Percurso E Produção Musical De Gonzagão E Gonzaguinha

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Percurso E Produção Musical De Gonzagão E Gonzaguinha PERCURSO E PRODUÇÃO MUSICAL DE GONZAGÃO E GONZAGUINHA Cláudia Pereira Vasconcelos 1 Resumo: Este artigo pretende discutir de que forma os percursos, permeados por fronteiras geográficas, culturais e afetivas, interferiram na produção musical de Luiz Gonzaga do Nascimento (Gonzagão) e de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (Gonzaguinha). O pai é oriundo do sertão de Pernambuco, tendo se deslocado para o Rio de Janeiro, onde alcançou grande sucesso nos anos 1940/50; já o filho, nasceu no Morro de São Carlos, área periférica no Rio de Janeiro e marcou presença no cenário nacional entre as décadas de 1970/80. O fato de ambos virem de lugares historicamente marginalizados no Brasil, sendo homens não brancos, pertencentes a uma classe social desprivilegiada e, ainda assim, terem alcançado o "panteão" da Música Popular Brasileira, indica que estes artistas realizaram deslocamentos de fronteiras diversos. Importa pensar quais estratégias e/ou táticas cada um utilizou para driblar as citadas fronteiras, e se nesse movimento, suas obras e presenças podem ser vistas como discursos insubordinados que vão na contramão das representações oficiais da brasilidade. Para tanto, será analisada uma música de cada artista que nos ajudará a adentrar a discussão, ainda em processo de investigação. Palavras-chave: Fronteiras culturais; Gonzagão e Gonzaguinha; música; identidades; percursos decoloniais. 1. Introdução ou apresentação da pesquisa O presente trabalho trata de uma pesquisa de doutorado em andamento, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura, realizada na Universidade de Lisboa em regime de co-tutela com o Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da UFBA2. O estudo que tem como título: Deslocamentos de fronteiras: percurso e produção musical de Gonzagão e Gonzaguinha na construção das brasilidades, visa discutir as obras dos artistas citados, a partir de 03 questões principais: 1. Considerando os percursos de vida e os deslocamentos realizados pelos sujeitos estudados para alcançar o sucesso, que táticas e/ou estratégias3 cada um utilizou para driblar as fronteiras que separam "centro" e "periferia"? 1 Doutoranda do Programa de Estudos de Cultura da Universidade de Lisboa e Professora de História na UNEB – Universidade do Estado da Bahia - Campus IV. E-mail: [email protected] 2 No âmbito do pós-cultura/IHAC, a pesquisa é orientada pela Professora Dra Marilda Santanna. 3 Utilizo aqui os conceitos de "tática" e "estratégia" no sentido que Michel de Certeau (2009) define em seu livro A invenção do cotidiano. De acordo com o autor, a tática seria a “arte do fraco”, ela é parte de uma criatividade intelectual tão tenaz como sutil, pois não cria um contra-discurso direto, nem pretende atuar 2. Suas obras e suas presenças podem ser consideradas representativas na emergência de dizeres e sentidos que vão na contramão dos discursos oficiais de brasilidade? Podem ser lidas como discursos insubordinados? 3. Como o elo entre pai e filho famosos aparece nas suas obras? Para justificar as questões levantadas é importante dizer que Luiz Gonzaga, o pai de Gonzaguinha, nasceu no município de Exu, sertão de Pernambuco, região Nordeste, um território geográfico e político insistentemente identificado no imaginário nacional como o lugar do atraso, da seca, portanto, da pobreza material, do analfabetismo, da religiosidade popular exacerbada e de um tipo de violência associado ao mundo rural (cangaço e luta pela posse de terras). Apesar de originário desse território-representação do atávico por excelência e de pertencer a uma família pobre e negra, Luiz Gonzaga se consagrou, a partir dos anos 1940/50, como o "Rei do Baião". Ficou conhecido em todo território nacional cantando e contando esse Brasil sertanejo, concebido para ser esquecido ou estigmatizado pelo projeto de modernização da nação. Sua presença no imaginário nacional até os dias de hoje, especialmente no período das festas juninas, ainda é muito marcante, tendo visibilidade também em âmbito mundial4. De um outro lado da cena cultural, cerca de trinta anos depois, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, alcança grande sucesso tornando-se um dos compositores mais prestigiados e requisitados no cenário nacional entre os anos 1970 e 1990. Apesar de chegar ao topo do sucesso no final da década de 1970 e ter nascido na moderna cidade do Rio de Janeiro (região Sudeste), Gonzaguinha também pode ser pensado como um sujeito que sai de outro território considerado marginal e consegue, através da sua música, obter visibilidade no cenário cultural brasileiro. Nascido e criado no Morro de São Carlos (Estácio), área periférica do Rio, atualmente denominada de "favela", de onde, segundo os discursos oficiais de uma política de segurança colonialista e elitista, advém uma população "perigosa”. Cresceu na casa dos padrinhos em um espaço de escassez e ausências em vários aspectos. Sua trajetória artística fora influenciada por como um poder, mas está presente no cotidiano como rastro, astúcia. Já a estratégia estaria no campo do cálculo onde as relações de força atuam a partir de um sujeito(s) de querer e poder, sendo permeada por elaborações mais teóricas, organizadas pelo postulado de um poder. 4 A música mais conhecida de Luiz Gonzaga é Asa Branca, foi concebida em parceria com Humberto Teixeira e é considerada um hino do Nordeste, tem em média 400 regravações, incluindo versões em inglês (David Byrne), chinês (Bai Chibang), coreano (Coreyahband), senegalês (Ameth Male), além de inúmeras regravações realizadas por importantes intérpretes nacionais, a exemplo de Caetano Veloso, Raul Seixas, Maria Bethânia, Elis Regina, Daniela Mercury, Gilberto Gil, Clara Nunes, entre outros. diversas e ricas referências, porém, distanciada da interferência e do prestígio do pai famoso. Mesmo sabendo que a produção e o sucesso de suas canções se deram em diferentes contextos históricos e que a forma de lidar com a carreira fora bastante heterogênea, considero importante destacar uma marca encontrada na trajetória artística tanto do pai quanto do filho e que me parece crucial para fundamentar a hipótese central da tese: de que suas obras e presenças no cenário cultural brasileiro podem ser lidas como discursos insubordinados e divergentes dos discursos oficiais de brasilidade. Em nenhum momento de suas carreiras Gonzagão e Gonzaguinha abriram mão do seu dizer de si. Ainda que afetados por uma clara herança colonial e escravista/racista que se atualiza no Brasil e que insiste em hierarquizar saberes, fixar lugares e demarcar fronteiras, os artistas pesquisados, assumiram e afirmaram, de diferentes modos, a dizibilidade e visibilidade (Albuquerque Jr, 2005) de elementos que os constituem enquanto pessoas/trajetórias e que os identificam como representantes de uma brasilidade negada, subjugada e excluída do projeto de construção da nação, até então em curso. O primeiro, assume o Sertão/Nordeste5 como tema central da sua obra, inclusive apropriando-se, através da vestimenta de um personagem/movimento que foi perseguido e mesmo banido violentamente pelo Estado brasileiro nos anos 1930: o cangaço. O segundo canta a favela, o morro, a exploração trabalhador pobre brasileiro, a necessidade da luta em plena ditadura militar; auto intitula-se “moleque" ou "moleque de rua", outro personagem "desagradável" aos olhos do Estado e que nos dias de hoje é ainda mais visto como um perigo para a sociedade, sendo alvo preferencial da política racista e militarista de segurança pública do Rio de Janeiro e das grandes cidades brasileiras. Por fim, o interesse em abordar na tese a relação familiar entre pai e filho famosos, advém do fato de que é de conhecimento do grande público que tal relacionamento foi marcado por tensões, dificuldades de diálogo e desconfianças na maior parte do tempo, porém, pouco se aborda sobre o processo de (re)conciliação entre os dois que se deu na 5 Em alguns momentos do texto trarei à palavra sertão associada a palavra Nordeste visto que, segundo o historiador Albuquerque Jr (2003), os inventores da identidade nordestina elegem o sertanejo como o representante mais legítimo da nordestinidade. Por ter no seu imaginário que a figura de um homem "embrutecido pela natureza", tão bem descrito por Euclides da Cunha como um herói, guerreiro e resistente, seria quem melhor representa essa região. Considerando-se esquecidos do projeto de modernização do país, necessitam recobrar a importância e a prioridade no acesso aos recursos federais. Para uma discussão mais aprofundada ver: Vasconcelos, 2011. última década de vida de ambos. A partir dos anos 1980 Gonzaguinha convida o pai para um trabalho conjunto, o que é recebido de forma positiva pelo velho Lua, quando realizam uma turnê pelo Brasil intitulada Vida de Viajante. Nesse momento estabelecem uma parceria fecunda, de ordem artística e pessoal que durará até que o fim das suas vidas. Por supor que tal fato influenciou diretamente a obra de Gonzaguinha, mas também a carreira de Gonzagão, serão analisadas (na tese) canções feitas em parceria, bem como canções que abordam esse elo, composta em diferentes períodos. Do ponto de vista metodológico e visando deslindar os problemas abordados, serão analisadas canções de ambos, priorizando as três principais temáticas da pesquisa: a trajetória/deslocamento, aqui consideradas como canções autobiográficas; músicas que abordem seus enunciados a respeito do Brasil e do brasileiro; e canções que remetam ao elo entre pai e filho. Para nutrir as discussões da pesquisa serão tomados como aportes teóricos alguns conceitos e reflexões oriundos do pensamento pós-colonial e decolonial, especialmente, formulados na América Latina e no Brasil. No texto que segue focarei a discussão nas primeiras questões citadas. Apresentarei canções autobiográficas, que mencionam processos de deslocamentos dos artistas e que, de certo modo, abordam aspectos de como pensam o Brasil. 2. Músicas autobiográficas do "Rei do Baião" e do "príncipe Moleque" 2.1 – Regressei! De Luiz Gonzaga apresentarei o baião Respeita Januário, composto por ele em parceria com Humberto Teixeira e lançado em 1950. Em linhas gerais, a canção retrata a volta do artista 16 anos depois de partir da casa dos pais, no sertão do Araripe.
Recommended publications
  • Universidade Federal Da Paraíba Centro De Ciências Humanas, Letras E Artes Programa De Pós-Graduação Em Letras - Ppgl
    UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - PPGL LÍVIA CAVALCANTE GAYOSO DE SOUSA A POÉTICA DE FERNANDO PESSOA NAS CANÇÕES-POEMAS DE MARIA BETHÂNIA: UM OLHAR SEMIÓTICO JOÃO PESSOA - PB 2019 LÍVIA CAVALCANTE GAYOSO DE SOUSA A POÉTICA DE FERNANDO PESSOA NAS CANÇÕES-POEMAS DE MARIA BETHÂNIA: UM OLHAR SEMIÓTICO Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGL – da Universidade Federal da Paraíba, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestra em Letras. Área de concentração: Literatura, Teoria e Crítica Linha de pesquisa: Estudos Semióticos Orientador: Prof. Dr. Expedito Ferraz Júnior JOÃO PESSOA – PB 2019 Nossa vida foi um palco iluminado, vivíamos vestidos de dourado, já que gente é pra brilhar, não pra morrer de fome! Cantamos a beleza de ser um eterno aprendiz, olhando para a vida como maravilha, sofrimento, alegria e lamento, sem lembrar que, ao fim de cada ato, ela é um nada no mundo, uma gota, um tempo que nem dá um segundo. Atiraram uma pedra e, hoje, coração na boca, peito aberto, sangrando, sou fera ferida no corpo, na alma e no coração. Dionísio, este trabalho é dedicado a você. AGRADECIMENTOS A Deus, pelo dom da vida; A meus pais, Vicente e Niedja, pelo amor incondicional, por terem me dado acesso à melhor educação e a todas as manifestações de arte, além de terem construído a estrada por onde, hoje, trilho o caminho do bem; Às minhas avós Cizinha e Tetê, que se retiraram deste plano ao longo da elaboração deste trabalho, mas que estão comigo, mais do que in memorian, in cordis, in anima.
    [Show full text]
  • MPB): Uma Proposta Para O Ensino De Geografia
    VISÃO DA NAÇÃO BRASILEIRA E MÚSICA POPULAR BRASILEIRA (MPB): uma proposta para o ensino de Geografia Rui Ribeiro de CAMPOS1 Resumo O artigo procura analisar as tentativas de criação de símbolos para a nação brasileira, discutindo estas providências principalmente no Império e no início da República, e coloca letras de compositores da Música Popular Brasileira (MPB) como sugestões a serem utilizadas na dis- cussão do tema em sala de aula de Geografia no ensino médio. Escreve sobre a importância da Geografia neste processo, do uso da natureza e de imagens cartográficas, em uma tentativa de colocar a Nação como sinônimo de Estado. Ou seja, procura estabelecer uma ligação, no período citado, entre o discurso geográfico e a construção da nação brasileira identificando-a com o Esta- do. Depois, este texto procura somente identificar aspectos da visão que se tem do Estado brasileiro através de letras da MPB, procurando contextualizá-las. Palavras-chave: Geografia. Nação. Estado. Música Popular Brasileira-MPB. Sala de aula. Abstract A VIEW OF THE BRAZILIAN NATION AND BRAZILIAN POPULAR MUSIC: a proposal for teaching Geography The article aims to analyze the attempts of creating symbols for the Brazilian nation, discussing these efforts mainly during the Empire Age and at the beginning of the Republic, including lyrics of authors of Brazilian Popular Music (MPB) as suggestions to be used to chat about this theme in Geography classroom at high school. It writes on the matter of Geography in this process, the use of the nature and cartographic images, as a try to place the Nation and State as equivalent.
    [Show full text]
  • UNIVERSITY of CALIFORNIA Los Angeles Sounding Ceará: Music and the Environment in Northeastern Brazil a Dissertation Submitted
    UNIVERSITY OF CALIFORNIA Los Angeles Sounding Ceará: Music and the Environment in Northeastern Brazil A dissertation submitted in partial satisfaction of the requirements for the degree Doctor of Philosophy in Ethnomusicology by Michael Benjamin Silvers 2012 © Copyright by Michael Benjamin Silvers 2012 ABSTRACT OF THE DISSERTATION Sounding Ceará: Music and the Environment in Northeastern Brazil by Michael Benjamin Silvers Doctor of Philosophy in Ethnomusicology University of California, Los Angeles, 2012 Professor Anthony Seeger, Chair This dissertation is an acoustic ethnography of the state of Ceará in Northeastern Brazil, with a focus on drought and the natural environment; drought is of particular symbolic and material importance to people in Ceará. One of the central narratives of life in Ceará involves migration and return. Here, I consider the discursive construction of Ceará as a natural, rural and traditional place through processes of migration and through a recording industry that saw migrants as both consumers and icons for a changing urban and national character. However, my emphasis is on the question of return. I investigate how urbanized and nationalized constructions of Ceará—often imagined as exclusively rural and unremittingly drought-ridden—impact ii contemporary Ceará and its musical culture. How are sounds, musics, practices, natures, geographies, and individuals shaped by mediated representations and caricatures of those very sounds, practices, geographies and identities? Drawing from acoustic ecology (Schafer 1994),
    [Show full text]
  • Semestre I Disciplina
    PROGRAMAS DE UNIDADE DIDÁTICA (PUDs) SEMESTRE I DISCIPLINA: FUNDAMENTOS SÓCIOFILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO Código: Carga Horária Total: 80h/a CH Teórica: 60 CH Prática: 20 CH - Práticas como componente curricular 20 do Ensino: Número de Créditos: 4 Pré-requisitos: - Semestre: 1 Nível: Superior EMENTA Compreender o papel da filosofia e da sociologia para a formação do conceito de educação contemporânea. Conhecer as tendências pedagógicas e político-ideológicas que influenciam a educação. Problematizar os desafios da sociedade e da educação contemporânea. OBJETIVO • Compreender as teorias filosóficas e sociológicas da educação; • Interpretar a relação entre filosofia, sociologia e educação; • Analisar as teorias filosóficas e sociológicas da educação; • Apreender criticamente a relação entre escola e sociedade; • Analisar temas contemporâneos da educação. PROGRAMA UNIDADE I: RELAÇÃO ENTRE FILOSOFIA E EDUCAÇÃO Relação entre filosofia e educação: aspectos epistemológicos, axiológicos e antropológicos; Análise das correntes filosóficas e sua contribuição para a educação: Essencialismo, idealismo, racionalismo, empirismo, fenomenologia, existencialismo; Materialismo histórico-diáletico. UNIDADE II: TEORIAS FILOSÓFICAS E SOCIOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO Teorias sociológicas da educação, principais autores: Rousseau, Durkheim, Weber, Marx, Gramsci, Bourdieu, Adorno, Bauman, Morin e suas teorias sobre a sociedade, particularizando suas concepções sobre educação. UNIDADE III: EDUCAÇÃO E SOCIEDADE Educação e sociedade: conservação/transformação, escola única e escola para todos; escola pública/privada, escola e seletividade social, educação e trabalho: qualificação e desqualificação. UNIDADE IV: TEMAS CONTEMPORÂNEOS DA EDUCAÇÃO Contexto histórico do liberalismo e as consequências na Educação; Educação e reprodução social; Função da educação no contexto do desenvolvimento capitalista contemporâneo; Educação e emancipação política; Reflexões sobre o papel da filosofia e da sociologia na formação do educador.
    [Show full text]
  • Fico Com a Pureza Da Resposta Das Crianças
    REVISTA DISCENTES O que é, o que é? FICO COM A PUREZA DA RESPOSTA DAS CRIANÇAS... REVISTA DISCENTES Samara de Sousa Nogueira quem eu não era, como por Também porque a vida de um exemplo, ser uma sereia, uma agricultor não é fácil. Muito princesa do fundo dos mares trabalho, pouco dinheiro... EU FICO COM A PUREZA ou algo semelhante. Sempre Sempre moramos em DA RESPOSTA DAS CRIANÇAS sonhei com algo que fosse sítio. Minha lembrança mais É A VIDA, É BONITA totalmente fora da minha rea- antiga é do meu primeiro dia E É BONITA! lidade... Não sei explicar o de aula. A primeira letra que NO GOGÓ! porquê disso. Sei que gostava aprendi foi a letra A. foi mui- VIVER E NÃO TER A VERGONHA bastante... to bom nesse dia. Senti-me DE SER FELIZ Meus pais e meus ir- orgulhosa de mim mesma. CANTAR E CANTAR E CANTAR mãos sempre faziam parte Minha mãe sempre me A BELEZA DE SER UM ETERNO APREN- desses sonhos e dessas imagi- tratou bem. Meu pai também. Valorizar a própria história é DIZ nações. Acho que era por eles Sempre foram amáveis na AH MEU DEUS! valorizar a si mesmo. serem muito especiais para medida do que podiam. Mi- EU SEI, EU SEI mim. Sempre os amei demais. nhas comidas preferidas quan- QUE A VIDA DEVIA SER Dessa forma, sempre havia do pequena eram Danone e ou Samara de BEM MELHOR E SERÁ um cantinho reservado para sopa. Mas sempre havia comi- Sousa Nogueira. MAS ISSO NÃO IMPEDE eles nos meus sonhos e contos das das quais eu não gostava: S Neste ano de QUE EU REPITA de fadas..
    [Show full text]
  • Ensino Médio
    ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA ENSINO MÉDIO Florianópolis 2005 1 Consultoria e Organização Francisco de Assis Maroneze Abreu Juçara Terezinha Cabral Maria Auxiliadora Maroneze de Abreu Editoração Eletrônica Francisco A. M. Abreu Revisão Sueli Duarte Aragão Ficha catalográfica elaborada na Biblioteca da SED/DIEB/GEREF Santa Catarina. Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia. Secretaria de Estado da Fazenda. Educação fiscal: ensino médio – caderno do professor/ Organizadores Maria Auxiladora Maroneze de Abreu; Francisco de Assis Maroneze de Abreu; Juçara Terezinha Cabral. – Florianópolis, 2005. 96 p. Produção de educadores da rede pública estadual de ensino de Santa Catarina e técnicos da Secretaria de Estado da Fazenda. 1. Educação – Justiça e equidade – Santa Catarina 2. Cidadania – Santa Catarina CDU 37.035.1(816.4) 304(816.4) 2 GRUPOS DE PRODUÇÃO DOS CADERNOS DE EDUCAÇÃO FISCAL 2001 - 2004 • EQUIPE QUE PARTICIPOU DO SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO FISCAL EM TREZE TÍLIAS (SC) E CONTRIBUIU PARA A SISTEMATIZAÇÃO DE ALGUMAS ATIVIDADES: NOME MUNICÍPIO GEREI ESCOLA Ana C. T. Canei Pinhalzinho Maravilha EEB Vendelino Junges Cinara M. Peres Palhoça São José EEB Pe. Vicente F. Cordeiro Dayse Mello P. da Silva Palhoça São José EEB Pe. Vicente F. Cordeiro Edir Pacheco Silva Garopaba Laguna EEB Prof. José R. Lopes Eliana Scremim Martins Garopaba Laguna EEB Prof. José R. Lopes Ivane Fiorini Deufel Pinhalzinho Maravilha EEB José Marcelino Eckert Jussara Eleguida Palhoça São José EEB Pe. Vicente F. Cordeiro Leocádia F. P. Scatolm Pinhalzinho Maravilha EEB Vandelino Junges Lucimar Chiamulera Lacerdópolis Joaçaba EEB Mater Dorolum Luiz O G.
    [Show full text]
  • Versão Final
    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ANDREA MARIA VIZZOTTO ALCÂNTARA LOPES SENSIBILIDADES E ENGAJAMENTOS NA TRAJETÓRIA MUSICAL DE GONZAGUINHA E IVAN LINS (1968-1979) CURITIBA 2009 1 ANDREA MARIA VIZZOTTO ALCÂNTARA LOPES SENSIBILIDADES E ENGAJAMENTOS NA TRAJETÓRIA MUSICAL DE GONZAGUINHA E IVAN LINS (1968-1979) Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação em História, Departamento de História, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de mestre em História. Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Ribeiro. CURITIBA 2009 2 AGRADECIMENTOS Ao professor Luiz Carlos Ribeiro, pela orientação, pelas críticas, sugestões e palavras de apoio no desenvolvimento da pesquisa. À professora Renata Senna Garrafoni, pelas leituras do texto e as longas conversas sobre música e teoria da história. Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em História, principalmente Maria Cristina, sempre muito atenciosa com os alunos. Ao CNPq, pela concessão de bolsa de mestrado, que permitiu dedicar-me inteiramente à pesquisa. À Márcia Gatti, responsável pela Divisão de Periódicos da Biblioteca Pública do Paraná, pelo auxílio na pesquisa e no levantamento das fontes impressas existentes na Biblioteca. Aos amigos Joaci Santos e Reinaldo Villas Boas, que, pacientemente, remasterizaram todos os vinis de Ivan Lins e Gonzaguinha que utilizei nessa pesquisa. Afinal, embora seja uma devota dos vinis, é mais fácil proceder às análises pelo computador. Aos colegas Fernando Cezar, Darci e Luciana, da Rádio Paraná Educativa, pelas conversas sobre música popular brasileira e a inserção dessa produção musical no rádio. À minha mãe, Marílis, pelas revisões do texto e pelo apoio. Aos amigos de todas as horas, Naura, Ana Paula e Mari, que compreenderam e perdoaram as minhas ausências.
    [Show full text]
  • O Rock Brasileiro Dos Anos 70 E a Crítica Na Revista Música
    Revista Brasileira de Estudos da Canção – ISSN 2238-1198 Natal, n.2, jul-dez 2012. www.rbec.ect.ufrn.br O rock brasileiro dos anos 70 e a crítica na revista Música Cassiano Scherner1 [email protected] Resumo: O presente artigo analisa a relação da Revista Música com o rock brasileiro no período de existência desta publicação entre 1976 a 1983. Nosso foco recaiu na crítica musical para analisar a visão dos respectivos críticos da Revista Música sobre o rock brasileiro Este artigo é uma versão sintetizada de um capítulo da tese de doutorado denominada “O criticismo do rock brasileiro no jornalismo de revista especializado em som, música e juventude: da Rolling Stone (1972-1973) à Bizz (1985-2001)” defendida em janeiro de 2011 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) Palavras-chave: Crítica Musical; Imprensa Especializada; Música; Brasil; História e Crítica; Rock Brasileiro. Abstract: This paper analyzes the relationship between Music Magazine and the Brazilian rock during the existence of this publication from 1976 to 1983. Our focus was on music criticism to analyze the views of those critics about Brazilian rock. This article is a version of a chapter of my doctoral thesis named “The criticism of Brazilian rock in the journalism of magazine specializing in sound, music and youth: from Rolling Stone (1972-1973) to Bizz (1985-2001)” defended in January 2011 at the Pontifícal Catholic University of Rio Grande do Sul (PUC- RS). Keywords: Music criticism; Specialized press; Music; Brazil; History and Criticism; Brazilian Rock. Introdução Quando chegou às bancas de jornal em junho de 1976, a revista Música não era apenas mais uma publicação a disputar mercado com as publicações do mesmo segmento, Pop e Rolling Stone.
    [Show full text]
  • A Música Popular Brasileira (MPB) Dos Anos 70: Resistência Política E Consumo Cultural1
    Marcos Napolitano Brasil A música popular brasileira (MPB) dos anos 70: 1 resistência política e consumo cultural Após o Ato Institucional nº5, instrumento legal promulgado em fins de 1968 que aprofundou o caráter repressivo do Regime Militar brasileiro implantado quatro anos antes, houve um corte abrupto das experiências musicais ocorridas no Brasil ao longo dos anos 60. Na medida em que boa parte da vida musical brasileira, naquela década, estava lastreada num intenso debate político-ideológico, o recrudescimento da repressão e a censura prévia interferiram de maneira dramática e decisiva na produção e no consumo de canções. A partir de então, os movimentos, artistas e eventos musicais e culturais situados entre os marcos da Bossa Nova (1959) e do Tropicalismo (1968) foram idealizados e percebidos como a balizas de um ciclo de renovação musical radical que, ao que tudo indicava, havia se encerrado. Ao longo deste ciclo, surgiu e se consagrou a expressão Música Popular Brasileira (MPB), sigla que sintetizava a busca de uma nova canção que expressasse o Brasil como projeto de nação idealizado por uma cultura política influenciada pela ideologia nacional-popular e pelo ciclo de desenvolvimento industrial, impulsionado a partir dos anos 50. 1 A minha participação no IV Congresso de la Rama latinoamericana del IASPM (Cidade do México, abril de 2002) teve o apoio da CAPES/MEC. A música popular brasileira (MPB) dos anos 70 Na hierarquia cultural da sociedade brasileira, a MPB chegou à década de 70 dotada de alto grau de reconhecimento junto às parcelas de elite da audiência musical, ainda que alguns setores do meio acadêmico e literário não compartilhassem desta valorização cultural excessiva.
    [Show full text]
  • O Tempo Não Para: a Década De 1980 Através De Gonzaguinha E Cazuza
    UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA O tempo não para: A década de 1980 através de Gonzaguinha e Cazuza Gabriela Cordeiro Buscácio Orientadora: Samantha Viz Quadrat Niterói 2016 B976 Buscácio, Gabriela Cordeiro. O tempo não para: a década de 80 através de Gonzaguinha e Cazuza / Gabriela Cordeiro Buscácio. – 2016. 253 f. Orientadora: Samantha Quadrat. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Departamento de História, 2016. Bibliografia: f. 249-253. 1. Música popular brasileira. 2. 1980. 3. Gonzaguinha, 1945- 1991. 4. Cazuza, 1958-1980. 5. Redemocratização. I. Quadrat, 2 Samantha. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. Folha de Aprovação O TEMPO NÃO PARA – A DÉCADA DE 1980 ATRAVÉS DE GONZAGUINHA E CAZUZA Gabriela Cordeiro Buscácio Tese submetida ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense - UFF, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor. Aprovada por: __________________________________________________ Orientadora Profª Drª Samantha Viz Quadrat (UFF) __________________________________________________ Profª Drª Adriana Facina (UFRJ) __________________________________________________ Profº Drº Romulo Mattos (PUC-RJ) __________________________________________________ Profª Drª Lucia Grinberg (Unirio) __________________________________________________ Profº Drº Francisco Carlos Teixeira da Silva 3 Para Gonzaguinha e Cazuza, Que sempre lutaram contra a corrente Para Vicente, Tomaz e Ana Flor, Pela aposta no amanhã 4 Agradecimentos Quatro anos é muito, muito tempo. Muitas mudanças aconteceram na minha vida durante esse tempo. Perdi minha avó, Emília, que me faz falta todos os dias, perdi minha sogra, Arlete, que faz falta a todos nós. Elas, infelizmente, não estão vendo o final dessa caminhada.
    [Show full text]
  • As Representações Política E Cultural De Luiz Gonzaga, Traços De Uma Trajetória
    UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA O RETORNO DO REI: As representações política e cultural de Luiz Gonzaga, traços de uma trajetória. JOSÉ CUNHA LIMA Orientador: Prof. Dr. Ângelo Emílio da Silva Pessoa. Linha de Pesquisa: Ensino de História e Saberes Históricos João Pessoa - PB Novembro - 2020 O RETORNO DO REI: As representações política e cultural de Luiz Gonzaga, traços de uma trajetória JOSÉ CUNHA LIMA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba - UFPB, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Mestre em História, Área de Concentração em História e Cultura Histórica. Orientador: Prof. Dr. Ângelo Emílio da Silva Pessoa. Linha de Pesquisa: Ensino de História e Saberes Históricos João Pessoa - PB Novembro - 2020 Catalogação de Publicação na Fonte. UFPB - Biblioteca Central L732r Lima, José Cunha. O retorno do rei: as representações política e cultural de Luiz Gonzaga, traços de uma trajetória / José Cunha Lima. - João Pessoa, 2020. 297 f. : il. Orientação: Ângelo Emílio da Silva Pessoa. Dissertação (Mestrado) - UFPB/CCHLA. 1. História. 2. Luiz Gonzaga. 3. Música popular. 4. Cultura política. I. Pessoa, Ângelo Emílio da Silva. II. Título. UFPB/BC CDU 94:78(043) Elaborado por MARILIA RIANNY PEREIRA COSMOS - CRB-15/862 O RETORNO DO REI: As representações política e cultural de Luiz Gonzaga, traços de uma trajetória José Cunha Lima Dissertação de Mestrado Avaliada em: 24/11/2020 com conceito: Aprovada BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Prof. Drº.
    [Show full text]
  • Pronunciamento (Do Deputado Chico Alencar, PSOL/RJ) Senhor Presidente, Senhoras E Senhores Deputados E Todos Os Que Assistem
    Pronunciamento (Do Deputado Chico Alencar, PSOL/RJ) Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados e todos os que assistem a esta sessão ou nela trabalham: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaquinha, nos deixou há 15 anos, em 29 de abril de 1991. Em sua homenagem transcrevo nos anais da Casa uma síntese de um texto publicado na página eletrônica www.gonzaquinha.com.br. Nasceu em 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro, filho de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil. A mãe morreu de tuberculose ainda muito moça, com apenas 22 anos de idade, deixando o carioca Gonzaguinha órfão aos dois anos. O pai, não podendo cuidar do menino porque viajava por todo o Brasil, entregou-o aos padrinhos Dina (Leopoldina de Castro Xavier) e Xavier (Henrique Xavier), o "Baiano do Violão" das calçadas de Copacabana e do pires na Zona do Mangue, no Estácio. Foram eles que o criaram. As primeiras letras Gonzaguinha aprendeu numa escolinha no morro de São Carlos, mas as verdadeiras lições de vida recebeu pelas ladeiras do morro. Garoto, para conseguir algum dinheiro, carregava sacolas na feira e avisava os bicheiros do local quando da chegada da polícia. Moleque Luizinho, seu apelido de infância, vivia nas ruas, entre pipas, peladas, bolinhas de gude, pião e os acidentes da infância. Como as três vezes em que furou o olho esquerdo, fazendo com que perdesse 80% da visão desse olho. No carnaval fugia com Pafúncio, um vendedor de caranguejos que morava nas redondezas e era membro da ala de compositores da Escola de Samba Unidos de São Carlos.
    [Show full text]