Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 1 ISSN 1808-9690

WALTEL OU WALTER? BRANCO OU BLANCO? A TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DO MÚSICO (RE)CONSTRUÍDA PELAS NOTAS DE PERIÓDICOS PARANAENSES ENTRE 1950 E 1975.1

Thiago Rafael de Souza2 Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Resumo: Nascido em 22 de novembro 1929, na cidade de Paranaguá (PR), Waltel Branco é um maestro, músico, multi-instrumentista de formação clássica e erudita. Detentor de uma musicalidade plural, tem uma carreira marcada por contribuições em canções expressivas e de grande circulação dentro da história da música brasileira, trabalhando com artistas aos quais pode-se destacar: João Gilberto, Elis Regina, Dorival Caymmi, Tim Maia, Alceu Valença, Odair José, entre tantos outros. Sua trajetória também é marcada por trilhas sonoras em telenovelas e programas da Rede Globo de televisão, tais como: Irmãos Coragem, Selva de Pedra, O Bem- amado, Escrava Isaura, , Ti Ti Ti, Vila Sésamo e Sítio do Pica-pau Amarelo. Tido como uma grande promessa musical, a carreira profissional do músico paranaense iniciou-se em pequenos concertos, programas de rádio e em casas noturnas de Curitiba, sendo noticiado e tendo grande destaque em periódicos. Posteriormente, com sua mudança para o Rio de Janeiro e com trabalhos em âmbito nacional, as notas sobre suas atividades foram perdendo espaço nos jornais. Atualmente, a mídia e setores ligados a cultura retratam o músico como uma das personalidades paranaenses mais importante no cenário nacional, com uma sucessão de informações repetidas e sem verificações para revalidar e/ou reafirmar a trajetória do maestro. Este resumo tem por objetivo (re)construir parte da trajetória profissional de Waltel Branco através das notas de jornais, tais como: Diário do Paraná, A Tarde, Correio de Notícias, Correio do Paraná, Diário da Tarde, A Divulgação e O Dia, afim de compreender a importância do músico para o cenário paranaense. Como esses jornais retratavam o músico? Como derem visibilidade a sua carreira em âmbito nacional? Pensando em demonstrar a trajetória profissional de Waltel através de sua contribuição narrada pelas notas dos jornais, tal (re)construção é pautada por apontamentos de Pierre Bourdieu ao refletir questões sobre trajetória, na qual não se apresenta algo retilíneo. Dessa maneira, pretende-se refletir sobre o percurso profissional de um artista, transeunte, plural, com qualidade e referências múltiplas. Palavras-chave: Waltel Branco; Trajetória Profissional; Música Popular Brasileira.

1 O presente trabalho tem como recorte parte da pesquisa de mestrado em história, ainda em andamento, sobre a trajetória profissional de Waltel Branco entre os anos de 1963 e 1985.

2 Mestrando em história pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – PR. E-mail: [email protected]. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 2 ISSN 1808-9690

Introdução: apresentando o conhecido artista “Walter” Branco.3

Foi através de seu pai, Ismael Branco, então maestro e clarinetista de banda militar, que Waltel teve seus primeiros contatos com a música, podendo dedicar-se aos estudos em violão clássico e erudito e, posteriormente, ao canto gregoriano no seminário que frequentou em Curitiba e ao violoncelo na Escola Nacional de Música no Rio de Janeiro durante a adolescência.4

Sua carreira profissional iniciou-se em Curitiba, apresentando-se em pequenos concertos, shows em casas noturnas e na programação da Rádio Clube PRB-2, Rádio Líder e Rádio Colombo.5 Dessa maneira, manteve-se no cenário artístico da capital paranaense entre 1950 e 1956, mudando-se para a cidade do Rio de Janeiro, o final de 1956, dando sequência a uma rica trajetória musical, sendo que, a partir de 1958 que os créditos por seus trabalhos começam a ser registrados em contracapas de LPs e suas “trajetórias” apresentam novas e inúmeras possibilidades em sua carreira.

As conexões estabelecidas por Waltel Branco estendem-se por diferentes meios profissionais (sua carreira solo, trabalhos para outros artistas e para a música televisiva), exercendo diferentes funções técnicas (instrumentista, compositor, arranjador, orquestrador, produtor e diretor), assim, dentre as balizas temporais propostas por esse texto, pode-se destacar trabalhos com os principais nomes da música brasileira, entre eles estão: Djalma Ferreira e Os Milionários do Ritmo, Carminha Mascarenhas, Haroldo Eiras, Mariza Gata Mansa, Elisete Cardoso, Moacyr Silva, Elis Regina, Orlann Divo, Radamés Gnatalli, Dom Um Romão, J.T. Meirelles, Orquestra Românticos de Cuba, Flora Purim, Trio Surdina, Bossa Três, Hermínio Bello de Carvalho, Juca Chaves, Tim Maia, Waldir Calmon, Toni Tornado, Evaldo Braga, Os Diagonais, Odair José, Marcos Valle, Antônio Carlos & Jocafi, Alcecu Valença, Agepê, entre outros.

Referente a música televisiva, Waltel foi um dos principais agentes de produção de trilhas sonoras, sendo que, desde 1965 integrou, como funcionário, o departamento musical da Rede Globo de Televisão, trabalhando em grandes produções da emissora, no qual destacam-se trilhas para novelas nacionais e internacionais, além de programas e especiais, dentre elas estão: Irmãos Coragem (1970); Assim na terra como no céu (1970); Selva de Pedra (1971); O Bofe (1972); Vila Sésamo (1972); O Bem-Amado (1973); Cavalo de Aço (1973); (1973); Os ossos do Barão (1973); Satiricom (1973); Chico City (1973); Supermanoela (1974); Fogo sob a terra (1974); Cuca Legal (1975); A Moreninha (1975); Senhora (1975); entre tantas outras.

Lançando-se como artista, Waltel Branco gravou discos com diferentes estéticas musicais, os quais ajudaram a caracterizar sua pluralidade enquanto compositor e intérprete. Dentre os LPs/Compactos lançados pelo paranaense estão: Mr. Lucky (1962), Guitarras em Fogo (1962) e Guitarra Bossa Nova (1963) ambos trabalhos lançados pela gravadora Musidisc; Violão/Recital 3 Concerto de violão. Correio do Paraná, Curitiba, 22 mar. 1961. P. 07.

4 COLLAÇO, Álvaro; LEITE, Zeca Corrêa. Waltel, que pensava ser Walter. In: BRANCO, Waltel; MENANDRO, Cláudio (org.). A obra para violão de Waltel Branco. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2008, p. 07.

5 COLLAÇO, Álvaro; LEITE, Zeca Corrêa. Waltel, que pensava ser Walter. In: BRANCO, Waltel; MENANDRO, Cláudio (org.). A obra para violão de Waltel Branco. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2008, p. 08. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 3 ISSN 1808-9690

(1965), gravado pela CBS; Mancini também é samba (1965) lançado pela Mocambo; Músicas do século XVI ao século XX (1968) pelo selo Itamaraty (relançado em 1974 pelo selo Magic Music); Waltel Branco apresenta músicas da novela Assim na terra como no céu (1970) pela Fermata e; Meu balanço (1975) novamente pela CBS.

A produção musical do maestro paranaense se desenvolveu em um cenário que passou por diferentes processos de mudanças, reinvenção e de readaptação da MPB, em um panorama cheio de alternativas estéticas, no qual, como destacado por Marco Napolitano, a música popular brasileira pode ser compreendida como um movimento que combinou “uma série de tendências e estilos musicais que tinham em comum a vontade de ‘atualizar’ a expressão musical do país (...).”,6 e possibilitou a conexão entre os gêneros da tradição e os modernos. Cabe ressaltar que, esse período também foi marcado por um grande crescimento do mercado fonográfico, no qual os bens culturais, passaram a ser consumidos em escala industrial, indicando novas tendências mercadologias da produção em massa, marcada pela difusão dos produtos de entretenimento.7

Sendo assim, a partir do conjunto musical produzido por Waltel Branco, é possível relacionar e entender aspectos de uma determinada época, uma vez que a música faz parte de um contexto articulado a diversos elementos políticos, culturais, econômicos, entre outros.8 Por conseguinte, a música acompanha o cotidiano dos indivíduos, “como autêntica trilha sonora de nossas vidas, manifestando-se sem distinção nas experiências individuais ou coletivas.”9

A partir dos diferentes ambientes de trabalho os quais Waltel transitou, é possível pensar em sua trajetória profissional, sendo que pelo termo trajetória, entende-se como espaços ocupados sucessivamente, com um ponto inicial e final. Sendo, para Erivan Karvat, o uso corrente do termo nas Ciências Sociais, é fundamentador de sentido a uma dada experiência atribuída a relação individual e social, determinando a relação entre sujeito, em relação a seus deslocamentos.10 Assim, a trajetória, a partir de “colocações” e “deslocamentos”, possibilita compreender o indivíduo conforme as posições que assumem no espaço.

Dentro da perspectiva de (re)construção de uma trajetória, como interação social, e definida por Pierre Bourdieu como “a série das posições sucessivamente ocupadas por um mesmo agente ou por um mesmo grupo de agentes em espaços sucessivos.”,11 as “colocações e deslocamentos”

6 NAPOLITANO, Marcos. Seguindo a canção: Engajamento político e indústria cultural da MPB (1959-1969). São Paulo: Annablume/Faspesp, 2001, p. 12.

7 NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014, p. 173-174.

8 SARAIVA, Daniel Lopes. A música brasileira em pessoa: trajetória, engajamento e movimentos musicais na obra da intérprete Nara Leão. 170 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de São João del- Rei. São João del-Rei, 2015, p. 13.

9 MORAES, José Geraldo Vinci de. História e música: canção popular e conhecimento histórico. Revista brasileira de história. São Paulo, v. 20, n. 39. p. 203-221, 2000, p. 204.

10 KARVAT, Erivan Cassiano. Vidas como Advento: indagações (a partir das biografias de Farias Michaele) a cerca de trajetórias de vida, biografias e escrita da história. In: COSTA, Hilton; PEGORARO, Jonas Wilson; STANCZYK FILHO, Milton (org.). O Paraná pelo caminho: Histórias, trajetórias e perspectivas, vol. 1. Curitiba: Máquina de escrever, 2017, p 18.

11 BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 292. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 4 ISSN 1808-9690 tentam compreender “uma carreira ou uma vida como uma série única e em si suficiente de acontecimentos sucessivos (...),”12 ou seja, podem ser compreendidos dentro de um contexto social ao qual o indivíduo relaciona-se. Ainda para Bourdieu, a trajetória deve ser compreendida de modo singular ao transitar pelo espaço social, no qual cada deslocamento implica no fechamento do “leque” de possibilidades que antecedem o descolamento, inicialmente apresentados, no qual as “bifurcações da árvore com incontáveis galhos mortos que representa a história de uma vida.”.13

Partindo de uma trajetória que considera as relações sociais diversificadas, o argumento de Bourdieu reflete questões na qual a trajetória não se apresenta em um curso retilíneo, coerente e com um fim determinado, é um local onde o indivíduo não deve ser visto como se tivesse um destino marcado.14 Assim, presume-se a partir de Alexandre Avelar que a construção de um percurso é capaz de suscitar inquietações e diferentes possibilidades de relações por caminhos plurais.15 Tais cenários profissionais e contribuições diversas relacionadas a Waltel Branco, revelam um agente histórico socialmente ativo e com uma trajetória rica, que esteve inserido em diferentes contextos musicais, contribuindo para os mais diversos artistas, estilos e ritmos. Para tanto, pensando em uma trajetória profissional voltada para as artes compreende-se, a partir de Pierre-Michel Menger apontado por Vera Borges, o trabalho artístico como a relação do indivíduo com seu campo profissional através das formas de vivenciar o espaço da produção artística.16

Recentemente, a carreira do maestro paranaense vem sendo destacada pela mídia paranaense, em matérias de jornais e por órgãos governamentais ligados à cultura, refletindo parte da grandiosidade da obra do músico, mas, tais meios de divulgação, estão mais preocupados em criar elementos que identifiquem a importância do paranaense no cenário musical em âmbito nacional, sem contextualizá-lo ou sem verificar a veracidade de tais fatos.

Como consequência, o objetivo desse artigo é (re)construir parte da trajetória profissional de Waltel Branco através das notas de alguns jornais paranaense entre 1950 e 1975 (respectivamente representa a primeira menção a Waltel, mencionado como “Walter”, nos jornais analisado, e o lançamento do seu LP Meu Balanço, uns dos mais cultuados entre os colecionadores), afim de compreender a importância do músico para o cenário paranaense, como esses jornais retratavam o músico e como derem visibilidade a sua carreira em âmbito nacional.

12 BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 292.

13 BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 292.

14 AVELAR, Alexandre de Sá. A biografa como escrita da história: possibilidades, limites e tensões. Dimensões. Vitória, v. 24, 2010, p. 163.

15 AVELAR, Alexandre de Sá. A biografia como escrita da história: possibilidades, limites e tensões. Dimensões. Vitória, v. 24, 2010, p. 169.

16 MENGER, apud. BORGES, Vera. A arte como profissão e trabalho: Pierre-Michel Menger e a sociologia das artes. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra: Universidade de Coimbra, v. 67, p. 129-134, dez. 2003, p. 130. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 5 ISSN 1808-9690

“Walter” Branco: o conhecido “virtuose” do violão.17

O pesquisador Manoel J. de Souza Neto produziu, em 2004, a partir de uma entrevista com Waltel, uma pequena biografia sobre sua carreira, lançada no livro A [des]construção da música na cultura paranaense.18 Tal trabalho serviu de referência para muitos textos que vieram na sequência, e que acabaram reproduzindo sempre as mesmas informações sobre a carreia de maestro, sem a verificação dos fatos, sem apresentar maiores detalhes e com problemas na construção cronológica de sua trajetória profissional. Da mesma maneira, muitos jornais que, a partir dos anos 2000, noticiaram a carreira do músico, não apontam o levantamento da trajetória de Waltel através de seus arquivos ou de documentos de época, consequentemente contribuem para manter a carreira do paranaense obscura e em partes desconhecida.

Visto tal problemática, pela falta de preocupação em legitimar a trajetória de Waltel, o objetivo de (re)construir a trajetória do maestro, parte aqui, de alguns periódicos paranaenses, como Diário do Paraná, A Tarde, Correio de Notícias, Correio do Paraná, Diário da Tarde, A Divulgação e O Dia, afim de demostrar como esses periódicos tratavam a carreira de Waltel Branco, e como deram sequência as notícias quando o maestro inseriu-se no cenário musical nacional, com um grande fluxo de trabalho para a indústria fonográfica.

Apresentar Waltel como “Walter (Valter)”, Branco como “Blanco”, não foi comum apenas no início de seu percurso profissional, foi um uso recorrente em toda a sua carreira. Esses “erros” ortográficos com a escrita de seu nome, somam-se aos seus pseudônimos utilizados pelo músico, entre os relacionados no ECAD estão: W. Blanco, Bianco, Magalhães Patto, W. Blanc e William Hammer;19 ainda pode-se relacionar: W. Branco, W. Blanch, W. Blanche, W. White, Airto Fogo, Bianchi, Tito Velasquez, Dennis Gordon e Aycha.20 Essas associações de vários nomes compactuam para a dificuldade em mapear a obra do maestro paranaense.

Fato é que, o início da carreira do musico natural de Paranaguá, teve destaque nos jornais durante a década de 1950, independente da grafia correta de seu nome, sendo que, naquele momento, Waltel Branco era tido como uma grande promessa no cenário musical paranaense. As primeiras notas descrevem pequenas apresentações, ainda em 1950, com sendo uma das atrações do Centro Alfredo Parodi, filiado ao Colégio Iguaçu,21 ou como um dos solistas das apresentações no Clube Concórdia, no centro da capital, durante os concertos da Sociedade de

17 Onda alegre, todos os sufixos. Diário do Paraná, Curitiba, 24 abr. 1955. Segundo Caderno, p. 04.

18 Ver: SOUZA NETO, Manoel J. de. Waltel Branco, o músico universal. In:______. A [Des]construção da música na cultura paranaense. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2004, p. 221-225.

19 Informação disponível no banco de dados do ECADNet. Disponível em: https://www.ecadnet.org.br. Acesso em 10 dez. 2017. Acesso em: 12 jul. 2018.

20 SCOVILLE, Eduardo M. L de. Na barriga da baleia: a Rede Globo de Televisão e a música popular brasileira na primeira metade da década de 1970. 2008, 294f. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008, p. 181.

21 Centro Alfredo Parodi: grande festividade. A Tarde, Curitiba, 01 set. 1950. p. 05.

Festa no Centro Alfredo Parodi. O Dia, Curitiba, 31 ago. 1950. p. 08. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 6 ISSN 1808-9690

Cultura Artística Brasílio Itibere (SCABI), durante temporada em 1952.22 No ano seguinte, o jornal O Dia compartilha o primeiro adjetivo a “Walter” Branco relatado nos periódicos, o de “mago do violão”, ao noticiar a apresentação do paranaense em São Francisco do Sul (SC).23

Como cast da Rádio Líder, o programa ao qual Waltel fez parte foi destaque do jornal A Tarde, de 28 de agosto de 1954, que descreve: “Às 21.15 horas dos sábados os sintonizadores da Líder, ter apreciado as magníficas execuções do professor “Walter” Branco em solos de violão elétrico. Quinze minutos, onde se evidencia o grande talento artístico deste notável músico.”.24 A partir de 1955, já na Rádio Clube, o músico teve a oportunidade de fazer novas parcerias musicais e de integrar o cenário noturno da capital, ao lado de Gebran Sabag começaram a apresentar-se na casa Parisien.25

No mesmo período, o Diário do Paraná, de 24 de abril de 1955, relatou um dos pontos importantes da trajetória profissional de Waltel, que ainda é obscuro e cheio de dúvidas, mas que serve de contraponto para repensar seu percurso, foi sua contratação para integrar o conjunto Os Copacabanas Serenaders, que acompanhou a cantora cubana Lia Ray durante sua turnê pela América do Sul.26 As poucas biografias sobre Waltel descrevem que a possibilidade de tocar com a intérprete, rendeu ao paranaense a possiblidade de ir para Cuba, mas não fixam data para tal viagem.27

Os periódicos da capital, depois de noticiaram a turnê com Lia Ray, voltam a descrever as apresentações de “Walter” na noite curitibana, especificadamente na Boite Dakar, localizada na rua Candido Lopes 219, entre 1955 e 1956. Juntamente com Gebran Sabbag e Guarany, por vezes com Edwin Morgan e Genésio, formaram um conjunto com grande destaque, os jornais da época, que por vezes destacam o grupo como: “o melhor conjunto rítmico da noite curitibana”,28 “os ‘music-makers’ mais apreciados da cidade”,29 “o melhor conjunto de ‘boite’ da capital e, porque não dizer, do Brasil”,30 e “os três formidáveis em todos os aspectos”.31 O sucesso no 22 SCABI, encerramento da temporada 52. O Dia, Curitiba, 13 nov. 1952. p. 08.

23 Panorama. O Dia, Curitiba, 20 mar. 1953. p. 03.

24 Notas e notícias. A Tarde, Curitiba, 28 ago. 1954. p. 03.

25 LINHARES, Walter. Radiofonia. A Tarde, Curitiba, 20 abr. 1955. p. 05.

26 Onda alegre: todos os prefixos. Diário do Paraná, Curitiba. 24 abr. 1955. Segundo caderno, p. 04.

27 Ver: COLLAÇO, Álvaro; LEITE, Zeca Corrêa. Waltel, que pensava ser Walter. In: BRANCO, Waltel; MENANDRO, Cláudio (org.). A obra para violão de Waltel Branco. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2008, p. 07.

SOUZA NETO, Manoel J. de. Waltel Branco, o músico universal. In:______. A [Des]construção da música na cultura paranaense. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2004, p. 224.

SOUZA, Tarik. Waltel Branco: O erudito de mil faces. In:______. Sambalanço, a bossa que dança – um mosaico. São Paulo: Kuarup, 2016, p. 109.

28 Shows em Boites. Diário do Paraná, Curitiba, 15 mai. 1956. Segundo caderno, p. 04.

29 Noticiário. Diário do Paraná, Curitiba, 17 mai. 1956. Segundo caderno, p. 04.

30 CYRANO. Madrugada. Diário do Paraná, Curitiba, 05 jun. 1956. Segundo caderno, p. 04.

31 Discolândia. Diário do Paraná, Curitiba, 22 jun. 1956. Segundo caderno, p. 04. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 7 ISSN 1808-9690 cenário curitibano, rendeu a Waltel, ainda em 1955, a oportunidade de concorrer ao prêmio “Os melhores da PRB2” como melhor músico.32

Em 1956, o Diário do Paraná noticiou de Waltel Branco para a Alemanha, com o intuito de estudar música clássica, da seguinte maneira:

Uma das melhores coisas musicais de Curitiba, está arrumando as malas para uma temporada na Alemanha, onde tocará música clássica. Perderá a noite curitibana uma de suas maiores atrações e Walter entra na fila para se tornar um grande cartaz internacional, pois qualidades não lhe faltam, e não será de admirar se dentro de alguns anos surgirem em nossa praça discos gravados por ele. Laurindo de Almeida começou assim e terminou sendo o maior guitarrista norte-americano.33

Meses depois, a coluna “Onda Alegre”, no Diário do Paraná, relatou a ida do músico para o Rio de Janeiro, descrevendo que: “Está tocando com sucesso numa 'boite carioca' o fabuloso Walter Branco, que tocava em nossas ‘boites’ e brincava em nossas rádios. Com a ida para o Rio de Walter Branco as noites curitibanas perdem uma das melhores praças e nossa cidade um dos maiores músicos”.34 Consequentemente, com a ida do paranaense para o Rio, o jornal também noticiou o fim de um dos melhores conjuntos musicais da noite curitibana da época, o trio de Waltel, Gebran e Genésio.35

As apresentações do músico no Rio de Janeiro, iniciaram em 1957, em um recital em homenagem ao músico João Pernambuco, em evento promovido pela Associação Brasileira de Violão,36 mas os periódicos paranaenses não acompanharam seus trabalhos, somente descrevem sua participação nas Rádios Cariocas ao listaram os artistas paranaenses em destaque por lá no ano de 1959.37 Importante lembrar que, em 1958, Waltel já fazia parte do conjunto Milionários do Ritmo, que acompanhava Djalma Ferreira. Os jornais paranaenses voltaram a noticiar o maestro somente em 1961, sua apresentação no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, para um concerto de música clássica e erudita, caracterizando Waltel como: “Dono de uma técnica considerada excepcional (...).”.38

32 LINHARES, Waltel. A Tarde, Curitiba, 22 set. 1955. p. 05.

33 Reprodução das palavras do autor, reproduzindo a grafia de Walter ao invés de Waltel. Discolândia. Diário do Paraná, Curitiba, 23 jun. 1956. Segundo caderno, p. 04.

34 Reprodução das palavras do autor, reproduzindo a grafia de Walter ao invés de Waltel. Onda Alegre: dizem que... Diário do Paraná, Curitiba, 3 ago. 1956. Segundo caderno, p. 05.

35 Onda Alegre: Dizem que... Diário do Paraná, Curitiba, 01 set. 1956. Segundo caderno, p. 04.

36 Música: audição de composições de João Pernambuco. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 31 out. 1957. Primeiro caderno, p. 15.

37 LARA, Julio O. Notícias de rádio. Diário da tarde, Curitiba, 07 jul. 1959, p. 04.

38 Sucesso de Walter Branco na biblioteca. Diário do Paraná, Curitiba, 24 mar. 1961. Segundo Caderno, p. 01. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 8 ISSN 1808-9690

Durante esse hiato de 2 anos sem notícias, sua produção e contribuições no Rio de Janeiro já eram constantes, já somavam-se 24 trabalhos creditados (como instrumentista, arranjador e compositor), com os mais variados artistas do cenário musical brasileiro, entre eles estavam: o já citado Djalma Ferreira, Chaim, Mariza Gata Mansa, Haroldo Eiras, Elisete Cardoso, Moacyr Santos, Os Saxsambistas Brasileiros, Silvio Cézar, Zé Bodega, Zito Righi, entre outros.

No ano seguinte, Waltel voltou a Curitiba, sendo o destaque da II Temporada Artística, em 1962, realizada pela Universidade do Paraná através do Departamento de Educação e Cultura. O músico apresentou um recital de violão, tocando obras clássicas e eruditas de autores como: Weiss, Bach, Chopin, Schumann, Luis Bonfá, Radamés Gnattali e Villa-Lobos. Periódicos como o Diário do Paraná e o Diário da Tarde, destacaram a participação do maestro como sendo “aluno do mundialmente famoso violonista Andrés Segóvia.”,39 e o caracterizam como:

dono de uma brilhante técnica muito aperfeiçoada, intérprete inspirado das mais variadas tendências musicais, destaca-se, contudo, pela magnífica sonoridade que consegue com seu instrumento. De fato, o toque especialíssimo, elegante e sugestivo, produto de um longo e consciente artesanato, é um dos principais responsáveis pelo mérito do artista que tantos aplausos vem recebendo das plateias brasileiras.40

Em 1963, o “paranaense radicado no Rio de Janeiro, Walter Branco”41 considerado pelo Diário do Paraná como “um dos melhores e mais completos músicos do país”,42 foi entrevista pelo jornal, uma de sua raras falas registradas na época, onde revelou suas preferencias musicais por Schumann e Radamés Gnattali, além de sua formação em violoncelo e de uma forte opinião sobre jazz e música clássica.43 Ao final do mesmo ano, Waltel voltou a se apresentar em Curitiba, novamente na reitoria da Universidade do Paraná, em concerto promovido pela Pró-Musica, interpretando obras próprias e de autores clássicos.44 Ainda em 1963, uma de suas contribuições para a indústria fonográfica foi destacada pelo Correio do Paraná, a nota sublinhava o compacto Ritmos da Panair-Bossa Nova, lançado pela Musidisc em parceria com a empresa área Panair, no qual Waltel Branco interpretou O samba brasileiro, que fez parte do repertório do disco. O compacto era distribuído para os passageiros das viagens internacionais da empresa,45 e foi um de seus poucos trabalhos noticiados pelos periódicos paranaenses.

Em 1964, uma nova apresentação em Curitiba foi destaque, em novo evento promovido pela Pró-Musica, visando valorizar o setor no Estado, dando visibilidade a artistas paranaenses em

39 Recital de violão vai ser hoje na reitoria da U.P. Diário do Paraná, Curitiba, 09 nov. 1962, p. 07.

40 II.a Temporada Artística de 1962. Diário da tarde, Curitiba, 10 nov. 1962, p. 05.

41 Música: Bosquejo à guisa de revisão. Diário do Paraná, Curitiba, 05 jan. 1963. Segundo caderno, p. 02.

42 Música: Bosquejo à guisa de revisão. Diário do Paraná, Curitiba, 05 jan. 1963. Segundo caderno, p. 02.

43 Música: Waltel Branco. Diário do Paraná, Curitiba, 02 mar. 1963. Segundo caderno, p. 02.

44 Jovens & Sociedades. Correio do Paraná, Curitiba, 23 nov. 1963. p. 06.

45 ALMEIDA, Omar. Cinema & Discos: novidades fonográficas. Correio do Paraná, Curitiba, 04 set. 1963. p. 06. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 9 ISSN 1808-9690 concertos matinais.46 É possível perceber que, desde a mudança de Waltel para o Rio de Janeiro, a maioria das notícias vinculadas estão ligadas e relacionadas a suas apresentações na capital paranaense. No ano de lançamento do LP Mancini também é samba (1965), uma pequena nota saiu no Correio do Paraná, em 11 de julho, com a seguinte frase, definindo o disco: “Alguns dos grandes êxitos de Henry Mancini para o cinema foram gravados em tempo de samba por Walter Branco na Mocambo.”.47

O maestro Waltel voltou a ser mencionado por um periódico paranaense, somente em 1971, por uma rápida passagem por Curitiba, salientando que, naquele momento, o músico era contratado da Philips e “dedicava-se quase exclusivamente a produção de música para telenovelas.”.48 Importante dizer que, entre 1965 e 1971, os periódicos analisados nesse estudo não mencionam a produção e contribuição de aproximadamente 30 LP para outros artistas e 5 Trilhas sonoras de telenovelas da Rede Globo. Dessa maneira, as contribuições de Waltel para o cenário musical brasileiro não foram noticiados pelos jornais paranaenses analisados. Ainda cabe ressaltar que, foi um período de crescimento da indústria fonográfica, no qual, segundo Eduardo Vicente, o número de vendas em 1966 representou 5,5 milhões de unidades vendidas (entre compactos e LPs), chegando a 10,7 milhões de unidades vendidas em 1970.49

Em novo hiato de notícias, Waltel voltou a ser referenciado pelos periódicos somente em 1974 em virtude da inauguração do Teatro Guaíra, na capital paranaense. O maestro foi o responsável pelos arranjos do espetáculo Paraná, terras de todas as gentes, texto de Adherbal Fortes, música de Paulo Vitola, interpretadas pela Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Paraná sob regência do maestro Gedeão Martins. Nenhuma das notas circuladas pela Divulgação,50 Diário da Tarde51 ou Diário do Paraná,52 dão grande destaque a participação de Waltel Branco, pois o grande chamariz da inauguração do teatro era a presença do presidente Ernesto Geisel.

Ao final de 1975, o Diário da tarde, em 02 de dezembro, fez uma pequena resenha sobre o lançamento do LP Meu Balanço, de Waltel Branco, lançado pela CBS. A nota destaca as características do músico da seguinte forma: “um dos grandes nomes dentro do cenário artístico nacional e sem dúvida o arranjador, violonista, estudioso de música e compositor inspirado (...).”.53 Não há detalhes sobre álbum, nenhuma resenha mais aprofundada ou críticas sobre o trabalho, sendo possível entender que não houve muita divulgação do disco. Este LP é um dos mais cultuados entre colecionadores de vinil, chegando a custar na média de mil reais em lojas especializadas em discos originais de época. Posteriormente, o Diário do Paraná, em 07 de 46 Pró-Música ajuda no desenvolvimento cultural do PR. Diário do Paraná, Curitiba, 25 jun. 1964. Segundo caderno, p. 07.

47 Discos: Mancini em samba. Correio do Paraná, Curitiba, 11 jul. 1965. p. 08.

48 Música popular. Diário do Paraná, Curitiba, 08 ago. 1971. Terceiro caderno, p. 03.

49 VICENTE, Eduardo. Música e disco no Brasil: a trajetória da indústria nas décadas de 80 e 90. 2002, 349 f. Tese (Doutorado em Comunicações) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002, p. 52-53.

50 A cultura paranaense bem atuante na inauguração do Teatro Guaíra. A Divulgação, Curitiba, 1975. p. 19.

51 Espetáculo. Diário da Tarde, Curitiba, 09 dez. 1974. Segundo caderno, p. 04.

52 Guaíra, teatro que é orgulho dos paranaenses. Diário do Paraná, 08 dez. 1974. Segundo caderno, p.01.

53 Serviço. Diário da Tarde, Curitiba, 02 dez. 1975. Segundo caderno, p. 02 Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 10 ISSN 1808-9690 dezembro, destacou a participação de Waltel “Blanco” como arranjador e regente do LP Moro onde não mora ninguém, álbum de estreia do sambista Agepê, lançado pela Continental, 54 um de seus grandes parceiros musicais.

O período entre 1972 e 1975, Waltel tem com mais de 50 créditos em LP de vários outros artistas, entre eles estão: Odair José, Evaldo Braga, César Costa Filho, Antônio Carlos e Jocafi, Marcos Valle, Djalma Dias, Alceu Valença e Pery Ribeiro. Ademais, já tinha créditos em mais de 35 LPs de trilhas sonoras de telenovelas, entre nacionais e internacionais. Seu Fluxo de trabalho acompanhou a crescente demanda da indústria, mas as mídias paranaenses não acompanharam a carreira artista.

O reflexo de uma trajetória plural, marcada pelo trânsito em múltiplos espaços sociais aos quais Waltel percorreu profissionalmente, não são retratados com precisão ou com detalhe pelos jornais paranaenses analisados. Esses periódicos trataram Waltel Branco como uma grande promessa musical e artística ou como um dos mais virtuosos músicos brasileiros em suas primeiras ocorrências ainda em meados da década de 1950, não deram sequências ou muito menos acompanharam a trajetória do músico.

Considerações finais.

A multiplicidade apresentada por Waltel em suas contribuições, evidenciadas pela pluralidade de estilos, gênero e ritmos ao qual soube reproduzir em suas obras ou em suas parcerias, não são acompanhadas pelos jornais paranaense. Revelam parcialmente a trajetória profissional, sem detalhes de seus múltiplos trabalhos diversificados esteticamente, em contribuições que foram desde a música clássica e erudita, passando pelo soul e brega, chagando ao samba e vários outros ritmos. Ao longo dessa parte de sua carreira musical, também não é possível perceber as adaptações, mudanças e as transfigurações de seus trabalhos em distintos ambientes profissional.

Nas poucas notas apresentadas, a confusão com a grafia do nome de Waltel Branco fica evidente, e sua participação na construção da Música Popular Brasileira não foi evidenciada ou noticiada aos paranaenses de forma mais ampla. Hoje, as mídias e órgão ligados a cultura, que procuram valorizar a obra do maestro, reproduzem informações sobre sua carreira e não procuram sanar os problemas de sua trajetória, ou mesmo (re)construí-la a partir de acervos. O maestro tem um percurso profissional que acompanhou as modificações ocorridas na indústria fonográfica brasileira, incorporando em suas colaborações novas tendências, ritmos, estilos e gêneros musicais, possibilitando sua colocação no mercado e tornando-se um dos profissionais mais requisitados do cenário musical, o qual vivenciou, atuou e ajudou a configurar o mercado, auxiliando a legitimar a sigla MPB em uma fase que alcançara um grande reconhecimento sociocultural, apesar de não ter sido apresentado ao público em geral.

54 XAVIER, Luis Augusto. Música popular. Diário do Paraná, Curitiba, 07 dez. 1975. Segundo caderno, p. 05. Anais eletrônicos - XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – Tempos de transição - 11 ISSN 1808-9690

Referências

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