Governador Cid Ferreira Gomes

Vice Governador Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC Andréa Araújo Rocha

Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Design de Interiores

HISTÓRIA DA ARTE III TEXTOS DE APOIO

Fortaleza - Ceará 2012

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SUMÁRIO

PÓS-IMPRESSIONISMO Relembrando o Impressionismo Contexto histórico e a essência da inovação Paul Gauguim Vincent Willem van Gogh Paul Cézanne

ARTE MODERNA: EXPRESSIONISMO Contexto histórico do surgimento das artes modernas Movimento expressionista O Die Brücke e seus integrantes Edvard Munch Expressionismo no Brasil: Lasar Segall

ARTE MODERNA: FAUVISMO Início A Derain M. de Vlaminck H. Matisse

ARTE MODERNA: CUBISMO Pablo Picasso G. Braque F. Léger Cubismo no Brasil: Tarcila do Amaral e Vicente do Rego Monteiro

ARTE MODERNA: ABSTRACIONISMO Conceito de abstracionismo Artistas em destaque: W. Kandisnky e Piet Mondrian O abstracionismo no Brasil: Antonio Bandeira

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MOVIMENTO MODERNISTA NO BRASIL Contexto histórico no Brasil O desenvolvimento da Semana de arte moderna ;, Mario de Andrade e Tarcila do Amaral

ARTE MODERNA: FUTURISMO Conceito desta arte Manifesto de Marinetti C. Carrá

BAUHAUS Conceito desta arte A escola de ULM

OPTICAL ART Conceito e finalidade Artistas principais

POP ART Conceito e finalidade Artistas principais

MINIMALISMO Conceito e finalidade Artistas principais

ARTE PÓS-MODERNA Conceito e finalidade Artistas principais

ARTE NO CEARÁ Movimentos artísticos: pintura e arquitetura

BIBLLIOGRAFIA

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PÓS-IMPRESSIONISMO

Relembrando o Impressionismo

O impressionismo foi um movimento artístico que rompeu com os objetivos da pintura acadêmica e promoveu uma nova forma de abordagem sobre os elementos dessa arte. Desenvolveu-se largamente na segunda metade do séc. XIX, tendo como ponto de divulgação a exposição de 1874 no salão de , e impulsionou muitos artistas no início do século XX a terem seu próprio estilo de pintura no que diz respeito a temáticas, abordagem das cores e das formas. Os principais pintores impressionistas são: Claude Monet (1840 – 1926), Pierre Auguste Renoir (1841 – 1919) e Edgar Degas (1834 – 1917).

Contexto histórico e a essência da inovação

O século XIX, na Europa, se caracteriza pela estruturação de um modelo de civilidade que se disseminava nos diversos setores da sociedade, uma forma econômica que vislumbrava o lucro e o empreendedorismo e uma nova cultura promovida pela burguesia, nova classe emergente. O impressionismo se desenvolveu em meio a muitas inovações tecnológicas tanto na ciência, mecânica como nos produto artísticos como as tinta em tubos. A Europa vivia uma “bela época” (Belle Èpoque) devido a prosperidade econômica e social proporcionada pelas conquistas territoriais de outros povos e melhorias nas estruturas das cidades.

Com a quebra da tradição pictórica produzida pelos impressionistas a liberdade criativa e inventiva foi expandida e muitos artistas que conviviam nesse meio não se identificavam com os padrões de pintura academicista e nem impressionista, desenvolvendo diferentes tipos de pintura que posteriormente foras classificadas de pós-impressionista. O impressionismo abriu a porta para o surgimento das artes modernas no século XX.

Paul Gauguin

Ele foi um dos artistas pós-impressionista junto com Van Gogh e Cézanne. Nasceu em 1848 e se interessou pela pintura depois de trabalhar na marinha mercante ainda na sua juventude. Ele mostrou suas pinturas na quinta exposição impressionista, em 1880, absorveu alguns

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elementos do impressionismo, mas enveredou num estilo próprio trabalhando com a tinta pura em áreas de cores bem definidas, as formas imagéticas se davam por arranjos simbólicos entre linhas e cores. Seus temas de pintura voltavam-se para as culturas primitivas. Em 1886 abandonou sua família para viver como pintor de tempo integral. Em 1891 ele passou a viver no Taiti junto ao povo polinésio pintando seus costumes e sua cultura. Essas ilhas o atraíram pela simplicidade de seus habitantes e pela natureza primitiva despertando no pintor uma nova concepção de vida e uma nova percepção da realidade.

Arearea, 1892(Alegria).

“Sua arte registra sua tentativa de se tornar um com o povo da ilha; as figuras se tornam mais simplificadas, os contornos mais claros e as cores mais vivas e mais dramáticas. Foi um dos primeiros artistas a encontrar inspiração nas culturas primitivas.” (HODGE,2009)

Em 1903, Paul Gauguin morre prematuramente devido a sífilis.

Jacó e o anjo, 1888.

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Paul Gauguin

Vincent Willem van Gogh

Ele nasceu em 1853 na cidade de Etten, Holanda. Em sua juventude foi pregador para os mineiros de Borinage, Bélgica, onde também produzia seus quadros sobre a vida dos mesmos. Sua pintura nesse período era sombria e as personagens melancólicas. Ele em 1881 acabou voltando para casa, pois foi rejeitado pela igreja levando-o a voltar-se completamente para a arte.

Abaixo em, Os comedores de batatas, 1885. Este quadro demonstra a preocupação social do artista com as condições dos mineiros. Observe a intensidade da cor, a expressão facial dos personagens.

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Em 1886 foi para Paris e conheceu o impressionismo que logo abandonou, pois procurava um outro caminho para sua arte. Ele vivia com seu irmão Theo, um negociador de artes. Depois ele se mudou para Arles, no sul da França.

Van Gogh sofria de doença mental assim como mais três de seus cinco irmãos, teve várias crises nervosas chegando a se internar num manicômio em uma dessas crises acabou cortando uma parte da orelha. Nesse local ele tinha vários surtos criativos chegando a produzir setenta e seis pinturas no total.

Em 1890, foi para Avéns, uma cidade da França e lá pintou cerca de oitenta telas com cenas inquietantes, nas quais predominam cores fortes e linhas retorcidas. Nesse mesmo ano Auto retrato com a orelha Van Gogh se suicidou dando um tiro em seu peito. cortada 1889. Ele era um inconformista, um homem zeloso que se jogava completamente em tudo o que fazia. Nos últimos dez anos de sua vida produziu mais de 2000 pinturas. Uma característica sua era o uso de cores dramáticas e vibrantes que eram aplicadas generosamente com pinceladas curtas e largas, lado a lado, sem misturas. Ele exagerava e mudava coisas para se conformarem à sua visão; seu interesse estava em expressar o lado selvagem da natureza.

Enquanto viveu, Van Gogh não teve o reconhecimento: o público e os críticos não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender seu esforço para expressar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores.

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O pintor fez essa tela (imagem anterior), alguns dias antes de se matar. A interpretação mais comum da obra sugere que o céu escuro e turbulento, o caminho confuso e os corvos negros revelam se estado mental atormentado na época (...)”(HODGE,2009)

Paul Cézanne

Paul Cézanne

Nasceu em 1839 na cidade de Aix – em – Provence, França. Filho de família rica, iniciou sua carreira de pintor junto aos impressionistas, mas não permaneceu por muito tempo, preferindo trabalhar com outras temáticas. Ele pesquisou a maneira de pintar de outros artistas, fez experimentos em seu ateliê, buscou representar as permanências da natureza: linhas, formas de objetos e paisagens. A tendência deste pintor foi geometrizar (transformar diversos tipos de linhas que dão forma aos objetos em formas geométricas) as figuras da realidade se utilizando de formas como o cilindro, os cones, esferas, círculos...

Sua arte amadureceu no período de 1885 a 1895, quando morou em sua cidade natal, longe das agitações de Paris. Ele pintou alguns retratos da mulher e do filho, mas não buscando uma fidelidade ao real, como podemos ver na imagem abaixo. Ele fez vários experimentos relacionados a forma dos objetos e analisava como isso afetava o plano da pintura.(planos e perspectivas). Cézanne prefigurou o cubismo e pavimentou o caminho para a pintura no século XX

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Natureza morta com maças, 1893. Encontre na imagem as formas geométricas citadas no texto e observe como ele constrói a noção de profundidade através da disposição dos objetos nos planos.

O castelo de Médan, 1879-1881.

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ARTE MODERNA: EXPRESSIONISMO

Contexto histórico

O início do século XX foi uma continuação acentuada do desenvolvimento industrial europeu e americano (EUA), as disputas por mercados consumidores também aumentaram e muitos países investiram em alianças políticas para garantir seus negócios. Com isso se preparou o terreno para vários conflitos nos países tidos como modelos de civilização e de progresso e esses não se deram só no campo político, mas cultural também.

A arte que seguia os padrões da “Belle Èpoque” francesa sofreu mais impacto com o advento dos conflitos da primeira e segunda guerra mundial, ela tornou-se mais intimista, trazendo à tela as intenções criativas do artista, este poderia se unir a outros e formarem parâmetros para composição de estilos de pintura organizando–se em movimentos artísticos. À série de movimentos desencadeados no início do século XX denominamos de Arte Moderna.

Movimento expressionista

O expressionismo foi um dos movimentos artísticos que se desenvolveu nesse período e almejava a liberdade de expressão dos artistas quer eles sejam pintores, escultores, dançarinos, escritores... Edvard Munch resume bem o objetivo desse estilo artístico.

“A arte é o oposto da natureza. Uma obra de arte só pode vir de dentro de uma pessoa” (DEMPSEY, 2003).

O expressionismo teve origem na Alemanha com o grupo chamado Die Brücke (a ponte), mas se expandiu como estilo por diversos países como França, Bélgica e Estados Unidos. Desenvolveu-se como uma reação ao impressionismo: enquanto este se interessava pelas sensações provocadas pela luz, o expressionismo procurava retratar as inquietações do ser humano, as emoções que residiam no fundo do artista.

Algumas características deste movimento são:

• Ênfase nas emoções subjetivas;

• Uso das cores simbólicas e exageradas;

• No caso da Alemanha há uma representação mais sombria da Humanidade;

• Seus temas de pintura são as perturbações íntimas causados pelas incompreensões, o Técnico em Design de Interiores 10 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

misticismo.

“Num nível mais amplo, a eliminação do papel descritivo da arte, a exaltação da imaginação do artista e a ampliação dos poderes expressivos da cor, linha e forma afetaram em certa medida toda a arte que veio em seguida.” (DEMPSEY, 2003)

O Die Brücke e seus integrantes

O Die Brücke é a denominação do movimento expressionista desenvolvido na Alemanha, seu nome significa “A Ponte” e foi escolhido por Schmidt – Rottluff para simbolizar a ponte que formaria com a arte do futuro. Os componentes foram: Ernst Ludwig Kirchner, Erich Heckel, Karl Schmidt Rottluff, Emil Nolde e Max Bekmann. Eles eram jovens que idealizavam mudar o mundo, torná-lo melhor para todos por meio da pintura. Viam–se como revolucionários ou profetas, mais do que de mantedores da tradição. Um dos propósitos do grupo era defender maior conexão entre a arte e a vida. Esse grupo se inspirou nas pinturas de Paul Gauguim, Van Gogh e Edvard Munch, bem como na literatura russa, em destaque Dostoiéviski.

A Ponte organizou uma série de exposições, as duas primeiras em 1906 e 1907, realizadas no salão de uma fábrica em Dresden. Seus trabalhos percorreram a Alemanha, a Escandinávia e a Suíça.

Por volta de 1911 todos os membros do grupo haviam se mudado para Berlim, Capital da Alemanha, e passaram a seguir trajetórias distintas, começaram a se distanciar dos princípios estilísticos que haviam contribuído para a unicidade de seu trabalho.

“A Ponte foi efetivamente uma ligação do impressionismo e pós-impressionismo com a arte do futuro, que afirmaria sua independência em relação aos meios e à expressão por intermédio da cor, da linha, da forma e da bidimensionalidade.” (DEMPSEY, 2003)

Edvard Munch

Ele nasceu em 1863. Pintor norueguês que inspirou o movimento expressionista. Ele teve contato com as obras de Gauguin e Van Gogh e absorveu delas a utilização da cor intensa e a dramaticidade na composição da imagem.

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Edvard Munch

O uso dessas maneiras de pintar foi aliado a uma profunda angústia emocional que vinha de uma necessidade de expressar seus sentimentos mais profundos nas obras de Munch.

Quando ele tinha cinco anos sua mãe faleceu e aos dezesseis fora sua irmã. Essas experiências o afetaram profundamente e na fase adulta desenvolveu problemas psicológicos, sendo sujeito à terapia de choque. Ele, depois, acabou estudando arte em Christiana (hoje Oslo) e viajou para Alemanha, Itália e França, antes de se estabelecer em Oslo.

Na figura abaixo podemos analisar a construção pictórica do artista. Ele criou seu estilo próprio utilizando de linhas serpenteantes e cores fortes cercando figuras que não se assemelham a realidade, figuras estranhas e oníricas.

“O Grito” de 1893.

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As duas obras, “O Grito” de 1893, e a que está abaixo, “Melancolia” fazem parte do Ciclo de pinturas “O friso da vida”, feito nos anos de 1890. Esse ciclo revela a preocupação com temas como a alienação, a neurose e a morbidez.

Melancolia 1891 - 1892

Munch tinha dificuldades no relacionamento com mulheres, não sabia lidar com elas, em suas pinturas ele as representa de modo poderoso e enigmático. Ele levou uma vida desregrada e quanto mais infeliz ficava, mais autobiográfica suas telas se tornavam produzindo imagens inquietantes e contorcidas. Ele expôs suas telas em diversos lugares e ganhou vários prêmios. Também produziu águas fortes, litogravuras e esculturas em madeira.

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Vampiro (1893).

Expressionismo no Brasil: Lasar Segall

“Antes do movimento modernista de 1922, foi Lasar Segall que proporcionou ao Brasil o pri- meiro contato com a arte européia mais inovadora. Segall nasceu na Lituânia e estudou pintu- ra na Alemanha, para onde se mudou em 1906. Em 1912 esteve nos países Baixos e em 1913 veio ao Brasil, onde expôs sua pintura já com nítidas características expressionistas. Essa ex- posição foi um dos acontecimentos precursores da arte moderna no Brasil. Em 1924 Segall fi- xou residência em São Paulo e passou-se a desenvolver uma pintura mais próxima da realida- de brasileira.” (PROENÇA, 2008).

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Schmerz, 1909.

Vaterlos [Viúva e Filho], 1909.

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ARTE MODERNA: FAUVISMO

Início

Em 1905, na exposição do Salão de Outono, alguns jovens pintores foram chamados de Fauves “feras” em francês, pelo crítico de arte Lois Vauxcelles. Isso se deu pela maneira como as co- res foram expostas, eram puras, não havia gradação de tons. O Fauvismo, como ficou conhe- cido, não era um grupo articulado como as outras linhas estilísticas, não eram organizados conscientemente com um programa consensual.

O Fauvismo se caracteriza por formas simplificadas e pelo emprego de cores puras. As figuras são apenas sugeridas e não representadas de modo realista. Os tubos de tinta eram usados sem misturas, por isso serem puras. Suas pinturas criam uma atmosfera decorativa, mais do que uma cena descritiva retratando uma abordagem positiva da vida. Os fauves compartilha- vam a atitude simbolista, no sentido de que a arte deveria evocar sensações emocionais por meio da forma e da cor.

Inicialmente as obras dos fauves foram incompreendidas pelos críticos de arte e de alguns apreciadores, o próprio nome foi dado com o objetivo de depreciar o estilo da pintura, poste- rior as exposições as obras tornaram-se o que havia de mais desejável no mercado das artes, porque foi uma das vanguardas a agitar estes ambientes. “Por volta de 1906 os fauves passa- ram a ser vistos como os pintores mais avançados de Paris.” (DEMPSEY, 2003)

Os pricipais Fauvistas foram André Derain (1880- 1954), Henri Matisse (1869 – 1954), Maurice de Vlaminck (1876 – 1958), Raoul Dufy (1877 – 1953), Georges Rouault (1871 – 1958) e muitos outros que absorveram e executaram os objetivos dessas pinturas.

Os Fauvistas fizeram “barulho”, rapidamente suas obras foram valorizadas e compradas pelos marchades¹ e colecionadores. Sua dissolução também foi breve. Cada artista acabou seguindo seus próprios caminhos e criando seus estilos e a atenção no mundo da arte acabou se voltan- do para os cubistas.

André Derain

“As cores se tornaram cargas de dinamite. Elas deveriam explodir em luzes. Tudo poderia ser elevado acima do real.”

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Este artista foi um dos mais representativos desse estilo de pintura. Ele pintou paisagens que eram notáveis por suas cores quentes assim como pelas pinceladas quebradas no estilo de mo- saico. O tema preponderante na obra de Derain é a alegria da cor. Ele pintou uma série de cenas do rio Tamisa em resposta às cenas de Londres pintadas por Claude Monet. Tal como a obra deste , Londres é representada com vivacidade, mas a de Derain é totalmente diferente. Você pode ver abaixo essas distinções.

Claude Monet (French, 1840–1926). Waterloo Bridge, London, circa 1903

A ponte de Londres, 1905.

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Derain combinava aspectos da técnica divisionista com as áreas uniformes da cor de Gauguin unidas à perspectiva inclinada de Cézzane a fim de criar uma nova sensibilidade da cor. Ele teve contato com Pablo Picasso, mas se entregou a uma abordagem mais clássica. Em seus úl- timos anos, Derain trabalhou como cenógrafo de balé e ilustrador de livros.

Três figuras sentadas na relva, 1906.

Maurice de Vlaminck

Ele nasce em 4 de abril de 1876 e faleceu 11 de outubro de 1958. Sua natividade se deu em Paris em uma família de músicos. Seu pai lhe ensinou a tocar violino, mas ele enveredou pelo campo das artes plásticas, estudou com Henri Rigalon na Ile Chatou e permaneceu em busca de inspirações. O ponto de viragem na sua vida foi um encontro ao acaso no trem para Paris no final da sua estadia no exército. Vlaminck, então com 23 anos, conheceu um aspirante a

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artista, André Derain , com quem se tornou amigo para a vida. Eles dois chegaram a alugar um estúdio para produzirem suas pesquisas e obras, mas o serviço militar os convocou.

Em 1894, casou com Suzanne Berly Vlaminck. Eles se matinham com o trabalho de Vlaminck, pintando durante o dia e ganhando a vida dando aulas de violino e grupos de produtos de mú- sicos da noite.

Em 1911, ele se mudou para Londres estabelecendo residência em um subúrbio a noroeste de Paris, ele se casou com sua segunda esposa, Berthe Combes, com quem teve duas filhas. Morreu em Rueil-la-Gadelière em 11 outubro de 1958.

Maurice de Vlaminck

No que diz respeito a suas produções ele sofreu muito impacto das obras de Van Gohg na ex- posição que teve em Paris no ano de 1901. Ele declarou mediante as pinturas: “eu era um sel- vagem de bom coração, repleto de violência”. Afirmou que amou mais os produtos de Van Gogh do que seu pai. Adquiriu o costume de espremer a tinta diretamente do tubo sobre a tela, expondo a fisicalidade do material.

El castanal̃ en Chatou, 1905.

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Vlaminck abandonou as cores fauves para concentrar-se em paisagens, numa espécie de rea- lismo expressivo, que aproximou sua obra dos expressionistas alemães.

Puteaux, 1915.

Henri Matisse

Henri-Émile-Benoît Matisse nasceu em Le Cateau-Cambrésis, Nord, França, e cresceu em Bohain-en-Vermandois, Picardia, França, onde seus pais possuíam um negócio de sementes. Ele era o seu primeiro filho.

Em 1887, foi para Paris para estudar Direito, trabalhando como um administrador do tribunal de Le Cateau-Cambrésis depois de obter sua qualificação.

Começou a pintar em 1889, quando sua mãe lhe trouxe o material necessário durante um período de convalescência após um ataque de apendicite. Ele descobriu "uma espécie de paraíso", como ele mais tarde descreveu, e decidiu tornar-se um artista, decepcionando profundamente seu pai.

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Em 1891, retornou a Paris para estudar arte na Academia Julian e tornou-se um aluno de William-Adolphe Bouguereau e Gustave Moreau. Inicialmente pintou naturezas-mortas e paisagens no tradicional estilo flamengo, no qual ele obteve proficiência razoável. Chardin foi um dos pintores mais admirados por Matisse. Como um estudante de arte, fez quatro cópias de pinturas de Chardin no Louvre. Em 1896, exibiu cinco pinturas no salão da Sociedade Nacional de Belas Artes e o estado comprou duas de suas pinturas. O resultado permitiu o contato com Auguste Rodin e Camille Pisarro. Em Luxemburgo, a partir de 1897, começa a se interessar pelo impressionismo.

Em 1897 e 1898, visitou o pintor John Peter Russell na ilha Belle-Isle, na costa da Bretanha. Russell introduziu-o no impressionismo e mostrou-lhe o trabalho de Van Gogh. O estilo de Matisse mudou completamente. Na percepção de Cézanne da estrutura e cor pictóricas Matisse encontrou sua principal inspiração. Muitas de suas pinturas entre 1899 e 1905 fazem uso de uma técnica pontilhista adotada de Signac.

Com a modelo Caroline Joblau, ele teve uma filha, Marguerite, nascida em 1894. Em 1898 casou-se com Amélie Noellie Parayre; os dois educaram Margarida juntos e tiveram dois filhos, Jean (nascido em 1899) e Pierre (nascido em 1900). Marguerite frequentemente serviu como modelo para Matisse.

Em uma semana de passeio a Londres, conheceu a pintura de William Turner, que também viria a influenciá-lo, após conselho de Camille Pissarro.

Ele expôs em 1901 no Salão dos Independentes e participa pela primeira vez do Salão de Outono em 1903. Em exposição realizada em 1904 em Ambroise Vollard não obteve grande sucesso. No ano seguinte, juntamente com o grupo, expôs no salão de Paris, desta vez o grupo foi reconhecido como os fauves e Matisse como líder. Outra parte do público ficou escandalizada com as cores violentas e puras de suas obras.

Várias viagens, que seriam inspiradoras, foram feitas neste período. Ele visitou Argélia, Itália, Alemanha, Marrocos, Rússia, Estados Unidos e Taiti.

Em 1908 fundou a Academia Matisse para uma seleção cosmopolita de estudantes e publicou "Notas de um Pintor" onde estavam suas crenças artísticas. A academia foi paralisada em 1911.

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Entre 1913 e 1917, fase que ele considerou mais importante, sua pintura era um pouco austera, com linhas retas e formas geométricas. Depois seu estilo ficou mais solto, figuras femininas e o interior foram seus principais temas, trabalhados em estilo livre e com cores decorativas.

Em 1916 e 1917, passou os invernos em Nice e depois decidiu ficar em Côte d'Azur, que ele considerou um paraíso, conforme está descrito em seus quadros.

Matisse conseguiu reputação internacional com exibições em Moscou, Berlim, Munique e Londres.

Em 1913, expôs em Nova Iorque ao lado de Marcel Duchamp e Francis Picabia, como representantes de uma precursora arte moderna.

Em 1941, adoentado por um câncer, foi hospitalizado em Lyon, onde os médicos deram a ele seis meses de vida. Sem poder viajar, utilizou experiências recolhidas em suas viagens para aperfeiçoar sua originalidade. Sua enfermeira, Monique Bourgeois, aceitou ser sua modelo. Nesse período, Matisse inventou a técnica de "desenho com tesoura", quando também implementou da série Jazz.

Em 1945, fez uma grande retrospectiva no Salão de Outono, quando realizou trabalhos com tapeçaria inspirado pelo céu e mar da Polinésia Francesa.

A dança, 1909.

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A alegria de viver, 1905-1906.

Henri Matisse

Em 1952, inaugurou um museu em sua cidade natal.

Seu trabalho, A tristeza do rei foi último auto-retrato.

Henri Matisse foi sepultado no cemitério de Cimies.

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ARTE MODERNA: CUBISMO

Esse movimento se desenvolveu simultaneamente aos Fauves mas substitui-o ganhando espaço nas exposições e nos mercados de arte e em 1912 já alcançava amplitude mundial. Cubismo como ficou conhecido foi denominado assim pela forma das figuras. O crítico Louis Vauxcelles declarou que elas não passavam de pequenos cubos. Há uma redução das formas, figuras, pai- sagens, casa, pessoas a padrões geométricos, a cubos.

Essa arte foi fruto das experiências feitas por Cézanne, para ele a pintura deveria tratar as formas imutáveis da natureza, como cones, esferas e cilindros.

Pablo Picasso e George Braque foram os precursores desse movimento, eles estabeleceram uma técnica para este tipo de produção. Em torno de 1909, os dois, que eram amigos íntimos, trabalharam juntos até 1914, quando Braque foi chamado para a primeira guerra.

A técnica criada por eles pretendia conduzir o olhar a diferentes áreas da pintura, e ao mes- mo tempo cria um sentido de profundidade, chama a atenção para a superfície da tela e pro- jeta-se no espaço do observador.

Para os artistas o maior desafio dessa arte era representar três dimensões na superfície bidi- mensional da tela. Eles rejeitaram a perspectiva linear, representar a pintura somente de um ponto de vista. Pelo contrário representar vários pontos de vista tornava o realismo da obra mais inteligente do que as representações ilusionistas do academicismo. O cubismo se relacio- na com as teorias intelectuais de sua época, por exemplo, especulações sobre a quarta di- mensão, o oculto e a alquimia.

O movimento teve duas fases, a analítica e a sintética. A analítica consisti em figuras total- mente desestruturadas e decompostas em partes sendo organizadas em planos que se interpe- netram. A fragmentação é tão intensa que se torna impossível o reconhecimento de qualquer figura. A função da cor é reduzida e a pintura tende à monocromia( uma única cor e suas gra- dações de tons) para evitar qualidades emotivas. Geralmente eram cores neutras como cas- tanho, cinza e bege. Os temas são de natureza- morta. Mais do que descritos os objetos são sugeridos. Abaixo você pode ver a pintura de George Braque e observar as características apresentadas.

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O Jarro e o violino, 1910, George Braque.

A segunda fase se chama cubismo sintético transcorrido entre 1911 e 1912. Pablo e Braque partiram para um modo de expressão no qual o tema era mais reconhecível, porém repleto de simbolismo. Eles adotaram uma mistura de técnicas. Além da pintura, é possível perceber nas obras colagem de materiais diversos, como jornais, revistas e papéis de parede. A associação de significados nessa fase é mais complexa.

Com isso, o trabalho ganha textura, brilho e cores bem diferentes. Volume e espaço são insi- nuados com pequenos e leves traços de sombra. Outra mistura que ocorre é a de letras, nú- meros, frases e outros símbolos tipográficos. Nessa fase a abstração é amenizada e a imagem volta a ter uma relação, ainda que pequena, com o mundo real. Os artistas utilizam materiais diversos e sem ligação entre si como instrumento para criar o “real”. Como explicou o jovem espanhol Juan Gris (1887 – 1927) que se uniu a eles nessa fase: “posso criar uma garrafa a partir de um cilindro”. Abaixo você tem um exemplo dessa fase.

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Violão e violino, 1913 Juan Gris.

Os conceitos cubistas também repercutiram nas outras linguagens artísticas como a escultura, a arquitetura e as artes aplicadas incluindo mobiliário, jóias, objetos de mesa, artefatos, ce- râmica e paisagismo.

“As novas técnicas não só libertaram os escultores, permitindo-lhes recorrer a novos temas (não humanos), como também os impeliram a pensar as esculturas como objetos construídos, e não apenas objetos modelados”. (DEMPSEY, 2003)

Os ideais e técnicas desse movimento artístico serviu como catalizador para outros estilos como o futurismo, o expressionismo, o construtivismo, o obstracionismo, o surrealismo. Até hoje suas obras são impactantes e exigentes na intelectualidade.

Pablo Picasso

Nascido em Málaga, no sul da Espanha, Picasso era filho de um professor de arte. De 1901 até 1906, ele viajou entre Barcelona e Paris, trabalhando em uma série de retratos melancólicos mostrando a miséria e a pobreza, representando aqueles que viviam nas ruas. Este período fi- cou conhecido como sua fase azul e foi rapidamente seguida pela fase rosa, que apresentava figuras de artistas de circo que eram menos severos e mais calorosos em tom.

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O velho guitarrista, 1903 – Fase azul.

A família de Saltimbancos, 1905 – Fase rosa.

Sua pintura seminal, Lês demoiselles d’ Avignon, começada em 1906, foi realizada em um momento decisivo. Marcou o início do cubismo e foi uma tentativa de romper com o plano da

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pintura em uma série de formas geométricas. (...) a partir de 1914. Picasso, sem parar em- purrou seu trabalho para todo tipo de novas direções. Ele se voltou para a mitologia clássica, touradas, e a guerra, era fascinado por política; sua pintura Guernica, de 1937, expressa elo- quentemente sua repugnância em relação a futilidade da guerra.

Fez também várias pinturas que trazia referência às obras de outros artistas, mais notavel- mente uma série baseada em Lãs meninas por outro espanhol, Velazquez. Outras pinturas simplesmente surgiram das viagens imaginativas que Picasso se permitia fazer, utilizando uma variedade de imagens conscientes e do subconsciente e mostrando o artista como um tipo de figura xamânica, capaz de todo tipo de feitiçaria e artifício.

(DEMPSEY, 2003, PÁG. 150)

Lês demoiselles d’ Avignon, 1907

OBRA QUE MARCA O INÍCIO DO CUBISMO

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Guernica, 1937

Retrato simbólico do bombardeio alemão na guerra civil espanhola.

George Braque

George Braque

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Georges Braque foi pintor e escultor francês, e um dos fundadores do Cubismo juntamente com Pablo Picasso. Quando muito jovem, brincava com as possibilidades das cores, criando misturas na fábrica de tintas de seu pai. Foi educado em Le Havre e estudou na Ècole des Be- aux-Arts de 1897 a 1899. Em 1901 mudou-se para Paris estudando na Academie Humbert, co- nhecendo o artísta Francis Picabia. Em 1907, participa do Salão dos Independentes, expondo pinturas com formas essenciais e muitos contrastes de cor (de forte influência Fauvista ). Nes- ta exposição conhece Pablo Picasso mantendo uma parceria em torno das idéias que desenca- deariam o Cubismo.

Em 1908 fez sua primeira exposição individual em Paris e a partir de 1911 passou a incorporar a técnica da colagem na composição das Pinturas. Manteve sua parceria com Picasso até 1914, quando foi convocado para a I Guerra e acabou se ferindo. Após a Guerra, trabalhou com Ce- nografia, criando projetos para os Ballets Russes de Serguiei Diaghilev e em 1922 expôs no Sa- lão de Outono em Paris, consagrado como um dos Pintores Modernos mais importantes.

Nos anos trinta dedicou-se à Escultura e à Gravura e fez sua primeira exposição Retrospectiva na Suíça. Entre suas obras destacamos – “O Porto de L`Estaque” e “Paisagem em L`Estaque” de 1906, “Grande Nu”de 1907, “O Violino” de 1911, “Vaso e Pêra” de 1918, “A Mesa de Már- more” de 1925 e “Mulher do Bandolin” de 1937.

(texto: www.cursodehistoriadaarte.com.br, Luiz Roberto Lopreto).

Paisagem em L`Estaque

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F. Léger

Nascido na Baixa-Normandia, iniciou a sua formação artística aos catorze anos, sendo aprendiz de um arquitecto em Caen. Em 1900 rumou para Paris, onde ingressou na Escola de Artes Decorativas, após uma tentativa frustrada de ingressar na Es- cola das Belas-Artes.

Em 1908, e na mesma cidade, instalou-se num edifício conhe- cido como "Ruche", onde conviveu com outros artistas como Jacques Lipchitz, Robert Delaunay e até Marc Chagall, tendo- se tornado um dos melhores amigos deste último.

Entre 1909 e 1910, realizou a sua primeira grande obra Nus no bosque, uma pintura onde são notáveis as aspirações impressionistas.

A partir do ano de 1911, conheceu Pablo Picasso e Georges Braque, os quais lhe transmitiram influências cubistas, nas quais se aplicou e trabalhou durante a maior parte da sua carreira artística.

Em 1914, com o início da Primeira Grande Guerra, Léger foi recrutado para as trincheiras. Após esta etapa da sua vida, a sua pintura passou a representar a sua admiração pelos objec- tos mecânicos, tendo especial interesse pelos tanques de guerra.

A partir de 1920, predomina em sua obra a figura humana enquadrada por elementos industri- ais. Ainda na segunda década do século, numa nova fase da sua vida, produz e dirige o filme O ballet mecânico.

Devido à Segunda Grande Guerra, exilou-se nos Estados Unidos da América, onde foi professor na Universidade de Yale e no Mills College, tendo voltado para França em 1945.

De volta à sua terra natal, concebeu os vitrais da Igreja do Sacré-Coeur de Audincourt e um painel para o Palácio das Nações Unidas de Nova Iorque.

Em 1945 filiou-se no Partido Comunista e a sua obra passa a focar o trabalhador e o proletari- ado.

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Pintou, em 1954, o seu mais conhecido quadro: A grande parada.

Em 1955, ano do seu falecimento, foi homenageado com o prémio da Bienal de São Paulo.

O trabalho de Léger exerceu uma influência importante no construtivismo soviético. Os mo- dernos pôsteres comerciais, e outros tipos de arte aplicada, também se vieram influenciar por seus desenhos. Em seus últimos trabalhos, realizou uma separação entre a cor e o desenho, de tal maneira que suas figuras mantêm seus formulários robóticos definidos por linhas pre- tas.

(texto: www.wikipédia.org)

Léger foi um dos cubistas que entraram em1910 no movimento e infundiu no cubismo algo muito original seu, a estética da máquina, numa celebração da vida moderna e das formas da maquinaria, o que resultou numa arte viva e humana, que foi facilmente transportada para outras formas, como o teatro.

Natureza morta com candelabros

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Cubismo no Brasil: e Vicente do Rego Monteiro

No período de desenvolvimento do Cubismo na França a elite brasileira bem como a formação dos artistas plásticos nacionais ainda detinha seu conceito de belas artes fincado no academi- cismo Europeu. Todavia com o advento do estilo cubista para movimento alguns pintores tive- ram contato e divulgaram este estilo no país. Os dois que se destacam pelo uso das técnicas cubistas foram Tarsila do Amaral e Vicente do Rego Monteiro.

Tarsila do Amaral

Nasceu em 01 de setembro de 1886 na cidade de Capivari, estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.

Sua carreira artística começou em 1916, depois que se separou do marido. Em 1920 foi para a Europa, onde estudou com mestres franceses até 1922. No mesmo ano veio ao Brasil, mas em 1923 voltou à Europa, onde passou pela influência impressionista e, depois, cubista. Nessa fase ligou-se a importantes artistas do modernismo europeu, como Picasso e Brancusi.

Tarsila não participou da semana de arte moderna no Brasil, mas colaborou decisivamente para a arte moderna brasileira. A pessoa que possibilitou essa colaboração foi Anita Mafaltti, outra pintora modernista. Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald, o também escritor Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas, conferências.

Em 1924 volta novamente ao Brasil e dá inicio a fase a que deu o nome de Pau Brasil caracterizado pelas cores ditas caipiras como rosa e azuis, as flores e plantas tropicais, dos caboclos e negros, da melancolia das cidadezinhas, tudo isso enquadrado na solidez da construção cubista. E essas cores tornaram-se a marca da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore.

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O segundo momento de Tarsila na pintura foi dentro do movimento antropófago que queria deglutir, engolir, a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro. Ela pintou um quadro que virou símbolo do movimento “Abaporu”, que na língua tupi significa o homem que come carne humana, o antropófago.

Por fim terminando o seu casamento com Oswald de Andrade e namorando um médico comunista chamado Osório César, Tarsila envereda pelas temáticas sociais e produz várias telas dentre elas operários de 1933. Ela sensibilizou-se com a causa operária e foi presa por participar de reuniões no Partido Comunista Brasileiro com o namorado. Depois deste episódio, nunca mais se envolveu com política e após terminar seu namoro, retoma as temáticas trabalhadas na fase do Pau Brasil.

Na sua idade madura, em 1949, sua única neta Beatriz morreu afogada, tentando salvar uma amiga em um lago em Petrópolis. E em 1966, Tarsila perde sua filha Dulce. Ela cresceu em amizade com Chico Xavier após o falecimento de sua neta. Em 1973 Tarsila morre. Atualmente suas pinturas fazem parte do Acervo do Palácio do governo do Estado de São Paulo e até hoje contribuem para a repercussão da arte brasileira no exterior.

O MAMOEIRO, 1925

Esse quadro pertence a fase Pau Brasil.

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Vicente do Rego Monteiro

Ele nasceu em recife no dia 19 de dezembro de 1899 em Recife, Per- nambuco. Aos 12 anos foi estudar pintura na Europa, na famosa Aca- demia Julien, entre os anos de 1911 e 1914. Aos 14 anos teve a opor- tunidade de expor suas obras no Salão dos independentes, em Paris.

Voltou ao Brasil em 1917 e participou da Semana de arte Moderna em 1922, suas pinturas no estilo cubista e futurista chamaram muita atenção neste evento. Aqui no Brasil ele foi professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de e do Instituto Cultural das Artes de Brasília.

Vicente se uniu aos interesses modernistas acerca da temática brasileira, em particular os indígenas da região amazônica, sobretudo as narrativas lendárias, transportando-as para a linguagem visual nos anos 20. Além de pintor, Vicente do Rego Monteiro foi também, entre outras atividades, cenógrafo e editor.

Dono de um estilo singular, seus trabalhos são marcados pela simetria das composições, rigorosamente executadas, como em "Mulher Sentada". E mesmo em trabalhos assimétricos como "Goleiro", pertencente a uma série surgida a partir do gol nº 1000 de Pelé, o equilíbrio da composição é uma preocupação constante na obra do artista, além dos tons terrosos. Sua obra se enquadra na primeira fase cubista, analítica.

Pietá, 1924.

Vicente pintava suas cenas, de temática bíblica ou do cotidiano brasileiro, num estilo figurativo geometrizado, em que a cor era usada de maneira econômica, priorizando cores terrenas.

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ARTE MODERNA: ABSTRACIONISMO

Conceito de abstracionismo A pintura de um modo geral tem por finalidade representar o mundo em que se vive, ou uma idéia ou sentimento que o artista tem, ou simplesmente criar formas racionais. Na pintura Abstrata como, o próprio nome já diz, não tem por objetivo representar o real, mas se carac- teriza pela ausência de relação imediata entre as formas e as cores representadas e as formas e as cores reais. Assim, uma tela abstrata não narra cenas históricas, nem representa literatu- ras, mitologia ou figuras religiosas.

O abstracionismo surgiu no século XX, mais precisamente na Alemanha, mas teve muitos des- dobramentos em vários lugares do mundo e é encontrado até hoje, não apenas nas artes visu- ais, mas também na arquitetura, na música e na poesia. Ela também se divide em dois tipos principais: abstracionismo geométrico e o informal.

O geométrico utiliza com muito rigor técnico e sem a preocupação de representar sentimen- to. É uma arte ligada a razão. No informal, abre-se espaço para as formas livres, buscando o lirismo, isto é, a expressão de estados internos, emoções e sentimentos. Em geral, o que se vê são manchas e grafismos (traços de diversas formas e tipos).

Em pouco tempo esse estilo dominou a pintura moderna e tornou-se um movimento bastante diversificado. Seus principais representantes são: Piet Mondrian (1882 – 1974) e Wassily Kan- dinsky (1866 – 1944).

Piet Mondrian

Ele nasceu na Holanda em ambiente rural, vinha de uma família calvinista extremamente religiosa A religião marcou o jovem Piet e o sentimento metafísico iria permear sua obra durante toda a vida, em maior ou menor grau.

Tendo um tio que trabalhava com pintura, interessou-se pela carreira artística, mas foi obri- gado a enfrentar a visão ortodoxa da família, que via na arte um caminho para o pecado. Vê, porém, na possibilidade de dar aulas uma resolução ao seu dilema: prometeu ao pai estudar artes, tornando-se um professor. Ele estudou na Academia de Amsterdam e, sob a influência da cultura holandesa, a pintura de paisagens era um tema importante para sua obra.

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Insatisfeito com o magistério, Mondrian sente a necessidade de libertar-se e estabelecer-se como pintor, mas teme enfrentar ao pai (que de antemão desaprovava a idéia) e a si mesmo, tal o peso de sua formação religiosa. Quando entra em contato com a teosofia, porém, encon- tra em seu ideário uma resolução para o problema: a doutrina pregava o trilhar de um cami- nho evolutivo pessoal e a arte encaixava-se neste caminho. O contato com a teosofia irá ma- nifestar-se no trabalho de Mondrian e marcará sua vida profundamente daí em diante.

Sua evolução da pintura de paisagem para a abstração foi um processo complexo e envolve uma luta inicial com os princípios místicos da teosofia. Inicialmente, ele se concentrou na pintura de paisagens tonais com clima e construções refletidas na água. depois que Mondrian se envolveu com os cubistas em Paris, sua obra começou a mudar. Ele retornou para Holanda em 1914 e fundou o periódico De Stijl, organizando algumas de suas novas ideias as quais ele chamou de neoplasticismo e que referiam a um estilo sistemático e abstrato de pintura base- ado em cores restritas e formas retangulares.

Em 1919, Mondrian começou a trabalhar em sua primeira composição neoplástica, fazendo ex- perimentos com papel no seu estúdio, ele desejava eliminar o objeto da pintura. Ele era faci- nado pela relação dinâmica que existia dentro de suas pinturas, comentando sobre “como uma relação equilibrada pode existir com discordância”.

Nos anos 1930, houve um predominio do preto e branco nas suas obreas. Em 1938, viajou para a Inglaterra e Nova Iorque, continuando a fazer obras abstratas e autônomas de grande ritmo e movimento. Passou o resto de sua vida em Nova Iorque lutando para atingir o equiliíbrio do universal e do particular.

Composição, 1921 Museu Nacional de Arte Moderna , Paris

Sua produção é do tipo geométrico.

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"Broadway Boogie-Woogie" (1943) é um quadro do pintor holandês Piet Mondrian, considerado por muitos a sua obra prima e o ponto culminante do seu sentido estético. Nesta tela, o artista criou um equilíbrio dinâmico entre inúmeros retângulos e quadrados coloridos. Embora as obras de Mondrian tenham um carácter essencialmente abstrato, esta pintura inspira-se diretamente em duas referências do mundo real: a grelha urbana de Manhattan e o ritmo do Boogie Woogie - estilo de dança que Mondrian apreciava particularmente.

Wassily Kandinsky

Pintor e escritor Kandinsky formou-se em Direito e Economia. Seu interesse pela pintura veio do impacto que lhe causou a exposição de 1895, dos Impressionistas franceses, apresentada na Rússia. Viajou a Paris em 1896, decidido a dar início a seus estudos artísticos, aos trinta e um anos de idade. Seguiu para Munique onde, sob a tutela de Anton Azbé, estudou pintura por dois anos, prosseguindo, em seguida, os estudos com o professor da Academia de Munique, Franz von Stuck. Kandinsky recebeu nesta época influências dos trabalhos de Gauguin, dos Nabis e de Seurat.

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Influenciado pelo Art-Nouveau, que atingia toda a Europa, Kandinsky, aliando-se ao espírito de época, fundou em 1901 uma associação de artistas chamada Phalanx (Falange). Entre 1903 e 1908, viajou para a Itália, Holanda e Tunísia. Depois de um período de contínuas viagens, conheceu Gabriele Münter, Jawlensky e Werefkina. Dessa amizade de intensa colaboração surge a "Nova Associação de Artistas de Munique", em 1909. Em 1911, na terceira exposição do grupo, sua obra foi rejeitada; Kandinsky, apoiado por Franz Marc, Kubin, Gabriele Münter, Jawlensky e Werefkina, rompeu com a Associação. No ano seguinte, ele e Franz Marc resolveram organizar uma mostra na Galeria Tannhauser, que seria então a fundação do O Cavaleiro Azul/Der Blaue Reiter, grupo em que atuou até o início da Primeira Guerra, ocasião em que voltaria à Rússia. Ficou afastado da Alemanha até 1922, quando recebeu um convite de Walter Gropius para fazer parte da Bauhaus.

Desde o final de sua permanência em Moscou, houve uma geometrização de suas figuras e uma aproximação com as obras de Paul Klee. Em 1926, escreveria 'Ponto e Linha sobre o Plano', que pode ser visto como um desenvolvimento das idéias já contidas em 'Do espiritual na arte', de 1912. Em 1933, com o fechamento da Bauhaus, Kandinsky foi a Paris. Não se observa grande modificação na sua produção artística entre o período anterior à Bauhaus e este em Paris, contudo acentua-se o colorido e as referências místicas em suas obras.

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"A obra reflete-se na superfície da consciência. Ela encontra-se 'para lá de' e, quando a excitação cessa, desaparece da superfície sem deixar rastro. Existe aí também como que um vidro transparente, mas duro e rígido que impede todo o contato direto e íntimo. Ainda aí temos possibilidade de penetrar na obra, de nos tornarmos ativos e de viver a sua pulsação através de todos os nossos sentidos. Para além do seu valor científico, que depende de um exame dos elementos particulares da arte, a análise dos seus elementos constitui uma ponte em direção à vida interior da obra."

(texto: www.itaucultural.org.br)

Batalha, 1910-1911, Tate Gallery, Londres.

Considerada a tela que deu início ao abstracionismo do artista.

O abstracionismo no Brasil: Antonio Bandeira

No Brasil, os primeiros sinais do Abstracionismo surgiram na década de 1940. o movimento se fortaleceu na década seguinte e continua presente na criação dos artistas até hoje.

Em 1953, o museu de Arte Moderna no - RJ realizou a 1º Exposição de Arte Abstrata, que reuniu artistas ligados as mais diferentes tendências do Abrstracionismo no país.

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A arte abstrata seu origem ao Concretismo e ao Neoconcretismo, marcando para sempre a produção artística brasileira. Entre os artistas que participaram da introdução da arte abstrata no Brasil, podemos citar Ivan Serpa, luiz Sacilotto e Antonio Bandeira.”

(MORBIN, 2009)

Antonio Bandeira

Antônio Bandeira nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio de 1922. Autodidata, em 1941, aos 19 anos de idade, participou da criação de um Centro Cultural em Fortaleza, juntamente com Clidenor Capibaribe, o Barrica (1913) e Mário Barata (1915-1983). Um e outro, mais velhos e experientes que ele, muito orientaram Bandeira em sua iniciação no movimento artístico daquele Estado. Em 1944 funda a Sociedade Cearense de Belas Artes, com Inimá de Paula, Aldemir Martins, João Maria Siqueira e Francisco Barbosa Leite. Em 1945, Antônio Bandeira participou da exposição do Instituto dos Arquitetos Rio de Janeiro, na qual foi contemplado com uma bolsa de estudos na França. Entre 1946 e 1950, em Paris, freqüenta a Escola Superior de Belas Artes e a Académie de La Grande Chaumière. Independente, pouco afeito à disciplina, com idéias próprias que tencionava desenvolver, em breve Bandeira romperia com o ensino tradicional, juntando-se a Wols e Bryen e dando origem ao grupo Banbryols, iniciais dos nomes dos três pintores. O grupo duraria de 1949 a 1951, quando Wols morre. De volta ao Brasil, em 1951, instala-se no ateliê do amigo escultor José Pedrosa, onde também trabalhava Milton Dacosta. Volta a Paris em 1965, onde permanece até sua morte. O crítico Frederico Morais escreveu a seu respeito: “(...) Acho definitiva, para a compreensão de sua obra, esta afirmação: ´Nunca pinto quadros. Tento fazer pintura´. Quer dizer, o quadro não parece significar para ele uma realidade autônoma, uma estrutura que possui suas próprias leis, algo que se constrói com elementos específicos. A pintura é um estado de alma que ele extroverte aqui e ali, sem outro objetivo que o de comunicar um sentimento, uma emoção, uma lembrança. Enfim, é ´uma transposição de seres, coisas, momentos, gostos, olfatos que vou vivendo no presente, passado, no futuro´. (texto:www.pinturabrasileira.com)

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Pintura de Antonio Bandeira

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MOVIMENTO MODERNISTA BRASILEIRO

Contexto histórico no Brasil

Na primeira metade do século XX o Brasil estava passando por mudanças importantes nas es- truturas governamentais e culturais, no que diz respeito ao poder político ocorreu à mudança da política Café com leite para o governo de Getúlio Vargas, na economia com a industrializa- ção do país e criação de infraestrutura para a implantação das mesmas, siderúrgicas, redes elétricas; no setor cultural os artistas buscavam conhecer as raízes do país e valorizar nas composições de suas obras a memória do povo brasileiro de modo que a identidade nacional fosse definida, assim o país teria uma unidade nacional.

A vida cultural brasileira era fortemente influenciada pelos padrões de beleza e comporta- mento francês, todavia com a primeira guerra mundial esse panorama começou a mudar. Os conflitos dos países envolvidos levaram a um questionamento da superioridade da cultura eu- ropeia.

“Nos anos 1920, em diversas cidades do Brasil, principalmente em São Paulo e no Rio de Ja- neiro, surgiram jornais, revistas e manifestos publicados por artistas e intelectuais discutindo o que era ser brasileiro e preocupando-se com a modernização do país. Recusavam-se a copiar padrões europeus, propondo uma nova maneira de pensar e definir o país, com a valorização da memória nacional e a pesquisa das raízes culturais dos brasileiros. Era o movimento mo- dernista, que se manifestou com grande impacto em São Paulo.”

(VAIFAS, 2010)

A maneira que os artistas modernistas encontraram de expor suas idéias e pesquisas foram elaborando um evento com a presença de vários tipos de arte juntas, pois diante de duas ex- posições impactante como a de Lasar Segall e principalmente de Anita Malfatti, ficou claro que as regras impostas pelo academicismo ainda estava muito vigoroso, em solidariedade com as novidades modernistas se elaborou a Semana de Arte Moderna, em 1922.

O desenvolvimento da Semana de arte moderna

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A Semana da Arte Moderna ocorreu nos dias 13,15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Muni- cipal de São Paulo. No interior do teatro, apresentaram-se concertos e conferências, enquan- to no saguão foram montadas exposições de diversos artistas. Entre eles estavam:

• Pintura e desenho: Anita Malfatti, João F. de Almeida Prado, Vicente do rego Monteiro.

• Escultura: Victor Brecheret

• Literatura: Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade.

• Arquitetura: Antonio Moya

• Música: Heitor Villa- Lobos, Guiomar Novais, Ernani Braga.

Di Cavalcanti foi o idealizador da Semana. A programação da Semana se deu da seguinte for- ma: dia 13 teve a abertura oficial com o estabelecimento lotado. Graça Aranha fez a primeira conferência: A emoção estética da arte moderna. Mário de Andrade recitou sua obra Paulicéia desvairada. As pinturas e esculturas expostas no saguão do Teatro. Dia 15 teve a conferência de Menotti del Picchia. A leitura do poema Os sapos de Manuel Bandeira, acompanhada de muita algazarra e vaia do público e no dia 17 Villa Lobos comandou a representações musi- cais. Foi a noite mais calma da semana, mas seus sons impressionou o público pó conter ins- trumentos de congada, tambores e uma folha de zinco. O público vaiou pois estavam acostu- mados ao padrão europeu de música, as pessoas rejeitaram os instrumentos musicais dos ou- tros componentes culturais brasileiros. Para os modernistas, era preciso mostrar às elites que as culturas africanas e indígenas também eram formadoras da cultura nacional.

A Semana não teve uma boa repercussão na imprensa da época. A reação primeira da crítica foi de ignorar o evento. Após a mesma os artistas se dividiram em vertentes. Na ala conserva- dora organizou-se o Movimento Verde-amarelo, fazendo parte Menotti del Picchia, Plínio Sal- gado e Cassiano Ricardo. Outro grupo que surgiu foi o Movimento Antropofágico que tinha o seguinte ponto de vista: o passado e as tradições do país não deviam ser idealizados, deveri- am servir para compreender o presente; no passado os indígenas comiam pessoas pensando que, assim, absorveriam suas qualidades.

Este movimento surgiu devido um quadro dado a Oswald de sua esposa Tarcila do Amaral. Abaporu (homem que come) era o nome do quadro, por isso se associou o nome antropofagia

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com a idéia de selecionar o que poderia contribuir para a construção da nacionalidade e ade- quar ao contexto brasileiro. O Abaporu era um mestiço que comia cultura européia, aborven- do aquilo que lhe interessava. Estas idéias ficaram claras no Manifesto antropofágico de 1928 feito por Oswald de Andrade.

Alguns artistas importantes da pintura e escultura

Anita Malfatti

Ela foi uma importante e famosa artista plástica (pintora e desenhista) brasileira. Nasceu na cidade de São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1889 e faleceu na mesma cidade, em 6 de novembro de 1964.

Anita Malfatti era filha de Bety Malfatti (norte-americana de origem alemã) e pai italiano. Em 1912 foi estudar pintura em escolas de arte na Anita Malfatti com 30 anos Alemanha, onde freqüentou a Academia de Belas Artes de Berlim e depois nos Estados Unidos (estudou na Independent School of Art em Nova Iorque). Em sua passagem pela Alemanha, em 1910, entrou em contato com o expressionismo, que a influenciou muito. Já nos Estados Unidos teve contato com o movimento modernista.

Em 1914, de volta ao Brasil, realizou sua primeira exposição individual, mas sua exposição mais famosa foi a de 1917, que provocou a publicação de um artigo com severas críticas por parte de Monteiro Lobato. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.

Com as críticas muitos artistas se solidarizaram e se uniram a ela em busca de uma arte brasileira livre das regras acadêmicas. Eis a grande importância histórica de Malfatti. Em 1922, junto com seu amigo Mario de Andrade, participou da Semana de Arte Moderna.

Entre os anos de 1923 e 1928 foi morar em Paris. Retornou à São Paulo em 1928 e passou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie até o ano de 1933. Em 1942, tornou-se presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1933 e 1953, passou a lecionar desenho nas dependências de sua casa.

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Algumas obras de Anita Malfatti:

O homem amarelo, 1915.

A Boba, 1915/16

Victor Brecheret

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Victor Brecheret nasceu em 1894, em Viterbo, na Itália. Estudou desenho no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, interessando-se logo depois pela escul- tura de Rodin através de reproduções. Em 1913 transferiu residência para Roma, onde permaneceu por seis anos. Lá estudou com Dazzi e tomou contato com as obras de Bourdelle e Mestrovic. Voltou a São Paulo em 1919 após curta temporada em Paris. Pouco depois se fixou em Paris, onde integrou o grupo dos fundadores do Salão das Tulherias. Embora residindo em Paris, em 1922 tomou parte, em São Paulo, da Semana de Arte Moderna ao lado de Mário e Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia e outros. Brecheret foi o responsável por uma direção inovadora para a atualização da escultura brasileira em re- lação aos níveis internacionais contemporâneos, especialmente pela recusa de um academis- mo, com esculturas estilizadas e de tensão dramática considerável. Sua obra envereda, a par- tir de 1921, por um caminho cada vez mais moderno, dialogando com informações do cubismo e das vanguardas europeias, sendo inquestionável a sua qualidade estética e formal. Foi um artista que contribuiu muito para a transformação da escultura brasileira. Suas obras se afas- taram da imitação da realidade e ganharam expressão por meio de volume e formas geomé- tricas, de linhas simples. Nos anos 30, também em São Paulo participou das exposições da Sociedade Pró-Arte Moderna e dos salões de Maio (1937 a 1939). Em 1951 foi homenageado na I Bienal de São Paulo com o prêmio de melhor escultor nacional. Na bienal foi ainda homenageado em 1957 com sala es- pecial. Sua obra integra os acervos do Museu de Arte de São Paulo, da Pinacoteca do Estado e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Realizou ainda, na capital paulista, a medalha comemorativa do Centenário da Independência do Brasil (1920), a escul- tura Eva (1921) e o Monumento às Bandei- ras, este projetado nos anos 20 e realiza- do posteriormente. Brecheret morreu em 1955, aos 62 anos. Dois anos depois, a Bienal prestou-lhe uma homenagem, dedicando ao artista uma sala especial com 61 esculturas e vin- te desenhos Monumento às Bandeiras, 1936 - 1953 (faz referência aos bandeiran- tes em São Paulo).

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Ao lado, uma das suas principais esculturas.

Oswald de Andrade

Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de Sousa Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Inicia seus estudos, em 1900, na Escola Modelo Caetano de Campos, ainda marcado pelo fato de haver presenciado a mudança do século. Em 1901, vai para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Tem como colega Pedro Rodrigues de Almeida, o “João de Barros” do “Perfeito Cozinheiro das Almas desse mundo...”. Em 1903, transfere-se para o Colégio São Bento. Lá tem como colega o futuro poeta moder- nista Guilherme de Almeida. Em 1905, com o São Paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a propaganda, o ci- nema — participa da roda literária de Indalécio Aguiar da qual faz parte o poeta Ricardo Gon- çalves. Em 1908, conclui os estudos no Colégio São Bento com o diploma de Bacharel em Humanida- des. De família abastada, Oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como redator e crítico te- atral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e Salões". Ingressa na Faculdade de Di- reito. Em 1910, monta um atelier com o pintor Oswaldo Pinheiro, no Vale do Anhangabaú. Conhece o Rio de Janeiro, e fica hospedado na residência de seu tio, o escritor Inglês de Souza. Passa o primeiro Natal longe da família em Santos, numa hospedaria de carroceiros das docas. No ano seguinte, com a ajuda financeira de sua mãe, funda “O Pirralho”, cujo primeiro núme- ro é lançado em 12 de agosto, tendo como colaboradores Amadeu Amaral, Voltolino, Alexan- dre Marcondes, Cornélio Pires e outros. Conhece o poeta Emílio de Meneses, de quem se torna amigo. Lança a campanha civilista em torno de Ruy Barbosa. Passa uma temporada em Bae- pendi, Minas, nas terras da família de seu avô. Em 1912, viaja à Europa. Visita vários países: Itália, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, Espanha. Conhece durante a viagem a jovem dançarina Carmen Lydia, (Helena Carmen Hosba- le) que Oswald batiza em Milão. Morre em São Paulo sua mãe, no dia 6 de setembro. Retorna ao Brasil, trazendo a estudante francesa Kamiá (Henriette Denise Boufflers). Reassume sua atividade de redator de “O Pirralho”, onde publica crônicas em português macarrônico com o pseudônimo de Annibale Scipione.

Técnico em Design de Interiores 48 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

No ano seguinte, participa das reuniões da Vila Kirial e conhece o artista plástico Lasar Segall. Escreve “A recusa”, drama em três atos. Nasce o seu filho, José Oswald Antônio de Andrade (Nonê), com Kamiá, em 1914. Torna-se Ba- charel em Ciências e Letras pelo Colégio São. Bento, onde foi aluno do abade Sentroul. Cursa Filosofia no Mosteiro de São Bento. Em 1915, participa do almoço em homenagem a Olavo Bilac, promovido pelos estudantes da Faculdade de Direito. Torna-se membro da Sociedade Brasileira dos Homens de Letras, funda- da em São Paulo por Bilac. Chega ao Brasil a dançarina Carmen Lydia, com quem mantém um barulhento namoro. Faz viagens constantes de trem ao Rio a negócio ou para acompanhar Carmen Lydia. No ano seguinte, publica em “A Cigarra” o primeiro capítulo — e, depois, lança, com Guilher- me de Almeida, as peças teatrais “Theatre Brésilien — Mon Coeur Balance” e “Leur Âme”, pela Typographie Asbahr. Faz a leitura das peças em vários salões literários de São Paulo, na Sociedade Brasileira de Homens de Letras, no Rio de Janeiro e na redação “A Cigarra”. Publi- ca trechos de “Memórias Sentimentais de João Miramar” na “A Cigarra” e na “A Vida Moder- na”. Sofre de artritismo. A atriz Suzanne Després recita no Municipal, trechos de “Leur Âme”. Passa a colaborar regularmente em “A Vida Moderna”, que publica em 24 de maio, cenas de “Leur Âme”. Volta a estudar Direito, cujo curso havia interrompido em 1912. Recebe o convi- te de Valente de Andrade para fazer parte do “Jornal do Comércio”, edição de São Paulo e em 1º de novembro começa seu trabalho como redator. Redator social de “O Jornal”. Passa temporada com a família em Lambari (MG). Veraneia em São Vicente (SP). Vai regularmente a Santos, em companhia de Carmen Lydia. Continua a viajar intermitentemente ao Rio. Naquela cidade freqüenta a roda literária de Emílio de Meneses, João do Rio, Alberto de Oliveira, Eloi Pontes, Olegário Mariano, Luis Edmundo, Olavo Bilac, Oscar Lopes e outros. Passa temporada em Aparecida do Norte. Está escrevendo o drama “O Filho do Sonho”. Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A exposição de Anita Malfatti", no “Jornal do Comércio”, São Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo modernista com Mário de Andrade, Guilher- me de Almeida, Ribeiro Couto e Di Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jor- nal do Comércio”. Trabalha em “A Gazeta”, em 1918. Começa a compor “O perfeito cozinheiro das almas desse

mundo...”, diário coletivo escrito em colaboração com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone), Guilherme de Almeida, Monteiro Lobato, Leo Vaz, Pedro Rodrigues de Almeida, Inácio Pereira da Costa, Edmundo Amaral e outros. Fecha a revista “O Pirralho”. Técnico em Design de Interiores 49 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Em 1919 é o orador do “Centro Acadêmico XI de Agosto” da Faculdade de Direito. Pronuncia a palestra "Árvore da Liberdade". Bacharel em Direito, é escolhido orador da turma. Morre seu pai, em fevereiro. Casa-se, “in extremis”, com Maria de Lourdes Castro Dolzani de Andrade (Miss Cyclone). Publica no jornal dos estudantes da Faculdade de Direito, “XI de Agosto”, três capítulos de “Memórias Sentimentais de João Miramar”. No ano seguinte edita “Papel e Tinta”, assinando com Menotti del Picchia o editorial e escre- vendo regularmente para o periódico. Descobre o escultor Brecheret. Escreve em “A Raposa” artigo elogiando Brecheret com texto ilustrado com fotos de trabalhos do artista. 1921 – Em julho, publica artigo sobre o poeta Alphonsus de Guimarães, ressaltando a forma de expressão, no seu entender, precursora da linguagem modernista. (“Jornal do Comércio” (SP), 07/1921). Faz a saudação a Menotti del Picchia no banquete oferecido para políticos e poetas no Trianon. Revela Mário de Andrade poeta, em polêmico artigo "O meu poeta futuris- ta". Principia a colaboração do “Correio Paulistano” até 1924. Participa da caravana de jovens escritores paulistas ao Rio de Janeiro, a fim de fazer propaganda do Modernismo. Torna-se o líder dessa campanha preparatória para a Semana de Arte Moderna. Toma aula de boxe com o antigo pugilista suíço Delaunay. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. Faz confe- rência, em 18 de setembro, comemorativa ao centenário da Bandeira Nacional. É um dos par- ticipantes do grupo da revista “Klaxon”, onde colabora. Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia. É escolhido como orador do banquete oferecido em homenagem ao escritor português Antonio Ferro, por ocasião de sua visita ao Brasil, no Automóvel Clube do Brasil (São Paulo). Publica “Os Condenados”, com capa de Anita Malfatti, primeiro romance de “A trilogia do exílio”. Viaja a negócios ao Rio. Em dezembro embarca para a Europa. Começa sua amizade com Tarsila. No ano seguinte, ganha na justiça a custódia do seu filho Nonê. Faz viagem a Portugal e Espa- nha, com passagem pelo Senegal, acompanhado de Tarsila. Matricula seu filho no Licée Jac- card em Lausanne, Suiça. Reside em Paris até agosto, no atelier de Tarsila. No dia 23 abril, participa do almoço oferecido pelo embaixador na França a intelectuais franceses. Em

11 de maio pronuncia a Conferência “L'effort intellectuel du Brésil contemporain”, na Univer- sidade de Sorbonne. No dia 28 de maio, conhece o poeta Blaise Cendrars. Em agosto, goza as férias de verão com Tarsila na Itália, em Veneza. Assiste entusiasmado o bailado negro de Blaise Cendrars, com música de Darius Milhaud e cenários de Fernand Léger, apresentado pelo Ballets Suédois, no Teatro dos Champs-Elyseés. Visita a exposição de Arte Negra, no Museu de Artes Decorativas. Reescreve “João Miramar”. Em julho, faz conferência em Lisboa. Em Paris, Técnico em Design de Interiores 50 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional de volta ao Brasil, é homenageado com um banquete pela Sociedade Amis des Lettres Fran- çaises, sendo saudado pela presidente do grupo Mme.Rachilde. Retorna ao Brasil no final do ano. Em 1924, no dia 18 de março publica no “Correio da Manhã” o “Manifesto da Poesia Pau Bra- sil”. Toma parte na excursão ao carnaval do Rio de Janeiro e à Minas com outros intelectuais brasileiros e do poeta Blaise Cendrars, chamada de “Caravana Modernista”. Em Minas Gerais, recebidos por Aníbal Machado, Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade, excursionam pelas cidades históricas. No “Correio Paulistano”, publica o artigo “Blaise Cendrars — Um mestre da sensibilidade contemporânea". Participa do V Ciclo de Conferência da Vila Kyrial falando so- bre "os ambientes intelectuais da França". Publica “Memórias Sentimentais de João Miramar”, com capa de Tarsila. Faz uma leitura do “Serafim Ponte Grande”, em casa de Paulo Prado para uma platéia de amigos modernistas. Viaja à Europa. Em 20 de novembro faz viagem à Es- panha (Medina e Salamanca), de passagem para Suíça. Monta com Tarsila um novo aparta- mento em Paris, conservando este endereço até 1929. Passa o Natal com Tarsila na casa de campo do poeta Blaise Cendrars em Tremblay-sur-Mauldre. Visita seu filho na Suíça, em março de 1925. Em fevereiro e março faz curso de inglês na Ber- litz School, em Paris. Assiste ao festival Satie, em Paris. Em maio, viaja ao Brasil. Participa do jantar na Vila Fortunata (casa de René Thiollier) em homenagem a D.Olivia Guedes Penteado. Volta à Europa, passando em Lisboa. Em julho vai a Deauville para alguns dias de férias. Pu- blica em Paris pela editora Au Sans Pareil o livro de poemas “Pau Brasil”. Em agosto retorna ao Brasil. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras. Oficializa o noivado com Tarsila do Amaral. Faz nova viagem à Europa. Com Tarsila, passa novamente o final do ano em Le Trem- blay-sur- Mauldre, residência de campo de Cendrars. Em janeiro e fevereiro do ano seguinte viaja ao Oriente, em companhia de Tarsila, de seu fi- lho, de Dulce (filha de Tarsila), do escritor Cláudio de Souza, do governador de São Paulo Alti- no Arantes. Visita cidades da Grécia, Turquia, Israel e Egito. Em 05 de maio é recebido com outros brasileiros em audiência pelo papa, a fim de tentarem a anulação do casamento de Tarsila. Permanece em Paris, com Tarsila, ajudando-a nos preparativos para a exposição na Galérie Percier. Chega ao Brasil em 16 de agosto. Casa-se com Tarsila do Amaral, em 30 de outubro, em cerimônia paraninfada pelo Presidente Washington Luis. Publica na “Revista do Brasil” o prefácio de “Serafim Ponte Grande”, primeira versão, "Objeto e fim da presente obra". Divulga em “Terra Roxa e Outras Terras” a "Carta Oceânica", prefácio ao livro “Pathé Baby” de Antônio de Alcântara Machado e um trecho do “Serafim Ponte Grande”. Viaja a Ca- taguazes (MG), mantém contato com o Grupo da Verde. Técnico em Design de Interiores 51 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Publica, em 1927, “A Estrela de Absinto”, segundo romance de “A trilogia do exílio”, pela Editora Helios com capa de Brecheret. Publica “Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade”, ilustrado pelo autor, com capa de Tarsila. Começa no “Jornal do Comércio” a coluna "Feira das Quintas". Participa do jantar literário em homenagem a Paulo Prado, em abril na Vila Fortunata. Permanece uma temporada, de junho até agosto, em Paris para a ex- posição de Tarsila, voltando ao Brasil faz escala na Bahia. Abre escritório comercial na Praça do Patriarca. 20. Disputa o prêmio romance, patrocinado pela Academia Brasileira de Letras, com “A Estrela de Absinto”, que obteve menção honrosa. Publica trechos de “Serafim Ponte Grande” na revista “Verde”. Em 1928, lê o “Manifesto Antropófago” para amigos na casa de Mário de Andrade. Publica o “Manifesto Antropófago” na “Revista de Antropofagia”, que ajuda a fundar, com os amigos Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado. Viaja à Bahia. Viaja à Europa, regressando no mesmo ano, com passagem por Lisboa. Fica em Paris nos meses de junho e julho para a 3ª ex- posição de Tarsila. No ano seguinte, volta ao Rio para a exposição de Tarsila, com Anita Malfatti, Waldemar Beli- sário, Patricia Galvão. Está em Paris em julho. Entra em contato com Benjamin Péret que mora no Brasil até 1931. Hospeda na sua fazenda — Santa Tereza do Alto — o filósofo alemão Hermann Keyserling e a dançarina Josephine Baker. É expulso do Congresso de Lavradores, re- alizado no Cinema República (SP) por propor um acordo com o trabalhador do campo. Separa- se de Tarsila do Amaral. Rompe com Mário de Andrade e Paulo Prado. Viaja à Bahia com Pagú.

No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Patricia Galvão (Pagu) numa cerimônia pouco conven- cional. O acontecimento foi simbólico, realizado no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Mais tarde, se retrataram na igreja. Escreve "A casa e a língua", em defesa da arquitetura de Warchavchik. Nasce seu filho Rudá Poronominare Galvão de Andrade com a escritora Patrícia Galvão (Pagú). É preso pela polícia do Rio de Janeiro, por ameaçar o antigo amigo, poeta Ole- gário Mariano. Em 1931, escreve “O mundo político”.Tem um encontro com Luis Carlos Prestes em Montevi- déu, que muda o rumo político do escritor Oswald. Começa a escrever ensaios políticos, ge- ralmente sobre a situação e os problemas do operário. Funda com Queiroz Lima e Pagú “O Ho- mem do Povo”. Publica o “Manifesto Ordem e Progresso”. Engaja-se no Partido Comunista. No ano seguinte, redige o prefácio definitivo de “Serafim Ponte Grande”. Em 1933, pronuncia conferência — “O Vosso Sindicato” — no sindicato dos padeiros de São Paulo. Publica “Serafim Ponte Grande”. Patrocina a publicação de “Parque Industrial”, ro- Técnico em Design de Interiores 52 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional mance de Pagú. No ano seguinte, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar Ferrer. Publica “A Escada Vermelha”, terceiro romance de “A trilogia do exílio”, e “O Homem e o Cavalo”, com capa de seu filho, Oswald de Andrade Filho. Lê cenas da peça “O Homem e o Cavalo” no Teatro de Experiência de Flávio de Carvalho. Programada a apresentação dessa peça, o teatro, é interditado pela polícia. No dia 24 de dezembro, assina contrato antenupcial em regime de separação de bens com Julieta Bárbara Guerrini. Em 1935, compra uma serraria. Com sua mulher Julieta, acompanha C. Levis-Strauss em ex- cursão até Foz do Iguaçu. Escreve sátira política para “A Platéia”. Faz parte do movimento artístico cultural “Quarteirão”. Está fichado na polícia civil do Ministério da Justiça, sob o nº 70, como subversivo. No ano seguinte, publica na revista “XI de agosto”, "Página de Natal" do Marco Zero. Conclui o poema “O Santeiro do Mangue”, 1ª versão, dedicado criticamente a Jorge de Lima e Murilo Mendes. Empenha um cordão de ouro na casa Leão da Silva Ltda. Em dezembro casa-se com a escritora Julieta Bárbara Guerrini, tendo como padrinho o jornalista Casper Líbero, o pintor Portinari e uma irmã da noiva, Clotilde. Passa a residir no Rio de Janeiro, na Av. Atlântica e em São Paulo na Rua Júlio de Mesquita. Escreve “O país da sobremesa”, em 1937. É feita uma tentativa de encenação da peça “O Rei da Vela” pela Companhia de Álvaro Moreyra. Atua na Frente Negra Brasileira. Escreve na re- vista “Problemas” (São Paulo). Publica “A Morta” e “O Rei da Vela”. No Rio de Janeiro, a edi- ção de “Serafim Ponte Grande” é dada como esgotada. Em 1938, publica o trecho "A vocação" da série “Marco Zero: IV”, “A presença do Mar”. Está ligado ao Sindicato de Jornalista de São Paulo, matrícula nº 179. Redige “Análise de dois tipos de ficção”. No dia 16 de fevereiro de 1939, Oswald ingressa no Pen Club do Brasil. Em agosto viaja à

Europa, com sua mulher Julieta, para participar do Congresso do Pen Club, em Estocolmo, que não se realizou por causa da guerra. Retorna pelo navio cargueiro Angola. Publica no jor- nal “Meio Dia” as colunas "Banho de Sol" e "De literatura". É o representante do jornal “Meio Dia” em São Paulo. Escreve para o “Jornal da Manhã” (SP) uma série de reportagens sobre personalidades importantes da vida política, econômica e social de São Paulo. Passa uma tem- porada em Águas de São Pedro, perto de Piracicaba (SP), em tratamento de saúde. Escreve “O lar do operário”. Candidata-se à Academia Brasileira de Letras pela segunda vez, enviando uma carta aberta aos imortais, em 1940. Em 1941, monta um escritório de imóveis, com Nonê, o filho mais velho. Técnico em Design de Interiores 53 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

No ano de 1942, expõe trabalhos de pintura na Sala dos Intelectuais, no VII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Publica “Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão”, dedi- cado à sua futura mulher, Maria Antonieta d’Alkmin. Lança, em 2ª edição pela Globo, “Os Condenados”, com capa de Koetz. Publica “Marco Zero: I A revolução melancólica”, pela José Olympio, capa de Santa Rosa. Co- meça a publicar no “Diário de S.Paulo” a coluna "Feira das Sextas". Casa-se com Maria Antoni- eta d'Alkmin, em 1943. Em 1944, pronuncia na Faculdade de Direito a conferência "Fazedores da América", publicada no “Diário de S.Paulo” em 31/10/1944. Inicia a série “Telefonema”, publicada no “Correio da Manhã”, até 1954. Viaja a Belo Horizonte, com uma caravana de intelectuais e faz uma con- ferência na Exposição de Arte Moderna, organizada pelo Prefeito Juscelino Kubstichek. No ano seguinte escreve "O sentido da nacionalidade no Caramuru e no Uruguai". Publica "A Arcádia e a inconfidência", tese apresentada à cadeira de literatura brasileira da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, na qual o biografado é livre-do- cente. Em Literatura Brasileira. Nasce sua filha Antonieta Marília. Reúne no volume “Ponta de Lança” artigos esparsos. Publica "A sátira na poesia brasileira", conferência pronunciada na Biblioteca Pública Municipal de São Paulo. Participa do Congresso de Escritores em São Paulo. Publica “Poesias Reunidas - Oswald de Andrade”, editora. Gazeta e “Marco Zero: II — Chão”, pela José Olympio. Faz a saudação a Pablo Neruda em visita ao Brasil. Inicia a organização da Ala Progressista Brasileira, programa de conciliação nacional. Lança um manifesto ao "Povo de São Paulo, Trabalhadores de São Paulo. Homens livres de São Paulo". Escreve o "Canto do Pra- cinha só". Rompe com o Partido Comunista do Brasil e Luis Carlos Prestes, seu secretário ge- ral. Publica na “Gazeta de Limeira”, conferência pronunciada em Piracicaba intitulada "A li- ção da inconfidência".

Em 1946, publica “O Escaravelho de Ouro” (poesia). Assina contrato com o governo de São Paulo para a realização da obra "O que fizemos em 25 anos", espécie de levantamento da vida nacional, em todos os setores da atividade técnica e social à literária e artística. Profere con- ferência sob o título "Informe sobre o modernismo". Apresenta o escritor norte-americano Sa- muel Putnam, em visita ao Brasil, na Escola de Sociologia e Política (São Paulo). Participa em Limeira (SP) do Congresso de Escritores. Candidata-se a delegado regional da Associação Brasileira de Escritores e perde a eleição. En- via bilhete-aberto ao Presidente da Seção Estadual, escritor Sérgio Buarque de Holanda, pro- testando e desligando-se da Associação, em 1947. Técnico em Design de Interiores 54 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Em 1948, pronuncia em Bauru a conferência "O sentido do interior". Nasce seu filho Paulo Marcos. Publica na revista Anhembi o texto "O modernismo", em 1949. Profere conferência no Centro de Debates Casper Líbero: "Civilização e dinheiro", e no Museu de Arte de São Paulo, “Novas dimensões da poesia". Realiza excursão a Iguape, com Albert Camus, para assistir às tradicio- nais festas do Divino. É encarregado de apresentar e saudar o escritor francês de passagem por São Paulo para fazer conferências. Escreve a coluna "3 linhas e 4 verdades" na “Folha de S.Paulo”, até 1950. Profere nova conferência na Faculdade de Direito em homenagem a Rui Barbosa. Em 1950, escreve “O antropófago”. É homenageado com um banquete, no Automóvel Clube, pela passagem do 60º aniversário, saudado por Sérgio Milliet. Participa de concurso para pro- vimento da Cadeira de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, ocasião em que defende a tese "A crise da filosofia messiânica", sem êxito. Can- didata-se a deputado federal pelo PRT, com o seguinte slogan: “Pão – Teto – Roupa – Saúde – Instrução”. Pronuncia as seguintes conferências: "A arte moderna e a arte soviética", "Velhos e novos livros atuais". Redige "Um aspecto antropofágico da cultura brasileira — o homem cor- dial" para o 1º Congresso Brasileiro de Filosofia. Apresenta a versão definitiva de “O Santeiro do Mangue”. Escreve, em 1952, “Introdução à antropofagia”. Profere discurso de saudação em homenagem a Josué de Castro, representante da ONU, por iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Escreve o artigo "Dois emancipados: Júlio Ribeiro e Inglês de Souza". É membro da Comissão Julgadora do Salão Letras e Artes Carmen Dolores, em 1953. Saudou o escritor José Lins do Rego, pelo prêmio recebido em torno do romance “Cangaceiros”, patro- cinado pelo Salão de Letras e Artes Carmen Dolores Barbosa. Começa a publicar a série

“A Marcha das Utopias” no jornal “O Estado de S.Paulo”. Tenta em vão vender sua coleção de quadros. Em 1954, escreve o ensaio “Do órfico e mais cogitações" e "O primitivo e a antropofagia”. En- via comunicação, por intermédio de Di Cavalcanti, para o Encontro de Intelectuais, no Rio de Janeiro. Publica o primeiro volume das “Memórias — Um homem sem profissão”, com capa de seu filho, Oswaldo Jr., pela José Olympio. Graças à interferência de Vicente Rao, foi indicado para ministrar um curso de cultura brasileira em Genebra. Retorna como sócio à Associação Brasileira de Escritores (A.B.D.E.). Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na sua residência da rua Marquês de Carave- las, 214. É sepultado no jazigo da família, no cemitério da Consolação, em São Paulo (SP). Técnico em Design de Interiores 55 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

É homenageado postumamente pelo Congresso Internacional de Escritores, em 1954. Em 1990, no centenário de seu nascimento, a “Oficina Cultural Três Rios” passa a se chamar “Ofi- cina Cultural Oswald de Andrade”; é lançado o filme “Cem Oswaldinianos”, de Adilson Ruiz. Antônio Peticov é o autor de "Momento Antropofágico com Oswald de Andrade", um painel de azulejo, ladrilho, madeira, aço e vinil com 3m x 16,5m instalado na estação República do Me- trô paulista, também em 1990.

OBRAS

Humor: Revista “O Pirralho” — crônicas em português macarrônico sob o pseudônimo de Annibale Sci- pione (1912 — 1917)

Poesia: Pau-Brasil (1925); Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927); Cântico dos cânticos para flauta e violão (1945); O escaravelho de ouro (1946).

Romance: A trilogia do exílio: I — Os condenados, II —A estrela de absinto, III — A escada vermelha (1922-1934); Memórias sentimentais de João Miramar (1924); Serafim Ponte Grande (1933); Marco Zero: I - A revolução melancólica, II — Chão (1943);

Memórias: Um homem sem profissão (1954).

Teatro: A recusa (1913); Théâtre Brésilien — Mon coeur balance e Leur Âme (1916) (com Guilherme de Almeida); O homem e o cavalo (1934);

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A morta (1937); O rei da vela (1937); O rei floquinhos (1953).

Manifestos: Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924);

Manifesto Antropófago (1928); Manifesto Ordem e Progresso (1931).

Teses, artigos e conferências publicadas: O meu poeta futurista (1921); A Arcádia e a Inconfidência (1945); A sátira na poesia brasileira (1945).

Versões e adaptações: Filme “O homem do Pau-Brasil”, de Joaquim Pedro de Andrade, baseado na vida de Oswald de Andrade (1980); Filme “Oswaldinianas”. Formado por cinco episódios, dirigidos por Julio Bressane, Lucia Mu- rat, Roberto Moreira, Inácio Zatz, Ricardo Dias e Rogério Sganzerla (1992).

Publicações póstumas: A utopia antropofágica – Globo; Ponta de lança – Globo; O rei da vela – Globo; Pau Brasil – Obras completas – Globo; O santeiro do mangue e outros poemas – Globo; Obras completas – Um homem sem profissão – Memórias e confissões sob as ordens de mamãe – Globo; Telefonema – Globo; Dicionário de bolso – Globo; O perfeito cozinheiro das almas desse mundo – Globo;

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Os condenados – A trilogia do exílio – Globo; Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade – Globo; Os dentes do dragão – Globo; Mon coeur balance – Le Âme – Globo.

(Dados obtidos no livro "O Salão e a Selva: uma biografia ilustrada de Oswald de Andrade", Editora da UNICAMP: Editora Ex Libris - Campinas (SP), 1995, de Maria Eugenia Boaventura; no sítio Itaucultural e em outros sobre o bi- ografado). http://www.releituras.com/oandrade_bio.asp

Oswald de Andrade

Mario de Andrade

Eu sou um escritor difícil Que a muita gente enquisila, Porém essa culpa é fácil De se acabar de uma vez: E só tirar a cortina Que entra luz nesta escuridez.

(A Costela de Grão Cão)

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Mario de Andrade

1893: Nasce Mário Raul de Moraes Andrade, no dia 9 de outubro, filho de Carlos Augusto de Moraes Andrade e Maria Luísa Leite Moraes Andrade; na Rua Aurora, 320, em São Paulo - SP.

1904: Escreve o primeiro poema, cantado com palavras inventadas. "O estalo veio num desas- tre da Central durante um piquenique de subúrbio. Me deu de repente vontade de fazer um poema herói-cômico sobre o sucedido, e fiz. Gostei, gostaram. Então continuei. Mas isso foi o estralo apenas. Apenas já fizera algumas estrofes soltas, assim de dois em três anos; e aos dez, mais ou menos, uma poesia cantada, de espírito digamos super realista, que desgostou muito minha mãe. "— Que bobagem é essa, meu filho?”— ela vinha. Mas eu não conseguia me conter. Cantava muito aquilo. Até hoje sei essa poesia de cor, e a música também. Mas na verdade ninguém se faz escritor. Tenho a certeza de que fui escritor desde que concebido. Ou antes... Meu avô materno foi escritor de ficção. Meu pai também. Tenho uma desconfiança vaga de que refinei a raça..." Este o depoimento do escritor a Homero Senna, publicado no li- vro "República das Letras", Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1996, 3a. Edição, sobre como havia começado a escrever.

1905: Ingressa no Ginásio N. Senhora do Carmo dos Irmãos Maristas.

1909: Forma-se bacharel em Ciências e Letras. Terminado o curso multiplica leituras e freqüenta concertos e conferências.

1910: Cursa o primeiro ano da faculdade de Filosofia e Letras de São Paulo.

1911: Inicia estudos no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

1913: Morre seu irmão Renato, aos 14 anos, devido a complicações decorrentes de uma cabe- çada em jogo de futebol. Abalado pelo fato e trabalhando em excesso, Mário tem uma pro- funda crise emocional. Passa um tempo em Araraquara, na fazenda da família. Quando retor-

Técnico em Design de Interiores 59 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional na desiste da carreira de concertista devido a suas mãos ter se tornadas trêmulas. Dedica-se, então a carreira de professor de música.

1915: Conclui curso de canto no Conservatório.

1916: Conclui como voluntário, o Serviço Militar.

1917: Diploma-se em piano pelo Conservatório. Morre seu pai. Publica Há uma gota de sangue em cada poema, poesia, sob o pseudônimo de Mário Sobral. Primeiro contato com a moderni- dade na Exposição de Anita Malfatti. Primeira viagem a Minas: encontra o barroco mineiro, vi- sita Alphonsus de Guimarães. Já iniciou sua Marginália.

1918: Recebe Diploma de Membro da Congregação Mariana de N. Senhora da Conceição da Igreja de Santa Ifigênia. Noviciado na Ordem Terceira do Carmo. Nomeado professor no Con- servatório. Escreve contos e poemas. Colabora ocasionalmente em jornais e revistas como crí- tico de arte e cronista; em A Gazeta e O Echo (São Paulo).

1919: Profissão na Ordem Terceira do Carmo à 19 de março. É colaborador de A Cigarra, O Echo e A Gazeta. Viagem à Minas Gerais, visitando as cidades históricas.

1920: Lê obras Index. Faz parte do grupo modernista de São Paulo. Colabora em Papel e Tinta (São Paulo), na Revista do Brasil (Rio de Janeiro - até 1926) e na Ilustração Brasileira (Rio de Janeiro - até - 1921).

1921: É professor de História da Arte no Conservatório. Pertence à Sociedade de Cultura Artís- tica. Está presente no lançamento do Modernismo no banquete do Trianon. É apresentado ao público por Oswald de Andrade através do artigo "Meu poeta futurista" (Jornal do Comércio São Paulo). Escreve "Mestres do passado" para o citado jornal.

1922: Professor catedrático de História da Música e Estética no Conservatório. Participa da Semana de Arte Moderna em São Paulo, de 13 à 18 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo. Faz parte do grupo da revista Klaxon, publicando poemas e críticas de literatura, artes plásticas, música e cinema. Escreve Losango Cáqui, poesia experimental. Inicia a correspon- dência com Manuel Bandeira, que dura até o final de sua vida. Publica Paulicéia desvairada, poesia.

1923: Estuda alemão com Kaethe Meichen-Bosen, de quem se enamora. Faz parte da revista Ariel, de São Paulo. Escreve A escrava que não é Isaura, poética modernista. Continua a cola- borar na Revista do Brasil (Rio de Janeiro).

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1924: Realiza a histórica "Viagem da Descoberta do Brasil", Semana Santa dos modernistas e seus amigos, visitando as cidades históricas em Minas. Colabora em América Brasileira (contos de Belazarte), Estética e Revista do Brasil (Rio de Janeiro).

1925: Colabora n'A Revista Nova de Belo Horizonte. Publica A Escrava que não é Isaura: dis- curso sobre algumas tendências da poesia modernista. Adquire a tela de André Lhote, Fute- bol, através de Tarsila.

1926: Férias em Araraquara, escrevendo Macunaíma. Publica Primeiro andar, contos, e Losan- go Cáqui (ou Afetos Militares de Mistura com os Porquês de eu Saber Alemão), poesia. Escreve poemas de Clã do Jaboti. Colabora na Revista de Antropofagia, na Revista do Brasil e em Ter- ra Roxa e Outras Terras.

1927: Colabora no Diário Nacional de São Paulo: crítico de arte e cronista (até 1932, quando o jornal é fechado). Estreia como romancista, publicando Amar, verbo intransitivo, que choca a burguesia paulistana com a história de Carlos, um adolescente de família tradicional iniciado nos prazeres do sexo pela sua Fraülein, contratada por seu pai exatamente para essa tarefa. Lança, também, o livro Clã do Jaboti, de poesias. Realiza a primeira "viagem etnográfica": percorrendo o Amazonas e o Peru, da qual resulta o diário O Turista Aprendiz.

1928: Membro do Partido Democrático. Realiza sua segunda "viagem etnográfica": ao Nordeste do Brasil (dez. 1928 - mar. 1929). Colabora na Revista de Antropofagia e em Verde. Publica Ensaio sobre a Música Brasileira e Macunaíma - o Herói sem nenhum caráter, onde inova com audácia e rebela-se contra a mesmice das normas vigentes. Com enorme sucesso a obre re- percutiu em todo o país por seus enfoques inéditos. Sob um fundo romanesco e satírico, aí se mesclavam numa narrativa exemplar a epopeia e o lirismo, a mitologia e o folclore, a história e o linguajar popular. O personagem-título, um "herói sem nenhum caráter", viria a ser uma síntese, o resumo das virtudes e defeitos do brasileiro comum.

1929: Inicia coluna de crônicas "Táxi", no Diário Nacional. "Viagem etnográfica" ao Nordeste, colhendo documentos: música popular e danças dramáticas. Rompimento da amizade com Oswald de Andrade. Publica Compêndio de História da Música.

1930: Apóia a Revolução de 30. Defende o Nacionalismo Musical. Publica Modinhas Imperiais, crítica e antologia, e Remate de Males, poesia.

1933: Completa 40 anos. Faz crítica para o Diário de São Paulo (até 1935).

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1934: Diplomado Professor honorário do Instituto de Música da Bahia. Cria e passa a dirigir a Coleção Cultural Musical (Edições Cultura Brasileira - São Paulo). Colabora em Festa (Rio de Janeiro), Boletim de Ariel. Publica Belazarte, contos, e Música, Doce Música, crítica.

1935: É nomeado chefe da Divisão de Expansão Cultural e Diretor do Departamento de Cultu- ra. Publica O Aleijadinho e Álvares de Azevedo.

1936: Deixa de lecionar no Conservatório. Nomeado Chefe do Departamento de Cultura da Prefeitura.

1937: É contra o Estado Novo.

1938: Transfere-se para o Rio de Janeiro (27 jun.), demitindo-se do Departamento de Cultura (12 mai.). É nomeado professor-catedrático de Filosofia e História da Arte na Universidade do Distrito Federal e colabora no Diário de Notícias daquela cidade. Publica Namoros com a Me- dicina, estudos de folclore.

1939: Cria a Sociedade de Etnologia e Folclore de São Paulo, sendo seu primeiro presidente. Organiza o 1o. Congresso da Língua Nacional Cantada (jul.). Projeta a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN. É nomeado encarregado do Setor de São Paulo e Mato Grosso. Escreve poemas de A Costela do Grão Cão. Publica Samba Rural Paulista, estudo de folclore. É crítico do Diário de Notícias (até 1944) e colabora na Revista Acadêmica (Rio de Janeiro) e em O Estado de S. Paulo. Publica A Expressão Musical nos Estados Unidos.

1941: Volta a viver em São Paulo, à Rua Lopes Chaves 546. Está comissionado no SPHAN. Cola- bora em Clima (SP).

1942: Sócio-fundador da Sociedade dos Escritores Brasileiros. Colabora no Diário de S. Paulo e na Folha de S. Paulo. Publica Pequena História da Música.

1943: Publica Aspectos da Literatura Brasileira, O Baile das Quatro Artes, crítica, e Os Filhos de Candinha, crônicas.

1944: Escreve Lira Paulistana, poesia.

1945: Coberto de reconhecimento pelo papel de vanguarda que desempenhou em três déca- das, Mário de Andrade morreu em São Paulo - SP em 25 de fevereiro de 1945, vitimado por um enfarte do miocárdio, em sua casa. Foi enterrado no Cemitério da Consolação. Publicação de Lira Paulistana e Poesias completas.

Um capítulo à parte em sua produção literária sem fronteiras é constituído pela correspon- dência do autor, volumosa e cheia de interesse, ininterruptamente mantida com colegas Técnico em Design de Interiores 62 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Fernando Sabino, Augusto Meyer e outros. Suas cartas conservaram, de regra, a mesma prosa saborosa de suas criações com palavras — um lirismo que, como ele disse, "nascido no sub- consciente, acrisolado num pensamento claro ou confuso, cria frases que são versos inteiros, sem prejuízo de medir tantas sílabas, com acentuação determinada". Coberto de reconheci- mento pelo papel de vanguarda que desempenhou em três décadas, Mário de Andrade morreu em São Paulo SP em 25 de fevereiro de 1945.

Bibliografia:

- Há uma gota de sangue em cada poema, 1917;

- Paulicéia desvairada, 1922;

- A escrava que não é Isaura, 1925;

- Losango cáqui, 1926;

- Primeiro andar, 1926;

- A clã do jabuti, 1927;

- Amar, verbo intransitivo, 1927;

- Ensaios sobre a música brasileira, 1928;

- Macunaíma, 1928;

- Compêndio da história da música, 1929 (reescrito como Pequena história da música brasilei- ra, 1942);

- Modinhas imperiais, 1930;

- Remate de males, 1930;

Técnico em Design de Interiores 63 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

- Música, doce música, 1933;

- Belasarte, 1934;

- O Aleijadinho de Álvares de Azevedo, 1935;

- Lasar Segall, 1935;

- Música do Brasil, 1941;

- Poesias, 1941;

- O movimento modernista, 1942;

- O baile das quatro artes, 1943;

- Os filhos da Candinha, 1943;

- Aspectos da literatura brasileira 1943 (alguns dos seus mais férteis estudos literários estão aqui reunidos);

- O empalhador de passarinhos, 1944;

- Lira paulistana, 1945;

- O carro da miséria, 1947;

- Contos novos, 1947;

- O banquete, 1978;

- Será o Benedito!, 1992;

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Antologias:

- Obras completas, publicação iniciada em 1944, pela Livraria Martins Editora, de São Paulo, compreendendo 20 volumes;

- Poesias completas, 1955 ;

- Poesias completas, editora Martins - São Paulo, 1972;

Homenagens: - Foi escolhido como Patrono da Cadeira n. 40 da Academia Brasileira de Música.

Dados obtidos em livros de e sobre o autor e sites da internet.

(http://www.releituras.com/marioandrade_bio.asp)

Margaridas de Mário de Andrade

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ARTE MODERNA: FUTURISMO

Conceito desta arte

Início do século XX os europeus estavam vivendo um momento de novas descobertas e por isso novos encantos. Cresceu as tecnologias mecanizadas como máquinas, carros e fruto disso foi uma velocidade de movimento que antes não se tinha, levando a uma nova relação com o es- paço, com o tempo e com os materiais. Construiu-se um culto a máquina. O advento da ideo- logia Facista também contribuiu para a concepção da arte futurista. Os facistas conspiraram contra a democracia, desafiaram o socialismo soviético e ainda puseram em marcha políticas de extermínio racial contra judeus, homossexuais, negros... Também se tinha uma postura de superioridade em relação a mulher.

Manifesto de Marinetti

O futurismo foi anunciado ao mundo pelo poeta facista ita- liano Filippo Tommaso Marinetti (1876 – 1944). Em 20 de fe- vereiro de 1909, publicou no jornal Francês Le Fígaro o pri- meiro manifesto futurista onde almejava desafiar a predo- minância de Paris como sede dos movimentos de vanguar- da, mas também rejeitava qualquer conceito de tradição histórica na arte. Ele valorizava o futuro que se encontrava na velocidade dos carros e das máquinas que passavam a fazer parte do cotidiano das pessoas. O desejo unificador era transmitir o dinamismo da moderna cidade industrial.

F. T. Marinetti, Fondazione e Essa linha de pensamento orientou as produções artísticas Manifesto del futurismo, 1909, volantino da literatura, no caso de Marinett, mas se estendeu para outras linguagens como pintura, escultura e arquitetura. O poeta contribuiu com os pintores Umbeto Boccioni (1882 – 1916), Gino Severini (1883 – 1966), Carlo Carrá (1881 – 1966), e o pintor Luigi Russolo (1885 – 1947) para formar as teorias da pin- tura futurista, isso resultou no “Manifesto dos pintores futuristas” datado de 11 de fevereiro de 1910. Logo surgiu um

Técnico em Design de Interiores 66 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional segundo manifesto, em 11 de abril de 191, intitulado “Pinturas futuristas: manifesto técnico”, no qual eles se declaravam “os pintores primitivos de uma nova sensibilidade, completamente transformada”, e apresentavam idéias mais concretas sobre como realizar essa nova sensibili- dade. Eles queriam representar não um momento estático da vida, ou temas tradicionais, mas, pelo contrário, representar a sensação de movimento.

Dinamismo de um cão em uma coleira, 1912, Giacomo Balla

Na imagem acima podemos observar a maneira como representaram a dinâmica. Eles tiveram influência do cubismo, trabalhando com as formas geométricas e com os planos de interseção em combinação com cores complementares, eles também fizeram experimentos com movi- mentos sequenciais influenciados pelos estudos fotográficos de locomoção humana. Observe na imagem que o movimento das patas do cachorro está seccionado e posto em sequencia na mesma imagem, isso os faz remeter ao conceito de velocidade.

A primeira exposição futurista em Milão, 1911, sofreu críticas pela timidez das pinturas

Técnico em Design de Interiores 67 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional mediante o seu manifesto, mas a partir da exposição de Paris, em 1912 suas idéias de difundi- ram rapidamente por toda Europa tornando-se uma parceira significativa da vanguarda inter- nacional.

NOTA: Marinetti, Carrà e Boccioni reagiram as críticas da exposição de Milão adotando um comportamento típico de um pugilista, espancando o Crítico Ardengo Soffici (1879 – 1964) en- quanto ele estava sentado no terraço de um café.

Na arquitetura a adesão de Antonio Sant’Elia (1888 – 1916) e Mario Chiattone (1891 – 1957) entraram para o movimento em 1914 e expuseram desenhos para a cidade do futuro. O “Mani- festo da arquitetura futurista”, 1914 pedia o emprego de novos materiais usando as tecnologi- as mais recentes e que fosse concebida em torno das necessidades da vida moderna.

O ímpeto do movimento já havia chegado ao fim na metade da primeira guerra mundial, com o morticínio promovido pelo uso da máquina, tornava-se difícil continuar a cultuá-la. Apesar de ter vida curta 1909-1915, suas teorias e a iconografia exerceram um grande impacto nos movimentos posteriores.

Carlo Carrá

Nascido em uma família de artesãos, Carlo Carrà dedica-se em seus primeiros anos ao ofício de decorador mural. De 1906-1908 estuda com Cesare Tallone na Academia de Belas Artes de Brera. É nesse período que ele conhece um outro aluno da Academia que teria grande importância em sua vida: UmbertoBoccioni. Juntos, animados pelas idéias de Marinetti, elaboram em conjunto com Russolo, Balla e Severini o que seria considerado o marco de uma nova forma de expressão nas artes plásticas: "Pintura futurista: manifesto técnico", em 1910. A pintura de Carrà, nesta época, era muito marcada por um desdobramento do pontilhismo, que adquiria em suas mãos um dinamismo veloz que seria impensável em pintores como Seurat ou Signac. Sua interpretação pessoal dos conceitos futuristas de simultaneidade e dinamismo encontrará, nas telas de 1911 a 1913, recortes e rebatimentos de vários planos sobre vários eixos, mostrando que as viagens a Paris que realizou naqueles anos deixaram algumas marcas em sua perspectiva estética. Em seu manifesto de 1913, "De Cézanne a nós, os futuristas", Carrà discorre sobre a complexidade desta relação: "Se acusamos os cubistas, como antes os impressionistas, de não criar obras, mas apenas fragmentos, é porque em seus quadros se sente a necessidade de um desenvolvimento ulterior e mais vasto. (...) Nossos Técnico em Design de Interiores 68 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional quadros não são mais acidentais e transitórios, limitados a uma hora do dia, ou a um dia, ou a uma estação. Nós, futuristas, destruindo a unidade de tempo e lugar, trazemos à pintura uma integração de sensações que é a síntese do plástico universal". Em 1914 realiza algumas colagens e começaa a se afastar do futurismo. Conhece de Chirico em 1917 e fica entusiasmado com as novas possibilidades que a pintura metafísica poderia lhe proporcionar, pela criação de uma atmosfera ao mesmo tempo mágica e estranha através de imagens misteriosas e desconexas. Neste mesmo ano vai para o exército do qual sairá em 1919. Nos anos 20 dá a última grande guinada de sua carreira retornando de maneira acentuada a um figurativismo marcado por uma relação orgânica com a realidade natural, que o acompanhará até o fim de seus dias, onde recuperam-se referências proibidas em sua época futurista: Giotto, Masaccio, Paolo Uccello, Piero della Francesca e por fim, Cézanne. Suas telas mostram uma busca renovada de elementos estruturadores associado a uma plasticidade dos corpos que buscam um equilíbrio da composição quase arquitetural. Esta solução desgasta-se com o passar do tempo mostrando o esgotamento de suas soluções pictóricas nas telas de sua produção final. O MAC possui quatro óleos do artista, de sua época pós-metafísica.

Cavalo e cavaleiro ou o cavaleiro vermelho, 1913, e, Interventionist Demonstration, 1914, produzido com a técnica da colagem.

(Fonte: www.macvirtual.usp.br, de Paulo Menezes).

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BAUHAUS

Conceito desta arte

“Criemos uma nova guilda de artesãos, sem as distinções de classe que erguem uma barreira de arrogância entre o artista e o artesão”, declara o arquiteto germânico Walter Adolf Gropius (1883 - 1969), quando inaugura a Bauhaus, em 1919. Criada com a fusão da Academia de Belas Artes com a Escola de Artes Aplicadas de Weimar, Alemanha, a nova escola de artes aplicadas e arquitetura traz na origem Prédio da Bauhaus, sede em Dessau um traço destacado de seu perfil: a tentativa de articulação entre arte e artesanato. Ao ideal do artista artesão defendido por Gropius soma-se a defesa da complementaridade das diferentes artes sob a égide do design e da arquitetura. O termo bauhaus - haus, "casa", bauen, "para construir" - permite flagrar o espírito que conduz o programa da escola: a idéia de que o aprendizado e o objetivo da arte ligam-se ao fazer artístico, o que evoca uma herança medieval de reintegração das artes e ofícios.

A proposta de Gropius para a Bauhaus deixa entrever a dimensão estética, social e política de seu projeto. Trata-se de formar novas gerações de artistas de acordo com um ideal de socie- dade civilizada e democrática, em que não há hierarquias, mas somente funções complemen- tares. O trabalho conjunto, na escola e na vida, possibilitaria não apenas o desenvolvimento das consciências criadoras e das habilidades manuais como também um contato efetivo com a sociedade urbano-industrial moderna e seus novos meios de produção. A ligação mais efetiva entre arte e indústria coincide com a mudança da escola para Dessau, em 1925. No complexo de edifícios projetados por Gropius são delineadas as abordagens características da Bauhaus: as pesquisas formais e as tendências construtivistas realizadas com o máximo de economia na utilização do solo e na construção; a atenção às características específicas dos diferentes ma- teriais como madeira, vidro, metal e outros; a idéia de que a forma artística deriva de um método, ou problema, previamente definido o que leva à correspondência entre forma e fun- ção; e o recurso das novas tecnologias. Data desse período o desenvolvimento de uma série

Técnico em Design de Interiores 70 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional de objetos - mobiliário, tapeçaria, luminária etc. -, produzidos em larga escala, como as ca- deiras e mesas de aço tubular criada por Marcel Breuer (1902 - 1981) e Ludwig Mies van der Rohe (1886 - 1969) e produzidas pela Standard Möbel de Berlim e pela Thonet.

A Bauhaus atrai artistas de vanguarda de diversas nacionalidades, nem sempre afinados em termos de filiações teóricas, gerando a convivência de orientações estéticas díspares dentro da escola e redefinições no projeto ao longo de sua história. Do corpo docente fazem parte Johannes Itten (1888 - 1967), Theo van Doesburg (1883 - 1931), Wassily Kandinsky (1866 - 1914), Paul Klee (1879 - 1940), László Moholy-Nagy (1894 - 1946), Breuer, Hannes Meyer (1889 - 1954), Van der Rohe, Oskar Schlemmer (1888 - 1943), Joseph Albers (1888 - 1976) e outros. A diversidade dos colaboradores é responsável pelo contato direto da Bauhaus com diferentes tendências da arte européia: o construtivismo russo, o grupo de artistas holandeses ligados ao De Stijl [O Estilo] e os adeptos do movimento de pintura alemã Neue Sachlichkeit [Nova Objetividade]. O ano de 1928 marca a saída de Gropius da direção e sua substituição pelo ar- quiteto suíço Hannes Meyer, o que sinaliza uma ênfase mais social em relação ao design, tra- duzida na criação de um mobiliário de madeira - mais barato, simples e desmontável - e de grande variedade de papéis de parede. Diante das pressões do nazismo sobre Meyer, em 1930 a escola passa a ser dirigida pelo arquiteto Mies van der Rohe. Ela é oficialmente fecha- da em 1932 e, após uma tentativa frustrada de recomposição em Berlim, encerra suas ativida- des, por determinação dos nazistas, em 1933. A emigração dos professores da escola é fator decisivo na difusão das idéias da Bauhaus pelo mundo todo. Nos Estados Unidos, para onde se dirige boa parte deles - Gropius, Moholy-Nagy, Breuer, Bayer, Van der Rohe e outros - surge a Nova Bauhaus, em Chicago, 1937/1938 e o Architectes's Collaborative - TAC, escritório de ar- quitetura criado por Gropius em 1945, quando é professor em Harvard.

Cartaz da Bauhaus

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A escola de ULM

Conhecida como Escola Superior da Forma, a Escola de Ulm, na Alemanha, é um centro de en- sino e pesquisa de design e criação industrial, concebida em 1947 e fundada em 1952, por Inge Aicher-Scholl (1917-1998) e Otl Aicher (1922-1991), professores da já existente Escola Po- pular Superior da Forma de Ulm, e por Max Bill (1908-1994), antigo aluno da Bauhaus. Trata- se de um empreendimento privado de caráter interdisciplinar, que reúne arquitetos, desig- ners, cineastas, pintores, músicos, cientistas e outros. A idéia da escola é formar profissionais com sólida base artística e técnica para atuarem na concepção de ampla gama de objetos produzidos em escala industrial, de uso cotidiano ou científico, relacionados à construção e aos suportes modernos de informação, às mídias e à publicidade. O modelo de Ulm retoma as relações entre arte e ofícios, arte e indústria, arte e vida cotidiana presentes nas experiênci- as anteriores do arts and crafts, do e do art déco, todos esses movimentos com- prometidos com a superação das distâncias entre belas-artes e artes aplicadas. De modo mais direto, o centro de Ulm inspira-se na experiência da Bauhaus, sobretudo na fase da escola em Dessau, Alemanha em1925, quando a articulação entre arte e indústria se torna mais nítida. As relações de proximidade e distância com o projeto da Bauhaus marcam as diversas fases da Escola de Ulm, sendo responsáveis por discordâncias entre seus integrantes mais afeitos às ar- tes e ao design, sob a inspiração de Walter Gropius (1883-1969), e os que enfatizam a prima- zia da ciência e da técnica. As palavras de Aicher são emblemáticas: "Quando Walter Gropius nos propôs chamar "Bauhaus Ulm" a Escola Superior da Forma [Hochschule für Gestaltung], nós recusamos".

O caráter internacional da instituição é flagrante. O corpo docente é recrutado em diversos países da Europa - França, Holanda, Inglaterra, Suíça, Áustria e da América do Sul e do Norte e é alta a porcentagem de estudantes estrangeiros: entre 40% e 50%. O corpo de conferencis- tas convidados é diversificado, o que realça a vocação cosmopolita do projeto e sua dimensão experimental, com a abertura permanente a idéias e teorias novas. Passam pela escola, entre outros, Rodolfo Bonetto (1929-1991), Josef Albers (1888-1976), Frei Otto (1925), Karl Gerstner (1930), Etienne Grandjean, Ralf Dahrendorf (1929), Hans Magnus Enzensberger (1929), Walter Gropius e Mies van der Rohe (1886-1969). O trabalho é organizado em cursos, seminários e atividades práticas sobre um projeto, definido também em função das encomendas recebidas de diversas indústrias e organizações. Quatro grandes seções definem a estrutura do trabalho: design de produtos, comunicação visual, construção e informação.

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Os cursos dividem-se entre os comuns a todas as seções e os específicos, um de ensino funda- mental e três especializados, em função da seção escolhida quatro anos de duração. A escola tem ainda um setor de criação cinematográfica. A filosofia mais geral que ampara sua concep- ção pedagógica é do desenvolvimento do espírito crítico, amparado na convicção de seus fun- dadores - todos eles antifascistas, é bom lembrar -, nas possibilidades de criação de um ho- mem novo e de um novo estilo de vida. A independência econômica do centro em seus primei- ros anos - sustentado pela Fundação Holl, criada quando ocorre a execução dos irmãos Hans e Sophia pelos nazistas - garante sua independência em relação à burocracia cultural de cunho conservador, convertendo-se em elemento fundamental a sustentar a liberdade de experi- mentação e de crítica.

Os estudiosos tendem a dividir a história da escola em algumas grandes fases. A primeira delas corresponde aos anos de criação, de 1947 a 1953, e ao grupo fundador, que imagina de início uma "Escola Superior Social e Política" que contribuísse para uma nova educação democrática. A idéia de Bill de criar uma Escola Superior de Projeto, definida em função do trabalho práti- co e coletivo em pequenos grupos, acaba se impondo e uma dotação do governo norte-ameri- cano, obtida por Aicher-Scholl, viabiliza o começo das atividades da Escola de Ulm. Os anos de 1953 a 1956 coincidem com o período em que Bill dirige a escola, imprimindo amplo ideal universalista, definido na máxima: "Da colher à cidade [...] colaborar para a construção de uma nova civilização". Nesse período também é concluído o prédio, com base no desenho do próprio Bill. A atuação intensa de ex-alunos da Bauhaus nessa fase - além de Bill, Josef Albers, Johannes Itten (1888-1967) e Helene Nonné-Schmidt - define um projeto estético, social e po- lítico afinado com o modelo de Gropius.

No fim de 1956, Max Bill deixa a escola por discordâncias com o grupo formado pelo pintor ar- gentino Tomás Maldonado (1922), pelo arquiteto holandês Hans Gugelot (1920-1965) e pelo antigo membro do De Stijl, Friedrich Vordemberge-Gildewart (1897-1981), ao qual se liga Ai- cher, que insiste no rompimento com a tradição artesanal da Bauhaus. Trata-se, segundo eles, de imprimir uma nova orientação à escola, mais voltada para a ciência, tecnologia moderna e produção em série, em que a arte e o design não sejam o centro. Nessa fase, as novas con- cepções das relações entre design, ciência e tecnologia desenham um "modelo ulmiano", que inclui uma definição renovada do designer: não mais um artista com proeminência sobre os demais (como queria Bill), mas sim um membro entre outros em um grupo de cientistas, pes- quisadores, comerciantes e técnicos. Nessa fase, com a direção de Maldonado, o ensino fun- damental integra teoria da percepção e semiótica. A seção de arquitetura, com influência de

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Konrad Wachsmann (1901-1980) e Herbert Ohl (1926), converte-se em seção de "construção industrializada".

Os anos de 1958 a 1962 expressam a primazia da ciência sobre o design, com a forte presença do matemático e teórico da planificação Horst Rittel (1930-1990), do especialista em sociolo- gia industrial Hanno Kesting e do engenheiro mecânico e professor inglês Leonard Bruce Ar- cher (1922-2005). Nas palavras do crítico Herbert Lindinger (1933), "o positivismo científico se propaga em Ulm a partir de 1958". As resistências a esse formato excessivamente científico e planejador culminam no período seguinte, de 1962 a 1967, em que Aicher e Maldonado assu- mem a direção da escola na tentativa de imprimir novo equilíbrio entre teoria e prática, en- tre ciência e design. Nessa fase a formação teórica é enfatizada com a presença de filósofos da comunicação como Abraham Moles (1920-1992), e definidos métodos mais claros de análise de design. O período coincide com o agravamento dos problemas financeiros da escola. Os anos finais da escola, 1967 e 1968, se caracterizam pela penúria econômica e redução do nú- mero de cursos. O parlamento de Stuttgart, que se torna a principal fonte de financiamento da instituição, exige soluções práticas. Além disso, o movimento de 1968 no mundo inteiro re- verbera em críticas ao modelo da escola, fechada oficialmente em 5 de dezembro de 1968.

A Escola de Ulm é responsável pela experiência mais significativa do movimento do design no período posterior à Segunda Guerra Mundial, 1939 -1945. Apesar de suas dimensões reduzidas em toda sua vida não abriga mais do que 640 estudantes, dos quais apenas 215 saem diploma- dos -, estabelece uma metodologia nova no campo da criação, cujas marcas ainda estão pre- sentes. O design moderno na tradição do funcionalismo estabelecido pela Escola de Ulm pode ser visto nos produtos concebidos pela empresa Braun; no metrô de Hamburgo; no mobiliário M 125; no primeiro sistema hi-fi para a Braun; no carrossel para slides da Kodak; no logotipo da Lufhtansa; em cartazes de cinema e shows (no de Stan Getz em Paris, em 1959 e 1960, por exemplo) e de outros eventos. Marcas da escola se fazem presentes no mundo: Índia, Japão e América Latina. No Brasil a experiência da Bauhaus e de Ulm podem ser percebidos no proje- to do Instituto de Arte Contemporânea (IAC) do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) , em 1951, e na experiência da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi) , Rio de Janeiro, 1963. Lembremos ainda que Geraldo de Barros (1923-1998), Almir Mavignier (1925) e Alexandre Wollner (1928) passam, como alunos, pela Escola Superior da Forma e é grande a influência de Max Bill sobre as vertentes mais construtivas da arte bra- sileira na década de 1950.

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(fonte: www.itaucultural.org.br)

Design feito para a empresa Braun.

Relógio de cozinha criado por Junghans Küchenuhr em 1956/57.

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Estu- dan- tes da escola na elabo- ração de de- sign.

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OPTICAL ART

Conceito e finalidade O Termo Op Art foi usado em 1964 para descrever um estilo particular de pintura abstrata , onde padrões são usados para dar a impressão que a pintura está vibrando. O nome foi inicialmente criado para ser uma brincadeira com a POP ART, mas também ajudou a descrever um novo estilo de arte que confiava nos efeitos óticos em suas pinturas nos anos vinte.

Embora toda arte se apóie, até certo ponto, em ilusões de óptica, a arte op emprega especificamente fenômenos ópticos com a finalidade de confundir os processos normais de percepção. Compostas de cores justapostas ou em preto e branco padronizados, as pinturas da arte op vibram, ofuscam e oscilam, criando efeitos de ondulação e ilusões de movimento.

Em 1965, a primeira exposição internacional da Op art, “O Olho Responsivo”, aconteceu no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Apesar da popularidade que ganhou com o público, críticos de arte afirmaram que as obras eram apenas truques sem nenhum conteúdo artístico, e reclamaram sobre a sensação de tontura e enjôo causada pelas mesmas. Como o próprio nome da exposição afirma, esse estilo exige a participação do espectador para completá-la, pois são criações que estimulam o espectador a refletir sobre os processos de percepção e pensamento e a questionar a natureza ilusória da realidade. Trata-se de uma arte que simboliza as constantes mudanças na realidade em que vivemos.

Os artistas que fizeram parte desse estilo são: Richard Anuszkiewicz (1930), Larry Poons (1937), Michael Kidner (1917), Bridget Riley (1931) e Victor Vassarely (1908 – 1997).

Artistas

Bridget Riley

Nascida em Londres em 1931, Riley pretendeu representar o movimento com a utilização sequencial de elementos gráficos, nomeadamente listas que se sobrepõem curvas onduladas, discos concêntricos e quadrados ou triângulos que se repetem exaustivamente.

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A dinâmica nas suas obras é, em suma, alcançada com a oposição de estruturas idênticas que interagem umas com as outras produzindo determinado efeito óptico. Os seus primeiros quadros a preto e branco surgiram em 1960, tendo ganhado rapidamente um papel de destaque no movimento emergente da Op art, que a levou a expor em países tão diferentes como Itália, Alemanha, Estados Unidos, Austrália, Índia, Egipto ou Japão. È, no entanto, em meados dos anos 60 ao utilizar cores nos seus trabalhos que revoluciona o movimento Op Art ao introduzir uma técnica, denominada “Moiré”, através da qual cria um espaço móvel que produz um efeito semelhante a de um estalido de chicote. Atualmente participa de várias exposições e concilia sua carreira de pintora com o ensino universitário.

Blaze, 1964.

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Metamorphosis, 1964.

Victor Vasarely

Nascido na Hungria, (Pécs, 9 de abril de 1908 — Paris, 15 de março de 1997) foi um pintor e escultor húngaro radicado na França, considerado o "pai da OP ART" (abreviatura de Optical Art).

Victor Vasarely

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Tendo ido posteriormente estudar arte em Budapeste, onde se familiarizou com o movimento Bauhaus e com os trabalhos de Paul Klee, Kandinsky e Josef Albers. A influência destes, teve um impacto tal na sua obra, que se poderá afirmar que, nela, tenta resumir os princípios dos pioneiros da Bauhaus, segundo a qual, o movimento não depende, nem da obra de arte em si mesma, nem do tema específico que se pretende ver retratado, mas antes da apreensão do ato de olhar, que por si só é considerado o único criador. Em 1930, foi viver em Paris, onde trabalhou como designer gráfico em várias empresas de publicidade. Depois de um período de expressão figurativa, decidiu optar por uma arte construtivista e geométrica abstrata, tendo- se dedicado nos 13 anos seguintes ao aprofundamento de conhecimentos gráficos. O seu fascí- nio por padrões lineares levou-o a desenhar diversos motivos através da utilização de grelhas lineares bicolores (pretas e brancas) e das deformações ondulantes, onde a sensação de pro- fundidade e a multidimensionalidade dos objectos foram sempre uma preocupação constante. Posteriormente, a introdução da cor nos seus trabalhos vai permitir ainda um maior dinamis- mo, através do qual pretendeu retractar o universo inatingível das galáxias, a gigante pulsa- ção cósmica e a mutação biológica das células. Os seus trabalhos são então essencialmente geométricos, policromáticos, multidimensionais, totalmente abstractos e intimamente ligados às ciências.

É, no entanto, o período entre 1950-60 (período Black and White) que marca definitivamente o trabalho de Vasarely, uma vez que ao introduzir pela primeira vez a sugestão de movimento sem existir movimento real, cria uma nova relação entre artista e espectador (que deixa de ser um elemento passivo para passar a interpretar livremente a imagem em quantos cenários visuais conseguir conceber), desenvolvendo e definindo os elementos básicos do que será co- nhecido como Op Art -um estilo e técnica que permanecerá para sempre ligado ao seu nome.

Experimentou o uso de transparências e cores em projeções, produziu tapeçarias e publicou suas primeiras gravuras. Seus quadros combinam variações de círculos, quadrados e triângu- los, por vezes com gradações de cores puras, para criar imagens abstratas e ondulantes. Via- jou por muitos países, sempre recebendo vários troféus.

É considerado um dos principais artistas do movimento Optical Art, entre suas obras se desta- cam suas "Vegas", obras caracterizadas pela impressão 3D concedida as 'esferas', e por cores contrastantes. Como podemos ver abaixo.

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Vega-Gyongiy-2, 1971 Pintura acrílica.

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POP ART

Conceito e finalidade Esse movimento se desenvolveu simultaneamente nos Estados Unidos e na Inglaterra. Foi em 1954, na Inglaterra, que a expressão POP ART surgiu pela primeira vez. Trata-se da abreviação em inglês de popular art ou arte popular. Mas o movimento se difundiu mundialmente a partir de Nova Iorque, na década de 1960. Os temas do cotidiano passaram a ser privilegiados. O que antes era considerado banal, como uma lata de sopa, tornou-se algo importante e valorizado.

Na Pop art não faz questão de abordar uma arte tradicional e elitista, nem o folclore ou cultura popular, mas seu foco estava em abordar a crescente cultura de massa que se manifestava no cinema, na propaganda, na ficção científica, no consumismo, na mídia, nas comunicações, no design de produtos e nas novas tecnologias que se originaram nos Estados Unidos, mas que se espalhava por todo o Ocidente.

Os temas dessa arte para a época eram escandalosos que envolviam crimes, sexo, comida e violência, livre de qualquer “politicamente correto”, o que, para os críticos de arte, tornava- a pertencente a baixa cultura e uma não arte. Ela se utilizava de imagens gráficas, objetos do cotidiano das cidades, imagens das estrelas de cinema norte americano para mostrar o estilo de vida urbano, o American way of life. Para muitos, essa arte tratou-se de uma arte alienante e superficial. Para outros, foi uma crítica ao consumismo e ao gosto duvidoso da publicidade comercial.

Os artistas que participaram deste movimento, tanto britânico como americano são: Jasper Johns (1930), Robert Rauschenberg (1925), Roy Lichtenstein (1923 – 1997), Andy Warhol (1928 – 1987), Peter Blake (1932), Allen Jones (1937), Richad Hamilton (1922), Patrick Caulfield (1936- 2005), e David Hockney (1937).

Andy Warhol

Um dos iniciadores e expoentes da Pop Art.

Nasceu em 6 de Agosto de 1928, em Pittsburgh, nos E.U.A.; morreu em 22 de Fevereiro de 1987, em Nova Iorque. Terceiro e último filho de emigrantes da Checoslováquia, o pai, Andrei, veio para os Estados Unidos para evitar ser recrutado pelo exército austro-húngaro, no

Técnico em Design de Interiores 82 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional fim da Primeira Guerra Mundial. Em 1921 a mulher, Julia, juntou-se-lhe, tendo a família ido viver em Pittsburgh. Durante essa época Andy foi atacado por uma doença do sistema nervoso central, que o tornou bastante tímido.

Estudou no liceu de Schenley onde frequentou as aulas de arte, assim como as aulas do Museu Carnegie, instituição sediada perto do liceu. A família, com base nas poupanças, conseguiu pagar-lhe os estudos universitários no célebre Instituto de Tecnologia Carnegie, onde teve que se esforçar bastante, sobretudo na cadeira de Expressão, devido ao seu deficiente conhecimento do inglês, já que a mãe nunca tinha deixado de falar checo em família. Por sua vez, nas aulas artísticas, em vez de ter Andrew criava problemas, ao não aceitar seguir as regras estabelecidas.

De qualquer maneira, devido ao fim da 2.ª Guerra Mundial, foi obrigado a abandonar o Instituto no fim do primeiro ano, para dar lugar aos soldados americanos desmobilizados, a beneficiar de entrada preferencial nas Universidades americanas com a passagem da Lei de Desmobilização (GI Bill). Alguns dos seus professores defenderam a sua permanência na instituição, e pôde por isso frequentar o Curso de Verão, que lhe permitiria reinscrever-se no Outono seguinte. Os seus trabalhos nesse Curso fizeram-no ganhar um prêmio do Instituto e a exposição dos seus trabalhos. Acabou a licenciatura com uma menção honrosa em desenho, indo viver para Nova Iorque em Junho de 1949, à procura de emprego como artista comercial.

Contratado pela revista Glamour começou por desenhar sapatos. Passou a desenhar anúncios - actualmente ainda muito normais na publicidade de moda nos EUA - para revistas como a Vogue e a Harper's Bazaar, assim como capas de livros e cartões de agradecimento.

Em Junho de 1952 ele realizou a sua primeira exposição na Hugo Gallery: Desenhos baseados nos escritos de Truman Capote. A exposição foi um sucesso não só comercial como artística, que lhe permitiu viajar pela Europa e Ásia em 1956.

Em 1961 realizou a sua primeira obra em série usando as latas da sopa Campbell's como tema, continuando com as garrafas de Coca-Cola e as notas de Dólar, reproduzindo continuamente as suas obras, com diferenças entre as várias séries, tentando tornar a sua arte o mais industrial possível, usando métodos de produção em massa. Estas obras foram expostas, primeiro em Los Angeles, na Ferus Gallery, depois em Nova Iorque, na Stable Gallery. Em 1963 a sua tentativa de viver como uma máquina teve uma primeira aproximação com a inauguração do seu estúdio permanente - The Factory - A Fábrica.

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Andy Warhol passou então a usar pessoas universalmente conhecidas, em vez de objectos de uso massificado, como fontes do seu trabalho. De Jacqueline Kennedy a Marilyn Monroe, passando por Mao Tse-tung, Che Guevara ou Elvis Presley. A técnica baseava-se em pintar grandes telas com fundos, lábios, sobrancelhas, cabelo, etc. berrantes, transferindo por serigrafia fotografias para a tela. Estas obras foram um enorme sucesso.

Em Junho de 1968 Valerie Solanas, uma frequentadora da Factory, criadora solitária da

SCUM (Society for Cutting Up Men), entrou no Marilyn, 1967 estúdio de Warhol e alvejou-o quase mortalmente. O pintor demorou Quando saiu do hospital tinha perdido muita da sua popularidade junto da comunicação social. Dedicou-se então a criar a revista Interview, e a apoiar jovens artistas em início de carreira, para além de escrever livros - a sua autobiografia The Philosophy of Andy Warhol (From A to B and Back Again) foi publicada em 1975 -, e apresentar dois programas em canais de televisão por cabo. A sua pintura voltou-se para o abstraccionismo e o expressionismo, criando a série de pinturas - Oxidation (Oxidação).

Em 1987 foi operado da vesícula. A operação correu bem, mas Andy Warhol morreu no dia seguinte. Era célebre há 35 anos. De fato, a sua conhecida frase: ”no futuro, toda a gente será célebre durante quinze minutos”, só se aplicará no futuro, quando a produção cultural for totalmente massificada e em que a arte será distribuída por meios de produção de massa.

(Fonte: Enciclopédia Britânica, www.arqnet.pt/portal/biografias).

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Campbell Soup, 1962

Andy Warhol

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Jasper Johns

Jasper Johns, Jr (Augusta, Georgia, 15 de Maio de 1930) é um pintor norte-americano do mo- vimento Pop Art.

Jasper Johns

Jasper Johns talvez tenha sido um dos mais importantes entre os pioneiros da pop art na Amé- rica. Começou a pintar objetos tão vulgares como por exemplo as bandeiras, mapas, algaris- mos. Exemplo de uma das suas principais obras é a "Três Bandeiras"

Jaspers Johns estudou na Universidade da Carolina do Sul entre 1947 e 1948, e em 1949 mu- da-se para Nova Iorque, ingressando numa escola de arte comercial, a Parsons School of De- sign. Em 1952 vai para o exército, e é colocado em Sendai, no Japão, durante a Guerra da Coreia, onde fica até 1953. De volta a Nova Iorque, Jasper Johns conhece Robert Rauschenberg, Merce Cunningham, coreógrafo, Marcel Duchamp e John Cage, músico da vanguarda americana. Junto aprofundam a cena da arte contemporânea, ao mesmo tempo que começam a seguir os seus próprios caminhos na arte.

Em 1955, pinta o mais famoso, e conhecido dos seus quadros, A Bandeira norte-americana. Os seus quadros são descritos como dada neo-dadaístas, em oposição a Pop Art, embora aqueles incluam, habitualmente, imagens e objectos da cultura popular. Ainda assim, o trabalho de Jaspers Johns é catalogado como pertencendo à Pop Art, devido ao uso artístico da

Técnico em Design de Interiores 86 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional iconografia clássica. Mais tarde, durante a suas exposições em Paris suas bandeiras são vistas, por alguns críticos, como divulgação nacionalista.

Os seus primeiros trabalhos tinham por base temas simples, como bandeiras, mapas, alvos, números e letras. O tratamento peculiar dado às suas telas, tem origem numa técnica deno- minada encaústica, que consiste em diluir a tinta em cera quente. Mais tarde, em 1958, Johns acrescenta relevo aos seus quadros, colocando neles objectos reais, como escovas, latas, pin- céis ou letras. O seu trabalho caracteriza-se, assim por ser paradoxal, contraditório e proble- mático, semelhante ao de Marcel Duchamp (associado ao movimento Dada). Para além de quadros, Johns também trabalhou em entalhes, esculturas e litografias.

Contrariamente a muitos outros artistas, Johns viu a sua obra reconhecida ainda em novo. Em 1957, expõe colectivamente no Jewish Museum, onde conhece Leo Castelli; no ano seguinte, este organiza a sua primeira exposição individual, na galeria da qual era dono. Ainda em 1958, Johns expõe no pavilhão americano da Bienal de Veneza.

Obras de Jasper Johns.

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No virar da década de 50, Jaspers diversifica o seu trabalho, construindo moldes em bronze de objetos cotidianos, como o Bronze Pintado (1960), que mostra duas latas de cerveja. Participa, com John Cage em decorações de happenings, e nas coreografias de Merce Cunningham. Os anos 60 representam para Johns o reconhecimento das suas obras na Europa, primeiro em 1961, com uma exposição individual em Paris, e depois, em 1964, na Bienal de Veneza. Este reconhecimento a Johns, abre também as portas da Europa à cultura norte- americana.

No virar da década de 50, Jaspers diversifica o seu trabalho, construindo moldes em bronze de objetos cotidianos, como o Bronze Pintado (1960), que mostra duas latas de cerveja. Participa, com John Cage em decorações de happenings, e nas coreografias de Merce Cunningham. Os anos 60 representam para Johns o reconhecimento das suas obras na Europa, primeiro em 1961, com uma exposição individual em Paris, e depois, em 1964, na Bienal de Veneza. Este reconhecimento a Johns, abre também as portas da Europa à cultura norte- americana.

No ano de 1998, o Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, pagou cerca de 20 milhões de dólares pelo seu trabalho de 1955, A Bandeira Branca.

Em 2006, um grupo de colecionadores privados adquiriu o quadro Falsa Partida, de 1959, por 80 milhões de dólares.

Ele também fez uma participação especial no seriado o Simpsons como ele mesmo.

John Jaspers reside, atualmente em Sharon, Connecticut, nos Estados Unidos.

Referências gerais

Grandes Pintores do Século XX, Ed. Globus Comunicación, 1994.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Jasper_Johns)

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MINIMALISMO

Conceito e finalidade O minimalismo se desenvolveu nos Estados Unidos principalmente em Nova York, na década de sessenta como uma expressividade emocional do expressionismo Abstrato. Os artistas envolvidos com o novo movimento queriam fazer um trabalho que deveria ser completo em si mesmo e não imitar nada, retirando da pintura qualquer tipo de referência exterior.

O que caracteriza essa arte é a simplicidade com que relaciona formas geométricas, cores monocromáticas, aparência abstrata e austera. Inicialmente não tinha uma proposta utilitária. Essa arte se aproveita do espaço da exposição para interagir com suas obras, por isso a própria parede, ou chão ou a sala acaba se tornando parte da obra. Há um predomínio da escultura, pois a maioria dos trabalhos desenvolvidos é tridimensional com estruturas simples, todos são baseados em formato quadrado, cúbico ou retangular, tendo equilíbrio pela regularidade e simetria. A repetição do módulo básico regular é outra característica. As formas são abstratas e simples, os materiais não são disfarçados ou manipulados para parecer algo que não são. Os objetos não são emoldurados ou colocados em pedestal, são colocados diretamente no chão ou na parede. Esses trabalhos:

“Não são esculpidos ou modelados, mas soldados, parafusados, colados, cavilhados ou simplesmente empilhados. O traço autobiográfico do artista expressivo é eliminado. Os materiais que cada um dos artistas usou são mais industriais do que artísticos num sentido tradicional; adquiridos em lojas de material de construção e outros estabelecimentos semelhantes em vez de uma loja de material de pintura ou artesanato: aço, tijolo, madeira compensada, alumínio, cobre, luz fluorescente, espelhos.” (BATCHELOR, 2001, pg. 13)

O minimalismo foi um dos muitos rótulos aplicados pelos críticos para descrever as estruturas geométricas aparentemente simples que os artistas estavam criando. Estes que deram origem são: Carl André (1935), Dan Flavin (1933 - 1996), Donnald Judd (1928 – 1994) e Robert Morris(1931). Muitos críticos, na exposição “Estruturas Primárias: Escultores americanos e britânicos jovens”, realizada no Jewish Museum de Nova York em 1966, julgaram essa arte como fria, racionalista e simplista. O jovem artista que participou da exposição, Robert Morris respondeu:

“A simplicidade da forma não se equaciona necessariamente com a simplicidade da experiência. As formas unitárias não reduzem os relacionamentos. Elas os ordenam.”

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(DEMPSEY, 2033, pg. 238).

Esse estilo artístico se desenvolveu na pintura, escultura, arquitetura e até na música. Nos anos recentes também repercute em design de móveis, decoração de interiores, as artes gráficas e ao design de moda.

Artistas

Carl André

Carl Andre é um Escultor Monimalista dos EUA. Estudou na Phillips Aca- demy onde conheceu Hollis Franpton que iria influenciá-lo no aprendizado das linguagens artísticas. Mudou-se para Nova York em 1956 reencontrando um amigo de escola, o tambem Artista Pintor Frank Stella. As pesquisas de Stella sobre espaço e forma, passaram a inquietar sua imaginação, desen- cadeando uma série de Esculturas em madeira, notadamente com forte in- fluência do grande mestre Brancusi.

Passou a considerar a poesia concreta e suas multidimensões dentro do seu conceito escultóri- co, explorando a economia de elementos a procura da construção de unidades compactas. Adepto das Esculturas Públicas e diversificando materiais, passou a expor seus trabalhos, a partir dos anos 60, na Tibor de Nagy Gallery e a série ” Primary Structures “ no Jewish Mu- seum em Nova York. Em 1970, expôs no Solomon R. Guggenheim Museum e em Galerias da Eu- ropa. Em 1972, apresentou a escultura “Equivalente VIII” na Tate Gallery em Londres consa- grando-se como um dos mais importantes nomes da Escultura Contemporânea.

Equivalente VIII, 1966. Tijolos refratários. Tate Gal- lery, Londres.

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Dique- André-1978

CARL ANDRE - SPATIAL SPECIFICITY, 144 GRAPHITE SILENCE, 2005.

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Dan Flavin

Dan Flavin nasceu em 1 de abri l de 1933 em Nova Iorque e morreu em Riverhead, New York, em 29 de novembro de 1996. Flavin estudou História da Arte por um curto período de tempo na New School for Social Research e depois se mudou para Universidade Columbia, onde estu- dou pintura e desenho.

Em 1959, fez exame de classes extraindo e pintando na universidade Columbia. Neste ano, começou a fazer ensamblage e colagens além de pinturas com influência do Expressionismo Abstrato. Sua primeira mostra de solo das construções e dos watercolors ocorreu na galeria de Judson, Nova York, em 1961.

Em 1963, começou a trabalhar com tubos fluorescentes coloridos. Sua escultura foi mostrada em uma exibição solo, na galeria de Kaymar, Nova York, em 1964. Seu trabalho com a luz re- flete a ligação com a pintura. Diferentes luzes coloridas no mesmo trabalho misturam-se no espaço para produzir novas cores. Ele utiliza um recurso novo, que é comum, industrial e fa- miliar para produzir arte.

Três das instalações permanentes as mais ambiciosas de Flavin foram terminadas após sua morte: projetou a igreja Católica em Milan, em 1997; um projeto para Richmond Salão na coleção de Menil em Houston, Texas em 1998; e a conclusão de uma instalação em seis bar- racks anteriores do exército na fundação em Marfa, Texas de Chinati de Donald Judd em 2000.

Monumento para V. Tatlin, 1966,1969. Tubos de luz florescente e acessórios.

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Obra sem título.

Unknown

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ARTE PÓS-MODERNA

Conceito e finalidade Pós-modernidade ou Pós-modernismo é a condição sócio-cultural e estética que prevalece no capitalismo contemporâneo após a queda do Muro de Berlim e a consequente crise das ideologias que dominaram o século XX. O uso do termo se tornou corrente embora haja con- trovérsias quanto ao seu significado e a sua pertinência.

Algumas escolas de pensamento tem-na como o fundamento do alegado esgotamento do mo- vimento modernista, que dominou a estética e a cultura até final do século XX, substituindo, assim, a modernidade. Outros, por sua vez, afirmam que a pós-modernidade seria a extensão da modernidade, englobando-a para cobrir o desenvolvimento no mundo, onde houve a perda da aura do objeto artístico pela sua reprodução em múltiplas formas: fotografias, vídeos, etc. (Walter Benjamin).

Pós-modernidade pode significar uma resposta pessoal para uma sociedade pós-moderna, as condições na sociedade que fazem-na pós-moderna ou o estado de ser que é associado a uma sociedade pós-moderna. Em muitos contextos, poderia ser distinguido de pós-modernismo, a consciente adoção de filosofias pós-modernas ou de seus traços na arte, literatura e socieda- de.

O crítico brasileiro Mário Pedrosa foi um dos primeiros a utilizar este termo em 1964 (Madei- ra, A. p.1). Em importante artigo sobre a arte de Hélio Oiticica Pedrosa afirmava na ocasião (Pedrosa, 1981:2005):

“A esse novo ciclo de vocação antiarte chamaria de arte pós-moderna”.

Pós-modernidade pode significar uma resposta pessoal para a sociedade pós-moderna. As con- dições nas quais a sociedade faz-se pós-moderna ou o estado de ser que é associado com uma sociedade pós-moderna. Na maioria dos contextos pode ser distinguida de pós-modernismo, a consciente adoção de filosofias pós-modernas ou traços na arte, literatura e sociedade.

Diferentes concepções

Segundo o francês Jean-François Lyotard, a "condição pós-moderna" caracteriza-se pelo fim das metanarrativas. Os grandes esquemas explicativos teriam caído em descrédito e não

Técnico em Design de Interiores 94 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional haveria mais "garantias", posto que mesmo a "ciência" já não poderia ser considerada como a fonte da verdade.

Para o crítico marxista norte-americano Fredric Jameson, a Pós-Modernidade é a "lógica cul- tural do capitalismo tardio", correspondente à terceira fase do capitalismo, conforme o es- quema proposto por Ernest Mandel.

Outros autores preferem evitar o termo. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, um dos princi- pais popularizadores do termo Pós-Modernidade no sentido de forma póstuma da modernida- de, atualmente prefere usar a expressão "modernidade líquida" - uma realidade ambígua, multiforme, na qual, como na clássica expressão do manifesto comunista, tudo o que é sólido se desmancha no ar.

O filósofo francês Gilles Lipovetsky prefere o termo "hipermodernidade", por considerar não ter havido de fato uma ruptura com os tempos modernos - como o prefixo "pós" dá a enten- der. Segundo Lipovetsky, os tempos atuais são "modernos", com uma exarcebação de certas características das sociedades modernas, tais como o individualismo, o consumismo, a ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço.

Já o filósofo alemão Jürgen Habermas relaciona o conceito de Pós-Modernidade a tendências políticas e culturais neoconservadoras, determinadas a combater os ideais iluministas

Pós-modernidade, identidade cultural e globalização

Em "A Identidade cultural na Pós-Modernidade", Stuart Hall (2003)[1] busca avaliar se estaria ocorrendo uma crise com a identidade cultural, em que consistiria tal crise e qual seria a di- reção da mesma na pós-modernidade. Para efetivar tal intento, analisa o processo de frag- mentação do indivíduo moderno enfatizando o surgimento de novas identidades, sujeitas ago- ra ao plano da história, da política, da representação e da diferença. A preocupação de Hall também se volta para o modo como haveria se alterado a percepção de como seria concebida a identidade cultural. Todos esses aspectos constituem-se como fases de um procedimento analítico que intenta descrever o processo de deslocamento das estruturas tradicionais ocorri- do nas sociedades modernas e pós-modernas, assim como o descentramento dos quadros de referências que ligavam o indivíduo ao seu mundo social e cultural. Tais mudanças teriam sido ocasionadas, na contemporaneidade, principalmente, pelo processo de globalização.

A globalização alteraria as noções de tempo e de espaço, desalojaria o sistema social e as es- truturas fixas e possibilitaria o surgimento de uma pluralização dos centros de exercício do Técnico em Design de Interiores 95 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional poder. Quanto ao descentramento dos sistemas de referências, Hall considera seus efeitos nas identidades modernas, enfatizando as identidades nacionais, observando o que gerou, quais as formas e quais as consequências da crise dos paradigmas do final do século XX.

Desde a década de 1980, desenvolve-se um processo de construção de uma cultura em nível global. Não apenas a cultura de massa, já desenvolvida e consolidada desde meados do século XX, mas um verdadeiro sistema-mundo cultural que acompanha o sistema-mundo político-e- conômico resultante da globalização.

A Pós-Modernidade, que é o aspecto cultural da sociedade pós-industrial, inscreve-se neste contexto como conjunto de valores que norteiam a produção cultural subsequente. Entre es- tes, a multiplicidade, a fragmentação, a desreferencialização e a entropia - que, com a acei- tação de todos os estilos e estéticas, pretende a inclusão de todas as culturas como mercados consumidores. No modelo pós-industrial de produção, que privilegia serviços e informação so- bre a produção material, a Comunicação e a Indústria Cultural ganham papéis fundamentais na difusão de valores e idéias do novo sistema.

Crise da representação

O que se denomina "Crise da Representação", que assombra a arte e as linguagens no contexto pós-moderno, é um fenômeno diretamente ligado à destruição dos referenciais que vinham norteando o pensamento até bem recentemente. O registro do real (figurativismo) era o prin- cipal eixo da pintura até 1870, assim como de resto de toda a arte, até o pós-guerra. Dali em diante, valoriza-se a entropia; “tudo vale”, e todos os discursos são válidos. O resultado é que não há mais padrões limitados para representar a realidade, resultando numa crise ética e es- tética.

A justificativa para essa mudança pode ser mais objetiva: com a História apontando para a formação de uma sociedade global (nível macro), nenhuma das visões de mundo preexistentes (nível micro) poderia ser descartada, sob pena de excluir interessantes mercados consumido- res do sistema-mundo capitalista. O pós-moderno, assim, pelo seu caráter policultural, sua multiplicidade, sua hiperinformação, serve bem à constituição de uma rede inclusiva de consumidores. E dentro disso está inserida a dejeção dos referenciais de repre- sentação.

Referências

• BENJAMIN, Walter. A Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica Técnico em Design de Interiores 96 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

• HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade, Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

• MADEIRA, Angelica. Mário Pedrosa entre duas estéticas, do Abstracionismo à Arte Conceitual

Curiosidade:

A arte pós-moderna enfatiza elementos da cultura regional, assim como a sabedoria popular. Sendo assim, a arte pós-moderna não fica restrita a obras tradicionais como quadros, livros ou esculturas: se realiza também na arquitetura e no design de interiores, na culinária e em qualquer outra manifestação artística de um indivíduo. O pós-moderno invadiu a dança, que reagiu com ritmos e uma estética completamente diferenciada.

Artes como o cinema absorveram esse novo tipo de arte, representando e usando o pós-mo- derno em seus filmes. O pós-moderno de tornou uma arte do cotidiano, que representa uma realidade pensada e repensada, e não apenas um retrato de um evento. Assim, exposições de arte se tornaram instalações onde o público interage e aprende a partir da arte, ao invés de ser um simples expectador.

Artistas Clarice Lispector

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fun- do a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...”

1920 Clarice Lispector nasce em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro, tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Seu nascimento

Técnico em Design de Interiores 97 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional ocorre durante a viagem de emigração da família em direção à América.

1922 Seu pai consegue, em Bucareste, um passaporte para toda a família no consulado da Rússia. Era fevereiro quando foram para a Alemanha e, no porto de Hamburgo, embarcam no navio "Cuyaba" com destino ao Brasil. Chegam a Maceió em março desse ano, sendo recebidos por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin, que viabilizara a entrada da biografa- da e de sua família no Brasil mediante uma "carta de chamada". Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania — irmã, todos mudam de nome: o pai passa a se chamar Pedro; Mania, Mari- eta; Leia — irmã, Elisa; e Haia, em Clarice. Pedro passa a trabalhar com Rabin, já um próspe- ro comerciante.

1925 A família muda-se para Recife, Pernambuco, onde Pedro pretende construir uma nova vida. A doença de sua mãe, Marieta, que ficou paralítica, faz com que sua irmã Elisa se dedique a cuidar de todos e da casa.

1928 Passa a freqüentar o Grupo Escolar João Barbalho, naquela cidade, onde aprende a ler. Du- rante sua infância a família passou por sérias crises financeiras.

1930 Morre a mãe de Clarice no dia 21 de setembro. Nessa época, com nove anos, matricula-se no Collegio Hebreo-Idisch-Brasileiro, onde termina o terceiro ano primário. Estuda piano, hebrai- co e iídiche. Uma ida ao teatro a inspira e ela escreve "Pobre menina rica", peça em três atos, cujos originais foram perdidos. Seu pai resolve adotar a nacionalidade brasileira.

1931 Inscreve-se para o exame de admissão no Ginásio Pernambucano. Já escrevia suas historinhas, todas recusadas pelo Diário de Pernambuco, que àquela época dedicava uma página às com- posições infantis. Isso se devia ao fato de que, ao contrário das outras crianças, as histórias de Clarice não tinham enredo e fatos — apenas sensações. Convive com inúmeros primos e primas. Técnico em Design de Interiores 98 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

1932 É aprovada no exame de admissão e, junto com sua irmã Tania e sua prima Bertha, ingressa no tradicional Ginásio Pernambucano, fundado em 1825. Passa a visitar a livraria do pai de uma amiga. Lê "Reinações de Narizinho", de Monteiro Lobato, que pegou emprestado, já que não podia comprá-lo.

1935 Viaja para o Rio, em companhia de sua irmã Tania e de seu pai, na terceira classe do vapor inglês "Highland Monarch". Vão morar numa casa alugada perto do Campo de São Cristóvão. Ainda nesse ano, mudam-se para uma casa na Tijuca, na rua Mariz e Barros. No colégio Sílvio Leite, na mesma rua de sua casa, cursa o quarta série ginasial. Lê romances adocicados, pró- prios para sua idade.

1936 Termina o curso ginasial. Inicia-se na leitura de livros de autores nacionais e estrangeiros mais conhecidos, alugados em uma biblioteca de seu bairro. Conhece os trabalhos de Rachel de Queiroz, Machado de Assis, Eça de Queiroz, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Dostoiévski e Júlio Diniz.

1937 Matricula-se no curso complementar (dois últimos anos do curso secundário) visando o ingres- so na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro.

1938 Transfere-se para o curso complementar do colégio Andrews, na praia de Botafogo. Às voltas com dificuldades financeiras, dá aulas particulares de português e matemática. A relação pro- fessor/aluno seria um dos temas preferidos e recorrentes em toda a sua obra — desde o pri- meiro romance: Perto do Coração Selvagem. Ao mesmo tempo, aprende datilografia e faz in- glês na Cultura Inglesa.

1939 Técnico em Design de Interiores 99 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Inicia seus estudos na Faculdade Nacional de Direito. Faz traduções de textos científicos para revistas em um laboratório onde trabalha como secretária. Trabalha, também como secretá- ria, em um escritório de advocacia.

1940 Seu conto, Triunfo, é publicado em 25 de maio no semanário "Pan", de Tasso da Silveira. Em outubro desse ano, é publicado na revista "Vamos Ler!", editada por Raymundo Magalhães Jú- nior, o conto Eu e Jimmy. Esses trabalhos não fazem parte de nenhuma de suas coletâneas. Após a morte de seu pai, no dia 26 de agosto, a escritora — talvez motivada por esse aconte- cimento — escreve diversos contos: A fuga, História interrompida e O delírio. Esses contos se- rão publicados postumamente em A bela e a fera, de 1979. Passa a morar com a irmã Tania, já casada, no bairro do Catete. Consegue um emprego de tradutora no temido Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP, dirigido por Lourival Fontes. Como não havia vaga para esse trabalho, Clarice ganha o lugar de redatora e repórter da Agência Nacional. Inicia-se, ai, sua carreira de jornalista. No novo emprego, convive com Antonio Callado, Francisco de Assis Bar- bosa, José Condé e, também, com Lúcio Cardoso, por quem nutre durante tempos uma paixão não correspondida: o escritor era homossexual. Com seu primeiro salário, entra numa livraria e compra "Bliss - Felicidade", de Katherine Mansfield, com tradução de Erico Verissimo, pois sentiu afinidade com a escritora neozelandesa.

1941 Em 19 de janeiro, publica a reportagem "Onde se ensinará a ser feliz", no jornal "Diário do Povo", de Campinas (SP), sobra a inauguração de um lar para meninas carentes realizada pela primeira-dama Darcy Vargas. Além de textos jornalísticos, continua a publicar textos literári- os. Cursando o terceiro ano de direito, colabora com a revista dos estudantes de sua faculda- de, "A Época", com os artigos Observações sobre o fundamento do direito de punir e Deve a mulher trabalhar? Passa a freqüentar o bar "Recreio", na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, ponto de encontro de autores como Lúcio Cardoso, Vinicius de Moraes, Rachel de Queiroz, Otávio de Faria, e muitos mais.

1943 Casa-se com o colega de faculdade Maury Gurgel Valente e termina o curso de Direito. Seu marido, por concurso, ingressa na carreira diplomática. Técnico em Design de Interiores 100 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

1944 Muda-se para Belém do Pará (PA), acompanhando seu marido. Fica por lá apenas seis meses. Seu livro recebe críticas favoráveis de Guilherme Figueiredo, Breno Accioly, Dinah Silveira de Queiroz, Lauro Escorel, Lúcio Cardoso, Antonio Cândido e Ledo Ivo, entre outros. Álvaro Lins publica resenha com reparos ao livro mesmo antes de sua publicação, baseado na leitura dos originais. Qualifica o livro de "experiência incompleta". Há os que pretendem não compreen- der o romance, os que procuram influências — de Virgínia Wolf e James Joyce, quando ela nem os tinha lido — e ainda os que invocam o temperamento feminino. Nas palavras de Lauro Escorel, as características do romance revelam uma "personalidade de romancista verdadeira- mente excepcional, pelos seus recursos técnicos e pela força da sua natureza inteligente e sensível." O casal volta ao Rio e, em 13/07/44, muda-se para Nápoles, em plena Segunda Guerra Mundial, onde o marido da escritora vai trabalhar. Já na saída do Brasil, Clarice mos- tra-se dividida entre a obrigação de acompanhar o marido e ter de deixar a família e os ami- gos. Quando chega à Itália, depois de um mês de viagem, escreve: "Na verdade não sei escre- ver cartas sobre viagens, na verdade nem mesmo sei viajar." Termina seu segundo romance, O lustre. Recebe o prêmio Graça Aranha com Perto do coração selvagem, considerado o melhor romance de 1943. Conhece Rubem Braga, então correspondente de guerra do jornal "Diário Carioca".

1945 Dá assistência a brasileiros feridos na guerra, trabalhando em hospital americano. O pintor italiano Giorgio De Chirico pinta-lhe um retrato. Viaja pela Europa e conhece o poeta Giusep- pe Ungaretti. O lustre é publicado no Brasil pela Livraria Agir Editora.

1950 Escrevendo contos e convivendo com os amigos (Sabino, Otto, Lúcio e Paulo M. Campos), vê chegar a hora de partir: seguindo os passos de seu marido, retorna à Europa, onde mora por seis meses na cidade de Torquay, Inglaterra. Sofre um aborto espontâneo em Londres. É atendida pelo vice-cônsul na capital inglesa, João Cabral de Melo Neto.

1951

Técnico em Design de Interiores 101 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

A escritora retorna ao Rio de Janeiro, em março. Publica uma seleta com seis contos na cole- ção "Cadernos de cultura", editada pelo Ministério da Educação e Saúde. Falece sua grande amiga Bluma, ex-esposa de Samuel Wainer.

1952 Cola grau na faculdade de direito, depois de muitos adiamentos. Volta a trabalhar em jornais, no período de maio a outubro, assinando a página "Entre Mulheres", no jornal "Comício", sob o pseudônimo de "Tereza Quadros". Atendeu a um pedido do amigo Rubem Braga, um dos fun- dadores do jornal. Nesse setembro, já grávida, embarca para a capital americana onde per- manecerá por oito anos. Clarice inicia o esboço do romance A veia no pulso, que viria a ser A Maçã no Escuro, livro publicado em 1961.

1953 Em 10 de fevereiro, nasce Paulo, seu segundo filho. Ela continua a escrever A Maçã no Escuro, em meio a conflitos domésticos e interiores. Mãe, Clarice Lispector divide seu tempo entre os filhos, A Maçã no Escuro, os contos de Laços de Família e a literatura infantil. Nos Estados Unidos, Clarice conhece o renomado escritor Erico Veríssimo e sua esposa Mafalda, dos quais se torna grande amiga. O escritor gaúcho e sua esposa são escolhidos para padrinhos de Pau- lo. Não tem sucesso seu projeto de escrever uma crônica semanal para a revista "Manchete". Tem a agradável notícia de que seu romance Perto do coração selvagem seria traduzido para o francês.

1954 É lançada a primeira edição francesa de Perto do coração selvagem, pela Editora Plon, com capa de Henri Matisse, após inúmeras reclamações da escritora sobre erros na tradução. Em julho, com os filhos, viaja para o Brasil, aqui ficando até setembro. De volta aos Estados Uni- dos, interrompe a elaboração de A maçã no escuro e se dedica, por cinco meses, a escrever seis contos encomendados por Simeão Leal.

1958 Conhece e se torna amiga da pintora Maria Bonomi. É convidada a colaborar com a revista "Senhor", prevista para ser lançada no início do ano seguinte. Erico Verissimo escreve infor- mando estar autorizado a editar seu romance e, também, seus contos pela Editora Globo, de Técnico em Design de Interiores 102 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Porto Alegre. 1.000 exemplares — dos mais de 1.700 remanescentes — de "Près du coeur sau- vage" são incinerados, por falta de espaço de armazenamento. O casamento de Clarice dá si- nais de seu final.

1959 Separa-se do marido e, em julho, regressa ao Brasil com seus filhos. Seu livro continua inédi- to. A escritora resolve comprar o apartamento onde está residindo, no bairro do Leme, e, para isso, busca aumentar seus ganhos. Sob o pseudônimo de "Helen Palmer", inicia, em agos- to, uma coluna no jornal "Correio da Manhã", intitulada "Correio feminino — Feira de utilida- des".

1960 Publica, finalmente, Laços de Família, seu primeiro livro de contos, pela editora Francisco Al- ves. Começa a assinar a coluna "Só para Mulheres", como "ghost-writer" da atriz Ilka Soares, no "Diário da Noite", a convite do jornalista Alberto Dines. Assina, com a Francisco Alves, novo contrato para a publicação de A maçã no escuro. Torna-se amiga da escritora Nélida Piñon.

1961 Publica o romance A maçã no escuro. Recebe o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, por Laços de família.

1962 Passa a assinar a coluna "Children's Corner", da seção "Sr. & Cia.", onde publica contos e crô- nicas. Visita, com os filhos, seu ex-marido que se encontra na Polônia. Recebe o prêmio Car- men Dolores Barbosa (oferecido pela senhora paulistana de mesmo nome), por A maçã no es- curo, considerado o melhor livro do ano.

1963 A convite, profere no XI Congresso Bienal do Instituto Internacional de Literatura Ibero-Ameri- cana, realizado em Austin - Texas, conferência sobre o tema “Literatura de vanguarda no Bra- sil.”. Conhece Gregory Rabassa, mais tarde tradutor para o inglês de A maçã no escuro. A pai- xão segundo G. H. é escrito em poucos meses, sendo entregue à Editora do Autor, de Sabino e Braga, para publicação. Compra um apartamento em construção no bairro do Leme.

Técnico em Design de Interiores 103 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

1968 Em maio, o livro O mistério do coelho pensante é agraciado com a "Ordem do Calunga", con- cedido pela Campanha Nacional da Criança. Entrevista personalidades para a revista "Manche- te" na seção "Diálogos possíveis com Clarice Lispector". Participa da manifestação contra a di- tadura militar, em junho, chamada "Passeata dos 100 mil". Morrem seus amigos e escritores Lúcio Cardoso e Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta). É nomeada assistente de administração do Estado. Profere palestras na Universidade Federal de Minas Gerais e na Livraria do Estu- dante, em Belo Horizonte. Publica A mulher que matou os peixes, outro livro infantil, ilustra- do por Carlos Scliar.

1974 Para manter seu nível de renda, aumenta sua atividade como tradutora. Verte, entre outros, "O retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde, adaptado para o público juvenil, pela Ediouro. Publica, pela José Olympio Editora, outro livro infantil, A vida íntima de Laura e dois livros de contos, pela Artenova: A via crucis do corpo e Onde estivestes de noite. Uma curiosidade: a primeira edição de Onde estivestes de noite foi recolhida porque foi colocado, erroneamente, um ponto de interrogação no título. Seu cão, Ulisses, lhe morde o rosto, fazendo com que se submeta a cirurgia plástica reparadora reparadora realizada por seu amigo Dr. Ivo Pitanguy. Lê, em Brasília (DF), a convite da Fundação Cultural do Distrito Federal, a conferência "Lite- ratura de vanguarda no Brasil", que já apresentara no Texas. Participa, em Cali — Colômbia, do IV Congresso da Nova Narrativa Hispano-americana. Seu filho, Paulo, vai morar sozinho, em um apartamento próximo ao da escritora. Pedro vai morar com o pai, em Montevidéu — Uruguai.

Dados obtidos em livros da autora, sites da Internet, nos Cadernos de Literatura Brasileira - Instituto Moreira Salles, no "Inventário das Sombras" de José Castello e fornecidos por João Pi- res, amigo das Releituras.

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J.C. "— Por que você escreve? C.L. "— Vou lhe responder com outra pergunta: — Por que você bebe água?" J.C. "— Por que bebo água? Porque tenho sede." C.L. "— Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva."

Outros artistas também são destaques nesta época:

• João Cabral de Melo Neto;

• Fernando Sabino;

• Mário Quintana;

• Rubem Fonseca;

• Millôr Fernades.

Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/posmodernismo.html (julho/2012) http://www.releituras.com/clispector_bio.asp (julho/2012)

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ARTE NO CEARÁ

Movimentos artísticos: pintura e arquitetura

No estado do Ceará nós podemos encontrar vários tipos de arte e de artesanatos. Nosso foco aqui será as “balas artes”, pintura e arquitetura.

Na pintura cearense se destaca os nomes de Raymundo Cela, Aldemir Martins, e Antonio Ban- deira, claro que existe outros pintores mais esses são os mais representativos. Nós podemos encontrar suas obras no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará.

Raymundo Cela se tornou importante por representar a figura do jangadeiro. Esta que passou a existir mediante os retirantes vindos do interior por causa das secas, no final do século XIX, quando a cidade de Fortaleza passou a receber levas de emigrantes que foram se alojando na beira das praias assumindo um novo estilo de vida que contribuiu para a identidade do esta- do. O pintor tinha uma formação acadêmica, se formou no curso livre da Escola Nacional de Belas Artes no Rio de janeiro, retornando ao Ceará contribuiu para inserção do jangadeiro na identidade cearense.

As pinturas seguem as regras acadêmicas de equilíbrio, harmonia, perspectiva linear e realis- mo, mas após viajar para Europa estudou e produziu pinturas de marinha, o que ampliou sua temática trazendo não só a paisagem das praias, mas os sujeitos que habitavam nelas. Isso também refletia uma mudança na valorização desse espaço.

Cabeça de Jangadeiro – 1933 – Óleo sobre madeira – 514 X 442 cm.

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O Pintor Antonio Bandeira já foi abordado acima, no abstracionismo, mas é um pintor que destaca o Ceará nas artes plásticas brasileira, por trabalhar com as vanguardas, renovando a pintura no país, também colaborou com a formação da Sociedade Cearense de Artes Plásticas em 1940, este grupo contribuiu para a valorização das pinturas cearenses.

Aldemir Martins

O artista plástico Aldemir Martins nasceu em Ingazeiras, no Vale do Cariri, Ceará em 8 de no- vembro de 1922. A sua vasta obra, importantíssima para o panorama das artes plásticas no Brasil, pela qualidade técnica e por interpretar o “ser” brasileiro, carrega a marca da paisa- gem e do homem do nordeste. O talento do artista se mostrou desde os tempos de colégio, em que foi escolhido como orien- tador artístico da classe. Aldemir Martins serviu ao exército de 1941 a 1945, sempre desenvol- vendo sua obra nas horas livres. Chegou até mesmo à curiosa patente de Cabo Pintor. Nesse tempo, freqüentou e estimulou o meio artístico no Ceará, chegando a participar da criação do Grupo ARTYS e da SCAP – Sociedade Cearense de Artistas Plásticos, junto com outros pintores, como Mário Barata, Antonio Bandeira e João Siqueira. Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1946, para São Paulo. De espírito inquieto, o gosto pela experiência de viajar e conhecer outras paragens é marca do pintor, apaixonado que é pelo interior do Brasil. Em 1960/61, Aldemir Martins morou em Roma, para logo retor- nar ao Brasil definitivamente. O artista participou de diversas exposições, no país e no exterior, revelando produção artísti- ca intensa e fecunda. Sua técnica passeia por várias formas de expressão, compreendendo a pintura, gravura, desenho, cerâmica e escultura em diferentes suportes. Aldemir Martins não recusa a inovação e não limita sua obra, surpreendendo pela constante experimentação: o ar- tista trabalhou com os mais diferentes tipos de superfície, de pequenas madeiras para caixas de charuto, papéis de carta, cartões, telas de linho, de juta e tecidos variados - algumas ve- zes sem preparação da base de tela - até fôrmas de pizza, sem contudo perder o forte regis- tro que faz reconhecer a sua obra ao primeiro contato do olhar. Seus traços fortes e tons vibrantes imprimem vitalidade e força tais à sua produção que a fa- zem inconfundível e, mais do que isso, significativa para um povo que se percebe em suas pinturas e desenhos, sempre de forma a reelaborar suas representações. Aldemir Martins pode ser definido como um artista brasileiro por excelência. A natureza e a gente do Brasil são seus temas mais presentes, pintados e compreendidos através da intuição e da memória

Técnico em Design de Interiores 107 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional afetiva. Nos desenhos de cangaceiros, nos seus peixes, galos, cavalos, nas paisagens, frutas e até na sua série de gatos, transparece uma brasilidade sem culpa que extrapola o eixo temá- tico e alcança as cores, as luzes, os traços e telas de uma cultura. Por isso mesmo, Aldemir é sem dúvida um dos artistas mais conhecidos e mais próximos do seu povo, transitando entre o meio artístico e o leigo e quebrando barreiras que não podem mesmo limitar um artista que é a própria expressão de uma coletividade. Falece em 05 de Fevereiro de 2006, aos 83 anos, no Hospital São Luís em São Paulo.

Natureza Morta 113 x 147 cm Acrílica e colagem sobre tela.

Paisagem - 28 x 47 cm. Acrílica sobre tela.

Técnico em Design de Interiores 108 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

BIBLIOGRAFIA

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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz! Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta! Terra, o teu nome a fama aos céus remonta Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz! Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! Desafia o nosso peito a própria morte! Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas... Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos... Há de florar nas rosas e nos cravos Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos. De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte! A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte, Acordando a amplidão. Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia! E o teu futuro espelha essa grandeza. Tua jangada afoita enfune o pano! Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada! Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada És tu, Brasil, Na vastidão do oceano, Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros? Pátria amada,Brasil! Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas! Porque esse chão que embebe a água dos rios Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas! Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas! Abra-se ao vento o teu pendão natal Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares! Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares "Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal! "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas, E foi na paz da cor das hóstias brancas! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!