○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ ○ ○ ○ ○○○○○ Presença da mulher na educação Martha Watts: uma educadora metodista na belle époque tropical * Martha Watts: a methodist educator in the tropical belle époque

Zuleica de Castro Coimbra Mesquita Doutora em Educação (Unimep) Coordenadora do Projeto Memória da Unimep (-SP)

Resumo Martha Watts foi a primeira educadora do metodismo no Brasil. Em sua missão, deixou seu país de origem e a família para se dedicar ao ensino em um lugar desconhecido, de língua estranha. Hoje, o metodismo deve a essa lutadora missionária muito do que tem em termos de herança educacional. Unitermos: Martha Watts; metodismo; educação; mulher

Synopsis Martha Watts was the first educator of Methodism in Brazil. In her mission, she left her own country and family to dedicate herself to teaching in an unknown place, with a strange language. Today, Methodism owes to that struggling missionary most of what it has in terms of educational heritage. Terms: Martha Watts; methodism; education; woman

Resumen Martha Watts fue la primera educadora del metodismo en Brasil. En su misión, dejó su país de origen y su familia para dedicarse a la enseñanza en un lugar desconocido con un idioma que le era extraño. Hoy, el metodismo le debe a esta luchadora misionera mucho de lo que tiene en materia de herencia educativa. Términos: Martha Watts; metodismo; educación; mujer

* Discurso de abertura da Conferência Internacional: “120 anos de educação metodista no Brasil”

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○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ ○○○ alar sobre Martha Watts, a educa- portamento, seu trajar, suas jóias, a F dora pioneira do metodismo no forma com que recebia e organizava Brasil, é também falar de uma época reuniões demonstravam maior ou em que Martha Watts se insere. É fa- menor “status” na sociedade. Fazia- lar sobre o contexto brasileiro no fi- se necessário que se preparasse a nal do século XIX e início do século mulher para essas funções do bem XX,a chamada “belle époque tropical”. receber. Além disso, a casa-grande Martha Watts veio para o Brasil exigia da mulher certo tino adminis- para educar mulheres; esta foi a mis- trativo, pois envolvia o trato com são que a Sociedade Missionária da a criadagem e a educação dos fi- Mulher lhe designou, ou, melhor di- lhos,quase sempre numerosos. A zendo, para a qual Martha se can- maioria dessas casas-grandes pos- didatou. Assim, pois, é necessário que suía um significativo número de agre- se diga duas ou três palavras sobre a gados que participavam da vida fa- situação da mulher na sociedade bra- miliar: parentes afilhados, padres... A sileira do final do século XIX, quando casa-grande era uma instituição bas- Martha Watts aportou no Rio de Ja- tante complexa para se administrar. neiro trazendo na bagagem sua tarefa Durante a primeira metade do de ensinar, num país estranho, de lín- \As mulheres século XIX, as mulheres brasileiras gua desconhecida, distante física e brasileiras sofriam sofriam as limitações próprias do culturalmente de sua “América”. as limitações subdesenvolvimento do império e o Durante todo o século XIX, as próprias do espaço dela limitava-se às reuniões subdesenvolvimento mulheres brasileiras estiveram sub- do império familiares e à Igreja. Recebiam instru- missas a pais e maridos. Esta submis- ções no próprio lar, tendo aulas de são, entretanto, não implicava na fal- francês, música, canto, pintura, além ta de importância da mulher. Embora de artes domésticas – trabalhos de dependente dos homens o papel da agulha e culinária. Os preceptores mulher era bastante significativo na eram geralmente estrangeiros. sociedade. A partir das transformações econô- Quando falamos na mulher do fi- Quando falamos na micas e sociais ocorridas no país na nal do século XIX no Brasil, queremos mulher do final do segunda metade do século XIX, quan- nos referir à mulher da elite. Numa século XIX no Brasil, do a exportação do café construiu for- sociedade agrária e escravocrata, queremos nos referir tunas, a elite brasileira começou a se à mulher da elite fora das elites, existiam apenas as sofisticar, ampliando-se também o es- criadas e um pouco mais tarde as paço da mulher, embora permaneces- negras recém-libertas. se sua submissão ao homem. Segundo A vida social no Brasil, nesse pe- Needell a sociedade dessa época era ríodo, girava em torno de recepções, “feminina em sua expressão e mascu- saraus, e festas familiares. Nesses lina em seus propósitos”1 . eventos, discutiam-se e fechavam-se A urbanização e o advento dos negócios, arrumavam-se casamen- bondes possibilitaram à mulher mai- tos, firmavam-se as posições sociais. or mobilidade e ela começou a aven- Nesse contexto social, a figura fe- turar-se em visitas a bairros distan- minina era imprescindível. Seu com- tes e às áreas do comércio central.

1 2.Expositor Christão. 14. 09.05. Vol. XX, N.º 36, p. 4.

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O surgimento dessa burguesia urbana vai exigir que a mulher rece- “Miss Mattie H. Watts de Louisville, ba uma formação diferente daquela , ofereceu-se como candidata recebida até então na casa-grande. a missionária, aspirando ir para o Isso não significou necessariamente Brasil. Tenho suas recomendações em uma caminhada direta à emancipa- mãos e devo acrescentar que são de ção, mas fez parte do processo de primeira ordem”. transformação da condição feminina (Woman’s Advocate, março,1881, p.8) As elites passaram, assim, a se dar As elites passaram, conta da importância da educação da assim, a se dar conta Ser pioneira em tal mulher para o progresso da socieda- da importância da missão era ser corajosa de. Um artigo publicado no Exposi- educação da mulher tor Cristão, à época, dizia: Martha Watts uma mulher sensível ao sofrimento humano “Sem mulheres instruídas não pode- No contexto do Brasil do século mos ter países adiantados O poder e XIX, então um país carente da maio- a influência das mulheres são factores ria dos confortos que outros povos 2 importantes em nossa civilização” já conheciam, Martha Watts chega de navio ao porto do . Sua É nesse contexto social de fim primeira impressão da terra foi a de de século e com tais expectativas profunda comiseração pelas crianças das elites brasileiras que Martha abandonadas daquela cidade. É as- Watts desembarca no Brasil. Quem sim que ela se expressa em carta en- é essa mulher estrangeira, que não viada aos EUA: fala português e nada sabe da cul- tura brasileira? “Rio de Janeiro, maio de 1881 Muito melhor do que tentar aqui Na grande cidade do Rio de Janeiro, falar sobre as virtudes de Miss Watts com mais de 400.00 Habitantes,há uma ou sobre os traços de seu caráter é classe de seres humanos, cujas condi- deixar que ela mesma nos conte com ções apelam aos nossos mais profun- suas própria palavras quem foi, o que dos sentimentos e clama por nossa ca- fez e como se sentiu em seu trabalho ridade cristã. É uma classe de no Brasil. criancinhas, sem lar ou amigos que co- mem, dormem e morrem nas ruas; ig- Martha Watts foi norantes de todo o conhecimento, a não uma pioneira ser o conhecimento da marginalidade A missão metodista no Brasil, em e da miséria,sem que ninguém pareça sua fase definitiva, apenas se esbo- se importar com suas almas”. çava quando Martha Watts se ofere- (Woman’s Advocate, maio 1881, p.3-4) ce para vir para o Brasil. Ela não foi designada, ela ofereceu-se para o tra- Tocada pelo sofrimento dessas balho educativo: crianças sem teto a quem ela cha- Uma carta publicada no Woman’s ma de “homeless children”, ela não Advocate, periódico da Sociedade se limita à contemplação passiva missionária da Mulher nos EUA, em de tal situação, mas começa ime- março de 1881 diz: diatamente a arquitetar planos

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○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ para salvar essas crianças. E sua O destino de Martha O destino de Martha Watts, po- carta continua: Watts era Piracicaba rém, era Piracicaba. Cabia a ela abrir ali uma escola para as elites. O tra- “O Senhor colocou no coração de al- balho com a população carente do guns de seus servos a compaixão por Rio de Janeiro seria iniciado pelo estas vidas, bem como o desejo de missionário Hugh Clarence Tucker, achar uma forma de resgatá-las (..). A antes do final do século. esta classe de crianças pertencem os Martha Watts: uma mulher aberta jornaleiros, os engraxates, os vende- dores de frutas, os cantores de rua (..). Ao chegar ao Brasil Miss Watts assim me surge a proposta de uma tinha a missão de educar. Estrangei- casa de refúgio para elas – preparar ra, falando outra língua, portadora um local limpo, como um lar, para de outra religião e de outros hábi- onde elas possam ir ao final do dia de tos culturais, ela não se fechou nas trabalho; achar abrigo,repouso e ali- quatro paredes da casa que alugou mentação para seus pequenos corpos para servir de escola, nem tão pou- fatigados, freqüentemente debilitados co no abrigo dos lares de seus com- pelo sofrimento da fome e das doen- patriotas imigrantes de Santa Bár- ças. Será ouvindo palavras doces, em bara e Americana. Ela saiu a campo, tom gentil, sentindo o toque de mãos assistiu a missas católicas, procis- amorosas é que elas aprenderão o que sões da Igreja Romana, festas popu- é o humano e desta forma compreen- lares, enterros e batizados da comu- derão o amor de Deus e (...) seguirão nidade, na busca de conhecer a o caminho da salvação” cultura local, de aprender os cos- (Woman’s Advocate, maio 1881, p. 3-4) tumes da terra entender o compor- tamento do povo. Tornou-se uma Logo de início, portanto, Martha observadora atenta do que se pas- se dá a conhecer pelo seu profundo sava ao seu redor. Recém chegada comprometimento com o evangelho à Piracicaba ela assiste e narra as- social, aquele que vê o ser humano sim, uma festa do Divino: como um ser integral em que o corpo precisa ser salvo, tanto quanto a alma. “Chegamos entre quatro e cinco ho- Já imaginando como viabilizar ras e guardamos um bom lugar antes seu projeto, Martha apela, na mesma que se formasse uma grande aglome- carta, às suas compatriotas para que ração (...). O sol estava acima da li- levantassem recursos. Ela diz: nha do horizonte e o rio estava cal- mo (....), os balões soltos ao vento, o “Eu gostaria de chamar a atenção dos som dos fogos cobria o vozerio das membros da sociedade missionária, pessoas (...) tudo tão novo e estranho para este nobre empreendimento e so- formava um cenário interessante”. licitaria a seu corpo diretor que exa- (Woman’s Missionary Advocate, outu- minasse atentamente o caso e, estan- bro de 1881. p.4) do em seu poder, viesse a tomar me- Martha Watts: um espírito didas decisivas para sua implantação” observador (Woman’s Missionary Advocate, maio 1881, p. 3-4) A correspondência de Miss Watts

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à sua junta de Missões nos EUA, é Em uma sucessão rápida seguiu-se pontuada por inúmeras observações. uma seleção de “O Barbeiro de Sevi- Seu espírito arguto a leva a descre- lha” música tocada por Isabel de ver com minúcias aquilo que estava Almeida Barros (...). Quando os exer- vivendo. Seus textos nos transpor- cícios acabaram as crianças saíram tam no tempo, fazendo-nos mergu- marchando e cantando o Hino da In- lhar no passado como se dele tivés- dependência (...). Recebemos os pa- semos feito parte. É assim que ela rabéns de nossos clientes que pacien- descreve o vestuário em Piracicaba temente nos assistiram por quatro no final do século XIX: horas e meia (...). Servimos café de- pois dos exercícios, enquanto eles “As pessoas se vestem tão bem quan- comentavam e elogiavam. (...). Temos to nos EUA, isto é, as de melhor clas- a promessa de cinco novos alunos se. O povo e os negros não se vestem quando reabrirmos a escola em julho. nem mesmo com o mínimo de digni- “(Woman’s Missionary Advocate, Se- dade. Todas as mulheres e homens tembro 1882, p.4) envolvem-se em xales, seja de manhã ou à noite, de tal forma que lembram Martha Watts: a feminista figuras orientais.” Miss Watts foi uma pessoa extre- (Woman’s Missionary Advocate, Dez. mamente preocupada com a situação 1881, p. 5) de dependência em que vivia a mu- lher brasileira. Sua missão educativa Sua missão educativa Martha Watts: uma mulher com visava contribuir para que a mulher visão de “marketing” visava contribuir para que a mulher se se tornasse independente e senhora Por estranho que pareça, Martha tornasse de seu destino. Em uma de suas car- foi a seu modo e de acordo com seu Independente tas ela escreve: tempo u’a pessoa com visão de “marketing”. Ela queria que sua es- “As mulheres aí nos EUA clamam pelo cola se tornasse conhecida, mas que direito ao Voto, mas aqui, a necessi- se tornasse conhecida pela sua qua- dade primeira delas é a liberdade” lidade de ensino, demonstrada pela (Woman’s Advocate, outubro 1884, p. 4) competência de seus alunos. Assim, um ano depois da abertura do Colé- Um ano depois da Martha Watts: a educadora gio Piracicabano, Martha decide que abertura do Colégio Manter a disciplina, tarefa tão difícil os exames fossem um ato público, Piracicabano, Martha entre os educadores ainda hoje, parece aberto à comunidade: decide que os exames fossem um ato não ter sido grande problema para Miss público Watts há 120 anos. Ela conta: “Em março ou abril, decidi ter um exa- me público (...) A turma de álgebra “Ter diferentes séries na mesma As- composta por uma menina brasileira sembléia, que também é minha tare- (Maria Escobar) e uma menina ame- fa, torna mais difícil, manter a ordem; ricana (Nora Smith) foi examinada.. mas estou certa de que, considerando Tive o orgulho delas. O exame da tur- tudo, temos bastante ordem. Dou às ma de botânica que consistia de so- crianças 4 minutos para conversarem mente uma jovem. Ana Maria de e elas conversam, cientes de que os Moraes Barros, foi em Francês (...). minutos passam rápido; mas, quando

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eu bato palmas elas se aquietam com- pletamente, enquanto aguardam a “Agora, caras amigas, o que acham da próxima ordem; então peço dois mi- minha cidade. Já me sinto ligada a ela nutos de silêncio, elas juntam as mãos e pressinto que serei muito feliz aqui.” sobre a carteira e o silêncio reina.” (Woman’s Advocate, Dez. 1881, p.3) (Woman’s Missionary Advocate, Ju- nho 1892, p.) E, 14 anos depois de sua chegada, Martha Watts: uma mulher quando já está de partida para o Rio, entusiasmada e otimista onde fundaria a escola de Petrópolis, ela avalia seu trabalho em Piracicaba: A missão de Martha Watts em Piracicaba foi a mais árdua de todas “Chegamos a 120 alunos. Temos, hoje, as tarefas das missionárias que pas- uma escola grande e bonita” (Woman’s saram pelo Brasil. Advocate, Abril 1895. p.561) Ela começou da estaca zero. Sua tarefa investia-se de grande responsa- Assim, quando ela está colhendo bilidade, pois sendo pioneira, dela os frutos de seu perseverante traba- dependia a continuidade ou não do lho, ela é transferida. Ao invés de la- investimento da sociedade de mulhe- Ao invés de lamentar- mentar-se pela mudança, pois já não res na área educativa no país. Sozinha, se pela mudança ela recomeça sua tarefa é mais tão moça, ela recomeça sua com apenas uma aluna, numa casa tarefa com a mesma disposição de alugada bastante desconfortável ela quando chegara a Piracicaba. É assim dá início à primeira escola metodista, que ela descreve a propriedade ad- ela conta como foi esse início: quirida em Petrópolis para a instala- ção da nova escola: “(...) meus pertences, juntamente com a mobília da escola foram levados “Estávamos alegres como crianças e, para uma nova casa que alugamos depois de vermos o interior da casa, para a escola (...). O aluguel é de ses- aproveitamos a melhora do tempo para senta mil réis, ou quase 30 dólares por sair e ver o terreno. Estamos encanta- mês. Temos duas salas grandes na das e fico feliz por nosso conselho ter frente, um quarto grande e dois me- adquirido tão bela propriedade.” nores atrás (...). Temos na cozinha um (Woman’s Advocate, Julho 1895, p. 12) fogão brasileiro que nos servirá até que tenhamos um melhor. Como é Martha Watts: uma mulher sem mais barato fazer o pão do que tempo para lamentações comprá-lo, compraremos um fogão ou A impressão que a leitura da cor- construiremos um forno (...)” respondência de Miss Watts nos dá é (Woman’s Missionary Advocate, No- a de que ela usou plenamente seu vembro 1881, p.3) tempo. A missão da qual estava im- buída não lhe deixou tempo para la- Na carta seguinte ela faz uma des- mentar-se. Aos 52 anos, 19 dos quais crição minuciosa da cidade, fala sobre passados no trabalho missionário no o clima, sobre o rio, sobre as lavadei- Brasil, ela escreve: ras que clareiam as roupas sobre as pedras do rio e depois conclui assim:

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“...por mais de seis meses tenho sofri- catequista. Assim como João Wesley do com reumatismo. Se eu não tives- lutou pela transformação das condi- se mais nada a fazer, acho que pode- ções sociais de seu tempo, Martha ria me tornar amiga de meus sofrimen- Watts esteve o tempo todo imbuída tos; mas,tenho que estudar, ensinar, desse espírito Wesleyano em que sal- escrever e costurar ocasionalmente e var almas era tão importante quanto assim, pouco tempo me sobra para salvar o corpo, livrando-o da miséria pensar no meu próprio conforto. “ e da escravidão da ignorância. A edu- (Woman’s Missionary Advocate, Maio cação foi seu instrumental e ela o 1900, p.338) usou competentemente. Encerrando estas considera- Por trás da história desta institui- ções, gostaria de repetir em memó- Por trás da história ção, hoje, com 14.000 alunos está a desta instituição, ria da fundadora desta Casa as pa- figura desta mulher perseverante e hoje, com 14.000 lavras que foram o lema da Divisão decidida que se dispôs a deixar o alunos está a figura de Mulheres para as missões es- conforto de seu lar, para semear, desta mulher trangeiras: perseverante numa terra estranha o sonho de ou- tras mulheres. Se por um lado, a mis- “She hath done what she could” são de Miss Watts era a de evan- “Ela fez tudo o que era possível ser gelizar, suas cartas nos mostram que feito”

ela foi muito mais que um simples

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Referências bibliográficas

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