Elisandro Ricardo Dos Santos Diversidade De Agaricomycetes
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ELISANDRO RICARDO DOS SANTOS DIVERSIDADE DE AGARICOMYCETES LIGNOLÍTICOS NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO RECIFE FEVEREIRO/2010 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE MICOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE FUNGOS DIVERSIDADE DE AGARICOMYCETES LIGNOLÍTICOS NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO ELISANDRO RICARDO DOS SANTOS Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos do Departamento de Micologia do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Biologia de Fungos. Área de Concentração: Micologia Básica Orientadora Drª Maria Auxiliadora de Queiroz Cavalcanti Co-orientadores Drª Tatiana Baptista Gibertoni e Dr Leif Ryvarden RECIFE FEVEREIRO/2010 Santos, Elisandro Ricardo dos Diversidade de Agarycomycetes lignolíticos no Semi-árido brasileiro / Elisandro Ricardo dos Santos. – Recife: O Autor, 2010. 247 folhas : il., fig., tab. Orientador: Maria Auxiliadora de Queiroz Cavalcanti Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCB. Ciências Biológicas. Micologia, 2010. Inclui bibliografia e anexo. 1. Basidiomycetes 2. Taxonomia 3. Ecologia 4. Aphyllophorales 5. Macrofungos neotropicais I. Título. 579.59 CDD (22. ed.) UFPE/ CCB – 2010- 58 “Entender os processos biológicos enquanto dinâmica (variáveis ambientais e relações simbióticas) que mantém a diversidade no espaço e no tempo em equilíbrio, considerando os fungos mediadores da interação dos componentes bióticos e abióticos não é apenas parte da ciência, mas sim da vida.” Anônimo Agradecimentos - À orientadora, Profª. Drª. Maria Auxiliadora de Queiroz Cavalcanti, minha auxiliadora, por me aceitar e acolher tão amavelmente, por oportunizar este trabalho, sempre ao meu lado durante todo o doutorado; - À Professora, Coordenadora, Curadora e Conselheira Drª. Leonor Costa Maia, pelos ensinamentos mais importantes durante este período de minha formação profissional e pessoal; - À co-orientadora, Profª. Drª. Tatiana Baptista Gibertoni, por me mostrar como ser mais objetivo, pelos momentos de discussão metodológica e ecológica, pelo apoio e contribuição; - Ao orientador no exterior, Prof. Dr. Leif Ryvarden, por ter me acolhido em seu laboratório na Universidade de Oslo (Noruega) e ter oportunizado a realização da parte mais importante deste trabalho, a taxonomia; - Ao amigo e colega, Dr. Felipe Wartchow, por dividir momentos de dificuldade, ansiedade, dúvidas e, principalmente, alegrias e conquistas desde o momento da seleção em 2006; - Aos mestres e amigos Dr. José Luiz Bezerra, Drª Clarice Loguercio-Leite e Dr. Aristóteles Góes-Neto, assim como aos amigos e colegas, Drª. Marcela Cáceres, M.Sc. Jadergudson Pereira e M.Sc. Jonathan Paul Gamboa Trujilo, por terem sido excepcionais e por continuarem meus grandes amigos; - À banca examinadora, Drª. Clarice Loguercio-Leite, Dr. Aristóteles Góes-Neto, Drª Leonor Costa Maia e Drª. Rosa Mara Borges da Silveira, pela expressiva contribuição com esta tese; - À minha grande amiga, M.Sc. Claudia Groposo, por continuar sendo minha fiel colega, desde o mestrado, com especial atenção nos momentos decisivos; - Ao Dr. Paulo Santos, por me ajudar a entender a ecologia das espécies de uma forma estatística e brilhante, sem o qual não teria realizado parte importante da tese; - Aos Doutores Maurício Moreau, Gladstone Silva, Elaine Malosso e ao Biólogo Nelson Lima Júnior, pela colaboração profissional de extrema importância para este trabalho; - A Drª Adriana Mayumi Yano Melo por apostar em mim, pelo convite, atenção e companheirismo, e ao seu esposo, o Dr. Natoniel Franklin Melo, pela receptividade e grande amizade; - Aos Doutores Mario Rajchenberg, Gerardo Robledo (Projeto de Cooperação Brasil-Argentina), Greg Müller e Orlando Popoff, que me ensinaram muito sobre a taxonomia e a vida; - Aos professores, Dr. Erast Parmasto (Estônia), Dr. Cony Decock (Bélgica), Dr. Karl-Henrik Larsson (Suécia), Drª. Ellen Larsson (Suécia) e Dr. Fritz Ohel (Suíça) por me receberem e compartilharem seus conhecimentos durante minha visita aos seus laboratórios, assim como aos amigos Sebastian, Daniela e Federico que tornaram minha estadia em Oslo muito agradável; - A todos os professores permanentes e aqueles que de passagem disponibilizaram conhecimento e muitos ensinamentos no PPGBF, em especial à Drª. Uided T. C. Maaze, assim como aos colegas do doutorado, por compartilharem momentos de discussão e aprendizagem; - Às Dras. Maria Alice Neves e Adriana Gugliota e aos Drs. Luiz Gusmão Pascholati e Iuri Baseia, pelos momentos de atividade profissional e, principalmente, pela amizade; - Aos amigos do Laboratório e do Herbário, Allyne, Anuska, Bruno, Carla, Georgea, Juliano, Larissa, Lídia, Nelson, Taciana, Valéria e Victor, pelos momentos de trabalho e descontração; - Aos amigos Domingos Cardoso, João Vasconcellos-Neto e João Ferreira pela importante contribuição ao meu trabalho e pelos momentos de descontração; - Aos curadores dos Herbários ALCB, CEPEC, HTSA, HUEFS, HUVA, IPA, KEW, O e URM, pelo acesso às coleções e disponibilização de material; - Aos responsáveis pelas áreas de coleta e em especial aos Guias de Campo. Esta pesquisa teve suporte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq com os Projetos (Universal 478973/2006-3 e 479961/2007-7, Pesquisa em Biodiversidade do Semi-árido 010105.00/2004/PPBio, e Base de Dados Consolidada das Plantas e Fungos do Nordeste 552615/05-6) e bolsa de doutorado (modalidades: GD 141072/2006-7 e SWE 201847/2008-6), e foi parcialmente financiada por: Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior – CAPES e Ministerio de Ciência, Tecnologia e Innovación Productiva – MINCYT (Projeto 161/09 - BR/08/13 – Cooperação Brasil-Argentina); Fundação de Amparo à Ciência e Pesquisa do Estado de Pernambuco – FACEPE (APQ 0225-2.03/06); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB (PET 076/2008); Fundação Moore (Bolsa de Desenvolvimento Profissional); Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos. Em especial : - Aos meus pais Derli e Lourdes e irmãos Everton e Elisiane, que nunca me negaram apoio e sempre me incentivaram com muito amor a conquistar aquilo que sempre sonhei; - À minha amada esposa Daniela e sua incrível família, representados pelos Sr. João Ribeiro e M.Sc. Lauro Eduardo Bacca, por todos os momentos de apoio e de alegria (Só Sucesso!); - À família do Sr. Fernando e Leonor C. Maia, que me acolheu, protegeu e incentivou como um filho. Por fim, ao fascinante e inspirador mundo dos fungos. RESUMO GERAL A região semi-árida do Brasil, que compreende parte de nove Estados do nordeste, é caracterizada pelo clima quente e seco e um curto período de chuvas (até 1000 mm/ano). A área é dominada por um complexo vegetacional, a Caatinga (floresta tropical sazonalmente seca), que revela várias paisagens compondo o bioma. De modo geral, é caracterizada pela vegetação xerófila de médio a baixo porte, tropófila, semi a caducifólia e espinhosa ou não, onde predominam leguminosas e cactáceas, com bromeliáceas que se destacam na paisagem. Incluindo o trabalho de Pe. Camille Torrend, que foi o primeiro a coletar e estudar os Agaricomycetes lignolíticos, na década de 30, apenas 37 espécies foram referidas para o semi-árido. Com o intuito de contribuir para o conhecimento da diversidade taxonômica e ecologia dos Aphyllophorales no semi-árido brasileiro, a partir de 2006 foram realizadas mais de 20 expedições de campo bem como a revisão taxonômica de materiais de Herbários (ALCB, CEPEC, HUEFS, HUVA, IPA, O e URM) provenientes dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. As coletas foram mais intensas e realizadas de forma estratégica no estado de Pernambuco, mais especificamente no Parque Nacional do Catimbau e em Estações Experimentais do IPA (Araripina, Serra Talhada e Caruaru), com o objetivo de coletar não apenas material, mas também informações ecológicas a respeito dos táxons encontrados. Entre coletas e revisões de herbários foram analisados mais de 1000 espécimes, correspondentes a 130 espécies de 14 famílias, distribuídas em sete ordens (Agaricales , Auriculariales , Gloeophyllales , Hymenochaetales , Polyporales , Russulales e Trechisporales ). Dichomitus brunneus , D. ochraceus , Lentinus amburanus , Phellinus caatinguensis e Wrightoporia stipitata são descritas como espécies novas. Gloeophyllum carbonarium e Lentinus fasciatus são novos registros para os Neotrópicos. Oito espécies são novos registros para o Brasil e outras 14 para o Nordeste. Das 130 espécies, sete (5.4%) são consideradas causadoras de podridão castanha. As Hymenochaetaceae , de modo geral, apresentaram altos níveis de especialização em plantas nativas da Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, das quais Phellinus piptadeniae é considerada um parasita-facultativo frequente ou predominante em Piptadeniae sp. ( host- recurrence ) e P. rimosus é um parasita-facultativo restrito a Caesalpinia sp. ( host-specificity ). Phellinus piptadeniae é uma espécie bem delimitada pela morfologia, ecologia e molecularmente, enquanto P. rimosus representa um complexo taxonômico com mais de uma espécie. Os resultados demonstraram que a Caatinga apresenta uma diversidade que pode ainda revelar outras novidades científicas e estes resultados podem ser utilizados em planos para conservação do bioma. Palavras-chave : Basidiomycetes , Taxonomia, Ecologia, Aphyllophorales , macrofungos neotropicais. GENERAL ABSTRACT The Northeastern Brazil’s semi-arid region,