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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA O TURISMO NO EIXO COSTEIRO ESTORIL-CASCAIS (1929-1939): Equipamentos, Eventos e Promoção do Destino Maria Cristina de Carvalho dos Anjos Doutoramento em História Especialidade em História Regional e Local Novembro de 2012 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA O TURISMO NO EIXO COSTEIRO ESTORIL-CASCAIS (1929-1939): Equipamentos, Eventos e Promoção do Destino Maria Cristina de Carvalho dos Anjos Tese orientada pelos Professores Doutores Pedro Gomes Barbosa e Sérgio Campos Matos, especialmente elaborada para a obtenção do grau de doutor em História, especialidade em História Regional e Local Novembro de 2012 i DEDICATÓRIA “Meu velho Fausto, nós só somos imortais pelo que amamos na vida! A imortalidade começa onde um grande sonho acaba.”1 1 Augusto de Castro – Fausto de Figueiredo – Discurso Pronunciado em 16 de Setembro de 1951, por Ocasião da Trasladação do seu Corpo para o Cemitério do Estoril, Lisboa, Tipografia da Empresa Nacional de Publicidade, s/d, p.8. ii AGRADECIMENTOS Pela orientação científica durante o processo doutoral começo por agradecer, sobretudo, ao Professor Doutor Pedro Gomes Barbosa pela constante disponibilidade, pela bonomia e pelos diálogos frutíferos mantidos ao longo de vários meses, e ao Professor Doutor Sérgio Campos Matos pelas perspectivas alternativas e pela revisão atenta. Saúdo ainda os Professores Doutores José Varandas e Hermenegildo Fernandes pela agilização da redacção desta tese no âmbito dos seminários leccionados e dos conselhos facultados para a sua consecução. Pelo apoio à investigação agradeço, por ordem alfabética, ao Sr. Alfredo Santos, à Drª. Anabela Almeida, à Mestre Ana Cláudia Gonçalves, ao Mestre António Gonçalves, à Mestre Cândida Cadavez, à Drª. Carla Faria, à Professora Doutora Isilda Leitão, ao Professor Doutor Nuno Gustavo, à Mestre Isabel Baptista, à Drª. Manuela Fonseca, à Mestre Teresa Costa e a todos os membros dos arquivos, bibliotecas e centros afins visitados. Pelo apoio espiritual agradeço a confiança insuflada por amigos, família e por Gustavo Nolasco. iii RESUMO Quando em finais de 1928 a Sociedade de Propaganda da Costa do Sol surgiu alterava-se o rótulo de «Riviera Portuguesa» de Estoril, Monte e Cascais, e o climatismo como motivação de viagem para estrangeiros. Firmavam-se a «Era do Bronzeado» e a diversificação de atracções nos resorts, e homens como Fausto Figueiredo, Guilherme Cardim, Joaquim Ereira, Ávila Madruga e Marques Mata laborariam pela melhoria das condições de acolhimento de visitantes e da qualidade de vida de residentes. A ditadura militar inaugurou equipamentos e o campo de Golfe, resgatou a prática náutica e legalizou o feitiço das roletas do Casino Estoril (o único autorizado na Grande Lisboa). Atento às receitas da actividade turística, depressa o Estado Novo dominou a gestão privada da Sociedade Estoril-Plage e utilizou o seu know how para desenvolver o Turismo nos Açores. O surgimento do Secretariado de Propaganda Nacional, a proximidade de gestores turísticos à ditadura civil e a adesão local a ideais de direita conduziu à divulgação da «Política do Espírito» (nacionalista e conservadora) nos programas de lazer ofertados, do palco do Casino às águas da Baía de Cascais. Em meados da década de 1930 a presença britânica nos meses de Inverno foi balançada com o mercado espanhol na época de Verão. Esse fluxo iniciou-se com a chegada de refugiados políticos a partir de 1931, os quais eram visitados por familiares e amigos durante a estação quente. Foi o caso do General Sanjurjo que planearia o golpe de Estado que, em Julho de 1936, se converteria na Guerra Civil de Espanha. Rumores e jogos políticos afectariam então gravemente a chegada de turistas ao destino, cuja imagem internacional seria reformulada, reforçando-se ainda a aposta no turismo interno e concretizando-se a revolução urbana planeada pelo ministro Duarte Pacheco (o PUCS). Seria graças aos equipamentos, infra-estruturas, lazeres e imagem legados pelos Anos 30 que o eixo Estoril-Cascais vingaria como recreio das elites europeias durante e após a Segunda Guerra Mundial. Palavras-Chave: História do Turismo, Estoril, Cascais, Estado Novo, PUCS. iv ABSTRACT When in late 1928 the Sociedade de Propaganda da Costa do Sol appeared it changed the «Portuguese Riviera» label dubbed to the towns of Estoril, Monte and Cascais, along with the idea that the climate was the travel motivation for foreigners. The «Sun Tan Era» and the diversification of attractions at the resorts were then settled, and men like Fausto Figueiredo, Guilherme Cardim, Joaquim Ereira, Ávila Madruga and Marques Mata would work on the improvement of hosting conditions for visitors and of the life quality of the residents. The military dictatorship inaugurated equipments and the Golf course, recovered nautical practices, and legalised the spell of the roulettes at the Estoril Casino (the only permitted across Greater Lisbon). Aware of the revenue of the tourist activity the New State soon took over the private management of the Sociedade Estoril-Plage and used its know how to develop Tourism in the Azores. The creation of the Secretariado de Propaganda Nacional, the proximity of tourist managers to the civilian dictatorship and the local acceptance of the right-wing ideals led to the promotion of the (nationalist and conservative) «Política do Espírito» on the events offered from the Casino’s stage to the waters of the Cascais Bay. In the mid-1930s the British presence in wintertime was balanced with the Spanish market in the summertime. That flow began after the arrival of political refugees since 1931 that were visited by relatives and friends during the hot season. It was the case of General Sanjurjo who planned the coup d’état that in July 1936 started the Spanish Civil War. Rumours and innuendo would then seriously affect the arrival of tourists at the destination, whose international image was reformulated, along with the increase of domestic tourism, and the accomplishment of the urban revolution planned by the minister Duarte Pacheco (the PUCS). It was thanks to the equipments, infrastructures, leisure and image inherited from the 1930s that the Estoril-Cascais axis would succeed as playground of the European elites during and after the 2nd World War. Key words: History of Tourism, Estoril, Cascais, New State, PUCS. v LISTA DE ABREVIATURAS ACICC – Associação Comercial e Industrial do Concelho de Cascais ACP – Automóvel Clube de Portugal AEV – Associação Escolar de Vanguarda AHMC – Arquivo Histórico Municipal de Cascais AIP – Associação Industrial Portuguesa ANL – Associação Naval de Lisboa ANTT – Arquivo Nacional Torre do Tombo BNP – Biblioteca Nacional de Portugal CGDCP – Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência CITC – Comissão de Iniciativa e Turismo de Cascais CMC – Câmara Municipal de Cascais CNC – Caixa Nacional de Crédito CNL – Club Naval de Lisboa CNP – Club Náutico de Portugal CNT – Conselho Nacional de Turismo CP – Caminhos-de-ferro Portugueses CPC – Comissão de Propaganda de Cascais CPDL – Comissão de Propaganda e Desportos da Linha de Cascais CPTPE – Comissão de Propaganda do Turismo de Portugal no Estrangeiro DHT – Divisão Hidráulica do Tejo FLUL – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa vi FNAT – Federação Nacional da Alegria no Trabalho GDEP – Grupo Desportivo Estoril-Plage GDSC – Grupo Dramático e Sportivo de Cascais INE – Instituto Nacional de Estatística JAE – Junta Autónoma das Estradas JTC – Junta de Turismo de Cascais KdF – Kraft durch Freude LP – Legião Portuguesa MCC – Ministério do Comércio e Comunicações MCCG – Museu Condes de Castro Guimarães MI – Ministério do Interior MM – Ministério da Marinha MNE – Ministério dos Negócios Estrangeiros MOPC – Ministério das Obras Públicas e Comunicações MP – Mocidade Portuguesa MPF - Mocidade Portuguesa Feminina OMEN – Obra das Mães pela Educação Nacional OMT – Organização Mundial de Turismo PUCS – Plano de Urbanização da Costa do Sol RCP – Rádio Clube Português RJT – Repartição de Jogos e Turismo SAI – Sociedade Arrendatária Internacional SAME – Sociedade de Amigos do Monte Estoril vii SCC – Sporting Club de Cascais (ou Clube da Parada) SCME – Sporting Club do Monte Estoril SE – Sociedade Estoril SEP – Sociedade Estoril-Plage SHP – Sociedade Hípica Portuguesa SMC – Sociedade Musical de Cascais SPCS – Sociedade de Propaganda da Costa do Sol SPC – Sociedade de Propaganda de Cascais SPN – Secretariado de Propaganda Nacional SPP – Sociedade de Propaganda de Portugal STN – Sociedade Terra Nostra UHP – União Hoteleira de Portugal viii ÍNDICE Introdução________________________________________________________ P.1 I. Caracterização do concelho de Cascais entre as duas Guerras Mundiais___ P.9 1. Súmula dos antecedentes históricos do Turismo no concelho (1870-1918) 2. Território e população municipais 3 A hegemonia turística do eixo costeiro Estoril-Cascais face ao concelho 4. As dinâmicas estabelecidas entre a autarquia e a capital II. Fausto e pompa instalam-se no Estoril: 1929-1933_____________________P.38 1. A brochura de Fausto Figueiredo 2. Climatologia e termalismo 3. A prática do Golfe e o mercado britânico 4. Modernidades(s) num Estado em renovação 5. Inaugurações estivais e Hotelaria (1930-1931) 6. Modalidades de Lazer e património(s) 7. Turismo Científico e a promoção in loco 8. Entidades e iniciativas promocionais 9. Urbanismo e urbanidade III. Rumo a uma nova orgânica do Turismo: 1934-1936___________________P.155 1. A reformulação da Sociedade