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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Educação Física

ALINE MIRANDA STRAPASSON

INICIAÇÃO AO PARA-: PROPOSTA DE ATIVIDADES BASEADA NO PROGRAMA DE ENSINO “SHUTTLE TIME”

CAMPINAS 2016

ALINE MIRANDA STRAPASSON

INICIAÇÃO AO PARA-BADMINTON: PROPOSTA DE ATIVIDADES BASEADA NO PROGRAMA DE ENSINO “SHUTTLE TIME”

Tese apresentada à Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutora em EDUCAÇÃO FÍSICA na área de ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA,

e

Thesis presented to Physical Education College of the Campinas State University in partial fulfillment of requirements for Doctor Degree, in ADAPTED PHYSICAL ACTIVITY AREA.

Orientador: EDISON DUARTE.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA POR ALINE MIRANDA STRAPASSON, E ORIENTADA PELO PROFESSOR DR. EDISON DUARTE.

CAMPINAS 2016

COMISSÃO EXAMINADORA

Dr. Edison Duarte

Dr. José Júlio Gavião de Almeida

Dr. Sérgio Stucchi

Dra. Keiko Verônica Ono Fonseca

Dr. Valber Lazaro Nazareth

A Ata da Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica do aluno.

AGRADECIMENTOS

Os meus sinceros agradecimentos à (ao, aos)...... Deus, pela perfeita vida que me permite viver; ...meus pais José Luiz Strapasson e Neiza Miranda Strapasson, por não terem medido esforços na minha criação e educação, por me proporcionarem o melhor e pelo infinito amor. Amo vocês; ...minha imensa família, pela honestidade, generosidade e simpatia. Tenho muito orgulho de fazer parte de um grupo de pessoas tão especiais; ...minha querida ex-professora do curso de Educação Física da Faculdade de Palmas – PR, Sandra M. F. de Carvalho Martins, pelo carinho e incentivo aos primeiros passos de uma vida acadêmica; ...Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), meu primeiro emprego. Foi nessa escola que aprendi a amar, respeitar e entender a minha profissão: PROFESSORA. Ser professor de Educação Física Adaptada exige conhecimento, paciência, versatilidade, criatividade e vontade de evoluir, pois nossos “aluninhos” especiais merecem o melhor sempre; ...meu amigo Lucinar J. F. Flores, por ter me apresentado o Badminton e insistido para que eu jogasse com ele. Valeu Jupir!; ...meu primeiro técnico de Badminton, Valdecir Barbosa e aos meus primeiros colegas de equipe (Fabi, Fer, Camila, Lúcia, Tati, Alisson, Dú, Claysson...); ...Universidade Paranaense – UNIPAR Campus Toledo, que permitiu a inserção de uma modalidade desconhecida no Projeto de Atividade Motora Adaptada (AMA), em março de 2010. Mal sabia o sucesso que o tal Para-Badminton (PBd) se tornaria; ...meus ex-alunos do Curso de Educação Física da UNIPAR e estagiários, que iniciaram a caminhada do PBd junto comigo: Fábio Bento dos Santos, Fábio Bremm, Rodolfo Silva de Oliveira, Tatiane Pereira, Tatiana De Paris e Jefferson Machineski, bem como todos os acadêmicos que ajudaram; ...Jaime Reis, meu primeiro aluno de PBd e todos os alunos e atletas de PBd que tive desde o ano de 2010; ...Breno Johann, meu segundo aluno de PBd e o mais novo. Iniciou com sete anos de idade, em março de 2010 e me proporcionou muitas alegrias e orgulho;

...Paulo Ricardo Franco, o atleta de PBd mais guerreiro que tive a oportunidade de conhecer e o privilégio de ser técnica; ...Eliseu Machado (ex-presidente da Federação Paranaense de Badminton) pelo apoio que sempre deu à nossa equipe; ...Létisson Samarone Pereira (ex-diretor Técnico do PBd da Confederação Brasileira de Badminton), que recebeu a mim, aos meus auxiliares/estagiários e aos meus atletas de portas abertas e nos ensinou muitas coisas sobre esse esporte tão fascinante. Obrigada meu amigo!; ...Professor Edison Duarte, que aceitou orientar um trabalho de doutorado relacionado ao PBd na Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Além disso, agradeço pelas longas e agradáveis conversas, pelo imenso coração, pelo conhecimento que transmite e pela paz que nos proporciona. Professor, você é o melhor professor que eu tive!; ...minha amiga Marta Lopes, pela disponibilidade em repassar todo o seu conhecimento sobre o Badminton, por me aceitar na sua equipe (SANKALP), por dividir comigo momentos tão especiais, por ser tão especial e por abraçar a causa PBd junto comigo. Amo você; ...“galerinha” da SANKALP pela receptividade, pela cumplicidade e pelo empenho no Badminton, ...FEBASP (Federação Paulista de Badminton) pelo convite para ser Diretora Técnica de PBd em São Paulo e tentar alavancar o esporte no estado; ...meus alunos de PBd da UNICAMP que permitem o desenvolvimento do meu estudo de doutorado e garantem muito aprendizado e sorrisos (Antônio, Gustavo, Alexandre, Bruninho, Kaiky, Luiz Henrique, Marcos, Fernando, Alberto, Luquinhas, Júlio, Pedro, Maria e Carlão); ...em especial a pequena estrela Marina, uma doce criança que venceu um tumor maligno na medula espinhal, diagnosticado antes do seu 10º mês de vida, e hoje brilha sobre sua linda cadeira de rodas cor de rosa. Para você princesa, todo o meu amor; ...grupo de amigos e colegas do Laboratório de Atividade Motora Adaptada (LAMA) da Faculdade de Educação Física (FEF) da UNICAMP que estão sempre lutando pelo bom desenvolvimento do esporte para as pessoas com deficiência e sua acessibilidade; ...professor Gavião, comediante, coelhinho da Páscoa, papai Noel... Obrigada por me receber no seu grupo com tanto entusiasmo, carinho e principalmente com tantos doces e cocadas. Você é demais!;

...minhas amigas Gabriela, Jalusa, Mariane, Priscila, Mariana, Flávia, Sidi, Camila e amigos Paraná, Vinícius, João Paulo, Richard Perot, Jesus, Marcelo Romano pela companhia, pelos puxões de orelha, pelo ombro, pelos conselhos, pelos trabalhos, pelos churrascos, encontros, cinema, congressos, pelas viagens, passeios, caminhadas, enfim, por tudo o que dividimos juntos. Vocês foram fundamentais nessa nova fase da minha vida; ...minhas amigas, irmãs de coração, que tanto amo e sempre estão comigo dividindo tudo: Tati, Nádia, Tatinha, Nalva, Dcheimy, Sandra, Sil, Kátia, Heloísa, Drica, Adri, Flavinha, Dé, Jack, Gabi, Katis, Aninha, Dangui, Clara, Camila, Raquel... O que seria de mim sem vocês?; ...comissão examinadora do meu estudo. Tenho certeza que a contribuição de cada um dos professores escolhidos vai tornar a pesquisa muito mais útil, acessível e relevante à todos que precisam entender e querem aplicar o PBd para pessoas com deficiência.

Obrigada à todos vocês pelo papel tão importante que exerceram ou exercem em minha vida!

STRAPASSON, Aline Miranda. Iniciação ao Para-Badminton: proposta de atividades baseada no programa de ensino “Shuttle Time”. Doutorado em Educação Física. Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2016. 138f.

RESUMO

O Para-Badminton (PBd) é um esporte adaptado que oportuniza a prática da modalidade como forma de lazer ou esporte para as pessoas com deficiência. As regras básicas da modalidade são as mesmas do Badminton convencional, contendo algumas adaptações para atender a população com deficiência física (DF). No PBd os jogadores são classificados em seis categorias, com duas classes esportivas destinadas a usuários de cadeira de rodas (UCR), e quatro classes para não UCR. Uma das formas de divulgação e massificação do Badminton pelo mundo proposta pela Federação Mundial de Badminton (Badminton World Federation) é o Programa de Ensino de Badminton chamado “Shuttle Time”. Os recursos didáticos do programa consistem em um manual para o professor, 22 planos de aula com mais de 100 vídeos instrutivos sobre as atividades propostas com objetivo de orientar professores a desenvolver habilidades, conhecimento e confiança para planejar e oferecer segurança e diversão nas aulas de Badminton. Vale salientar que não há método específico de ensino para o esporte em sua versão adaptada e que o PBd fará parte do quadro de modalidades Paralímpicas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2020. Este estudo é resultado de uma pesquisa descritiva, do tipo estudo de caso avaliativo e descritivo, com abordagem qualitativa, no qual seis crianças e adolescentes com DF fizeram parte da amostra. O objetivo geral foi aplicar o referido programa de ensino de Badminton para pessoas com DF; adaptar algumas atividades propostas pelo programa e descrever as sugestões de adaptação. Enriquecer, incrementar e estender o “Shuttle Time” com mais atividades, pensando além do que já foi criado, fez parte dos objetivos específicos. Após a aplicação das 22 aulas de Badminton propostas pelo “Shuttle Time”, verificou-se que o mesmo não foi adequado para as duas crianças com DF participantes deste estudo (S3 e S4), que não estavam aptas, em termos de desenvolvimento motor, para realizá-las. Em relação aos sujeitos 1 e 2 (S1 e S2), das 92 atividades aplicadas pelo programa, 30 necessitaram de adaptações, modificações ou ajustes para o S1 e 21 para o S2, já sugeridas no texto. As contribuições desta pesquisa remetem a ampliação do programa de ensino “Shuttle Time” para as pessoas com DF, pois incrementá-lo com mais atividades pode atender melhor as crianças com DF, favorecendo o ensino do Badminton para esta população, permitindo a prática da modalidade por um maior número de pessoas e suas diversidades.

Palavras Chave: Badminton; Esporte Adaptado; Deficiência Física.

STRAPASSON, Aline Miranda. Initiation of Para-Badminton: activity proposal based on educational program "Shuttle Time". Doctorate Degree in Physical Education. Physical Education Faculty. University of Campinas - UNICAMP. Campinas, SP, Brazil. 2016. 138f.

ABSTRACT

Para-Badminton (PBd) is an adapted sport which provides opportunities to practice as a way of leisure or sport for disabled people. The same conventional Badminton rules are basic of PBd within some adaptations to practice for people with physical disabilities (PD). Players are classified in six sports classes in PBd, two classes to wheelchair users (WU) and four classes to non WU. One of the ways of Badminton dissemination and massification around the world, proposed by Badminton World Federation, is “Shuttle Time” Badminton Teaching Program. Didactic resources Program has a manual to coach, 22 class plans with more than 100 instructive videos about activities in order to guide coaches to develop skills, knowledge and confidence to plan and offer safety and fun in Badminton classes. There isn’t specific teaching method to the PBd and this game will be part of the Paralympic modalities framework in , next 2020. This is an evaluative and descriptive study, with qualitative approach, and six volunteers with PD participated in this research. The goal was to apply the “Shuttle Time” Program for persons with PD; to adapt activities proposed if necessary and describe suggestions for adaptations. To improve, increase and extend the “Shuttle Time” with activities, thinking beyond what has already been created was part of the specific goals. After developing 22 Badminton classes proposed by the “Shuttle Time”, it was noticed that program was not suitable for two children with PD, participants (S3 and S4), because they were not able in motor development to go through them. After to apply 92 activities of the program to other participants (S1 and S2), for S1 30 adaptations, modifications or adjustments were necessary and 21 for S2, already suggested in this study. This research has contributions by increment “Shuttle Time” Teaching Program for persons with PD with more activities, might better attend children, teaching of Badminton to this population, allowing practice this modality by a higher number of persons.

Keywords: Badminton; Adapted Sport; Physical Disability.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Quadra de Badminton...... 28 Figura 2 – Rede de Badminton...... 29 Figura 3 – Raquete de Badminton...... 29 Figura 4 – Petecas de Badminton, pena e nylon...... 29 Figura 5 – Trajetória da peteca nos diferentes tipos de golpes...... 31 Figura 6 – Empunhaduras do Badminton - Forehand e Backhand...... 31 Figura 7 – Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2 individual...... 33 Figura 8 – Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2 duplas...... 34 Figura 9 – Cadeiras de rodas de PBd...... 34 Figura 10 – Ilustração da quadra de Badminton adaptada para a classe SL3 individual...... 35 Figura 11 – Logomarca do 1º Campeonato Panamericano de PBd...... 40 Figura 12 – Seleções Brasileiras de Badminton e PBd participantes do Panamericano em Curitiba...... 40 Figura 13 – Logomarca do evento e Seleção Brasileira de PBd no 8º Campeonato Mundial na Guatemala. Técnicos: Aline Miranda Strapasson, Létisson Samarone Pereira e Luiz de França. Atletas: Gabriel Janini e Karen Sakayo...... 41 Figura 14 – Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Guatemala 2011...... 41 Figura 15 – Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Alemanha 2013...... 44 Figura 16 – Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Inglaterra 2015...... 44 Figura 17 – Cintya Oliveira e seu técnico Fábio Bento dos Santos após a premiação...... 45 Figura 18 – Cintya Oliveira...... 45 Figura 19 – Estrutura do Programa “Shuttle Time” ...... 56 Figura 20 – 4ª atividade da L1, manter o balão no ar...... 64 Figura 21 – 4ª atividade da L2, rebater petecas lançadas pelo parceiro...... 65 Figura 22 – 5ª atividade da L3, golpes próximos à rede...... 67 Figura 23 – 3ª atividade da L5, após tentativa de acertar o alvo...... 69 Figura 24 – 3ª atividade da L7, serviço de backhand com alvo...... 71 Figura 25 – 4ª atividade da L12, “Quantos golpes por minuto?”...... 75

Figura 26 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 90 Figura 27 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 90 Figura 28 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 90 Figura 29 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 90 Figura 30 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 90 Figura 31 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 91 Figura 32 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 91 Figura 33 – Deslocamento em zig-zag...... 91 Figura 34 – Deslocamento em zig-zag...... 91 Figura 35 – Deslocamento em zig-zag...... 91 Figura 36 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 91 Figura 37 – Deslocamento em cadeira de rodas...... 92 Figura 38 – Pega e volta...... 92 Figura 39 – Pega e volta...... 92 Figura 40 – Jogo da velha...... 93 Figura 41 – Jogo da velha...... 93 Figura 42 – Jogo da velha...... 93 Figura 43 – Coelhinho sai da toca...... 94 Figura 44 – Coelhinho sai da toca...... 94 Figura 45 – Elefante colorido...... 94 Figura 46 – Elefante colorido...... 94 Figura 47 – Prende-prende...... 95 Figura 48 – Prende-prende...... 95 Figura 49 – Atenção...... 96 Figura 50 – Atenção...... 96 Figura 51 – Lançar o tule para cima...... 96 Figura 52 – Lançar o tule para cima...... 96 Figura 53 – Lançar o tule para o colega...... 97 Figura 54 – Com dois tules, lançar para o colega ao mesmo tempo e receber...... 97 Figura 55 – Jogar o balão para cima...... 98 Figura 56 – Dar leves batidas no balão...... 98 Figura 57 – Dar leves batidas no balão...... 98 Figura 58 – Bolas variadas...... 99 Figura 59 – Arremessar bolas...... 99

Figura 60 – Arremessar bolas...... 99 Figura 61 – Boliche...... 100 Figura 62 – Boliche...... 100 Figura 63 – Lançar a bola para o colega e receber...... 100 Figura 64 – Lançar a bola para o colega e receber...... 100 Figura 65 – Pega e volta...... 101 Figura 66 – Pega e volta...... 101 Figura 67 – Pega e volta...... 102 Figura 68 – Pega e volta...... 102 Figura 69 – Lançar petecas uns para os outros...... 102 Figura 70 – Lançar petecas uns para os outros...... 102 Figura 71 – Lançar petecas uns para os outros...... 102 Figura 72 – Lançar petecas uns para os outros...... 102 Figura 73 – Lançar petecas uns para os outros...... 103 Figura 74 – Lançar petecas uns para os outros...... 103 Figura 75 – Acertar o balão...... 104 Figura 76 – Acertar o balão...... 104 Figura 77 – Goleiro de petecas...... 104 Figura 78 – Goleiro de petecas...... 104 Figura 79 – Caçador de petecas...... 105 Figura 80 – Caçador de petecas...... 105 Figura 81 – Caçador de petecas...... 105 Figura 82 – Caçador de petecas...... 105 Figura 83 – Bola giratória...... 106 Figura 84 – Bola giratória...... 106 Figura 85 – Bola giratória...... 106 Figura 86 – Bola giratória...... 106 Figura 87 – Rebater petecas com a mão...... 106 Figura 88 – Rebater petecas com a mão...... 106 Figura 89 – Balão e raquete com palito fixado...... 108 Figura 90 – Fura balão...... 108 Figura 91 – Fura balão...... 108 Figura 92 – Fura balão...... 108 Figura 93 – Cata objetos...... 109

Figura 94 – Cata objetos...... 109 Figura 95 – Cata objetos...... 109 Figura 96 – Passaguá ou coador de pesca...... 110 Figura 97 – Pegar tules com o passaguá...... 110 Figura 98 – Pegar petecas com o passaguá...... 110 Figura 99 – Pegar petecas com o passaguá...... 110 Figura 100 – Derruba petecas...... 111 Figura 101 – Derruba petecas...... 111 Figura 102 – Varrer petecas...... 111 Figura 103 – Varrer petecas...... 111 Figura 104 – Caçador com petecas e raquetes...... 112 Figura 105 – Caçador com petecas e raquetes...... 112 Figura 106 – Caçador com petecas e raquetes...... 112 Figura 107 – Caçador com petecas e raquetes...... 112 Figura 108 – Sacar...... 113 Figura 109 – Sacar...... 113 Figura 110 – Sacar no alvo...... 113 Figura 111 – Sacar no alvo...... 113 Figura 112 – Badminton de balão...... 114 Figura 113 – Badminton de balão...... 114 Figura 114 – Defesa do arco...... 114 Figura 115 – Defesa do arco...... 115 Figura 116 – Saque no alvo...... 115 Figura 117 – Saque no alvo...... 115 Figura 118 – Rebater petecas com raquete...... 116 Figura 119 – Rebater petecas com raquete...... 116

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classes Esportivas, principais características e DF elegíveis do PBd...... 33 Tabela 2 – Países filiados a Federação Mundial de Badminton...... 35 Tabela 3 – Campeonatos Mundiais de Para-Badminton...... 36 Tabela 4 – Principais informações sobre os Campeonatos Nacionais e Internacional de PBd no Brasil...... 42 Tabela 5 – Competições Internacionais de PBd com participação do Brasil...... 43 Tabela 6 – Divisão dos módulos do manual do professor para o ensino do Shuttle Time...... 55 Tabela 7 – Dados dos sujeitos da pesquisa...... 60

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Principais golpes do Badminton e conceitos...... 30 Quadro 2 – Literatura sobre PBd...... 37 Quadro 3 – Cores e suas respectivas representações...... 56 Quadro 4 – Sessão, conteúdo técnico e físico do Programa “Shuttle Time”...... 57 Quadro 5 – Resultado das cinco atividades da lição 1...... 64 Quadro 6 – Resultado das cinco atividades da lição 2...... 65 Quadro 7 – Resultado das cinco atividades da lição 3...... 66 Quadro 8 – Resultado das quatro atividades da lição 4...... 68 Quadro 9 – Resultado das cinco atividades da lição 5...... 68 Quadro 10 – Resultado das quatro atividades da lição 6...... 70 Quadro 11 – Resultado das cinco atividades da lição 7...... 70 Quadro 12 – Resultado das quatro atividades da lição 8...... 71 Quadro 13 – Resultado das cinco atividades da lição 9...... 72 Quadro 14 – Resultado das quatro atividades da lição 10...... 73 Quadro 15 – Resultado das oito atividades das lições 11 e 12...... 75 Quadro 16 – Resultado das quatro atividades da lição 13...... 77 Quadro 17 – Resultado das quatro atividades da lição 14...... 77 Quadro 18 – Resultado das quatro atividades da lição 15...... 78 Quadro 19 – Resultado das cinco atividades da lição 16...... 79 Quadro 20 – Resultado das quatro atividades da lição 17...... 80 Quadro 21 – Resultado das três atividades da lição 18...... 80 Quadro 22 – Resultado das quatro atividades da lição 19...... 82 Quadro 23 – Resultado das três atividades da lição 20...... 83 Quadro 24 – Resultado das três atividades da lição 21...... 83 Quadro 25 – Resultado das três atividades da lição 22...... 84 Quadro 26 – Estrutura pedagógica para o PBd...... 88

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMA – Atividade Motora Adaptada APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais BAd – Badminton Adaptado BWF – Federação Mundial de Badminton CAAE – Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CBBd – Confederação Brasileira de Badminton CEPEUSP – Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo CETEFE – Centro de Treinamento de Educação Física Especial CF – Classificação Funcional CR – Cadeira de Rodas DA – Deficiência Auditiva DCR – Deslocamento em Cadeira de Rodas DI – Deficiência Intelectual DF – Deficiência Física EB – Espinha Bífida EBA – Espinha Bífida Aberta EF – Educação Física FEF – Faculdade de Educação Física FBB – Federação de Badminton de Brasília FEBASP – Federação Paulista de Badminton IBAD – Associação Internacional de Badminton para Deficientes IBF – Federação Internacional de Badminton IPC – Comitê Olímpico Internacional L – Lição L1 a L22 – Lição 1 a 22 LM – Lesão Medular M – Módulo M5 a M8 – Módulo 5 a 8 MMIIs – Membros Inferiores MMSSs – Membros Superiores PBd – Para-Badminton

PC – Paralisia Cerebral PD – Pessoa com Deficiência SESC – Serviço Social do Comércio S1 a S6 – Sujeitos 1 a 6 SI9 – Classe Esportiva para Deficientes Intelectuais (Standing Intellectual Disability Sport Class) SL3 e SL4 – Classe Esportiva para não usuários de cadeira de rodas (Standing Lower Limb Sport Class) SU5 – Classe Esportiva para não usuários de cadeira de rodas (Standing Upper Limb Sport Class) SS6 – Classe Esportiva para anões (Short Stature Sport Class) TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido T2 – 2ª Vértebra Torácica T6 – 6ª Vértebra Torácica UCR – Usuário de Cadeira de Rodas UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas UNIPAR – Universidade Paranaense V – Vídeo V1 a V5 – Vídeo 1 a 5 WH1 e WH2 – Classe Esportiva para usuários de cadeira de rodas (Wheelchair Sport Class)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...... 20 1 INTRODUÇÃO...... 22 2 REVISÃO DE LITERATURA...... 25 2.1 O Badminton...... 25 2.1.1 Contexto Histórico da Modalidade...... 25 2.1.2 Considerações Históricas do Badminton no Brasil...... 27 2.1.3 Principais Equipamentos, Regras e Fundamentos do Badminton...... 28 2.2 O Para-Badminton...... 32 2.2.1 Considerações Gerais sobre o Para-Badminton...... 32 2.2.2 O Para-Badminton no Brasil...... 38 2.2.2.1 Considerações históricas...... 38 2.2.2.2 Considerações gerais e atualidades...... 41 2.3 Noções Gerais sobre Deficiência Física...... 45 2.3.1 Lesão Medular...... 46 2.3.2 Poliomielite...... 48 2.3.3 Espinha Bífida...... 49 2.3.4 Paralisia Cerebral...... 50 2.3.5 Amputação...... 51 2.3.6 Nanismo...... 52 2.4 “Shuttle Time”: um Programa de Badminton Escolar...... 53 3 MÉTODO...... 58 3.1 Caracterização da pesquisa...... 58 3.2 Considerações éticas...... 58 3.3 Instrumento para coleta de dados...... 59 3.4 Participantes do estudo...... 59 3.5 Procedimentos para coleta e análise dos dados...... 60 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...... 62 4.1 Aplicação e Adaptação do “Shuttle Time”...... 62 4.1.1 Relato das dez aulas iniciais...... 63 4.1.2 Relato das duas aulas do módulo 6 (M6)...... 74 4.1.3 Relato das seis aulas do módulo 7 (M7)...... 76

4.1.4 Relato das quatro aulas do módulo 8 (M8)...... 81 4.2 Proposta de Atividades para o ensino do Para-Badminton como complemento ao “Shuttle Time”...... 85 4.2.1 Manejo em cadeira de rodas/Deslocamentos para UCR e não UCR...... 89 4.2.2 Atividades com petecas (e tules, balões, bolas de plástico, de meia, bolas esportivas)...... 96 4.2.3 Atividades com Raquetes (e outros objetos)...... 107 4.2.4 Atividades com Raquetes e Petecas...... 109 5 CONCLUSÃO...... 118 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 120 APÊNDICES...... 130 Apêndice I - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)...... 131 ANEXOS...... 133 Anexo I – Parecer consubstanciado do CEP...... 134

APRESENTAÇÃO

O esporte começou a fazer parte da minha vida aos cinco anos de idade, quando meus pais me matricularam em uma escola de Karatê, na cidade de Palmas – PR. Aos 12 anos migrei para o basquetebol e nele permaneci, competitivamente, por 20 anos. Escolhi o curso de Educação Física (EF) como formação profissional por amor ao basquete, mas a vida me presenteou com um rumo jamais imaginado: o ensino especial. Um ano antes de concluir a graduação, ingressei no mercado de trabalho. Fui contratada pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE em abril de 1997. Há 19 anos atuo com EF e esportes adaptados para pessoas com deficiência (PD) e há seis anos trabalho especificamente com o Para-Badminton (PBd). Porém, a minha história no Badminton começou tarde, mais especificamente em meados de 2009 no município de Toledo. Mas, antes disso, gostaria de descrever como fui parar no oeste do Paraná. No final de 2006 fui indicada por um ex-colega da APAE de Toledo para ocupar o seu lugar na Universidade Paranaense – UNIPAR. Viajei para fazer uma entrevista e em janeiro de 2007 firmei contratação. A UNIPAR me proporcionou muitas oportunidades. Além das quatro disciplinas que ministrei durante seis anos, coordenei o projeto de extensão universitária chamado AMA (Atividade Motora Adaptada). Nesse projeto, atendíamos semanalmente 150 pessoas com as mais variadas deficiências. As atividades oferecidas eram: Estimulação Psicomotora, Handebol em Cadeira de Rodas, Atividades Aquáticas, Tênis de Mesa, Capoeira e Dança. O projeto AMA era a vitrine da Instituição. Um dia, por constante insistência de um colega para jogar um esporte chamado Badminton, resolvi ceder. Não vi essa modalidade na Faculdade de EF, nunca havia assistido um jogo, não conhecia as regras, nem tinha pegado em uma raquete ou peteca. Para falar a verdade tinha apenas o pré-conceito de que era chato. O Badminton me enganou! Gostei tanto que comecei a praticar. E graças ao meu amigo Lucinar, surgiu a ideia pioneira no estado do Paraná de começar a desenvolver o Badminton para pessoas com deficiência física (DF). Dia 11 de março de 2010, no ginásio da UNIPAR, com um aluno usuário de cadeira de rodas (UCR) e sem o mínimo de conhecimento, começamos a desenvolver uma

espécie de Badminton Adaptado. A modalidade foi incluída no rol de atividades do projeto AMA e logo a nossa equipe estava repleta de alunos com DF. Atualmente quatro dos atletas que iniciaram no projeto AMA compõe a seleção Brasileira de PBd e a primeira medalhista do Brasil em Campeonato Mundial é uma delas, demonstrando a importância de projetos de iniciação esportiva para PD, considerando a sua escassez em nosso país. Desde o ano 2013, após aprovação no processo seletivo de doutorado da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com um projeto sobre iniciação ao PBd, tenho me dedicado aos estudos relacionados ao esporte e a disseminação desse tema. Espero que este trabalho possa contribuir, de forma significativa, com professores e técnicos que desejam inserir o PBd em seus programas de esportes adaptados, bem como oportunizar a prática de mais uma modalidade extremamente acessível e agradável para a população com deficiência. Ressalta-se aqui que, recentemente, o PBd entrou no quadro de modalidades para os Jogos Panamericanos do Peru 2019 e Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e que há necessidade vigente de novas “escolas” de iniciação ao PBd, bem como informações sistematizadas sobre o processo de ensino desse esporte.

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1 INTRODUÇÃO

O Badminton é um esporte de raquete praticado no mundo todo. Foi demonstrado nos Jogos Olímpicos de Munique (1972) e Seoul (1988) e, tornou-se oficialmente Olímpico nos Jogos de Barcelona (1992), vinte anos depois da primeira demonstração em Olimpíadas (BWF, 2015a). O jogo é dinâmico e muito rápido. O “Livro dos Recordes” (GUINNESS BOOK, 2013) registrou a velocidade da peteca de 493 quilômetros por hora, proferida em um golpe do atleta , da Malásia. O Badminton é disputado em uma área de jogo coberta, dividida em dois quadrantes separados por uma rede. Cada jogador tem posse de uma raquete específica para essa prática. O objetivo do jogo é golpear com a raquete uma pequena peteca com o intuito de computar pontos ao passá-la acima da rede e fazê-la cair no chão do lado adversário (DUARTE, 2000; DUARTE, 2003; ALMANAQUE ABRIL, 2005; FONSECA; SILVA, 2012). No Brasil ainda é grande o número de pessoas que desconhecem o esporte, mas acredita-se que após as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, se torne um pouco mais conhecido. Alguns autores citam que os fatores que limitam a sua popularidade no país são: a falta de maior oferecimento de espaços e escasso número de profissionais capacitados para o ensino do Badminton; carência de material didático em língua portuguesa bem como pouca abordagem da modalidade nos currículos das Faculdades de Educação Física (EF), tanto na versão convencional quanto adaptada (ALVAREZ; STUCCHI, 2008; FONSECA; SILVA, 2012). A Federação Mundial de Badminton (BWF) cita que o esporte é acessível para todos e deve ser incentivado (BWF, 2012a), pois é seguro e de baixo impacto; pode ser praticado por meninos e meninas, juntos ou separados; pessoas com deficiência (PD) podem jogar; auxilia no desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais, bem como no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social (BWF, 2013a). Uma das formas de divulgação, massificação e popularização do Badminton pelo mundo proposta pela BWF é um Programa de ensino de Badminton escolar chamado “Shuttle Time”. O referido programa pensado para o ensino formal das escolas também pode ser aplicado no ensino informal pelos clubes, academias, praças públicas, centros esportivos entre outros espaços e Instituições.

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O “Shuttle Time” permite que crianças de diferentes níveis de habilidades experimentem a essência do Badminton, sem conteúdos complicados para professores ou crianças que estão começando (BWF, 2013a). Mas, pensando na afirmação da BWF (2012a) de que o Badminton é um esporte para todos e na questão “diferentes habilidades”, será que o “Shuttle Time” é adequado para ensinar o Badminton às pessoas com deficiência física (DF)? Mesmo com esta alternativa de ensino por que poucas pessoas com DF estão usufruindo da prática dessa modalidade? O nome oficial dado ao Badminton adaptado para PD é Para-Badminton (PBd), que foi reconhecido no ano de 1996 pela Associação Internacional de Badminton para Deficientes (IBAD, 2009). O PBd oportuniza a prática da modalidade como forma de lazer ou esporte para as pessoas com DF. O PBd é regido pela BWF, responsável pelo desenvolvimento, regulamentação e gestão do Badminton e PBd internacionalmente e, como todo esporte adaptado1 para PD apresenta adaptações específicas, classificação funcional exclusiva para a modalidade e diferentes classes esportivas. Em virtude da ascensão do esporte devido a inserção nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, das adaptações apropriadas para pessoas com DF, da escassez bibliográfica relacionada ao PBd e do reduzido número de profissionais que atuam nessa área, fomos levados a refletir sobre contribuições simples e concretas, que atinjam grande número de profissionais da área, expondo-lhes possibilidades que possam trazer subsídios ao incentivo e prática do PBd. A meta desta pesquisa é realizar um trabalho que oriente aqueles que se dedicam ou pretendem dedicar-se ao ensino do PBd. Apresentam-se estratégias que assegurem uma caminhada adequada para a conquista da aprendizagem e de experiências cada vez mais específicas ao esporte adaptado. Portanto, o objetivo geral do presente estudo foi aplicar o Programa de ensino “Shuttle Time” para pessoas com DF; adaptar as atividades propostas pelo programa quando necessárias e descrever tais adaptações. Além disso, teve-se como objetivos específicos: enriquecer, incrementar e estender o “Shuttle Time” pensando além do que já foi criado, pois incrementá-lo com mais atividades pode atender melhor crianças com DF, favorecendo o ensino do PBd para esta população.

1 Esporte adaptado: Refere-se ao esporte modificado, adaptado ou criado para suprir as necessidades de pessoas com deficiência (WINNICK, 2004).

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O quadro teórico deste estudo foi baseado em quatro pontos principais: análise do objeto de estudo em questão (o Badminton em sua versão convencional e adaptada), estudo da população envolvida (DF), o Programa de Ensino “Shuttle Time” e uma proposta de atividades com o intuito de complementar o “Shuttle Time” e favorecer o ensino do PBd. Busca-se com esse trabalho contribuir e incentivar estudos comprometidos com a ação educativa no e pelo esporte adaptado. Segundo Souza (1994), face ao importante papel que os esportes para DF passaram a desempenhar no contexto da educação, reabilitação e lazer das PD, sendo considerados por muitos como uma “bandeira de emancipação”, cabe ao Estado, à família e à sociedade e, em especial, por parte dos profissionais da área da saúde e educação, criação de condições de atendimento no âmbito escolar, hospitalar, do lazer, entre outros.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O BADMINTON

2.1.1 Contexto Histórico da Modalidade

O Badminton é um esporte mais antigo do que se imagina. A origem é bastante antiga e difícil de ser totalmente esclarecida (NOGUEIRA, 2005), mas acredita-se que surgiu nas civilizações antigas da Ásia e Europa (BWF, 2015a). Segundo a BWF (2013a), o esporte existe há mais de dois mil anos. Porém, foi na Índia que o “poona” um jogo parecido com o moderno Badminton, já havia sido desenvolvido em meados do século XIX. Oficiais britânicos, a serviço na Índia, em 1870, se divertiam conhecendo e praticando o “poona”. A aceitação foi tanta que os oficiais levaram o esporte à Inglaterra e começaram a desenvolvê-lo na casa de campo do Duque de Beaufort, em Gloucestershire, em 1873 (DUARTE, 1996; DUARTE, 2000; DUARTE, 2003; NOGUEIRA, 2005; BWF, 2015a). Os convidados do Duque divertiam-se em bater uma peteca de um lado para o outro, com uma raquete, por cima de uma rede, o maior tempo possível sem deixar a peteca cair (BWF, 2013a). O esporte, então, foi modificado pelos ingleses em muitos dos seus aspectos. Por não entenderem muito bem as regras, criaram praticamente outro esporte. Isso tudo aconteceu em uma propriedade privada chamada “Badminton House” (nome da casa de campo do Duque de Beaufort). Era uma tarde chuvosa e um dos militares propôs aos demais um jogo, utilizando raquetes de tênis em uma das salas do castelo. As bolas, isto é, o que se convencionou chamar de “bola”, eram as rolhas das garrafas de champanhe com penas incrustadas. Assim surgiu o esporte, em recinto fechado, com elementos do tênis e do “poona” (DUARTE, 1996; DUARTE, 2000; DUARTE, 2003). O nome atual foi adotado na década de 1870 por conta da sua origem na Badminton House (FONSECA; SILVA 2012). A versão oficial do Badminton foi lançada em 1873 pelo Duque de Beaufort (ALMANAQUE ABRIL, 2005). Em 1874 o Bath Badminton Club já havia sido fundado e o novo jogo trazido da Índia colocou a base para as regras utilizadas nos dias atuais (NOGUEIRA, 2005).

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Em 1877 foram estabelecidas normas básicas para o esporte, porém, somente em 1883 é que foram publicadas, na Inglaterra, as primeiras regras (DUARTE, 2000; ALMANAQUE ABRIL, 2005; BWF, 2013a), bem como a criação de uma Associação de Badminton (DUARTE, 2003; BWF, 2013a). Em março de 1898, o primeiro Campeonato Aberto de Badminton foi realizado em Guildford, Inglaterra e no ano seguinte primeiro "All " (BWF, 2015a). Em 1934 foi fundada a Federação Internacional de Badminton (IBF) com a participação de nove membros: Canadá, Dinamarca, Inglaterra, França, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Escócia e País de Gales (NOGUEIRA, 2005; BWF, 2013a). O primeiro grande torneio IBF foi a (Campeonato Mundial por equipes masculina) em 1948. Desde então, o número de campeonatos pelo mundo têm aumentado com a adição da (Campeonato Mundial por equipes feminina), World Championships (individuais), (equipes mistas), World Junior Championships e o Grand Prix World Finals (BWF, 2015a). Em 2006 a IBF mudou seu nome para Federação Mundial de Badminton (BWF) (BWF, 2013a). A primeira vez que o Badminton figurou numa Olimpíada foi em 1972, em Munique, na Alemanha, como esporte de demonstração. Em 1988, na cidade de Seoul, Coréia do Sul, o Badminton foi novamente jogado como esporte de exibição (ALMANAQUE ABRIL, 2005; NOGUEIRA, 2005; BWF, 2013a). Somente em 1992, nos Jogos Olímpicos em Barcelona, Espanha, o Badminton passou a ser reconhecido pelo Comitê Olímpico, como um esporte competitivo, valendo 15 medalhas (ouro, prata e bronze para cada uma das cinco categorias) (DUARTE, 2003; NOGUEIRA, 2005; BWF, 2013a). Nogueira (2005) destaca que a popularidade do esporte foi provada na ocasião, quando perto de um bilhão e cem milhões de pessoas assistiram, pela televisão aos oito dias de competição. Portanto, desde 1992 o Badminton faz parte das edições dos Jogos Olímpicos como modalidade oficial. Atualmente, existem 183 países dos cinco continentes filiados à BWF e estima-se 50 milhões de jogadores no mundo (BWF, 2015b, 2016c).

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2.1.2 Considerações Históricas do Badminton no Brasil

Pouco se sabe sobre a história do Badminton no Brasil devido a carência de material científico. Há relatos de que a primeira quadra oficial foi montada em 1938, na cidade de Santos – SP. Mas foi na década de 80 que novos pioneiros começaram a desenvolver o esporte de forma competitiva em Campinas e São Paulo (ARAÚJO, 2012; BRASIL, 2016). De acordo com a Confederação Brasileira de Badminton – CBBd (2011a), a primeira exibição do esporte foi realizada em São Paulo, no dia 25 de fevereiro de 1984, no SESC (Serviço Social do Comércio) de Pinheiros. Na época o Jornal Gazeta de Pinheiros deu cobertura ao evento que entrou para a história e foi a "petecada" inicial para o sucesso que o esporte é hoje no país. No mesmo ano passou a ser praticado de forma competitiva, com a realização da “I Taça São Paulo”, organizada pela Associação Paulista de Badminton, com apoio da Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo (NOGUEIRA, 2005). Em 1988 foi criada a Federação de Badminton de São Paulo (FEBASP), tendo como fundadores a Associação Esportiva Dragão, a Associação Brasileira “A Hebraica”, e o São Paulo Futebol Clube (NOGUEIRA, 2005). A CBBd foi criada em 1993, pela iniciativa de três federações: Federação Paulista, Catarinense e a Federação de Badminton de Brasília. Neste mesmo ano, o Brasil ganhou sua primeira medalha de bronze no “Campeonato Panamericano”, realizado na Guatemala. Em 1994, a CBBd foi aceita pelo Comitê Olímpico Brasileiro como membro filiado (NOGUEIRA, 2005). Atualmente existem 19 Federações brasileiras filiadas a CBBd, que são: Alagoas, Amapá, Amazonas, Brasília, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins (CBBd, 2015a) somando um total de 1.062 (mil e sessenta e dois) atletas e para-atletas de ambos os gêneros (CBBd, 2016b). Cada federação citada organiza e subsidia os campeonatos estaduais e a CBBd os campeonatos Nacionais divididos em 04 etapas por ano e em várias categorias (sub 11, sub 13, sub 15, sub 17, sub 19, Principal e PBd), auxiliando na divulgação e visibilidade do esporte pelo país. O Brasil nunca disputou uma Olimpíada no Badminton, e a estreia do país nos Jogos será em 2016, no Rio de Janeiro (BRASIL, 2016).

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Enfim, o jogo estabelece caminhos à serem aprendidos para começar a jogar e a ensinar. Com isso, na seção seguinte apresentam-se as regras, os fundamentos essenciais do Badminton e PBd e os principais golpes executados em quadra.

2.1.3 Principais Equipamentos, Regras e Fundamentos do Badminton

O Badminton é o esporte de raquetes mais rápido do mundo. É disputado em uma quadra retangular, com 13,40 metros de comprimento por 6,10 metros de largura, dividido por uma rede de 1,55 metros de altura fixada em postes ou suportes fora da área da quadra (Figuras 1 e 2). O ideal é que seja jogado onde não ocorram correntes de ar, interferindo no curso da peteca, como é o mais comum em quadras cobertas (CBBd, 2015b). Cada jogador utiliza uma raquete específica para a modalidade (Figura 3) e o objetivo do jogo é rebater, por cima da rede, uma pequena peteca (Figura 4). O jogador que deixar a peteca cair dentro do seu lado da quadra ou rebater a peteca para fora da quadra adversária e a mesma cair no chão fora desses limites, perde a jogada (DUARTE, 2000; DUARTE, 2003; ALMANAQUE ABRIL, 2005; FONSECA; SILVA, 2012).

Figura 1: Quadra de Badminton. Fonte: CBBd (2015b).

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Figura 2: Rede de Badminton. Figura 3: Raquete de Badminton. Fonte: CBBd (2015b). Fonte: CBBd (2015b).

A raquete, um dos principais equipamentos do Badminton, divide-se em cabeça (encordoamento), haste ou cabo e empunhadura ou grip. Pode ser de aço, alumínio ou grafite. Seu comprimento é 67 centímetros e deve pesar entre 85 a 110 gramas (CBBd, 2015b). Em relação às petecas, existem as feitas com penas de ganso e as sintéticas, feitas de nylon. Fonseca e Silva (2012) citam que as petecas de pena são mais caras, duram menos, mas oferecem melhor qualidade de jogo (resposta aos golpes), ao contrário das sintéticas que são mais baratas, duram mais e são ideais para atividades recreativas e de iniciação esportiva. O peso varia entre 4,74 a 5,50 gramas e a altura entre 9 a 9,8 centímetros (CBBd, 2015b).

Figura 4: Petecas de Badminton, pena e nylon. Fonte: CBBd (2015b).

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Para começar o jogo, o juiz com uma moeda ou com a própria peteca, faz um sorteio e o vencedor tem a opção de servir (sacar) ou receber primeiro ou escolher o lado da quadra. Os serviços são realizados na diagonal, como no tênis e, tanto nos jogos de simples quanto nos de duplas, inicia-se pelo lado direito da quadra de quem serve, que deve bater na peteca, na altura da cintura, obliquamente sobre a rede, para o seu lado esquerdo da quadra adversária (CBBd, 2015b; ARAÚJO, 2012). Vencendo o ponto, continua sacando o mesmo jogador, devendo apenas inverter a sua posição na quadra (lado direito para pontos pares e lado esquerdo para os pontos ímpares). Após o serviço, não há restrição quanto ao tipo de batida (fundamento) na peteca, mas é proibido dar dois toques seguidos no mesmo lado da quadra, tanto em duplas como em simples (CBBd, 2015b; ARAÚJO, 2012). As partidas são disputadas em até três games de 21 pontos. Em caso de empate em 20 a 20, o jogo é prolongado para 22 pontos. Caso empate em 21 a 21 o jogo é prolongado para 23 pontos (a diferença tem que ser de dois pontos) e assim até os 30 pontos máximos. Quem vencer primeiro dois games ganha a partida (DUARTE, 2000; DUARTE, 2003; ALMANAQUE ABRIL, 2005; FONSECA; SILVA, 2012; CBBd, 2015b). Os principais golpes e/ou fundamentos utilizados no esporte são: serviço ou saque, clear, smash, lob, net-shot ou curta, drop e drive (Quadro 1).

Quadro 1: Principais golpes do Badminton e conceitos Golpes Conceitos Golpe realizado para iniciar o jogo e o rali (sequência de uma disputa de Serviço ou saque ponto). Deve ser realizado de um quadrante de serviço para outro

diagonalmente oposto. É um golpe que se executa desde o fundo da quadra e a peteca descreve uma Clear trajetória de fundo a fundo. Pode ser defensivo ou ofensivo (Figura 5). É um golpe ofensivo realizado de qualquer parte da quadra. É a cortada Smash propriamente dita (Figura 5). Golpe que se executa perto da rede, desferido de baixo para cima e dirigido Lob para o alto e fundo da quadra. Golpe realizado de uma posição próxima da rede com trajetória da peteca Net-Shot ou Curta mais perto possível da rede em altura e distância (Figura 5). É um golpe usualmente realizado do fundo da quadra e que força uma Drop trajetória descendente da peteca, devendo esta cair, invariavelmente, logo após a rede (Figura 5). Golpe ofensivo, mais usado nos jogos de dupla, desferido com velocidade, Drive na qual a trajetória da peteca é paralela ao solo, próxima a borda superior da rede (Figura 5). Fonte: MANRIQUE (2000); FONSECA; SILVA (2012); GONÇALVES (2012).

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Figura 5: Trajetória da peteca nos diferentes tipos de golpes Fonte: BRAHMS ([s.a.], p.33).

Os referidos golpes podem ser executados com as empunhaduras (forma como se pega a raquete) de forehand (universal ou básica), backhand (Figura 6) e mista, dos lados direito e esquerdo e na frente do corpo; em diferentes alturas: abaixo da linha da cintura, na linha do tronco e acima da cabeça (FONSECA; SILVA, 2012).

Figura 6: Empunhaduras do Badminton - Forehand e Backhand. Fonte: Badminton Information (2012), adaptado pela pesquisadora.

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O Badminton é jogado nas modalidades: simples masculina, simples feminina, dupla masculina, dupla feminina e dupla mista (COB, 2011). Enfim, é uma modalidade que pode ser praticada com intuito de lazer e/ou competição, podendo ser praticado tanto por crianças, como por jovens ou adultos, homens e mulheres, com deficiência ou não. Para Araújo (2012) é uma atividade altamente sociável e de fácil assimilação, as pessoas logo após serem introduzidas ao jogo podem praticá-lo com sucesso.

2.2 O PARA-BADMINTON

2.2.1 Considerações Gerais sobre o Para-Badminton

O Para-Badminton (PBd) é um esporte formado à partir da adaptação do Badminton convencional e está em ascensão no Brasil e no mundo. A Associação Internacional de Badminton para Deficientes (IBAD, 2009) reconheceu o PBd para as pessoas que têm deficiência física (DF) no ano de 1996. Somente em junho de 2011 que a Federação Mundial de PBd (antiga IBAD) foi integrada a BWF (MYO-JUNG; MYUNG-WON, 2012), entidade que rege ambas modalidades. O PBd apresenta-se como modalidade com futuro promissor, tendo em vista que fará sua estréia nos Jogos Paralímpicos em Tóquio 2020, após a aprovação do Conselho de Administração do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) em reunião no dia 07 de outubro de 2014 (Berlim, Alemanha) (IPC, 2014). As regras básicas do esporte são as mesmas do Badminton convencional, regidas pela BWF, apresentando algumas adaptações para atender a população com DF (BWF, 2013b). Tais adaptações estão relacionadas: às categorias ou classes esportivas (de acordo com a classificação funcional), à quadra (diminuição da área de jogo em três categorias) e aos equipamentos adicionais (cadeira de rodas, muletas e próteses) (BWF, 2013c). No PBd os jogadores com DF são classificados em três diferentes grupos que incluem seis classes esportivas, duas destinadas a usuários de cadeira de rodas (UCR) e quatro destinadas a não UCR, apresentados na Tabela 1.

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Tabela 1: Classes Esportivas, principais características e DF elegíveis do PBd Classes esportivas e principais características Principais DF elegíveis Wheelchair WH1 Necessidade de redução do tamanho UCR Lesão medular, Poliomielite, Sport Classes WH2 da quadra e uso de cadeira de rodas. Espinha bífida, Paralisia Necessidade de redução do tamanho SL3 cerebral, Distrofia muscular, Standing da quadra. Não Amputação, Lesão de Plexo Sport Classes UCR SL4 Braquial, Má-formação dos Não existe redução do tamanho da SU5 membros, Baixa estatura ou Short Stature quadra. SS6 nanismo. Sport Classes Fonte: BWF (2012c), PETRINOVIC (2014).

É importante citar que a classificação funcional deve ser feita de maneira transparente, por profissionais capacitados pela BWF (médicos, fisioterapeutas e profissionais de EF), permitindo que os jogadores com similar condição possam competir de maneira igualitária e justa (MYO-JUNG; MYUNG-WON, 2012; HAIACHI, 2013). Na classe WH1 participam UCR com equilíbrio corporal moderado ou ruim, e na classe WH2 UCR com bom equilíbrio. Nestas categorias, a quadra tem redução de tamanho (4,72m x 3,05m) (Figuras 7 e 8) e não se usa o tapete de PVC (antiderrapante) comumente usado nos jogos dos demais atletas, pois o mesmo limita a movimentação das rodas da cadeira.

Figura 7: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2 individual. Fonte: BWF (2013b), com ilustrações da autora.

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Figura 8: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para as classes WH1 e WH2 de duplas. Fonte: BWF (2013b), com ilustrações da autora.

De acordo com a BWF (2012c), a cadeira de rodas deve ser específica para a modalidade (BWF, 2013c) (Figura 9). Cabe citar que o diferencial da cadeira de PBd são os estabilizadores dianteiros e traseiros ou seja, as rodinhas que do ponto de vista de segurança, previne que o atleta em sua cadeira de rodas caia para trás (WILLIAMS, 2012).

Figura 9: Cadeiras de Rodas de PBd. Fonte: Fotos tiradas pela autora no Mundial de PBd da Guatemala, 2011.

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Nas classes SL3 e SL4 participam atletas com comprometimento predominante nos membros inferiores (MMIIs). Na categoria SL3 existe adaptação da quadra (13,40m x 3,05m) (Figura 10), pois os atletas apresentam maior comprometimento.

Figura 10: Ilustração da quadra de Badminton adaptada para a classe SL3 individual. Fonte: BWF (2013b), com ilustrações da autora.

Na categoria SU5 participam atletas com comprometimento de membros superiores (MMSSs), e na classe SS6 atletas com baixa estatura ou nanismo (masculino até 1,45cm e feminino até 1,37cm) (BWF, 2012c). Ressalta-se que a quadra de jogo para as categorias SL4, SU5 e SS6 não tem redução de tamanho e que o serviço ou saque para as categorias WH1, WH2 e SL3 são feitos paralelamente ao quadrante de serviço oposto. Atualmente 60 países, representantes dos cinco continentes, são filiados à BWF (Tabela 2) (BWF, 2015c; BWF, 2016a).

Tabela 2: Países Filiados à Federação Mundial de Badminton.

Alemanha Coréia Finlândia Iran Noruega Singapura Austrália Cyprus Gana Irlanda Nova Zelândia Sri Lanka Áustria Dinamarca Gibraltar Islândia País de Gales Suécia Bélgica Egito Groelândia Israel Peru Suíça Bósnia e Herzegovina Escócia Guatemala Itália Polônia Tailândia Brasil Eslovênia Holanda Jamaica República Checa Turquia Canadá Espanha Japão República Dominicana Ucrânia Estados Unidos Índia Macau Romênia Uganda China Taipei Estônia Indonésia Malásia Rússia Venezuela Colômbia França Inglaterra Nigéria Sérvia Vietnã Fonte: BWF (2015c; 2016a).

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A BWF já promoveu 10 Campeonatos Mundiais de PBd (BWF, 2016b) (Tabela 3) e o Brasil participou das três últimas edições (2011, 2013 e 2015) com: 02 atletas e 03 técnicos; 10 atletas, 03 técnicos e 03 acompanhantes; e 12 atletas, 05 técnicos, 01 fisioterapeuta, 01 psicóloga, 02 staffs, respectivamente.

Tabela 3: Campeonatos Mundiais de PBd. Edições País Ano 1º Amersfoort – Holanda 1998 2º Borken – Alemanha 2000 3º Cordoba – Espanha 2001 4º Cardiff - País de Gales 2003 5º Hsin Chu - China Taipei 2005 6º – Tailândia 2007 7º Seoul – Coréia 2009 8º Guatemala City – Guatemala 2011 9º Dortmund – Alemanha 2013 10º Stoke Mandeville – Inglaterra 2015 Fonte: BWF (2014, 2016b).

O 9º Mundial contou com 235 atletas inscritos (PETRINOVIC, 2014), sendo 228 participantes de 36 países (STRAPASSON; BAESSA; DUARTE, 2015) e que o 10º Campeonato Mundial de PBd realizado de 8 a 13 de setembro de 2015 (BWF, 2015d) contou com a participação de 232 atletas de 35 países (BWF, 2016b). Pode-se perceber que, mesmo sendo um esporte adaptado recente, tem grande visibilidade no espectro mundial. Essa visibilidade é notada com mais vigor no aspecto prático, pois o PBd em termos científicos necessita de publicações e pesquisas sobre a modalidade. Para confirmar essa afirmação, encontraram-se na literatura apenas 15 obras relacionadas ao esporte em sua versão adaptada, listadas no Quadro 2:

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Quadro 2: Literatura sobre PBd. Materiais Referências Livros KIM, MYO-JUNG; SEO, MYUNG-WON. Basic Theory and Practice of Badminton for the Disable. Seoul, Korea: Daekyo, 2012. WILLIAMS, L. Kicking up a racket! Parabadminton activity programme. : England, 2012. Badminton World Federation. Regulations 2014/2015. Disponível em: http://bwfcorporate.com/regulations/ Guia HAIACHI, M. de C. (Organizador). Guia de Orientação sobre Parabadminton. Aracajú: Federação Sergipana de Badminton, 2013. Dissertação KAIPAINEN, M. Integration of Disabled and Able-bodied Sport Activities in Badminton. A case de study of the finnish Para-badminton. University of Jyväskylä, Finland. Department of Sport Sciences. Mestrado Social Sciences of Sport. Master´s Thesis. Spring 2013. 57 p. Artigos STRAPASSON, A. M.; BAESSA, D. J. B.; STORCH, J. A.; DUARTE, E. Caracterização das Lesões Esportivas em Atletas de Parabadminton. Conexões. Campinas - SP. v.11, n.4, 2013. STRAPASSON, A. M.; et al. O Parabadminton: badminton adaptado para pessoas com deficiências físicas. Anais do 6º Congresso Brasileiro de Educação Especial, São Carlos - SP, 2014. Disponível em: https://proceedings.galoa.com.br/cbee/trabalhos/o_parabadminton_badminton_adaptado_para_pessoas_c om_deficiencia_fisica STRAPASSON, A. M.; et al. Análise de desempenho técnico no Parabadminton. ConscientiaeSaúde. 2014:13. Suplemento "1º Simpósio Paradesportivo Paulista". p.59-63. OLIVEIRA, A. R. P.; FAUSTINO, P. F.; SEABRA JÚNIOR, M. O. Adaptações de Estratégias e Recursos como Auxílio à Prática do Badminton às Crianças com Deficiência Intelectual. Revista Eletrônica Gestão & Saúde. Edição Especial Julho 2013. p. 600-11 OLIVEIRA, A. R. P.; SEABRA JÚNIOR, M. O. Projeto de Extensão Universitária: iniciação ao Badminton para crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual. Revista Adapta, Presidente Prudente - SP, v. 10, n. 1, p. 7-10, Jan./Dez., 2014. STRAPASSON, A. M.; DUARTE, E. PEREIRA, L. S. Parabadminton no Brasil: um esporte adaptado em ascensão. Revista da SOBAMA, Marília-SP. v.16, n.1. p.19-22, jan/jun. 2015. STRAPASSON, A. M.; BAESSA, D. J. B.; DUARTE, E. Campeonato Mundial de Para-Badminton: caracterização dos atletas participantes. Conexões. Campinas - SP. v.13, n.2, abr/jun. 2015. QUIRÓS, L. A. R.; VILLANUEVA, C. M. El Badminton Adaptado: uma propuesta para la Integración de Alumnos com Discapacidad Física. Disponível em: http://www.eweb.unex.es/eweb/cienciadeporte/congreso/04%20val/pdf/c62.pdf PETRINOVIC, L. Adapted Sport: Badminton in perspective of different disabilities. 7 International Scientific Conference of Kinesiology. Fundamental and Applied Kinesiology - Steps Foward. Opatija, Croatia. Publisher: Faculty of Kinesiology, University of Zagreb. May, 2015. KATIRCI H., YÜCE, A. Effective Communication Images for Disabled People in Sport: a case of turkish Parabadminton athletes. Pamukkale Journal of Sport Sciences. v.7, n.2, 2016. Fonte: Pesquisa feita nas bases de dados: Google Acadêmico, Lilacs, Medline, Sciverse,Web of Science, Scielo, Scopus e Pubmed no ano de 2015 e 2016.

Das 15 obras citadas, 08 são procedentes das Américas, mais especificamente da América do Sul, demonstrando esforços do Brasil na disseminação do conhecimento a cerca do PBd, 05 são procedentes da Europa e 02 da Ásia.

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2.2.2 O Para-Badminton no Brasil

2.2.2.1 Considerações Históricas:

Não há registros de quando o Badminton começou a ser praticado pelas PD no Brasil, mas existem relatos de que o PBd [com regras oficializadas] deve-se à iniciativa de um professor de EF de Brasília – DF, chamado Létisson Samarone Pereira (FERNANDO, 2009). O artigo intitulado “O PBd no Brasil: um esporte em ascensão” descreve de modo sucinto a história do esporte em nosso país (STRAPASSON; DUARTE; PEREIRA, 2015) mas, devido a falta de informações mais detalhadas, sistematizadas formalmente e noticiadas, entrevistamos no dia 19 de fevereiro de 2016 o referido professor com o intuito de estruturar e descrever a história do PBd brasileiro. Em maio de 2006, cedido pela Secretaria de Educação de Brasília, o professor Létisson Samarone Pereira começou a trabalhar no Centro de Treinamento de EF Especial (CETEFE) em Brasília – DF. O diretor da instituição sugeriu que ele e seu colega, também iniciante, escolhessem modalidades esportivas para serem trabalhadas com os alunos com deficiência. Létisson escolheu o Futsal para deficientes intelectuais (DI) e o Futebol de 5 para deficientes visuais e seu colega escolheu o Badminton para deficientes auditivos (DA). Létisson precisou assumir o Badminton com a saída do amigo da instituição, poucos meses depois. Muitos alunos, principalmente com DF, optaram em experimentar as aulas de Badminton. Os alunos começaram a exigir competições, impondo a necessidade de buscar informações sobre o Badminton Adaptado (BAd). É importante citar que o nome PBd ainda era desconhecido. O professor entrou em contato com a Federação de Badminton de Brasília (FBB), pois até então não havia encontrado informações sobre o assunto. A Federação não soube informar, mas fez a doação de oito raquetes e uma rede. Sem respostas e com uma turma de 38 alunos com as mais variadas deficiências (DI, DF, DA, autistas, entre outras), continuou seu trabalho. No ano seguinte as exigências aumentaram. Buscou mais uma vez a FBB que não tinha informações, mas sugeriu que em 2008 organizasse, dentro do campeonato de Badminton de Brasília, jogos para as PD. Em 2008, após dois anos de busca por informações encontrou as regras de BAd no site da Associação Internacional de Badminton para Deficientes (IBAD - International

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Badminton Association for Disabled). A maior dificuldade encontrada foi em relação a classificação funcional (CF), pois havia 11 categorias de atletas. Através da IBAD tomou conhecimento do “9º Campeonato Internacional de PBd”, que iria acontecer em maio de 2009, na Alemanha. Por conta própria, foi na condição de técnico participante, com o intuito de conhecer o esporte e as pessoas envolvidas, saber o nível dos atletas e observar se estava trabalhando de forma correta. Participou do curso de CF de PBd, do curso para técnicos, de workshops, filmou vários jogos e fotografou tudo o que pode, inclusive as cadeiras de rodas específicas para a modalidade. Esta foi a primeira participação de um brasileiro em um evento internacional de PBd. O evento considerado como o 1º campeonato oficial de BAd no Brasil, organizado por uma Federação, aconteceu nos dias 27 e 28 de novembro de 2008, em Brasília. Durante a competição os jogos entre os atletas com DF e atletas convencionais ocorreram juntos, pois a FBB não permitiu separá-los. Mesmo com a forma de disputa injusta, a Federação aprovou a proposta e convidou o professor Létisson para assumir a Diretoria Técnica do BAd. Desde então, todos os campeonatos estaduais contaram com a participação de pessoas com DF (ocorreram três competições distritais no ano de 2009, duas pela FBB e uma copa independente) e foram disputados nas regras de PBd. Por solicitação dos atletas que não queriam mais competir em nível municipal, Létisson procurou a CBBd que alegou não ter conhecimento e não poderia apoiar. O professor pediu permissão para fazer os jogos de PBd no Campeonato Nacional de Badminton. A sugestão foi aceita e a competição, realizada nos dias 17 e 18 de julho de 2010 em Brasília, teve a participação de 15 atletas com DF. A CBBd achou interessante o esporte em sua versão adaptada, bem como sua diversidade, e convidou o professor para o cargo de Diretor Técnico do PBd dentro da confederação. Em outubro de 2010, o “1º Campeonato Panamericano de PBd” foi realizado na cidade de Curitiba – PR (Figura 11) com apoio da CBBd.

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Figura 11: Logomarca do 1º Campeonato Panamericano de PBd. Fonte: Foto tirada pela autora no local e data do evento.

Os Jogos Panamericanos de PBd (Figura 12) foram disputados por atletas do Brasil, da Guatemala e do Peru e foi um marco histórico em nosso continente. Ambas as modalidades (Badminton e PBd) foram disputadas no mesmo ginásio, mas em espaço segregado, restrito e sem os mesmos recursos humanos e financeiros do Badminton convencional.

Figura 12: Seleções Brasileiras de Badminton e de PBd participantes do Panamericano em Curitiba. Fonte: Foto da autora.

No ano seguinte, ocorreu o “8º Campeonato Mundial de PBd” na Guatemala. A equipe do Brasil se fez presente com dois atletas UCR e três técnicos (Figuras 13 e 14).

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Figura 13: Logomarca do evento. Figura 14: Seleção Brasileira de PBd no 8º Campeonato Mundial na Guatemala. Técnicos: Aline Miranda Strapasson, Létisson Samarone Pererira e Luiz de França. Atletas: Gabriel Janini e Karen Sakayo. Fonte: Fotos da autora.

Deste modo, cabe frisar que o PBd em sua forma estruturada de acordo com a IBAD, foi desenvolvido e disseminado no Brasil pelo professor Létisson Samarone Pereira.

2.2.2.2 Considerações Gerais e Atualidades:

A evolução do PBd no Brasil pode ser demonstrada pela aderência de 16 Estados e o Distrito Federal na prática da modalidade. Os referidos estados são: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba, Santa Catarina, Goiás, Piauí, Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão e Ceará (ENABAD, 2014). O Brasil já promoveu 19 campeonatos de PBd, sendo 18 etapas nacionais e 01 etapa internacional (Panamericano, Curitiba, 2010) (ENABAD, 2014; CBBd, 2015c, d; CBBd, 2016a) detalhados na Tabela 4. Entre as regiões sede destacam-se: o sudeste (7), o sul (6), o centro-oeste (3) e o nordeste (3), demonstrando o envolvimento das Federações de Badminton com a modalidade.

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Tabela 4: Principais informações sobre os Campeonatos Nacionais e Internacional de PBd no Brasil CIDADE NÚMERO DE DATA ESTADOS PARTICIPANTES SEDE PARTICIPANTES Brasília – Total: 13 atletas = 5 WH*, 8 12 atletas do DF e 01 de SP. 1º 5 a 6/12/2009 DF S*; todos do gênero masculino. 17 e 18/07/ Brasília – Total: 15 atletas = 6 WH, 9 S; 11 atletas do DF, 01 de SP, 01 de SC, 01 do RN e 01 2º 2010 DF todos do gênero masculino. do PI. 20 a 07 atletas do DF, 03 de SP, 01 de SC, 01 do RS, 01 Curitiba – Total: 17 atletas = 7 WH, 10 S; 24/10/2010 do PR, 01 de PE 01 do Peru e 02 da Guatemala. PR todos do gênero masculino. (1º Panamer.) 19 e Campinas – Total: 10 atletas = 5 WH, 5 S; 04 atletas do DF, 02 de SP, 01 de SC, 02 do PI e 01 4º 20/03/2011 SP todos do gênero masculino. de PE. 25 a Rio de Total: 20 atletas = 12 WH, 8 S; 06 atletas do DF, 03 de SP, 03 do PR, 07 do PI e 5º 26/07/2011 Janeiro – RJ todos do gênero masculino. outro de PE. 3 e 4/12/2011 Campinas – Total: 8 atletas = 3 WH, 5 S; 03 atletas do DF, 03 de SP, 01 do PR e 01 do RJ. 6º SP todos do gênero masculino. 23 a 04 atletas do DF, 02 de SP, 04 do PR e 01 do RJ. Curitiba – Total: 11 atletas = 6 WH, 5 S; 7º 25/03/2012 Obs: 1ª vez que teve a classe SI9*; 1ª participação de PR 10 homens e 1 mulher. atleta do gênero feminino. 16 a Campinas – Total: 20 atletas = 12 WH, 8 S; 08 atletas do DF, 05 de SP, 06 do PR e 01 do RJ. 8º 17/06/2012 SP 19 homens e 1 mulher. 24 a Porto Total: 17 atletas = 10 WH, 7 S; 05 atletas do DF, 03 de SP, 07 do PR, 01 do RS e 01 9º 25/11/2012 Alegre – RS 15 homens e 2 mulheres. do RJ. Obs: teve a classe SI9 1 a 3/03/2013 Curitiba – Total: 19 atletas = 7 WH, 12 S; 04 atletas do DF, 03 de SP, 09 do PR, 03 do RJ. 10º PR 17 homens e 2 mulheres. Obs: teve a classe SI9 13 e Fortaleza – Total: 29 atletas = 8 WH, 21 S; 03 atletas do DF, 02 de SP, 06 do PI, 03 da PB, 10 de 11º 14/09/2013 CE 24 homens e 5 mulheres. PE, 05 do PR. 14 e Brasília – Total: 34 atletas = 9 WH, 25 S; 11 atletas do DF, 08 de PE, 07 do PR, 05 do PI, 02 de 12º 15/12/2013 DF 27 homens e 7 mulheres. SP e 01 do RJ. Obs: teve a classe SI9 13º 26 a Teresina – Total: 44 atletas = 15 WH, 29 05 atletas do DF, 01 de GO, 02 do MA, 13 de PE, 14 27/04/2014 PI S; 36 homens e 8 mulheres do PI, 06 do PR, 01 do RJ e 02 de SP. Obs: teve a classe SI9 12 atletas de PE, 07 do PR, 05 de SP, 04 do DF, 04 26 a Total: 34 atletas = 10 WH, 24 do PI, 01 do RJ e 01 de SC. 14º Vitória – ES 28/09/2014 S; 24 homens e 10 mulheres. Obs: teve a classe SI9 e foi a primeira e única vez que teve a categoria para pessoas com Surdez. 28 a Campinas – Total: 36 atletas = 13 WH, 23 13 atletas de PE, 06 do DF, 06 do PR, 04 de SP, 04 15º 29/03/2015 SP S; 30 homens e 6 mulheres. do PI, 01 de SE, RJ e SC. Obs: teve a classe SI9 16 e Aracajú – Total: 38 atletas = 15 WH, 23 17 atletas de PE, 06 do DF, 06 de SE, 04 do PR, 02 16º 17/05/2015 SE S; 30 homens e 8 mulheres. do PI e 01 de SP, RJ e SC, respectivamente. 11 atletas do PR, 08 de PE, 05 do DF, 03 de SP, 03 16 a Total: 36 atletas = 10 WH, 26 17º Toledo – PR do PI, 02 de SE, 02 da PB, 01 do RJ e 01 de SC. 19/07/2015 S; 29 homens e 7 mulheres. Obs: teve a classe SI9 São 09 atletas do DF, 05 de SP, 05 de PE, 02 de SE, 01 25 a Total: 25 atletas = 13 WH, 12 18º Bernardo do dos estados do PR, SC, RJ e PI, respectivamente. 28/02/2016 S; 22 homens e 3 mulheres. Campo – SP 16 a Curitiba – Total: 45 atletas = 23 WH, 22 08 atletas do DF, 08 do PR, 07 de SP, 06 de SE, 06 19º 19/06/2016 PR S; 37 homens e 8 mulheres. de PE, 05 do RJ, 03 do PI, 01 da PB e 01 de SC. Fonte: BWF (2010); CBBd (2009; 2011 b, c; 2012 a, b; 2014 a, b; 2015 c, d; 2016a,c), FERNANDO (2009); NAGATO (2013), PEREIRA (2014). *WH – atletas em cadeiras de rodas; *S – atletas sem cadeiras de rodas; *SI9 – atletas com deficiência intelectual.

De acordo com os dados da tabela acima, calcula-se a média de 25 atletas participantes por campeonato, sendo 9,4 atletas das categorias WH e 15 das categorias Standing. A média também demonstra maior participação do gênero masculino em relação ao feminino, resultando o percentual de 21% homens e 3,6% mulheres. Petrinovic (2014) cita que a participação feminina no PBd em nível mundial também é muito baixa. Nota-se maior acesso feminino ao para-desporto a partir dos anos 90 (MATTOS, 2003).

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A participação do gênero feminino só ocorreu na 7ª edição, no ano de 2012. A participação das mulheres nas etapas seguintes foi efetiva e o número de participantes cresceu de 01 para 10. Em 2012 ocorreu a inserção da categoria SI9 (Standing Intelectual Disability), destinada aos atletas com Deficiência Intelectual (DI), lembrando que a DI não é elegível para o PBb gerido pela BWF. Para a categoria de DI, as Olimpíadas Especiais (Special Olympics) oferecem o Badminton desde o ano de 1995 (PETRINOVIC, 2014). No 14º campeonato uma exceção foi oferecida à categoria específica para atletas com surdez. A título de curiosidade, o Badminton foi inserido nas Olimpíadas de Surdos (Deaf Olympics) no ano de 1985 (PETRINOVIC, 2014). Percebe-se na tabela 4 que há variação na quantidade de atletas representantes dos Estados, campeonato por campeonato, o que se atribui a falta efetiva de patrocínio, participando aqueles que conseguem financiar com recurso próprio ou com algum auxílio. Acredita-se que esse quadro passe por alterações significativas num futuro próximo, ou seja, no próximo ciclo Paralímpico (2017 a 2020), devido a inserção do PBd no movimento Paralímpico. É importante citar que o Ministério do Esporte publicou no dia 14 de novembro de 2014, no Diário Oficial da União, uma lista com 734 atletas de 46 modalidades que não compõem os programas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O PBd foi contemplado (mesmo antes de tornar-se modalidade Paralímpica) com três atletas das categorias SL3 (1) e SU5 (2). Esses atletas receberam bolsa internacional durante o ano de 2015 (MINISTÉRIO DO ESPORTE, 2014). As competições internacionais (Tabela 5) que estes e outros atletas e profissionais brasileiros participaram foram:

Tabela 5: Competições Internacionais de PBd com participação do Brasil. Ano e país Evento Seleção Brasileira 2010 – Brasil I Campeonato Panamericano de PBd 15 atletas (Figura 12) 2011 – Guatemala 8º Campeonato Mundial de PBd 2 atletas, 03 técnicos (Figura 13) 10 atletas, 03 técnicos e 03 2013 – Alemanha 9º Campeonato Mundial de PBd acompanhantes (Figura 15) 2013 – Guatemala II Campeonato Panamericano de PBd 06 atletas 2014 – República III Campeonato Panamericano de PBd 13 atletas Dominicana 2015 – Irlanda Irish PBd International 01 atleta 12 atletas, 05 técnicos, 01 fisioterapeuta, 2015 – Inglaterra 10º Campeonato Mundial de PBd 01 psicóloga, 02 staffs (Figura 16) Fonte: Dados da CBBd.

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Figura 15: Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Alemanha 2013. Fonte: Foto da autora.

Figura 16: Seleção Brasileira no Mundial de PBd da Inglaterra 2015. Fonte: Foto da autora.

O Brasil conquistou medalha inédita no 10º Mundial na Inglaterra/2015 com a atleta Cintya Oliveira, bronze na categoria SU5 (Figuras 17 e 18). A referida atleta iniciou no PBd em abril do ano de 2012, no projeto AMA do curso de EF da UNIPAR Campus Toledo. Essa medalha é o reflexo da importância dos trabalhos de iniciação esportiva para PD.

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Figura 17: Cintya Oliveira e seu técnico Fábio Figura 18: Cintya Oliveira. Bento dos Santos após a premiação. Fonte: Fotos Camila Bandeira e Aline Miranda Strapasson.

2.3 NOÇÕES GERAIS SOBRE DEFICIÊNCIA FÍSICA

Procura-se enfocar neste texto, as condições mais comuns relacionadas às DF que podem ocorrer em crianças na idade escolar, adolescentes e adultos, tendo em vista o objetivo do trabalho. Para evitar equívocos, a informação e a capacitação profissional são os melhores aliados contra o preconceito. Por isso, é imprescindível saber a origem da deficiência do aluno, suas causas, características, complicações, limitações e possibilidades. Esse conhecimento auxiliará o professor na construção de um diálogo apropriado com o educando, na adequação da metodologia de ensino, no programa e nas atividades que irá propor (FREITAS; CIDADE, 1997; DIEHL, 2006; SHEARER, BRESSAN, 2010). Assim, munindo-nos de tais instrumentos, passamos da concepção de que é “...imprescindível saber a origem da deficiência do aluno...” para a concepção de que é imprescindível conhecer o aluno diante do “mundo que o cerca”. No contexto da DF Mattos (2008) cita que esta se refere aos problemas osteomusculares ou neurológicos que afetam a estrutura ou a função do corpo, interferindo na motricidade. Na DF encontram-se subclassificações relacionadas à natureza do sistema afetado, como os distúrbios ortopédicos (problemas originados nos músculos, ossos e/ou articulações) e os neurológicos (deterioração ou lesão do sistema nervoso); bem como quanto ao tempo de aquisição e duração da lesão, podendo ser: congênita (já presente ao nascimento) ou adquirida (após o nascimento); aguda (manifestação intensa) ou crônica (manifestação de longa

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duração, sem quadro intenso); permanente ou temporária (presente por certo período, depois do qual pode desaparecer ou ser curada); e progressiva (que evolui) ou não progressiva (MATTOS, 2008). A seguir, vamos nos referir e evidenciar a Lesão Medular, a Poliomielite, a Espinha Bífida, a Paralisia Cerebral, a Amputação e o Nanismo, pelo fato de serem as principais DF elegíveis no PBd.

2.3.1 Lesão Medular:

A Lesão Medular (LM) é um dos mais graves acometimentos que afeta o ser humano com enorme repercussão física, psíquica e social (JACOBS; NASH, 2004; BRASIL, 2012). O trauma medular provoca muitas transformações no organismo por interromper ou diminuir a conexão entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico (STORCH et al., 2005), podendo levar a alterações motoras, sensitivas, autonômicas e psicoafetivas (GORGATTI; BÖHME, 2008; BRASIL, 2012). As LM podem ser definidas como condições resultantes de uma lesão parcial ou total da medula espinhal. Essas condições quase sempre estão associadas a algum grau de paralisia por causa dos danos à medula (GORGATTI; TEIXEIRA, 2008). Ocorre como consequência de lesão irreversível dos neurônios da medula e da quebra de comunicação entre os axônios que se originam no cérebro e suas conexões. Esse rompimento da comunicação entre o cérebro e todas as partes do corpo que ficam abaixo do nível da lesão determina as diferentes alterações observadas nas pessoas com sequela de LM (VENTURINI; DECESARO; MARCON, 2006). Entre as principais causas de LM encontram-se as traumáticas e as não traumáticas. Dentre as traumáticas destacam-se os acidentes automobilísticos, os acidentes com arma de fogo e/ou arma branca, os mergulhos em águas rasas e as quedas (GORGATTI; BÖHME, 2008; BRASIL, 2012). As causas não traumáticas correspondem a um vasto leque de patologias como: tumores intra e extra-medulares; fraturas patológicas (metástases vertebrais, osteomielite, osteoporose); estenose (estreitamento) do canal medular; hérnia discal; deformidades graves da coluna; doenças infecciosas (exemplo: mielite) e autoimunes (exemplo: esclerose múltipla) (BRASIL, 2012). A LM pode ser completa (plegia) ou incompleta (paresia). Na LM completa, ocorre secção completa da medula e não existe nenhuma função sensitiva ou motora abaixo

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do nível da lesão, exemplo: paraplegias e tetraplegias (GORGATTI; BÖHME, 2008; BRASIL, 2012). De acordo com Mourão, Vianna e Namihira (2010), a tetraplegia é a diminuição ou prejuízo da função sensorial e/ou motora nos segmentos cervicais da medula espinhal, resultando em prejuízo na função dos MMSSs e do tronco, dos MMIIs e dos órgãos pélvicos. Já a paraplegia, é a diminuição ou prejuízo da função sensorial e/ou motora nos segmentos torácico, lombar e sacral da medula espinhal, na qual a função dos MMSSs é preservada, mas dependendo do nível da lesão, o tronco, os MMIIs e os órgãos pélvicos podem estar envolvidos (MOURÃO; VIANNA; NAMIHIRA, 2010). Na LM incompleta, ocorre secção parcial da medula existindo função residual da motricidade e da sensibilidade com possibilidade de retorno progressivo da função muscular, exemplo: paraparesias e tetraparesias (GORGATTI; BÖHME, 2008; BRASIL, 2012). Mourão, Vianna e Namihira (2010) afirmam que se há preservação parcial da função sensitiva e/ou motora abaixo do nível neurológico, incluindo o segmento sacral mais baixo, a lesão é definida como incompleta. De acordo com Siscão et al. (2007), Gorgatti e Böhme (2008), Mourão, Vianna e Namihira (2010) e Brasil (2012), as principais sequelas da LM são: 1. Espasticidade: em especial, aqueles com lesão acima de T6 (6ª vértebra torácica), geralmente apresentam um tônus muscular elevado no tronco e nos MMIIs; 2. Redução da ventilação pulmonar e infecções respiratórias: indivíduos com LM cervical ou torácica alta, até T2 (2ª vértebra torácica), são especialmente suscetíveis a infecções respiratórias, como a pneumonia, geralmente por causa do déficit da função da musculatura respiratória e abdominal, o que dificulta a inspiração completa, além da redução na ventilação pulmonar; 3. Termorregulação: pessoas com LM apresentam disfunção do sistema de regulação térmica podendo ter hipertermia (por dificuldade na sudorese ou vasodilatação suficiente) e/ou hipotermia (por dificuldade na vasoconstrição); 4. Úlceras de pressão (escaras): são regiões necrosadas de pele e tecido subcutâneo, provocadas por pressão prolongada; 5. Incontinência urinária e distúrbios esfincterianos: o indivíduo com LM pode perder o controle sobre a bexiga e o intestino; 6. Distúrbios no retorno venoso e osteoporose: a ausência de contração muscular voluntária abaixo do nível da lesão pode provocar uma perda de massa óssea progressiva, por dificuldade na absorção de cálcio, bem como dificuldade no retorno venoso;

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7. Prejuízos a sensibilidade: a LM acarreta déficits na sensibilidade por possíveis danos à via aferente; 8. Problemas de ajustes psicossociais: problemas relacionados a autoestima, autoimagem, auto aceitação, sentimento de menos valia, entre outros. A maioria das pessoas com LM necessitam utilizar cadeiras de rodas e, no PBd geralmente se enquadram nas classes esportivas WH1 e WH2.

2.3.2 Poliomielite:

A Poliomielite ou Paralisia Infantil é provocada por uma infecção de origem viral (poliovírus). O vírus lesiona a região motora da medula espinhal, levando a uma paralisia flácida. O controle do intestino e da bexiga, assim como a sensibilidade nos membros comprometidos são preservados. Na maioria dos casos, a lesão ocorre nos segmentos lombares da medula, causando paralisia de MMIIs. Dependendo da extensão da lesão, outros segmentos e grupamentos musculares podem apresentar paralisia (DUARTE; ARAÚJO, 2002; KELLY, 2004). Para Diament e Cypel (1996) são cinco as formas clínicas reconhecidas da poliomielite, sendo a forma espinhal aquela que apresenta um quadro típico e comumente conhecido como paralisia infantil. Na forma espinhal as paralisias são de músculos inervados pelos neurônios motores medulares, distinguindo-se uma forma espinhal baixa, do tipo paraplegia (atingindo também a musculatura abdominal), que é a mais comum, e uma forma espinhal alta, na qual a musculatura cervical e dos MMSSs é que está comprometida. De início os reflexos miotáticos podem estar vivos (fase pré-paralítica), mas, em horas, eles ficam abolidos e a musculatura fica flácida (hipotonia) – são as paralisias verdadeiras por lesão do neurônio motor periférico (DIAMENT, 1996). Para o autor supramencionado, quanto mais cedo aparecem as paralisias pior é o prognóstico. Em geral, nas formas espinhais, as paralisias são de distribuição assimétrica, atingindo os membros de forma desigual. As sequelas da Poliomielite são distintas e o grau de comprometimento irá direcionar os acometidos pela patologia para as categorias WH1, WH2, SL3 ou SL4 do PBd.

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2.3.3 Espinha Bífida:

Espinha Bífida (EB) é a designação usada universalmente como sinônimo de disrafismo espinhal (grande variedade de malformações consequentes à defeitos de fusão do tubo neural). Na EB geralmente não há fusão dos arcos vertebrais posteriores (PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996). É uma anomalia congênita, caracterizada por alteração no desenvolvimento de um ou mais arcos vertebrais, através dos quais o conteúdo do canal espinhal pode projetar-se por toda extensão da coluna vertebral (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985). Classicamente essa patologia manifesta-se em duas formas clínicas: a EB aberta (EBA) e a oculta. Na variedade aberta, o defeito é franco e aparente ao nascimento e, na oculta, a malformação é inaparente e assintomática (PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996). Portanto, neste texto abordaremos apenas a EBA devido as suas manifestações sintomáticas. A meningocele é uma variante benigna da EBA. Ocorre quando a meninge (que recobre a medula espinhal), constituída pela dura-máter, aracnóide e líquido cefalorraquidiano, passa pela abertura da coluna vertebral, formando um cisto saliente na região correspondente aos processos espinhosos. Essa forma não acarreta lesões neurológicas, mas pode associar-se a problemas que poderão desencadear déficits neurológicos tardios. A correção cirúrgica deve ser feita nas primeiras 48 horas para evitar infecção (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985; PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996). Outra variação é mielomeningocele, uma das malformações congênitas mais comuns de EBA. Acontece quando, além da meninge houver procedência de tecido nervoso medular. A natureza e o grau de envolvimento dependem muito da localização da lesão, que pode ser: cervical (manifestação rara), torácica (25%), toracolombar (25%), lombar (40%), lombossacra (10%) e sacra (10%). Mais de 85% dos casos de mielomeningocele desenvolvem hidrocefalia (caracterizada por um aumento anormal da cabeça) (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985; PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996). O procedimento cirúrgico deve ser realizado o mais precocemente possível para minimizar a incidência de infecções do sistema nervoso central, a mortalidade neonatal e os déficits neurológicos que porventura existam. Também indica-se correção cirúrgica para a hidrocefalia através da instalação de uma derivação para drenagem do líquido cefalorraquidiano (líquor) (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985; PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996).

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As consequências da mielomeningocele, abaixo da região prejudicada, são comprometimentos combinados com paralisia dos MMIIs, perda da sensibilidade das regiões afetadas, incontinência urinária e anal, constituindo incapacidade múltipla (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985; PLESE; CIQUINI JÚNIOR, 1996; AGUIAR, 2003). Além dessas incapacidades podem apresentar também transtornos emocionais sociais e psicossociais, e deficiência cognitiva (GAÍVA; CORRÊA; SANTO, 2011). A maioria das pessoas que passaram pela correção cirúrgica na mielomeningocele necessitam utilizar cadeiras de rodas e, no PBd geralmente se enquadram nas classes esportivas WH1 e WH2.

2.3.4 Paralisia Cerebral:

A Paralisia Cerebral (PC) é o resultado de uma lesão ou mau desenvolvimento do cérebro, de caráter não progressivo e existindo desde a infância. Esta lesão pode ocorrer nos períodos pré, peri ou pós-natais e pode ser congênita ou adquirida (BOBATH, 1979; DUARTE; ARAÚJO, 2002; MATTOS, 2008). As principais causas da PC são: as infecções pré-natais, como a rubéola, a toxoplasmose, o citomegalovírus; a anóxia perinatal por um trabalho de parto anormal ou prolongado; a prematuridade; as infecções pós-natais como as meningites, as lesões hemorrágicas e a necrose isquêmica do tecido periventricular, provocada por dificuldade na circulação cerebral (SOUZA; FERRARETTO, 1998; RODRIGUES, 2000). De acordo com Duarte e Araújo (2002), o que realmente caracteriza a PC é o seu comprometimento motor. A deficiência motora se expressa em padrões anormais de postura e movimento, associados com o tônus postural anormal interferindo no desenvolvimento motor da criança (BOBATH, 1979). Além dos problemas motores, podem estar associados deficiência intelectual, auditiva, visual, odontológica, distúrbios da linguagem, do comportamento, da sensibilidade, entre outros (LIANZA, 1995; DIAMENT; CYPEL, 1996). Quanto às formas de manifestações clínicas a PC compreende quatro grupos: as formas espásticas, as atetósicas e as atáxicas, sendo frequente a associação de duas ou três formas desses tipos, caracterizada como mista.

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A espasticidade é um exagero permanente do reflexo de estiramento, resultante de uma desordem no tônus, acompanhado de um aumento da resistência muscular ao estiramento; a atetose é uma perturbação devido a uma lesão nos gânglios basais do cérebro, caracterizada por disfunção dos reflexos posturais, movimentos involuntários desritmados e disartria, com comprometimento da sensação dos movimentos oculares e frequentemente, da inteligência; a ataxia é uma lesão cerebelar que origina uma instabilidade de movimentos caracterizada por uma falta de adequação às solicitações do meio, implica em um equilíbrio deficiente, falta de coordenação global e um tremor que acompanha os movimentos intencionais (RODRIGUES, 2000). As diferentes formas de PC relacionam-se com os segmentos corpóreos afetados, que exteriorizam as áreas cerebrais comprometidas. Consideram-se então as formas mono, di, tri, tetra e hemiparéticas ou hemiplégicas, conforme sejam afetados, um, dois, três ou quatro membros, ou um dimídio corporal (DIAMENT; CYPEL, 1996; MATTOS, 2008). Para Bobath (1989), na diplegia todo o corpo é afetado, mas os MMIIs são mais afetados que os MMSSs; na quadriplegia todo o corpo é afetado. Nas quadriplegias atetóides, os MMSSs e o tronco estão em geral mais afetados que os MMSSs. Nas quadriplegias espásticas e em alguns casos mistos, os MMIIs podem estar comprometidos no mesmo grau dos braços; na hemiplegia, somente um dos lados do corpo é comprometido; na monoplegia, somente um MMSS ou, menos frequentemente, somente um MMII está comprometido; na paraplegia, o comprometimento é de MMIIs. Verdadeiras paraplegias na PC são muito raras. Mattos (2008) cita que de acordo com o grau do acontecimento, as sequelas da PC podem ser leve, moderada e grave. No PBd as pessoas com sequelas de PC geralmente se enquadram nas classes esportivas SL3, SL4 e SU5.

2.3.5 Amputação:

O termo Amputação pode ser definido como sendo a retirada, geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro ou mais membros (CARVALHO, 2003; GORGATTI; TEIXEIRA, 2008). Para os autores, as amputações podem ter indicações eletivas, como no caso de doenças (tumores) e malformações ou indicações de urgência (traumas), como em casos importantes e em casos de infecção grave. Um pequeno, porém significante, número de indivíduos, nasce sem um ou mais membros, ou com membros defeituosos que necessitam de amputação (ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985).

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Segundo Gorgatti e Teixeira (2008), as amputações podem ser parciais e totais. As parciais são aquelas realizadas em determinada porção óssea. Nesses tipos de amputações, existe a definição do coto, o que possivelmente contribuirá para o melhor encaixe de uma prótese. Já as amputações totais são também chamadas de desarticulações e, em algumas situações, podem tornar a adaptação de uma prótese mais instável (GORGATTI; TEIXEIRA, 2008). As amputações são geralmente classificadas de acordo com o nível onde são realizadas. Para Carvalho (2003), os níveis clássicos de amputação para os MMSSs são: as amputações falângicas, transcárpicas, desarticulações do punho, amputações do terço proximal do antebraço, desarticulação do cotovelo, amputações na área supracondiliana proximal, no colo cirúrgico do úmero e desarticulação do ombro. Quanto aos MMIIs, encontram-se as amputações falângicas, transmetatarsianas; desarticulações interfalângicas, falângicas e transmetatarsianas; amputações transtibiais, desarticulação do joelho, amputações transfemorais, desarticulações do quadril e hemipelvectomias (CARVALHO, 2003). Pode-se, dependendo do caso, suprir essa (s) amputação (ões) com prótese (s). Cabe exemplificar neste texto os níveis de amputação e relacioná-los com as categorias do PBd. Na categoria WH2, podem ser encontrados alunos ou atletas com amputação total de um ou ambos os MMIIs; na categoria SL3 pessoas com amputação unilateral (acima do joelho) ou bilateral (abaixo do joelho); na classe SL4 alunos ou atletas com amputação unilateral de membro inferior (abaixo do joelho); na categoria SU5 pessoas com amputação de membro superior.

2.3.6 Nanismo:

Há vários tipos de síndromes genéticas, além de causas hormonais que levam ao nanismo. De acordo com Porretta (2004), nanismo é uma condição na qual a pessoa possui baixa estatura e de modo geral, resulta da falha na conversão da cartilagem em osso durante a fase de crescimento, ou devido a uma irregularidade no funcionamento da glândula pituitária, que regula o crescimento. Caracteriza-se pela baixa estatura em relação a idade cronológica, com o indivíduo adulto atingindo até 150cm (DUARTE; ARAÚJO, 2002). O nanismo pode ser classificado em duas categorias: proporcional, no qual as partes do corpo são proporcionais, mas muito curtas tendo como causa as deficiências

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hormonais; e desproporcional, que se caracteriza por MMIIs e MMSSs curtos, com o tronco normal e a cabeça grande, geralmente causado por um problema genético, sendo a acondroplasia o tipo mais comum (PORRETTA, 2004). A acondroplasia resulta de malformação congênita que altera o crescimento, afetando a ossificação, com complicações clínicas e aspectos genéticos, podendo ser diagnosticada no nascimento (BARAINSTER; WINTER, 1998; MUSTACCHI; PERES, 2000). Para Seabra (1995) resulta da alteração das cartilagens de crescimento, tendo como consequência um marcado encurtamento dos segmentos proximais dos membros, mantendo o tronco um comprimento praticamente normal. De acordo com Langer (1979), as principais características do nanismo são: baixa estatura desproporcional; falta de crescimento nos ossos longos; membros curtos e grossos; tronco longo e estreito; cifose e lordose acentuadas; base nasal deprimida; face plana; macrocefalia e atraso no desenvolvimento motor. Cabe citar que a inteligência não é afetada e muitos anões são, na verdade, dotados de inteligência acima da média (HECHT; BUTLER, 1990; DUARTE; ARAÚJO, 2002). As pessoas com baixa estatura ou nanismo são elegíveis no PBd apenas na classe SS6 desde que apresentem:  Homens: a altura máxima de 145 cm; comprimento do braço menor ou igual a 66 cm; e a soma da altura e comprimento do braço menor ou igual a 200 cm;  Mulheres: 137 cm; comprimento do braço menor ou igual a 63 cm; e a soma da altura e comprimento do braço menor ou igual a 190 cm (HAIACHI, 2013).

2.4 “SHUTTLE TIME”: UM PROGRAMA DE BADMINTON ESCOLAR

Não muito conhecido e praticado no Brasil, o Badminton no meio escolar ainda encontra-se adormecido (ARAÚJO, 2012). No meio dos esportes adaptados o Badminton para deficientes emerge com um pouco mais de força, lembrando que o PBd fará sua estreia nos Jogos Paralímpicos de 2020. Mesmo com esta afirmação, a literatura apresentada anteriormente (Quadro 2), evidencia a carência de material bibliográfico que oriente profissionais interessados em desenvolver o Badminton ou o PBd para PD. Uma das sugestões indicadas nesta pesquisa é o Programa de ensino de Badminton escolar chamado “Shuttle Time”, proposto pela BWF como forma de divulgação,

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massificação e popularização do Badminton pelo mundo. O “Shuttle Time” não foi pensado especificamente para as PD, mas pode ser um coadjuvante no processo de ensino para a referida população. Esse programa de iniciação esportiva tem o objetivo de auxiliar professores a planejar e dar aulas de Badminton divertidas e seguras; garantir às crianças uma experiência bem sucedida; alcançar os objetivos gerais da EF através de atividades de Badminton; permitir aos professores repassar boa imagem e vivência da modalidade (BWF, 2012b; BWF, 2013a; BWF, 2015e). A BWF (2013a) cita que existem muitas razões que fazem do Badminton um esporte ideal para programas de EF, pois pode ser praticado por meninos e meninas e estes podem jogar juntos; é um esporte seguro e de baixo impacto; ajuda a desenvolver habilidades físicas fundamentais; é um esporte acessível para as PD (BWF, 2013a). Um programa de EF deve favorecer ao aluno o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social, além de propiciar possibilidades de autonomia, independência e criatividade e o PBd pode ser uma ferramenta favorável a tal desenvolvimento dentro dos atuais conceitos pedagógicos. Acredita-se que o programa “Shuttle Time” também possa ser aplicado em clubes, associações, hospitais de reabilitação, programas de extensão universitária, entre outros. Para a BWF (2012b; 2013a), o “Shuttle Time” contém elementos técnicos, táticos e físicos do Badminton com conteúdos simples permitindo que crianças de diferentes idades e habilidades experimentem a essência do Badminton. Os recursos didáticos do programa consistem em: um manual para o professor contendo 10 módulos; 22 planos de aula de Badminton divididos em quatro sessões; e mais de 100 vídeos instrutivos sobre as atividades propostas (BWF, 2015e). Esses recursos podem ser adquiridos gratuitamente no site da BWF, após cadastramento de pessoa física (BWF, 2015e). Os 10 módulos do manual do professor dividem-se em (Tabela 6):

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Tabela 6: Divisão dos módulos do manual do professor para o ensino do Shuttle Time Módulos Sessões Módulo 1 Iniciação: aborda uma perspectiva geral, o “Shuttle Time” e o Badminton; Módulo 2 Material didático e conteúdo; Módulo 3 Manejo de grupos de ensino de Badminton; Módulo 4 Destrezas físicas; Lições iniciais: 10 aulas relacionadas a golpes e movimentação/ empunhadura e introdução Módulo 5 ao jogo na rede; Swing (movimento para frente) e Lançar: duas aulas relacionadas ao desenvolvimento na Módulo 6 parte central da quadra; Módulo 7 Lançar e Golpear: seis aulas relacionadas ao desenvolvimento no fundo da quadra; Módulo 8 Aprender a Ganhar: quatro aulas sobre tática e competição; Módulo 9 Como organizar uma competição; Módulo 10 Regras simplificadas do Badminton. Fonte: BWF (2012b, 2013a).

Estes módulos ajudarão o professor a obter maior conhecimento sobre o Badminton; planejar aulas com sequência didática simplificada e gradativa, divertidas e agradáveis; e oferecer uma experiência positiva do esporte (BWF, 2012b; BWF, 2013a), auxiliando no desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social dos participantes. Alguns estudiosos da pedagogia do esporte afirmam que os diferentes elementos constitutivos das modalidades esportivas – fundamentos, princípios, características, regras, estratégia e tática do jogo – devem ser aos poucos apresentados de maneira simples e em nível de exigência adequado às habilidades e capacidades físicas, motoras, cognitivas, emocionais e sociais da criança que está iniciando um novo processo. O esporte na iniciação deve educar, ser prazeroso, já que é a satisfação pela prática que manterá o aluno no ambiente esportivo (PAES et al., 2008). Em relação aos vídeos instrutivos, estes demonstram todas as atividades de forma clara, objetiva e sucinta, facilitando o entendimento dos professores para posterior aplicação dos exercícios. Os 22 planos de aula, com duração de 60 minutos cada, são estruturados com exercícios físicos, táticos, atividades lúdicas e competitivas. Cada um desses blocos são representados por uma cor para ajudar o professor a seguir o plano (Quadro 3 e Figura 19). As aulas começam com exercícios de aquecimento e desenvolvimento físico, seguindo para os elementos técnicos e competitivos, finalizando com uma revisão do enfoque da aula (BWF, 2012b; BWF 2013a).

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Quadro 3: Cores e suas respectivas representações Atividades divertidas e competitivas Exercícios táticos Exercícios físicos Fonte: BWF, 2012b.

Figura 19: Estrutura do Programa “Shuttle Time” Fonte: BWF (2013a), adaptado pela pesquisadora.

É importante citar que o programa permite flexibilização em relação a sequência das aulas, pois não há necessidade de seguir a ordem estabelecida. O professor tem liberdade para escolher os exercícios de acordo com o nível dos alunos. Além disso, permitem-se adaptações para incrementar ou diminuir a dificuldade garantindo uma experiência positiva com o Badminton para cada participante, bem como criar novas aulas seguindo o mesmo raciocínio. No módulo 4, responsável pelas destrezas físicas, cada uma das quatro sessões apresenta sua própria área de conteúdos técnicos e físicos integrados com as atividades propostas (Quadro 4) (BWF, 2012b; BWF, 2013a).

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Quadro 4: Sessão, conteúdo técnico e físico do Programa “Shuttle Time” Sessão Conteúdo técnico Conteúdo físico Princípios gerais do Badminton, Destrezas básicas de empunhadura, jogos na rede, técnicas na Iniciação (10 aulas) coordenação, movimentação, frente da quadra e rali, golpes abaixo da estabilidade e equilíbrio. cintura, serviço. Jogo na parte central da quadra, transação Swing e Lançar Destrezas de lançamentos e dos golpes abaixo da cintura para os acima (2 aulas) coordenação. da cabeça. Lançar e golpear Destrezas de saltar e cair, e Golpes acima da cabeça. (6 aulas) estabilidade corporal. Aprender a ganhar (4 aulas) Princípios táticos básicos para os jogos de Destrezas de velocidade e * vencer as simples e duplas. agilidade. diversidades da vitória e da derrota. Fonte: BWF, 2012b; BWF, 2013a.

O “Shuttle Time” corrobora com o processo pedagógico dos jogos esportivos citado por Garganta (1998), no qual os elementos estruturais do jogo devem ser agrupados a fim de facilitar o seu ensino. Acredita-se que o nível de dificuldade das atividades propostas deva ser organizado da menos complexa para a mais complexa. Primeiramente trabalhando por meio de jogos e brincadeiras adaptadas, nos quais estejam introduzidos esses componentes citados, sempre de uma maneira prazerosa e divertida, para que ocorra a aprendizagem dos fundamentos e do jogo propriamente dito (GARGANTA, 1998). O “Shuttle Time” é um programa de ensino de fácil aplicação, já foi implementado nos cinco Continentes (desde o ano de 2012) e foi estruturado de forma a garantir a concretização dos objetivos propostos pela BWF, sendo um deles “apoiar e incentivar o desenvolvimento do Badminton como um esporte para todos” (BWF, 2013a, p. 17), incluindo as pessoas com DF. Entretanto, é importante frisar que a construção de um material adequado às necessidades pedagógicas esperadas, é parte de um processo maior e fundamental, ou seja, a participação efetiva e coerente do professor em conexão estreita com as ansiedades e possibilidades dos alunos e que, por sua vez, envolvem cultura e anseios relacionados a questões cognitivas, afetivas, sociais além das físicas.

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3 MÉTODO

3.1 Caracterização da Pesquisa:

Tendo em vista os objetivos deste trabalho, optamos pela pesquisa descritiva, do tipo estudo de caso avaliativo e descritivo, com abordagem qualitativa (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). Para Thomas, Nelson e Silverman (2012), estudos de caso avaliativos também envolvem descrição e interpretação, mas o objetivo principal é utilizar os dados para avaliar o mérito de alguma prática, um programa, um movimento ou um evento. Essa abordagem permite aproximação mais profunda e holística do problema. Os autores também citam que o estudo de caso descritivo apresenta a descrição detalhada do fenômeno, mas não tenta testar ou construir modelos teóricos. Frequentemente servem como passo inicial ou como base de dados para pesquisas comparativas e construções teóricas subsequentes (MERRIAM, 1988).

3.2 Considerações Éticas:

Sabendo-se que a pesquisa envolvendo seres humanos deve ancorar-se numa série de considerações éticas devido ao intenso contato pessoal com os participantes, ressalva-se que o presente estudo foi elaborado de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos e suas complementares (Resolução 196/196 do Conselho Nacional de Saúde) foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa no dia 06 de janeiro de 2015, sob o número do CAEE 36024214.7.0000.5404 (anexo I) A liberdade de participar ou não da pesquisa foi assegurada aos participantes, que poderiam retirar o seu consentimento em qualquer etapa do estudo, sem nenhum tipo de dano ou prejuízo, conforme o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (apêndice 1). Foi assegurado o sigilo à identidade dos participantes, o caráter confidencial das informações relacionadas com a privacidade e proteção da imagem. As imagens coletadas durante a aplicação das aulas e publicadas neste material tiveram autorização formal de todos os pais e responsáveis pelos seis sujeitos. Em relação aos dados, os participantes tiveram livre acesso para análise das informações em qualquer etapa da pesquisa, os quais puderam entrar em contado com os

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pesquisadores a qualquer momento por meio de telefone e/ou endereço de correspondência eletrônica.

3.3 Instrumento para Coleta:

O instrumento escolhido para ensinar o PBd às pessoas com DF foi o programa de ensino de Badminton “Shuttle Time”, proposto pela BWF. Os recursos didáticos do programa consistem em um manual para o professor (dividido em 10 módulos), 22 planos de aula de Badminton com mais de 100 vídeos instrutivos sobre as atividades propostas (BWF, 2013a; BWF, 2015e). Os planos de aula têm duração de 60 minutos cada e são estruturados com exercícios físicos, táticos, atividades lúdicas e competitivas. As aulas começam com exercícios de aquecimento e desenvolvimento físico, seguindo para os elementos técnicos e competitivos, finalizando com uma revisão do enfoque da aula (BWF, 2013a; BWF, 2015e). Além do programa “Shuttle Time” utilizou-se, de acordo com Thomas, Nelson e Silverman (2012) outros métodos de coleta de dados, como a observação e materiais audiovisuais. Todas as atividades desenvolvidas nesta pesquisa foram registradas por meio de fotografia, filmagem e relatórios diários feitos através da observação não sistemática. A filmadora da marca Samsung, modelo WB150F e qualidade HD foi instalada em um tripé próximo das quadras de Badminton.

3.4 Participantes do estudo:

A seleção dos participantes do estudo foi feita após divulgação das aulas de PBd no endereço eletrônico da FEF – UNICAMP. Os critérios de inclusão foram: ter qualquer tipo de DF com idade entre 07 e 20 anos. A Tabela 7 traz a caracterização dos participantes deste estudo. Seis crianças e adolescentes com DF, sendo cinco usuários de cadeira de rodas (UCR) e um não UCR nos procuraram e fizeram parte desta amostra.

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Tabela 7: Dados dos sujeitos da pesquisa Data de Sujeitos Gênero Deficiência Condição Nascimento Sequelas de Espinha Bífida (EB) – Sujeito 1 30/12/2000 Masculino UCR mielomeningocele Sequelas de Paralisia Cerebral – hemiplegia Sujeito 2 28/01/1999 Masculino Não UCR espástica do lado esquerdo do corpo Sujeito 3 04/11/2005 Masculino Sequelas de EB – mielomeningocele UCR Sujeito 4 18/01/2006 Masculino Sequelas de EB – mielomeningocele UCR Sujeito 5 10/07/2008 Masculino Sequelas de EB – mielomeningocele UCR Sujeito 6 14/01/2008 Feminino Sequelas de Lesão Medular UCR

Cabe citar que todos os alunos iniciaram as aulas de PBd sem conhecimento algum da modalidade.

3.5 Procedimentos para Coleta e Análise de Dados:

As 22 aulas do “Shuttle Time” (BWF, 2013d) foram aplicadas pela pesquisadora, de março a junho de 2015, com frequência de duas vezes por semana e duração de uma hora e trinta minutos cada somente para os S1 e S2. As aulas foram mais longas, pois dispendeu-se mais tempo na execução dos exercícios do programa e as possíveis adaptações foram pensadas durante a fase de estudos do programa e aplicadas quando necessário, durante as aulas. O local disponibilizado foi o ginásio poliesportivo da FEF - UNICAMP. O referido ginásio conta com duas quadras específicas de Badminton, com redes e suportes oficiais. Além dos referidos sujeitos (S1/S2), duas crianças do gênero masculino, com idade entre 9 e 10 anos, UCR devido a sequelas de mielomeningocele, também fizeram parte da amostra num primeiro momento. Mas, as atividades das primeiras aulas propostas pelo programa “Shuttle Time” não foram adequadas. As referidas crianças não conseguiram realizar a maioria das atividades propostas pelo programa, mesmo a BWF (2013a; 2015e) afirmando que este é um programa de ensino acessível para todos. Em virtude dessa percepção, notou-se imprescindível desenvolver habilidades motoras necessárias como, por exemplo: o locomover-se em cadeira de rodas, arremessar, receber e rebater, com o intuito de aumentar o repertório motor antes da aplicação propriamente dita do “Shuttle Time”.

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Uma nova proposta de atividades para o ensino do Badminton, ou melhor, do PBd foi desenvolvida com o objetivo de complementar o programa, evitando barreiras na progressão das aulas devido aos possíveis atrasos no desenvolvimento motor de crianças com DF. Portanto, os demais sujeitos fizeram parte das atividades complementares de iniciação ao PBd. Em relação a proposta de atividades para o ensino do PBd como complemento ao “Shuttle Time”, as aulas foram aplicadas no mesmo ginásio, durante o primeiro semestre do ano de 2016, com frequência de duas vezes por semana e duração de uma hora e 15 minutos cada. Os materiais utilizados para as aulas de Badminton do programa “Shuttle Time” foram os básicos da modalidade (redes e suportes, raquetes, petecas de nylon e cadeiras de rodas,), e os alternativos: balões, cones, arcos, bolinhas de meia, cestos, barbantes e giz. Além destes, outros materiais foram utilizados durante a aplicação das atividades para as crianças, como: tules, raquetes infantis, passaguá (coador de pesca), bolas variadas, palitos de dente, cordas, saco plástico, fita adesiva, alvos, prendedores de roupa, panos, entre outros. Os dados coletados foram sistematizados e incluídos nas sugestões de atividades que tiveram por base o método “Shuttle Time”, visando a compreensão dos procedimentos pedagógicos propostos.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Aplicação e Adaptação do “Shuttle Time”:

A atenção à diversidade tem sido e, sobretudo é um dos grandes desafios didáticos da EF. De acordo com Paes (2002), não cabe mais ao esporte uma visão exclusivista e elitizada, em que somente os alunos com alto desempenho são capazes de desfrutar, mas com múltiplas possibilidades e nas suas diferentes expressões em toda a sociedade. Rodrigues (2008) faz uma reflexão sobre a participação das PD nos programas esportivos. Cita que esta é profundamente influenciada pelo conceito, pela construção que temos e fazemos sobre a deficiência. Se a concebermos como um infortúnio pessoal a ser lamentado que ocorre às pessoas que sempre serão dependentes e incapazes de serem autônomas, conduziremos uma proposta de trabalho completamente diferente daquela que se constrói se concebermos atividades para pessoas que estão a caminho de uma maior autonomia e independência e capazes de gerir a sua própria vida. Este estudo é focado na segunda reflexão, pois acredita-se na autonomia e independência das PD, bem como na importância das oportunidades práticas através do esporte. Portanto, a mediação do educador cumpre um papel crítico no processo de aprendizagem, facilitando ou coibindo o desenvolvimento de padrões sofisticados de movimento (VALENTINI et al., 2009). Mas, “antes de qualquer ensinamento, o aluno precisa aprender a gostar do que faz” (FREIRE, 2003, p. 10), portanto o caráter lúdico e a sensibilidade do professor são importantes para conquistar e ensinar o aluno a gostar de esportes. Para isso, é necessário realizar um ensino que se ajuste aos interesses, motivações e capacidades dos mesmos (JORDÁN et al., 2007). Para Jordán et al. (2007), toda atenção às diferenças culminam em modificações das atividades de ensino, seja nos componentes estruturais, na metodologia ou na organização. Por isso as atividades ideais são aquelas que permitam em sua proposta atenção as diferenças e aos distintos níveis de competência e se adaptem aos distintos interesses e motivações. No caso do ensino do Badminton para pessoas com deficiência, Young (2007) sugere aulas baseadas nas capacidades dos praticantes e não em suas deficiências. A seguir, serão descritas as atividades das aulas do programa “Shuttle Time” - módulo (M) 5 ao 8 (M5 - aulas 1 a 10; M6 - aulas 11 e 12; M7 - aulas 13 a 18; M8 - aulas 19

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a 22), realizadas sem modificação para os dois alunos com DF participantes e as que necessitaram de adaptação com sugestões respectivas. As sugestões de adaptação encontram- se em quadros específicos ao final de cada descrição das lições. Cabe ressaltar que, todas as atividades do programa “Shuttle Time” que serão descritas, estão disponíveis em vídeos ilustrativos na página da internet do youtube (digitar: Shuttle Time - BWF Schools Badminton Program). A discussão dos procedimentos do conjunto de lições em cada módulo é apresentada ao final do mesmo, visto que cada módulo tem um objetivo específico.

4.1.1 Relato das dez aulas iniciais:

As 10 lições (L) do M5 tem o objetivo de ensinar os movimentos básicos do Badminton (empunhaduras, golpes, serviço, movimentação) enquanto os alunos são introduzidos no esporte (BWF, 2013a). A 1ª lição (L1) denominada “Empunhaduras Básicas” apresenta cinco atividades descritas abaixo: 1. Golpe seco no balão: Cada aluno fica com um balão em média. Correm em duplas golpeando o balão com as mãos para evitar que toquem no chão. Na segunda parte, cada aluno tem um balão e deve movimentar-se golpeando-o somente com a mão dominante; 2. Jogo de golpear o balão com revezamento: Os alunos trabalham em equipes. Formam uma fila na extremidade do ginásio. Para cada equipe é dado um balão. Cada aluno da equipe deve correr ao outro extremo e retornar, golpeando o balão com a mão para evitar que toque no chão e então passa o balão para o próximo membro da equipe. Progressão – fazer o mesmo exercício, desta vez com raquete; 3. Empunhadura de backhand com balão: O professor demonstra a empunhadura de backhand. Trabalhando com um balão e uma raquete, os alunos devem manter o balão no ar utilizando a parte posterior da mão e a empunhadura de backhand com um movimento para cima e na direção contrária do corpo; 4. Empunhadura de forehand com balão: O professor demonstra a empunhadura de forehand. Com um balão e uma raquete, os alunos devem manter o balão no ar utilizando a empunhadura de forehand (Figura 20);

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5. Troca de empunhadura com balão: O professor demonstra a troca de empunhaduras. Trabalhando com um balão e uma raquete, os alunos devem manter o balão no ar utilizando três vezes a empunhadura de backhand e depois três vezes de forehand.

Quadro 5: Resultado das cinco atividades da lição 1. L1 – Empunhaduras básicas V2: Jogo de V3: Empunhadura V4: Empunhadura V5: Troca de V*1: Golpe seco golpear o balão de backhand com de forehand com empunhadura com no balão com revezamento balão balão balão As cinco atividades da Lição 1 foram realizadas com sucesso por ambos e não necessitaram de adaptação. *V – A letra V corresponde ao vídeo ilustrativo. Exemplo: L1 V1 equivale ao vídeo que apresenta a 1ª atividade da lição 1.

Figura 20: 4ª atividade da L1, manter o balão no ar.

A 2ª lição (L2) denominada “Troca de empunhadura e Deslocamento na quadra” apresenta cinco atividades: 1. Exercício de espelho: Em duplas, um de frente para o outro. Um é o “líder” e o outro é o “perseguidor”. Usando passos de chassé2 o “líder” se desloca lateralmente e troca de direção tentando escapar do “perseguidor”. O “perseguidor” tenta manter o ritmo do “líder”; 2. Exercício de espelho com lançamento: Em duplas, um de frente para o outro. O “líder” segura um saquinho de feijão (ou uma peteca), o “perseguidor” deve perseguir o “líder”. O “líder” lança o saquinho e o “perseguidor” tenta pegá-lo e devolvê-lo; 3. Troca de empunhadura com “Tic-Tac”: O professor revisa os tipos de empunhadura do Badminton e demonstra a troca de empunhadura ao passar a raquete de um

2 Passos de chassé: uma técnica de deslocamento no Badminton (BWF, 2013a).

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lado para o outro, com o dedo polegar. Os alunos devem fazer uma troca de empunhadura, ao sinal do professor, que poderá ser o “Tic-Tac” de um relógio; 4. Troca de empunhadura com peteca: Em duplas praticam a troca de empunhadura golpeando uma peteca lançada pelo parceiro, alternando entre forehand e backhand (Figura 21); 5. Golpes com troca de empunhadura: Trabalhar em dupla e praticar acertando um alvo, trocar de empunhadura ao golpear uma peteca lançada pelo parceiro (com e sem rede).

Quadro 6: Resultado das cinco atividades da lição 2. L2 – Troca de empunhadura e Deslocamento na quadra V2: Exercício de V3. Troca de V4. Troca de V5. Golpes com V1: Exercício de espelho com empunhadura com empunhadura com troca de espelho lançamento “Tic-Tac” peteca empunhadura S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação As atividades 1 e 2 referentes a espelhar-se no colega deslocando-se para direita e para esquerda, necessitaram ser As cinco atividades da L2 não modificadas por deslocamentos para frente e para trás necessitaram de adaptação para o por causa da cadeira de rodas. As demais atividades não sujeito 2. necessitaram de adaptação para o sujeito 1.

Figura 21: 4ª atividade da L2, rebater petecas lançadas pelo parceiro.

A 3ª lição (L3), “Rede e Deslocamento”, é composta pelos seguintes exercícios: 1. Equilibrar e lançar: Em duplas, um de frente para o outro, sobre um pé. Os alunos devem manter o equilíbrio durante o lançamento e pegar uma peteca entre eles;

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2. Equilibrar uma peteca: Os alunos equilibram uma peteca sobre a cabeça, caminhando para frente usando uma técnica básica de deslocamento. Pode ser executado usando somente a perna dominante ou alternando ambas as pernas; 3. Fazendo deslocamentos (sombra): Os alunos formam uma fila e dão um passo (com raquete), terminando com o pé dominante (“da raquete”) na frente, e executam um golpe de sombra na rede; 4. Introdução aos golpes de forehand e backhand na rede: Em duplas, um aluno lança a peteca para cima e próximo da rede. Seu parceiro pratica o golpe de backhand na rede. O próximo passo é fazer o deslocamento com o pé dominante, durante a execução do golpe. O golpe é apenas uma deixada leve, para que a peteca passe por cima da rede. Repetir o exercício com o golpe forehand; 5. Jogando na rede: Em duplas praticar os golpes na rede jogando em uma pequena área próxima da rede. Somente se jogam golpes na rede (por baixo da altura da rede) (Figura 22).

Quadro 7: Resultado das cinco atividades da lição 3. L3 - Rede e Deslocamento V1. Equilibrar V2. Equilibrar V3. Fazendo V4. Introdução aos golpes de V5. Jogando e lançar uma peteca deslocamentos (sombra) forehand e backhand na rede na rede S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A sugestão de adaptação para a primeira Na primeira atividade o S2 necessitou de um bastão atividade (equilibrar e lançar) foi: após o para equilibrar-se em um pé. Na segunda, não S1 receber a peteca, colocá-la no chão conseguiu equilibrar a peteca na cabeça então fixamos a fazendo uma flexão de tronco (lateral: peteca no cabelo, tornando-se um momento muito direita/esquerda, anterior: frente). As engraçado e divertido. Na terceira atividade precisou de demais atividades não necessitaram de recurso visual para executar o exercício com mais adaptação. facilidade. Este recurso foi o desenho de dois círculos no Cabe destacar que o chassé realizado pelo chão para que conseguisse entender onde deveria pisar e UCR é a simples propulsão da cadeira de com qual pé. As demais atividades não necessitaram de rodas. adaptação.

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Figura 22: 5ª atividade da L3, golpes próximos à rede.

A 4ª lição (L4), “Rede e Saída”, tem quatro atividades: 1. Exercício de equilíbrio: Os alunos se posicionam sobre um pé e saltam para frente, para um lado, para trás e para o outro lado, e então outra vez para frente, para praticar o salto em um pé. O passo seguinte é um jogo em que o professor grita uma direção (norte, sul, leste, oeste ou frente, trás, direita, esquerda) e os alunos saltam nas direções correspondentes; 2. Pés rápidos: Saída com “pés rápidos”: Trabalhar em grupos de costas para o professor. Os alunos se movimentam no mesmo lugar – pés rápidos. Novamente, de frente para o professor, ao sinal do mesmo (palma ou apito) os alunos saem e se deslocam o mais rápido possível na direção indicada (exemplo: canto direito da quadra); 3. O chassé para o jogo na rede: Em duplas, um de frente para o outro a uma distância de três metros. Um lança a peteca enquanto o outro pratica golpes de forehand, de backhand e alternados na rede; 4. Jogo na rede: Em duplas praticar os golpes na rede jogando em uma pequena área próxima da rede. Somente se jogam golpes na rede (por baixo da altura da rede). Contar os pontos para ver quem será o vencedor.

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Quadro 8: Resultado das quatro atividades da lição 4. L4 – Rede e Saída V1. Exercício de equilíbrio V2. Pés rápidos V3. O chassé para o jogo na rede V4. Jogo na rede S2 (não UCR) - Sugestão S1 (UCR) - Sugestão de adaptação de adaptação As adaptações sugeridas foram: Na 1ª atividade, posicionar a cadeira de rodas entre uma peteca e um tubo de petecas. Ao sinal do professor, O S2 conseguiu realizar as inclinar o tronco para o lado direito, pegar a peteca e colocá-la do lado atividades 1 e 2 somente contrário. Neste mesmo lado, pegar o tubo de petecas e colocá-lo do outro com o membro inferior do lado, e assim sucessivamente; na 2ª atividade, colocar um tubo de petecas lado direito, por causa da na frente do S1. Ao sinal do professor, deslocar a cadeira para frente e hemiplegia. para trás, posicionando-se ora ao lado direito do tubo ora ao lado As demais atividades (3 e 4) esquerdo. Outra sugestão é fazer meio giro com a cadeira de rodas (para não necessitaram de os lados direito/esquerdo). As demais atividades (3ª e 4ª) não necessitaram adaptação. de adaptação.

A quinta aula (L5) apresenta cinco exercícios de revisão: 1. Jogo de marcação: Elege-se um pegador que tem que tocar em todos os outros alunos. Quem for pego terá que dar duas voltas na quadra; 2. Jogo de chassé: Em duplas, um de frente para o outro. O “líder” segura um saquinho de feijão (ou peteca). O “perseguidor” segue o “líder”. O “líder” lança o saquinho e o “perseguidor” tenta pegá-lo e o devolve; 3. Chassé com golpe de forehand: Os alunos trabalham em grupos com um lançando petecas. Este lança a peteca do lado direito, o aluno faz um passo de chassé para a direita e golpeia com a empunhadura de forehand e vai para o final da fila. Como variação, alunos que acertarem os alvos ganham pontos (Figura 23); 4. Chassé com golpe de backhand: Repetir o exercício acima, do outro lado da quadra; 5. Alimentação (lançamento de petecas) com variação: Em grupos os alunos fazem uma fila em frente ao alimentador que pode lançar a peteca para a direita ou esquerda. Usando o chassé os alunos vão golpear a peteca para o alvo com empunhadura adequada.

Quadro 9: Resultado das cinco atividades da lição 5. L5 – Exercícios de Revisão V1. Jogo de V3. Chassé com V4. Chassé com V5. Alimentação V2. Jogo de chassé marcação golpe de forehand golpe de backhand com variação S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A 1ª, 3ª, 4ª e 5ª atividades não necessitaram de adaptação. As cinco atividades da L5 não A 2ª atividade necessitou ser modificada por deslocamentos necessitaram de adaptação para o para frente e para trás devido a cadeira de rodas. sujeito 2.

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Figura 23: 3ª atividade da L5, após tentativa de acertar o alvo.

A 6ª lição também é composta por quatro exercícios de revisão: 1. Estátuas em movimento: os alunos correm pela quadra em qualquer direção e quando o professor gritar “estátuas”, eles devem parar o mais rápido possível, permanecerem imóveis por cinco segundos e continuar após o sinal de voz “livres”; 2. Rei da rede: Jogo na rede sem nenhuma quadra específica. Como marcar um ponto: se um jogador joga a peteca na rede o adversário ganha um ponto. Se a peteca tocar a borda da rede, o jogador marca três pontos. Vence quem atingir 12 pontos primeiro; 3. Duplas na rede, estilo tênis de mesa: Os jogadores 1 e 2 enfrentam os jogadores 3 e 4. A quadra vai da rede até a linha de serviço. Ao iniciar o jogo todos devem estar fora da área de jogo. O jogador 1 inicia com um saque então cada dupla deve golpear sucessivamente a peteca; 4. Rodízio de jogadores: Rodízio de jogadores nos dois lados da rede: as duas equipes se colocam em fila, um jogador atrás do outro, e as equipes jogam entre si. A quadra consiste na área entre a rede e a linha de serviço. O aluno 1 da equipe “A” inicia com um saque, o jogador 1 da equipe “B” devolve o golpe, o próximo golpe é executado pelo jogador 2 da equipe “A”, e assim sucessivamente. O aluno que não acertar a peteca, que acertar na rede, ou que jogar para fora, perde o ponto.

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Quadro 10: Resultado das quatro atividades da lição 6. L6 – Exercícios de Revisão V1. Estátuas em V3. Duplas na rede, estilo tênis de V4. Rodízio de V2. Rei da rede movimento mesa jogadores S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação As duas primeiras atividades da L6 foram realizadas com sucesso por ambos e não necessitaram de adaptação. As atividades 3 e 4 necessitaram de cones para direcionar a movimentação e de balão para que a mesma fosse executada de forma mais lenta. Após esse procedimento, as atividades foram desenvolvidas sem adaptação.

A 7ª lição (L7), “Sacar e Jogar”, tem cinco exercícios: 1. Revezamento com raquete e peteca: Trabalhar em equipes com revezamento. Revezar golpeando a peteca para cima com uma empunhadura de forehand, de backhand ou alternando as duas; 2. Manter a peteca no ar com empunhadura de backhand: Com petecas e raquetes, os alunos mantem uma peteca no ar com empunhadura de backhand. Começam segurando a raquete no T (local onde a cabeça da raquete se une com o cabo) com os dedos polegar e indicador no quadro da cabeça da raquete; 3. Saque baixo de backhand: Fazer saques de backhand (Figura 24); 4. Competição de saques de backhand em equipes: Os alunos fazem uma competição de saques para um alvo (por exemplo, uma caixa). Começar com pelo menos dez petecas por pessoa. Quem acertar mais petecas dentro da caixa vence; 5. Simples na rede: Jogos na rede, meia quadra, da área de serviço até a rede. Começa com saque de backhand.

Quadro 11: Resultado das cinco atividades da lição 7. L7 – Sacar e Jogar V1. Revezamento V2. Manter a peteca no V3. Saque V4. Competição de V5. Simples com raquete e ar com empunhadura baixo de saques de backhand em na rede peteca de backhand backhand equipes S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação Antes de iniciar a 1ª e 2ª atividades com petecas, utilizamos Antes de iniciar a 1ª e 2ª atividades com balão para facilitar a execução. As três últimas atividades petecas, utilizamos balão para facilitar a não necessitaram de adaptação, mas, cabe ressaltar que o execução. As três últimas atividades não aluno apresenta dificuldade na realização do serviço de necessitaram de adaptação. backhand devido a hemiplegia, o que dificulta segurar e soltar a peteca para golpeá-la.

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Figura 24: 3ª atividade da L7, serviço de backhand com alvo.

“Backhand da rede para o fundo” é o nome da 8ª lição (L8) que apresenta quatro exercícios: 1. Revezamento com petecas em equipes: Em equipes, formam uma fila atrás da linha de fundo, voltados para a rede e com três petecas por equipe, que devem ficar no chão. Ao sinal, pegam uma peteca e correm para frente e colocam a peteca embaixo da rede e voltam. O segundo aluno faz o mesmo, porém trazendo a peteca desde a rede até a linha de fundo e assim sucessivamente; 2. Equilíbrio dinâmico: Cada aluno tem uma peteca e fica sobre um pé. Coloca a peteca a sua frente, no chão, o mais longe possível e regressa a sua posição inicial (parado em um pé) sem cair. Repetir o exercício com o outro pé; 3. Golpe de backhand da rede para o fundo: Praticar o golpe de backhand no fundo da quadra rebatendo tão alto quanto consiga; 4. Grupos de 4-6 alunos começam no centro da quadra: O professor ou ajudante lança petecas, e um a um os alunos executam o golpe de backhand no fundo. Usar alvos para aumentar o desafio e ganhar pontos.

Quadro 12: Resultado das quatro atividades da lição 8. L8 – Backhand da rede para o fundo V1. Revezamento com V2. Equilíbrio V3. Golpe de backhand da V4. Grupos de 4-6 alunos petecas em equipes dinâmico rede para o fundo começam no centro da quadra S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A 1ª atividade não necessitou de adaptação. A A 1ª atividade não necessitou de adaptação. O S2 2ª atividade foi realizada com movimentos de realizou a 2ª atividade somente com o membro inferior tronco para frente e para os lados. As demais direito. As demais atividades não necessitaram de atividades não necessitaram de adaptação. adaptação.

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A 9ª lição (L9) “Forehand da rede para o fundo da quadra” é composta pelas cinco atividades descritas abaixo: 1. “Tocar as panturrilhas”: Em duplas, um de frente para o outro, com o centro de gravidade baixo e o pé dominante na frente. Um aluno “ataca” – usa seu braço dominante para tocar a panturrilha do outro. O outro “defende” e tem que reagir rápido para se esquivar do que ataca; 2. “Equilibrar a raquete”: Dois alunos ficam um de frente para o outro a uma distância de dois metros. Ao sinal do professor, deixam cair suas raquetes e correm para segurar a raquete de seu parceiro, antes que ela chegue ao chão; 3. Golpe de forehand ao fundo: Começar praticando o forehand para o fundo – cada aluno com uma raquete e peteca, golpeia a peteca tão alto quanto possa. O próximo passo é trabalhar em duplas – o alimentador lança as petecas lentamente e seu parceiro executa o forehand o mais alto e longo possível; 4. Forehand para o fundo com rodízio de jogadores: Grupos de 4-6 alunos iniciam no centro da quadra em fila. O professor ou o ajudante lança petecas, e um por um os alunos executam o forehand ao fundo. Usar alvos para aumentar o desafio e ganhar pontos acertando as petecas; 5. O Jogo de Golfe: Os alunos praticam o saque alto com o Jogo de Golfe. Devem efetuar saques para levar a peteca do ponto de partida para uma meta, usando o mínimo possível de golpes.

Quadro 13: Resultado das cinco atividades da lição 9. L9 – Lob da rede para o fundo da quadra V1. “Tocar as V2. “Equilibrar V3. Golpe de V4. Forehand para o fundo com V5. O Jogo panturrilhas” a raquete” forehand ao fundo rodízio de jogadores de Golfe S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A 1ª atividade não necessitou de adaptação. Na 2ª atividade As cinco atividades do programa não colocamos a raquete em pé, equilibrada no chão, necessitaram de nenhuma adaptação equilibrada com o cabo para baixo. Os demais exercícios não para o sujeito 2. necessitaram de nenhuma adaptação.

A última lição (L10) do módulo 5, propõe quatro atividades de revisão: 1. Lançar os dados e correr: Em equipes. Cada equipe forma uma fila. Percorrer uma distância de 20 metros e retornar. Quando um jogador retorna, e lança um dado e anota o número mostrado. O próximo jogador repete a ação e soma seu número ao anterior, e assim sucessivamente. A equipe que alcançar 50 ou 100 pontos primeiro vence;

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2. Equilibrar petecas: Os alunos equilibram uma peteca na cabeça enquanto caminham para frente usando a técnica básica de deslocamento; 3. Rodízio de jogadores com golpes de forehand e backhand da rede para o fundo: Grupo de 4-6 alunos começam no centro da quadra. O professor lança petecas, e um a um os alunos se movem para a peteca utilizando passos de chassé ou deslocamento. Executam dois golpes para o fundo, primeiro de forehand, regressam ao centro e depois de backhand; 4. Jogadas na rede com golpes ao fundo para um alvo: Em duplas, os alunos fazem jogadas na parte da frente da quadra. Quando estão bem posicionados, podem decidir levantar a peteca tentando acertar um alvo colocado no fundo da quadra. Se acertarem o alvo ganham um ponto; entretanto, se levantarem e não acertarem o alvo perdem um ponto.

Quadro 14: Resultado das quatro atividades da lição 10. L10 – Exercícios de Revisão V3. Rodízio de jogadores com golpes de V1. Lançar os V2. Equilibrar V4. Jogadas na rede com forehand e backhand da rede para o dados e correr petecas golpes ao fundo para um alvo fundo S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação As quatro atividades da L10 não necessitaram de nenhuma adaptação para ambos.

Das dez lições do M5, 46 atividades foram aplicadas. Destas, doze necessitaram de adaptação, modificação ou reforço para o S1 e dez para o S2. Esses dados vão ao encontro da afirmação da BWF (2013a) de que as aulas de 1 a 10 se adaptam facilmente para pessoas com deficiência. Em relação a afirmação “Ao final das 10 aulas iniciais, os alunos deverão ser capazes de: realizar ralis com empunhaduras básicas; golpear da rede para o fundo da quadra; utilizar um saque para iniciar um rali” (BWF, 2013a, p. 21), percebeu-se que os alunos com DF participantes deste estudo conquistaram a capacidade de realizar as funções citadas, mas de uma forma rudimentar. Portanto, com esta população, nota-se a necessidade de estender as atividades desse primeiro módulo, bem como acrescentar atividades com intuito de ampliar o repertório motor e melhorar a coordenação motora para que consigam realizar ralis mais longos e com melhor qualidade dos golpes. Para melhorar a aquisição de habilidades motoras básicas e específicas, Paes (2002) sugere brincadeiras e jogos pré-desportivos de caráter lúdico como meio de intervenção no processo de ensino dos esportes, tornando o aprendizado uma atividade prazerosa e eficiente.

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Outra consideração importante, relacionada as classes esportivas WH1 e WH2, é a utilização da cadeira de rodas. Neste caso, a movimentação do UCR será diferenciada do convencional e específica para o PBd. A empunhadura será a mesma para todos os alunos e os golpes serão diferenciados para os UCR no quesito serviço, alterando o padrão da linha da cintura para a linha da axila, regra de serviço da categoria WH. Os jogos de rede também serão diferenciados, lembrando que a área entre a rede e a linha de saque é considerada área morta aos UCR.

4.1.2 Relato das duas aulas do Módulo 6 (M6):

Esta etapa, denominada “Swing – movimento para frente – e Lançar”, tem o objetivo de auxiliar os alunos na transição dos golpes abaixo da cintura para os golpes acima da cabeça, incluindo elementos físicos associados com o lançamento e coordenação. Nesta fase, é introduzido o caráter do Badminton como um jogo rápido (BWF, 2013a). As duas lições do M6 apresentam quatro atividades cada: L11 – Drives no meio da quadra: 1. Exercício de lançamento: Em grupos, cada aluno com uma peteca, saquinho ou bola de espuma. Tentar lançar o objeto – o mais alto e longe possível, depois tentando acertar um alvo; 2. Manter a quadra limpa (“Guerra de Petecas”): Em equipes, cada equipe de um lado da quadra. Cada aluno segura uma peteca. Ao sinal do professor, cada um joga a sua peteca alta e longe para o outro lado da quadra, ao mesmo tempo em que tenta rebater a peteca lançada pela outra equipe. Quando acabar o tempo, a equipe que tiver mais petecas do seu lado perde; 3. Introduzir velocidade à raquete: Em duplas. Um lança a peteca de um lado da quadra a seu parceiro (na altura dos ombros), que rebate a peteca devolvendo-a. Para drives de forehand a peteca é lançada do lado direito e para drives de backhand do lado esquerdo; 4. Jogo plano: Em duplas fazer drives de forehand ou backhand. Trabalhar sem rede a uma distância de 5-6 metros. Aumentar a velocidade dos golpes gradativamente. L12 – O desenvolvimento no meio da quadra: 1. Jogo de lançamento em equipe: Uma equipe começa com uma peteca e a lança aos membros da sua equipe. Cada vez que se lança e rebate com êxito ganha um ponto. Se

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deixar a peteca cair, passa-se para a outra equipe. A equipe contrária tenta interceptar a peteca; 2. Jogo de revezamento “Correr e lançar”: Correr para frente e lançar a peteca, correr para trás e lançar, dar passos de chassé e lançar; 3. Jogo em meia quadra com golpes ao corpo: Praticar drives do meio da quadra de uma linha lateral a outra (5-6 metros). Desafio: Aumentar a velocidade da raquete e direcionar a peteca para o corpo do oponente abaixo da cabeça para ganhar ponto; 4. Quantos golpes por minuto?: Em duplas na rede, cada aluno a uns 2,5 metros da rede. O objetivo é executar o maior número de golpes em um determinado período de tempo. Se errar, volta-se a contar zero (Figura 25).

Quadro 15: Resultado das oito atividades das lições 11 e 12. L11 – Drives no meio da quadra L12 – O desenvolvimento no meio da quadra V1. Exercício V2. V3. Introduzir V1. Jogo de V2. Jogo de V3. Jogo em V4. Quantos V4. Jogo de “Guerra de velocidade à lançamento revezamento meia quadra com golpes por plano lançamento Petecas” raquete em equipe “Correr e lançar” golpes ao corpo minuto? S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação As oito atividades das lições 11 e 12 não necessitaram de nenhuma adaptação para ambos os sujeitos.

Figura 25: 4ª atividade da L12, “quantos golpes por minuto?”.

As oito atividades do M6 aplicadas não necessitaram de adaptação para os alunos, porém não vai ao encontro da afirmação de que “ao final da sessão os alunos deverão ser capazes de realizar jogadas mais rápidas do meio da quadra ao meio da quadra e demonstrar uma técnica correta de lançamento” (BWF, 2013d). Percebe-se a necessidade de mais aulas preparatórias com mais atividades, pois duas aulas com oito exercícios são insuficientes para compreender e executar os objetivos propostos pelo módulo.

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Os objetivos das atividades propostas devem ser progressivos, de forma que a realização de cada conjunto equivalha a superação de uma fase. A observação docente é extremamente importante, pois diante das dificuldades sugerem-se atividades de reforço com o intuito de passar para a próxima fase (JORDÁN et al., 2007). Vale ressaltar que o aparecimento e a extensão do desenvolvimento das habilidades motoras irão depender fortemente das muitas oportunidades específicas de prática, do encorajamento e da qualidade do ensino (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).

4.1.3 Relato das seis aulas do Módulo 7 (M7):

A sessão “Lançar e Golpear” introduz e desenvolve o golpe sobre a cabeça e os elementos físicos associados como: saltar, cair e estabilidade corporal. As seis aulas desta fase são compostas pelas seguintes atividades: L13 – Clear com salto de Tesoura: 1. O salto de tesoura: Os alunos, cada um com uma peteca (ou saquinho de feijão), lançam a peteca usando o salto de tesoura e se deslocam para frente ao cair, correndo para pegar a sua peteca. Executar primeiro sem passos de chassé para trás, e depois com passos de chassé; 2. Prática com o salto de tesoura: Os alunos, com raquete, ficam em pé, ao lado de uma linha, com o peso do corpo sobre a perna com a raquete. A um sinal, executam um salto de tesoura e se deslocam para frente depois de cair. Executar primeiro sem passos de chassé para trás, e depois com passos de chassé; 3. Clear de forehand: Em grupos de três, o jogador 1 do mesmo lado da rede do jogador 2, lança a peteca bem alto para que o jogador 2 execute um clear de forehand com rotação. O jogador 3 que está do outro lado da rede, pega a peteca e a devolve para o jogador 1, para repetir o exercício; 4. Jogadas de clears de forehand: Em duplas. A jogada inicia com um golpe alto para o fundo da quadra e continua com clear de forehand. O objetivo é golpear tão alto e longe quanto possível.

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Quadro 16: Resultado das quatro atividades da lição 13. L13 – Clear com salto de Tesoura V1. O salto de V2. Prática com o V4. Jogadas de clears de V3. Clear de forehand tesoura salto de tesoura forehand S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação As atividades 1 e 2 foram executadas sem saltos, enfatizando As 4 atividades (L13-V1 a V4) não bem os movimentos de braço e tronco. As demais necessitaram de adaptação para o S2. atividades não necessitaram de adaptação.

L14 – Jogos de Desenvolvimento: 1. Jogo de lançamento com salto tesoura: Em grupos. Cada um tem uma peteca/saquinho/bola de espuma. Para praticar o salto de tesoura, os alunos são desafiados a lançar a peteca o mais longe possível depois de correr para trás. Em seguida, correm para frente para pegar a peteca; 2. Jogadas com clears de forehand com finta: Em duplas. A jogada inicia com um golpe alto para o fundo da quadra e continua com clear de forehand. O objetivo é bater o mais alto e longe possível. Enquanto a peteca está no ar, propor desafios: passar a raquete de uma mão a outra; por trás das costas; sentar-se e levantar-se; tocar na rede com a raquete; 3. Prática com clear de forehand: Em duplas. Colocar um cone a cinco passos grandes da rede (em direção a linha de fundo). Os jogadores devem tentar bater com força na peteca e para o alto. Se a peteca cair antes do cone, o outro jogador ganha um ponto. Em seguida fazer jogadas em duplas. Ver quantos clears sobre a cabeça executam sem errar; 4. Jogo de clear de forehand: Os alunos jogam simples em meia quadra. Iniciam com um saque alto, seguidos por dois clears paralelos para iniciar a jogada. Contar os pontos e trocar de parceiro depois de um tempo determinado.

Quadro 17: Resultado das quatro atividades da lição 14. L14 – Jogos de Desenvolvimento V1. Jogo de lançamento V2. Jogadas com clears de V3. Prática com clear V4. Jogo de clear de com salto tesoura forehand com finta de forehand forehand S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A 1ª atividade foi executada sem saltos, enfatizando A 1ª atividade não necessitou de adaptação. Na 2ª bem os movimentos de MMSSs e tronco. Na 2ª atividade o S2 não conseguiu usar a mão esquerda atividade substituíram-se os movimentos de passar para pegar a raquete por trás das costas ou por baixo a raquete por baixo das pernas, por trás do corpo, das pernas. Então, fez o movimento incompleto, sentar e levantar por: trocar a raquete de mãos e, levando a raquete para trás e voltando, entre as giro com a cadeira de rodas. A 3ª e 4ª atividades pernas e voltando. A 3ª e 4ª atividades não não necessitaram de adaptação. necessitaram de adaptação.

L15 – Drop com salto tesoura: 1. Exercícios para a mobilidade: Em duplas. Os dois se movem de diferentes maneiras tentando tocar as mãos do parceiro. A dupla se posiciona de costas um para o outro

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e: giram à direita e à esquerda para tocarem-se as mãos; tocam suas mãos entre as pernas ou sobre as cabeças. Deitados em decúbito dorsal sentam-se e tentam tocar as mãos um do outro a sua frente. Deitados em decúbito ventral movem o tronco para cima para tocarem-se as mãos; 2. Revisão do salto de tesoura: Os alunos, com raquete, se posicionam na parede (de lado, com a perna e o ombro não dominante mais próximo da parede) ou em uma linha, com o peso sobre a perna dominante. Ao sinal, fazer um salto de tesoura e mover-se para frente ao cair. Primeiro sem passos de chassé para trás, e depois com dois passos de chassé; 3. Golpe de drop sobre a cabeça: Em grupos de três pessoas, o aluno 1 do mesmo lado da rede que o aluno 2, lança a peteca bem alta para que o aluno 2 efetue um drop de forehand com rotação. O aluno 3 está do outro lado da rede, pega a peteca e devolve ao aluno 1 para repetir o exercício; 4. Lifts [Lobs] e Drops: Em duplas. A jogada começa com um saque alto e no fundo, seguido por um drop, e segue com um aluno levantando e o outro praticando o drop no fundo da quadra.

Quadro 18: Resultado das quatro atividades da lição 15. L15 – Drop com salto tesoura V1. Exercícios para a V2. Revisão do salto de V3. Golpe de drop sobre a V4. Lifts [Lobs] e mobilidade tesoura cabeça Drops S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A 1ª atividade necessitou das seguintes O S2 executou dois dos quatro exercícios da 1ª modificações: a) passar a peteca por cima da atividade com um pouco de dificuldade por causa da cabeça e por baixo do lado da roda; b) com as hemiplegia, por exemplo: em pé, de costas para o cadeiras de rodas lado a lado passar a peteca por colega, fazer rotações laterais do tronco para passar e cima da cabeça com inclinação lateral do tronco e receber a peteca (conseguiu fazer apenas do lado por baixo passando a peteca pela frente do corpo sem a sequela da lesão); em decúbito ventral, elevar (dos pés); c) um de frente para o outro, fazer um o tronco e bater as palmas das mãos com o colega giro completo no próprio eixo e quando estiver (não usou o braço do lado comprometido). A 2ª frente a frente com o colega, bater palma com atividade foi realizada sem adaptação. As demais palma da mão. A 2ª atividade foi realizada sem atividades (V3 e V4) não necessitaram de salto. As demais atividades (V3 e V4) não modificações. necessitaram de modificações.

L16 – Jogos de Desenvolvimento: 1. Pega-pega com a peteca: Trabalhar em grupos, em meia quadra, com uma peteca. Um aluno começa como “caçador” e com uma peteca tenta “acertar” os colegas lançando a peteca sobre eles (abaixo da cabeça). Uma vez que a peteca acerte em alguém, essa pessoa se juntará ao caçador, e os dois usam a peteca para acertar os demais. O vencedor será aquele que não for atingido nenhuma vez pela peteca;

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2. Exercícios de prancha – estabilidade corporal: Os alunos fazem quatro tipos de exercícios de prancha: prancha nos cotovelos e dedos dos pés; Prancha inversa em antebraços e calcanhares; Prancha lateral (lados direito e esquerdo); 3. Lift [Lob]-Drop-Net: Em duplas. O exercício inicia com um saque alto, seguido por um drop, seguido por um golpe curto, e um lift alto repetindo a sequência (lift- drop-net); 4. Lift [Lob]-Drop-Net variações: À sequência anterior, são introduzidas opções como: Clear ou drop do fundo da quadra, seguido por clear ou rede; Lift ou bloqueio da frente da quadra, seguido por uma opção entre um golpe sobre a cabeça do fundo da quadra ou um lift da frente da quadra; 5. Simples em meia quadra com área proibida: Simples em meia quadra reduzida. Usar petecas ou tubos de petecas para marcar a área proibida. Os marcadores irão indicar se o drop foi muito longo ou o clear muito curto. Usar o sistema normal de pontuação.

Quadro 19: Resultado das cinco atividades da lição 16. L16 – Jogos de Desenvolvimento V1. Pega- V2. Exercícios de V5. Simples em V3. Lift [Lob]- V4. Lift [Lob]-Drop-Net pega com prancha – meia quadra com Drop-Net variações a peteca estabilidade corporal área proibida S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A 1ª atividade não necessitou de adaptação. A 2ª A 1ª atividade não necessitou de adaptação. atividade foi substituída por flexões laterais, Conseguiu realizar as atividades de estabilidade flexão anterior e extensão da coluna. As corporal, exceto a prancha lateral do lado atividades V3 a V5 não necessitaram de comprometido (esquerdo). As atividades V3 e V4 não adaptação. Para a 5ª atividade a área proibida foi necessitaram de modificações. Para a 5ª atividade a marcada com cones e giz para facilitar a área proibida foi marcada com cones e giz para compreensão do S1. facilitar a compreensão do S2.

L17 – Smash e Bloqueio: 1. Pés rápidos: Os alunos se colocam em filas de frente para o professor e fazem o seguinte trabalho de pés no lugar: trotando no lugar, em seguida com os pés rápidos em máxima velocidade; saltar no lugar com a base aberta e com os dois pés ao mesmo tempo; passos cruzados para frente (esquerda e direita); dois passos para frente e dois para trás; 2. O Smash: Em duplas praticar o smash sem petecas. Progredir praticando com petecas. O aluno 1 começa com um saque alto, o aluno 2 efetua um smash, o aluno 1 deixa a peteca cair e então a devolve; 3. Bloqueio de defesa: Em duplas, um alimenta com petecas lançando com a mão para que o outro pratique o bloqueio de defesa da cintura para baixo. Iniciar o bloqueio de backhand, depois de forehand e por fim alternando;

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4. Prática com smash e bloqueio de defesa: Em duplas, os alunos praticam em meia quadra. Sequência fixa de golpes. O aluno 1 executa um saque alto, o aluno 2 dá um smash, 1 faz um golpe defensivo, 2 devolve na rede e 1 volta a levantar seguindo a sequência.

Quadro 20: Resultado das quatro atividades da lição 17. L17 – Smash e Bloqueio V1. Exercícios para a V2. Revisão do salto de V3. Golpe de drop sobre a V4. Lifts [Lobs] e mobilidade tesoura cabeça Drops S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A 1ª atividade necessitou das seguintes O S2 executou dois dos quatro exercícios da 1ª modificações: a) passar a peteca por cima da atividade com um pouco de dificuldade por causa da cabeça e por baixo do lado da roda; b) com as hemiplegia, por exemplo: em pé, de costas para o cadeiras de rodas lado a lado passar a peteca por colega, fazer rotações laterais do tronco para passar e cima da cabeça com inclinação lateral do tronco e receber a peteca (conseguiu fazer apenas do lado por baixo passando a peteca pela frente do corpo sem a sequela da lesão); em decúbito ventral, elevar (dos pés); c) um de frente para o outro, fazer um o tronco e bater as palmas das mãos com o colega giro completo no próprio eixo e quando estiver (não usou o braço do lado comprometido). A 2ª frente a frente com o colega, bater palma com atividade foi realizada sem adaptação. As demais palma da mão. A 2ª atividade foi realizada sem atividades (V3 e V4) não necessitaram de salto. As demais atividades (V3 e V4) não modificações. necessitaram de modificações.

A última lição do módulo 7, intitulada “Jogos de Desenvolvimento” apresenta três atividades: 1. Agilidade em grupos: Em grupos. Primeiro, os alunos começam o trabalho de pés com um sinal (exemplo de “pés rápidos” na lição 17). Ao sinal do professor, o grupo faz um movimento de agilidade, como por exemplo: “Volta” (uma volta completa rápida); “Baixo” (uma flexão no solo); “Salto” (um salto com as mãos para cima); 2. Levantar Smash-Bloquear: Em duplas. A jogada inicia com um saque alto, seguido por um smash, seguido por uma defesa de bloqueio e outro golpe alto. Reiniciar a sequência novamente. Os jogadores se alternam (levantar – smash – bloquear – levantar); 3. Jogo de simples em meia quadra com “smash vencedor”: Jogo de simples em meia quadra, mas com parte da quadra reduzida – a frente da linha de saque curto está fora. Sistema normal de pontuação, porém se outorga dois pontos para aquele que ganhar a jogada com um smash. Quadro 21: Resultado das três atividades da lição 18. L18 – Jogos de Desenvolvimento V3. Jogo de simples em meia quadra com V1. Agilidade em grupos V2. Levantar Smash-Bloquear “smash vencedor” S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A 1ª atividade necessitou de alguns ajustes. Os “saltitos” foram As 3 atividades da L18 não substituídos por elevação dos dois braços e o “sentar” por tocar as necessitaram de nenhuma duas mãos no chão. As demais atividades não necessitaram de adaptação para o S2. nenhuma adaptação.

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O Módulo 7 apresenta 24 atividades. Destas, 10 necessitaram modificações para o S1 e 04 para o S2. Percebe-se um aumento no número das adaptações para o aluno UCR, pois um dos objetivos desta fase é o desenvolvimento das atividades de saltar, cair e equilibrar-se. Esses exercícios podem ser substituídos por atividades que auxiliem o desenvolvimento do equilíbrio corporal ou estabilidade de tronco de UCR. Ao final dessa sessão, os alunos conseguiram realizar jogadas sobre a cabeça, mas não tiveram tanta destreza na realização dos fundamentos, dos deslocamentos e da utilização de todas as áreas da quadra, reforçando a hipótese de aulas adicionais para aquisição e aprimoramento do desenvolvimento como um todo. Cabe citar que as atividades da lição 16 não necessitaram de adaptação, mas foi necessário quatro aulas a mais para que os alunos conseguissem realizá-las, devido a falta de domínio da cadeira de rodas na movimentação e dos golpes acima da cabeça. É importante que o professor fique atento as questões referentes a motivação e a progressão gradual das atividades, pois se o aluno não estiver conseguindo realizar os exercícios propostos com sucesso, ficará desmotivado e tende a desistir. Contra essa tendência, concordamos com Greco e Benda (1998) que trazem para o seio de uma proposta de iniciação esportiva as atividades lúdicas e as brincadeiras como facilitadoras no processo de aquisição de habilidades motoras, bem como com a importância de ações que envolvam uma pedagogia de inclusão, citado por Paes (2002).

4.1.4 Relato das quatro aulas do Módulo 8 (M8):

Este módulo intitula-se “Aprender a Ganhar” no qual habilidades táticas básicas, tanto para jogos de simples quanto para duplas, são introduzidas. Deve ser ensinado aos alunos a importância de: ganhar espaço na quadra forçando o adversário a mover-se tanto quanto possível, limitar seu próprio movimento e manter uma boa posição; ganhar tempo atingindo a peteca o mais cedo possível e dar ao adversário menos tempo para reagir; conhecer pontos fortes e fracos de si e do adversário; ler o que o adversário está tentando fazer contra si (BWF, 2013a). A lição 19, “Tática para simples”, é composta por quatro atividades: 1. Escada de agilidade: Usar uma escada de agilidade para aproximadamente 10 alunos. Exercícios que podem ser executados: Corrida normal; Um-dois dentro, um-dois

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dentro; Um-dois dentro, um-dois-fora, um-dois dentro, um-dois-fora. Dar aos alunos oportunidade de realizar os exercícios devagar antes de fazê-lo rápido; 2. Jogo de simples em meia quadra com tática 1: Jogar partidas de simples em meia quadra; os alunos tentam incorporar a tática 1 de simples (forçar o adversário a ficar mais tempo no fundo da quadra para criar um espaço e pontuar na frente da quadra e vice- versa); Jogar sem smashes para estimular os alunos a usar ou criar espaços; 3. Jogo de simples em meia quadra com tática 2: Jogar partidas de simples em meia quadra; os alunos tratam de usar a tática 2 de simples (Mudança de velocidade, usar golpes mais rápidos para ganhar pontos ou criar oportunidades); Os alunos recebem dois pontos cada vez que ganham uma jogada com um golpe que cai no chão ou antes da linha de serviço curto ou entre as linhas de trás; 4. Partidas simples em meia quadra ou quadra inteira com táticas 1 e 2: Os alunos tentam incorporar as táticas 1 e 2. Como variação, o meio da quadra é fora (podem-se usar cones para delimitar o espaço).

Quadro 22: Resultado das quatro atividades da lição 19. L19 – Tática para simples V1. Escada V2. Jogo de simples em V3. Jogo de simples em V4. Partidas simples em meia quadra de agilidade meia quadra com tática 1 meia quadra com tática 2 ou quadra inteira com táticas 1 e 2 S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A escada de agilidade foi substituída por exercícios A atividade 1 não necessitou de modificações. de zig-zag entre os cones na cadeira de rodas. As três atividades com tática (V2, V3 e V4) foram difíceis de serem assimiladas, pois os sujeitos 1 e 2 têm um nível leve de deficiência intelectual associada. Para os jogos táticos, sugere-se demarcar os espaços da quadra propostos pelo programa.

A vigésima lição também aborda os “Jogos Táticos” e três atividades: 1. Escada de agilidade 2: Os exercícios que podem ser utilizados são – dois pés dentro, dois dentro; dois dentro, dois fora; dois dentro, dois dentro, pé direito fora e equilíbrio, dois dentro, dois dentro, pé esquerdo fora e equilíbrio; 2. Jogo por equipes em meia quadra: Simples em meia quadra, três contra três. O aluno 1 inicia a jogada e sai da quadra para a lateral; o aluno 2 efetua o próximo golpe e sai para o lado, o aluno 3 entra na quadra para efetuar o terceiro golpe, e assim repete-se a sequência; 3. Jogo de simples por equipe em meia quadra: Formar equipes de diferentes níveis de habilidade. Os alunos competem contra adversários de nível similar ao seu e ganham pontos para a sua equipe. Jogo em meia quadra. O aluno ganha dois pontos cada vez que ganhar a jogada se a peteca cair no chão, sem que seja tocada pelo adversário.

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Quadro 23: Resultado das três atividades da lição 20. L20 – Jogos Táticos V2. Jogo por equipes em meia V3. Jogo de simples por equipe em meia V1. Escada de agilidade 2 quadra quadra S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação A escada de agilidade foi substituída na 1ª atividade por exercícios de zig- As 3 atividades da L20 não zag slalon entre os cones na cadeira de rodas. As outras duas atividades da necessitaram de (V2 e V3) não necessitaram de adaptações. adaptações para o S2.

A Lição 21 é composta por três exercícios referentes “A Tática para Duplas”: 1. Revisão do saque de backhand: Os alunos trabalham em duplas para praticar o saque curto de backhand, tentando acertar um alvo; 2. Jogo na parte da frente e meio da quadra: Duplas em meia quadra; os dois iniciam do meio da quadra. Fazem golpes planos do meio da quadra para o meio da quadra e se houver uma oportunidade, pode ir para a rede para atacar. O outro jogador retrocede para uma posição defensiva; 3. Jogo por posições em duplas: Trabalho de sombra. Quatro alunos por quadra enumerados de 1 a 4. O professor fala um número e o aluno com este número vai para o fundo da quadra em posição de smash. Seu parceiro vai para a rede para completar a formação de ataque, e os adversários vão para a posição de defesa de “lado”. O professor fala outro número e os alunos posicionam-se na formação adequada.

Quadro 24: Resultado das três atividades da lição 21. L21 – A Tática para Duplas V1. Revisão do saque de V2. Jogo na parte da frente e meio da V3. Jogo por posições em duplas backhand quadra S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação As atividades 1 e 2 não A 1ª atividade necessitou ser substituída por serviços de forehand, necessitaram de adaptações. por conta da falta de controle do aluno em virtude da hemiplegia. A atividade 2 não necessitou de adaptação. Os exercícios de movimentação da 3ª atividade tiveram que ser incrementados para facilitar o entendimento. Sugere-se a colocação de 4 cones na quadra formando um losango (um na frente, 2 na linha da posição básica e um no fundo) com intuito de localização após o comando. Durante o comando os alunos têm que girar no sentido horário. Exemplo: nº1 S1 vai para o fundo e simula um smash enquanto o S2 vai para frente e simula a defesa; nº2 vão para a posição básica; nº3 S2 vai para traz e faz um smash e S1 vai para frente defender; nº4 posição 0. Para facilitar o aprendizado, durante o comando, petecas podem ser lançadas simultaneamente na frente e no fundo da quadra.

A última lição do programa também aborda os “Jogos Táticos” e apresenta os quatro exercícios a seguir: 1. O “Jogo das Pedras”: Jogo de correr, útil para aumentar a velocidade e reação. Em fila com as mãos atrás das costas; o professor dá uma pedrinha à um dos alunos (sem que os outros vejam). Este decide quando sair, mas tem que chegar ao outro lado da quadra sem

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que os outros o peguem. O perdedor (o que está com a pedra ou o restante do grupo) terá que realizar alguns exercícios fáceis; 2. Jogo no meio da quadra 1: Jogar em meia quadra, 1 x 1. A parte da frente e fundo (adiante da linha de saque curto e atrás da linha de saque longo de duplas) será considerada fora. As jogadas são feitas somente do meio da quadra. Iniciar com saque baixo de backhand e incentivar o jogo plano; 3. Jogo no meio da quadra 2: O mesmo que acima, porém com a quadra inteira e em dupla; 4. Exercício de duplas seguido por jogo: A jogada inicia com um saque baixo de backhand. A devolução é um golpe alto para o fundo, e o sacador posiciona-se na rede, seu parceiro faz um smash, os adversários se colocam em posição de defesa e fazem o bloqueio. O jogador na rede levanta a peteca, e trocam de formação (Lob-smash-bloqueio). Progressão, realizar um jogo normal de duplas.

Quadro 25: Resultado das três atividades da lição 22. L22 – Jogos Táticos V1. O “Jogo das V2. Jogo no meio da V3. Jogo no meio da V4. Exercício de duplas Pedras” quadra 1 quadra 2 seguido por jogo S1 (UCR) - Sugestão de adaptação S2 (não UCR) - Sugestão de adaptação As atividades 1 e 4 não necessitaram de nenhuma adaptação para ambos os sujeitos. Para os jogos táticos (V2 e V3) sugere-se demarcar os espaços da quadra propostos pelo programa.

O Módulo 8 tem 14 atividades, sendo necessário a modificação ou adaptação de oito para o S1 e sete para o S2. Faz-se necessário frisar que muitas pessoas com DF podem ter outros problemas associados além dos motores. No caso dos sujeitos desta pesquisa, ambos têm leve deficiência intelectual associada, o que dificulta os exercícios relacionados a tática. Sugere-se que os espaços e os passos para as atividades sejam demarcados, demonstrados e muitas vezes guiados. De acordo com Sherrill (1998) algumas atividades só se tornam acessíveis às pessoas com determinadas deficiências mediante adaptações. Lieberman (2002) cita alguns exemplos básicos de adaptação: modificação no equipamento, nas regras, no ambiente e modificação quanto à instrução (orientação verbal, demonstração, assistência física). Essas estratégias são importantes para o ensino de PD. Ao final da sessão 4 o programa diz que os alunos deverão ser capazes de realizar uma jogada estratégica; demonstrar posições básicas de jogo em simples e em duplas; e jogar

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partidas (BWF, 2013a). Em nosso estudo quatro aulas não foram suficientes para gerar independência tática e tomada de decisão. Eles entenderam que precisavam se posicionar no centro da quadra, local demarcado com um “X” no chão e que deveriam lançar suas petecas em pontos mais difíceis, como os quatro cantos da quadra. Mas a movimentação em duplas, bem como táticas de defesa e ataque não foram assimiladas, confirmando a hipótese da necessidade de mais aulas, com diferentes estratégias, para essa população. Em linhas gerais, o desenvolvimento de um programa de Badminton para pessoas com deficiência: 1º) pode ser auxiliado pelo programa de Badminton convencional citado e da base segura que oferece; 2º) o programa de Badminton convencional pode servir como base segura para o ensino do Badminton para as PD. Enfatizamos que os professores fiquem atentos aos aspectos necessários para suprir as dificuldades relacionadas as deficiências, utilizando adaptações caso necessárias (QUIRÓS; VILLANUEVA, [s.a.]), como neste caso. Com isso, nota-se que foi possível aplicar o “Shuttle Time” para a população escolhida, mas que o mesmo deve ser ampliado com mais atividades e aulas com o intuito de preparar os alunos que apresentam maiores comprometimentos, bem como sugerir adaptações para permitir a prática do Badminton e do PBd por um maior número de pessoas e suas diversidades.

4.2 Proposta de Atividades para o ensino do Para-Badminton como complemento ao “Shuttle Time”

Estender o “Shuttle Time” deve significar não só massificá-lo, mas também enriquecê-lo ou até mesmo, pensá-lo além do que já foi criado. Incrementá-lo com mais atividades pode atender melhor alunos com deficiência, pois é sabido que, as crianças com DF, em sua maioria, apresentam alterações nas etapas e ordem do desenvolvimento motor. A sugestão de atividades que serão apresentadas surgiu, como descrito anteriormente, após a tentativa de aplicação do “Shuttle Time” para duas crianças com DF que, não estavam aptas, em termos de desenvolvimento motor, para realizar as atividades propostas pelo “Shuttle Time”. Segundo Balbinotti e De Paula (2009) o amadurecimento das habilidades motoras depende das experiências e das oportunidades de interação do indivíduo com o meio. Caso os padrões necessários não estejam amadurecidos, a eficiência mecânica da habilidade a ser adquirida e/ou combinada será prejudicada.

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O Badminton não é um esporte fácil para crianças com DF e antes do ensino do jogo, das regras, da movimentação, da empunhadura, dos fundamentos, entre outros, é importante que a criança tenha adquirido aptidão para o aprendizado. Essa aptidão depende da maturação biológica, física e mental e de um ambiente enriquecedor (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). A preocupação em oferecer aulas de PBd compatíveis com o desenvolvimento motor dos participantes, nos fez buscar na literatura subsídios teóricos auxiliares para esse processo. Os trabalhos de Leitão (1998), Jordán et al. (2007), Alvarez e Stucchi (2008), Balbinotti et al. (2009), Quidim e Munster (2011) serviram como suporte para esta proposta. O objetivo deste modelo é sugerir recursos pedagógicos que auxiliem na aquisição de habilidades motoras básicas e que favoreçam a aprendizagem do PBd para crianças, antes da introdução ao “Shuttle Time”. Além disso, corroborando com o Leitão (1998), pretende-se fazer o possível para despertar nos alunos o prazer e a satisfação de experimentar o PBd, de aprender facilmente os elementos fundamentais, tornando-se capazes de praticar o esporte de maneira autônoma. O modelo proposto respeita a progressão motora do aluno e uma perspectiva de ensino continuado. Sherrill (1988) cita que o ensino deve ser programado em sequência e apresentado de modo tal que a criança aprenda a um passo compatível com o seu desenvolvimento, através de jogos, atividades lúdicas, brincadeiras e diversão. A aprendizagem é caracterizada por prazer, jogo, alegria, interação social, desempenho habilidoso, precisão e repetição (LEITÃO, 1998) e uma boa relação entre professor e aluno é essencial, pois um ambiente agradável favorece clima propício para a aprendizagem (VILANI, 1998). Stucchi (2007), Quidim e Munster (2011) sugerem diversidade de ações e associações entre os movimentos e materiais, seguindo um roteiro de tarefas das mais simples para as mais complexas, do geral para o específico, combinando as habilidades numa ordem progressiva de dificuldades, sempre vinculados a exercícios e habilidades já anteriormente ensinadas. Balbinotti e De Paula (2009) recomendam que o trabalho de iniciação privilegie a aquisição de uma variada quantidade de padrões motores básicos, com reduzida inclusão de tarefas técnicas, complexas e específicas e destacam a habilidade de rebatida, possibilitando as suas mais variadas formas com diferentes materiais esportivos (raquetes e bolas de diversos tipos).

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Portanto, antes de aprender a rebater uma peteca de Badminton, habilidade básica para os esportes de raquete (ALVAREZ; STUCCHI, 2008), a criança deverá ter aquisição dos três domínios básicos de movimento: locomotores, estabilizadores e manipulativos. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) afirmam que os movimentos de locomoção referem-se aos que envolvem mudança na localização do corpo em relação a um ponto fixo na superfície seja caminhando, correndo, pulando e/ou saltitando. O movimento de estabilidade é aquele que exige certo grau de equilíbrio ou postura da pessoa em relação a força de gravidade como: torcer, virar, puxar, empurrar. A categoria de manipulação refere-se a: manipulação motora ampla que envolve conferir força a, ou receber força de objetos. As tarefas de lançar, pegar, chutar e rebater um objeto, assim como o drible e o voleio são movimentos classificados nesse tipo; e, a manipulação motora fina que envolve o uso intricado dos músculos da mão e do punho como: costurar, cortar com tesoura e digitar. Um grande número de movimentos envolve a combinação das três categorias: de estabilidade, de locomoção e de manipulação, ou apenas de duas delas. No Badminton assim como no tênis pode-se dizer que são necessárias, de acordo com Balbinotti et al. (2009), habilidades locomotoras (que incluem todas as variações de deslocamentos), habilidades estabilizantes (equilíbrio estático e dinâmico no contato com a “bola”) e habilidades manipulativas (que garantem o aspecto mais marcante do esporte, a rebatida). O conteúdo que será desenvolvido no esporte deverá ser planejado, organizado e sistematizado; deverão ser considerados os diferentes níveis de ensino e a diversificação de possibilidades, tanto de movimentos quanto de modalidades esportivas, disponibilizando ao aluno uma gama variada de possibilidades (PAES, 2002). A estrutura pedagógica pensada especificamente para o PBd tem quatro partes especificadas no quadro 26: 1. Manejo em cadeira de rodas/Deslocamentos para UCR e não UCR; 2. Atividades com petecas; 3. Atividades com Raquetes; 4. Atividades com Raquetes e Petecas.

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Quadro 26: Estrutura pedagógica para o PBd Materiais Estrutura Objetivos Progressão alternativos Desenvolver as habilidades locomotoras e estabilizadoras dos Além do uso da Experimentar as mais variadas 1. Manejo em alunos visando o cadeira de rodas formas de deslocamentos, nas mais cadeira de deslocamento futuro em esportiva, a variadas velocidades; rodas, quadra; familiarizar-se utilização de Aumentar a dificuldade, o ritmo e a deslocamentos com o espaço, com a cones, cordas, velocidade gradativamente; para UCR e cadeira de rodas arcos, petecas, Quadras de diversos tamanhos; não UCR esportiva e com os raquetes, quadra, Redes alternativas e convencionais implementos do rede, entre outros. de diversas alturas. Badminton (raquete e peteca). Experimentar as mais variadas formas de lançar, arremessar, receber e rebater, com o corpo e com os mais variados objetos; Aumentar o grau de Desenvolver as dificuldade das atividades Petecas, tules, habilidades gradativamente; Iniciar com objetos 2. Atividades balões, bolas de manipulativas como, por mais leves, com vôo mais lento; Os com petecas plástico, de meia, exemplo: exercícios seguem a sequência de (e outros bolas esportivas, arremessar/lançar, corpo estável e corpo em objetos) cestos, quadra, receber e rebater com a movimento; a altura dos objetos rede, etc. mão. também deve ser levada em conta com progressões sequenciais: baixo, médio e alto; Quadras de diversos tamanhos; Redes alternativas e convencionais de diversas alturas. Aumentar o grau de dificuldade das Passaguá (coador atividades gradativamente; Iniciar Desenvolver as de pesca), 3. Atividades com objetos menores e mais leves; habilidades Raquetes infantis, com Raquetes Os exercícios seguem a sequência de manipulativas como, por bastões, tacos, (e outros corpo estável e corpo em exemplo: empunhaduras, Raquetes objetos) movimento; Quadras de diversos receber e rebater. convencionais, tamanhos; Redes alternativas e quadra, rede, etc. convencionais de diversas alturas. Desenvolver as Utilizar os 4. Atividades habilidades mesmos materiais A mesma progressão citada nos itens com Raquetes manipulativas como, por citados nos itens 2 2 e 3. e Petecas exemplo: bater e rebater. e 3.

Para manter a peteca em jogo no Badminton o aluno precisa ter desenvolvido as habilidades básicas de arremessar/lançar, receber e rebater sem o implemento raquete e com o implemento raquete. Durante o processo de ensino de lançar e rebater, a empunhadura e os fundamentos vão sendo introduzidos de forma gradativa e lúdica. Sugere-se nesta fase de iniciação que as atividades sejam realizadas sem deslocamento seguindo para deslocamento mínimo, normal e rápido. Outro ponto importante, segundo Freitas (1997) e Williams (2012), é que no caso dos UCR o foco inicial deve ser nas habilidades e movimentos de manejo em cadeira de rodas para depois na fundamentação técnica.

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A técnica vai sendo ensinada aos poucos, bem como as regras do jogo, que serão introduzidas gradualmente (JORDÁN et al., 2007) em cada uma das quatro manifestações supracitadas. Para Jordán et al. (2007) os princípios táticos deverão ser ensinados posteriormente, mas sobre esta fase, não iremos abordar. As atividades a seguir foram realizadas pelos sujeitos 3, 4, 5 e 6, que não apresentavam conhecimento algum sobre a modalidade, respeitando suas diferenças individuais. Para facilitar a descrição e compreensão, todos os exercícios descritos serão baseados em jogadores destros.

4.2.1 Manejo em cadeira de rodas/Deslocamentos para UCR e não UCR:

Freitas (1997) afirma que é necessário iniciar pelas condições básicas da habilidade na cadeira de rodas (CR), para que posteriormente as tarefas motoras sejam realizadas com eficácia e desenvoltura. Todas as atividades citadas em cadeiras de rodas deverão ser entendidas que nem todos os alunos serão usuários e que as mesmas poderão ser realizadas por todos os alunos com DF. O objetivo deste item é desenvolver as habilidades locomotoras e estabilizadoras dos alunos visando o deslocamento futuro em quadra; familiarizar-se com o espaço, com a cadeira de rodas esportiva e com os implementos do Badminton (raquete e peteca), como visto no Quadro 26.

1ª Deslocamento em cadeira de rodas (DCR): livremente pelo ginásio (Figuras 26 e 27);

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Figura 26 Figura 27

2ª DCR: deslocar-se com o menor número de impulsos na cadeira de rodas;

3ª DCR: deslocar-se para trás e ao sinal do professor abaixar o tronco sobre os joelhos, fazendo com que a CR gire automaticamente (Figuras 28, 29 e 30);

Figura 28 Figura 29 Figura 30

4ª DCR: deslocar-se na quadra de Badminton passando embaixo da rede (Figuras 31 e 32);

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Figura 31 Figura 32

5ª “Trenzinho”: posicionar-se atrás dos colegas e segurar no encosto da cadeira de rodas. O que está na frente deverá passear pela quadra carregando os demais (ir trocando de posição);

6ª “Pega-pega” convencional; “pega-pega” ajuda (quem for pego passará a ser pegador auxiliar e vai ajudar a pegar todos os demais colegas);

7ª Deslocamento em zig-zag entre os cones (deslocar-se para o lado direito e esquerdo, e de costas) (Figuras 33, 34 e 35);

Figura 33 Figura 34 Figura 35

8ª Zig-zag Slalon nos cones (colocar os cones formando um “s” contínuo);

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9ª DCR: Andar pelas linhas da quadra de Badminton;

10ª “Pega-pega” nas linhas da quadra de Badminton;

11ª DCR: em linha reta, ao lado de cones. O aluno deverá frear a cadeira quando chegar ao lado de um cone, derrubar a bola que estará em cima do cone e prosseguir (Figuras 36 e 37);

Figura 36 Figura 37

12ª “Pega e volta”: Colocar cones pequenos a uma distância de dois metros cada, formando uma fila. Quando o aluno chegar na frente ou ao lado do cone, freia a cadeira, pega o cone, volta até a linha inicial e deixa o cone, e assim sucessivamente até pegar o último (Figuras 38 e 39);

Figura 38 Figura 39

13ª “Pega rabinho”: Todos os alunos receberão um pedaço de fita, corda ou pano e deverão prender em sua roupa ou CR caracterizando um “rabo”. Ao sinal do professor, os alunos deverão tentar roubar o “rabo” dos colegas e proteger o seu. Vence quem roubar mais “rabinhos”;

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14ª “Jogo da velha”: Dividir a turma em duas equipes. Colocar nove arcos a uma distância de pelo menos dez metros. Esses arcos serão dispostos lado a lado formando três fileiras e três colunas. Ao sinal do professor, os dois primeiros alunos de cada equipe sairão correndo em direção aos arcos e colocarão o objeto no arco que escolherem, voltam e tocam na mão do próximo colega, e assim sucessivamente. Vence a equipe que formar primeiro uma linha vertical, horizontal ou diagonal (Figuras 40, 41 e 42);

Figura 40 Figura 41

Figura 42

15ª “Coelhinho sai da toca”: a toca, no caso de UCR, não poderá ser um arco, então adaptamos com cordas no chão formando a letra U. Outra sugestão é demarcar a toca com cones. Ao sinal falado do “Coelho pegador”: Coelhinho sai da toca! Todos têm que sair das suas tocas e ir para outra com o intuito de fugir do pegador. Se o coelhinho for pego, deverá assumir o posto de pegador (Figuras 43 e 44);

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Figura 43 Figura 44

16º “Elefante colorido”: Uma pessoa é escolhida e posicionar-se-á na zona central, entre as duas linhas de saque curto (Figura 1) que separa os dois lados da quadra de Badminton. Deverá falar “Elefante Colorido”! E os demais respondem: Que cor? O pegador diz a cor e ficará esperando os demais cruzarem a quadra passando pela zona central. Aquele que tiver a cor solicitada estará imune, mas o que não tiver poderá ser pego. Aquele que for pego assume o posto de pegador (Figuras 45 e 46);

Figura 45 Figura 46

17ª “Mamãe posso ir?”: Uma pessoa é escolhida para ser a “mamãe” e vai posicionar-se na zona central, entre as duas linhas de serviço da quadra de Badminton. Os demais serão os “filhos” que ficarão posicionados no fundo da quadra e deverão falar “Mamãe posso ir?”. Se a

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“mamãe” responder sim, os “filhos” deverão cruzar a quadra passando pela zona central sem serem tocados pela “mamãe”. Aquele que for pego assume o posto;

18ª “Prende-prende”: Espalhar prendedores de roupa pela quadra de Badminton. Ao sinal do professor os alunos, posicionados no centro da quadra, deverão pegar os prendedores (um a um), deslocar-se até a rede, prendê-lo na rede e voltar de costas para pegar o próximo (Figuras 47 e 48);

Figura 47 Figura 48

19ª “O Carteiro”: Na quadra de Badminton, alunos posicionados em seus “estacionamentos” (que poderão ser delimitados com cones ou cordas no chão formando a letra “U” como demonstrado na Figura 43). Um aluno ficará fora do “estacionamento” e será o carteiro. Este terá que dizer a seguinte frase: “O correio mandou uma carta... Só para aqueles que estão de ‘camiseta branca’...”. Todos os que estão de ‘camiseta branca’ (ou outra, dependendo do pedido do carteiro) deverão trocar de lugar. Quem não encontrar um “estacionamento” será o novo carteiro;

20ª “Atenção”: O professor irá colocar três mini cones em um lado da quadra de Badminton (um no centro da linha de fundo, e os outros dois, um em cada lado da quadra, na linha de saque; mais três do outro lado da quadra: um no centro da quadra sobre a linha de saque e dois no fundo, um em cada lado da quadra). Cada cone será numerado de um a seis. Ao comando do professor, o aluno sairá do centro da quadra em direção ao número solicitado e deverá derrubar o cone correspondente. Se passar para o lado da quadra oposta, ao voltar, terá que voltar de costas (Figuras 49 e 50).

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Figura 49 Figura 50

4.2.2 Atividades com petecas (e tules, balões, bolas de plástico, de meia, bolas esportivas):

O objetivo deste item é desenvolver as habilidades manipulativas como, por exemplo: arremessar/lançar, receber e rebater com a mão.

Usando Tules: 1ª Lançar o tule para cima com a mão e pegar com as duas mãos (Figuras 51 e 52);

2ª Lançar o tule para cima e pegar com a mão direita;

3ª Lançar o tule para cima e pegar com a mão esquerda;

Figura 51 Figura 52

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4ª Lançar o tule para cima e bater palmas (1, 2, 3...);

5ª Lançar o tule para cima e pegar abaixo da linha da cintura;

6ª Lançar o tule para cima, dar um giro com a cadeira de rodas e pegar;

7ª Lançar o tule para cima e tocar o solo de um dos lados (direito/esquerdo) e pegar;

8ª Lançar dois tules para cima alternadamente;

9ª Em duplas, lançar o tule para o colega e receber (Figura 53);

10ª Em duplas com dois tules, lançar um para o colega e receber o que o colega está lançando (Figura 54);

Figura 53 Figura 54

11ª Formar um círculo, cada um com um tule. Lançar simultaneamente para o colega da direita, no comando do professor (inverter o sentido);

12ª Idem a 11ª atividade ao som da música “Escravos de Jó”;

13ª Posicionar o aluno no centro da quadra de Badminton e pedir para ele ficar de olhos fechados. Ao sinal do professor o aluno abrirá os olhos e se deslocará diretamente para pegar o tule lançado, sem deixá-lo cair.

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Balões: 1ª Segurar o balão com as duas mãos, jogar o balão para cima e pegar (Figura 55);

2ª Segurar/sustentar o balão com a palma da mão virada para cima;

3ª Segurar/sustentar o balão com a palma da mão virada para baixo (com o dorso da mão);

4ª Dar leves batidas no balão com a palma da mão virada para cima (Figura 56);

5ª Dar leves batidas no balão com a palma da mão virada para baixo (com o dorso da mão) (Figura 57);

6ª Jogar o balão para cima, dar um giro na cadeira e pegar;

Figura 55 Figura 56 Figura 57

7ª Jogar balão com o colega, em trios, em grupo;

8ª Formar dois grupos. Cada grupo de um lado da rede, enfileirados. Jogar e receber/pegar balões;

9ª Montar uma rede alternativa com cones, e fazer um jogo com balão (sem raquete).

Bolas variadas (Figura 58):

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Figura 58

1ª “Estafeta 1”: Formar uma fila. O 1º da fila passa a bola e/ou peteca para o de trás e assim sucessivamente. Quando o último receber, colocará a bola e/ou peteca no colo e irá se posicionar na frente da fila para começar a brincadeira de novo;

2ª Lançar as diferentes bolas para cima e pegar (parado e depois em movimento);

3ª Quicar a bola;

4ª Lançar a bola na parede e pegar com as duas mãos;

5ª Arremessar e acertar o arco segurado pelo professor;

6ª Arremessar bolas variadas num cesto (Figuras 59 e 60);

Figura 59 Figura 60

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7ª Acertar bolas de meia em bolas (variadas) colocadas sobre os cones com o objetivo de derrubá-las;

8ª Boliche com bolas variadas e pinos de cones pequenos (Figuras 61 e 62);

Figura 61 Figura 62

9ª Em duplas, lançar a bola para o colega e receber (Figuras 63 e 64);

Figura 63 Figura 64

10ª “Alerta!”: Um aluno começa com a bola e os outros ficam a sua volta. Ele lança a bola para cima com as mãos e, ao mesmo tempo, grita o nome de um dos outros jogadores, que deverá pegar a bola o mais rápido possível. Os demais devem tentar se afastar da bola. Quando o jogador que teve seu nome chamado pegar a bola, deve gritar "alerta" e todos param onde estiverem. Ele dá três passos e lança a bola na direção de alguém, para acertá-lo. Vale desviar da bola, mas sem sair do lugar. Quem for acertado é considerado "morto" e é o próximo a jogar a bola para cima, gritando o nome de outro jogador. Se o jogador que

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arremessou a bola não acertar ninguém, também fica "morto". Cada um tem três “vidas”. O jogo acaba quando ficarem somente dois jogadores;

11ª “Mini ”: Dividir a turma em duas equipes. O objetivo do jogo é fazer passes e arremessar a bola em uma espécie de “cama elástica” posicionada verticalmente. Se a bola cair no chão, após o arremesso certeiro, ponto para a equipe que arremessou, mas se a equipe adversária pegar o rebote antes de a bola cair no chão, não é ponto.

Petecas: 1ª “Corre Cotia”: Um aluno segurando uma peteca irá caminhar por fora de um círculo formado pelos demais (sentados). Todos estarão cantando a música: “Corre Cotia na casa da tia, corre cipó na casa da vó, lencinho na mão caiu no chão, moça bonita do meu coração. Posso por?” Aí o grupo responde: Sim! Ao final da música, o aluno que está com a peteca escolhe alguém, coloca a peteca em seu colo e foge. Se ele sentar antes de ser atingido pela peteca, troca de aluno, caso contrário, irá exercer a mesma função;

2ª “Pega e volta” (variação da 12ª do item 4.2.1): Colocar petecas a uma distância de dois metros cada, formando uma fila. Quando o aluno chegar na frente ou ao lado da peteca, freia a cadeira, pega a mesma e volta. Ao retornar com a peteca, terá que arremessá-la tentando acertar um arco que estará a uma distância determinada pelo professor (Figuras 65, 66, 67 e 68);

Figura 65 Figura 66

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Figura 67 Figura 68

3ª Equilibrar a peteca na cabeça;

4ª Equilibrar a peteca na mão com a palma voltada para cima;

5ª Equilibrar a peteca na mão com a palma voltada para baixo;

6ª Lançar a peteca para cima e pegar;

7ª Lançar petecas uns para os outros;

8ª Lançar petecas uns para os outros fazendo com que as mesmas passem dentro de um arco (Figuras 69, 70, 71 e 72);

Figura 69 Figura 70 Figura 71 Figura 72

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9ª Variação da 8ª atividade: em duplas, cada um de um lado da rede de Badminton. Lançar petecas uns aos outros fazendo com que as mesmas passem dentro de um arco (Figuras 73 e 74);

Figura 73

Figura 74

10ª Acertar o balão: O professor, em deslocamento, jogará o balão para cima. Os alunos tentarão acertar o balão no ar lançando as suas petecas (Figuras 75 e 76);

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Figura 75 Figura 76

11ª “Goleiro de petecas”: Atrás do aluno terá um arco que poderá ser fixado em sua cadeira de rodas ou em outro lugar, significando uma trave. O colega vai jogar petecas tentando acertar o arco e fazer gol e o aluno “goleiro” deverá impedir (Figuras 77 e 78);

Figura 77 Figura 78

12ª “Guerra de Petecas”: O espaço do jogo será dividido com cones e podemos usar as duas áreas de saque (direito e esquerdo). Cada grupo terá uma quantidade X de petecas e durante um minuto os alunos terão que jogar as suas petecas, pegar do chão as lançadas pelos adversários e assim sucessivamente até acabar o tempo. Vence quem tiver menos petecas em quadra;

13ª Caçador com petecas: Um aluno posiciona-se na zona morta e deve esquivar-se dos ataques dos colegas (Figuras 79, 80, 81 e 82);

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Figura 79 Figura 80

Figura 81 Figura 82

14ª “Bola giratória”: Em uma área circular, o professor coloca muitos cones pequenos ou petecas no chão e vai ficar girando uma bola presa por uma corda. Os alunos terão que tentar pegar os cones ou petecas, um a um, desviar da bola giratória sem deixá-la acertar. Se conseguir pegar um cone, deve levar para um lugar determinado e voltar, até que os mesmos acabem. Vence quem pegar mais cones sem ser atingido pela bola (Figuras 83, 84, 85 e 86);

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Figura 83 Figura 84

Figura 85 Figura 86

15ª Rebater petecas lançadas pelo professor com a palma da mão voltada para cima, nas três alturas: baixa, média e alta (Figura 87);

Figura 87 Figura 88

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16ª Variação da 15ª atividade: Rebater petecas lançadas pelo professor ou colega, com a palma da mão voltada para cima, tendo entre os dois uma rede alternativa ou a rede convencional (Figura 88);

17ª “Jogo dos cinco ou dos 10 passes”: Dividir a turma em dois grupos. Um grupo começa de posse da peteca. Este grupo terá que fazer cinco ou 10 passes com a peteca enquanto o outro grupo tenta atrapalhar. Os pontos vão sendo computados e vence a equipe que conseguir fazer mais pontos relacionados a sequência dos passes.

4.2.3 Atividades com Raquetes (e outros objetos):

O objetivo deste item é desenvolver as habilidades manipulativas como, por exemplo: forma correta de segurar a raquete (empunhaduras), receber e rebater objetos.

1ª Deslocamento em zig-zag entre os cones, deslocando-se com raquete;

2ª “Raquete mágica”: O espaço da brincadeira é a quadra de Badminton. Todos os alunos terão uma raquete e deverão deslocar-se com ela. O professor elege um aluno que será o pegador mágico. Se o pegador tocar a sua raquete em alguém, este deverá ficar paralisado até algum colega reverter a situação tocando a raquete na pessoa paralisada;

3ª Variação da 11ª atividade do item 4.2.1: em linha reta, ao lado de cones. O aluno deverá frear a cadeira quando chegar ao lado de um cone, derrubar com a raquete a bola que estará em cima do cone e prosseguir (Figura 36);

4ª “Corrida de revezamento de raquete”: Quatro alunos espalhados um em cada canto da quadra de Badminton. O aluno 1, terá que se deslocar até o aluno 2 e entregar-lhe a sua raquete, e assim sucessivamente até que todos tenham feito a corrida de revezamento. Variação com deslocamentos para trás;

5ª “Fura balão”: Fixar com fita adesiva seis balões no chão, nos seis pontos da quadra de Badminton (frente/direita-esquerda; meio/direita-esquerda; fundo/direita-esquerda). Prender um palito de dente na raquete (Figura 89). Os alunos se posicionarão no centro da quadra e ao

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sinal deverão deslocar-se em direção a um balão, frear a cadeira e estourá-lo. Após estourar um balão, volta para o centro da quadra e segue para o próximo. É importante falar sobre o deslocamento para trás, primordial no PBd, bem como executá-lo nesta atividade. Vence quem estourar todos os balões primeiro e que fizer a sequência certa sem esquecer-se de voltar ao centro (Figuras 90, 91 e 92);

Figura 89 Figura 90

Figura 91 Figura 92

6ª “Cata objetos”: Espalhar vários objetos (como: bolas diversas, petecas, coletes, etc) na quadra de Badminton, e ao lado de cada objeto, colocar um arco. Cada aluno terá duas raquetes. Ao sinal do professor, os alunos deverão deslocar-se até o objeto, pegá-lo com as duas raquetes ao mesmo tempo e colocá-lo dentro do arco, e assim sucessivamente até acabarem todos os objetos. Vence quem pegar mais (Figuras 93, 94 e 95);

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Figura 93

Figura 94 Figura 95

7ª Variação da 20ª atividade do item 4.2.1 “Atenção”: essa atividade poderá ser executada estando o aluno com uma raquete e os mini cones poderão ser derrubados com ela.

4.2.4 Atividades com Raquetes e Petecas:

1ª “Estátua”: Alunos no final da quadra de Badminton dispostos lado a lado. Ao sinal do professor que estará de costas para o grupo, os alunos se deslocam lentamente para frente, com uma raquete e uma peteca. Quando o professor falar “Estátua”, os alunos param e fazem uma pose relacionada ao Badminton. O professor se aproxima e tenta fazer com que o aluno dê risada. O aluno que rir, assumirá o lugar do professor, e assim sucessivamente;

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2ª Com um “Passaguá” (coador de pesca) o aluno irá pegar tules lançados pelo professor ou colega (Figuras 96 e 97);

Figura 96 Figura 97

3ª Com um “Passaguá” o aluno irá pegar petecas lançadas pelo professor ou colega (sem rede entre eles, com rede entre eles). Essas petecas serão lançadas primeiramente do lado esquerdo, depois do lado direito, seguido de petecas lançadas alternadamente. Esses lançamentos são importantes para o estabelecimento da fixação das empunhaduras e trocas de empunhaduras (Figuras 98 e 99);

Figura 98 Figura 99

4ª “Derruba petecas”: espalhar muitos cones grandes e pequenos pela quadra de Badminton e equilibrar petecas neles. Cada aluno terá uma raquete. O objetivo é deslocar-se pelo espaço e derrubar as petecas com a raquete (Figuras 100 e 101);

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Figura 100 Figura 101

5ª “Varrer petecas”: As petecas que foram derrubadas na brincadeira anterior (“Derruba petecas”) deverão ser levadas para o arco. Cada um terá o seu arco e quem conseguir colocar mais petecas nele vence (Figuras 102 e 103);

Figura 102 Figura 103

6ª “Estafeta”: Formar uma fila. O 1º da fila passa a peteca com a raquete para o de trás e assim sucessivamente. Quando o último receber, colocará a peteca no colo e irá se posicionar na frente da fila para começar a brincadeira de novo;

7ª “Caçador com petecas e raquetes”: Um aluno posiciona-se na zona morta e deve esquivar- se dos ataques dos colegas ou rebater as petecas com sua raquete não deixando que elas o atinjam (Figuras 104, 105, 106 e 107);

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Figura 104 Figura 105

Figura 106 Figura 107

8ª Sacar: Formar uma “rede” de cones na linha que divide uma quadra de serviço da outra. Em duplas, um aluno fará o saque de backhand e o outro tenta rebater a peteca sacada com a mão. Variação: realizar o saque de forehand (Figuras 108 e 109);

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Figura 108 Figura 109

9ª “Sacar no alvo”: Dividir a turma em equipes. Cada aluno deverá realizar um saque com o objetivo de acertar os arcos no chão (ou suspensos verticalmente). Cada arco receberá uma pontuação. Vence a equipe que fizer mais pontos. Variação: sem rede e com rede (Figuras 110 e 111);

Figura 110 Figura 111

10ª “Badminton de balão”: formar uma “rede” de cones na linha que divide uma quadra de serviço da outra. Cada aluno com uma raquete. Jogar Badminton com balão sem se preocupar com regras que serão introduzidas aos poucos (ex: delimitação do espaço da quadra, quantidade de batidas no balão, pontuação, etc) (Figuras 112 e 113);

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Figura 112 Figura 113

11ª “Defesa do arco”: Em duplas. O aluno 01 vai ter uma raquete e um arco posicionado no chão, na sua frente. O aluno 02 terá dez petecas e deverá lançá-las, alternadamente, para tentar acertar dentro do arco enquanto o aluno 01 tenta interceptar com a raquete (Figura 114);

Figura 114

12ª Variação da 11ª atividade: Defender o arco que está posicionado na vertical, acima da cabeça e atrás do aluno (Figura 115);

115

Figura 115

13ª “Defesa do gol”: Em duplas, ambos com raquetes. O aluno 01 vai ficar posicionado na frente do gol. O aluno 02 terá dez petecas e deverá sacá-las, alternadamente, para tentar fazer o gol enquanto o aluno 01 tenta interceptar com a raquete;

14ª “Saque no alvo”: Colocar alvos na rede e pontuá-los, por exemplo: se a peteca atingir a área verde o aluno computa 01 ponto; área amarela 02 pontos; área azul 03 pontos e área branca 04 pontos. Vence quem pontuar mais (Figuras 116 e 117);

Figura 116 Figura 117

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15ª Rebater petecas lançadas pelo professor (primeiro de backhand, depois de forehand) (Figura 118);

Figura 118 Figura 119

16ª Rebater petecas lançadas pelo professor e tentar acertar alvos (primeiro de backhand, depois de forehand) (Figura 119);

17ª Fazer um saque para o professor ou colega (em um espaço sem a rede). Este irá rebater a peteca. O objetivo da brincadeira é tentar fazer três toques de rebatidas sem deixar cair no chão. Ir aumentando o número de vezes gradativamente. Variação: idem com uma rede alternativa e mais tarde com a rede convencional;

18ª Jogos de duplas: Cada aluno terá uma raquete e cada dupla uma peteca. As duplas deverão manter a peteca no ar por mais tempo possível. Vence a dupla que conseguir trocar o maior número de petecas sem deixar cair no chão;

19ª Jogos de equipe 1: Dividir a turma em duas equipes. Cada equipe formará uma fila na linha que divide as duas áreas de saque, de frente para a rede. Todos os alunos com raquete. O primeiro da fila executa um saque e vai para trás da sua fila, enquanto o aluno da equipe adversária tenta devolver a peteca para o próximo da fila a frente. O objetivo do jogo é rebater a peteca para a equipe adversária e ir atrás da sua própria fila;

20ª Jogos de equipe 2: Inserir regras na atividade anterior (Jogos de equipe 1), como por exemplo: computar pontos para as equipes toda vez que a peteca cair no chão; bater e correr para o final da fila contrária; a equipe que errar vai perdendo uma raquete até ficar sem nenhuma e acabar o jogo.

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As 97 atividades apresentadas são sugestões de um trabalho realizado com dedicação e assiduidade, e cabe ressaltar que o professor deve sempre adaptar os objetivos e conteúdos às características de seus alunos, bem como ao ritmo individual de aprendizagem de todos, assim como configurar sua própria proposta. Além disso, Reverdito, Scaglia e Paes (2013) enfatizam que o professor deve elogiar o aluno e encorajar atitudes adequadas, de maneira sincera e afetiva, dar retornos pedagógicos quando há o acerto e o erro, multifacetar o processo de aprendizagem com a diversificação de atividades, recompensar a técnica correta e a estratégia para atingir resultados, dirigir conversas em grupo sobre o ganhar e o perder no jogo e na vida. Essas atitudes enriquecem o ambiente da iniciação esportiva. Convém lembrar que é possível iniciar o aprendizado do Badminton a qualquer tempo e qualquer idade. No entanto, segundo Balbinotti e De Paula (2009), a infância é considerada a fase mais indicada para a assimilação mais fácil dos fundamentos da técnica esportiva e após essa fase, compete ao professor identificar o perfil do aluno e ajustar as atividades que mais atendem às suas necessidades e expectativas. O essencial nesse processo é reconhecer a etapa do desenvolvimento e as condições individuais do aluno. Enfim, o princípio balizador desta proposta é a responsabilidade com o ensinar, caminhando na perspectiva de ensinar bem esporte a todos e em iguais condições, “que tenha por principal princípio pedagógico a inclusão de todos” (SCAGLIA, 2003, p. 134).

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5. CONCLUSÃO

“Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuaremos a viver naquele cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais” (ALVES, 2000).

Uma proposta de ensino a ser aplicada na iniciação ao PBd vem acrescentar conhecimentos referentes ao trabalho esportivo que pode ser desenvolvido com pessoas com DF de forma a proporcionar novas experiências, sejam elas voltadas a reabilitação, participação social ou rendimento esportivo. Este estudo contou com uma população que se relaciona a praticamente três classes esportivas do PBd (WH1, WH2 e SL3). Mas, independente das classes hoje já formalizadas para o contexto que inclui o alto rendimento, vale ressaltar que o propósito da pesquisa inclui o ensino do PBd para o maior número de pessoas com DF priorizando uma aprendizagem geral, objetivada por uma gama variada de experimentações em movimentos. Após a aplicação das 22 aulas de Badminton propostas pelo programa “Shuttle Time”, verificou-se que o mesmo não foi adequado para as duas crianças com DF participantes deste estudo (S3 e S4), que não estavam aptas, em termos de desenvolvimento motor, para realizá-las. A preocupação em oferecer aulas de PBd compatíveis com o desenvolvimento motor dos alunos, nos fez sugerir uma proposta com 97 atividades específicas para o ensino da modalidade e incremento do “Shuttle Time”. Em relação aos demais participantes (S1 e S2), das 92 atividades aplicadas pelo programa, 30 necessitaram de adaptações, modificações ou ajustes para o S1 e 21 para o S2, já sugeridas no texto. Também notou-se a necessidade de estender as atividades do programa, acrescentar mais atividades e aumentar o número de aulas com intuito de ampliar o repertório motor, melhorar a coordenação motora, o domínio da cadeira de rodas e o deslocamento em quadra para que consigam realizar ralis mais longos e com melhor qualidade dos golpes. As observações finais deste estudo remetem a ampliação do programa de ensino “Shuttle Time” para as pessoas com DF, pois incrementá-lo com mais atividades pode atender melhor as pessoas com DF (principalmente as crianças), favorecendo o ensino do Badminton para esta população, permitindo a prática da modalidade por um maior número de pessoas e suas diversidades.

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Dessa forma, pensamos que a introdução desta proposta sirva de instrumento inicial para incentivar o ensino do PBd, no qual seu entendimento possibilite aos profissionais interessados neste esporte uma nova percepção e possibilidade pedagógica. Também espera- se que os profissionais que se envolverem com este trabalho, não abracem simplesmente as sugestões propostas ou as transfiram para seus alunos, mas que um leque de propostas e respostas surjam complementando e aprimorando esse trabalho. Para outras pesquisas referentes ao ensino do PBd, sugere-se uma população maior, com outros tipos de DF e aplicação do programa todo, iniciando com a proposta das atividades para melhorar o repertório motor seguido do programa “Shuttle Time”, que tem a virtude de não ser uma receita, mas um programa com potencial para despertar mudanças nas quais possíveis adaptações fazem parte do seu contexto. É importante relembrar que o PBd entrou no quadro de modalidades para os Jogos Panamericanos do Peru 2019 e Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e, que há necessidade vigente de novas “escolas” de iniciação ao PBd, bem como informações sistematizadas sobre o processo de ensino desse esporte.

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APÊNDICES

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Apêndice I – Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa: Aplicação e adaptação do método de ensino “Shuttle Time” para o ensino do Para-Badminton.

Nome dos responsáveis: Aline Miranda Strapasson e Edison Duarte

Número do CAAE:

Você está sendo convidado a participar como voluntário de um estudo. Este documento, chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visa assegurar seus direitos como participante e é elaborado em duas vias, uma que deverá ficar com você e outra com o pesquisador. Por favor, leia com atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas dúvidas. Se houver perguntas antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá esclarecê-las com o pesquisador. Se preferir, pode levar para casa e consultar seus familiares ou outras pessoas antes de decidir participar. Se você não quiser participar ou retirar sua autorização, a qualquer momento, não haverá nenhum tipo de penalização ou prejuízo.

Justificativa e objetivos: O objetivo dessa pesquisa é aplicar e adaptar o Programa de Ensino de Badminton “Shuttle Time” para pessoas com deficiência física (usuárias e não usuárias de cadeira de rodas). A intenção é estimular e auxiliar professores de Educação Física e técnicos de Para- Badminton a desenvolver o Badminton, que é um esporte que trás muitos benefícios aos seus praticantes, bem como ensinar o esporte de forma divertida.

Procedimentos: Nesse estudo você está sendo convidado a participar de 22 aulas de Badminton, de forma segura e divertida. As atividades propostas envolvem o ensino do esporte e serão divididas em: conhecimento da quadra de jogo, movimentação em quadra, toque da raquete e peteca (fundamentos), regras do jogo, jogos individuais e em duplas. Essas aulas serão desenvolvidas no Ginásio de Esportes da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, gratuitas, filmadas e fotografadas.

Desconfortos e riscos: Em caso de dano decorrente da pesquisa, está garantida a assistência integral e imediata, de forma gratuita, pelo tempo que for necessário. Você também tem direito a indenização em caso de danos.

Benefícios: Participando do estudo você poderá apresentar melhora em vários aspectos como: coordenação geral, final, equilíbrio, lateralidade, ritmo, esquema corporal, noção temporal, noção espacial, atenção, concentração, autonomia, independência, entre outros.

Sigilo e privacidade:

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Você tem a garantia de que sua identidade será mantida em sigilo e nenhuma informação será dada a outras pessoas que não façam parte da equipe de pesquisadores. Na divulgação dos resultados desse estudo, seu nome não será citado.

Ressarcimento: Não haverá ressarcimento pela sua participação.

Contato: Em caso de dúvidas sobre o estudo, você poderá entrar em contato com os pesquisadores Aline Miranda Strapasson, aluna do Programa de Pós Graduação em Educação Física da UNICAMP, portadora da cédula de identidade número 6.016.527-0 (SSP – PR), podendo ser contatada pelos telefones (19) 98302-1020, (45) 9947-0468 ou pelo e-mail: aline- [email protected]. O outro pesquisador envolvido é o Prof. Dr. Edison Duarte, docente do Programa de Pós Graduação em Educação Física da UNICAMP, portador da cédula de identidade número 7.434.230-7 (SSP – SP), podendo manter contato pelo telefone (19) 99717-1159 ou pelo e-mail: [email protected]. Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação e sobre questões éticas do estudo, você pode entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNICAMP: Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP; telefone (19) 3521-8936; fax (19) 3521-7187; e-mail: [email protected]

Consentimento livre e esclarecido: Após ter sido esclarecimento sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar, aceito participar:

Nome do(a) participante: ______

______Data: ____/_____/______. (Assinatura do participante ou nome e assinatura do seu responsável LEGAL)

Responsabilidade do Pesquisador: Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido uma cópia deste documento ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo CEP perante o qual o projeto foi apresentado. Comprometo-me a utilizar o material e os dados obtidos nesta pesquisa exclusivamente para as finalidades previstas neste documento ou conforme o consentimento dado pelo participante.

______Data: ____/_____/______. (Assinatura do pesquisador)

______Rubrica do pesquisador Rubrica do Participante

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ANEXOS

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Anexo I – Parecer consubstanciado do CEP

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