está assumindo a Arquidiocese de Aparecida.

Quero saudar nosso novo Cardeal, D. Sérgio, e o novo Arcebispo de

Aparecida, D. Orlando.

É um tempo novo para a minha Arquidiocese. Eu sou natural de

Guaratinguetá, que faz parte da Arquidiocese de Aparecida.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Com a palavra o Deputado Capitão

Augusto.

O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores que nos assistem pela

TV Câmara, na realidade, vou dar continuidade ao discurso que eu estava fazendo na semana passada, justamente na hora em que entraram aqui no plenário alguns manifestantes, o que interrompeu e prejudicou a minha fala.

São raros os momentos em que nós temos oportunidade de dar boas notícias para a população, em especial para a população da minha cidade, Ourinhos, no interior do Estado de São Paulo, e de todas as cidades da região.

Há mais de 1 ano estamos numa luta incessante para conseguir adequar o

Hospital do Câncer para receber equipamentos vindos dos Estados Unidos da

América. Compramos um equipamento de radiologia que somente cinco lugares no

País têm. Depois de muita luta ele começou a funcionar no Hospital do Câncer, para atendimento por convênio e particular.

Mas nós tínhamos o grande sonho de credenciar o nosso Hospital do Câncer de Ourinhos à rede do Sistema Único de Saúde. Participamos de várias reuniões no

Ministério da Saúde. Mais recentemente nos reunimos com o Ministro Ricardo

Barros, a quem eu envio os meus agradecimentos, parabenizando-o pelo excelente trabalho que vem realizando à frente do Ministério da Saúde.

Uma equipe do Ministério da Saúde fez o levantamento de todos os hospitais da nossa região. Para a nossa felicidade, para a nossa alegria, essa comissão que esteve na cidade de Ourinhos constatou que o nosso Hospital do Câncer tem plenas condições de ser credenciado à rede SUS e de dar atendimento a toda a população.

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Logo na sequência, o relatório dessa comissão foi encaminhado para a

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Estivemos no Palácio dos

Bandeirantes com o Governador Geraldo Alckmin, com o Chefe da Casa Civil,

Samuel Moreira, com o Secretário da Saúde, para verificar se a Secretaria da Saúde também endossaria o relatório do Ministério da Saúde.

Na semana passada, naquele dia em que eu estava fazendo o pronunciamento e fui interrompido, tivemos a grata satisfação de saber que, no

Ministério da Saúde, tudo deu certo, graças a Deus. Os pacientes de toda a nossa região e os seus familiares agradecem.

O Hospital do Câncer de Ourinhos terá, sim, o credenciamento à rede SUS.

Essa notícia significa muito para nós. Por essa notícia, já valeu a pena ter sido eleito para este mandato. Mesmo que eu não me candidate nas próximas eleições, mesmo que eu não consiga me reeleger, para mim, esta missão, este compromisso que assumi durante a campanha já faz com que me sinta realizado como Deputado

Federal, o compromisso que fiz de levar para a cidade de Ourinhos e região o

Hospital do Câncer, um dos melhores do Brasil com certeza, agora credenciado à rede de atendimento do SUS.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Concedo a palavra ao Deputado José

Nunes.

O SR. JOSÉ NUNES (PSD-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil foi surpreendido ontem com a notícia de que o Banco do Brasil vai fechar 400 agências em todo o País.

Isso é um absurdo. O Banco do Brasil, que tem um lucro espetacular, jamais poderia pensar em fechar agências, principalmente nas pequenas e médias cidades do Brasil. Em muitas cidades há apenas uma agência bancária do Banco do Brasil, que tinham função social.

O Banco do Brasil precisa, antes de tomar esta medida, analisar a questão pública, a questão social, que muitas vezes é mais importante até do que propriamente o lucro. Quero deixar aqui registrado o meu repúdio a essa medida do

Banco do Brasil, que jamais poderia pensar dessa forma.

Cito inclusive a questão da segurança. Muitas vezes, os munícipes são obrigados a ir a outras cidades, a enfrentar estradas muitas vezes ruins, transportando recursos e correndo o risco de serem assaltados.

Essa atitude tem que ser repensada. O Brasil não pode sofrer com medidas que são tomadas muitas vezes sem que se pense na questão social.

O outro assunto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que quero abordar é a multa da repatriação de ativos mantidos no exterior.

Não podemos entender por que deve haver multa sem imposto. A arrecadação com a cobrança do Imposto de Renda foi dividida com Estados e

Municípios. Hoje vemos ocorrer uma polêmica: o Governo Federal não quer repartir o dinheiro arrecadado com as multas com Estados e Municípios. Já se vê no ar o

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poder dos Governadores, que pressionam o Governo Federal para que reparta a arrecadação com as multas entre os Estados, deixando de fora os Municípios. Isso não pode de forma nenhuma acontecer, porque sabemos perfeitamente que os entes federados que realmente sofrem são os Municípios. Os Municípios têm o direito de receber parte do dinheiro arrecadado com o pagamento de multas pela repatriação.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Gostaria que o meu discurso fosse divulgado pelo programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Acato o pedido de V.Exa.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Tem a palavra a Deputada Luiza

Erundina, por 1 minuto.

A SRA. LUIZA ERUNDINA (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, quero informar que a Comissão Especial da Reforma Política realizou hoje uma importante audiência pública, que contou com a participação do

Sr. Antônio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria

Parlamentar — DIAP, de um representante do Conselho Indigenista Missionário —

CIMI, além do Dr. Marcello Lavenère, da Confederação Nacional dos Bispos do

Brasil — CNBB.

Eles trouxeram importantes contribuições ao debate, o que indica, Sr.

Presidente, que a Comissão não vai frustrar mais uma vez a opinião pública, porque está começando exatamente por ouvir a base da sociedade, porque se preocupa inclusive em ampliar a democracia parlamentar brasileira, em garantir a democracia direta, a democracia participativa, com novos mecanismos, previstos na Constituição

Federal, mas que até hoje não tiveram a eficácia necessária, por não terem sido devidamente regulamentados.

Era isso, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Tem a palavra o Deputado Daniel

Coelho.

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, amanhã esta Casa fará um debate, numa

Comissão Geral, sobre um tema que está sendo analisado em Comissão Especial.

Refiro-me à regulamentação dos aplicativos digitais usados no transporte individual remunerado.

Para ser mais direto e mais bem compreendido, falo da discussão que é presente hoje em praticamente todas as grandes cidades brasileiras entre o sistema já existente e formal de táxi e o sistema Uber, que apareceu recentemente como nova tecnologia, não só no Brasil, mas também em todo o planeta. Apareceu trazendo emprego, renda, concorrência, mas também preocupação.

Alguns Prefeitos e alguns Governadores tiveram a coragem de criar legislação local, de regulamentar o aplicativo para criar o convívio pacífico entre os dois serviços, do táxi e do Uber.

Precisamos de uma legislação nacional? Precisamos. Até porque nós não podemos conviver com o conflito entre o trabalhador do táxi e o trabalhador do Uber.

Não podemos conviver com a insegurança do usuário, que quer ter o direito de gastar o seu dinheiro da maneira como bem entender, que quer ter o direito de escolher, de sair de casa de ônibus, de voltar de Uber, de pegar um táxi, de fazer uso do transporte que melhor lhe convier.

Se houver uma legislação que regulamente e garanta uma concorrência leal, com padrões de segurança para o usuário, a população brasileira sairá ganhando.

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Quando este debate se iniciou, sentimos no primeiro momento a reação de alguns, principalmente do sistema de táxi, que consideravam o Uber uma ameaça.

Foi promovido um movimento, especificamente no meu Estado, Pernambuco, na cidade de Recife, por taxistas que se posicionaram pela total proibição do Uber. Hoje já sentimos, até pela presença de alguns representantes do sistema de táxi de

Recife aqui em Brasília na semana passada — e alguns virão amanhã —, que há compreensão, por parte do próprio sistema, de que não há outra saída senão a da regulamentação. Ninguém vai conseguir impedir as novas tecnologias. Não podemos, evidentemente, viver sem regras.

Vamos fazer essa discussão, a partir de amanhã, na Comissão Geral.

Participarei dela representando o PSDB, como integrante da Comissão Especial que vai analisar o tema.

Buscaremos uma legislação corajosa que dê condições ao trabalhador do

Uber de fazer o seu trabalho com tranquilidade, que dê condições ao usuário de fazer a sua escolha e que dê tranquilidade ao taxista de ter uma concorrência leal.

Com isso, ganha toda a sociedade.

É necessário, sim, que esta discussão ocorra nacionalmente, já que alguns

Prefeitos, por medo, por corporativismo ou até por interesse eleitoral, não têm enfrentado o tema como deveriam.

Eu tenho certeza de que esta Casa dará uma boa solução para o problema. A partir daí, os Municípios poderão encaminhar as suas regulamentações, e haverá tranquilidade entre trabalhadores e usuários, entre motoristas de táxi e motoristas de

Uber, para que todos trabalhem tranquilamente.

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Vamos regulamentar o Uber, vamos liberar a atividade, respeitando o taxista, para que ele continue a trabalhar, a obter o seu sustento, permitindo ao usuário fazer a escolha. Assim ganha o Brasil, assim vai ganhar a mobilidade em todas as nossas grandes cidades.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Com a palavra o Deputado Pompeo de

Mattos.

O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna para, de forma muito clara, explícita, transparente, exarar mais uma vez o meu apoio incondicional

às chamadas dez medidas propostas pelo Ministério Público contra a corrupção.

Aliás, mais do que isso, quero dar o meu apoio incondicional às investigações da Operação Lava-Jato e ao Juiz Sérgio Moro. Essa posição não só minha, mas do meu partido, o PDT, que quer ver o Brasil passado a limpo.

Chega da briga do sujo com o mal lavado! Nós queremos ver quem é quem, queremos separar o joio do trigo, queremos dar nome aos bois. É isso o que se quer.

Quero acrescentar algo mais às dez medidas. A lei tem de valer para todos.

Não há privilégio, não há diferença. Tem de valer para vereador, prefeito, vice- prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador, governador, ministro, presidente da república, juiz, promotor, desembargador, ministro do Superior

Tribunal de Justiça, ministro do Supremo Tribunal Federal. Ninguém está acima da lei. Privilégios para ninguém, absolutamente para ninguém! Até porque não é o cargo que é suscetível à corrupção, mas as pessoas, os seres humanos. Não é o cargo que é corrupto, são as pessoas que ocupam os cargos que se corrompem. E isso ocorre em todas as atividades, em todas as funções, em todas as profissões.

Gente boa e gente ruim há em todos os lugares. Não somos bons em função do lugar em que nascemos ou da profissão que exercemos, mas pelo comportamento e pela postura ética que temos.

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Nesse contexto eu dou um exemplo. O Ministério Público propôs as dez medidas, mas se esqueceu de uma medida. Existe uma lei que diz que, para o promotor que for corrupto ou para o juiz que for corrupto, a pena é a aposentadoria, recebendo salário pelo resto da vida. Por que os promotores não pediram que se mudasse essa lei? Essa lei suscita o inverso. Os juízes honestos, que são a imensa maioria — 99,9% dos juízes deste País —, os promotores que são honestos, que são a imensa maioria neste País, para receber, têm que trabalhar. O promotor e o juiz desonesto recebem sem trabalhar. Então, parece que bom não é o juiz que trabalha para receber, que bom mesmo é o juiz ou o promotor desonesto, que não precisa trabalhar para receber salário, porque a sua aposentadoria está garantida mesmo que ele seja corrupto.

Há 2 semanas, uma juíza foi julgada porque se envolveu com traficantes, ou seja, passou para o outro lado, o do crime. Em vez de ser juíza da Justiça, passou a ser juíza do crime, dos criminosos e para os criminosos. Ela recebeu qual pena?

Simplesmente a aposentadoria compulsória. Não vai precisar trabalhar mais e vai receber salário para o resto da vida. Isso não dá para aceitar.

Então, a lei é para todos, sobre todos tem efeito, erga omnes. Privilégio só para as crianças deste País. Para marmanjo, não importa o cargo, a função, não pode haver privilégio.

Perguntaram para Honório Lemes, um lutador gaúcho, um guerreiro gaúcho, o seguinte: “Por que pelejas tanto?” Ele disse: “Porque eu quero leis que regulem homens, e não homens que regulem leis”.

Eu quero leis acima dos homens, e não homens acima das leis.

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PTN-TO. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna para falar do valor da tarifa de energia elétrica praticado pela empresa prestadora do serviço de distribuição de energia elétrica no Estado do Tocantins.

Temos uma das tarifas de energia elétrica mais caras do Brasil. Em relação aos outros Estados do Pais, o preço cobrado atualmente em Tocantins é uma grande irresponsabilidade contra a população tocantinense, principalmente porque o

Estado é produtor de energia e porque a maioria da população é composta por pequenos produtores rurais e famílias de baixa renda.

Nobres colegas, por falta de planejamento, a população brasileira já não aguenta mais pagar tarifa de energia elétrica tão cara. Por isso estou aqui, para cobrar da Agência Nacional de Energia Elétrica — ANEEL uma revisão tarifaria para nossos consumidores.

Não podemos admitir a cobrança de tarifas tão altas sem que haja no mínimo uma contrapartida, a melhoria dos serviços prestados pelas empresas concessionárias do serviço público.

Chamo a atenção dos nobres pares para isso porque são um disparate as tarifas cobradas dos tocantinenses. V.Exas. sabem que o País atravessa uma grave crise econômica e que aqui no Congresso Nacional temos empreendido esforços para não aumentar ainda mais a carga tributária brasileira, que já é muito alta.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação deste discurso pelos meios de comunicação desta Casa, em especial pelo programa A Voz do Brasil.

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O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna, no dia de hoje, para enaltecer o avanço das fontes de energia renováveis no Brasil, em que pese a grave crise econômica que assola o País.

De acordo com dados do Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional

2016 — Ano-Base 2015, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética — EPE, que reúne informações fidedignas sobre a produção e o consumo de energia no

Brasil em 2015, no ano passado, a participação das energias renováveis na matriz energética brasileira manteve-se entre as mais elevadas do mundo — foi de 41,2%

—, enquanto em 2014 esse percentual foi de apenas 39,4%. A produção de energias renováveis no Brasil em 2015 apresentou, portanto, um pequeno crescimento, apesar da expressiva queda de 3,8% do PIB brasileiro.

Para melhor entendermos a posição de destaque brasileira em relação ao tema, considerando-se os dados mais recentes disponíveis, observa-se que, enquanto a participação das energias renováveis na matriz energética brasileira é de

41,2%, a média mundial é de 13,5% e a média do conjunto de países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico — OCDE é de

9,4%.

Especificamente na matriz da energia elétrica brasileira, não obstante a menor oferta de energia oriunda da fonte hidrelétrica, explicada pelas condições hidrológicas desfavoráveis verificadas nos rios brasileiros, em 2015 observou-se um crescimento da participação das energias renováveis, de 74,6% para 75,5%. Esse aumento está associado à queda da geração termelétrica à base de derivados de petróleo e ao incremento da geração de energia elétrica a partir de biomassa e da

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energia de origem eólica.

A geração de energia a partir da fonte biomassa apresentou, no Brasil, um crescimento de cerca de 4,4%, enquanto a geração de energia elétrica a partir da fonte eólica atingiu 21,6 terawatts-hora, apresentou um crescimento espetacular, de

77,1%, o que permitiu que, em 2015, a geração de energia elétrica a partir da fonte eólica ultrapassasse a produção de energia elétrica a partir da fonte nuclear.

Impende também destacar que a potência instalada nos parques de produção de energia eólica atingiu, em 2015, 7.633 megawatts, representando uma expansão de 56,2% em relação a 2014.

Ainda mais espetacular foi o crescimento da geração de energia elétrica a partir da fonte solar, que, em 2015, foi de 266,4%, passando da geração de 16 gigawatts-hora, verificados em 2014, para 59 gigawatts-hora), em 2015.

Parte significativa do crescimento da geração de energia elétrica a partir da fonte solar no País se deve aos incentivos estabelecidos por ações regulatórias relativamente recentes, tais como a Resolução Normativa nº 482, de 2012, da

Agência Nacional de Energia Elétrica — ANEEL, que fomentou a micro e minigeração distribuída de energia elétrica, possibilitando a compensação da energia excedente produzida por sistemas geradores de pequeno porte.

Conforme o disposto nesses regulamentos, a micro e a minigeração distribuída consistem na produção de energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam fontes renováveis de energia elétrica ou cogeração qualificada, conectadas à rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.

Em 2015, a geração distribuída atingiu 34,9 gigawatts-hora, com uma

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potência instalada de 16,5 megawatts, com destaque para a fonte solar fotovoltaica, com 20,0 gigawatts-hora, e 13,3 megawatts de geração e potência instalada, respectivamente.

De acordo com especialistas do setor, os expressivos aumentos da geração de energia elétrica distribuída a partir de fontes renováveis só não são maiores porque não há fontes de financiamento específicas para esse tipo de investimento e também porque não houve suficiente divulgação para os consumidores de energia elétrica residenciais de que eles já podem gerar a própria energia elétrica, utilizando geração de pequeno porte, a custos menores do que os da energia adquirida das distribuidoras.

Para solucionar esse problema, em 15 de dezembro de 2015, o Ministério de

Minas e Energia lançou o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de

Energia Elétrica — PROGD, com o objetivo de ampliar e aprofundar as ações de estímulo à geração de energia elétrica pelos próprios consumidores, com base nas fontes renováveis de energia, com enfoque especial na geração de energia elétrica a partir da fonte solar fotovoltaica.

Na oportunidade, destacaram-se como objetivos imediatos do PROGD:

- a criação e a expansão de linhas de crédito e formas de financiamento de projetos para a instalação de sistemas de geração distribuída nos segmentos residencial, comercial e industrial;

- o incentivo ao estabelecimento de indústrias fabricantes de componentes e equipamentos usados em empreendimentos de geração a partir de fontes renováveis, englobando o desenvolvimento produtivo, tecnológico e a inovação, bem como o estabelecimento de empresas de comércio e de prestação de serviços na

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área de geração distribuída a partir de fontes renováveis;

- a promoção da atração de investimentos, nacionais e internacionais, e a transferência e nacionalização de tecnologias competitivas para energias renováveis;

- o fomento à capacitação e à formação de recursos humanos para atuar em todos os elos da cadeia produtiva das energias renováveis.

Decorrido quase 1 ano do seu lançamento, não temos notícias do que foi efetivamente realizado no âmbito do referido Programa.

Contudo, mesmo sem contar com a adequada divulgação e sem dispor de facilidades para financiamento de equipamentos pelos consumidores, no Brasil, entre 2014 e 2016, as adesões ao modelo de geração distribuída quadruplicaram, passando de 424 conexões para 1.930 conexões. Atualmente, cerca de 90% das instalações de geração distribuída no País correspondem a painéis solares fotovoltaicos.

Segundo a ONG Greenpeace, os cenários previstos para expansão, no Brasil, da chamada microgeração solar poderiam gerar entre 2,8 milhões e 3,9 milhões de empregos diretos e indiretos e entre 7,8 bilhões e 11,3 bilhões de reais em arrecadação tributária até 2030.

Façamos votos, portanto, de que o Programa de Desenvolvimento da

Geração Distribuída de Energia Elétrica — PROGD, do Ministério de Minas e

Energia, avance e de que o Brasil, o quanto antes, produza novos empregos na área de energias renováveis, ajudando-nos a superar a atual crise econômica e, ao mesmo tempo, aumentando o nosso papel de destaque no conjunto das nações como um dos países com a matriz energética mais limpa e menos dependente de

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energias não renováveis.

É o que tínhamos a dizer.

Muito obrigado.

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O SR. JOSÉ REINALDO (PSB-MA. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as últimas eleições desenharam um novo poder político no Maranhão. Interessa não apenas o número de Prefeitos eleitos por partido, mas também o tamanho da população envolvida. Alguns resultados são óbvios. Aspirantes ao Governo do Estado que superestimaram seu poder de votos viram a realidade bater em si mesmos com força.

Os partidos da base do Governador venceram em torno de 70% das

Prefeituras. Isso exigirá do Governador uma atenção maior à sua base e a políticos fortalecidos nessas eleições, a fim de viabilizar uma chegada sem sobressaltos ao final do mandato.

Os partidos que mais se destacaram pelo número de Municípios a serem administrados versus população envolvida são o PCdoB, PMDB e PSDB. Ficou nítido que o povo quer eleger quem lhe dê esperanças de melhorias nas áreas de saúde, educação, segurança.

Torço principalmente para que os Prefeitos se empenhem em melhorar a educação fundamental, que é responsabilidade direta dos Municípios, e, no

Maranhão, na média geral, é muito ruim. Se não conseguirmos melhor o ensino fundamental, será muito difícil termos um ensino médio de qualidade. Precisamos de um mutirão envolvendo todos, para mudarmos esse quadro de forma permanente.

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O SR. LUCIANO DUCCI (PSB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eleição nós ganhamos ou perdemos; quem não pode perder é o povo.

Eu perdi a eleição de 2012 para Prefeito de Curitiba. Sabia das dificuldades, mas em nenhum momento me passou pela cabeça antecipar o IPTU — Imposto

Predial e Territorial Urbano, sequestrar dinheiro do Instituto de Previdência dos

Servidores do Município de Curitiba — IPMC, não repassar recursos para o Instituto

Curitiba de Saúde — ICS, atrasar férias dos professores, pegar dinheiro dos depósitos judiciais da Câmara de Vereadores de Curitiba para o próximo Prefeito pagar ou, ainda, não quitar precatórios, fazer licitações “mandrakes” de reta final, fechar três Unidades de Saúde 24 horas para não atender o povo.

As ruas da cidadania estão funcionando meia boca, creches estão fechadas como se estivessem sobrando vagas, há cancelamento de contratos de manutenção, unidades de saúde sem medicamentos, insumos e materiais de higiene.

É lamentável a falta de ética, profissionalismo e transparência do atual

Prefeito de Curitiba, que todos vão conhecer em breve. Ainda bem que faltam só poucos dias. Mas esses poucos dias vão parecer uma eternidade para a população.

Sr. Presidente, peço que este pronunciamento seja divulgado no programa A

Voz do Brasil e pelos canais de comunicação desta Casa.

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A SRA. GORETE PEREIRA (PR-CE. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Abraham Lincoln, Presidente dos

Estados Unidos da América durante a Guerra Civil que assolou aquele país, dizia que “a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”. Hoje, depois um longo período de abertura e sucessivos Governos eleitos democraticamente, nós, brasileiros e brasileiras, podemos nos orgulhar, apesar de todos os problemas, de sermos também uma democracia.

Mas eu me pergunto, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quando teremos uma democracia plena, na qual o povo esteja de fato representado, em seus interesses e diversidade, seja nesta Casa, seja em todas as Prefeituras e Casas

Legislativas deste País.

Uma democracia plena não pode deixar de fora aqueles a quem deveria representar, nem pode excluir maiorias hoje silenciosas que aguardam ansiosamente para se fazerem ouvir. Ao abafar as vozes que estão do lado de fora dos prédios do poder, estamos solapando o avanço da democracia e escondendo o

Brasil real de nós mesmos e também do mundo todo, que olha cada vez mais para nós, neste momento da nossa história.

Nas últimas eleições, o Tribunal Superior Eleitoral registrou, em algumas cidades, elevadas taxas de abstenção e rejeição a todos os candidatos e candidatas do pleito. Em Fortaleza, Capital do meu Estado, o Ceará, se somarmos as abstenções, os votos brancos e nulos, chegaremos à cifra de 25,78% de eleitores que rejeitaram todos os candidatos. Na cidade de Ipueiras, também no meu Estado do Ceará, 31,64% dos eleitores sequer compareceu às urnas para depositar seus votos.

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Muitas podem ser as causas desse elevado grau de abstenção, desde a desatualização dos registros eleitorais até eventualidades de cada cidade. Mas fico me perguntando, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, se esses números também não revelam um recado para nós, a classe política, de que muitas pessoas já não se sentem representadas por este sistema, de que o Brasil real já não cabe no nosso modelo político e de que precisamos, de fato, mudar as regras do jogo.

E quando falo de mudanças, não falo de mudanças parciais, fragmentadas, mas de uma verdadeira reforma política, ampla e democrática, que faça o Brasil caber novamente nas Prefeituras, nas Câmaras de Vereadores e nas Assembleias deste País.

É assombroso constatar, por exemplo, que nós, mulheres, em pleno século

XXI e constituindo a maioria da população brasileira, sejamos tão subrepresentadas no Parlamento e na política de um modo geral. No primeiro turno dessas eleições, apenas 12% das Prefeituras serão ocupadas por mulheres. Já nas Câmaras de

Vereadores, esse percentual é de 13%.

Não é possível permitir que essa situação se arraste por muito tempo e que o

Brasil de eleitores e eleitos seja tão diferente um do outro. É preciso dar condições e oportunidades dignas para que as mulheres conquistem o espaço que merecem na política e tragam para a política seu conhecimento, suas vivências e experiências de vida, que certamente engrandecerão o debate público neste País.

Nesse sentido, é importante saudar iniciativas como a da Proposta de

Emenda à Constituição nº 134, de 2015, que estabelece uma política de cotas para as mulheres no Parlamento brasileiro. Mas faço questão de ressaltar, Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, que não podemos concordar com as cotas como sendo um

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favor, como uma concessão feita a nós, mulheres.

Segundo os últimos dados da PNAD, somos mais de 51% da população brasileira. Nas últimas eleições, segundo o TSE, fomos mais de 52% das eleitoras.

Se somarmos esses números a todas as dificuldades que nós mulheres vivenciamos para participar da política, seja pela múltipla jornada de trabalho, seja pelo preconceito explícito ou velado que sofremos, nenhuma medida que vise a aumentar a participação da mulher no Parlamento deve ser vista como um favor. Deve ser vista, sim, como uma conquista, alcançada a duras penas pela nossa luta e pelo nosso vigor nesta Casa e em todo o Brasil.

Continuemos pensando, debatendo e encaminhando propostas, como a da referida PEC, para que todas as mulheres, especialmente as meninas que agora nos acompanham, saibam que podem sonhar alto, sonhar grande e mudar a realidade política e social desse País, na condição que merecem, na condição de protagonistas.

Muito obrigada.

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O SR. ANTONIO BULHÕES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, foi com muita tristeza que recebi a notícia de que o Programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação, sofreu um severo corte de recursos, impossibilitando a formação de novas turmas de jovens, adultos e idosos na missão de reduzir o analfabetismo no País.

Com as contas públicas depauperadas, o Governo Federal impôs contenção de gastos em um setor que deveria se manter imune aos contingenciamentos, sob pena de atrasarmos ainda mais nossa caminhada rumo à sociedade evoluída que tanto almejamos.

Em meio aos 206 milhões de brasileiros, mais de 13 milhões de pessoas com mais de 15 anos de idade não sabem ler e escrever. Esse quantitativo enorme de analfabetos nos coloca na oitava posição mundial entre as nações com maior número de habitantes que não frequentaram a escola no tempo devido.

No ano 2000, o Brasil, juntamente com outros 163 países, assumiu um compromisso perante a UNESCO para reduzir pela metade, até 2015, o número de analfabetos. Fracassamos! Infelizmente, por uma sucessão de erros e falhas na condução de nossas políticas educacionais, não conseguimos cumprir a meta.

Deveríamos ter terminado o ano passado com, no máximo, 6,7% de analfabetos na população. Entretanto, esse índice permanece acima de 8%.

É lamentável, Sr. Presidente, que ainda não tenhamos recebido um aceno franco e garantido do novo Governo apontando para a reversão dessa triste realidade. Ao contrário, no que concerne ao Programa Brasil Alfabetizado, estamos vendo centenas de milhares de pessoas afastadas da oportunidade de descobrir o novo mundo que o conhecimento das letras nos proporciona.

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Em vez de honrar o plano de atender 1 milhão e meio de pessoas neste ano, o MEC liberou recursos para a formação de 17.445 turmas, oferecendo vagas para a alfabetização de apenas 167 mil jovens e adultos. Para o ano que vem, a perspectiva é de melhora, conforme nota divulgada pelo MEC, mas continuaremos muito distantes das metas mais ambiciosas e condizentes com a urgência de reduzirmos a triste mancha que o analfabetismo de adultos deixa na nossa estrutura social.

No último dia 6, o Ministro Mendonça Filho anunciou que o orçamento do

MEC, em 2017, será 7% maior que o deste ano, o que representa um incremento de

R$9 bilhões para o andamento de todos os projetos e programas ligados à educação. Pode parecer um alento em um cenário de crise, mas a realidade é que esse aumento de recursos será insuficiente para cobrir todas as despesas da Pasta e ainda permitir repasses maiores para os seus programas. Se confirmada a projeção de inflação de 7,34% para o ano de 2016, o aumento anunciado no orçamento da educação nos leva a antever, Sras. e Srs. Deputados, que 2017 será mais um ano de grandes dificuldades e poucos resultados positivos na área educacional.

A guinada que o Brasil precisa dar, com o intuito de se reposicionar nos trilhos do desenvolvimento, exige esforço redobrado do Governo na gestão das políticas de educação. Temos muitos objetivos a cumprir: garantir creches e escolas de educação infantil para crianças de 0 a 5 anos; melhorar a qualidade dos ensinos fundamental e médio; melhorar as condições de trabalho e a qualificação dos professores; oferecer merenda de qualidade nas escolas; ampliar o acesso a cursos técnicos e profissionalizantes; garantir o bom funcionamento das universidades,

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entre outros. Mas é também muito importante que seja dada atenção prioritária à alfabetização de jovens e adultos.

Deixo aqui registrado meu protesto contra o corte de investimentos no

Programa Brasil Alfabetizado, bem como minha solidariedade às instituições que mantinham parcerias com o Ministério da Educação para atuar nesse campo e aos brasileiros que estão sendo mantidos à margem, sem a possibilidade de conhecer os horizontes que a leitura e a escrita descortinam.

Muito obrigado.

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O SR. RUBENS PEREIRA JÚNIOR (PCdoB-MA. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos termos do

Regimento Interno e dada a impossibilidade de leitura em plenário, solicito a V.Exa. que seja dado como lido, para efeito de registro nos Anais desta Casa, artigo de minha autoria, publicado no Jornal Pequeno.

Muito obrigado.

ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR

Agricultura Familiar Maranhense Valorizar a agricultura familiar é valorizar o nosso povo e a terra que nos acolhe. Somo meus esforços aos do Governador Flávio Dino para apoiar os pequenos agricultores do Maranhão. Cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo o Brasil vêm da agricultura familiar. Só com esse número já percebemos que ela é a principal responsável pela comida que chega às mesas das nossas famílias. As propriedades desse tipo são gerenciadas e operadas por uma família e predominantemente dependentes de mão de obra familiar. São os pequenos produtores que fazem a força desse setor, seja na atividade agrícola, pesqueira, pastoril ou de criação de peixes, por exemplo. A força desses trabalhadores para a produção de alimentos é vital, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. É isso que confirma a FAO, órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas). No Maranhão, não é diferente. Mas há alguns anos a agricultura familiar não contava com apoio do Governo Estadual. Roseana Sarney saiu do cargo em 2014 e não usou R$ 44 milhões que estavam disponíveis, tendo de devolver o valor ao Governo Federal. Com o 'Governo de todos nós', a equipe de Flávio Dino está dando a importância merecida à agricultura. Um exemplo dessa atuação está nas várias edições da AGRITEC (Feira Tecnológica da Agricultura Familiar). Na semana passada, estive pessoalmente com o Governador na feira da

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cidade de Viana, onde vi de perto a fartura que nossos agricultores são capazes de produzir. Os produtores da agricultura familiar precisam e merecem o apoio dos órgãos de governo, que podem oferecer a assistência técnica e projetos para ampliar o número de compradores dos produtos. Em nível federal, os pequenos produtores contam com o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Por meio dele, o Plano Safra 2015-2016 destinou quase 29 bilhões de reais ao setor, um investimento recorde. Precisamos lutar para que os recursos para a agricultura sejam mantidos pelo Governo de Michel Temer. Todos nós, maranhenses, também precisamos defender outra importante contribuição para o desenvolvimento do campo: o apoio e as pesquisas da EMBRAPA. Na Câmara, sigo defendendo a agricultura familiar, como em emenda que apresentei este ano destinando R$ 150 mil ao setor em São Domingos do Maranhão. Meu mandato de Deputado Federal estará sempre ativo para estimular esse setor da economia maranhense. Obrigado.

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O SR. MIGUEL LOMBARDI (PR-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero realçar a minha perplexidade ante o ato irracional dos vândalos que invadiram o Congresso

Nacional. O ataque foi não só uma ação violenta contra o patrimônio nacional, mas também uma agressão direta contra a democracia brasileira.

Como bem escreveu o jornalista José Nêumanne, em seu artigo O golpe dos patetas, essa foi a única tentativa desarmada de golpe militar da história, patrocinada por “vândalos, patetas golpistas, saudosistas da brutal e injustificável ditadura militar de 52 anos atrás”.

Esse ato obsceno contra a democracia marca uma era de destempero singular de grupos extremistas que planejam tomar o poder pela força e pela brutalidade. Esse é um grande efeito da nossa atual instabilidade política, proporcionada por anos de irresponsabilidade fiscal e política, que nos levaram a uma desconfiança sem precedentes da população sobre seus representantes eleitos por meio de votos legítimos.

Este momento de animosidade não deve se repetir. Devemos assegurar e consolidar cada vez mais o nosso sistema democrático. Mais do que isso: é obrigação de cada Parlamentar se responsabilizar pela melhoria contínua da qualidade da nossa democracia.

Se há incertezas quanto à representatividade política, devemos assumir o desafio de apontar novas medidas para que a sociedade se sinta mais bem representada, equilibrando e aperfeiçoando o atual modelo de escolha de candidatos para cargos eletivos.

O que não é possível é admitir que um grupelho tome de assalto o Congresso

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Nacional e tente destituir a democracia brasileira. Tentar reinstalar um regime de exceção que suprimiu nossas liberdades civis e políticas e executou brasileiros friamente em nome de uma obsessão extremista é um ato impensável.

A esmagadora maioria dos brasileiros sequer almeja reeditar essa época sombria, na qual fomos destituídos do direito de expressar nossos pensamentos, de criar, de cantar, de nos divertir e de viver em harmonia.

É notório, Sr. Presidente, o quanto existe uma tendência de conflagração nas ruas entre grupos políticos distintos. O debate de ideias, a preferência por este ou outro agrupamento político, a divergência e a convergência são grandes virtudes da democracia. Se a sociedade decide escolher um programa de governo mais conservador ou mais progressista ou ainda liberal, que seja soberana a escolha das pessoas. O que é preciso nutrir mais poderosamente é que esse processo de escolha seja livre, não manipulável e que reflita o pensamento dos eleitores, daqueles que elegem.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, precisamos seguir cumprindo nossa missão. A defesa do Parlamento brasileiro é fundamental para construirmos um país com instituições sólidas, que funcionem e protejam o povo brasileiro de ameaças ditatoriais.

Apesar do “golpe dos patetas”, é elogiável o modo cívico como eles foram retirados do Plenário da Câmara dos Deputados pela Polícia Legislativa. Eles devem ser julgados e devem cumprir uma pena justa pelos seus crimes. E precisamos esclarecer a forma como esses vândalos agrediram o Congresso brasileiro.

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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar, neste plenário, um importante avanço que obtivemos recentemente na luta pelos direitos femininos.

Foi aprovada no dia 8 de novembro, em Comissão Especial, a Proposta de

Emenda à Constituição nº 134, de 2015, que reserva percentual mínimo de representação para mulheres no Poder Legislativo. O Brasil ficou na 117ª colocação no ranking das Nações Unidas que elenca os países conforme o grau participação feminina nos parlamentos.

Nós, da bancada feminina, acreditamos que esta PEC seja um instrumento valioso na batalha para mudar esse cenário. A proposta, apresentada pela

Comissão da Reforma Política do Senado, estabelece que a cota mínima para mulheres valerá por três legislaturas. O percentual aumentará de forma gradativa:

10% das cadeiras na primeira legislatura; 12% na segunda; e 16% na terceira.

O ideal seria a paridade, mas, para começar, defendemos esse aumento gradativo da participação feminina no Poder Legislativo. Assim, assegura-se a presença delas e eleva-se o estímulo para que mais mulheres queiram ingressar na vida política do País.

Conforme a PEC, a regra será aplicada para vagas na Câmara dos

Deputados, nas Assembleias Legislativas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas Câmaras Municipais.

A proposta precisa ainda ser votada pelo Plenário desta Casa, em dois turnos. Vamos lutar para que ela seja apreciada o mais rapidamente possível.

Garantir uma maior presença feminina na política é fortalecer a democracia e as

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nossas instituições. Precisamos de homens e mulheres atuando em perfeita sintonia na vida pública do nosso País, com oportunidades e direitos iguais. Com certeza, todos sairão ganhando, sobretudo a população brasileira.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. STEFANO AGUIAR (PSD-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é sempre com muito interesse e preocupação que acompanhamos a questão da educação no Brasil. Na convicção de que se trata da única via de acesso a um novo patamar de desenvolvimento social, não hesitamos em colocá-la como prioridade máxima na agenda nacional.

Daí nossa expectativa em relação ao Plano Nacional de Educação — PNE, votado há 2 anos, fruto de intensa participação dos Parlamentares e da sociedade civil.

Como se sabe, o PNE é uma lei ordinária, prevista pela própria Constituição, com vigência de 10 anos a partir de junho de 2014. Estabelece um conjunto de metas, diretrizes e estratégias, visando à melhoria da educação do País, em todos os níveis.

Tais metas, Sr. Presidente, por si só, representam a mais completa e apurada agenda para o setor. Mesmo que não implantado em sua totalidade — na verdade, estamos ainda distantes disso —, o PNE constitui a promessa de consolidação e aperfeiçoamento dos grandes avanços verificados nas últimas décadas. Daí nosso empenho em vê-lo executado, em todos os aspectos e previsões.

Obtivemos, de fato, resultados extremamente positivos nos últimos anos. De

2000 para 2012, contabilizamos um aumento de investimento em educação básica de 2,4% para 4,7% do PIB; no ensino fundamental, referente à faixa etária entre 6 e

14 anos, conseguimos matricular 97,5% das crianças; no ensino médio, que compreende jovens entre 15 e 17 anos, o percentual está em torno de 82,6%.

Tais números representam, sem dúvida, a incorporação de imenso contingente de pessoas ao sistema de educação formal. A universalização, porém, continua sendo a grande meta, porque é justamente a parcela residual que

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corresponde aos grupos mais desassistidos da população, isto é, aos grupos mais necessitados da intervenção do Estado, no sentido da inclusão social e do ingresso na vida produtiva do País.

Detenhamo-nos, a propósito, em alguns dos aspectos destacados pelo PNE, no que se refere às metas gerais e específicas.

Segundo dados de 2014, cerca de 460 mil crianças entre 6 e 14 anos permanecem fora da escola. Entre elas, predominam aquelas em situação de maior vulnerabilidade social: negras, indígenas, portadoras de deficiências ou oriundas de família com renda per capita inferior a um quarto do salário mínimo. Trata-se de um grupo que requer estratégias e políticas públicas diferenciadas, capazes de reverter um quadro que se perpetua desde sempre, sobretudo nas regiões menos desenvolvidas do Brasil.

Já no que se refere ao ensino médio, o desafio da universalização até 2016, conforme a Emenda Constitucional nº 59/2009, mostra-se simplesmente monumental. São 1,7 milhão de jovens que deveriam estar em sala de aula, sem mencionar as altas taxas de evasão dos já matriculados, em decorrência de um modelo curricular notadamente ultrapassado.

Outro aspecto de grande relevância, Sr. Presidente, diz respeito ao grau de alfabetização da população em geral. Diante do contingente de quase 13 milhões de brasileiros com idade superior a 15 anos que, na última Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios — PNAD, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística —

IBGE, se declararam analfabetos, urge ampliar a oferta de oportunidades educacionais voltadas para a elevação do nível de escolaridade e o aprimoramento das habilidades de leitura, escrita e compreensão da linguagem matemática. Inclui-

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se aí a preocupação com o alto grau do chamado analfabetismo funcional, que, de acordo com dados de 2015, chega ao inacreditável patamar de 27%, no contexto da população entre 15 e 64 anos.

Já no que tange ao ensino superior, a meta é elevar as taxas de matrícula para a faixa de 50% da população entre 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta, garantindo-se expansão em pelo menos 40% de novas matrículas no segmento público. Mediante a interiorização das universidades, o aumento da oferta de vagas e a criação de mecanismos eficientes de inclusão educacional, teremos condições de ampliar o acesso ao ensino superior, assim aumentando a escolaridade média e o grau de capacitação profissional da população.

Sr. Presidente, entre tantos aspectos contemplados pelo PNE, cuja extensão e complexidade escapam ao alcance deste pequeno pronunciamento, gostaríamos de destacar pelo menos mais um, sem dúvida, fundamental: o que diz respeito à meta de valorização da figura do professor.

De acordo com o Plano, a valorização dos profissionais do magistério das redes públicas de educação básica, conforme os padrões estabelecidos, é meta a ser concluída até o final do sexto ano da vigência da lei. O pressuposto é a absurda disparidade salarial entre professores e profissionais com o mesmo nível de instrução, fator obviamente responsável pelo alto desinteresse em relação à carreira, sobretudo por parte dos mais qualificados. Não há dúvidas de que a elevação dos salários do magistério expressaria, na essência, a mudança de prioridades nacionais, ou seja, a colocação da educação como a principal estratégia de desenvolvimento econômico e social do País.

Sr. Presidente, é com muita expectativa, repetimos, que aguardamos o

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cumprimento integral das metas e disposições contidas no Plano Nacional de

Educação, ao longo dos próximos 8 anos. Não temos dúvidas de que aí se concentra o que de melhor se pode esperar para o futuro do Brasil.

Na certeza de que, mesmo com os ajustes impostos pela conjuntura econômica, não nos desviaremos de metas tão fundamentais, reiteramos nosso apoio ao Plano, reafirmando nosso compromisso primordial com todos os esforços em prol da educação em nosso País.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de comunicação desta Casa Legislativa e no programa A Voz do Brasil.

Era o que tínhamos a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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VI - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas) - Encerro a sessão, convocando Sessão

Deliberativa Extraordinária para hoje, terça-feira, dia 22 de novembro, às 19h2min, com a seguinte Ordem do Dia: Projeto de Lei nº 2.430, de 2003; Projeto de Lei

Complementar nº 163, de 2015; Projetos de Lei nºs 3.490, de 2012; 1.775, de 2015;

4.238, de 2012; e 2.516, de 2015; e Propostas de Emenda à Constituição nºs 209, de 2012; e 504, de 2010. Haverá matéria sobre a mesa para deliberação.

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(Encerra-se a sessão às 19 horas e 1 minuto.)

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