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Universidade do Minho Instituto de Letras e Ciências Humanas Márcia Cristina Almeida Oliveira tugal no or olução v e Arte e feminismo em Portugal no xto pós-R contexto pós-Revolução te e feminismo em P conte Ar a eir cia Cristina Almeida Oliv Már 3 1 UMinho|20 Junho de 2013 Este trabalho foi desenvolvido com apoio da Fundação para Ciência e Tecnologia (SFRH / BD / 43470 / 2008) e co-financiamento do Programa Operacional Potencial Humano e do Fundo Social Europeu. Universidade do Minho Instituto de Letras e Ciências Humanas Márcia Cristina Almeida Oliveira Arte e feminismo em Portugal no contexto pós-Revolução Tese de Doutoramento em Ciências da Literatura Especialidade de Literatura Comparada Trabalho realizado sob a orientação da Professora Doutora Ana Gabriela Macedo Junho de 2013 É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTA TESE APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE; Universidade do Minho, ___/___/______ Assinatura: ________________________________________________ O JOGO É UM ITINERÁRIO Na minha oficina herética o labirinto contraria o linear: percorre-me como se fosse uma veia segura em seus meandros A não-necessidade, o que seria? que nova desordem criaria? que outras descobertas? A fugaz eternidade das ideias- mestras incessante refaz os jogos da racionalidade mas o jogo é um itinerário e a sedução do rigor recoloca-nos incessante na senda do desejo. (ANA HATHERLY * ITINERÁRIOS) IV Agradecimentos Muitas pessoas contribuíram para este estudo, partilhando generosamente o seu tempo, as suas memórias, impressões, e conselhos. Por isso, cumpre-me agradecer a: Ana Vieira, Clara Menéres, Sílvia Chicó, Eduarda Dionísio, Maria Gabriel, Rui Mário Gonçalves, Emília Nadal, Paula Rego, Isabel Alves, Cristina Azevedo Tavares, Gracinda Candeias, Maria José Aguiar, Helena Lapas, David Evans, Ana Hatherly, Cristina Azevedo Tavares, Luísa Saldanha. À professora Doutora Ana Gabriela Macedo não só pelo apoio e orientação deste trabalho, mas também pelo decisivo contributo no meu percurso como investigadora e como pessoa. À equipa do CEHUM, em particular as colegas do GAPS, Joana Passos, Elena Brugioni, Marie-Manuelle Silva, Maria Amélia Carvalho, Andreia Sarabando e Rebeca Harwood. A Giulia Lamoni pela interlocução intelectual e pelo apoio na recta final desta dissertação. Uma palavra de apreço a Adelina Gomes, Paulo Martins e Vera Amorim, funcionários do centro, por atenderem a tantas solicitações com simpatia e delicadeza. Um agradecimento muito especial é devido às colegas e amigas Maria Luísa Coelho, e Edma de Góis, pela troca de ideias, diálogos construtivos, conselhos valiosos e amizade inestimável. À minha família, meu alicerce e amparo, sempre presente em todas as horas. Aos meus pais, Manuel e Maria de Fátima, que me ensinaram a perseverança e a ética de trabalho; ao meu irmão Paulo, obrigada pelo apoio e por acreditares sempre em mim. À Elizabete e à minha querida Beatriz, pelos sorrisos e ternos abraços. Às amigas Zita Queiroz, Teresa Mendes, Inês Mendes, Rosa Ferreira, Andreia Carvalho e, em especial, à Olga Almeida, cujo contributo foi indispensável na concretização deste trabalho. Ao meu eterno amigo Nuno Serras, que há tanto tempo me acompanha. E ao Nuno Carvalho, pela motivação, disponibilidade, atenção e interesse no meu trabalho. V VI Resumo Arte e Feminismo em Portugal no período pós-Revolução constitui-se como um estudo diacrónico da produção artística no feminino em Portugal nas décadas de 1960 e 1970, centrando-se no trabalho de artistas com actividade desenvolvida no período delimitado por duas datas: 1956, ano de criação da Fundação Calouste Gulbenkian, e 1977, ano em que ocorreram as exposições Alternativa Zero: Tendências Polémicas na Arte Portuguesa (Galeria Nacional de Arte Moderna, Lisboa) e Artistas Portuguesas (SNBA, Lisboa). Tratando-se esta de uma época de extraordinárias revoluções em termos de paradigmas artísticos a nível global, o facto é que esta se tratou também de uma altura marcante no que concerne à participação das artistas portuguesas na cena artística nacional, sendo que estas protagonizaram uma notável movimentação das margens para o centro da mesma. Esta investigação pretende pôr em contacto todas estas “revoluções”, ancorando-se numa discussão informada por pressupostos teóricos dos estudos feministas e da estética, procurando encontrar através de diversos cruzamentos entre prática e teoria uma linhagem de efeitos feministas na arte portuguesa da neo-vanguarda. Depois de esboçada uma contextualização da arte feminista circa 1970, bem como uma necessária descrição da cena artística nacional do período em questão, apresentamos uma argumentação construída a partir das obras de arte em concreto e de um conjunto de conceitos operativos que nos permitirão concluir acerca dos efeitos feministas que as mesmas encerram. A pesquisa que ora apresentamos baseou-se numa discussão dialógica das obras e dos seus processos, questionando temas e paradigmas como o cânone, a relação entre feminismo e estética, a figuração e a abstracção, o feminismo enquanto micro e macro-política ou diversas noções de espaço que se engendram em torno de uma obra de arte, quer em termos formais, quer em termos conceptuais. No geral, apresenta-se uma releitura da neo-vanguarda portuguesa, profundamente marcada pela radical alteração do papel e da posição das artistas no contexto nacional, do qual emerge uma rede de traços, afectos e efeitos (políticos e estéticos) que designamos como feministas. No cerne desta análise, encontram-se obras de Paula Rego, Maria José Aguiar, Graça Pereira Coutinho, Salette Tavares, Helena Lapas, Isabel Laginhas, Helena Almeida, Ana Vieira, Ana Hatherly, Clara Menéres, Lourdes Castro, Túlia Saldanha, Emília Nadal e Marina Mesquita. Palavras-chave: feminismo, Portugal, artes plásticas, neo-vanguarda VII VIII Abstract Portuguese art and feminism in the post-revolution context is a diachronic research of women’s artistic production in Portugal in the 1960s and 1970s, and focuses on the work produced by women artists in a time frame determined by two dates: 1956, the year when Calouste Gulbenkian Foundation was created, and 1977, when two seminal exhibitions were held in Lisbon (Alternativa Zero: Tendências Polémicas na Arte Portuguesa, at Galeria Nacional de Arte Moderna and Artistas Portuguesas, at SNBA). Since this was a time of extraordinary paradigm revolutions all over the globe, the fact is that it was also a pressing time in terms of the Portuguese women artists’ participation in the national art scene, for they have led a remarkable movement from its margins to its centre. This research’s main objective is to connect such ‘revolutions’, being anchored in a discussion based in theories emerging from fields such as feminist studies and aesthetics, thus trying to map a lineage of feminist effects in Portuguese neo-avant-garde, emerging from the intertwining of theory and practice. After drawing a brief context of feminist art circa 1970, we present a description of the Portuguese artistic context in the defined time frame. Subsequently, we propound an argument that emanates both from the art works in question and from the operative concepts that allow us to conclude on the feminist effects they encompass. The research hereby presented was based on a dialogical discussion around the art works and inherent artistic processes, questioning themes and paradigms such as canon, the relationship between feminism an aesthetics, figuration and abstraction, feminism as micro and macro-politics or diverse formal and conceptual formulations of space. In general terms, we present a re-reading of the Portuguese neo-avant-garde, deeply influenced by the radically altered role and position of women artists in the national context, in which a web of feminist traces, affects and effects, of political and aesthetic nature, can be excerpted. In the core of this research is a series of art works by the Portuguese artists Paula Rego, Maria José Aguiar, Graça Pereira Coutinho, Salette Tavares, Helena Lapas, Isabel Laginhas, Helena Almeida, Ana Vieira, Ana Hatherly, Clara Menéres, Lourdes Castro, Túlia Saldanha, Emília Nadal and Marina Mesquita. Keywords: feminism, Portugal, visual arts, neo-avant-garde IX X Índice INTRODUÇÃO .........................................................................................................................15 I – ARTE NO FEMININO: PRÁTICAS E CONCEITOS ................................................31 1.1 – QUESTIONANDO O CÂNONE ARTÍSTICO ..............................................31 1.2 – NO SENTIDO DE UMA ESTÉTICA FEMINISTA OU FEMININA? ..55 1.3 – FEMINISMO, IDEOLOGIA E NEO-VANGUARDA NO ADVENTO DO PÓS-MODERNISMO ....................................................................................72 II – BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO NACIONAL: DA GULBENKIAN AO PÓS- REVOLUÇÃO .........................................................................................................91 2.1 - A MULHER E O FEMINISMO NA SOCIEDADE PORTUGUESA ......91 2.1.1 – ENTRE O ESTADO NOVO E A REVOLUÇÃO .................................91 2.1.2 – O MOVIMENTO FEMINISTA EM PORTUGAL – DO PRIMEIRO CONGRESSO À OPOSIÇÃO AO ESTADO NOVO ..................................96 2.2 – A SITUAÇÃO DA ARTE EM PORTUGAL ............................................... 102 2.2.1 – INSTITUIÇÕES, MERCADO E CRÍTICA DE ARTE ..................... 102 2.2.2 – A ARTE EM PORTUGAL E A POSIÇÃO DAS ARTISTAS PORTUGUESAS.................................................................................................