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N.o 1400 | novembro 2015 | diretora edite estrela

programa ELENCO DO de governo XXI GOVERNO aprovado e CONSTITuCIONAL entregue na ar página 3 página 5

XXI GOVERNO CONSTITUCIONAL J orge F erreira ESTE É UM TEMPO NOVO PARA

página 4 2 | N.o 1400 | novembro 2015 quente & frio Por MARY RODRIGUES

A escaldar Narrativa de crescimento é falsa Os recentes números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) dão conta de uma estagnação da economia portuguesa no último trimestre e mesmo de uma desaceleração face a 2014. Afinal, como bem referiu o deputado socialista João Galamba, a “narrativa de aceleração do crescimento e de descida do desemprego vendida pelo PSD/CDS no anterior Governo provou, afinal, não ser verdadeira”. Os recentes dados do INE demonstram, mais uma vez, que as velhas políticas da austeridade custe o que custar não estavam a resultar.

Quente J orge F erreira Nada feito no OE-2016 O Governo de e Paulo Portas teve tempo para tudo, 21 NOVOS DEPUTADOS até para nomeações ilegais, mas não para preparar sequer um esboço de proposta de Orçamento de Estado para 2016, visto o adiantado da ASSUMEM FUNÇÕES data. O Governo de António Costa encontrou tudo por fazer na preparação da proposta de lei de Orçamento Com a tomada de posse do XXI Governo Constitucional, são 21 os novos deputados do Estado a apresentar à Assembleia da República. socialistas que assumem funções em substituição dos parlamentares eleitos a 4 de outubro e agora nomeados para o Executivo de António Costa.

LISBOA candidata não eleita, é também ÉVORA Frio Rui Riso, Miguel Coelho, substituída. Norberto Patinho Salário do Wanda Guimarães, Substitui Luís Capoulas Santos, privatizador-mor Ricardo Leão e Paulo SETÚBAL ministro da Agricultura, Flores- Desde a entrega da ANA aos franceses Marques Ivan Gonçalves, Ana tas e Desenvolvimento Rural. da Vinci, passando pelo retalho dos CTT Entram em substituição do pri- Sofia Araújo e André em favor do Goldman Sachs e do Deutsche Bank, meiro-ministro António Cos- Pinotes Batista FARO até à anunciada alienação da TAP e concessão dos ta, dos ministros Mário Cente- Substituem o ministro Adjunto, Ana Silva Passos transportes urbanos de Lisboa e Porto, todos estes no, com a pasta das Finanças, , a secretária Substitui o secretário de Esta- processos têm algo em comum: a empenhada e e João Soares, que assume a de Estado para a Cidadania e a do das Pescas, José Apolinário. apressada participação do antigo secretário de Cultura, assim como dos se- Igualdade, Catarina Marcelino, Estado, Sérgio Monteiro, que agora, soube-se, vai cretários de Estado da Defe- e o secretário de Estado Adjun- LEIRIA ganhar uns parcos 30 mil euros por mês para vender sa, Marcos Perestrello, e da to, do Tesouro e das Finanças, Odete João o Novo Banco. Modernização Administrativa, Ricardo Mourinho. Substitui a secretária de Es- Graça Fonseca. Ana Sofia An- tado dos Assuntos Europeus, tunes, a nova secretária de Es- AVEIRO Margarida Marques. tado da Inclusão das Pessoas Carla Tavares e António com Deficiência, que seria o pri- Cardoso SANTARÉM Gelado meiro nome na lista dos candi- Substituem o secretário de Es- Hugo Costa Fim de ciclo datos não eleitos em outubro, é tado dos Assuntos Parlamen- Substitui José António Viei- Depois de ter feito literalmente tudo também substituída. tares, Pedro Nuno Santos, e o ra da Silva, ministro do Traba- o que podia para dilatar no tempo a secretário de Estado dos As- lho, Solidariedade e Segurança permanência do Executivo liderado pelo PORTO suntos Fiscais, Fernando Rocha social. quadrante político da sua eleição, o chefe de Estado, Joana Lima, Fernando Andrade. Aníbal Cavaco Silva, fez questão de lembrar que é ele Jesus e Carla Magalhães VIANA DO CASTELO o último cavaleiro do Apocalipse e que quase todos os Sousa BRAGA Sandra Pontedeira seus poderes permanecem intactos, como o de vetar Substituem Ana Paula Vitori- Palmira Costa Substitui Tiago Brandão Rodri- leis, pedir a sua fiscalização e até demitir o Governo. no, ministra do Mar, e também Substitui Manuel Caldeira Ca- gues, ministro da Educação. O apego ao poder incomodou até Marcelo Rebelo o secretário de Estado das Co- bral, ministro da Economia. de Sousa que não deixou de lembrar Cavaco que munidades, José Luís Carneiro, VISEU já terminou um ciclo político no governo e na e a secretária de Estado Adjun- BRAGANÇA Marisabel Rocha Moutela Presidência da República. • ta e da Administração Interna, Júlia Sequeira Rodrigues Substitui Maria Manuel Leitão Isabel Oneto. A ministra da Ad- Substitui o secretário de Esta- Marques, ministra da Presidên- ministração Interna, Constan- do da Administração Interna, cia e da Modernização Adminis- ça Urbano de Sousa, a primeira Jorge Gomes. trativa. • N.o 1400 | novembro 2015 | 3

editorial UM GOVERNO DE ESPERANÇA edite estrela

No dia 26 de novembro, tomou posse [...] um governo formado por pessoas bem preparadas técnica e politicamente, com um programa de ação conhecido dos portugueses, defensor de serviços públicos de qualidade, promotor da igualdade e da não discriminação, um governo de esperança. J orge F erreira inesperado aconteceu. Quarenta anos depois da instauração do regime democrático, a esquerda uniu-se para dar corpo a uma PROGRAMA DO GOVERNO Oalternativa de governo capaz de virar a página de quatro anos e meio de empobrecimento do país. Ao conseguir o improvável, António APROVADO E Costa já conquistou um lugar na história da democracia portuguesa. Cavaco Silva que, antes das eleições, se gabava de ter todos os cená- rios estudados, no dia seguinte, certamente para digerir os resultados ENTREGUE NA AR e refletir sobre o novo quadro parlamentar, faltou às comemorações da implantação da República. Ele, o presidente da República. E atra- O programa do XXI Governo Constitucional foi entregue no dia sou, complicou, protelou, arrastou a situação para além do tolerável. Finalmente, ao 53º dia, visivelmente contrariado e transbordando ran- 27 de novembro no Parlamento, depois de aprovado em reunião cor nas palavras e nos gestos, rendeu-se à inevitabilidade de dar pos- do Conselho de Ministros. O Executivo liderado por António Costa se ao XXI Governo Constitucional. apresenta assim, em tempo recorde, menos de 24 horas depois de No dia 26 de novembro, tomou posse um governo socialista, legitima- tomar posse, o documento programático para a governação do país. do por uma maioria parlamentar de deputados eleitos pelo PS, BE, PCP e PEV. Um governo formado por pessoas bem preparadas técnica "Este programa de Go- e politicamente, com um programa de ação conhecido dos portugue- verno marca o início de um ses, defensor de serviços públicos de qualidade, promotor da igualda- novo ciclo da governação em de e da não discriminação, um governo de esperança. Um governo res- J orge F erreira Portugal, sendo um instru- peitador dos tratados europeus e dos compromissos internacionais de mento fundamental, que é Portugal. Para que não restem dúvidas, isso mesmo foi reafirmado coerente e que rompe com pelo chefe do Governo na sua primeira participação no Conselho Eu- as políticas de austeridade e ropeu, “a União Europeia é uma aposta estratégica dos governos por- de empobrecimento coletivo tugueses, desde que, em 1976, o Dr. Mário Soares apresentou o pedido dos últimos anos. Este docu- de adesão de Portugal”. mento traduz uma estratégia de maior crescimento, de me- Em tempo de incertezas e de enormes desafios a nível interno e ex- lhor emprego e mais igualda- terno, a via que o governo vai trilhar é estreita e com escolhos de vária de", afirmou o secretário de ordem. Conhecer o rumo, ter uma estratégia, dispor de uma boa equi- Estado dos Assuntos Parla- pa e estar consciente das dificuldades, é meio caminho andado para o mentares, Pedro Nuno Santos, êxito. Se somarmos a tudo isto as qualidades pessoais e políticas do após a entrega formal do do- lizada no dia 27 de novembro, das no âmbito dos acordos ce- primeiro-ministro, o seu prestígio internacional e o incondicional apoio cumento ao presidente da As- teve como ponto único da or- lebrados pelo PS com o Bloco da segunda maior família política europeia, podemos antecipar que é sembleia da República, Ferro dem de trabalhos a aprovação de Esquerda, PCP e PEV, inte- possível influenciar a política europeia e conciliar as “prioridades da Rodrigues. do programa do XXI Gover- grando também, na sua versão governação com os projetos de vida dos portugueses que têm o direi- O secretário de Estado acres- no Constitucional, que esta- final, “várias medidas sugeri- to a serem felizes”, nas palavras de António Costa. centou ainda que o programa rá em debate na Assembleia das pelo PAN”, como explicitou do Executivo socialista "per- da República, nos dias 2 e 3 de o secretário de Estado dos As- O “direito à felicidade” é um objetivo global que incorpora todos os di- mite às famílias e às empre- dezembro. suntos Parlamentares. • reitos humanos constitucionalmente consagrados e que, em lingua- sas portugueses projetarem O programa de Governo entre- gem concreta, corresponde ao “direito a uma vida digna”. Trata-se de mais confiança e esperança gue no Parlamento traduz o Conheça na íntegra o Pro- uma nova perspetiva de encarar o papel do Estado, que deve inspirar no futuro". texto aprovado na reunião da grama do XXI Governo e mobilizar governantes e governados. Como dizia Fernando Pessoa, Entretanto, a primeira reunião Comissão Nacional do PS do Constitucional na edição “ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor do Conselho de Ministros do passado dia 7 de novembro, in- de dia 27 de novembro do da própria história”. ^ novo Executivo socialista, rea- corporando medidas negocia- AS Digital Diário) 4 | N.o 1400 | novembro 2015

XXI GOVERNO CONSTITUCIONAL ENTUSIASMO

J orge F erreira E CONFIANÇA ESTE É UM PARA UM DESAFIO TEMPO EXIGENTE O XXI Governo Constitucional, li- derado por António Costa, tomou NOVO PARA posse no dia 26 de novembro, numa cerimónia solene presidida pelo chefe de Estado. PORTUGAL À saída do Palácio da Ajuda, em Lisboa, alguns dos novos minis- António Costa afirmou no dia 26 de novembro, tros fizeram declarações no sen- no discurso de tomada de posse como primeiro- tido de reafirmar a confiança na ministro do XXI Governo Constitucional, que o alternativa proposta pelo Partido seu Governo irá pautar-se pela moderação, no Socialista e apoiada pela esquer- da, no Parlamento, abrindo um “programa e na atitude”, defendendo ser agora novo ciclo para Portugal. um tempo novo para a vida das famílias, dos A ministra do Mar, Ana Paula Vi- trabalhadores e das empresas, mas também um torino, disse que o Governo em- tempo novo para a economia e para o emprego. possado sabe “exatamente” o que tem que fazer para “melho- rar a vida dos portugueses e pro- Na sua intervenção, o re- União Europeia, quer na CPLP, dação orçamental e no equilí- de politicamente”. mover o desenvolvimento eco- cém-empossado primeiro-mi- quer no âmbito da NATO, An- brio das contas públicas”. Na sua intervenção, o novo pri- nómico”. Acrescentando que nistro fez ainda questão de sa- tónio Costa fez questão de su- meiro-ministro fez ainda ques- “temos toda a legitimidade e te- lientar que o novo Executivo blinhar que lidera um Governo Governo responde tão de recordar que o resultado mos toda a força para implemen- por si liderado quer ser tam- que “não é temeroso do futu- perante o Parlamento das últimas eleições legislati- tar o nosso programa”. bém um tempo novo para o ro, angustiado com o peso das Afirmando não ignorar as difi- vas não proporcionou qualquer Antes, o ministro da Cultura, Estado e para os serviços pú- suas competências ou preso de culdades e restrições com que maioria absoluta, apontando as João Soares, deixou testemunho blicos, para o combate à po- movimentos ante a dimensão o Governo se vai deparar e que negociações que permitiram os de que este “é o momento” para breza e às desigualdades, para das suas tarefas”. não deixarão de “limitar a sua acordos entre o PS e BE, PCP e se congratular com a solução go- a Ciência, Educação e Cultura, Depois de manifestar con- ação”, num tempo que “todos PEV como a prova de que a “de- vernativa encontrada, “que res- um tempo novo “que assinale fiança no diálogo institucio- sabemos ser de muitas incer- mocracia é bem capaz de ge- peita a Constituição e que asse- de uma vez por todas” o reen- nal, assumiu que o Governo tezas e de enormes desafios”, rar alternativas”, tendo deste gura um Governo democrático, contro das “prioridades da go- será “coerente, estável e du- o primeiro-ministro lembrou modo evitado que a democra- com estabilidade política, para vernação com os projetos de radouro” no respeito pelo sen- que lidera um Executivo que cia portuguesa voltasse a fi- quatro anos, em Portugal”. vida dos portugueses que têm tido “claro da votação popu- está confiante na solidarie- car “demasiado tempo refém Já , novo o direito a serem felizes”. lar” e coeso na orientação de dade da maioria parlamentar de exclusões de facto que limi- ministro da Economia, conside- Assumindo-se como um líder mudança das políticas, dan- que lhe dá “inteira legitimida- tam o leque de soluções políti- rou que “o importante é o novo de um Governo “que dá garan- do prioridade ao crescimen- de” e apenas a quem reconhe- cas possíveis”. • Governo trabalhar para o país tias”, não só pelo respeito pela to económico, à criação de ce autoridade para o avaliar, com confiança, com modera- Constituição mas também pela emprego, à redução das desi- sustentando que o Governo Oiça o discurso da toma- ção e para mudar a situação”, “continuidade e assunção” dos gualdades de forma a permitir, provém do Parlamento, sendo da de posse do primeiro- sendo nisso que estão todos compromissos internacionais como salientou, “bases mais portanto “perante a Assem- -ministro na edição 169 do empenhados. de Portugal, quer no quadro da sãs e sustentáveis na consoli- bleia da República que respon- AS Digital O recém-empossado ministro Capoulas Santos assegurou que a sua preocupação é centrar- CARLOS CÉSAR REAFIRMA -se “na temática da Agricultu- ra e dar o melhor para resol- ver os problemas que temos e O NOSSO COMPROMISSO J orge F erreira melhorar as nossas melhores É COM OS PORTUGUESES potencialidades”. Por sua vez, Eduardo Cabrita, ministro-adjunto, manifestou A “boa relação com o Presidente da República não totaliza a estabilidade política muito boas expetativas de “cor- e conjugação de esforços que é necessária”, afirmou Carlos César, no final da responder aos ensejos dos por- cerimónia de tomada de posse do XXI Governo Constitucional, ocasião em que tugueses, a um novo tempo e um deixou claro que o compromisso dos socialistas é, “em primeiro lugar, com os novo ciclo” político em Portugal. portugueses”. “O desafio é enorme e tem de ser encarado com muita responsa- O líder da bancada parla- institucionais que são inúteis”, que construiu esta alternati- E manifestou disponibilida- bilidade”, afirmou ainda, à saída mentar socialista adiantou que afirmou o também presidente va, com os portugueses em ge- de para o “diálogo construtivo da cerimónia, , que “a relação com o Presidente da do PS, para quem a relação com ral, com as instituições, com os com todas as forças políticas” assume a pasta da Ciência, Tec- República é muito importante o chefe de Estado “não totaliza parceiros sociais, com a con- na Assembleia da República, nologia e Ensino Superior, mani- e faz parte da construção insti- este conceito de estabilidade, certação social e com as ins- nomeadamente com os parti- festando a sua convicção de que tucional que o PS deseja”. nem se prende com a durabili- tâncias internacionais com as dos da coligação de direita. “Se a ciência voltará a estar “no cen- Mas “nós temos necessidade dade que tudo isto deve ter”. quais temos acordos”, escla- o PSD e o CDS-PP estiverem tro das prioridades do novo Go- de concentrar muito do nosso “A nossa relação é essencial- receu, vincando que o BE, PCP dispostos a isso, serão certa- verno”. • tempo nos problemas do país e mente com o Parlamento, com e Verdes “são essenciais” para mente parceiros de toda a es- não perder tempo nos conflitos a maioria que se conjugou e este “novo país”. querda”, sublinhou. • N.o 1400 | novembro 2015 | 5

ELENCO DO XXI GOVERNO J orge F erreira CONSTITuCIONAL

António Costa é o chefe do XXI Governo Constitucional que tem 17 ministros e 41 secretários de Estado. Um Governo que abre um novo ciclo político em Portugal e que conta com apoio maioritário no Parlamento, na sequência dos acordos firmados com o Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português e Partido Ecologista Os Verdes. O “Acção Socialista” dá-lhe a conhecer as biografias dos ministros do Governo do PS.

Primeiro-ministro tro de Estudos Sociais da mesma faculdade (desde 1979). Imigração da Universidade Livre de Bruxelas. Foi assesso- ANTÓNIO COSTA É deputada à Assembleia da República pelo circulo eleito- ra do ministro de Estado e da Administração Interna, no Nasceu em Lisboa, em 1961.É licenciado em Ciências Ju- ral de Viseu. Foi secretária de Estado da Modernização Ad- XVII Governo Constitucional (2005-2006) e do ministro rídico-Políticas, pela Faculdade de Direito da Universidade ministrativa dos XVIII e XVII Governos Constitucionais. da Administração Interna, no XIV Governo Constitucio- Clássica de Lisboa e pós-graduado em Estudos Europeus É a responsável pela implementação do programa Sim- nal (2000-2002), tendo sido representante do ministro da pela Universidade Católica de Lisboa. É advogado. plex, que criou melhores condições de acesso dos cida- Administração Interna no Grupo de Trabalho encarrega- Membro da Assembleia Municipal de Lisboa – 1982/1993. dãos aos serviços do Estado. E ainda uma maior eficácia do da elaboração do Código Deontológico do Serviço Po- Deputado à Assembleia da República – 1991/2004. Verea- da Administração Pública. licial (2000). dor na Câmara Municipal de Loures – 1993/1995. Foi se- É vice-presidente da Association Internationale de Droit cretário de Estado dos Assuntos Parlamentares do XIII Économique, desde 1993. Ministra da Justiça Governo Constitucional 1995/1997 e ministro dos Assun- tos Parlamentares, entre Novembro de 1997 e Outubro Ministro das Finanças Nasceu em Luanda, em 1955. É Licenciada pela Faculda- de 1999. Ministro da Justiça – Outubro de 1999 a Abril de MÁRIO CENTENO de de Direito da Universidade de Lisboa, em julho de 1977. 2002. Presidente do Grupo Parlamentar do PS de Abril de Nasceu em Olhão, em 1966. É doutorado em Economia na Procuradora-Geral Adjunta. É magistrada do Ministério Pú- 2002 a Março de 2004. Foi deputado ao Parlamento Euro- Harvard University, E.U.A., 1995-2000, mestre em Econo- blico desde setembro de 1979. Foi monitora de Direito Pe- peu de Junho de 2004 a Março de 2005 e vice-presidente mia na Harvard University, E.U.A., 1998, Mestre em Mate- nal e Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da do Parlamento Europeu. Foi ministro de Estado e da Ad- mática Aplicada no ISEG-UTL, 1993 e licenciado em Eco- Universidade de Lisboa entre 1977 e 1979. Foi assessora de ministração Interna no XVII Governo Constitucional de nomia pelo ISEG-UTL, 1990. sindicância e inquérito na Alta Autoridade contra a Corrup- Março de 2005 a Maio de 2007. Foi presidente da Câma- Deputado à Assembleia da República pelo círculo eleito- ção, entre 1985 e 1987, em comissão de serviço. Delegada ra Municipal de Lisboa desde 1 de Agosto de 2007 a 6 de ral de Lisboa. do Procurador da República no Tribunal do Trabalho, no Tri- Abril de 2015. Foi membro do Comité das Regiões entre É consultor da Administração do Banco de Portugal, des- bunal de Instrução Criminal de Lisboa e no Departamento 2010 e 2015. Foi presidente do Conselho da Área Metro- de 2014. É Professor Catedrático do ISEG, Universidade de Investigação e Ação Penal de Lisboa. Integrou o Gabi- politana de Lisboa de 4 Novembro de 2013 a 6 de Abril de de Lisboa. nete do Procurador-Geral da República entre 1999 e 2001. 2015. Secretário-geral do Partido Socialista desde 22 de Foi coordenador do cenário macroeconómico do PS, que Foi diretora do Departamento de Investigação e Ação Pe- Novembro de 2014. serviu de base ao programa eleitoral socialista. nal de Lisboa entre 2001 e 2007. Procuradora-Geral Distri- tal de Lisboa, desde Fevereiro de 2007. Ministro dos Negócios Estrangeiros Ministro da Defesa Nacional JOSÉ ALBERTO AZEREDO LOPES Ministro-Adjunto Nasceu no Porto, em 1956. Doutorado em Sociologia pelo Nasceu no Porto, em 1961. É professor da Faculdade de EDUARDO CABRITA ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (1992). Profes- Direito da Universidade Católica Portuguesa, onde con- Nasceu no Barreiro, em 1961. Licenciado em Direito, men- sor catedrático da Faculdade de Economia da Universida- cluiu a licenciatura, o mestrado e o doutoramento. Diplo- ção de Ciências Jurídico-Económicas, pela Faculdade de de do Porto. mado pelo Institut Européen des Hautes Études Inter- Direito da Universidade de Lisboa – (1979-84) e teve Membro do XVIII Governo Constitucional, como ministro nationales e Auditor da Hague Academy of International aprovação na 1º Fase do 1º Programa de Doutoramento da Defesa Nacional (2009-2011). Membro do XVII Go- Law. Na área da docência, é ainda professor convida- da Faculdade de Direito da Universidade Nova Lisboa. Foi verno Constitucional, como ministro dos Assuntos Par- do da Blanquerna Comunicació, Universitat Ramon Llul, docente nas disciplinas de Finanças Públicas e de Direi- lamentares (2005-2009). Deputado à Assembleia da Re- Barcelona. to Fiscal na Faculdade de Direito de Lisboa, desde 1982 a pública, pelo círculo eleitoral do Porto (em efetividade de É cronista do JN e comentador da RTP2 para questões in- 1988, tendo sido membro do Conselho Diretivo da Facul- funções entre 2002 e 2005 e em 2011, com funções sus- ternacionais. Chefe do Gabinete do presidente da Câmara dade de Direito de Lisboa em 1984-85. pensas por participação no Governo entre 2005 e 2011). Municipal do Porto desde 2013. Foi secretário de Estado adjunto do ministro da Justiça no Membro do XIV Governo Constitucional, primeiro como XIV Governo Constitucional, entre 1999 e 2002. Foi presi- secretário de Estado da Administração Educativa (1999- Ministra da Administração Interna dente da Assembleia Municipal do Barreiro entre 2002 e 2000), depois como ministro da Educação (2000-2001) e CONSTANÇA URBANO DE SOUSA 2006. Foi deputado à Assembleia da República na IX Le- como ministro da Cultura (2001-2002). Nasceu em Coimbra, em 1967. É, desde 1997, doutorada gislatura, entre 2002 e 2005 e, novamente, desde 2009, Pró-reitor da Universidade do Porto (1998-1999). Presi- em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do tendo presidido à Comissão Parlamentar de Orçamento, dente do conselho científico da Faculdade de Economia do Sarreland, Alemanha. É pós-graduada em Direito Euro- Finanças e Administração Pública entre 2011 e 2015. Foi Porto (1998-1999). peu pelo Instituto de Estudos Europeus da Universidade secretário de Estado Adjunto e da Administração Local no do Sarre (1994) e licenciada em Direito pela Faculdade de XVII Governo Constitucional, entre 2005 e 2009. Ministra da Presidência Direito da Universidade de Coimbra (1991). e da Modernização Administrativa Desde 1998, é professora associada da Universidade Au- Ministro da Cultura MARIA MANUEL LEITÃO MARQUES tónoma de Lisboa e do Instituto Superior de Ciências Po- JOÃO SOARES Nasceu em Quelimane, Moçambique, em 1952. É licenciada liciais e Segurança Interna. Desde 2012, é Diretora do Nasceu em Lisboa, em 1949. É licenciado em Direito e em Direito, doutora e agregada em Economia. É professora Departamento de Direito da Universidade Autónoma de Editor. Fundou a editora “Perspectivas e Realidades” que catedrática da Faculdade de Economia da Universidade de Lisboa e coordenadora do doutoramento em Direito. Des- editou entre outros George Orwell, Mário Cesariny, Raul Coimbra (desde 2003) e investigadora permanente do Cen- de 2000, é Professora Curso de Direito Europeu de Asilo e Brandão, João Aguiar e Manuel Lucena. 6 | N.o 1400 | novembro 2015

Deputado à Assembleia da República entre 1987 e 1990 Saúde Pública, Administração dos Serviços de Saúde suntos Agrícolas do Grupo dos Socialistas e Democratas e, de novo, desde 2002. Vereador responsável pela Cul- pela Universidade Nova de Lisboa e licenciado em Medi- Europeus. Foi vice-presidente da EUROLAT (Assembleia tura, na Câmara Municipal de Lisboa, na equipa liderada cina pela Universidade de Lisboa. Parlamentar Euro-Latino-Americana). Foi relator do PE por Jorge Sampaio. Presidente da Câmara de Lisboa entre Especialista em Saúde Pública detentor das Competên- para as Reformas da Política Agrícola Comum (PAC), de 1995 e 2002. Presidente da UCCLA de 1996 a 2002. Mem- cias em Gestão de Serviços de Saúde e em Medicina Far- 2008 e de 2013. bro do Conselho de Estado de 1998 a 2002. macêutica pela Ordem dos Médicos. Pós-graduado em Grã-Cruz da Ordem do Mérito, Agrícola, Comercial e In- Membro do Parlamento Europeu (PE) em 1994 e 1995, Gestão de Unidades de Saúde pela Universidade Católica dustrial, classe do Mérito Agrícola, da República Portu- questor e membro do Bureau do PE. Vice-presidente e de- Portuguesa e em Alta Direção de Instituições de Saú- guesa, 2006. Comendador da Ordem do Mérito Agrícola, pois presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE (ju- de pela Escola de Direção e Negócios (AESE). É profes- da República Francesa, 2008. lho de 2008 a julho de 2010). Membro do Conselho Supe- sor da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade rior de Defesa Nacional, desde agosto de 2011. Membro Nova de Lisboa. Ministra do Mar do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa desde março de 2013. Ministro do Planeamento Nasceu em Maputo, Moçambique, em 1962. É licencia- e das Infraestruturas da em Engenharia Civil, ramo de Urbanização e Trans- Ministro da Ciência, Tecnologia PEDRO MARQUES portes, Instituto Superior Técnico (IST), 1986. Tem e Ensino Superior Nasceu em Lisboa, em 1976. É licenciado em Economia um curso de Especialização em “Organização e Gestão MANUEL HEITOR (1997) e mestre em Economia Internacional (2001) de Empresas de Transportes”, IST, 1987. É mestre em Nasceu em Lisboa, em 1958. É doutorado pelo Imperial Foi deputado à Assembleia da República, vice-presidente Transportes, IST, 1992. College de Londres, na área de Engenharia Mecânica (Com- do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, na XII Le- É professora assistente do Instituto Superior Técni- bustão Experimental), 1985, tendo feito um pós-doutora- gislatura, de Junho de 2011 a Outubro 2014. Foi secretá- co, da Secção de Urbanismo, Transportes, Vias e Siste- mento na Universidade da Califórnia em San Diego, 1986. rio de Estado da Segurança Social, entre Março de 2005 mas do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Prosseguiu posteriormente uma carreira académica no e Junho de 2011, nos XVII e XVIII Governos Constitu- Georrecursos, desde 1989-90. Investigadora no CESUR Instituto Superior Técnico em Lisboa, onde começou por cionais. Foi vereador da Câmara Municipal de Montijo, de – Centro de Sistemas Urbanos e Regionais onde partici- desenvolver a sua atividade de investigação na área de Me- Janeiro de 2002 a Fevereiro de 2005. Foi assessor do mi- pou em vários trabalhos de investigação e inovação nas cânica de Fluidos e Combustão Experimental. nistro do Trabalho e da Solidariedade e secretário de Es- áreas do planeamento estratégico e operacional e de Foi secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino tado da Segurança Social (XIV Governo Constitucional, gestão aplicáveis aos transportes, UL – IST, desde 1989. Superior dos XVII e XVIII Governos Constitucionais, en- entre Janeiro de 2001 e Março de 2002). Foi secretária de Estado dos Transportes no XVII Gover- tre Março de 2005 e Junho de 2011. no Constitucional, 2005-2009. Foi chefe do gabinete do Ministro da Economia secretário de Estado dos Transportes do XIII Governo Ministro da Educação MANUEL CALDEIRA CABRAL Constitucional, 1995-1999. Deputada à Assembleia da TIAGO BRANDÃO RODRIGUES Nasceu em Lisboa, em 1968. É professor de Economia da República desde 2009. Nasceu em Braga, em 1977. Em 2000, concluiu a licencia- Universidade do Minho, desde 2004. Trabalhou como in- tura em Bioquímica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia vestigador em tempo integral no departamento de Eco- Secretário de Estado da Universidade de Coimbra. Nos anos seguintes, realizou in- nomia da Universidade de Nottingham, como estudante dos Assuntos Parlamentares vestigação científica da Universidade de Dallas e no Insti- de doutoramento, com uma bolsa de doutoramento Pra- PEDRO NUNO SANTOS tuto de Investigações Biomédicas do Conselho Superior de xis XXI. Foi assistente do departamento de Economia da Nasceu em São João da Madeira, em 1977. É licenciado Investigações Científicas, em Madrid, trabalho que conduziu Universidade do Minho, até concluir o doutoramento. em Economia pelo ISEG-UTL. ao seu Doutoramento em Bioquímica, especialidade de Biofí- É deputado à Assembleia da República eleito pelo círcu- É atualmente vice-presidente do Grupo Parlamentar do sica Molecular, pela Universidade de Coimbra. Durante este lo eleitoral de Braga e foi representante do Partido So- PS. Deputado à Assembleia da República nas X e XII le- período, dedicou-se ao estudo do metabolismo cerebral em cialista na negociação do Quadro Comunitário de Apoio gislaturas, na última legislatura foi responsável pela doenças neurodegenerativas, tendo a sua tese sido galar- 2020 (2013-2014). Comissão de Economia e pela Comissão Parlamentar doada com o Prémio António Xavier, em 2008. Foi assessor económico do ministro de Estado e das Fi- de Inquérito ao caso BES. É presidente da Federação de A partir de 2010, foi investigador na área da oncologia no nanças do XVIII Governo português, entre 2009 e 2011 Aveiro do PS. Foi secretário-geral da JS entre 2004 e “Cancer Research UK” da Universidade de Cambridge, es- e assessor económico do ministro da Economia e Ino- 2008. tando igualmente associado ao Corpus Christi College. vação do XVII Governo Constitucional (em 2009). Foi Foi presidente da Assembleia de Freguesia de S. João da Foi eleito deputado à Assembleia da República pelo círcu- membro do Conselho para a Promoção da Internaciona- Madeira, membro da direção da Associação de Estudan- lo eleitoral de Viana do Castelo. lização (2010 e 2011) e da rede coordenadora da estra- tes do ISEG, membro do Senado da Universidade Técni- tégia Europa 2020 (2010 e 2011). ca de Lisboa, presidente da Mesa da RGA do ISEG e eco- Ministro do Trabalho, Solidariedade nomista no grupo empresarial TECMACAL, SA. e Segurança social Ministro do Ambiente JOSÉ ANTÓNIO VIEIRA DA SILVA JOÃO PEDRO MATOS FERNANDES Secretária de Estado adjunta Nasceu na Marinha Grande, em 1953. É licenciado em Nasceu em Águeda, em 1967. Licenciou-se em Engenha- do Primeiro-ministro Economia, pelo Instituto Superior de Economia. É, desde ria Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade 2011, Professor Convidado do Instituto Universitário de do Porto em 1991 (opção de Planeamento Territorial) e Nasceu em Lisboa, em 1978. É licenciada em Sociologia, Lisboa IUL – ISCTE. concluiu o mestrado em Transportes no Instituto Supe- pelo ISCTE-IUL. Concluiu a parte curricular do doutora- É, desde 2011, deputado à Assembleia da República, ten- rior Técnico, em Lisboa, em 1995. mento em Políticas Públicas, no ISCTE, a terminar uma do sido entre 2011 e 2015 Presidente da Comissão Even- Entre 1990 e 1995 trabalhou na Comissão de Coordena- dissertação sobre políticas de saúde e de educação em tual de Acompanhamento do Programa de Assistência Fi- ção da Região Norte (Ordenamento do Território), tendo Portugal. nanceira a Portugal. Foi ministro da Economia, Inovação sido o coordenador do setor dos transportes. Foi adjunto É atualmente investigadora no CIES-IUL. É bolseira da e Desenvolvimento no XVIII Governo Constitucional, en- do secretário de Estado dos Recursos Naturais do Gover- Fundação para a Ciência e Tecnologia desde Março de tre 2009 e 2011. Foi ministro do Trabalho e Solidarieda- no da República Portuguesa entre 1995 e 1997 e chefe 2012. de Social no XVII Governo Constitucional, entre 2005 e de gabinete do secretário de Estado Adjunto da ministra Foi assessora da ministra da Educação, entre 2005 e 2009. Foi deputado à Assembleia da República entre 2002 do Ambiente do Governo da República Portuguesa entre 2009. Foi adjunta do secretário de Estado Adjunto do Pri- e 2005, tendo sido presidente da Comissão Parlamentar 1997 e 1999. meiro Ministro, entre 2009 e 2011. de Trabalho e Segurança Social entre 2004 e 2005. Foi Desde janeiro de 2014 é presidente do Conselho de Ad- secretário de Estado da Segurança Social, entre 1999 e ministração da Águas do Porto, EM. Secretário de Estado da 2001, e secretário de Estado das Obras Publicas, entre Presidência do Conselho de Ministros 2001 e 2002, no XIV Governo Constitucional. Foi adjunto Ministro da Agricultura, MIGUEL PRATA ROQUE do ministro da Solidariedade e Segurança Social (1995), Florestas e Desenvolvimento Rural Nasceu em Lisboa, em 1978. É licenciado, mestre e dou- diretor-geral do departamento de Estatística, Estudos e LUÍS CAPOULAS SANTOS tor em Direito, pela Faculdade de Direito de Lisboa. É Planeamento do Ministério da Solidariedade e Segurança Nasceu em Montemor-o-Novo, em 1951. É licenciado em professor auxiliar na Faculdade de Direito de Lisboa des- Social (1996-1997) e diretor-geral do Departamento de Sociologia pela Universidade de Évora. de 2014. Estudos, Prospetiva e Planeamento do Ministério do Tra- Foi deputado à Assembleia da República pelo círculo É investigador do Centro de Investigação de Direito Pú- balho e da Solidariedade. (1997-1999) eleitoral de Évora, de 1991 a 1995, de 2002 a 2004 e blico e associado do Instituto de Ciências Jurídico-Polí- reeleito em 2015. Foi secretário de Estado da Agricul- ticas (ICJP), do Instituto Europeu, do Instituto de Di- Ministro da Saúde tura e do Desenvolvimento Rural, de 1995 a 1998 e mi- reito Penal e de Ciências Criminais (IDPCC) e membro ADALBERTO CAMPOS FERNANDES nistro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das da «European Public Law Organization» (EPLO). É coor- Nasceu em Lisboa, em 1958. É doutorado em Adminis- Pescas, de 1998 a 2002. Foi deputado ao Parlamento denador do OPAP – Observatório Permanente da Admi- tração da Saúde pela Universidade de Lisboa, Mestre em Europeu, entre 2004 e 2014. Foi porta-voz para os As- nistração Pública. • N.o 1400 | novembro 2015 | 7

SECRETÁRIOS DE ESTADO TOMARAM POSSE NÃO LHES PERDOO! São 41 os secretários de Estado do XXI Governo Constitucional, que juntamente com os ministros tomaram posse no dia 26 de novembro no Palácio de Belém. Competência, rigor e ambição são os traços comuns dos novos secretários de Estado. FRANCISCO SEIXAS DA COSTA Se dos Assuntos Europeus SE da Educação Margarida Marques João Costa caba hoje aquela que constitui a mais penosa experiência política a que me foi dado assistir na minha vida adulta em democracia. Salvaguardadas as exceções que sem- Se dos Negócios SE da Juventude e do Desporto Apre existem, quero dizer que nunca me senti tão distante de uma governação como Estrangeiros e da Cooperação João Wengorovius Meneses daquela que este país sofreu desde 2011. Teresa Ribeiro Não duvido que alguns dos governantes que hoje transitam para o passado tentaram fazer o seu melhor ao longo destes cerca de quatro anos e meio.E m alguns deles detetei mesmo SE do Emprego competência técnica e profissional, fidelidade a uma linha de orientação que consideraram Se das Comunidades Miguel Cabrita ser a melhor para o país que lhes calhou governarem. Mas há coisas que, na globalidade do José Luís Carneiro governo a que pertenceram, nunca lhes perdoarei. SE da Segurança Social Desde logo, a mentira, a descarada mentira com que conquistaram os votos crédulos dos Se da Internacionalização Cláudia Joaquim portugueses em 2011, para, poucas semanas depois, virem a pôr em prática uma gover- nação em que viriam a fazer precisamente o contrário daquilo que haviam prometido. As Jorge Oliveira palavras fortes existem para serem usadas e a isso chama-se desonestidade política. SE da Inclusão das Pessoas com Depois, a insensibilidade social. Assistimos no governo que agora se vai, sempre com co- Se da Modernização Administrativa Deficiência bertura ao nível mais elevado, a uma obscena política de agravamento das clivagens so- Graça Fonseca ciais, destruidora do tecido de solidariedade que faz parte da nossa matriz como país, como Ana Sofia Antunes que insultando e tratando com desprezo as pessoas idosas e mais frágeis, desenvolven- do uma doutrina que teve o seu expoente na frase de um anormal que jocosamente falou, Se Adjunto, do Tesouro e das Finanças sem reação de ninguém com responsabilidade, de "peste grisalha". Vimos surgir, escuda- Ricardo Mourinho Félix SE Adjunto da Saúde do na cumplicidade objetiva do primeiro-ministro, um discurso "jeuniste" que chegou mes- Fernando Araújo mo a procurar filosofar sobre a legitimidade da quebra da solidariedade inter-geracional. Se dos Assuntos Fiscais Um dia, ouvi da boca de um dos "golden boys" desta governação, a enormidade de assu- Fernando Rocha Andrade SE da Saúde mir que considerava "legítimo que os reformados e pensionistas fossem os mais sacrifi- cados nos cortes, pela fatia que isso representava nas despesas do Estado mas, igual- Manuel Delgado mente, pela circunstância da sua capacidade reivindicativa de reação ser muito menor dos SE do Orçamento que os trabalhadores no ativo", o que suscitava menos problemas políticos na execução João Leão SE do Desenvolvimento e Coesão das medidas. Essa personagem foi ao ponto de sugerir a necessidade de medidas que es- Nelson de Souza timulassem, presumo que de forma não constrangente, o regresso dos velhos reforma- Se da Administração e do Emprego dos e pensionistas, residentes nas grandes cidades, "à provincia de onde tinham saído", onde uma vida mais barata poderia ser mais compatível com a redução dos seus meios de Público SE das Infraestruturas subsistência. Carolina Ferra Guilherme W. d’Oliveira Martins Fui testemunha de atos de desprezo por interesses económicos geoestratégicos do país, pela assunção, por mera opção ideológica, por sectarismo político nunca antes visto, de SE da Defesa SE Adjunto e do Comércio um desmantelar do papel do Estado na economia, que chegou a limites quase criminosos. Marcos Perestrello Paulo Ferreira Assisti a um governante, que hoje sai do poder feito ministro, dizer um dia, com ar orgulho- samente convicto, perante investidores estrangeiros, que "depois deste processo de priva- tizações, o Estado não ficará na sua posse com nada que dê lucro". Se Adjunta e da Administração Interna SE da Indústria Ouvi da boca de outro alto responsável, a propósito do processo de privatizações, que "o Isabel Oneto João Vasconcelos encaixe de capital está longe de ser a nossa principal preocupação. O que queremos mos- trar com a aceleração desse processo, bem como com o fim das "golden shares" e pela SE da Administração Interna SE do Turismo anulação de todos os mecanismos de intervenção e controlo do Estado na economia, é que Portugal passa a ser a sociedade mais liberal da Europa, onde o investimento encontra um Jorge Gomes Ana Mendes Godinho terreno sem o menor obstáculo, com a menor regulação possível, ao nível dos países mais "business-friendly" do mundo". Se Adjunta e da Justiça SE da Energia Assisti a isto e a muito mais. Fui testemunha do desprezo profundo com que a nossaA d- Helena Mesquita Ribeiro Jorge Seguro ministração Pública foi tratada, pela fabricação artificial da clivagem público-privado, fru- to da acaparação da máquina do Estado por um grupo organizado que verdadeiramente o odiava, que o tentou destruir, que arruinou serviços públicos, procurando que o cidadão- SE da Justiça SE Adjunto e do Ambiente -utente, ao corporizar o seu mal-estar na entidade Estado, acabasse por se sentir solidário Anabela Pedroso José Mendes com as próprias políticas que aviltavam a máquina pública. No Ministério dos Negócios Estrangeiros, fui testemunha de uma operação de desmante- SE das Autarquias Locais SE do Ambiente lamento criterioso das estruturas que serviam os cidadãos expatriados e garantiam a ca- Carlos Miguel Carlos Martins pacidade mínima para dar a Portugal meios para sustentar a sua projeção e a possibilida- de da máquina diplomática e consular defender os interesses nacionais na ordem externa. Assisti ao encerramento cego de estruturas consulares e diplomáticas (e à alegre rever- Se para a Cidadania e a Igualdade SE do Ordenamento do Território e da são de algumas destas medidas, quando conveio), à retirada de meios financeiros e huma- Catarina Marcelino Conservação da Natureza nos um pouco por todo o lado, à delapidação de património adquirido com esforço pelo país Célia Ramos durante décadas, cuja alienação se fez com uma irresponsável leveza de decisão. Se da Cultura Nunca lhes perdoarei o que fizeram a este país ao longo dos últimos anos.E , muito em es- pecial, não esquecerei que a atuação dessas pessoas, à frente de um Estado que tinham Isabel Botelho Leal SE da Agricultura e Alimentação por jurado inimigo e no seio do qual foram uma assumida "quinta coluna", conseguiu criar Luís Medeiros Vieira em mim, pela primeira vez em mais de quatro décadas de dedicação ao serviço público - SE da Ciência, Tecnologia e Ensino em que cultivei um orgulho de ser servidor do Estado, que aprendi com os exemplos do Superior SE das Florestas e do Desenvolvimento meu avô e do meu pai -, um sentimento de desgostosa dessolidarização com oE stado que Rural lhes coube titular durante este triste quadriénio. Por essa razão, neste dia em que, com imensa alegria, os vejo partir, não podia calar este Maria Fernanda Rollo Amândio Torres meu sentimento profundo. Há dúvidas quanto ao futuro que aí vem? Pode haver, mas to- das as dúvidas serão sempre mais promissoras que este passado recente que nos fizeram SE Adjunta e da Educação SE das Pescas atravessar. Fosse eu católico e dir-lhes-ia: vão com deus. Como não sou, deixo-lhe apenas Alexandra Leitão José Apolinário • o meu silêncio. • AUGUSTO SANTOS SILVA MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

MIGUEL PRATA ROQUE MARIA MANUEL LEITÃO MARQUES SECRETÁRIO DE ESTADO DA PRESIDÊNCIA MINISTRA DA PRESIDÊNCIA E DA MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO CONSELHO DE MINISTROS

MARIANA VIEIRA DA SILVA MÁRIO CENTENO SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA MINISTRO DAS FINANÇAS DO PRIMEIRO-MINISTRO

JOSÉ ALBERTO PEDRO NUNO SANTOS AZEREDO LOPES MINISTRO DA DEFESA NACIONAL SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES ANTÓNIO COSTA PRIMEIRO-MINISTRO

ANA PAULA VITORINO MINISTRA DO MAR CONSTANÇA URBANO DE SOUSA MINISTRA DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

LUÍS CAPOULAS SANTOS FRANCISCA VAN DUNEM MINISTRO DA AGRICULTURA, MINISTRA DA JUSTIÇA FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL

JOÃO PEDRO MATOS FERNANDES EDUARDO CABRITA MINISTRO-ADJUNTO MINISTRO DO AMBIENTE XXI GOVERNO MANUEL CALDEIRA CABRAL CONSTITUCIONAL JOÃO SOARES MINISTRO DA ECONOMIA MINISTRO DA CULTURA

PEDRO MARQUES MINISTRO DO PLANEAMENTO E DAS INFRAESTRUTURAS MANUEL HEITOR MINISTRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR

ADALBERTO CAMPOS FERNANDES TIAGO BRANDÃO RODRIGUES MINISTRO DA SAÚDE MINISTRO DA EDUCAÇÃO JOSÉ ANTÓNIO VIEIRA DA SILVA MINISTRO DO TRABALHO, SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL AUGUSTO SANTOS SILVA MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS

MIGUEL PRATA ROQUE MARIA MANUEL LEITÃO MARQUES SECRETÁRIO DE ESTADO DA PRESIDÊNCIA MINISTRA DA PRESIDÊNCIA E DA MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO CONSELHO DE MINISTROS

MARIANA VIEIRA DA SILVA MÁRIO CENTENO SECRETÁRIA DE ESTADO ADJUNTA MINISTRO DAS FINANÇAS DO PRIMEIRO-MINISTRO

JOSÉ ALBERTO PEDRO NUNO SANTOS AZEREDO LOPES MINISTRO DA DEFESA NACIONAL SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES ANTÓNIO COSTA PRIMEIRO-MINISTRO

ANA PAULA VITORINO MINISTRA DO MAR CONSTANÇA URBANO DE SOUSA MINISTRA DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

LUÍS CAPOULAS SANTOS FRANCISCA VAN DUNEM MINISTRO DA AGRICULTURA, MINISTRA DA JUSTIÇA FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL

JOÃO PEDRO MATOS FERNANDES EDUARDO CABRITA MINISTRO-ADJUNTO MINISTRO DO AMBIENTE XXI GOVERNO MANUEL CALDEIRA CABRAL CONSTITUCIONAL JOÃO SOARES MINISTRO DA ECONOMIA MINISTRO DA CULTURA

PEDRO MARQUES MINISTRO DO PLANEAMENTO E DAS INFRAESTRUTURAS MANUEL HEITOR MINISTRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR

ADALBERTO CAMPOS FERNANDES TIAGO BRANDÃO RODRIGUES MINISTRO DA SAÚDE MINISTRO DA EDUCAÇÃO JOSÉ ANTÓNIO VIEIRA DA SILVA MINISTRO DO TRABALHO, SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL 10 | N.o 1400 | novembro 2015

GOVERNO PSD/CDS DESPEDIDO POR JUSTA CAUSA

O Governo PSD/CDS será despedido por “justa causa” no Parlamento, afirmou o deputado socialista Mário Centeno, que descreveu a visão da economia apresentada pela direita como “o cinismo em forma de vazio”.

J orge F erreira

Numa intervenção em perder a Europa. cado não morava aqui”, criti- gociação”, sublinhou o depu- no do aumento da emigração que citou Mia Couto e Adria- Na sua primeira intervenção cou o excesso de austeridade tado socialista, para depois foram também elencadas por no Correia de Oliveira, Mário no segundo dia de debate do aplicado cegamente a famí- desmentir a ideia que a direita Mário Centeno. Centeno deixou claro que “o programa do Governo PSD/ lias e empresas para de segui- tenta passar de que o PS não “O programa do governo que programa do Governo é uma CDS, o deputado do PS acu- da evidenciar que os “tiques de se tinha disposto a saber mais hoje despedimos por justa mão cheia de nada e outra de sou o Executivo de direita de autoritarismo” de PSD e CDS sobre as intenções programá- causa não resolve estes pro- coisa nenhuma”, vincando que, não traçar “compromissos”, não se perderam no dia das le- ticas do Governo, tendo inclu- blemas”, disse, concluindo que em apenas quatro anos, a di- nomeadamente no salário gislativas de 4 de outubro. sivamente “enviado perguntas “Portugal precisa de outra po- reita deixou um país mais pe- mínimo. “O Governo encenou uma far- que ficaram sem resposta”. lítica e Portugal terá outra queno e pobre e fez Portugal Lembrando que, afinal, “o pe- sa a que gosta de chamar ne- Questões salariais ou em tor- política”. •

PROGRAMA resposta está à vista de todos: ro fez questão de evidenciar a de da economia portuguesa”, não é a troica, o Banco Central “enorme distância” que existe acusando PSD e CDS de serem DA DIREITA Europeu, o Fundo Monetário entre as propostas para Portu- contra o Estado social univer- Internacional ou a Comissão gal do PS e as da coligação de sal e tendencialmente gratui- MANTÉM Europeia, “que já cá não estão”, direita, lembrando que apesar to, princípios que garantiu, “o ATAQUE AO nem tão pouco o memorando, de haver alguma sintonia entre PS não só nunca abandonou que justifica que o programa a direita e os socialistas sobre como sempre fizeram parte da ESTADO do Governo venha de novo em as questões europeias, mesmo sua história e prática política”. SOCIAL 2015 com um projeto liberal aí, disse Pedro Nuno Santos, Pedro Nuno Santos acusou J orge F erreira tal como foi aplicado em 2011. “temos visões diferentes”, por- ainda a coligação de direita de “É a vontade e a opção ideo- que o PS “não aceita a União seguir um programa que bene- O deputado Pedro Nuno San- O deputado do PS começou por lógica da direita portuguesa”, Económica e Monetária tal ficia os sectores privados em tos acusou no dia 9 de novem- interrogar o primeiro-minis- disse o deputado do PS, que como ela está”, uma vez que, detrimento do sector público, bro, no Parlamento, Passos tro como é que Passos Coelho justifica que o programa de sublinhou, não se trata apenas tanto na saúde como na edu- Coelho de manter no seu pro- pensaria concretizar, depois de Governo do PSD/CDS se man- de defender a Europa em Por- cação, quer através de benefí- grama de Governo o projeto de ter perdido o apoio maioritário tenha igual ao que sempre foi tugal, “mas sobretudo de de- cios concedidos a seguradoras, ataque ao Estado Social apesar da população portuguesa e de mantendo as políticas de aus- fender Portugal na Europa”. no caso da saúde, quer através de a troica e o memorando já cá já não dispor do apoio maiori- teridade e o ataque ao Estado Rejeitou a desvalorização sala- de benefícios concedidos a es- não estarem, criticando assim a tário no Parlamento, o seu pro- social. rial prosseguida pela coligação colas privadas com a generali- insistência no caráter liberal do jeto liberal? Na sua intervenção, o também de direita “como instrumen- zação dos contratos de asso- Executivo PSD/CDS. Para Pedro Nuno Santos, a líder da Federação de Avei- to essencial de competitivida- ciação. •

Vergonha é que não a tem”, disse o deputa- para justificar voltar a “empurrar pela troica”. Mas pela simples do socialista, criticando Passos o país para as políticas económi- razão porque o primeiro-minis- Coelho por ter mais uma vez na cas e sociais que a direita e Pas- tro entendia que duplicar a aus- fingir que J orge F erreira sua intervenção tentado “rees- sos Coelho sempre defenderam”. teridade “era um sinal à troi- não se tem crever a história”, quando afir- Lembrou que em 2011, “sem ca de empenho” e que com isso ideologia mou que foi obrigado a avançar que ninguém lhe tivesse exigi- “conquistaria a confiança dos com o programa de ajustamen- do”, Passos Coelho por “livre e mercados”. to, quando na verdade “fê-lo com espontânea vontade”, decidiu Algo que, como se veio a verifi- Reagindo à intervenção de gosto e sem qualquer fardo ou cortar metade do subsídio de car, salientou João Galamba, não Passos Coelho, o deputado João sacrifício”. Natal aos funcionários públicos. só não se alcançou, como criou Galamba começou por criticar João Galamba, a este propósito, Não por razões orçamentais, miséria e desemprego e uma o primeiro-ministro “por querer tões ideológicas. afirmou que a austeridade ser- lembrou o deputado do PS, por- emigração como nunca se tinha fingir” que tem governado de for- “Vergonha não é ter ideologia. viu principalmente ao primeiro- que o défice “ficou largamente visto em Portugal desde os anos ma pragmática longe das ques- Vergonha é ter ideologia fingindo -ministro e à coligação de direita abaixo daquilo que era exigido sessenta do século passado. • N.o 1400 | novembro 2015 | 11 J orge F erreira J orge F erreira PORTUGAL NÃO SÓ HÁ UMA ALTERNATIVA DEVE COMO PODE QUE SERVE PORTUGAL MUDAR DE GOVERNO António Costa disse no dia 10 de novembro que a moção de rejeição Carlos César acusou no dia 9 de novembro a direita, ao atual Governo “assegura a vontade de mudança e é uma resposta agora em minoria, de querer rebocar o PS como um construtiva que viabiliza outro Governo, com suporte parlamentar andarilho. Na intervenção que efetuou no primeiro dia do debate do programa do Governo da coligação maioritário com condições estáveis ao longo da legislatura”. de direita, o líder parlamentar socialista fez um balanço arrasador da herança deixada pelo PSD e “Há uma alternativa que ser- também que o novo Governo to de mobilizar Portugal e unir CDS ao país, que “regrediu décadas”. ve Portugal”, afirmou o Secre- da coligação de direita, que os portugueses, em torno do tário-geral do PS, numa alusão não foi capaz de assegurar crescimento e do emprego, da aos acordos assinados entre as apoio maioritário, “não asse- valorização do conhecimento e bancadas socialista, do PCP, gura estabilidade”. da inovação como bases do de- O presidente do Grupo tação planeada das funções e Bloco de Esquerda e Verdes Acrescentando que “quem co- senvolvimento sustentável, da Parlamentar do PS afirmou serviços públicos”. que “garantem um Governo do locou a maioria em minoria fo- defesa do estado social para a que “a direita, tornada minori- Por outro lado, Carlos César PS para a legislatura com apoio ram os votos soberanos dos erradicação da pobreza e a di- tária em 4 de outubro, preten- fez questão de deixar bem cla- parlamentar maioritário”. cidadãos eleitores”. minuição das desigualdades, de dia agora, à falta de confiança ro que “o PS não procurou nem Com este acordo, que surge na António Costa salientou ain- um novo impulso de convergên- que lhe foi retirada pelos por- deseja ser Governo a qualquer sequência de um novo quadro da que a coligação PSD/CDS cia com a Europa, que permita tugueses, rebocar os socialis- custo. O que deseja é que, por parlamentar com a direita em “perdeu a maioria e está em uma consolidação sustentável tas, como se de um andarilho um lado, seja aliviado o custo minoria, frisou António Costa, minoria” no Parlamento, o que das finanças públicas”. se tratasse, para os terrenos que a economia portuguesa “acabou um tabu, derrubou- se traduz numa “vontade de “Este é o momento de pôr ter- da indiferença à pobreza, às e as pessoas têm suportado -se um muro". "Todos somos mudança que cumpre respei- mo à governação da coligação desigualdades e às ameaças com a austeridade excessiva diferentes nas nossas ideias, tar e fazer cumprir”. Ao invés, PSD/CDS, para abrir um novo de insustentabilidade do Es- e, por outro, que não recaiam mas todos iguais na nossa le- frisou, o programa apresen- ciclo governativo. Só assim tado Social que criou”. sobre os portugueses os cus- gitimidade”, acrescentando tado pela direita “é um pro- podemos virar a página dan- Ao invés do percurso feito, tos de uma solução governati- que o apoio do PCP, BE e Ver- grama de continuidade sem do aos portugueses um novo defendeu Carlos César, o que va da direita sem estabilidade des a um Governo do PS “é evolução”. tempo de esperança no futuro a atual situação exige “não é e confiança parlamentar pos- uma novidade que fortalece a O Secretário-geral do PS de- e de confiança em Portugal”, o Estado enfraquecido, con- síveis”. • democracia”. fendeu que “este é o momen- afirmou António Costa. • cessionado e desistente que o António Costa vincou que é PSD e o PP persistem em fa- chegado o momento de os par- zer prevalecer, mas sim um tidos da coligação de direita Estado regulador e atento à “Nunca “perceberem que não gozam governo PSD/CDS rejeitado vida dos cidadãos e das em- compreendi do direito natural de governar”, presas e das relações entre o acrescentando que todas as pelo parlamento social e o económico”. como se pode forças políticas representadas “Nunca compreendi como se viver com no Parlamento “gozam de igual Após o encerramento do debate, o Parlamento aprovou por pode viver com Estado a mais, Estado a mais, legitimidade para apoiarem e maioria a moção de rejeição ao Programa do XX Governo mas tenho a certeza que não mas tenho a participarem nas soluções de Constitucional, apresentada pelo PS, com 123 votos a fa- se pode sobreviver com Esta- certeza que governo”. vor e 107 votos contra. do a menos”, salientou. não se pode A rejeição do Programa do Governo da coligação de direita Para o líder da bancada socia- Continuidade sem PSD/CDS, implica, nos termos da Constituição da Repúbli- lista, “os anos de governação sobreviver evolução ca Portuguesa, a demissão do governo. do PSD/PP foram, dia a dia, com Estado a Na sua intervenção, o Secre- Deu-se, assim, cumprimento à democracia parlamentar. durante milhares de dias, um menos!” tário-geral do PS defendeu percurso constante de debili- 12 | N.o 1400 | novembro 2015

socialistas nas comissões parlamentares J orge F erreira

1ª Comissão de Assuntos 4ª Comissão de Assuntos 7ª Comissão de 10ª Comissão de Trabalho e Constitucionais, Direitos, Europeus Agricultura e Mar Segurança Social Liberdades e Garantias Palmira Maciel Júlia Rodrigues Wanda Guimarães Ana Catarina Mendes António Gameiro António Borges Idália Serrão António Gameiro António Sales Francisco Rocha Ana Sofia Araújo Elza Pais Carlos Pereira João Castro Paulo Marques Fernando Anastácio Edite Estrela Joaquim Barreto Joaquim Raposo Filipe Neto Brandão Filipe Neto Brandão Fernando Anastácio Luis Soares Isabel Moreira Carla Miranda Rosa Albernaz Ricardo Bexiga Ana Passos Paulo Trigo Pereira Pedro do Carmo Sónia Fertuzinhos Pedro Bacelar de Vasconcelos Vitalino Canas Santinho Pacheco Tiago Barbosa Ribeiro Pedro Delgao Alves

5ª Comissão de Orçamento, 8ª Comissão de Educação 11ª Comissão de Ambiente, 2ª Comissão de Negócios Finanças e Modernização e Ciência Ordenamento do Território, Administrativa Descentralização, Poder Local e Estrangeiros e Comunidades Alexandre Quintanilha Portuguesas Habitação Eurico Brilhante Odete João Alberto Martins Hortense Martins João Torres Domingos Pereira Ascenso Simões João Galamba Maria Augusta Santos Euridice Pereira Gabriela Canavilhas João Paulo Correia Pedro Delgado Alves Helena Roseta Isabel Santos Ricardo Leão Sandra Pontedeira Hugo Pires Lara Martinho Carlos Pereira Porfirio Silva Santinho Pacheco Paulo Pisco Paulo Trigo Pereira Susana Amador José Manuel Carpinteira Joana Lima Ivan Gonçalves André Pinotes Luis Vilhena Sérgio Sousa Pinto Ana Passos Maria da Luz Rosinha Porfirio Silva Renato Sampaio 9ª Comissão de Saúde 6ª Comissão de Economia, António Lacerda Sales 3ª Comissão de Defesa Nacional Inovação e Obras Públicas Domingos Pereira 11ª Comissão de Ambiente, Ascenso Simões Hugo Costa Euridice Pereira Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Diogo Leão António Eusébio Marisabel Moutela Habitação Miguel Coelho Hortense Martins Luis Graça Idália Serrão João Paulo Rebelo Luis Soares Diogo Leão Rui Riso Carla Tavares Luisa Salgueiro Edite Estrela Joaquim Barreto Luis Testa Maria Antónia A. Santos Norberto Patinho José Miguel Medeiros Fernando Jesus Helena Freitas António Cardoso Júlio Miranda Calha Pedro Coimbra Hugo Pires vitalino Canas Luis Vilhena Inês de Medeiros João Castro João Torres Paulo Pisco • N.o 1400 | novembro 2015 | 13

presidentes, vice-presidentes e coordenadores

1ª Comissão de Assuntos XII legislaturas. Foi Secretário e 2014. Presidente da Federação Assembleia da República nas X e Constitucionais, Direitos, de Estado da Presidência do Con- do PS de Évora. XII legislaturas. Foi vereadora da Liberdades e Garantias selho de Ministros no XIII Gover- Coordenador PS Câmara Municipal de Gondomar e Presidente no Constitucional. Foi presidente António Borges Governadora Civil do Porto. Pedro Bacelar da Comissão dos Assuntos Euro- Engenheiro Civil. Foi presidente Coordenador PS de Vasconcelos peus na anterior legislatura. da Câmara Municipal de Resende. Sónia Fertuzinhos Constitucionalista e professor Coordenador PS Presidente da Federação do PS de Licenciada em Relações Interna- na Universidade do Minho. Di- Margarida Marques* Viseu. cionais-Económicas e Políticas. retor na Direitos Humanos Ci2. Licenciada em Matemática – Es- Pós-graduada em Estudos Euro- Integra o Human Rights Re- tatística e Mestre em Ciências 8ª Comissão de Educação peus. Deputada à Assembleia da search Center. É Secretário Na- da Educação. Vice-Presidente do e Ciência República nas VII, VIII, IX, X, XI cional do PS. Conselho Geral do ISCTE-IUL. Presidente e XII legislaturas. Foi vice-presi- Coordenador PS Fundadora e ex-Secretária geral Alexandre Quintanilha dente do Grupo Parlamentar do Filipe Neto Brandão da Juventude Socialista. Deputa- Doutorado em Física Teórica pela PS. Jurista. Deputado à Assembleia da à Assembleia da República na Universidade de Witwatersrand, da República nas XI e XII legis- III legislatura. Chefiou a Repre- em Joanesburgo. Trabalhou nos 11ª Comissão de Ambiente, laturas. Membro do Conselho de sentação da Comissão Europeia Estados Unidos como professor Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Acompanhamento dos Julgados em Portugal. em Fisiologia Celular e foi diretor Habitação de Paz e da Comissão para a Fis- do Centro dos Estudos Ambien- vice-Presidente calização do Segredo de Estado. 5ª Comissão de Orçamento, Finanças tais na Universidade da Califór- Maria da Luz Rosinha Foi Governador Civil de Aveiro. e Modernização Administrativa nia, Berkeley. Foi professor cate- Deputada à Assembleia da Repú- vice-Presidente drático de Biofísica no Instituto blica na VII legislatura. Foi pre- 2ª Comissão de Negócios Paulo Trigo Pereira de Ciências Biomédicas Abel Sa- sidente da Câmara Municipal de Estrangeiros e Comunidades Doutorado em Economia e pro- lazar da Universidade do Porto e Vila Franca de Xira. É secretária Portuguesas fessor catedrático do ISEG. Foi diretor do Instituto de Biologia Nacional do PS. Presidente investigador associado nas Uni- Molecular e Celular do Instituto Coordenador PS Sérgio Sousa Pinto versidades de Amsterdam, Lei- de Engenharia Biomédica. Presi- Renato Sampaio Jurista. Deputado à Assembleia cester, London School of Econo- de ao Conselho dos Laboratórios Consultor de empresas. Deputa- da República nas VII, XI e XII mics, New York University e Yale Associados e é membro do Con- do à Assembleia da República nas legislaturas. Foi deputado ao University. selho Nacional para a Ciência e VIII, IX, X, XI e XII legislaturas. Parlamento Europeu. Coordenador PS Tecnologia. Coordenador PS João Paulo Correia Coordenador PS 11ª Comissão de Ambiente, Paulo Pisco Licenciado em Organização e Porfírio Silva Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Licenciado em Filosofia, Pós- Gestão de Empresas. Gestor. De- Mestre em Filosofia e doutorado Habitação -Graduação em Estudos Euro- putado à Assembleia da Repúbli- em Epistemologia e Filosofia das Presidente peus. Jornalista. Deputado à ca nas XI e XII legislaturas. Ciências. Investigador e colabo- Edite Estrela Assembleia da República nas rador do Instituto de Sistemas Licenciada em Filologia Clássica. VIII, XI e XII legislaturas. 6ª Comissão de Economia, Inovação e e Robótica e do Centro de Filo- Deputada à Assembleia da Repú- Obras Públicas sofia das Ciências da Universida- blica nas V, VI, VIII e IX legisla- 3ª Comissão de Defesa Nacional vice-Presidente de de Lisboa. Secretário Nacional turas. Foi presidente da Subco- vice-Presidente Hortense Martins do PS. missão parlamentar de Cultura João Soares* Economista e gestora de empre- e vice-presidente da Associação Advogado e Editor. Deputado à sas. Deputada à Assembleia da 9ª Comissão de Saúde Portuguesa de Escritores. Foi Assembleia da República nas V, República nas X, XI e XII legisla- vice-Presidente presidente da Câmara Municipal IX, X, XI e XII legislaturas. Foi turas. Foi vice-presidente do Gru- Maria Antónia Almeida de Sintra. Chefiou a delegação presidente da Câmara Municipal po Parlamentar. É presidente da Santos socialista no Parlamento Euro- de Lisboa e deputado ao Parla- Federação PS de Castelo Branco. Jurista. Deputada à Assembleia peu (2005 a 2014). Presidente do mento Europeu. Foi membro do Coordenador PS da República nas VIII, X, XI e Conselho de fundadores da Fun- Conselho de Estado. Luís Testa XII legislaturas. Foi presidente dação Res Publica. Coordenador PS Licenciado em Direito. Presiden- da Comissão de Saúde na ante- Coordenador PS Marcos Perestrello* te da Federação do PS de Porta- rior legislatura. cultura e comunicação Licenciado em Direito. Presiden- legre. É membro da Assembleia Coordenador PS Inês Medeiros te da Federação de Lisboa do Intermunicipal do Alto Alentejo. Luísa Salgueiro Atriz e realizadora. Deputada à PS. Deputado à Assembleia da Advogada e consultora jurídica. Assembleia da República nas XI República nas X e XII legislatu- 7ª Comissão de Agricultura e Mar Deputada à Assembleia da Re- e XII legislaturas. ras. Foi secretário de Estado da Presidente pública nas X, XI e XII legislatu- Coordenador PS Defesa Nacional e dos Assuntos Luís Capoulas Santos* ras. Foi porta-voz dos socialistas juventude e desporto do Mar no XVIII Governo Cons- Sociólogo. Deputado à Assem- na Comissão de Saúde na última João Torres titucional e vice-presidente da bleia da República nas VI, VII e legislatura. Mestrado integrado em Engenha- Câmara Municipal de Lisboa. IX legislaturas. Secretário de Es- ria Civil. Secretário-geral da Ju- tado da Agricultura e do Desen- 10ª Comissão de Trabalho e ventude Socialista. • 4ª Comissão de Assuntos Europeus volvimento Rural no XIII Go- Segurança Social vice-Presidente verno Constitucional. Ministro da vice-Presidente Vitalino Canas Agricultura, do Desenvolvimento Isabel Santos * Tomaram posse como membros do Advogado e professor universi- Rural e das Pescas no XIV Gover- Licenciada em Relações e Coope- XXI Governo Constitucional. Aguar- tário. Deputado à Assembleia da no Constitucional. Deputado ao ração Internacionais e pós-gra- dam-se os nomes dos substitutos. República nas XVIII, IX, X, XI e Parlamento Europeu entre 2004 duada em Sociologia. Deputada à 14 | N.o 1400 | novembro 2015

este mês foi notícia

PS CONDENA Nas cartas dirigidas ao Presidente da República e ao primeiro-ministro de ALARGAR ÂMBITO ATENTADOS França, o Secretário-geral do PS ex- DOS BENEFICIÁRIOS pressa “solidariedade sincera neste mo- DA PROCRIAÇÃO DE PARIS mento de dor” face aos atentados ter- MEDICAMENTE ASSISTIDA Os atentados de Paris “representaram roristas e endereça condolências aos um ataque direto contra os nossos valo- familiares das vítimas e a todos os cida- O Grupo Parlamentar do PS apre- res fundamentais, contra a democracia dãos franceses. sentou no dia 26 de novembro, na e contra a liberdade e são a expressão Por sua vez, o presidente do PS e líder Assembleia da República, o projeto de um horror que nós condenamos ener- parlamentar socialista, Carlos César, de lei que alarga o âmbito dos be- gicamente”, afirma o Secretário-geral enviou uma mensagem ao seu homólogo neficiários das técnicas de procria- do PS numa mensagem enviada ao pre- socialista francês, Bruno Le Roux, con- ção medicamente assistida. É as- LEI DA IVG VOLTA sidente de França, François Hollande, na denando estes atentados contra "a civi- sim dado cumprimento a uma das A AFIRMAR A sequência dos trágicos acontecimentos lização e humanidade". • primeiras iniciativas que o PS assu- DIGNIDADE DAS que provocaram a morte miu para a nova legislatura. MULHERES de mais de 130 pessoas. Na exposição de motivos do diplo- “Manifesto a minha so- ma, o Grupo Parlamentar do PS A Assembleia da República apro- lidariedade com o povo lembra que a Lei n.º 32/2006, de 26 vou no dia 20 de novembro o proje- francês e as suas autori- de junho, aprovada na sequência de to de lei do PS que revoga as altera- dades perante os ataques uma iniciativa legislativa promovi- ções à lei da interrupção voluntária terríveis desta noite”, es- da pelo Partido Socialista, repre- da gravidez (IVG) introduzidas pela creveu António Costa sentou um passo em frente deter- coligação de direita no último ple- numa nota também en- minante no domínio da procriação nário da legislatura anterior. Com viada ao primeiro-minis- medicamente assistida (PMA) em a aprovação da iniciativa socialista, tro, Manuel Valls, ao Par- Portugal. dá-se assim cumprimento a um dos tido Socialista Francês e No entanto, consideram os depu- primeiros compromissos assumi- ao embaixador de França tados do PS, decorrida quase uma dos pelo PS para a nova legislatura em Portugal. década desde a aprovação daque- e volta “a ser afirmada a dignidade le texto essencial, é hoje indispen- das mulheres”, como afirmou a de- sável, após um primeiro balanço da putada Elza Pais. sua vigência e detetadas fontes de A deputada socialista acusou PSD e PARLAMENTO discriminação no acesso às técni- CDS de tudo terem feito para “per- DERRUBOU MURO cas de PMA, introduzir alterações turbar uma lei que estava a ser bem que melhorem o diploma e alar- aplicada”, tendo “resultados visí- DE DISCRIMINAÇÃO guem o âmbito de destinatários, de veis ao nível da redução do número O Parlamento português teve hoje “o pri- forma a eliminar discriminações in- de abortos clandestinos e de abor- vilégio de pôr cobro a uma grave discri- justificadas. • tos repetidos”. “Tudo fizeram para minação”, como afirmou a deputada so- travar um dos maiores avanços cialista Isabel Moreira, ao aprovar os civilizacionais que abril nos deu”, projetos de lei que eliminam as restri- acrescentou. ções legais à adoção por casais do mes- Em idêntico sentido, a deputada Su- mo sexo. sana Amador criticou as alterações “Hoje estamos também a proceder a uma “iníquas” à Lei da IVG, introduzidas reparação que nos foi pedida. Que nos foi pela anterior maioria, que disse re- exigida”, sublinhou no dia 20 de novembro presentarem “uma visão tutelada, Isabel Moreira na apresentação do diplo- candidatem-se à adoção e de, conse- tendenciosa e restritiva da autono- ma do PS, “neste dia em que as crianças quentemente, ser possível também nos mia da mulher”. • estão a ouvir-nos”, ao convocar o “Parla- casais do mesmo sexo, a adoção do filho mento a reparar o feito e a ficar do lado do cônjuge ou unido de facto que já é, na justo da história”. verdade, pai e mãe, ainda que vergonho- Em causa, explicou a deputada do PS, es- samente não reconhecido na lei”. MARCHA PELO FIM DA “UMA DÉCADA PELA tava “pôr um ponto final na exclusão da “O Estado não pode incitar a sociedade a VIOLÊNCIA CONTRA AS IGUALDADE E CONTRA A possibilidade de casais do mesmo sexo alimentar preconceitos”, acrescentou. • MULHERES VIOLÊNCIA DE GÉNERO” Decorreu no dia 16 de novembro, A Praça do Comércio foi palco, no na Figueira da Foz, a sessão pú- dia 25 de novembro, da marcha pelo blica de lançamento do livro “Uma INVESTIGAÇÃO E científica em Portugal que foi apre- fim da violência contra as mulheres, década pela Igualdade e contra a CIÊNCIA ANDARAM sentado no dia 23 de novembro no Mu- convocada por diversas organiza- violência de género – fragmentos seu Nacional de História Natural e da ções. Uma razão nobre para assina- de discurso político 2005/2015”, 5 ANOS PARA TRÁS Ciência, desenvolvido para a Fundação lar o dia 25 de novembro. da autoria de Elza Pais, deputada Tal como se verifica nas restantes áreas, Francisco Manuel dos Santos por pro- Este é um combate no qual o PS socialista e ex-secretária de Esta- também durante a governação do PSD/ fessores universitários e jornalistas, o sempre esteve e continua a estar na do da Igualdade no XVIII Governo CDS, também a cultura científica sofreu progresso da ciência que o país conhe- linha da frente. A lei contra a violên- Constitucional. um assinalável recuo. Após quase uma ceu a partir da década de 90 regrediu cia doméstica foi proposta e apro- A obra foi apresentada pela depu- década de crescimento no investimento na última legislatura, não só em resul- vada num Governo socialista, re- tada Edite Estrela e tem prefácio em ciência, o ciclo inverteu-se com a di- tado da crise financeira recente, mas presentando um avanço legislativo de Maria Antónia Palla. • reita e o país andou de marcha atrás. também fruto da opção política da co- significativo e ímpar. • Segundo um estudo sobre cultura ligação PSD/CDS. • N.o 1400 | novembro 2015 | 15

ETELVINA LOPES DE ALMEIDA COMBATENTE DA DEMOCRACIA E IGUALDADE A Fundação Mário Soares (FMS) foi palco, no dia 19 de novembro, de uma sessão de homenagem a Etelvina Lopes de Almeida, jornalista, escritora, política e deputada. “Uma combatente das causas da democracia e da igualdade”, como destacou Edite Estrela, uma das oradoras na sessão, referindo uma personalidade singular que permite evocar “o papel da mulher na República e no Estado Novo”.

Com a presença de Mário Soa- Etelvina Lopes de Almeida ini- Evocando este período, Edite tendo em conta o contexto po- “Como afirma o pessoano he- res e António Almeida Santos, ciou a sua atividade política no Estrela partilhou uma curiosa lítico que o país hoje vive. terónimo, entre ‘uma e ou- assim como do historiador e tempo da ditadura salazaris- leitura dos diários das sessões Escolhida, em 1993, para presi- tra coisa” todos os dias foram investigador João Gomes Es- ta, participando nas campa- da Assembleia Constituin- dir em Estrasburgo a uma ses- dela. Poucas pessoas poderão teves, outro dos oradores in- nhas de Norton de Matos e de te, destacando uma interven- são do Parlamento Europeu como ela afirmar, quase no fim tervenientes, a sessão, inseri- Humberto Delgado, e integran- ção em plenário, onde, a pro- para os idosos, durante a qual da vida, «não lamento nada da no ciclo ‘Vidas com Sentido’ do, em 1969, a lista de candi- pósito de um comunicado da foi aprovada a Carta Europeia do que me aconteceu”, evocou que a FMS tem vindo a promo- datos a deputados pela CEUD Juventude Social-Democrá- para os Idosos, Etelvina Lopes Edite Estrela. ver, homenageou uma “mulher Comissão Eleitoral de Unidade tica da Madeira, Etelvina Lo- de Almeida viria a ser agracia- “Vidas com sentido” é uma singular” e “uma combaten- Democrática. pes de Almeida, “antifascista da, dois anos mais tarde, com a iniciativa da Fundação Mário te das causas da democracia Depois da Revolução dos Cra- desde os 16 anos”, afirma que Comenda da Ordem de Mérito, Soares que tem vindo a home- e da igualdade, tendo partici- vos, aderiu ao PS, sendo depu- sendo “socialista, não é anti- atribuída pelo então Presidente nagear personalidades de di- pado ativamente na luta cí- tada à Assembleia Constituin- comunista, como os melho- da República, Mário Soares. ferentes quadrantes políticos vica ao lado de Maria Lamas te (1975-76) e à Assembleia res comunistas nunca serão No princípio do século XX, pou- que pelos seus ideais, pela sua e em várias organizações de da República (em 1976 e 1978) antissocialistas”. cas mulheres conseguiam es- postura cívica e política, pelos mulheres”, salientando-se a pelo círculo eleitoral de Évora, Uma afirmação que, como sa- capar ao determinismo da épo- seus combates, souberam dar sua adesão, em 1947, ao Con- altura em que partilhou a ban- lientou Edite Estrela, ganha ca e da família e desenhar o seu sentido às suas vidas e que, selho Nacional das Mulheres cada parlamentar com Maria uma pertinência e uma clari- próprio caminho. Etelvina foi embora já falecidos, permane- Portuguesas. de Jesus Barroso. vidência muito interessantes, uma dessas raras mulheres. cem como exemplos. •

“NÃO PERCAS A ROSA” DE NATÁLIA CORREIA

Decorreu no dia 24 de novembro no Botequim, em Lisboa, o lançamento da reedição do livro “Não Percas a Rosa”, da autoria de Natália Correia, promovido pela editora Ponto de Fuga.

Trata-se de uma reedição e Pedro Marques Lopes. David Mourão-Ferreira, António do diário que a ilustre escritora O Botequim, emblemático espa- Alçada Baptista, José-Augusto manteve durante o convulso pe- ço lisboeta no Largo da Graça, França, Luiz Pacheco, Ary dos ríodo revolucionário de 1974-75, foi fundado por Natália Correia Santos e José Cardoso Pires, acrescido das crónicas de im- em 1968, com Isabel Meirelles, entre muitos outros. prensa que então publicou, as- Júlia Maranha e Helena Roseta. Encerrado após a morte de Na- sim como de alguns inéditos. Foi ali que, durante as décadas tália Correia, em 1993, foi recu- A apresentação da obra esteve de 70 e 80, se reuniu grande perado e reaberto em 2010, res- a cargo de Ângela Almeida, Da- parte da intelectualidade por- peitando o espírito e a memória niel Oliveira, Fernando Dacosta tuguesa, de Fernando Dacosta a da escritora. • 16 | N.o 1400 | novembro 2015

Calendários retroativos

antónio correia de campos

A Oposição começa pela mentira a sua IS via crucis. Tenham paciência, meninos e TRÊS PERGUNTAS a meninas. A vida não é como a pintam, mas como a realidade a conforma. Porfírio Silva Secretário nacional do PS para as Relações Internacionais Oposição teve um problema com o calendário de promes- sas e já está a entrar em dislexia com o seu novo estado de O PS propôs à Internacional Socialista (IS), ças de posição em matéria de relações interna- Aabstinência de poder. Todas as informações económicas e na reunião do Conselho em Luanda no final cionais entre o PS e outros partidos que apoiam fiscais eram positivas até às eleições. A economia crescia a 1,5%, de novembro, o desenvolvimento de uma o atual governo (o PCP, um aliado tradicional do o défice aguentaria sempre abaixo dos 3%, com umas secretas re- Agenda Global para as Migrações. Qual é o MPLA, e o BE, que tem sido bastante mais críti- servas orçamentais, a devolução da sobretaxa estava garantida a alcance político dessa proposta? co) são perfeitamente normais em democracia. 35% para este ano, com perspetivas de alcançar os 50%: A uma se- Os partidos da Internacional Socialista influen- Tal como são democraticamente normais as dife- mana das eleições Passos Coelho proclamava “sabemos hoje que ciam as políticas de muitos países em todo o mun- renças que existem dentro do próprio PS quanto a estamos em condições, em 2016, de cumprir essa norma do orça- do. É importante que possamos aprender uns com essa e outras questões. Embora estes contactos mento” (a promessa de devolução no início de 2016, de “uma parte os outros, para assim reforçarmos a contribuição sejam partido a partido, e não governo a governo, importante” da sobretaxa de 2015). desta organização, através de cada partido, para o nunca esquecemos o interesse de angolanos e por- bem comum a nível mundial. Propusemos, concre- tugueses nas boas relações entre os nossos paí- O próprio Presidente colaborou graciosamente na farsa, declaran- tamente, que seja elaborado um roteiro quanto à ses, especialmente no caso dos angolanos a viver do que de acordo com estimativas do seu gabinete, a evolução das capacidade instalada e de resposta em matéria de em Portugal e dos portugueses a viver em Angola. finanças públicas não só apontava para o cumprimento dos obje- reinstalação, relocação e integração de emigran- Afinal, queremos que seja nítida a importância que tivos do défice de 3%, como iria permitir alguma redução da so- tes e refugiados. Deveríamos, desse modo, passar o PS dá à cooperação de Portugal com os países bretaxa que os Portugueses iriam pagar. Cauteloso, concedia que, a dispor de um plano global com recomendações, africanos irmãos, na base da igualdade e do respei- sendo uma boa notícia, haveria que esperar até ao fim do ano. De propostas e medidas de trabalho, um plano que to pela soberania, sem esquecer o papel específico Paulo Núncio nem vale a pena falar, depois de frustradas as pro- estaria ancorado nos valores defendidos pela In- que aí jogam as relações entre partidos. messas, ele teve o desplante de culpar os contribuintes: “Houve da ternacional Socialista. Isto é: também aqui a nos- parte dos contribuintes uma perceção errada do que dizia o Gover- sa ação deve ter sempre por base a perspetiva dos Como é que a Internacional Socialista po- no em relação à sobretaxa”. A ideologia da maldição da vítima no direitos humanos fundamentais, como afirmei na derá voltar ser uma organização de grande seu pleno. minha intervenção logo na primeira sessão do Con- relevância no plano mundial, como já foi há selho da Internacional Socialista. A Europa muitas décadas? Agora que o poder passou para a esquerda, a defunta coligação vezes quer dar lições a outros sobre o que fazer A Internacional Socialista centrada na Europa agarra-se a calendários de efeito retroativo. Os dados económicos nestas situações, mas, agora, também na Europa, acabou. Esse é um sinal dos tempos. A IS é agora do segundo trimestre (julho a setembro) começam a decair no bri- nem todos estamos a fazer tudo o que é necessá- mais diversificada, menos homogénea. Isso é bom, lho, a culpa é do PS, muito antes de haver eleições. A confiança na rio neste domínio. é um potencial, na medida em que pode ajudar a economia regressou aos valores de fevereiro e a dos empresários organização a chegar a mais países, a mais cená- a valores de Abril? A culpa é do PS que está a gerar instabilidade A delegação do PS encontrou-se com o se- rios de luta pela paz, pelo desenvolvimento e pelos nos mercados, como pretende o CDS/PP, ainda em pleno fervor cretário-geral do MPLA. Como decorreu direitos humanos. Mas, ao mesmo tempo, é preci- eleitoralista. esse encontro? so manter a identidade da Internacional Socialista, De facto, tivemos vários encontros bilaterais, no- manter um rumo ideológico e político que esteja à A Oposição começa pela mentira a sua via crucis. Tenham paciên- meadamente no espaço da CPLP, esse de que fala, altura das suas responsabilidades e do seu patri- cia, meninos e meninas. A vida não é como a pintam, mas como a e também com o presidente do PAIGC. Em qual- mónio, sem deixar de se atualizar. Ora, essa é uma realidade a conforma. • quer dos casos, houve uma troca de informações batalha que nunca está ganha, que tem sempre de e análise da situação política nos nossos países. Ti- continuar. Há trabalho para fazer nesse campo e o vemos oportunidade de sublinhar que as diferen- PS não enjeita trilhar esse caminho. •

diretora Edite Estrela // conselho de redação António Correia de Campos, Hugo Mendes, José Manuel dos Santos, Maria José Leitão, Maria Manuel Leitão Marques, Mariana Vieira da Silva, Paulo Pedroso // redação J.C. Castelo Branco (chefe de Redação), Mary Rodrigues, Rui Solano de Almeida // fotografia Jorge Ferreira // layout, paginação e edição internet Gabinete de Comunicação do Partido Socialista // redação, administração e expedição Partido Socialista, Largo do Rato 2, 1269-143 Lisboa; Telefone 21 382 20 00; depósito legal issn impressão Propriedade do Partido Socialista do Partido Propriedade Fax 21 382 20 33 // [email protected] // 21339/88 // 0871-102X // Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA

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