Universidade Federal De Minas Gerais

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Universidade Federal De Minas Gerais UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DISCIPLINA: MÍDIAS E LINGUAGENS PROFESSORA: GEANE ALZAMORA Dalila Coelho Gabriel Moraes Giulia Araugio Mônica Vargas Raíssa Galvão RELATÓRIO FINAL: ANÁLISE TRANSMÍDIA DA SÉRIE ORANGE IS THE NEW BLACK ​ Belo Horizonte 2017 INTRODUÇÃO O processo de convergência na era digital fez com que tanto a forma de consumo da audiência quanto a forma de produção se modificasse. Antigamente, era comum que as informações fossem disponibilizadas somente para uma mídia, mas a partir do momento em que a tecnologia começou a se aprimorar, novas formas de adaptação e distribuição das produções passaram a ser criadas, como a Narrativa Transmídia. ​ De acordo com Jenkins, “a narrativa transmidiática refere-se a uma nova estética que surgiu em resposta à convergência das mídias – uma estética que faz novas exigências aos consumidores e depende da participação ativa de comunidades de conhecimento” (JENKINS, 2006.). Para Scolari, "Transmedia Storytelling é uma estrutura narrativa particular que se expande através de diferentes linguagens e mídias(...) [que] participam e contribuem para a construção do mundo narrativo transmidiático" (SCOLARI, 2009, p. 587). E é dentro desse cenário que as séries estão ganhando mais destaque nos últimos anos, propiciando um novo formato de distribuição de conteúdos entre os diferentes meios de comunicação utilizando histórias e mídias distintas adaptadas para atrair e engajar o público. Para analisar essas novas formas de distribuição e compartilhamento dos produtores e também do engajamento do público, escolhemos como nosso objeto empírico para o presente Estudo de Caso Orange Is The New Black, série televisiva norte-americana da Netflix, oficializada no primeiro semestre de 2013. A série televisiva age como uma adaptação ao livro: Orange Is the New Black: My Year in a ​ Women's Prison (2010), criado pela autora Piper Kerman, que contou toda a sua experiência ​ ​ em um presídio feminino. Dessa forma, já é possível identificar que a narrativa sofreu algumas alterações, já que no livro há basicamente a experiência vivida pela própria autora, e na série é possível ver histórias distintas das diferentes personagens que compõem a série. Orange Is The New Black, baseada no livro “Orange is the New Black: My year in a ​ women’s prison”, se trata de uma produção televisiva norte-americana de drama e comédia, ​ que conta a história de Piper Chapman, moradora de classe média alta de Nova York, ​ condenada a cumprir 15 meses na penitenciária feminina federal Lichfield, por ter participado de um esquema de tráfico de drogas coordenado por sua ex-namorada, Alex Vause, que pertencia a um cartel internacional de drogas. O acontecimento havia ocorrido há dez anos atrás, e durante esse intervalo de tempo, Piper Chapman vivia uma vida tranquila e agradável ao lado do seu noivo Larry Bloom. Porém, ela resolve se entregar e acaba indo para a prisão cumprir sua pena. A história se desenvolve dentro do ambiente, onde a cor laranja é predominante entre os uniformes das detentas, e assim Piper conhece um novo mundo, com novas experiências e conflitos compartilhados com as presidiárias e os empregados que ali vivem. De acordo com dados revelados pela Nielsen a respeito da 4º temporada, a série teve quase a mesma audiência do que a famosa série da HBO Game Of Thrones, com primeiro episódio ​ visto por 6,7 milhões de usuários da Netflix e o segundo por 5,9 milhões. ​ ​ ANÁLISE TRANSMÍDIA Orange Is The New Black se trata de uma produção televisiva norte-americana que conta a ​ ​ história de Piper Chapman, moradora de classe média alta de Nova York, condenada a cumprir 15 meses em uma prisão feminina federal intitulada Lichfield, por ter participado de um esquema de tráfico de drogas coordenado por sua ex-namorada, Alex Vause, que pertencia a um cartel internacional de drogas. O acontecimento havia ocorrido há dez anos atrás, e durante esse intervalo de tempo, Piper Chapman vivia uma vida tranquila e agradável ao lado do seu noivo Larry Bloom. Porém, ela resolve se entregar e acaba indo para a prisão cumprir sua pena. A história se desenvolve dentro do ambiente, onde a cor laranja é predominante entre os uniformes das detentas, e assim Piper conhece um novo mundo, com novas experiências e conflitos compartilhados com as presidiárias e os empregados que ali vivem. Segundo Scolari, "Transmedia Storytelling é uma estrutura narrativa particular que se expande através de diferentes linguagens e mídias(...) [que] participam e contribuem para a construção do mundo narrativo transmidiático" (SCOLARI, 2009, p. 587). Assim, como toda narrativa transmídia, Orange is the New Black desde seu início se ​ ​ ​ expandiu para diversos meios. Tendo em vista em que um dos principais objetivos da série é envolver os fãs da produção, a Netflix se apoiou nas redes sociais – principalmente o Facebook - para avaliar o envolvimento do público com o conteúdo da série. Para expandir a série ao longo do tempo são feitas temporadas curtas, de apenas 13 episódios, que fazem com que a trama se desenvolva por várias temporadas sem que se passe muito tempo na história. Dessa forma, a série, que partiu de apenas um livro que narra a experiência da autora durante 15 meses de prisão, conseguiu se estender até agora por quatro temporadas e está com o contrato renovado para durar, pelo menos, até a sétima temporada. Porém, para conseguir expandir a narrativa tanto, foram feitas várias alterações na história original, que distanciam a série do livro em que foi inspirada. A série se estende principalmente nas redes sociais, com páginas oficiais no Facebook, Twitter e Instagram. Além disso, existem também dois aplicativos: Orange is the New App, para fazer montagens com o tema da trama, e OITNB: Red vs Vee, um jogo baseado na segunda temporada da série. O perfil do Instagram replica as postagens das atrizes do elenco e possui mais de trêm milhões de seguidores. Página oficial da série no Instagram. Fonte: <https://www.instagram.com/oitnb> ​ ​ O perfil do Twitter possui aproximadamente 1,8 milhões de seguidores e além de replicar conteúdo de outros sites e perfis que se referem a série, publicam memes e gifs para promover a interação com a audiência. Uma ação que chamou a atenção foi do Halloween, na qual o perfil retuitava as fantasias usadas pelos fãs que postavam as fotos usando as hashtags #HappyHalloween ​ ​ #halloween2016 #OrangeIsTheNewBlack #OITNB e #BigBooHalloween ​ Compartilhamento dos posts de Halloween feitos pelo perfil da série no Twitter. Fonte: <https://twitter.com/_racheljanee/status/793204354396229632> ​ ​ O Facebook é a plataforma na qual observamos o maior engajamento do público. Com quase 7 milhões de seguidores, a página de Orange is the New Black usa a mídia de forma ​ autêntica, visando não replicar o conteúdo da série nas redes sociais e aplicativos, e sim enriquecê-los com influências da cultura pop, da cultura de fãs e da cultura local dos países em que a série é exibida. Mesmo com o fim da quarta temporada, os fãs continuam interagindo com a página, pedindo por mais episódios, por spoilers ou somente declarando seu amor à produção. Durante a divulgação da quarta temporada, duas campanhas obtiveram amplo alcance no público brasileiro: uma incorporou a atriz Inês Brasil à narrativa, lançando dois vídeos especiais com a atriz como detenta de Litchfield; e a outra contou com a participação da apresentadora de programas culinários Palmirinha Onofre, com um vídeo em que o programa da cozinheira é exibido na televisão do presídio e o outro com erros de gravação da senhora tentando falar Litchfield. Os dois vídeos com participação de Inês Brasil somaram mais de onze milhões de visualizações, e os vídeos com a Palmirinha alcançaram quase duas milhões de pessoas. Inês Brasil na campanha da quarta temporada de Orange Is The New Black. Fonte <https://www.facebook.com/pg/OITNBBrasil/videos/?ref=page_internal> A interação com a cultura brasileira não se restringe aos vídeos de campanha de divulgação da série. Através de fotos e comentários, a página do Facebook também incorpora expressões usadas por brasileiros na internet: Aqui, a série utiliza das piadas feitas com as vloggers brasileiras para interagir com seus fãs, tanto na ​ ​ legenda da imagem quanto nos comentários. Fonte: <https://www.facebook.com/OITNBBrasil/photos/a.188162218017385.1073741830.183215455178728/6256 13234272279/?type=3&theater> Aqui, são usadas expressões como “TMJ” (tamo junto) e “crush” para criar uma relação com o público brasileiro. Fonte: <https://www.facebook.com/OITNBBrasil/posts/625044264329176> ​ ​ Além disso, o Facebook oficial lançou também vídeos como “Elenco de OITNB reage aos memes BR” e “Eu shippo, tu shippas, ela shippa”, em que atrizes da série comentam a reação de fãs brasileiros à série. Há também a interação do perfil da série com outras séries, o que acarreta no engajamento de mais de um Fandom: ​ ​ Interação da página de Orange is The New Black com a página de Sense 8. Fonte ​ ​ <https://www.facebook.com/OITNBBrasil/videos/631733316993604/> ​ ​ No aplicativo Orange is the New App os fãs podem fazer montagens e “se inserir” na trama, colando o seu rosto em fotografias dos personagens. Além disso, os usuários podem também criar cartões com fotos e frases da série, baixar cartões temáticos, como do Halloween, e usar emojis personalizados com os personagens de Orange is the New Black. Página principal do aplicativo Orange is the New App. Fonte: Aplicativo Orange is the New App. No jogo Red vs Vee os usuários ajudam as personagens Red e Vee a realizarem o contrabando na prisão, marcam pontos a cada produto entregue e perdem uma vida a cada entrega perdida. O jogo recria vários personagens, como Red, Vee, Nick, Taystee e Piper, e ambientes da série, como a cantina e o gramado da prisão.
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