Uma Máquina Que Turbinou Nossa Cultura O Carro Mudou O Comportamento Da Humanidade E Marcou O Século 20
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Especial Automóvel FOTOS DIVULGAÇÃO Uma máquina que turbinou nossa cultura O carro mudou o comportamento da humanidade e marcou o século 20 Produzido por Especial Automóvel O automóvel tornou-se um elemento da cultura do século 20: símbolo de liberdade A invenção que FOTOS DIVULGAÇÃO mudou a sociedade m 1850 um norte-americano via- A independência de ir para onde qui- O carro acabou java a uma velocidade média de ser, sem depender de ninguém, criou um E6,4 km/h. Boa parte desse deslo- novo paradigma para a humanidade. To- com os limites camento era feita a pé ou no lombo de dos queriam ter um carro. A partir da um cavalo. Por volta de 1950, com a pro- produção em larga escala, o automóvel impostos pela liferação do automóvel, essa velocidade se tornou mais acessível para a classe havia saltado para 38,6 km/h. A liberdade média tanto nos Estados Unidos quanto distância e de locomoção e a otimização de tempo na Europa. Passou a ser usado em ações foram algumas das mudanças que o carro de marketing. Foi o que aconteceu em criou novas trouxe para a sociedade. “Um dos benefí- 1963, quando presentearam Pelé com o cios que esse meio de transporte trouxe primeiro Aero Willys brasileiro. Pelé recebe seu presente: o primeiro Aero Willys no Brasil, em 1963 possibilidades foi propiciar ao ser humano a imensa me- A divisão entre carros esportivos e se- lhoria de sua mobilidade”, avalia o enge- dans foi uma forma de adequar as má- com a criação das rodovias, o surgimento gostava de velocidade e potência está para o homem nheiro José Luiz Vieira, autor da trilogia quinas ao perfil do dono – como a Aston dos postos de gasolina e outros estabele- ficando no passado; no futuro a pala- Por Jeferson de Sousa A História do Automóvel. Martin, que associou seu carro a James cimentos de beira de estrada. Tornou-se vra-chave para o carro será sustenta- Mas o carro é muito mais que isso. Bond (veja na página ao lado) – e iden- parte da cultura. On The Road, do ame- bilidade”, analisa Ricardo Takahira, Trata-se de uma espécie de “máquina tificá-los com sofisticação ou juventude, ricano Jack Kerouac, de 1957, incorpo- coordenador da comissão técnica da íntima”, algo maior que um objeto que por exemplo. rou a estrada como personagem literário Associação Brasileira de Engenharia REPRODUÇÃO leva seu condutor do ponto A ao ponto B. A popularização criou uma nova di- e abriu caminho para a geração beatnik Automotiva. Não demorará para que É símbolo de status, um retrato em metal, nâmica social. A liberdade de locomoção e para as mudanças de comportamento tenhamos carros altamente conectados plástico e borracha de seu dono. Quando permitiu que as pessoas não precisassem entre os jovens dos Estados Unidos. e pilotados por computador, permitindo escolhe um modelo, o futuro proprietá- mais morar perto de estações de trem ou O rápido desenvolvimento tecnológico ao usuário usar o tempo de locomoção rio projeta no automóvel um pouco de de seus locais de trabalho. Agora podiam do século 21 está prestes a trazer outras para trabalhar ou se divertir sem ter de seu próprio comportamento – ou seja, o residir em qualquer lugar e a qualquer mudanças comportamentais na relação manter o olho no caminho – de novo, o Kerouac: On the Road carro reflete o jeito de ser do dono. distância. O automóvel mudou a paisagem entre homem e automóvel. “A geração que carro se torna reflexo de seu tempo. Pioneiras no volante DIVULGAÇÃO machismo, ainda tão presente no de freio, que só seria usado muitos anos século 21, faz com que mulheres depois. E não só isso: com sua iniciati- Oe carros continuem sendo asso- va, Bertha promoveu a primeira ação de ciados ao erotismo (ou direção perigosa), marketing automotivo que se tem notícia. mas o fato é que o sexo feminino tem uma Afinal, até então ninguém acreditava no relação muito mais ativa e fundamental potencial do Patent-Motorwagen. na história do automóvel. Tudo começou No Brasil também houve uma precur- com uma mulher: a alemã Bertha Benz. sora. Mais conhecida como a primeira pa- Esposa do inventor Karl Benz, ela foi raquedista brasileira, Rosa Helena Schor- a primeira pessoa – veja bem, não a pri- ling é igualmente pioneira no volante. Em meira mulher, mas a primeira pessoa – a 1932, depois de passar em exames teóri- empreender uma viagem de longa dis- cos e práticos, ela se tornou a primeira tância usando um automóvel. Foi no dia 5 mulher a ter uma carta de motorista no de agosto de 1888. Bertha, juntamente os País. Ou melhor, a primeira menina: na filhos Richard e Eugen (respectivamente ocasião Schorling tinha apenas 12 anos. com 14 e 15 anos) se aboletou em um Pa- A relação das mulheres com o mer- tent-Motorwagen, o veículo criado por cado automotivo tem mudado rapida- Karl e considerado o primeiro carro mo- mente. Pesquisa realizada pela Central derno, e percorreu 104 quilômetros entre de Inteligência Automotiva mostrou que as cidades de Mannheim, onde residia, até o público feminino representa 42% dos a casa de sua mãe, em Pforzheim. clientes de oficinas no País. “Com a ade- A viagem foi cheia de percalços. Em são das mulheres na manutenção de seus uma época em que não havia postos de próprios veículos, todo o mercado teve gasolina, Bertha improvisou o com- de rever muitos métodos que já estavam bustível utilizando derivado de benzina arraigados”, avaliou Antonio Carlos Fiola, comprado em farmácias. No caminho presidente do Sindicato de Reparação de ela também inventou o conceito de lona Veículos e Acessórios. Bertha Benz: ela pegou o carro do marido, colocou as crianças no banco de trás, foi para a casa da mãe e inventou a viagem longa Este material é produzido pelo Núcleo de Projetos Especiais de Publicidade do Estadão. Produzido por As 10 máquinas mais caras da TV e do cinema De réplicas a originais, as máquinas que passaram pelas telas e ganharam status de estrelas Por Jeferson de Sousa havia comprado o automóvel por 1 dólar. bucólicas estradas do interior da França. Até sua venda no leilão, em 2013, o carro O carro fazia parte da coleção particular fazia parte da coleção particular de Barris. do ator – conhecido por colecionar car- ros e motos usados em seus filmes – e foi Aston Martin DB5 colocado em leilão em 2011. FOTOS DIVULGAÇÃO 007 Contra Goldfinger, 1964 US$ 4,6 milhões Duesenberg Model J 1929 Ford GT40: o mais alto preço em leilão O terceiro filme de James Bond marca o Minhas Três Noivas, 1966 início da parceria entre Aston Martin e US$ 1,2 milhão para o filme de perseguição estrelado o agente de Sua Majestade. Desde então O luxuoso conversível foi dirigido por por Nicolas Cage, o carro se tornou uma passaram-se 50 anos e onze filmes com Elvis Presley em Minhas Três Noivas, lenda. Com motor V8, 400 cavalos de 007 pilotando um Aston Martin. Em 007 uma das dezenas de comédias românti- potência e 4 marchas, “Eleanor” é um Aston Martin: sucesso Contra Goldfinger foram utilizados dois. cas protagonizadas pelo cantor nos anos autêntico e poderoso “muscle car”. Fo- com Sean Connery Um foi roubado e o remanescente agora faz 1960. Famoso pelo requinte e pela quali- ram usados três Shelby para protago- parte da coleção do banqueiro americano dade de seu acabamento, o carro faz par- nizar “Eleanor”. Apenas um sobreviveu oadjuvante – e por vezes prota- é um “dublê”). Em 2008 pelo radialista Harry Yeaggy. te de uma leva de apenas 200 unidades, às filmagens. gonista – no cinema, o automó- britânico Chris Evans, um compulsivo produzidas pela companhia americana Cvel cavou seu lugar nas grandes colecionador de carros, adquiriu a réplica. Porsche 911S em 1929, durante a Grande Depressão. Chitty Chitty Car produções de Hollywood. As 24 Horas de Le Mans, 1971 O Calhambeque Mágico, 1968 Shelby Cobra Daytona 1965 US$ 1,37 milhão Shelby Mustang GT500 1967 US$ 805 mil Ford GT40 Gulf/Mirage 1968 Faixa Vermelha 7000, 1965 Os primeiros 3 minutos e 40 segundos 60 Segundos, 2000 O fictício carro do musical estrelado por As 24 Horas de Le Mans, 1971 US$ 7,25 milhões de abertura de As 24 Horas de Le Mans US$ 1 milhão Dick van Dyke teve seis versões criadas US$ 11 milhões Com motor V8 e velocidade máxima de são protagonizados do Steve McQueen e o A despeito de não ser um Shelby Mustang para as filmagens. Com o sucesso da pe- Trata-se do primeiro carro a quebrar 293 km/h, o Shelby Cobra teve apenas Porsche 911S 1970 cinza, que trafega pelas original, mas um modelo customizado lícula, várias réplicas foram produzidas a hegemonia da Ferrari no tradicional seis unidades produzidas pela Ford en- e o Chitty Chitty ganhou até mesmo um circuito de Les Mans. O modelo, que tre 1964 e 1965. Nesse período, venceu fã-clube. Uma versão remanescente foi havia sido adaptado para carregar uma praticamente todos campeonatos dos levada a leilão em 2011 e arrematada por câmera durante as filmagens, foi res- quais participou. Seu grande feito foi ter US$ 805 mil pelo diretor australiano taurado durante os anos 1970 e 1980. sido o único veículo americano a ven- Peter Jackson (O Senhor dos Anéis). É o automóvel americano mais caro já cer o Campeonato Mundial de Carros de vendido em um leilão. Seu comprador Turismo da Federação Internacional de DeLorean DMC-12 permanece anônimo. Automobilismo. De Volta Para o Futuro, 1985 US$ 541 mil Ferrari 250 GT 1961 Batmóvel O carro, único modelo produzido pela Curtindo a Vida Adoidado, 1986 Batman, a série, 1966-1968 fábrica de mesmo nome, se tornou um US$ 10,9 milhões US$ 4,62 milhões cult instantâneo ao transportar Marty Um dos mais emblemáticos modelos da Construído a partir da carcaça de um McFly (Michael J.