Elizabeth Clare Prophet

Almas Companheiras e Chamas Gêmeas

Tradução de MARIA TERESA MORAS

3a EDIÇÃO

NOVA ERA

Sumário

O PAR PERFEITO PRESO NA REDE DO CARMA A BUSCA DA INTEGRIDADE

O CASAMENTO ALQUÍMICO A CRIAÇÃO DAS CHAMAS GÊMEAS O CONTATO INTERNO ENTRE AS CHAMAS GÊMEAS MADAME BUTTERFLY LOHENGRIN ALMAS COMPANHEIRAS O CASAMENTO CÁRMICO A UNIÃO DO CASAMENTO O CÍRCULO DA UNIDADE A ALQUIMIA DA ERA DE AQUÁRIO A BUSCA DA INTEGRIDADE AMOR, CASAMENTO E MUITO MAIS: O QUE APRENDI

COMO RECONHECER A SUA CHAMA GÊMEA O CARMA NOS RELACIONAMENTOS CASAMENTO DIVÓRCIO A SUA UNIÃO NA ETERNIDADE O PESO DO CARMA TRABALHAR OS RELACIONAMENTOS PREPARAR-SE PARA A SUA CHAMA GÊMEA TORNAR-SE ÍNTEGRO A IMAGEM DO SEU EU DIVINO

A PRESENÇA DO EU SOU E O CORPO CAUSAL O SANTO CRISTO PESSOAL A CENTELHA DIVINA E OS QUATRO CORPOS INFERIORES O DESTINO DA ALMA ORAÇÕES E DECRETOS PARA AS CHAMAS GÊMEAS

PEDIDO DE PROTEÇÃO AO ARCANJO MIGUEL PARA TRANSMUTAR O CARMA DAS CHAMAS GÊMEAS EU SOU A CHAMA VIOLETA RADIANTE ESPIRAL DE CHAMA VIOLETA DECRETOS DO CORAÇÃO, CABEÇA E MÃO

Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu.

O CÂNTICO DOS CÂNTICOS 6:3

Vou levantar-me, vou rondar pela cidade, pelas ruas, pelas praças, procurando o amado da minha alma. Procurei-o e não o encontrei! Encontrou-me o guarda que fazia a ronda da cidade: vistes o amado da minha alma? Passando por eles, contudo, encontrei o amado da minha alma; Agarrei-o e não vou mais soltá-lo.

O CÂNTICO DOS CÂNTICOS 3:2-4

O par perfeito preso na rede do Carma

"Querida, querida, querida", cantava Nelson Eddy. Subitamente, do fundo da plateia, escutou-se uma voz feminina fazendo dueto com ele. Todos no teatro lotado ficaram surpresos. Ela veio descendo pelo corredor, cantando para ele. No final da canção, estava no palco olhando-o nos olhos, e o público ovacionava de pé. Ela era Jeanette MacDonald, que estrelou oito filmes com ele. O casal exibia o seu amor para quem quisesse ver, conta Frank Laric, que presenciou a cena da terceira fila. Nelson nem sabia que ela estava na cidade. — De onde você veio? — perguntou ele, enquanto o público aplaudia entusiasmado. — Cheguei ontem à noite — respondeu ela. Ele convidou- a para jantar e cantaram juntos Indian Love Call. Em momentos mágicos como esse, e nos filmes que passavam nas telas dos cinemas, as pessoas descobriram as chamas gêmeas.{1} Isto aconteceu no verão de 1941. Eles formavam um par perfeito, mais do que isso, eram dois corações apaixonados. Embora esse romance tenha começado em maio, ele nunca deu certo. Vendo o romance acontecer nas telas de cinema e ouvindo-os cantar duetos sem tirar os olhos um do outro, exibindo um para e para o mundo inteiro a dor do seu amor proibido, mais de uma geração de norte-americanos conheceu o amor especial que existe entre as chamas gêmeas. Embora poucas pessoas hoje em dia escutem árias cantadas por Jeanette e Nelson, as suas canções, e principalmente os seus filmes, mantêm um apelo eterno que desafia o tempo e transcende o enredo e diálogos dos seus ingênuos melodramas. Este apelo, este ingrediente misterioso, é o amor que todos buscam e poucos encontram, da união das chamas gêmeas. O casal foi obrigado a esconder do mundo o romance que vivia na vida real. A versão oficial dessa relação, divulgada pelo estúdio e pelas revistas de fãs, anunciava que eles eram somente amigos que eventualmente brigavam, e eram muito felizes casados com outras pessoas. A história poderia ter ficado assim para sempre, não fosse pelos esforços de Sharon Rich e Diane Goodrich, que publicaram, em 1979, um livro intitulado Farewell to Dreams. Elas colheram informações não nos jornais da época, mas com amigos, vizinhos e parentes do casal, que finalmente concordaram em dizer a verdade; e também com camareiras, porteiros e extras de filmagem, que completaram os detalhes e confirmaram as evidências. "Cada linha deste livro", afirma Sharon, "é uma citação literal do que alguém nos contou, da forma mais fiel possível."

Esta não é uma foto publicitária. Expressa bem o romance na vida real, em que Nelson lança a precaução às favas e dá em Jeanette um apaixonado abraço de aniversário.

Sharon e Diane descobriram uma trama gigantesca destinada a ocultar tudo o que aconteceu entre Nelson, Jeanette e o estúdio, que fez com que os amigos jurassem segredo sobre o assunto. Elas descobriram que o casal, de fato, esteve perdidamente apaixonado, mais do que qualquer uma das suas personagens, e viveram um romance que durou trinta anos. Entretanto, a ambição de Jeanette, seus ocasionais acessos de raiva e uma estranha combinação de pessoas e circunstâncias mantiveram-nos separados por toda a vida. Parece que as coisas nem sempre dão certo, mesmo quando se encontra a chama gêmea. Esta história é uma tragédia de chamas gêmeas. Ela ensina aos que buscam o amor perfeito que, se não resolverem primeiro os aspectos negativos do seu carma, nunca poderão usufruir a completa, encontrem ou não a sua chama gêmea. Sharon e Diane começaram a contar a história como num conto de fadas: amor à primeira vista ou, pelo menos, reconhecimento instantâneo. A irmã de Jeanette, Blossom, folheava um jornal, quando uma fotografia atraiu a atenção de Jeanette: — Quem é este? — perguntou ela, fazendo com que a irmã voltasse para a tal página. Ela sentiu que precisava assistir a Nelson Eddy cantar. Nelson viu, ou melhor, escutou pela primeira vez Jeanette cantar nos estúdios da MGM, onde ambos trabalhavam. Ele havia sido contratado em 1933 como cantor de ópera de sucesso, e — como todos os cantores de ópera jovens e atraentes da época — era um símbolo sexual. Os fãs, na maioria mulheres, tratavam-no como a uma estrela de rock dos dias de hoje, até rasgando suas roupas após os concertos. Nelson seguiu a voz encantadora de Jeanette até o estúdio de som, onde ela filmava A viúva alegre. Quando a viu no palco, apaixonou-se. Ela correspondia à imagem de mulher com quem ele sempre sonhara. Alguns dias mais tarde, convidou-a para almoçar. Ela aceitou com alguma relutância, pois não queria ficar presa a um relacionamento que pudesse colocar em risco a sua carreira. Apesar disso, o romance continuou e o amor aumentou. Nelson fazia com que ela, uma diva glamourosa de trinta anos, se sentisse como no seu primeiro encontro. Seria possível que estivesse acontecendo com ela o conto de fadas que tantas vezes representou na tela? "Quando ele me beijou, foi diferente de tudo o que já havia sentido", disse ela à sua mãe. "Perto dele, sinto-me maravilhosamente exultante e, quando ele me olha, sinto como se não existisse mais ninguém no mundo para ele, só eu." Nesse romance, podemos identificar outros sinais do relacionamento entre chamas gêmeas. O amor que eles sentiam era muito maior do que uma simples atração — ele se expressava em todas as áreas de suas vidas. Juntos, eles tinham um esplendor que não existia quando estavam separados. Os filmes que fizeram separados dificilmente são lembrados, mas juntos eram capazes de acessar o seu potencial interno, como só as chamas gêmeas unidas podem, e os filmes em que contracenaram bateram todos os recordes de bilheteria. A presença radiante que expressavam nas telas, a qualidade real e verdadeira do seu amor e a dor não revelada da sua separação fizeram com que os oito filmes que fizeram juntos, filmados de 1935 a 1942, consistissem nas histórias de amor mais tocantes filmadas por Hollywood. Sua popularidade é eterna. A MGM relançou vários dos seus filmes no final da década de 1950 e no início da década de 1960 e, recentemente, lançou três deles em vídeo. Seus fãs leais, jovens e velhos, ainda se reúnem nos três fã-clubes, os mais antigos que existem. O amor entre eles não diminuiu com o passar do tempo. Ele ainda a via da mesma forma como a viu no seu primeiro encontro. "A beleza provém da alma", disse Nelson em 1958. "O corpo é só uma capa. É claro que ele envelhece e fica cansado. Mas é a pessoa que irradia ou não a beleza que tem dentro de si. É por isso que vou amar a Srta. MacDonald até morrer." Sentindo o seu amor, Jeanette se iluminava como um vaga-lume sempre que ele estava por perto, tornando-se uma pessoa diferente quando estava na sua presença. O amor infinito que sentiam um pelo outro, mais uma característica do amor entre almas gêmeas, estendia-se muito além daquela vida, ou eles assim acreditavam. Sharon e Diane descobriram que os dois admitiam a reencarnação. Nos anos 30, um médium disse a Jeanette que ela havia vivido com Nelson numa vida anterior, quando haviam sido irmãos, por volta de 1830, na Inglaterra. Seguindo a pista da história de Jeanette e Nelson, Diane Goodrich foi a outro médium, sem revelar o que Jeanette havia descoberto, e este deu-lhe exatamente a mesma informação. Embora pensemos que as chamas gêmeas estejam sempre apaixonadas, este não é necessariamente o caso. O fato de serem irmãos não exclui nem impede a possibilidade de serem almas companheiras ou chamas gêmeas, pois o amor entre as chamas gêmeas estende-se muito além de uma ou , tendo-se iniciado no momento da criação. O relacionamento entre irmão e irmã permite o estabelecimento de uma união de confiança, de amor puro, de adoração e progresso mútuo. Esta é uma parte bem real da espiral que é construída, vida após vida, pelas chamas gêmeas que se preparam para a união final, quando o fruto do seu amor será uma contribuição ímpar oferecida no altar da humanidade. Um amor tão poderoso, que eleva e enobrece tudo o que toca, e purifica e renova a corrente da consciência humana para compreender o que é o amor verdadeiro e do que ele pode conquistar. Jeanette e Nelson também acreditavam no carma — tendo certeza de que eram responsáveis pelas circunstâncias presentes em suas vidas e que estas eram resultado de suas ações passadas. Devia haver uma grande dívida cármica entre eles, como acontece com frequência entre chamas gêmeas, pois, como ficou demonstrado, o seu romance não correu muito bem. Esta história tem um vilão — a madrasta feia, o duende mau escondido embaixo da ponte. Ele está representado pelo megalomaníaco Louis B. Mayer, o manda-chuva da MGM. Quando Nelson se apaixonou por Jeanette, a jovem estrela estava sob o usual assédio sexual do patrão, que não gostava do barítono. E o motivo era que Nelson construíra a sua carreira sozinho e não devia seu sucesso à MGM. Ele era a única estrela da companhia que não bajulava Louis. Anna MacDonald, mãe de Jeanette, e Louis aconselharam-na a não colocar em risco tudo o que se esforçara tanto para conseguir, apaixonando-se por um "mero cantor". Temendo destruir a sua carreira, Jeanette procurou ignorar Nelson. Este deixou bem claro que não se importava com seu passado nem com seu relacionamento com Louis. "O que nós temos não pode ser destruído com facilidade... Quando as coisas ficarem difíceis e precisar de alguém que goste realmente de você, lembre-se de que eu existo", disse-lhe ele. Eles começaram a filmar Naughty Marietta em 1935, o primeiro filme que fizeram juntos. Quando ficou claro que o filme seria um grande sucesso e que faria de Jeanette uma grande estrela, Louis deu-lhe a liberdade. Ele não gostava de dormir com estrelas — isto podia prejudicar a reputação deles. Mas ele ainda se ressentia do novo namorado dela. O amor entre Nelson e Jeanette cresceu e floresceu durante a segunda metade das filmagens. "Junto dele, ela se sentia estranhamente pura e ingênua", lemos em Farewell to Dreams. Eles sabiam que viviam muito mais do que uma aventura. "Desde que a vi pela primeira vez, tive certeza. Ela respondia a todos os meus pensamentos e desejos não revelados. É como se eu não pudesse ser, não pudesse existir sem ela", disse mais tarde Nelson ao "Papai" Leonard, diretor do filme. Quando Naughty Marietta tornou-se um dos maiores sucessos do ano, o público pediu outros filmes com a dupla. Ao começarem as filmagens do seu segundo filme juntos, Rose Marie, no qual cantam a canção Indian Love Call (When I'm callingyou-uu-uu-uu-uu-uu), eles já estavam completamente apaixonados, haviam deixado de lado toda a dissimulação e Jeanette nunca se sentira tão feliz.

Rose Marie, 1936

Como verdadeiras almas companheiras, eles revelavam o que havia de melhor um no outro — ele a assistia no canto e ela o ajudava a representar. Para o diretor, o elenco e a equipe, a situação estava bem clara: eles haviam sido feitos um para o outro. No lago Tahoe, no set de filmagens, seu amor seguiu um caminho primaveril. Eles faziam passeios a cavalo, faziam amor, ele a pediu em casamento e ela aceitou. Ela adorou o lindo anel, uma esmeralda rodeada de diamantes, que ele lhe deu. — Oh, Nelson, prometo usá-lo para sempre. Desta forma você estará sempre junto de mim. Mas, como estrela, ela preferiu esperar até junho, para se casarem numa grande cerimônia. E foi isso o que os arruinou, pois sob o mar sereno do seu amor espreitava a rocha da ambição, sobre a qual seriam despedaçadas as suas vidas. Sharon e Diane descrevem-nos a seguinte situação: Jeanette logo descobriu que estava grávida. Ele ficou extasiado, querendo se casar logo, mas ela ficou irritada com ele por não compreendê-la. Naquela época, se uma estrela se casasse ou ficasse grávida, casada ou não, sem o consentimento do estúdio, seu contrato era automaticamente cancelado. Quando a realidade da sua circunstância cármica envolveu-a como um muro de concreto, a pressão foi demasiada. Ela achou que ter um bebê a destruiria. — Não vou deixar você destruir a minha carreira! Tire isso da sua cabeça... Não quero o seu pirralho chorão, já me decidi — disse ela zangada. — Você... você... você não sabe o que está dizendo! Isto não é você falando, Jenny. Não acredito que tudo o que você queira da vida seja ser uma estrela. É uma coisa tão vazia. — É isto exatamente o que eu quero, e vou fazer tudo — tudo — para chegar lá. Está me ouvindo? Eu vou ser a maior estrela daqui e ninguém vai me impedir! Está me entendendo? — Sem dúvida, cuide da sua carreira. Veremos quanto amor e conforto ela vai lhe dar. Esta cena foi um golpe mortal na felicidade que eles tinham vivido. No dia seguinte, Jeanette perdeu a criança. Ela tentou consertar as coisas, mas Nelson ainda estava zangado e desiludido. Ele a repeliu e uniu-se logo a uma estrelinha loura, chamada Anita Louise. Para provar que poderia fazer o mesmo jogo, ela ligou para Gene Raymond, um ator com quem havia saído algumas vezes, e convidou-o para ir ao lago Tahoe. Ele foi tão charmoso e deu tanto apoio à sua carreira que, quando ele a surpreendeu com um pedido de casamento, ela aceitou. Ele não frustraria as suas ambições. — Sua carreira é o que importa — disse-lhe ele. Por motivos que não ficaram totalmente esclarecidos, ela aceitou o pedido, sem prever o ato seguinte da tragédia, que ela mesma havia preparado. Gene imediatamente telefonou para a MGM e anunciou o casamento. Louis ficou deliciado, encontrando, assim, a chance de vingar-se do barítono insubordinado. Sua estrela estava para se casar. Ele decidiu planejar "a maior campanha publicitária da história".

Durante as filmagens de Maytime, seu filme seguinte, os amantes fizeram as pazes e quiseram cancelar o casamento, mas Louis não permitiu, ameaçando arruinar Jeanette. Em desespero, Nelson ofereceu 250 mil dólares a Gene para que terminasse o noivado. Este aceitou alegremente, mas Louis interveio mais uma vez, aparentemente ameaçando a vida de Gene. Louis, que reinava absoluto sobre o seu rebanho de estrelas, não costumava fazer ameaças em vão. "Quero continuar vivo", disse Gene, recuando. Nelson entrou em desespero. Ele refugiou-se na bebida e Jeanette, nos tranquilizantes, e, assim, os dois conseguiram passar pela provação das filmagens.

Maytime, 1937

O roteiro de Maytime encheu Nelson de maus pressentimentos. Ele acreditava que ambos haviam destruído as suas vidas antes, e que o estavam fazendo outra vez. O seu medo era de que a trama que estavam representando no filme se tornasse realidade em suas vidas. No filme, a cantora de ópera em ascensão, Mareia Mornay, concorda em casar-se com seu professor de música, Nicolai, sem amá-lo. Uma noite, em Paris, ela conhece um jovem cantor, Paul Allison, e descobre que ele é o seu verdadeiro amor; passam juntos um dia maravilhoso, o Primeiro de Maio, mas ela decide que, ainda assim, vai se casar com o professor por obrigação. Ela vive com ele sete anos miseráveis e encontra Paul novamente em Nova York, no fim desse período. Ao perceber que ainda está apaixonada por Paul, ela pede a Nicolai que a deixe ir. Este concorda muito facilmente. Depois que ela sai, ele pega uma arma, procura Paul e o mata. Ela chega pouco depois, a tempo de ouvi-lo dizer: "Aquele dia valeu pela minha vida inteira." No fim do filme, ela morre, velha e sozinha, e a sua alma, num delírio primaveril, sai do seu corpo e encontra-se com Paul, que a recebe cantando. Eles dão-se as mãos, e seus espíritos, finalmente juntos, seguem pelo jardim florido. Os temores de Nelson não eram infundados. Como Jeanette estivesse determinada a levar adiante o casamento, sua última chance era raptá-la. Ele foi à casa dela pouco antes da cerimônia, arrastou-a escada abaixo e levou-a para o carro. — Jenny, diga que não me ama! Olhe nos meus olhos e diga! Se puder fazer isto, eu acreditarei e nunca mais vou importunar você! Jeanette olhou-o desafiadoramente a princípio, mas seu olhar vacilou. Ela virou-se tentando esconder as lágrimas. Vendo-as, Nelson abraçou-a. Ela ficou rígida e retraiu-se, gaguejando. — Não... não, eu não posso. Eu não vou deixá-lo fazer isso. Você não pode substituir a minha carreira. Você não entende isso? O amor é importante, mas... A voz de Nelson soou desesperada: — Anjo, anjo, o que há com você que só nos destrói? As pessoas passam a vida inteira procurando o que nós temos, e você está disposta a jogar tudo fora por essa tola ambição. Tocada pela agonia dele, ela se aproximou, mas deu por si, e gritou: — Não, não, já está tudo arranjado! Este será o maior casamento já realizado! Os meus fãs... eu não posso, eu não posso... Eu amo mais a minha carreira! — Ele deixou-a ir, percebendo que a havia perdido. O casamento deve ter sido um dos momentos mais angustiantes da vida de Nelson. Os convidados lembram-se dos seus soluços engasgados enchendo a igreja durante a cerimônia. Como havia sido planejado, ele cantou I Love You Truly logo no começo da cerimônia, depois que o oficiante disse: "Caros amigos, estamos aqui reunidos à vista de Deus e desta comunidade para unir este homem e esta mulher no sagrado matrimônio...", palavras que ele nunca esperou ouvir com lágrimas nos olhos. A sua interpretação desesperada desta canção era a repetição da interpretação dela de Indian Love Call, cantada para Nelson ou vice-versa no filme Rose Marie, quando ele, no papel de um guarda da polícia montada canadense, prende o irmão dela. Na súplica mais apaixonada da história do cinema, ela implora que, se ele a ama, deixe o irmão dela fugir. Nem no casamento nem no filme, nenhum dos dois mudou a decisão já tomada, mas pelo menos o filme teve um final feliz. Quando chegou ao Havaí, para a lua-de-mel, ela descobriu o enorme erro que havia cometido: seu marido era homossexual. Ela ameaçou anular o casamento e ele ameaçou colocar o escândalo nas primeiras páginas dos jornais se Jeanette voltasse para Nelson.

Jeanette estava presa entre duas eras. Segundo os padrões severos dos anos 30, os astros de cinema eram perfeitos, e ela estava determinada a não macular a sua imagem angélica; mais uma vez, ela escolhe a fama em vez da felicidade pessoal. Jeanette resignou-se tristemente à estrada acidentada que havia escolhido, percebendo, com desespero crescente, que ela havia arruinado a sua vida e a de Nelson... Ela sabia que era tudo culpa sua e que Nelson era verdadeiro, que ele era a pessoa mais doce que já conhecera e o único que a amara de verdade. A culpa atormentou-a até o final dos seus dias. Enquanto isso, a máquina publicitária de Louis continuava a criar histórias sobre o paraíso conjugai dos Raymond e as revistas de fofocas de artistas estavam cheias delas. Eles mantinham as aparências, apresentando-se em eventos sociais de braços dados e fazendo o papel de casal feliz. Nelson e Jeanette filmaram juntos Girl of the Golden West, representando seus papéis de forma inexpressiva. Este é o único filme do casal sem um dueto de amor, pois ela não conseguia cantar Obey Your Heart, escrito especialmente para o filme, sem chorar. No filme seguinte, Sweethearts, a situação ficou insuportável. De acordo com Diane e Shane, ela saiu uma noite à procura de Gene para irem a um compromisso social e encontrou-o na cama, num clube de homossexuais. Ela recolheu as roupas dele e o arrastou para fora sob a zombaria dos outros casais de homossexuais. Naquela noite ela voltou "definitivamente" para Nelson, mudando-se da sua casa alguns dias depois, quando Gene agrediu-a, ferindo-a no rosto. Nelson, sempre superprotetor, bateu tanto em Gene que este passou duas semanas no hospital. O casal apaixonado mudou-se para um bangalô em Burbank e procurou levar uma vida normal. Os vizinhos ainda se lembram deles como "o casal agradável que gostava de andar a cavalo". Jeanette deu entrada no pedido de divórcio e a filmagem de Sweethearts continuou com ambos expressando seu amor abertamente, em cada palavra e olhar. Ela engravidou e os dois, muito felizes, queriam um casamento rápido. Planejaram construir uma casa em Bel Air, com o quarto do bebê pintado de rosa e lavanda; os seus sonhos estavam prestes a se realizar.

Sweethearts, 1938

Mas isto só durou até que Louis viu-os juntos e percebeu que estavam apaixonados. Furioso era pouco. Jeanette disse a ele que Gene era homossexual, que já não aguentava mais e que estava pedindo o divórcio; Louis proibiu-a de fazer isto. — Eu entendo, mas a bilheteria não entenderia. Diga mais alguma coisa e eu destruirei vocês. — Mas tanto Jeanette quanto Nelson ficaram firmes. Entretanto, as ameaças de Louis surtiram efeito. No dia seguinte, Jeanette desmaiou e caiu da rampa onde as filmagens do musical estavam sendo realizadas. Ela estava grávida de seis meses. Nelson tomou-a nos braços e carregou-a para o hospital com o vestido ensopado de sangue. Ela teve uma criança prematura e ele desfaleceu; quando acordaram, receberam a notícia de que ela não poderia mais ter filhos. O bebê, um menino, viveu dois dias. As ameaças de Louis os separaram novamente. Louis disse a Jeanette que se eles não deixassem de se ver, Nelson seria encontrado "boiando de bruços, alimentando os peixes... ou ela se comportava ou ele mandaria seus rapazes cuidarem de Nelson, e ele não estava brincando". Como Louis tinha ligações não muito ocultas com o submundo do crime, ela acreditou nas ameaças. Jeanette voltou para Gene sem avisar Nelson da decisão que havia tomado. Como era de seu feitio, ele guardou para si a sua dor e disse que nunca mais queria vê-la. Entrou em parafuso, trocando o dia pela noite, bebendo, e, finalmente, caindo doente. Nesse momento, descreve o livro Farewell to Dreams, a história deu mais uma estranha reviravolta. Ann Franklin, uma conhecida, foi deliberadamente à casa de Nelson com um plano em mente. Encontrou-o bebendo e, unindo a sua depressão a remédios que induziriam tonteira, enfraqueceu a sua vontade. Ela o pediu em casamento. Ele, num estado de bebedeira irracional, aceitou. Afinal de contas, não era só Jeanette que podia se casar. Acordou no trem, com a voz de sua nova esposa, voltando para casa, vindo de Las Vegas. Ele não se lembra do que aconteceu e, mais tarde, assegurou que o juiz deve ter sido subornado para casar alguém naquele estado. Sharon Rich descobriu que Ann, para impedir que Nelson mais tarde pedisse a anulação do casamento, havia tirado fotos comprometedoras, provando que o casamento havia sido consumado. Quando Jeanette soube do casamento, tentou se matar tomando quase um vidro inteiro de pílulas para dormir. Ela recuperou-se lentamente, e então começaram as filmagens de New Moon (1940). A princípio, eles se trataram com frieza, mas logo redescobriram o seu amor e decidiram nunca mais se separar. Ela mudou-se novamente para a cabana dele, Louis logo descobriu e forçou-os a se separarem novamente. "O único lugar onde os quero ver juntos é em frente às câmeras, em nenhum outro lugar", disse Louis. Durante a filmagem, eles foram forçados a passar pela agonia de ficarem separados em lados opostos do set. Mas Louis não conseguiu mantê-los longe um do outro por muito tempo. Eles começaram a se ver novamente, prometendo ser mais discretos. As coisas ficaram feias quando Ann Eddy procurou Louis para reclamar do marido sempre ausente. Louis ficou furioso e chamou Jeanette de prostituta. Nelson quase o estrangulou e demitiu-se, comprando de volta o seu contrato. Jeanette convenceu-o a terminar o filme que estavam fazendo, seu último filme juntos, I Married an Angel (1942).

Comparada ao seu amor por Nelson, a carreira já não tinha para Jeanette o mesmo significado de antes. Ela deixou de exigir tanto de si mesma e, consequentemente, a sua atuação perdeu muito. Louis decidiu não renovar seu contrato. Embora ela tenha feito mais três filmes, algumas peças de teatro, espetáculos beneficentes durante a guerra, concertos e até óperas, que eram o seu sonho, a sua carreira nunca mais progrediu. A imagem pública deles havia mudado. Jeanette era agora muito velha para fazer um par romântico, mas Nelson ainda era muito requisitado. Ele fez ainda outros quatro filmes de sucesso e continuou a apresentar-se em concertos e a fazer shows em boates até o fim da sua vida. Em 1946, Jeanette teve uma crise nervosa. Daí em diante, a sua saúde passou a ser um problema. Em 1948, ela teve o seu primeiro ataque do coração. Durante este período final, Nelson e Jeanette não se interessaram em colocar as suas vidas em ordem. Era como se as coisas tivessem ido longe demais e eles estivessem esperando o próximo evento ou uma outra oportunidade. Nelson tinha de continuar a trabalhar porque sua esposa controlava o seu dinheiro ou gastava-o todo. Ele não tinha dinheiro nem para comprar uma casa para ele e Jeanette em Scottdale, no Arizona, onde haviam planejado viver juntos quando se aposentassem. Enquanto isso, as chamas gêmeas do estrelato viviam com seus respectivos esposos. O que traz à tona uma das perguntas não respondidas desta história: por que ambos não pediram o divórcio? Em 1950, com certeza, o divórcio não era mais o estigma que havia sido em 1937. Pelo lado de Nelson, Ann recusava-se a dar-lhe a liberdade, embora ele lhe implorasse. Jeanette, provavelmente, ficou com Gene por pena, em resposta às suas juras cuidadosamente contritas de "nunca mais faço isso", durante cenas de lágrimas e pedidos de perdão de joelhos. Outro possível motivo para Jeanette e Nelson nunca terem se divorciado de seus "companheiros legais" é que eles já eram casados! Quando publicou o seu livro, Sharon Rich apresentou evidências que a levavam a crer que Nelson já era casado com Jeanette quando se casou com Ann! Algumas das suas fontes declararam que Jeanette e Nelson foram ao México para se casar. Sharon acredita que isso aconteceu quando Jeanette estava grávida, durante as filmagens de Sweethearts. Isto é bem possível, porque Nelson era determinado e, fiel ao seu caráter, nunca teria permitido que o seu bebê nascesse com o nome de outro homem. No México, eles poderiam ter conseguido um divórcio por procuração sem a presença de Gene, e se casado rapidamente. Quando Nelson se casou com Ann, esta provavelmente o chantageou, ameaçando-o de bigamia. Isto teria sido suficiente para mantê-lo preso a ela por toda a vida. Um divórcio nessa altura dos acontecimentos teria sido um escândalo com muitas consequências, abalando não só a carreira de Jeanette, mas também a sua moral. O fato de, nesse momento, nenhum dos dois tentar esconder o seu amor pode ser explicado por considerarem-no íntegro e legítimo por estarem casados, mesmo que secretamente. A devoção que tinham um pelo outro vencia as distâncias. Uma vez Nelson recebeu uma carta de Jeanette que o deixou meio preocupado quando fazia apresentações na Austrália; cancelou seus compromissos e voou de volta para Hollywood, porque tinha sentindo-se mal com a carta. Quando descobriu que ela estava bem (ou que fingia estar bem), ele ficou encabulado. A partir de um determinado momento, Gene começou a exercer mais controle sobre a vida dela, forçando-a a vender a casa e a se mudar para um apartamento. Nelson viajava com frequência e não sabia da sua doença degenerativa, pois, até o fim, ela escondeu dele o seu coração doente (e partido). Ela foi ficando pouco a pouco mais fraca quando Gene e sua empregada começaram a descuidar da sua alimentação e retiraram o seu telefone para impedi-la de falar com Nelson. Gene dava-lhe pílulas para dormir, na maior parte das vezes para mantê-la quieta. Se ela não tivesse um terrível sentimento de culpa atormentando-a permanentemente, poderia ter mantido o seu interesse pela vida, mas, como disse sua irmã Blossom: "Foi a culpa que a matou." Quando ela morreu, no dia 14 de janeiro de 1965, Gene estava à sua cabeceira. Delirando, ela pensava que era Nelson que estava ali. No seu último suspiro, atravessando a eternidade, ela disse àquele que havia amado a sua alma desde o princípio: "Eu te amo." Como Romeu, Nelson procurou seguir a sua Julieta, mas foi frustrado em todas as tentativas de se destruir. Dois anos depois da morte dela, ele desmaiou durante um show na Flórida e morreu poucas horas depois. Podemos esperar que, como em Maytime, ela o tenha recebido com uma canção quando ele deixou alegremente seu corpo atormentado. Nos reinos de luz eles poderiam aguardar a sua próxima entrada no palco da vida, numa nova chance de construir as suas vidas, buscando, desta vez, dominar o orgulho e a ambição — escolhendo o Amor. E num lugar onde os Louis B. Mayers, os Gene Raymonds ou as Ann Franklins não teriam nenhum poder sobre seus espíritos: pois eles foram realmente testados e purificados pelos fogos da sua adversidade auto induzida. Prudentes em relação às forças que ameaçam o Amor verdadeiro e, acima de tudo, protegendo o seu casamento feito no céu, eles realizariam na terra o seu desejo secreto mais sagrado — serem um para sempre. Nada nem ninguém se colocaria entre eles — pois sem Amor, a vida seria "como o metal que soa, ou como o sino que tine (1 Coríntios 13:1)... Pois agora vemos em espelho, de maneira obscura; então veremos face a face." (1 Coríntios 13:12) E o decreto do Senhor Deus a chamas gêmeas que ele criou não seria negado: "O que Deus ajuntou não o separe o homem." (Mateus 19:6)

CRÉDITOS DAS FOTOGRAFIAS:

As fotos reproduzidas neste capítulo são cortesia da coleção de Sharon Rich. Para mais informações sobre as vidas e o romance de Jeanette e Nelson, entre em contato com o Mac/Eddy Club, RO. Box 1077, Nova York, NY 10002, EUA, e-mail [email protected] ou visite o site http:// liome.earthlink.net/~maceddy/index.html. Os excertos do livro l:urewell to Dreams de Diane Goodrich e Sharon Rich, copyright 1979 Jeanette MacDonald/Nelson Eddy Friendship Club, Inc., foram usados com permissão. Sharon Rich atualizou a sua pesquisa enriquecendo-a com mais documentos e cartas de amor, apresentando-a num livro mais recente intitulado Sweethearts: The Timeless LoveAffair— On Stage and Off — Between Jeanette MacDonald and Nelson Eddy, publicado por Donald I. Fine, 1994, disponível através do site.

A busca da integridade

Cada um de nós tem uma alma gêmea, ou chama gêmea, que foi criada conosco no princípio. Deus criou você e a sua chama gêmea a partir de um "corpo de fogo branco" único. Ele partiu este ovóide de fogo branco em duas esferas de ser — uma com a polaridade masculina e outra com a polaridade feminina, cada uma delas com a mesma origem espiritual e o mesmo padrão único de identidade. Éons atrás, você e a sua chama gêmea apresentaram-se perante Deus Pai e Mãe e ofereceram-se como voluntários para descer aos planos da matéria e expressar o amor de Deus na Terra. O plano original era de que vocês passassem por uma série de encarnações, tomando ora a forma masculina ora a forma feminina, para que cada uma das metades do Todo Divino aprendesse a ser um instrumento de Deus Pai e Mãe. Inicialmente, a nossa vida na Terra foi feliz, e cada um de nós teria continuado a compartilhar da beleza do relacionamento dos amantes cósmicos com as nossas chamas gêmeas por muitas encarnações, se tivéssemos mantido a harmonia um com o outro e com Deus. Mas caímos do estado de perfeição ao usarmos mal a luz de Deus. Este é o verdadeiro significado da história do Jardim do Éden. Se nos tivesse sido possível conservar a harmonia do Um, teríamos mantido todo o êxtase do nosso amor durante as nossas vidas na Terra. Mas, quando perdemos a harmonia — por medo, desconfiança ou sentimento de separação da nossa Origem —, acabamos como vítimas do nosso carma negativo. Afastados um do outro por estarmos em vibrações diferentes, não mais escolhendo um ao outro, nos emaranhamos em alianças complicadas e mútuo abandono, até que as nossas almas bradem pelo Deus vivo... e uma pela outra. Cada uma das encarnações que vivemos longe da nossa chama gêmea foi passada, criando carma negativo ou transmutando um pouco do carma que impedia a nossa reunião. Muitas vezes, tivemos tipos diferentes de relacionamentos com ela — como esposos, mãe e filho, pai e filha, irmão e irmã — de forma a desembaraçar os cordões de energia negativa com os quais enredamos o nosso subconsciente, pelo mau uso que fizemos do nosso livre- arbítrio. Agora é o momento, neste final de ciclo e ao entrarmos na era de Aquário, em que as pessoas da luz que seguem uma senda espiritual precisam aprender a entrar em contato com as suas chamas gêmeas. Esta busca é estimulada pelo nosso Eu Superior, mas é mal compreendida no nível físico. Quando lhes é revelado que compartilham de uma missão única com suas chamas gêmeas, as pessoas geralmente partem na busca física daquela alma específica, em vez de procurarem construir a sua integridade interior. Isto sempre gera um atraso na senda da libertação da alma. É nosso relacionamento com Deus e com o Eu Superior que provê a solução para encontrarmos e nos tornarmos um com a nossa chama gêmea.

Construído pelo soberano persa Xá Jahan como o túmulo da sua esposa adorada, o Taj Mahal é um tributo à majestade do amor divino. Permanece como um altar ao amor eterno das chamas gêmeas.

O casamento alquímico

A lei cósmica exige que, inicialmente, determinemos a nossa própria identidade em Deus, para depois expressarmos completamente o potencial espiritual conjunto das chamas gêmeas. Porque, até que as chamas gêmeas adquiram um certo nível de mestria e de união com o Eu Real, elas raramente são capazes de lidar com o fardo do carma negativo, porque este é ampliado em virtude da presença das suas chamas gêmeas. O elemento especial que dá às chamas gêmeas o seu grande poder espiritual — a sua matriz idêntica de identidade — pode, da mesma forma, ampliar os seus padrões negativos. Todos nós devemos aprender a mudar os nossos padrões negativos, o metal não precioso do ego humano misturado ao ouro do nosso Eu Real ou divino. A isso chamamos o casamento alquímico — a união da alma, o aspecto feminino do nosso ser, com o "Cordeiro", o eu espiritual, real e permanente, o aspecto masculino do nosso ser. O amor deste querido Cristo Pessoal, desta porção do nosso ser que está em contato permanente com a Origem — a Presença do EU SOU —, é um amor que não tem comparação. Foi a este Amado que os santos do Oriente e do Ocidente entregaram-se completamente. Ao acelerarem a sua consciência através da comunhão com Deus, esses santos foram vencendo, pouco a pouco, o ego humano. Eventualmente, suas almas uniram-se completamente ao eu real espiritual, ao ascenderem de volta ao coração de Deus. "Pois convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade." (1 Coríntios 15:53)

A criação das Chamas Gêmeas

0 T’ai Chi, que representa as polaridades masculina e feminina da unidade de Deus, gira e divide-se em duas esferas idênticas — chamas gêmeas do Um. Como uma gota do oceano de Deus, cada esfera ou Mônada Divina consiste na Presença do EU SOU, envolta pelas esferas (os anéis de cor e luz) que perfazem o Corpo Causai. Desta forma, Deus Pai e Mãe nos criou à sua imagem — masculina e feminina.

Figura 1 e Figura 2

Cada Presença do EU SOU emite um raio — uma alma. Cada alma focaliza uma polaridade — uma focaliza a polaridade masculina e a outra, a feminina. Entre a alma que evolui na terra e a Presença do EU SOU, existe o Cristo Pessoal — o nosso mediador entre o Espírito e a Matéria. Ao usarmos o nosso livre-arbítrio e alcançarmos a mestria na terra podemos nos elevar em consciência, até nos tornarmos um com o nosso Cristo Pessoal. Este é o "casamento alquímico" que precisa anteceder a união eterna das chamas gêmeas. Adão e Eva simbolizam o teste que Deus pede a todas as almas gêmeas. Embora cada um de nós tenha se originado no Espírito para realizar a nossa missão de exercer o domínio sobre a terra, caímos do estado de perfeição (o Éden) devido à nossa desobediência e rebeldia em relação à lei cósmica. Por isso, temos de enfrentar o sofrimento de ficarmos separados da nossa chama gêmea durante muitas encarnações, enquanto nos ocupamos de transmutar o nosso carma.

Figura 5 e Figura 6

Quando as chamas gêmeas começaram a usar mal a energia de Deus, elas também começaram a criar carma negativo — espirais de energia que formam camadas de negatividade e densidade nas auras, separando-as da sua Presença do EU SOU e das suas chamas gêmeas.

Figura 7

Através do uso diário da chama violeta da transmutação, essa energia mal qualificada — como o ressentimento, a irritação, a ansiedade e a frustração — pode ser libertada da negatividade, purificada e mandada de volta para os sete anéis do Corpo Causai, no plano do Espírito, como os nossos "tesouros ajuntados no céu".

Figura 8

Podemos nos unir com a nossa chama gêmea em níveis internos expandindo a chama trina de Deus dentro dos nossos corações, e usando a polaridade dinâmica do nosso amor para cumprirmos a nossa missão. A nossa união final ocorre quando nos tornamos um com a nossa Presença do EU SOU e nos reunimos no plano do Espírito como seres imortais, seres livres em Deus.

Figura 10

O contato interno entre as Chamas Gêmeas

A nossa chama gêmea pode já ter alcançado a libertação da sua alma e se reunido a Deus — ou pode estar lutando para encontrar o caminho. Onde ela está neste momento — o seu estado atual de consciência — pode influenciar muito a nossa capacidade de nos tornarmos íntegros. Por compartilharmos da mesma matriz de identidade — única, como o desenho de cada floco de neve é único no cosmos — toda a energia que expressamos fica impressa, ou carimbada, com este padrão específico. De acordo com a lei de que os semelhantes se atraem, toda a energia que emitimos percorre o circuito que nos liga às nossas chamas gêmeas — ajudando-as ou dificultando a sua senda para a integridade. Quando expressamos amor ou esperança, estas virtudes elevarão as nossas chamas gêmeas. Mas, se nos sentirmos tristes, frustrados ou zangados, as nossas chamas gêmeas também sofrerão a pressão destes sentimentos desarmoniosos. Às vezes, sentimos alegria ou tristeza sem motivo, aparente, mas é porque estamos captando na nossa consciência o estado emocional da nossa outra metade. Podemos acelerar o nosso progresso espiritual invocando, em orações, meditações e decretos dinâmicos,{2} a Presença do EU SOU para estabelecer o contato interno de coração com a nossa chama gêmea. Para isso, podemos usar a seguinte invocação: Em nome do Cristo, invoco a abençoada Presença do EU SOU das nossas chamas gêmeas para que se unam firmemente aos nossos corações para a vitória da nossa missão em prol da humanidade. Invoco a luz do Espírito Santo para que consuma todo o carma negativo que esteja limitando a expressão total da nossa identidade divina e da realização do nosso plano divino. Ao fazermos este pedido, mesmo que estejamos vivendo num nível diferente daquele da nossa chama gêmea, podemos nos unir espiritualmente a ela nos planos superiores e enviar luz para o nosso mundo e para o mundo da nossa chama gêmea, redimindo o carma que tenhamos com ela. Este contato interior amplia a luz e o desenvolvimento que cada uma das partes possui, e liberta o gigantesco poder do amor entre elas, fazendo com que possam se defender das dificuldades que sempre se apresentam para aqueles que defendem o amor. Inspirados pela dignidade do amor, artistas, escritores e compositores de todas as eras exprimiram o elevado enaltecimento do amor e suas trágicas profundezas. Em muitas obras-primas é possível perceber a compreensão intuitiva das chamas gêmeas, de seu amor e dos seus embates com o carma e a lei cósmica. Muitas óperas famosas podem ser interpretadas sob esta perspectiva. Embora algumas árias e duetos sugiram o grande amor das chamas gêmeas, os enredos frequentemente terminam em sofrimento, tragédia ou morte, porque um dos amantes, ou ambos, não passou na prova da mestria pessoal — não tendo consagrado a sua senda individual a Deus. Estas histórias dramáticas nos ensinam acerca das dificuldades que nos aguardam quando buscamos o amor mais elevado, e nos ajudam a ver com clareza aquilo que não devemos fazer.

Madame Butterfly

A ópera Madame Butterfly, de Puccini, conta a trama do tenente norte-americano Pinkerton que combina casar-se com Butterfly, uma ingênua menina japonesa de 15 anos. Essas duas almas representam as chamas gêmeas. Suas culturas opostas, oriental e ocidental, simbolizam tanto as polaridades feminina e masculina das chamas gêmeas quanto a enorme distância que separa as almas que ainda não transmutaram o seu carma e que, por isso, precisam viver a dor da separação. Pinkerton, um homem sofrido, já não conhece mais o sentimento de pureza do amor verdadeiro. Embora se sinta atraído pela beleza e pelo charme da jovem esposa, ele, deliberadamente, planeja deixá-la para casar-se com uma norte-americana. Durante o pouco tempo que passam juntos, o casal vive momentos de amor intensos — com as suas almas se unindo em uma só chama, para celebrar a sua união original em Deus. O fruto desta união é o nascimento de uma criança — como símbolo do seu grande amor. O tenente, entretanto, não percebe que ela está grávida, e, cego pela sua ambição, arrogância cultural e egoísmo, viaja para a América enquanto Butterfly fica esperando pela sua volta. Ela espera paciente e esperançosa, vigiando a chegada do navio todos os dias. Ele volta muitos anos depois — com a esposa americana. Em sua dor por ter sido abandonada pela sua chama gêmea, Butterfly tira a própria vida.

Lohengrin

A ópera de Wagner, Lohengrin, descreve o relacionamento entre chamas gêmeas em que uma parte já ascendeu ao Espírito e se dedica a ajudar a sua amada — que ainda está passando por testes e iniciações na Terra. Elza é injustamente acusada de matar seu irmão, mas tem uma fé inabalável de que um cavaleiro com armadura brilhante irá salvá-la. A chama gêmea ascensa de Elza, Lohengrin, vem em resposta ao seu chamado interior, descendo dos planos superiores para libertá-la. Ele desliza pelo lago num barco puxado por um cisne mágico. Ele é um Cavaleiro 'do Graal, proveniente do mágico Castelo do Graal, uma alma unida a Deus, vinda de outra esfera. Eles se casam, e Lohengrin, o instrutor espiritual da sua chama gêmea, orienta Elza a nunca perguntar o seu nome. Este é o grande teste de amor pelo qual ela precisa passar — o mesmo teste que Cupido pede a Psique no clássico da mitologia. Mas nem Psique nem Elza conseguem resistir à tentação — ambas cedem à fraqueza humana da curiosidade e descobrem a verdadeira identidade dos seus amantes. Por causa dessa desobediência, a lei cósmica exige que eles se separem mais uma vez. Lohengrin retorna ao plano do Espírito — para ali esperar que a sua chama gêmea desenvolva a mestria necessária para alcançarem a sua união final, o mesmo que fez Cupido. A literatura está cheia de exemplos de amantes famosos que podem muito bem ter sido chamas gêmeas: Dante finalmente chegando ao ponto em que Beatriz pode apresentá- lo ao Cristo, a fiel Penélope mantendo a chama do amor que traz Ulisses de volta para casa, a incansável Evangelina procurando o seu amado, Shakespeare expressando o seu amor pela dama dos sonetos, Romeu e Julieta, Lancelote e Guinevere, Tristão e Isolda, Hiawatha e Minnehaha, Robert e Elizabeth Barrett Browning. Todos eles compartilharam um amor típico de chamas gêmeas.

Almas companheiras

Nem todos os amores lindos e reconfortantes para a alma são os das chamas gêmeas. Existe também o amor entre almas muito queridas e amigas, chamadas almas companheiras.

Longfellow descreve a saudade de Hiawatha por Minnehaha, ilustrando a polaridade dinâmica das chamas gêmeas. "Tal como a corda é para o arco, assim a mulher está para o homem; embora o dobre, lhe obedece; embora o atraia, ela o segue; de nada servem um sem o outro."

Almas companheiras são diferentes de chamas gêmeas. Almas companheiras se reúnem para aprender a ter mestria sobre um mesmo tipo de carma e para desenvolver as energias de um mesmo chakra.{3} Por isso as almas companheiras sentem atração uma pela outra, proveniente do labor sagrado e da senda de mestria pessoal comum que os dois precisam desenvolver. Uma alma companheira é como um eco de si mesmo na Matéria, alguém com que se trabalha junto na mesma tarefa para realizar um plano de Deus. Maria e José, os pais de Jesus, foram almas companheiras que compartilharam a responsabilidade de nutrir o Cristo como seu filho. As chamas gêmeas de ambos já estavam em reinos mais elevados de luz, mantendo o equilíbrio de forças para a vitória da sua missão. Muitas pessoas, que ainda estão resgatando carma e que seguem a senda espiritual, são levadas a trabalhar com almas companheiras para realizarem um dharma ou labor sagrado comum.

O casamento cármico

Existe, além de chamas gêmeas e almas companheiras, um terceiro tipo de relacionamento matrimonial muito comum — o casamento cármico. Nesse tipo de relacionamento, o casal une-se com o propósito de transmutar um carma mútuo. Tais casamentos são muitas vezes difíceis, mas são muito importantes para desenvolver a mestria na senda espiritual. O casal também adquire bom carma na criação dos filhos. Este tipo de casamento pode ser uma boa oportunidade para se pagar por crimes severos como assassinato, traição ou ódio exacerbado. Muitas vezes, a única maneira de transmutar o registro deste ódio é por meio do amor intenso vivido pelo casal.

A união do casamento

A instituição humana do casamento foi abençoada por Deus como uma oportunidade para que dois indivíduos desenvolvessem a integridade pela transferência das suas polaridades Alfa e Ômega. Na união entre chamas gêmeas, almas companheiras ou parceiros cármicos, o casamento entre o homem e a mulher destina-se a ser místico; uma comemoração da união da alma com a amada Presença do EU SOU através do Cristo, o abençoado Mediador. Jesus apontou a importância do casamento como uma iniciação na Senda quando escolheu fazer o seu primeiro milagre na festa das bodas de Canaã — transformando a água em vinho. A essência deste ensinamento é que, a menos que o casamento seja convertido pelo Espírito Santo, ele permanecerá apenas uma experiência exterior. Somos nós que escolhemos nos satisfazer com um casamento baseado somente na água da consciência humana, ou desejamos um casamento fundamentado no vinho da consciência divina.

O intercâmbio cósmico do amor divino, que é expresso numa relação matrimonial, tem como propósito expressar o mesmo amor criativo que criou o universo no princípio, quando Deus Pai disse "Haja luz!", e Deus Mãe respondeu "E houve luz!". Este gesto criativo pode se expressar não só pela união física, mas também em períodos de celibato, quando os parceiros entram em comunhão interior com a sua amada Presença do EU SOU. A troca dessas sagradas energias através da união sexual destina-se à transferência de esferas de consciência cósmica — os nossos Corpos Causais de luz. A energia luminosa resultante desse encontro aumenta as qualidades positivas dos parceiros e fortalece a sua identidade divina — ajudando-os a carregar o fardo de carma que compartilham. Quando a união é consagrada ao amor de Deus, a mistura harmoniosa das energias puras do Pai e da Mãe gera o Filho, a consciência crística — seja sob a forma de uma criança, de uma inspiração, de um projeto ou de uma obra de arte. Quando esta troca não é espiritualizada pelo reconhecimento de que Deus é tanto o amante quanto o amado, o casal pode sentir prazer físico, mas, sem saber, tomam sobre si os padrões cármicos do outro, sem receber o benefício de um amor espiritualmente transmutador. Isto talvez possa explicar as muitas crises de identidade pelas quais passam as pessoas que têm relações íntimas descompromissadas; elas recebem tantas identidades cármicas diferentes que estas chegam até a neutralizar a sua própria, e acabam sem saber quem realmente são.

O círculo da unidade

Eis aqui um ritual que pode ser usado para consagrar a sua união sagrada com o seu companheiro e para proteger todas as suas relações com a pureza do amor de Deus. Você pode usá-lo também como uma celebração da sua união com a sua chama gêmea e com Deus. De pé (sozinho ou com seu companheiro), de frente para a Imagem do Seu Eu Divino,{4} harmonize-se interiormente com a estrela da sua divindade, a Presença do EU SOU. Medite na chama sagrada que arde no seu coração. Visualize um raio de amor unindo o seu coração ao coração da sua Presença do EU SOU. Mergulhe a mão direita neste fogo do coração e trace com ela um círculo de união em torno de vocês dois (de você e do seu companheiro, da sua chama gêmea ou da sua Presença do EU SOU) enquanto estão de pé, em adoração ao Ser Único. Visualize este grande círculo de quase quatro metros de diâmetro como um aro de fogo sagrado que repelirá tudo o que se oponha à união de vocês. Visualize a si mesmo e ao seu companheiro como os dois focos das energias cósmicas de polaridade positiva e negativa, como as duas metades da figura do T'ai Chi girando. Consagre o seu amor à união da sua alma com a Presença do EU SOU e à sua união final com o círculo santificado de Deus. Como uma proteção adicional da sua unidade, invoque diariamente os querubins, pois eles são os guardiães do amor. Uma missão muito importante está destinada àqueles que mantiverem as suas energias em harmonia com o amor divino. Conheço chamas gêmeas cujo amor nunca fraqueja, e por manterem este equilíbrio interior, também mantêm o equilíbrio para cidades inteiras, e suas orações diárias transmutam ódio, crimes e assassinatos. Este é um chamado muito elevado e sagrado. Não se destina às pessoas mundanas que buscam o culto do prazer e a sensualidade. Esta é a senda interior real, para os que compreendem que existe um cosmos dentro de nós, que existe um mundo que precisa ser salvo, que milhões de almas precisam do nosso amor e que, por isso, este amor não poderá nunca ser egoísta.

Somente depois que Dante passou pelo Interno e pelo Purgatório, para a expiação dos seus pecados, ele pôde experimentar o amor divino do Paraíso com seu amor verdadeiro, Beatriz. Aqui, ela o apresenta ao Cristo.

Mas o cinismo da nossa era fez com que muitos perdessem a crença no poder do amor puro. Poucos parecem manter a atitude alegre e esperançosa de viver cada dia como uma nova oportunidade de oferecermos o nosso amor como um presente especial aos que nos rodeiam. Com frequência, subestimamos a nossa capacidade de ser, através do nosso exemplo, elementos de transformação na vida das pessoas. Djwal Kul, conhecido no mundo inteiro como o Mestre D.K., contou a história do moleiro e de sua esposa. “Era uma vez um moleiro de bom coração, que vivia à beira-mar. Ele trabalhava com a esposa moendo trigo para o povo da cidade. Não havia cidade naquela região onde reinasse tanta felicidade quanto aquela. As pessoas se maravilhavam e se perguntavam o que fazia os membros dessa comunidade tão sábios e felizes. Mas as pessoas nasciam, cresciam, envelheciam e morriam, sem nunca conseguir descobrir o mistério. Hoje vou contar o que fez com que o povo dessa comunidade fosse tão feliz e próspero, tão alegre e sábio. Foi o serviço prestado pelo moleiro e sua esposa, que saturavam com seu amor a farinha que moíam. Esse amor era levado nos sacos de farinha para as casas dos fregueses do moinho, e convertia-se em pão. Em todas as refeições, o poder regenerador do amor desse casal irradiava-se em cada mesa e entrava nas pessoas que comiam aquele pão. Assim, com um poder radioativo, a energia do amor vibrante deles espalhava- se por toda a comunidade. Os vizinhos não sabiam a razão da sua felicidade e ninguém nunca foi capaz de descobri-la. Pois muitas vezes — embora vivamos — não somos capazes de perceber as verdades mais simples a respeito uns dos outros.”

A alquimia da Era de Aquário

Da mesma forma que o moleiro e a sua esposa foram capazes de dar o seu amor silenciosamente, você e a sua chama gêmea também influenciam muitas pessoas à sua volta com seus pensamentos, sentimentos e atos "radioativos". Temos a oportunidade de ajudar a toda a vida, ou de colocar um fardo sobre ela — usando a energia negativa do carma passado que retorna à superfície da consciência, ou reconhecendo que esta energia é um impedimento para a nossa harmonia e amor, e transmutando-a. A chave para transmutarmos ou alterarmos este carma do passado, e cumprirmos a nossa missão com a nossa chama gêmea, é usarmos a chama violeta, uma energia espiritual que Deus deu ao homem para a sua aceleração no início da era de Aquário.{5} Esta ação do Espírito Santo transforma a energia negativa — a raiva em amor, a irritação em paz, a desconfiança em confiança — para que possamos ser uma influência positiva na vida dos que nos rodeiam, enquanto trabalhamos para a nossa vitória final na senda espiritual. Ao visualizarmos e invocarmos a chama violeta para que atue na nossa consciência, ela, instantaneamente, começa a transformar os antigos padrões de energia negativa que acumulamos por milhares de vidas. Começamos, então, a ter sentimentos de alegria, leveza e esperança. É como se toda a nossa consciência estivesse sendo mergulhada numa solução química de um líquido de cor púrpura, capaz de dissolver todo o carma acumulado por muitos séculos. Esta é a chance pela qual muitos aguardavam. Esta é a culminação da evolução que realizamos nestas últimas dezenas de milhares de anos, quando gradualmente aprendemos a entender Deus como Pai e como Filho. E chegamos, agora, na energia do Espírito Santo, na ciência sagrada da alquimia, da autotransformação — através da invocação da chama violeta. Um mantra muito simples, mas muito poderoso, que podemos usar é: "EU SOU um ser de chama violeta, EU SOU a pureza que Deus deseja." Quando afirmamos "EU SOU", estamos afirmando que Deus existe dentro de nós, que a Presença do EU SOU existe dentro de nós — a mesma Presença que disse a Moisés "EU SOU O QUE EU SOU... Este é o meu nome eternamente e este é o meu memorial de geração a geração". (Êxodo 3:14-15) Ao imergirmos diariamente na energia purificadora da chama violeta por meio da recitação de mantras da chama violeta, estaremos usando o meio mais eficiente e rápido de manter a harmonia e de acelerar a consciência para a nossa união final com Deus e com a nossa chama gêmea. (Veja na página 106 outros mantras de chama violeta.) A chama violeta é o batismo de fogo do Espírito Santo, profetizado no Novo Testamento por João Batista (Mateus 3:11). Esta é a dádiva de Deus para a era de Aquário. Desta forma, os dias são encurtados para os eleitos — para que façam a jornada de volta ao lar, para a vitória sobre a roda do renascimento.

A busca da integridade A era de Aquário que se inicia é propícia para compreendermos a energia de Deus polarizada como os princípios masculino e feminino do universo. A nossa sobrevivência como indivíduos e, em última instância, como raça humana dependerá da forma como experimentamos esta energia, se como a nossa verdadeira identidade, se a consideramos como sendo a essência das chamas gêmeas, e se a usamos como o poder integrador do amor divino para o aperfeiçoamento da humanidade. Você pode estar lendo este livro agora porque a única coisa que o separa da sua chama gêmea talvez seja uma fina camada de energia negativa, aguardando para ser consumida pela ação feliz e esfuziante da chama violeta. E a sua missão, a sua chama gêmea e a sua reunião final com o coração de Deus o estão aguardando!

Mark e Elizabeth Prophet, c. 1972

Amor, casamento e muito mais: o que aprendi

Como reconhecer a sua Chama Gêmea

Em primeiro lugar, eu nunca soube que existissem chamas gêmeas até que, aos 18 anos, li um livro muito complexo sobre almas companheiras. A busca que eu empreendia desde a infância era para encontrar Deus, e descobrir a missão que Ele reservava para mim. Eu estava determinada a desvendar a razão de ser da minha vida e a fazer algo que eu sabia ser necessário fazer. Tratava-se de um chamado interior imperioso. Lembro-me de que percebi, na minha busca por Deus, que costumava deixar o meu corpo enquanto dormia à noite, e ia para os templos internos, para trabalhar com os Mestres Ascensos e com Mark — que era vinte anos mais velho do que eu, segundo os cálculos desta vida.{6} Quando nos referimos às chamas gêmeas, a idade física não tem nenhuma relação com a idade da alma. Almas gêmeas têm a mesma idade, pois foram criadas juntas, no princípio, a partir do "corpo de fogo branco" do Todo Divino. Assim, tendo como prólogo o nosso encontro realizado nos planos internos, conheci Mark quando eu tinha 22 anos e ele 42. Eu buscava o meu Instrutor e Guru, porque sabia que, em algum lugar, existia essa pessoa que me ajudaria a realizar a minha missão. O que não sabia é que eu já tinha a compreensão interior de que o meu Instrutor seria a minha chama gêmea. Por isso, quando vi Mark Prophet pela primeira vez, eu o reconheci só como meu Instrutor. Ele, ao ver-me, reconheceu- me como a sua chama gêmea. Esse primeiro encontro foi muito interessante. Eu estava totalmente voltada para o meu Instrutor e tão exultante por tê- Lo encontrado que não estava preparada para lidar com esta outra relação ao mesmo tempo. Eu queria estar absolutamente certa, queria receber uma confirmação dentro do meu ser de que cada passo que eu estava dando era o passo correto e correspondia à vontade de Deus, não queria incorrer em nenhum erro que pudesse de algum modo prejudicar qualquer parte da vida. Por isso, pedi a Deus um sinal que confirmasse que aquele homem era realmente a minha chama gêmea. Algumas semanas mais tarde tive uma experiência estarrecedora. Foi uma destas experiências inesquecíveis, que não se desvanece com o tempo. Eu estava me vestindo e me olhei no espelho. E, ao olhar, não vi a mim mesma — vi o rosto de Mark Prophet. Bem, se você conseguir imaginar-se olhando para um espelho e não vendo a si mesmo, posso afirmar-lhe que esta é uma experiência muito chocante. Na realidade, o que vi foi a revelação do padrão interior da minha alma; não apenas da alma, que é o nosso potencial para nos tornarmos Deus, mas eu vi a imagem do "homem por trás do homem". Era como se eu estivesse vendo a minha imagem arquetípica na polaridade masculina. Aproximei-me para examinar a imagem mais detalhadamente. Ela não se desvanecera, mas ficara "esperando" que eu observasse cada traço seu. Era antiga. Havia existido sempre. Havia sido esculpida em mármore, gravada em cristal e, entretanto, era "carne da minha carne". Percebi que eu era o reflexo na polaridade negativa (feminina) daquela imagem positiva (masculina). Quando o meu ser registrou esta confirmação do meu padrão interior, a imagem do rosto desapareceu do espelho e tornou-se totalmente viva na minha alma. Foi incrível poder contemplar o significado da chama gêmea — sentir a realidade interior e compreender como a chama gêmea pode realmente ser você mesmo —, a sua outra metade, o "alter-ego divino" (numa tentativa de definição), como o outro lado de si mesmo. Esta compreensão antecede o amor. E no próprio mistério da Vida que precisamos entrar antes de podermos amar. Não estamos assim tão prontos para amar — temos antes muitas coisas a considerar. E eu pensei... e pensei: O fato era inegável — uma verdade da qual eu não poderia escapar. Não havia como retroceder. O dado havia sido lançado além do tempo e do espaço. Eu tinha de escolher agir de acordo com uma Realidade pré-ordenada. Ou teria de abandoná-la... mas como? Ela sempre estaria comigo. Ele era eu mesma, conforme ele mesmo me dissera. Eu pedira a Deus pelo meu Instrutor e Ele me enviara a minha chama gêmea. Estava na hora de colocarmos em ordem as nossas vidas e de estabelecermos o nosso rumo. Este conhecimento interior — esta certeza da alma — não tem relação alguma com estar apaixonado, no sentido humano do termo. Desejo deixar bem claro este ponto porque, durante todos os anos em que venho ensinando, durante os últimos 37 anos, desde que passei pela experiência que acabei de descrever, recebi centenas de cartas a respeito de almas gêmeas. Nelas, pessoas me contam que encontraram as suas chamas gêmeas, e baseiam esta certeza numa experiência de amor humano, na compatibilidade das personalidades, na afinidade astrológica ou em sinais externos que apontam mais para uma relação de almas companheiras, ou uma relação cármica, do que para a realidade interior das chamas gêmeas. Embora todas estas características sejam sinais de compatibilidade, elas não confirmam, necessariamente, a profundidade da união anímica, que é encontrada no alicerce do ser, onde a verdade acerca da nossa chama gêmea pode ser conhecida. Lembre-se do que disse Paulo: "A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus." (1 Coríntios 15:50) Não somos chamas gêmeas em virtude da condição física de carne e osso, da personalidade, da astrologia, do carma ou da atração mútua. Somos chamas gêmeas por termos a nossa origem comum na mesma esfera do ser, chamada de corpo de fogo branco. Somente nós dois viemos daquele Um — somente nós dois compartilhamos do mesmo padrão divino exclusivo — "macho e fêmea" (Gênesis 1:27), o Elohim nos criou. E ninguém jamais compartilhará deste padrão idêntico. Se o relacionamento entre chamas gêmeas não significar nenhum propósito espiritual — se o seu restabelecimento nesta vida puder vir a causar o rompimento de uma família ou de um lar; se for causar um cataclismo na vida das pessoas porque elas têm diversas situações com as quais são obrigadas a estar envolvidas (porque estão resolvendo um carma passado) —, então, com frequência, a mente consciente prefere não lidar com aquilo que a alma sabe no âmbito do subconsciente. Por isso, a mente exterior não admite facilmente este "conhecimento prévio" que está sempre presente na alma. Por exemplo, conheci um casal de chamas gêmeas em que o homem tinha vinte anos e a mulher, setenta. Seu encontro não gerou amor à primeira vista nem casamento. A relação que eles tiveram não foi mais do que de amizade leal e apreço mútuo. Na verdade, embora inseparáveis, eles nunca perceberam que eram chamas gêmeas. E nem era necessário que soubessem. As suas almas sabiam, e eles fizeram o que era esperado deles, sem terem de lidar com algo para o qual não estariam preparados.

O carma nos relacionamentos

O encontro que gera uma polaridade espiritual e um amor intenso e recíproco pode ser o resultado de muitas circunstâncias diferentes. A ligação entre chamas gêmeas é uma delas. A que existe entre almas companheiras é outra. E existe, ainda, a relação de carma. A ligação cármica pode ser a mais forte de todas. O carma aprisiona. Por não ter sido ainda equilibrado, não existe harmonia entre o casal. De tempos em tempos, eles sentem um enorme vazio, uma solidão que revela quão inadequada é a relação baseada unicamente no carma. Mas ela também passará. Podemos ter de viver vários relacionamentos deste tipo com pessoas com as quais fizemos carma nas nossas vidas passadas — bom e mau carma. E, quanto pior o carma, maior é o impacto que sentimos quando encontramos a pessoa pela primeira vez, porque ali está Deus — Deus{7} que aprisionamos com alguma atitude negativa no passado — e corremos para saudá-la e libertá-la das transgressões que lhe causamos no passado. E a amamos muito, porque há muito a ser perdoado. Qualquer experiência negativa do passado — tal como violência, ódio passional, assassinato, negligência no cuidado com os filhos e com a família, qualquer situação que envolva outras pessoas e que tenha causado desequilíbrio na sua alma e nas almas dos outros e, talvez, nas vidas de muitas outras pessoas — tudo isso é sentido como um peso no coração e uma falta de resolução no âmbito da alma. Esta é uma condição muito desgastante, que atormenta a consciência até que seja resolvida através do amor. A nossa alma sabe por que encarnamos. Nossos mentores espirituais e o nosso Cristo Pessoal, ou anjo da guarda, nos disseram: "Existe uma determinada situação com esta determinada pessoa que precisa ser resolvida. Vocês dois, devido à sua negligência ou omissão, causaram a ruína desta cidade, ou não cumpriram com a sua responsabilidade e muitas pessoas passaram fome." Estas não são situações improváveis. As consequências dos nossos atos, quando cometemos um pecado ou nos recusamos a servir a vida, são muito grandes e sérias. Nos níveis internos, a alma que está seguindo a senda de volta ao Lar (voltando para o lar do Deus Pai e Mãe) está muito consciente e deseja corrigir os erros do passado — porque sabe que corrigir os erros cometidos por ignorância em outras vidas é a única forma de retornar ao lugar celestial de onde viemos. Na melhor das hipóteses, podemos ter recebido de um Mestre, antes de encarnar nesta vida, uma incumbência de maior responsabilidade, como prêmio pelos bons serviços prestados com esta pessoa em prol da humanidade. E, devido ao nosso bom carma, seremos felizes e produtivos, e conquistaremos muitas vitórias para o bem. Neste século, em que as nossas almas estão sendo aceleradas em direção a Aquário, podemos ter mais de um relacionamento de cada tipo. Neste ciclo da história, estamos terminando o carma que nos resta com um grande número de pessoas. Estas situações cármicas podem gerar angústia, divórcio, busca interior e a necessidade real de compreendermos por que as nossas vidas não seguiram a versão perfeita dos livros de histórias. O ensinamento sobre o carma e a reencarnação pode nos esclarecer muito sobre a estrada acidentada dos relacionamentos, alguns belos e outros muito desagradáveis — mas todos bastante necessários para a evolução da alma e a senda da definição da nossa verdadeira identidade com Deus, com Cristo e com a nossa chama gêmea. Portanto, podemos conhecer alguém — e isto pode acontecer no final da adolescência, entre os vinte e os trinta anos ou em qualquer outro momento da nossa vida — e sofrer um grande impacto. É como uma colisão entre corpos planetários. É atordoante porque, no subconsciente, estamos exultantes por termos encontrado a pessoa com a qual podemos equilibrar um certo registro de carma. A nossa alma sabe que, se não saldarmos esse carma, não poderemos prosseguir para a próxima etapa da espiral da vida, para o serviço mundial e os projetos criativos que tanto queremos realizar com a pessoa que mais amamos — mesmo que ainda não a tenhamos encontrado. Este sentimento de obrigação se expressa pela necessidade que temos de dar e de receber; o desejo de amarmos e de sermos amados, porque a chama do amor é o fogo todo-consumidor de Deus, que dissolve os registros da ausência de amor ou de anti-amor, ao darmos e recebermos amor num relacionamento. Pode ser que existam crianças envolvidas na relação; podemos ter concordado em trazer ao mundo um certo número de filhos, almas que fazem parte desta família ou grupo cármico. Como o objetivo da vida é a reunião com o Cristo Pessoal, com a Presença do EU SOU e, finalmente, com a nossa chama gêmea, percebemos que, a menos que transmutemos este carma, não chegaremos ao nosso amor perfeito. Por isso, quanto mais rapidamente nos submetemos à lei do nosso próprio carma — que na verdade é a lei do amor —, mais rapidamente tanto nós quanto os nossos parceiros ficaremos livres para a próxima etapa do nosso plano divino. Todos nós estamos colhendo aquilo que semeamos; podemos acelerar os ciclos cármicos pelo serviço que nos prestamos mutuamente. Podemos estar vivendo uma dessas trocas muito intensas num relacionamento. Ou pode ser que estejamos presos à espiral opressora daquele carma e que conheçamos as causas que geraram os efeitos que estamos vendo acontecer na nossa frente e entre nós todos os dias — ou podemos estar alegremente alheios a tudo isso, só conscientes do amor. Neste caso, então, estamos no céu. Não existe nada mais importante. Não existe mais ninguém no mundo com quem desejemos estar. Não existe outra coisa que prefiramos fazer. O amor está ali. O frescor da relação está ali. Casamo- nos, formamos uma família, começamos a trabalhar juntos e começamos a resolver este carma. Todos nós conhecemos a expressão "acabou a lua-de- mel". Ela descreve bem o impacto do carma sobre a relação matrimonial. É por isso que algumas pessoas não querem se casar — porque não querem "carregar o fardo um do outro". Elas, simplesmente, não querem arcar com a responsabilidade do carma. Elas dizem que o casamento estragaria tudo, mas o que realmente querem dizer é que carregar o carma do outro realmente atrapalharia muito as coisas. Estes parceiros são ainda muito centrados em si mesmos para abrir mão dessa independência, que só pode ser mantida se eles não tomarem o fardo cármico do parceiro.{8} Mas é precisamente este o significado profundo do ritual do casamento — que amamos tanto, tanto, que aceitamos com prazer compartilhar e carregar o carma do nosso cônjuge junto com o nosso. Queremos ser um com ele em todos os níveis de consciência.

Casamento

O voto do matrimônio reflete este compromisso entre as almas, que prometem ser fiéis: "... deste dia em diante, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, para amar e respeitar até que a morte os separe". Jesus se referia à totalidade dessa união espiritual e cármica quando disse: "e serão os dois uma só carne".(Mateus 19:5) Se o casamento fosse uma mera união física, o divórcio não seria emocionalmente tão devastador. O divórcio é uma cirurgia para separar os dois que se haviam tornado um; e toda a disputa acerca de quem fica com o quê, e de quem fica com os filhos, resume-se, na verdade, ao doloroso processo de cada um se redefinir separado do seu "outro eu". Fazer o voto do casamento significa que, quando recebermos um ao outro como "meu legítimo esposo/minha legítima esposa", ficaremos juntos, aconteça o que acontecer na vida e no carma um do outro. Uma vez que o futuro e o subconsciente não são conhecidos no dia do casamento, e o voto é tão "definitivo", trata-se do contrato mais sério que faremos na vida. É por isso que São Paulo nos alertou para não nos prendermos a um jugo desigual com pessoas de ideias distintas, e recomendou que considerássemos "que comunhão tem a luz com as trevas?" (1 Coríntios 6:14) nas relações interpessoais. Se nos casarmos com uma pessoa que tenha mestria inferior à nossa na senda espiritual, ou que tenha um carma mais pesado que o nosso, vamos sentir o peso dessa diferença quando a lua-de-mel terminar. E ficaremos sabendo que contraímos o carma de alguém, e que esse alguém levou vantagem na transação, porque ficou com toda a nossa luz, talento ou dinheiro. Mas podemos querer que seja assim — porque amamos muito e desejamos muito entregar-nos a essa pessoa, ou ao Deus que está nessa pessoa. Pode ser que esta seja a decisão correta. Pode ser que o nosso carma decrete que tenhamos de sacrificar a nossa vida por este velho amigo porque uma vez ele salvou-nos da ruína e do desespero total. Pode ser a decisão certa, mesmo que mais tarde nos pareça ter sido um erro ou a pior escolha possível. Tomamos a decisão porque precisávamos tomá-la — porque a nossa alma precisava de uma resolução. Talvez precisemos apenas descobrir o motivo pelo o qual a nossa psicologia pessoal nos leva a tomar certas atitudes — ou talvez precisemos lidar com um aspecto dessa pessoa que, na verdade, também carregamos e que precisamos trabalhar e superar, e que nunca estaríamos dispostos a admitir que temos, até sermos forçados a confrontá-lo na personalidade do outro. Não devemos ficar aborrecidos conosco, quando descobrimos tais coisas. Tudo isso faz parte do Plano. Deus nos ama, e Ele deseja que voltemos para casa, e para o Seu coração, íntegros — íntegros psicologicamente, espiritualmente e carmicamente. Ele nos submete a tais experiências e encontros para que sejamos libertados da nossa irrealidade, para que O amemos mais do que a todas estas coisas e para que vejamos o rosto do Cristo sorrindo para nós, bem ali atrás do véu, naquele a quem amamos. Esta necessidade de resolução pode ser entendida com uma analogia. É como a ostra se sente quando um grãozinho de areia entra na sua concha, e ela precisa cobri-lo porque ele a perturba e irrita. Por querer resolver a situação, ela produz uma pérola a partir do problema. O carma é assim. Ele irrita. E nós queremos suavizá-lo. Queremos resolvê-lo. Um ponto muito importante acerca do casamento, ou relacionamento cármico, que possamos estar vivendo é que nunca vamos conseguir sair dele, nunca vamos poder nos libertar dele a menos que obedeçamos à lei à risca — a lei do carma exige a expressão do amor mais sublime para poder conceder-nos a liberdade. Se não equilibrarmos total e completamente o carma que existe entre nós e a outra pessoa, reencarnaremos e teremos novamente de passar por algum tipo de relacionamento com essa pessoa, mesmo que seja uma parceria comercial.

Divórcio

Ninguém, no céu ou na terra, pode nos separar da nossa chama gêmea. É por isso que Jesus disse: "Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem." (Mateus 19:6) Quando vamos ao altar para nos casar, estamos recebendo uma bênção por escolha nossa, por decisão do nosso livre-arbítrio; mas este casamento pode ser ou não uma situação da qual se diga "que Deus ajuntou". Duas pessoas casam-se na terra por vários motivos; como tal, ele não é, necessariamente, o casamento feito no céu. Fomos criados por Deus no princípio, nós e a nossa chama gêmea, a partir do mesmo corpo de fogo branco. A história de Eva ter sido criada a partir de uma costela retirada de Adão é uma tentativa de ilustrar esta origem mística. Devido a esta nossa união absoluta, originada no núcleo da identidade divina, em nenhuma condição ou circunstância da vida, ninguém poderá separar-nos do amor de Deus expresso na nossa chama gêmea. Esse é o verdadeiro significado dessa passagem das Escrituras. Assim, os casamentos cármicos e outras situações da vida vêm e passam, sempre com um propósito. Enquanto o carma existir (a menos que exista outra forma de resolvê-lo), eles são obrigatórios. Enquanto estivermos presos a eles, podemos fazer desses casamentos uma celebração na terra desta nossa união interior com a nossa chama gêmea. Isto é o correto. O que não é correto fazer é tratarmos um relacionamento deste tipo com frieza, ou até mesmo ressentimento, e não investirmos nele o melhor de nós e o amor mais fervoroso do nosso coração, por pensarmos: "Afinal, esta pessoa não é a minha chama gêmea. Esta é apenas uma situação cármica; farei um esforço simbólico, e esperarei até que apareça a pessoa certa." Esta é uma ótima maneira de prolongarmos o processo de resolução do nosso carma e de criarmos mais carma. Devemos encarar a vida com a compreensão de que qualquer pessoa com a qual nos relacionamos é Deus. A pessoa é Deus — em manifestação. A chama divina é Deus. O potencial é Deus. E nós temos de amar essa pessoa com todo o nosso coração, com o amor mais puro e mais sublime que somos capazes de sentir por Deus e pela nossa chama gêmea. Este amor liberta. Ele é uma força transmutadora. Nós precisamos do perdão nos relacionamentos. Precisamos perdoar generosamente aos demais e perdoar a nós mesmos, porque essa é a questão central do carma. Todos nós temos muito a perdoar e muito a ser perdoados, ou não estaríamos neste planeta, neste ponto do tempo e do espaço. Por isso, não importa se estamos casados com a nossa chama gêmea ou se alguma vez nos encontramos com a nossa chama gêmea. O que importa é nos darmos conta de que o casamento é sagrado, e de que o relacionamento entre o homem e a mulher é sagrado, e que esta polaridade sempre representa "o Alfa e o Ômega" — os Co-Criadores Masculino e Feminino da Vida no corpo de fogo branco da divindade, que os chineses representam no T'ai Chi.

A sua união na eternidade

Onde quer que esteja a nossa chama gêmea, mesmo que ela seja um ser cósmico, precisa do nosso apoio e do nosso amor. Porque, se estivermos numa vibração negativa, poderemos prejudicar muito a atividade e o serviço de um Mestre Ascenso, de um anjo ou de alguém encarnado, que esteja tentando lutar pela liberdade, alguém na China enfrentando a opressão ou alguém preso num hospital psiquiátrico, medicado com drogas que o transformam num vegetal. Seja quem for a nossa chama gêmea, se descuidarmos da nossa luz, da nossa autodisciplina, do amor pelos parentes e amigos que temos hoje, estaremos, em primeiro lugar, abandonando a Deus Todo-Poderoso e, em segundo lugar, a nossa chama gêmea. E, no fim das contas, nós é que sofreremos, porque um revés para a nossa chama gêmea é sempre um revés para nós mesmos. No dia em que fizermos a nossa ascensão de volta ao coração de Deus e desejarmos que a nossa chama gêmea ascenda também, ela poderá ainda não estar pronta para fazê- lo. Ela poderá ter de passar outros mil anos encarnando na Terra, porque nós não a suprimos com este ímpeto extra de espiritualidade, luz e abnegação que poderia tê-la impulsionado a um nível mais elevado de consciência. (Eu não estou sugerindo que nos culpemos pelas coisas que nos aconteceram ou que possam acontecer de errado na vida, o que peço é que consideremos quanto mais podemos fazer por nós mesmos e pelos outros, para que as coisas corram bem.) Quando dizemos: "ninguém é uma ilha", entendemos que a nossa chama gêmea, como a outra metade do todo, está sofrendo as consequências e as repercussões daquilo que fazemos com a nossa vida. Este conhecimento faz com que a vida seja digna de ser vivida, e de ser bem vivida. Amar, servir ao próximo e ajudar a todos a crescer é a nossa entrega antecipada de nós mesmos a esse amor perfeito, que virá quando ambos estiverem prontos — realmente prontos. Na era de Aquário, o ritual do casamento pode ser celebrado por outras razões que não a união das chamas gêmeas, porque as leis de Deus levam em consideração e se ajustam às necessidades humanas. Todos nós temos necessidades humanas neste momento. Temos um pergaminho no qual está escrita a lei da nossa vida, que é a lei do nosso carma. Como co-criadores com Deus, fizemos bom carma e mau carma. A lei do padrão interior está escrita nesta página. O nosso carma humano é como uma camada que colocamos sobre este padrão ígneo original. Nós vemos a camada e vislumbramos, através dela, aquilo que está por baixo. Todos sabemos como a nossa vida deveria ser, como gostaríamos que ela fosse no sentido idílico e edênico da palavra. Então, avaliamos a nossa situação e percebemos que ainda estamos trabalhando arduamente. Mas temos esperança no coração: Cristo é a esperança da nossa glória em Deus e na nossa chama gêmea. A esperança existe porque sabemos, em níveis internos, o que é real. Sabemos de onde viemos. Sabemos quem somos. Sabemos para onde vamos. Através do Espírito Santo, Deus nos concedeu a dádiva da chama violeta para chegarmos lá. Assim, aproveitamos cada dia como uma oportunidade para apagar mais uma camada, de forma que, um dia, toda esta página possa ser virada e retornemos mais uma vez ao Éden e à bem-aventurança do Amor, no círculo santificado da nossa Unidade.

O peso do carma

A maioria das diferentes escrituras sagradas do mundo conta alguma história sobre o homem e a mulher e sobre a queda de ambos. Esta história, na verdade, descreve a nossa descida com a nossa chama gêmea da oitava etérica — o lugar da pureza prístina da consciência da era de ouro — para o lugar onde estamos agora, oprimidos pelo carma mundial que pesa sobre nós. Este carma é um fardo de energia não transmutada que interfere no fluxo de luz, antes desimpedido e livre, que vai para o coração e os chakras, fazendo com que estes não mais girem naquela velocidade intensa da luz. Ficamos, literalmente, presos à terra. Todos sabemos o significado do peso do corpo físico. Nós só conseguimos fazer um tanto a cada dia e, então, o corpo fica exausto e temos de deixá-lo descansar para recarregá-lo. Esta descida, portanto, causou-nos sofrimento. O maior sofrimento de todos, claro, é estarmos privados do encontro direto com a amada Presença do EU SOU, com a Pessoa do Cristo, o nosso Cristo Pessoal ou o Instrutor encarnado e, finalmente, sofremos a perda da comunhão perpétua com a chama gêmea. A partir daí, começamos a fazer carma com outras correntes de vida, e, por isso, acontecem as longas separações i]ne podem perdurar por muitas vidas. Algumas vezes, esta é a origem da depressão e do sentimento de insatisfação com a vida. Muitas vezes, é claro, as pessoas se iludem, dizendo: "Se a minha chama gêmea estivesse aqui, tudo seria maravilhoso. Eu não suporto essa pessoa. Não temos realmente nada a ver um com o outro. Não nos harmonizamos. Não pensamos da mesma forma" — ou seja, todos os problemas que acontecem nos relacionamentos. Fantasiamos a pessoa ideal, imaginamos quem essa pessoa seria, e achamos que ela será absoluta, completa e totalmente o nosso complemento, e que todos os nossos sonhos e desejos vão se tornar realidade. Mas isto não é verdade. Se não conseguirmos nos entender conosco, não vamos conseguir nos entender com a nossa chama gêmea nem com uma alma companheira. Na verdade, as chamas gêmeas desenvolvem personalidades diferentes por ficarem tanto tempo separadas. Elas recebem condicionamentos negativos ao passarem por experiências negativas. Chamas gêmeas não são necessariamente parecidas. Elas podem ter uma astrologia conflitante. Lembro-me de que um astrólogo, uma vez, disse a Mark e a mim que nunca nos deveríamos casar, porque provavelmente não conseguiríamos nos entender com a astrologia que tínhamos. Ele era do signo de Capricórnio e eu sou do signo de Áries, uma combinação de um signo de terra com um de fogo. Ele dizia que a terra iria apagar o fogo, ou o fogo iria queimar a terra. Mas eu afirmo que o Amor conquista tudo.

Trabalhar os relacionamentos

Cheguei à conclusão de que só havia uma maneira de fazer esse relacionamento com Mark dar certo, deixar que um de nós assumisse a liderança. E Mark era extremamente bem qualificado para ser o líder, porque ele era o Instrutor da minha alma. Eu compreendi muito bem quem era quem naquela relação. E, se eu tivesse alguma dúvida sobre isso, Mark me lembrava rapidamente! Assim, felizmente, eu aprendi logo esta lição e fomos muito felizes juntos. Agradava-me muito estar no papel de discípula de Mark. Ele representava o Mestre para mim, como ninguém mais conseguiria fazê-lo. Ele era a única pessoa que me levaria à quintessência do meu ser e, ao mesmo tempo, à submissão ao Cristo. Ele conhecia a minha alma como ninguém. Sentia por mim o amor do universo. Estar ao seu lado era como estar envolvida por Deus. Ele me conhecia desde o princípio. Ele sabia o que eu devia já estar manifestando e ainda não estava. Ele sabia distinguir em mim o que era excesso de consciência humana, adquirida como bagagem da vida nas muitas interações que temos com tantas pessoas e situações. Assim, Mark estava muito bem qualificado para ajudar- me a despertar subitamente para a disparidade que existe entre o ser divino interior que EU SOU, que você é, e que todos nós somos, e a manifestação, algumas vezes medíocre e vergonhosa, que nós expressamos — vergonhosa não por ser assim tão "má", mas por ser uma versão medíocre daquilo que o Eu interior realmente é. Quando se tem alguém tão magistral como Mark, que consegue reconectar a pessoa ao poder desse padrão original, fica-se eletrizado com a certeza interior de quem realmente somos, e o que deveríamos ser. Mark Prophet fez-me dedicar a minha vida ao Cristo e revelou-O como meu Salvador e Noivo da minha alma. O nosso Eu Verdadeiro, o nosso Santo Cristo Pessoal e o Santo Cristo Pessoal da nossa chama gêmea são os magnetos que nos aproximarão da nossa chama gêmea — neste mundo e no próximo. Parafraseando Jesus: "Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei a minha chama gêmea a mim." Assim, temos de retornar uma vez mais à afirmação de Paulo: "a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus". (1 Coríntios 15:50) E a carne e o sangue não nos garantem uma relação harmoniosa com ninguém, nem mesmo com a nossa chama gêmea. O que vai garanti-la é a nossa determinação em trabalhar muito esta relação. Não existe nenhum relacionamento duradouro — amizade, filhos, irmãos, parentes, relações profissionais — que não exija esforço. Temos de nos dedicar, e nos dedicar muito, para mantermos essa interação com os outros. Devemos entender, então, que as chamas gêmeas, por terem percorrido a terra inteira em todos os tipos de encarnações e circunstâncias, e por condições cármicas, podem ter choques de personalidade entre si. Quando estes são superficiais, e conseguimos alcançar o cerne da questão, então, estamos no comando da situação e nos tornamos co- criadores com Deus. Portanto, as chamas gêmeas também criam carma entre si em várias encarnações, e esse carma precisa ser equilibrado quando elas finalmente se reencontram. É por isso que pode existir, entre chamas gêmeas, uma enorme sensação de se ter sido injustiçado. É isso o que acontece nos casamentos cármicos, em que as pessoas estão constantemente brigando, e não conseguimos ver nenhum propósito para elas manterem o relacionamento. Dizemos, então: "Isto já vem assim há anos, por que eles simplesmente não desistem e se separam?" E logo descobrimos que eles estão de novo como pombinhos, recomeçando tudo outra vez. Isso se repete inúmeras vezes. E ninguém consegue entender o que está acontecendo, só os dois. Essas situações, é claro, são muito perigosas, porque pode-se fazer muito carma com essas brigas. No final, as pessoas podem se tornar tão autodestrutivas, que, muitas vezes, a melhor solução é que cada uma siga o seu caminho, mesmo que sejam almas gêmeas e mesmo que não tenham equilibrado o carma que têm um com o outro. Conheço chamas gêmeas que destruíram as suas vidas e os seus casamentos; mas, se elas tivessem compreendido a lei do amor, que amor gera amor, e se comprometido com a relação, elas teriam obtido algum progresso. Vejo chamas gêmeas que são alcoólatras e viciadas em drogas. Elas destroem as suas vidas e as vidas dos seus filhos e terminam completamente desapontadas. A vida chega ao fim, elas fazem a transição e ficam profundamente sentidas, sob o aspecto da alma, quando percebem que falharam totalmente na sua missão de encarnar no plano físico, reunir as pessoas e fazer as coisas acontecerem.

Preparar-se para a sua Chama Gêmea

Assim, é necessário que estejamos preparados para encontrar a nossa chama gêmea. Precisamos de uma boa dose de autocontrole. Temos de amar o Amor para respeitá-lo, para mantermos a nossa paz e a nossa harmonia quando os antigos registros de brigas vierem à tona para serem resolvidos. Será necessário que nos agarremos ao nosso Sonho, que não pronunciemos as palavras duras, a crítica cruel, a humilhação, e tudo que possa destruir a matriz do dom mais maravilhoso que a Vida nos dará — o amor perfeito. Devemos ceder. Não é preciso vencer todas as brigas. Mas precisamos preservar a integridade e a dignidade da pessoa que amamos e, assim, preservaremos a nossa própria. O mantra de João Batista é muito apropriado para a senda de sacrifício e renúncia que é parte do casamento: "É necessário que ele cresça, e que eu diminua." (João 3:30) Temos de ter uma dedicação a algo maior do que a nossa chama gêmea, e esse algo maior é Deus. Temos de amar primeiro a Deus, e estarmos bem seguros da nossa senda e do nosso serviço; e devemos ter a certeza de que não vamos aceitar a discórdia nem a encenação do ego humano, com as suas indulgências e exigências — nossas ou do nosso companheiro. Não podemos pedir a ninguém que seja o complemento da nossa personalidade humana, das nossas falhas. Não podemos esperar que alguém seja para nós pai e mãe, irmão e irmã, amante, esposo ou esposa, filho e filha, tudo ao mesmo tempo; nem achar que, quando tivermos um problema, esta chama gêmea, ou cônjuge, virá resolvê-lo, cuidará de nós e fará tudo ficar bem. Se decidirmos ser inteiros em nós mesmos — se deixarmos de fazer cara feia, de sentir pena de nós mesmos e de estarmos sempre chamando atenção —, então, com o magneto da nossa integridade, atrairemos a integridade na outra pessoa. Leia 1 Coríntios 13 com frequência e mantenha uma cópia da Oração de São Francisco de Assis na cabeceira, para lembrar-se de que o verdadeiro amor é abnegado. O livro , de Kahlil Gibran, refrescará a sua memória sobre a bem-aventurança do Amor e do Matrimônio. O verdadeiro amor inclui o sacrifício — ele sempre coloca o amado em primeiro lugar. Devo alertá-lo de que algumas vezes, sob certas circunstâncias, devido a uma grande diferença entre as chamas gêmeas, Deus arranja as coisas de forma a que elas encarnem como irmão e irmã, como pai e filho ou como membros do mesmo sexo. Neste caso, uma relação matrimonial não seria proveitosa e, provavelmente, de acordo com os registros do passado, prejudicaria mais do que ajudaria na evolução das suas almas. Não existe nada mais doloroso para o cosmos do que uma discussão entre chamas gêmeas. Pois é a partir da discórdia do círculo do Um que a guerra, e todo tipo de desolação, se origina. Ela violenta o Deus Pai e Mãe no céu e na terra. Quem se lembra de ter escutado, quando criança, uma discussão entre o pai e a mãe sabe que não pode existir experiência pior. Este é um golpe devastador para todos os segmentos da vida — quando as pessoas que ocupam o cargo de Pai e Mãe expressam qualquer discórdia no fluxo desse amor divino. A discórdia também é dolorosa para as almas das chamas gêmeas. Nos níveis interiores, não queremos que isso aconteça porque sabemos como é prejudicial. Sabemos que nos manterá separados por muitas encarnações. Portanto, temos de ceder. Não existe outra maneira. Todos nós temos fraquezas humanas. Todos temos problemas humanos. Situações humanas que não superamos. E, quando pensamos no cônjuge, criado segundo a imagem do Cônjuge Divino, aquele que seria a pessoa perfeita para nós, sempre imaginamos que ele deveria ser perfeito. Mas quando ele não é perfeito aos nossos olhos, fazemos uma cena. Esbravejamos, ficamos furiosos, fazemos exigências, gritamos e choramos. Todas essas coisas que acontecem nos casamentos pelo mundo afora, porque alguém sempre espera que o outro seja mais do que é, e melhor do que ele mesmo. Temos falhas, mas queremos que os outros sejam perfeitos. Consequentemente, fazemos exigências no casamento que são totalmente irreais. É por isso que os casamentos acabam. Sem citar, é claro, que uma das principais razões pelas quais as pessoas se casam consiste na gratificação sensual. Deixando esta de lado, todas as demais situações psicológicas de tensões existentes entre as personalidades humanas criam um estigma horrendo sobre a imagem divina do Deus Pai e Mãe — opondo-se à integridade. Sugiro que meditemos sobre nosso Eu e sobre nossa vida, tanto no sentido divino quanto humano, e compreendamos que, se desejamos atrair para nós aquela mulher maravilhosa ou o cavaleiro de armadura brilhante, temos de nos tornar primeiro nessa contraparte. Vejamo-nos transmutando esse carma com a chama violeta e através de meditação, e chegando a uma resolução acerca da nossa psicologia. Ao procurarmos a nossa chama gêmea, nosso único desejo real deve ser darmos a essa chama gêmea a dádiva do nosso amor, do nosso ser, da nossa mestria espiritual, assim como das nossas realizações profissionais. Que buquê de flores estamos preparados para oferecer à nossa chama gêmea? Gostaria que meditássemos sobre isso, porque este é um dos pontos mais importantes para resolvermos a nossa psicologia. Depois de prepararmos uma lista, numa folha de papel, com tudo aquilo que somos capazes de dar, devemos também listar tudo o que sabemos, por fatos do passado e pela compreensão do presente, que não somos capazes de dar. Podemos dizer, por exemplo: "Uma coisa eu sei que não posso fazer: não sei cozinhar. Por isso não posso preparar uma refeição para a minha chama gêmea." Sejamos homem ou mulher, todos nós apreciamos, de vez em quando, que alguém nos prepare uma refeição. Por isso, precisamos aprender a cozinhar. Façamos uma análise das coisas básicas na vida. Podemos cumprir os horários? Conseguimos trazer alegria a um lar? Somos pacientes com as crianças? Podemos ser pacientes com a criança na pessoa que imaginamos que, um dia destes, estará vindo para nós? Observemos a forma como interagimos conosco. Conseguimos nos dar bem conosco ou temos problemas? Somos geniosos? Temos altos e baixos? Quando analisamos a proporção entre as flores que podemos oferecer e as ervas daninhas que ainda temos de arrancar do nosso jardim, ou o terreno baldio onde ainda não plantamos nenhuma flor, estamos dando meia-volta e nos colocando na posição de quem recebe. Vamos supor agora que somos a outra pessoa. Seremos o outro, vendo-nos chegar pela estrada. Será que ele vai se interessar? Será que esta pessoa maravilhosa que nós estamos imaginando vai nos querer? Se ela for tão maravilhosa assim, ela poderá ser tão maravilhosa a ponto de sê-lo demais. Talvez ela nem se aperceba de nós. Em outras palavras, temos de nos tornar maravilhosos nós mesmos, tão maravilhosos quanto a pessoa com a qual desejamos estar. E temos de sê-lo realmente, de verdade, não na fantasia. Agora, a outra pessoa está vindo pela estrada. Talvez seja a nossa chama gêmea e nos veja — nós estamos ali — e ela passou direto. E dizemos: "Espere um momento. Você deveria parar quando chegasse onde eu estou!" Mas ela não parou quando chegou onde estávamos porque não encontrou em nós nenhum magneto. Não tivemos a capacidade de magnetizar a pessoa que imaginamos ser a nossa polaridade divina. E por que não tivemos esta capacidade? Temos de imaginar o que essa pessoa estaria procurando. Sabemos como queremos que essa pessoa seja. Sabemos as virtudes e as qualidades que desejamos ver nela. Mas se não tivermos em nós estas mesmas virtudes e qualidades que estamos buscando no outro, esta pessoa não nos reconhecerá. Seremos como dois estranhos numa sala cheia que nunca chegam a se conhecer. Muitas pessoas acham que a aparência é tudo. Mas não é. A aparência se desvanece rapidamente. Precisamos ter coração. Precisamos ter alma. Precisamos estar dispostos a dar. Também precisamos estar dispostos a demonstrar que estamos prontos para o trabalho. E qual é este trabalho? É um serviço. É dizermos: "Esta pessoa aqui é o Alfa, ou esta pessoa aqui é o Ômega. Eu quero ser a contrapartida dessa pessoa. Tenho de ser capaz de provar a essa pessoa que eu posso manter o equilíbrio pela sua missão. Que posso apoiá-la. Que posso servir ao seu lado. Que posso suprir a contraparte das qualidades de que ela precisa." Não importa o que ela faça, teremos de ser capazes de completá-la com algo que ela precisa em sua vida, porque todas as relações se baseiam na necessidade. Temos de ser muito honestos num relacionamento porque talvez vejamos, com bastante antecedência, que não teremos condições de suprir uma necessidade importante dessa pessoa, ou talvez percebamos que ela não terá condições de suprir a nossa. Se somos nós quem consegue ver isso, então será nosso carma se levarmos essa relação adiante, porque o eu humano a deseja, mesmo que o nosso coração, mente e alma realmente saibam que não vai dar certo. Este tipo de situação é de extrema importância, porque todos temos uma necessidade básica de nos relacionar de forma bastante íntima com, pelo menos, uma pessoa na vida. Assim, quando reconhecemos a necessidade anímica fundamental de termos na vida "o Amigo", devemos analisar cuidadosamente do que é que realmente precisamos encontrar nesse amigo. Um amigo que não supre a nossa carência, que não dá nem recebe, que tem uma vibração diferente da que a nossa alma necessita, este não é um amigo — na verdade, ele é um estorvo ou um obstáculo. Quando temos um relacionamento deste tipo, percebemos que estamos desperdiçando a nossa vida e a vida dessa pessoa. Só temos uns setenta anos de vida, talvez um pouco mais. E temos muito a fazer.

Tornar-se íntegro

A sublimação é uma forma de lidarmos com a ausência e a falta da proximidade física do amigo. Ela significa unirmos a energia desta carência com a força criativa e projetá-las para o futuro, para uma meta futura. Enquanto isso, enquanto procuramos alcançar essa meta futura do amor perfeito, amamos toda a vida. Amamos as pessoas, amamos profundamente muitas pessoas, individualmente e pessoalmente. Estabelecemos bons relacionamentos e fazemos boas associações. Sabemos que o que estamos buscando, que sabemos estar bem ali, logo atrás do véu, já existe. E, no processo de obtermos a nossa mestria pessoal, aprendemos a conviver com esse fato, dizendo: "Vou passar pela espiral desta experiência. Não vou aceitar nenhum substituto nem tampouco me desviar da minha meta." É como se soubéssemos que vamos encontrar alguém em Roma e verificássemos que levaremos ainda algum tempo para chegar lá. Se não formos capazes de entender o que é a sublimação, ou o "ato de tornar etéreo", se formos cheios de caprichos e exigências — "Eu quero, porque quero, e eu quero agora, e tem de ser agora" —, aceitaremos um padrão inferior para as nossas vidas. E não teremos a capacidade de atrair aquilo que realmente seja a realização do nosso encontro divino e do nosso plano divino nesta encarnação. Por isso, é bom que reconheçamos a necessidade. Mas devemos nos lembrar de que uma necessidade também é uma falta de integridade; e uma ausência de integridade nos torna incompletos. Quando estamos incompletos, deixamos de nos focalizar no magneto divino, que pode atrair para nós exatamente aquilo de que precisamos para completar a nossa integridade. Uma chama gêmea não está procurando alguém para cuidar. Ela está procurando alguém cuja integridade complemente a sua própria, de forma que, quando ambas estiverem reunidas num círculo completo de Alfa e Ômega, possam ministrar às necessidades da vida, aos que ainda não descobriram a lei da sua unidade. Portanto, ao mesmo tempo em que sentimos que estamos incompletos em algum sentido, que nos falta isso ou aquilo, temos de nos sintonizar com a matriz superior da nossa integridade que já existe, e que se encontra no momento a níveis interiores — a integridade do nosso Cristo Pessoal, a integridade da nossa Presença do EU SOU e a nossa união divina absoluta com a nossa chama gêmea. Precisamos afirmá-la aqui e agora. Precisamos ter a sensação de paz acerca da integridade do momento, e isso é possível porque ela já existe em Deus, nesse exato momento, aqui onde estamos. Quando alcançamos essa paz, só então temos algo a oferecer aos demais, a qualquer parte da vida. Quando alcançamos a paz da integridade, conseguimos atrair dos quatro cantos dos céus mais dessa mesma integridade, confirmando aquilo que sabemos que somos, e aquilo que somos de verdade. Mesmo enquanto temos só a sensação de estarmos preenchendo a matriz, enquanto temos só a sensação de que, cedo ou tarde, iremos saciar essa carência, já podemos ir afirmando: "Estou satisfeito. Estou cheio de Luz." Com essa afirmação, com essa Atitude Divina de Ser, atrairemos para a nossa vida todas as pessoas, condições e circunstâncias necessárias para a realização do propósito cósmico. Nesse lote, pode ou não estar incluída a nossa chama gêmea, mas isso não terá mais importância, porque nós seremos a nossa chama gêmea. "Eu e o meu Pai somos Um. Eu e a minha Mãe somos Um. Eu e a minha Chama Gêmea somos Um. Somos Um, aqui e agora!" E nunca estamos sós. Essa declaração elimina o tempo e o espaço, toda a distância e todo o maya (ilusão). Ela nos transmite paz e harmonia. Por sabermos que somos íntegros, atraímos do nosso Corpo Causai de Luz, e da nossa Presença do EU SOU, todas as virtudes, fatores, talentos, provisões, abundância, beleza, alegria e sabedoria de que precisamos para ser quem realmente somos. Quando expressamos esse ser pleno, as pessoas são magnetizadas para nós devido ao sentimento de carência que elas têm. Estaremos manifestando na nossa aura o que elas precisam. Por isso elas vêm. Elas vêm para serem alimentadas. Elas vêm para escutar. Elas vêm para serem nutridas. Elas vêm em busca de orientação profissional. Elas vêm porque nós temos algo que elas não têm. E o que nós temos é essa afirmação bem simples: "EU SOU O QUE EU SOU. Aqui e agora, EU SOU Um; Nós somos Um. Alfa e Ômega são Um onde EU SOU. Nem o tempo nem o espaço podem separar-me da minha chama gêmea, pois nós somos um no Coração de Deus." Esta é a pessoa que todos buscam no mundo, nesta vida — a pessoa íntegra, que sabe que é íntegra, e que usa a sua própria integridade para transmutar os desejos e as carências no plano físico, os últimos vestígios do carma, e todas as situações da consciência humana que ficaram para trás, e que ainda precisam ser resolvidas. Este é o caminho para a nossa união com a nossa chama gêmea. E eu acho que essa afirmação do Ser é o ponto de partida para uma felicidade eterna. Devemos lembrar-nos de que a mera ausência da qualidade da alegria e da felicidade pode privar-nos, no sentido externo, de muito mais do que podemos imaginar. No momento em que nos deixamos ficar um pouco tristes, com um pouco de pena de nós mesmos, ou um tanto temperamentais — nesse exato momento, devemos nos lembrar de que podemos ter perdido a centelha de contato com a nossa chama gêmea. A nossa chama gêmea não merece ter de sentir os nossos humores, a nossa auto-piedade e auto-indulgência. Se considerarmos que a nossa chama gêmea é a nossa contrapartida divina, e se tivermos um sentimento de reverência por Deus na nossa vida, poderemos olhar-nos e dizer: "Talvez eu não seja digno agora, mas daqui a uma hora eu serei digno. Eu vou me modificar de modo a ficar irresistível para Deus, para os anjos e para os Mestres. Eles vão caminhar e conversar comigo. Eles vão gostar de vir à minha casa. E a minha chama gêmea vai me procurar e me encontrar." Portanto, decida quem você é. Decida o que tem a fazer. Pergunte a Deus. Então, vá e encontre as pessoas que fazem parte da sua equipe — do seu grupo cármico — e preste seu serviço ao mundo. Vamos arregaçar as mangas e agir. Somente na ação encontramos Deus — Deus em nós mesmos e na nossa chama gêmea. Eu amo você!

Eu e meu Pai somos Um. Eu e minha Mãe somos Um. Eu e minha Chama Gêmea somos Um. Nós somos Um, aqui e agora!

A imagem do seu Eu Divino

Você tem um destino espiritual único. Uma das chaves para realizar este destino é compreender a sua natureza divina e a sua relação com Deus. Para ajudá-lo a compreender este relacionamento, os Mestres Ascensos criaram a Imagem do seu Eu Divino, que eles também chamam de Árvore da Vida. Esta Imagem é um retrato de você, e de Deus dentro de você, um diagrama — que inclui o passado, o presente e o futuro.

A presença do Eu Sou e o Corpo Causal

A Imagem do seu Eu Divino tem três figuras, que correspondem às Três Pessoas da Trindade e à Mãe Divina. A figura superior corresponde ao Pai (que é um com a Mãe) e representa a sua Presença do EU SOU. A Presença do EU SOU é a Presença de Deus individualizada para cada um de nós. É o seu EU SOU O QUE EU SOU individualizado, o nome de Deus revelado a Moisés no Monte Horebe. A sua Presença do EU SOU está envolta por sete esferas concêntricas de luz, com as cores do arco-íris, que compõem o seu Corpo Causai. Estas esferas do Corpo Causai são os reservatórios de tudo o que é real e permanente em você. Elas guardam os registros dos atos virtuosos que você realizou para a glória de Deus, e as bênçãos concedidas à humanidade por meio das suas muitas encarnações na Terra. Não existem dois Corpos Causais idênticos, porque as suas esferas brilhantes refletem a mestria espiritual única de cada alma. Os atributos específicos que você desenvolveu, nas suas vidas anteriores, determinam as qualidades e dons com os quais você nascerá nas suas vidas seguintes. Estas qualidades ficam seladas no Corpo Causai e são acessadas por meio do seu Eu Superior. O Santo Cristo Pessoal

O seu Eu Superior, ou Santo Cristo Pessoal, está representado pela figura do meio na Imagem do seu Eu Divino. O Santo Cristo Pessoal é o seu instrutor interno, o seu guardião e melhor amigo. Ele é também a voz da consciência, que fala dentro do seu coração e da sua alma. Ele determina o que é certo e o que é errado, e o ensina a distingui-los. Logo acima da cabeça do Santo Cristo Pessoal está a pomba do Espírito Santo, descendo como uma bênção de Deus Pai e Mãe. O fio de luz branca que desce da Presença do EU SOU, passando pelo coração do Santo Cristo Pessoal e indo até a figura inferior da Imagem, é o cordão de cristal. No Eclesiastes, ele é chamado de cadeia de prata (Eclesiastes 12:6). Por meio deste "cordão umbilical", flui um rio, uma cascata de luz, de vida e da consciência de Deus. Este rio de vida lhe dá poder para pensar, sentir, raciocinar, e crescer espiritualmente.

A Centelha Divina e os quatro corpos inferiores

A energia que passa através do coração de cristal vai nutrir e manter acesa a chama de Deus que está abrigada na câmara secreta do seu coração. Esta chama é conhecida como chama trina, ou centelha divina. Ela é, literalmente, uma centelha de fogo sagrado do coração do próprio Deus. A chama trina tem três "plumas". Estas plumas encarnam os três atributos básicos de Deus, que correspondem à Trindade. O núcleo de fogo branco, de onde as três chamas emergem, representa a Mãe. Ao visualizar a chama trina dentro do coração, veja a chama azul à sua esquerda. Ela encarna o poder de Deus e corresponde ao Pai. A chama amarela está no centro, encarna a sabedoria de Deus e corresponde ao Filho. A chama rosa fica à sua direita, encarna o amor de Deus e corresponde ao Espírito Santo. Quando temos acesso ao poder, sabedoria e amor, ancorados na chama trina, podemos realizar nossa razão de ser. A figura inferior da Imagem representa a alma. Ela está envolta em quatro "corpos" distintos, chamados quatro corpos inferiores: (1) o corpo etérico, (2) o corpo mental, (3) o corpo de desejos e (4) o corpo físico. Estes são os veículos que a sua alma usa para fazer a sua jornada na Terra. O corpo etérico, também chamado de corpo da memória, guarda a matriz da sua identidade. Ele também contém a memória de tudo o que já aconteceu com a sua alma, todos os impulsos que você já enviou por meio da sua alma desde que foi criado. O corpo mental é o receptáculo das suas faculdades cognitivas. Quando ele está purificado, pode tornar-se o cálice da Mente de Deus. O corpo de desejos, também chamado de corpo emocional, abriga os seus desejos, elevados ou não, e os registros das suas emoções. O corpo físico é o milagre de carne e osso que faz com que a nossa alma seja capaz de progredir no universo da matéria. A figura inferior da Imagem corresponde ao Espírito Santo, pois a sua alma e os seus quatro corpos inferiores estão destinados a ser o templo do Espírito Santo. A figura inferior está envolta na chama violeta — o fogo espiritual transmutador do Espírito Santo. Você pode invocar todos os dias a chama violeta para que ela purifique os seus quatro corpos inferiores, e consuma os seus pensamentos, sentimentos e carma negativos. Em torno da chama violeta está o tubo de luz, que desce da Presença do EU SOU em resposta ao seu chamado. (Veja página 109) Ele é um cilindro de luz branca que mantém um campo de força de proteção em torno de você, durante as vinte e quatro horas do dia e da noite, enquanto mantiver a sua harmonia. A Mãe Divina focaliza a sua energia dentro de nós no fogo sagrado de Deus que se eleva como uma fonte de luz, atravessando os nossos chakras. Chakra é uma palavra sânscrita que significa centro espiritual no corpo etérico. Cada chakra regula o fluxo de energia de uma parte do corpo. Os sete chakras principais estão localizados ao longo da coluna, da base até a coroa.

O destino da alma

A alma é o potencial vivo de Deus. O propósito da evolução da alma na Terra é aperfeiçoar-se, sob a tutela do seu Santo Cristo Pessoal, e voltar para Deus por meio da união com a sua Presença do EU SOU, no ritual da ascensão. A alma pode ter de passar por inúmeras encarnações, antes de estar pronta para reunir-se a Deus e merecedora disso. O que acontece à alma entre as encarnações? Quando a alma conclui uma encarnação aqui na Terra, a Presença do EU SOU recolhe o cordão de cristal. A chama trina retorna ao coração do Santo Cristo Pessoal, e a alma gravita para o nível de consciência mais elevado que alcançou, durante todas as suas encarnações. Se a alma tiver merecimento, entre as encarnações, ela será ensinada nos retiros ou lares espirituais dos Mestres Ascensos, no mundo celestial. Lá, ela estudará com anjos e mestres da sabedoria, que alcançaram a mestria em suas áreas de conhecimento. A ascensão é a culminação de muitas vidas de serviço prestado à vida pela alma. Para que a alma realize esta união final com Deus, ela precisa tornar-se uma com o seu Santo Cristo Pessoal, precisa equilibrar (pagar o débito de) pelo menos 51% do seu carma, e precisa realizar a sua missão na Terra, de acordo com o seu plano divino. Quando a sua alma ascender de volta para Deus, você se tornará um Mestre Ascenso, livre da roda do carma e do renascimento, e receberá a coroa da vida eterna. Nota: Você pode colocar a Imagem do Eu Divino no seu altar, onde faz as suas orações e meditações, como um símbolo da sua realidade divina.

Orações e Decretos para as Chamas Gêmeas

Pedido de proteção ao Arcanjo Miguel

Oração Em nome da minha Poderosa Presença do EU SOU, invoco agora a vitória e a libertação da minha chama gêmea pelo poder da poderosa chama azul e da espada do Arcanjo Miguel. Legiões da Luz, entrem em ação agora! Seja onde for que a minha chama gêmea estiver, libertem-na. Libertem-me. Libertem-nos para que realizemos o plano divino e alcancemos a união no nível do Cristo, no nível dos nossos chakras. E, se for a vontade de Deus, que possamos ser reunidos numa vida de serviço. Agradecemos e aceitamos que isto seja feito com pleno poder, de acordo com a vontade de Deus. Amém. [Faça este decreto em voz alta, três vezes ou mais, com muita devoção, repetindo o refrão depois de cada verso:]

1. Ó Fraternidade Branca — Dá-nos a luz da proteção Luz de Deus que nunca falha, Mantém-nos na tua visão! Refrão: EU SOU, EU SOU, EU SOU o grande poder da proteção, EU SOU, EU SOU, EU SOU p rotegido a cada instante, EU SOU, EU SOU, EU SOU a poderosa perfeição Em manifestação total e constante!

2. Arcanjo Miguel, poderoso e fiel, Que a tua espada azul seja nosso dossel! Mantém-nos centrados na Luz flamejante Armadura poderosa e brilhante!

3. Sela-nos com a luz da tua espada Magnífico poder da graça sagrada! EU SOU a invencível proteção Emanando dos teus raios em ação! Para transmutar o carma das Chamas Gêmeas

Oração Em nome do Cristo, invoco a abençoada Presença do EU SOU das nossas chamas gêmeas para o selar dos nossos corações como um só para a vitória da nossa missão em prol da humanidade. Invoco a luz do Espírito Santo para que consuma todo o carma negativo que limita a plena expressão da nossa identidade divina e a realização do nosso plano divino. [Recite este mantra e estes decretos de chama violeta três vezes ou em múltiplos de três. Visualize a chama violeta envolvendo você e a sua chama gêmea. Veja-a purificar as suas auras e transmutar instantaneamente toda a energia negativa transformando-a na luz de Deus.] EU SOU um ser de fogo violeta! EU SOU a pureza que Deus deseja!

Eu sou a Chama Violeta

EU SOU a Chama Violeta que atua em mim e reluz EU SOU a Chama Violeta só me submeto à Luz EU SOU a Chama Violeta Poder Cósmico, farol EU SOU a Chama Violeta Radiante como um sol EU SOU a Luz de Deus A toda hora brilhando EU SOU o poder de Deus que a todos vai libertando.

Radiante espiral de Chama Violeta

Radiante espiral de Chama Violeta, Desce e brilha em mim agora! Radiante espiral de Chama Violeta, Liberta, liberta nesta hora! Radiante Chama Violeta, vem, Expandir tua Luz, e brilhar! Radiante Chama Violeta, vem, O poder de Deus revelar! Radiante Chama Violeta, vem, Despertar a Terra e libertar. Resplendor da Chama Violeta, Expande e brilha agora em mim! Resplendor da Chama Violeta, Que todos te vejam brilhar assim! Resplendor da Chama Violeta, Traz Misericórdia agora! Resplendor da Chama Violeta, Transmuta o medo nesta hora! Decretos do coração, cabeça e mão

Coração Fogo Violeta, Divino Amor, No meu coração reluz teu fulgor! És misericórdia em manifestação, Mantém para sempre a nossa união.

Cabeça Luz do EU SOU, Cristo em mim, Liberta a minha mente agora; Fogo Violeta, brilho sem fim Minha mente envolve nesta hora. Deus que me dás o pão diariamente Teu Fogo Violeta preenche minha mente E com a tua celeste radiação Minha mente se torna Luz em ação.

Mão EU SOU a mão de Deus em ação, A Vitória sempre conquistando; Minha alma pura com satisfação O caminho do meio vai trilhando.

Tubo de Luz Presença do EU SOU tão amada, Sela-me no tubo de Luz Da chama dos Mestres Ascensos Em nome de Deus agora invocada. Que ele liberte o meu templo De toda discórdia que me é enviada. A Chama Violeta invoco agora Para todo desejo consumir, E arder pela Liberdade Até no seu fogo me fundir.

Perdão EU SOU o Perdão aqui atuando, Dúvidas e medos expulsando, Com asas de cósmica Vitória Os homens para sempre libertando. Com pleno poder invoco agora O Perdão a toda hora; Toda a vida sem exceção Envolvo com a Graça do Perdão.

Abundância Estou livre de medo e incerteza, Expulso agora miséria e pobreza, Porque a Abundância, estou ciente Dos Reinos do Alto é proveniente. EU SOU a Fortuna Divina em ação Tesouros de Luz concedendo, Suprindo toda a provisão Abundância agora recebendo.

Perfeição EU SOU vida, Divina Direção, A Luz da Verdade brilha em mim. Concentra aqui Divina Perfeição, Para que toda a discórdia tenha fim. Mantém sempre a minha união Com a Justiça do Teu plano — EU SOU a Presença da Perfeição Deus vivendo no ser humano!

Transfiguração O esplendor do novo dia, Em mim novas vestes tece; Com o Sol do Entendimento Todo o meu ser resplandece. EU SOU Luz por dentro e por fora; A Luz do EU SOU em tudo aflora. Envolve, liberta e glorifica! Sela, cura e purifica! E transfigurado sou descrito: Estou brilhando como o Filho, Como o sol eu também brilho!

Ressurreição EU SOU a Chama da Ressurreição Luz de Deus em mim irradiando. Em mim já não há mais escuridão, Meus átomos estou agora elevando. EU SOU a Luz da Presença Divina Vivendo a eterna Liberdade Da Vitória agora se aproxima A chama divina da Eternidade.

Ascensão EU SOU a Luz da Ascensão, Vitória flui livremente, Todo bem obtive enfim Agora e eternamente. EU SOU Luz não há mais dor. Novas alturas alcanço; O meu canto de louvor Com Poder Divino lanço. EU SOU o Cristo vivente, O que ama eternamente. Ascenso e com Poder Divino, EU SOU um Sol resplandecente! {1} Chamas gêmeas são almas que foram criadas juntas no princípio, como duas metades de um todo divino. Veja páginas 35-44. {2} Decretos são orações rítmicas, que invocam uma energia espiritual muito poderosa. Esta energia de luz, quando usada com visualizações, tem a qualidade especial de apagar e transmutar os nossos aspectos negativos, e ampliar os positivos. {3} Chakras são centros espirituais que governam o fluxo de energia e representam os diversos níveis de consciência do ser. {4} Veja página 98 e nota na página 104 (Sorry... Apenas no livro impresso). {5} Período de dois mil anos que se segue à era de Peixes. A era de Peixes foi iniciada com o nascimento de Jesus Cristo. {6} As experiências que a alma tem fora do corpo nos retiros "etéricos" dos Mestres Ascensos são uma forma de treinamento contínuo para a alma, que Deus oferece às evoluções da Terra. Os Mestres Ascensos são seres espirituais iluminados que já viveram na Terra, realizaram sua razão de ser, e ascenderam (reuniram-se) de volta a Deus. {7} Todos nós somos, na verdade, manifestações de Deus, e encontramos Deus, frente a frente, em todas as manifestações da vida. {8} Viver com alguém ou ter um caso são situações completamente diferentes desta. Podemos compartilhar o nosso carma por algum tempo, e unir as nossas forças, para termos uma experiência temporária que valha a pena e que seja agradável. Mas, quando cada um segue o seu caminho, voltamos a carregar nosso carma sozinhos, sem haver transmutado nada do que é exigido para o verdadeiro progresso espiritual, o carregar o carma juntos. Quanto mais ocasional for o relacionamento e menor o compromisso assumido, mais fácil é sair dele quando os primeiros embates com o carma acontecem.