Cristina Sousa Ribeiro Parasitas
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Universidade do Minho Escola de Arquitectura Cristina Sousa Ribeiro Parasitas: a desestruturação da sociedade e da vida em comunidade Parasitas: a desestruturaçãoParasitas: da sociedade e vida em comunidade Cristina Sousa Ribeiro outubro de 2020 UMinho | 2020 Universidade do Minho Escola de Arquitectura Cristina Sousa Ribeiro Parasitas: a desestruturação da sociedade e da vida em comunidade Dissertação de Mestrado Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestre em Arquitectura Ramo do Conhecimento: Cultura Arquitetónica Trabalho efetuado sob a orientação de Professor Doutor Eduardo Jorge Cabral dos Santos Fernandes Professor Doutor André Cerejeira Fontes outubro de 2020 DIREITOS DE AUTOR E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO TRABALHO POR TERCEIROS Este é um trabalho académico que pode ser utilizado por terceiros desde que respeitadas as regras e boas práticas internacionalmente aceites, no que concerne aos direitos de autor e direitos conexos. Assim, o presente trabalho pode ser utilizado nos termos previstos na licença abaixo indicada. Caso o utilizador necessite de permissão para poder fazer um uso do trabalho em condições não previstas no licenciamento indicado, deverá contactar o autor, através do RepositóriUM da Universidade do Minho. Licença concedida aos utilizadores deste trabalho Atribuição CC BY https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ IV “I claim for architects the rights and liberties that painters and poets have held for so long. Archi- tecture is not apprehended as intellectual experi- ence but as sensation - an emotion. Buildings must become presences - be like vast apocalyptic monsters or gently floating albatross- es. Buildings Should be invented to be remem- bered forever like the temples of India and the pyramisd of Egypt.” Manifesto - Pancho Guedes V AGRADECIMENTOS Mãe, Avó Mavilde, Irmã Beatriz, Tia Isabel, Tios, Pai, Avô António, Professor Eduardo, Professor Fontes, André, Jake, Moon Moon, Chiru, Maad, Ana Maria, Jéssica, Lages, Sylla, Rúben, Barões, Catorze, Julio, Elisa, Inês, Margarida, Dantas, Romão, Carolina, Ara, Obrigada, VII RESUMO Parasitas: a desestruturação da sociedade e da vida em comunidade é uma reflexão sobre a sociedade moderna capitalista e a sua relação com a arquitetura. Definimos arquitetura como um elemento fundamental para o ser humano se situar no espaço e tempo, como componente primordial da vida quotidiana; para além de constituir uma afirmação cultural, influência a forma como interpretamos o que nos rodeia e o modo como equacionamos novas questões sobre a realidade. No entanto, consideramos que atualmente a arquitetura segue um curso errado. Tornou-se um produto das massas que visam apenas o consumo, como um produto da moda, uma imagem estilística, mas vazia de conteúdo, tanto para o arquiteto que a cria, como para os seus utilizadores. Alia-se assim ao enquadramento do capitalismo global, contribuindo para uma ilusão de felicidade e para a alienação coletiva que carateriza a hiper-realidade. Assim, a estrutura deste trabalho divide-se em duas partes: a primeira visa identificar as prob- lemáticas associadas à atualidade e ao culto da imagem, percebendo como a sociedade reage a estes estímulos e como a arquitetura se comporta mediante essa reação. A segunda procura analisar exemplos práticos deste tipo de crítica no cinema, abordando dois casos de estudo (Mon Oncle, de Jacques Tati, e Parasitas, de Bong Joon-ho). Aqui, pretendeu-se fazer uma aproximação de escala, interpretando as narrativas como exemplo de crítica ao estilo de vida moderno, nas relações entre a arquitetura e o ser humano, e entre a sociedade e a arquitetura (sendo que ambas são interdependentes). Concluímos que o capitalismo e o predomínio das imagens mediáticas nos transformaram em indivíduos blasé, alienados e acríticos perante as suas casas, as suas cidades e as suas próprias vidas, banalizando a experiência da arquitetura. As conceções de espaço estão condicionadas, tanto a nível mental como físico, perante a híper-realidade, que determina uma perceção limitada pelas imagens pub- licitárias e pelo consumismo. Nesta simulação em que vivemos, a realidade não parece ter possibilidade de regresso: tudo é mentira, a vigilância impera e a vida em comunidade desapareceu. A arquitetura encontra-se a servir apenas algumas classes e despreza os seus valores sociais… deixando assim de ser arte, porque a arte deveria servir todos, dando esperança aos que menos têm, fazendo todos sobressair como seres únicos, para um futuro mais igualitário e justo. Palavras chave: imagem, capitalismo, parasitas, repetição, vigilância, habitação, media, representação, vida, sociedade, alienação, hiper-realidade, IX ABSTRACT Parasites: the disruption of society and community life is a dissertation that aims to develop a critical discussion on modern capitalist society and its relationship with architecture. Architecture is defined as a fundamental element for the human being to be located in space and time, as a fundamental component of daily life. It not only constitutes a cultural statement, but it also influences the way in which we interpret what surrounds us and the way in which we address new questions about reality. However, we believe that architecture is currently taking the wrong path. It has become a product of the masses, whose only aim is consumpiton, used as a fashion product, a stylistic image, but with empty content, both for the architect who creates it and for its users. It therefore allies itself with the global cap- italism framework, contributing to an illusion of happiness, to the collective alienation that characterizes hyper-reality. Considering all of the above, the present project is structured based on the analysis of these questions outlined in two parts: the first aims at identifying the present-day problems and the cult of the image, undestanding how society reacts to these stimuli and how architecture is influenced by this reaction. The second seeks to analyze practical examples of this type of criticism in cinema, addressing two case studies (Mon Oncle, by Jacques Tati, and Parasite, by Bong Joon-ho). Here, the intention was to make a scale approach , interpreting the narratives as an example of criticism of the modern lifestyle, in the relationships between architecture and the human being, and between society and architecture (both being interdependent). This analysis lead to the conlucions that capitalism and the predominance of media images transformed us into blasé individuals, alienated and uncritical when confronted with their houses, their cities and their own lives, trivializing the experience of architecture. The conceptions of space are conditioned, both men- tally and physically, in the face of hyper reality, which determines the perception limited by advertising images and consumerism. This simulation in which we live, reality seems to have no possibility of return: everything is a lie, vigilance prevails and life in community has disappeared. Architecture is serving only a few classes and despises its social values… thus ceasing to be art, because art should serve everyone, giving hope to those who have less, making everyone stand out as unique beings, for a more egalitarian and fairer future. Keywords: image, capitalism, parasites, repetition, surveillance, housing, media, representation, life, so- ciety, alienation, hyper-reality, XI ÍNDICE Introdução ................................................................................................................................. 1 Tema ..................................................................................................................................... 1 Para que serve a arquitetura? .................................................................................................3 Método. ................................................................................................................................. 5 CAPÍTULO I ................................................................................................................................. 7 Hiper-realidade. .....................................................................................................................9 Vida ....................................................................................................................................... 17 Media. ................................................................................................................................... 25 Sociedade do espetáculo ........................................................................................................35 CAPÍTULO II ................................................................................................................................ 43 As crianças e o meio urbano ..................................................................................................61 A mulher e a cidade. ..............................................................................................................83 Tudo comunica ...................................................................................................................... 93 Conclusão. .................................................................................................................................. 127 Anexos ........................................................................................................................................ 133 Apontamentos biográficos........................................................................................................133