O Mundo Da Canção: Percursos Da Primeira Publicação Portuguesa Sobre Música Popular Entre O Estado Novo E a Revolução

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O Mundo Da Canção: Percursos Da Primeira Publicação Portuguesa Sobre Música Popular Entre O Estado Novo E a Revolução INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL O Mundo da Canção: percursos da primeira publicação portuguesa sobre música popular entre o Estado Novo e a Revolução (1969-1976) JOÃO FRANCISCO VASCONCELOS E SOUSA DISSERTAÇÃO SUBMETIDA COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM JORNALISMO Orientadora: Prof.ª Doutora Filipa Subtil, Escola Superior de Comunicação Social Lisboa, Outubro de 2016 Declaração de compromisso anti-plágio Declaro ser autor deste trabalho, parte integrante das condições exigidas para a obtenção do grau de Mestre em Jornalismo, que constitui um trabalho original que nunca foi submetido (no seu todo ou em qualquer das partes) a outra instituição de ensino superior para obtenção de um grau académico ou qualquer outra habilitação. Atesto ainda que todas as citações estão devidamente identificadas. Mais acrescento que tenho consciência de que o plágio poderá levar à anulação do trabalho agora apresentado. Lisboa, 28 de Outubro de 2016 ii Agradecimentos No final deste percurso, não posso deixar de agradecer a várias pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuíram directa e indirectamente para que esta dissertação fosse uma realidade. Desde logo aos meus pais, sempre disponíveis para me aconselharem e para me abrirem horizontes, não só durante a pesquisa e escrita desta dissertação mas ao longo deste meu percurso académico que agora culmina. Sem eles, tudo teria sido muito mais difícil. À minha irmã, que, sendo uma amante das artes, e embora num contexto muito diferente do MC, também está familiarizada com alguns dos problemas que a revista enfrentou por pensar e agir “fora da caixa”. Além disso, pela maturidade que lhe admiro mais do que ela talvez pense, e pelo exemplo de dinamismo e eficiência que por vezes me faltam. À Mariana, por me ter ajudado a resolver várias situações concretas e por ter sabido estar presente sempre que precisei. À minha tia Helena por me ter proporcionado a obtenção de uma das entrevistas e à minha prima Margarida pelos conselhos na tradução do resumo desta dissertação para inglês. Uma palavra também para a minha restante família e amigos porque, quando estamos com aqueles de quem gostamos, uma conversa ou um encontro que aparentemente nada tenham a ver com trabalho podem, mais vezes do que parece, dar alento para que o levemos a bom porto. A José Jorge Letria, José Mário Branco e Viriato Teles pela disponibilidade para me receberem e me darem os seus depoimentos acerca deste período da nossa História, bem como informações precisas acerca do MC. As agradáveis e instrutivas conversas que tive com cada um deles foram indispensáveis para o desenvolvimento desta investigação. Devo uma palavra muito especial a Avelino Tavares porque, para além da entrevista que também teve a amabilidade de me conceder, me ofereceu a colecção completa do MC. Espero ter conseguido retribuir a generosa e entusiasta recepção que tive no Porto com uma investigação que faça justiça à “sua” revista. Finalmente, à professora Filipa Subtil, pelo entusiasmo, empenho e persistência que sempre demonstrou, pelas leituras que me recomendou fazer, pela pertinência das suas observações e pelos livros que me facultou. Numa palavra, por ter estado sempre à altura do que desejei quando lhe pedi para orientar esta dissertação. iii “AQUI. (…) Quando se começa a reconhecer que a canção de alguns é de todos. Quando se desenha a força da recusa. Quando se sente a urgência de não cair no sossego. (…) Porque a batalha começa agora. E a canção não pode deixar de ser o ferro que não se dobra. Nem se molda. Persistentemente na procura do dia desejado. Sem nunca esquecer este existir em exílio permanente” MC, “Da urgência de cantar”, Abril de 1972 “«Mudam-se os tempos, mudam se as vontades» - escrever com uma liberdade desconhecida mas desejada será, antes de mais, reforçar a sua existência mas conservando sempre bem de perto o senso das realidades. (…) Aquelas palavras com que poluíamos o papel eram sempre palavras cruzadas. Passavam bastante ao largo da verdade directa mas não mentiam. (…) Quem servíamos? A verdade, ainda que camuflada. E só nós sentíamos como era duro combater com «armas» tão distantes do alvo que visávamos. (…) Abandonamos as cadeias impostas às nossas palavras com a certeza de que é aqui e agora, com «a gente daqui e de agora», que se vai construir a existência humana que tanto desejamos. Com a verdade como estandarte. (…) Serviremos a divulgação do canto livre e edificante, mas só será bem-vindo «quem vier por bem». Obrigatoriamente!” MC, “Venham ver, Maio nasceu!”, 1974 iv Resumo Esta dissertação debruça-se sobre o Mundo da Canção (MC), a primeira revista portuguesa de música popular, no período entre o fim do Estado Novo e a transição para a democracia (1969-1976). Editado mensalmente, o MC teve um papel importante na divulgação da "música de protesto", personificada por José Afonso, José Mário Branco ou Sérgio Godinho. Ao mesmo tempo, foi uma voz crítica do fado e do nacional- cançonetismo, dois estilos que conotava com o regime. Orientado para os jovens e fustigado pela Censura, o MC aliou a oposição à ditadura com uma opção estética versátil, que abarcava as sonoridades pop anglo-saxónicas (do folk de Bob Dylan ao heavy sound dos Led Zeppelin, passando pelo prog rock dos Pink Floyd e pela divulgação do jazz) e a promoção de músicos francófonos e de língua castelhana. A revista publicava também letras de canções e fazia críticas a discos, tendo ainda dado destaque aos festivais de Woodstock, Vilar de Mouros e Cascais. Através da análise cuidada de 45 números do MC, e recorrendo a uma abordagem que combina estudos históricos, culturais e dos media, a principal conclusão que se retira é que a revista constituiu, em plena ditadura, um palco de resistência cultural e de luta pela liberdade, contribuindo para dinamizar a esfera pública e abrir caminho ao jornalismo musical português. A partir de 1974, com a queda do regime e a súbita politização da sociedade, o MC aproximou-se da vertente maoísta da luta política. Palavras-chave: Mundo da Canção, música popular, movimento dos baladeiros, nacional-cançonetismo, resistência cultural. v Abstract This research focuses on Mundo da Canção (MC), the first ever Portuguese magazine about popular music, in the period between the end of Estado Novo and the transition towards democracy (1969-1976). With a monthly periodicity, MC played an important role in publicising the Portuguese protest song, played by singer-songwriters such as José Afonso, José Mário Branco, or Sérgio Godinho. At the same time, the magazine became a major critic of fado and “nacional-cançonetismo”, two musical styles it linked to the regime. Being a youth-oriented magazine which was also punished by censorship, MC not only opposed the dictatorship, but it also showed a versatile aesthetic range, publishing articles about English and American pop music (from Bob Dylan’s folk to Led Zeppelin’s heavy sound, not to mention Pink Floyd’s prog rock or the promotion of jazz music), as well as disseminating francophone and hispanophone musicians. The magazine also published the lyrics of many songs, produced a serious amount of album critiques, and addressed the festivals happening in Woodstock, Vilar de Mouros, and Cascais. Having attempted to make a thorough approach to 45 issues of MC, and with the help of historical, cultural and media studies, the main conclusion we can draw is that the magazine was a space for cultural resistance and fight for freedom, which has paved the way for the beginning of Portuguese musical journalism. Since 1974, with the fall of the dictatorship and the rising of politicisation amongst the Portuguese society, MC briefly approached a Maoist current of thought. Keywords: Mundo da Canção, popular music, ballad movement (movimento dos baladeiros), “national-crooning” (nacional-cançonetismo), cultural resistance. vi Aos meus pais e irmã, para lhes agradecer por tudo. Aos que sofreram com o Estado Novo, para que a memória não se apague. vii Índice Introdução p. 1-6 1) O Tempo e o Modo: Portugal e o mundo à entrada para 1970 1.1) Enquadramento histórico p. 7-12 1.2) O panorama cultural português na década de 1960 e início de 1970 p. 12-19 1.3) “Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”: a origem e importância do movimento dos baladeiros p. 20-31 2) O MC e o mundo da música 2.1) O aparecimento do MC e a sua estrutura organizativa p. 32-37 2.2) “Combater a inércia à partida”: A política editorial e o posicionamento ideológico do MC p. 37-69 2.2.1) Música portuguesa p. 44-61 2.2.1.1) Nacional-cançonetismo, um alienatório desfile de “Simones e outros Calvários” p. 44-48 2.2.1.2) O fado, “saudosismo inactivo” p. 48-50 2.2.1.3) O movimento dos baladeiros, “esperança activa” p. 50-60 2.2.1.4) Os primeiros passos do rock nacional p. 60-61 2.2.2) Música estrangeira p. 61-65 2.2.2.1) Rock/folk, o lado pop do MC p. 61-64 2.2.2.2) No resto do mundo também se luta: música estrangeira de cariz contestatário p. 64-65 2.2.3) A crítica à indústria cultural: a RTP, o Festival da Canção e a publicidade p. 66-69 viii 3) As rubricas e pilares do MC 3.1) Os editoriais, manifestação do pensamento da redacção p. 70-78 3.1.1) A luta pela renovação musical: combate ao nacional-cançonetismo e divulgação dos baladeiros p. 71-74 3.1.2) Denunciar a Censura em tempo de Estado Novo p. 74-76 3.1.3) O fervilhar revolucionário e as mudanças no MC p.
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