Avaliação Antioxidante, Antibacteriana E Citotóxica Da Espécie Phyllanthus Niruri L
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04 Avaliação antioxidante, antibacteriana e citotóxica da espécie Phyllanthus niruri L. (1753) Andreza da Silva Silva Líbio José Tapajós Mota UNIFAP GEA Patrick de Castro Cantuária Antônio Carlos Freitas Souza IEPA IEPA Elizabeth Viana Moraes da Costa Pablo de Castro Cantuária UNIFAP ALAP Ana Luzia Ferreira Farias Juliana Eveline dos Santos Farias UEAP IFAP José Policarpo Miranda Júnior Sheylla Susan Moreira da Silva de AMBIEX Almeida UNIFAP 10.37885/210303484 RESUMO Objetivo: o presente estudo buscou avaliar a atividade antioxidante da espécie Phyllanthus niruri L. (1753) pertencente à família Euphorbiaceae, tal espécie é conhecida popular- mente como quebra-pedra, se utilizou a metodologia do radical 2,2-difenil-1-picril-hidra- zila (DPPH), atividade antibacteriana. Métodos: utilizando o método de microdiluição com Pseudomonas aeruginosa (SCHROETER, 1872), Escherichia coli (MIGULA, 1895) Castellani & Chalmers, 1919, e citotoxicidade frente a Artemia salina Leach. Resultados: os resultados apresentaram Concentração de Inibição de 50% (CI50) através de regressão linear que apresentou valor 2,24 mg/mL (R2 = 0,942). Em relação à atividade antibacte- riana foi possível obter resultados significativamente positivos, a bactériaPseudomonas aeruginosa (Schroeter, 1872) é mais suscetível ao extrato etanólico de P. niruri L. (1753) com CIM de 50 mg/mL e MBC 100 mg/mL do que a E. coli (Migula, 1895) Castellani & Chalmers, 1919, que foram CIM e MBC 100 mg/mL. Conclusão: Dessa forma foi possível demonstrar o potencial antibacteriano da espécie. Na avaliação citotóxica se constatou que não há nenhum risco de toxicidade nas concentrações testadas do extrato P. ni- ruri L. (1753), mostrando seu potencial terapêutico. Palavras-chave: Atividade Biológica, Phyllanthus niruri L., Quebra-pedra. 55 Plantas Medicinais do Estado do Amapá: dos relatos da população à pesquisa científica INTRODUÇÃO O uso de plantas medicinais na busca da cura e alívio de doenças é uma prática milenar, que na época atual é o recurso mais valioso das comunidades ribeirinhas que não possuem acesso à rede de saúde básica. Este uso milenar de plantas medicinais ditas pela população ao decorrer dos séculos são informações indispensáveis para a pesquisa científica, e para poder fundamentar a importância do uso destes recursos naturais e os efeitos medicinais, buscando novas substâncias ativas que as compõem (OTTOBELLI et al., 2011). Os estudos voltados para pesquisa de metabólitos secundários de plantas medici- nais estão relacionados com a fitoquímica, que é a responsável por analisar e registrar os metabólitos derivados das plantas, através do isolamento e da elucidação das estruturas moleculares existentes (LORENZO et al., 2011). E para os efeitos medicinais que as plantas possuem têm-se a pesquisa sobre seus efeitos biológicos para o monitoramento da bioati- vidade de extratos, frações e compostos isolados de plantas que tem sido frequentemente incorporada à pesquisa fitoquímica (NASCIMENTOet al., 2008). Além disso, a produção e busca por novos agentes antimicrobianos é fruto da rica biodiversidade presente no bioma brasileiro, em especial o Amazônico, cujos estudos e pesquisas sobre espécies com potencial antibacteriano ainda estão em processamento. Muitas pesquisas relacionam a utilização de ensaios biológicos in vitro de extratos e óleos essenciais para inibição do crescimento de fungos e bactérias (MOTA, 2013). Dentre as plantas medicinais usadas popularmente está a espécie Phyllanthus ni- ruri L. (1753), conhecida popularmente por quebra-pedra, que é utilizada para o tratamen- to de problemas renais, distúrbios urinários e infecções intestinais, sendo pertencente ao gênero Phyllanthus da família Euphorbiaceae (SANDINI et al., 2011). Segundo Domingues et al. (2015) a quebra pedra é uma planta que ocorre amplamente nas regiões tropicais, desenvolve-se em qualquer tipo de solo e pode ser encontrada em todo o território brasi- leiro, além disso, ocorre uma grande semelhança entre as espécies de Phyllanthus, sendo Phyllanthus niruri L. (1753) e Phyllanthus tenellus Roxb. (1832), característica que dificulta consideravelmente a identificação. O que justifica o uso de ambas as espécies na medicina popular para os mesmos fins. As plantas pertencentes ao gênero Phyllanthus são amplamente distribuídas em paí- ses tropicais e subtropicais. Existem aproximadamente 750 espécies neste gênero, sendo 200 nas Américas e 100 no Brasil. Os hábitos desta espécie são diversos, principalmente herbáceos, mas existem em pequenas árvores e arbustos (CALIXTO et al., 1998; FORZZA et al., 2010; SILVA; SALES, 2007). Quanto a espécie Phyllanthus niruri L. (1753) esta é um arbusto ou erva com altura entre 12 a 73 cm, com ramificação do tipo filantoide, com ramos medindo cerca de 3 a 15 56 Plantas Medicinais do Estado do Amapá: dos relatos da população à pesquisa científica cm, são angulosos. Suas folhas são assimétricas, seu limbo foliar mede 0,5-1,5×0,25-0,6 cm, sendo membranáceo, podendo ser oblongo a oblongo-elíptico, oval- oblongo ou oval- -elíptico, de base oblíqua, ápice obtuso a arredondado. Com flores em címulas unissexuais, as pistiladas distais com uma única flor, as que são estaminadas proximais com 3 a 7 flores e possuem brácteas lineares a lanceoladas (SILVA; SALES, 2007). A espécie P. niruri L. (1753) pode ser encontrada na Índia, Ásia e na América, sendo distribuída do Sul do Texas (Estados Unidos) à Argentina (inclui as Antilhas). No Brasil, é capaz de aparecer em todas as regiões, com diferentes tipos de vegetação, em locais úmi- dos e sombreados ou em áreas áridas, ou seja, altamente adaptativa. Flores e frutos são encontrados ao longo de todo ano (BAGALKOTKAR et al., 2006; SILVA; SALES, 2007). OBJETIVO Avaliar a atividade antioxidante, antibacteriana e citotóxica do extrato bruto etanólico das folhas de Phyllanthus niruri L. (1753). MÉTODOS Atividade antioxidante A avaliação da atividade antioxidante foi baseada na metodologia proposta por Sousa et al. (2007) e Andrade et al. (2012) diante do consumo de 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) com algumas modificações. Foi preparada uma solução metanólica de DPPH na concentração de 40 mg/mL. O ex- trato foi diluído em metanol nas concentrações (5, 1, 0,75, 0,50, 0,25 µg/mL). Em seguida foram adicionadas em tubo de ensaio a solução estoque de DPPH, e a solução de extrato bruto em cada concentração. Foi preparado o branco apenas com solução metanólica de DPPH. Após 30 minutos foi realizada leitura em espectrofotômetro (Biospectro SP-22) no comprimento de onda de 517 nm. A atividade antioxidante foi calculada de acordo com Sousa et al. (2007). %AA = {[100 – (Absamostra– Absbranco)] x100} /Abscontrole] %AA – porcentagem de atividade antioxidante Absamostra – Absorbância da amostra Absbranco – Absorbância do branco Abscontrole – Absorbância do controle 56 57 Plantas Medicinais do Estado do Amapá: dos relatos da população à pesquisa científica Avaliação da atividade antibacteriana Preparação das substâncias-teste O extrato bruto etanólico de Phyllanthus niruri L. (1753) ou EEPN, frações e subfrações foram devidamente solubilizados em água estéril deionizada com 4% de Dimetilsulfóxido (DMSO) à concentração de 200mg/mL previamente ao uso. Ensaio de atividade antibacteriana Para avaliação da atividade antibacteriana foram utilizadas 2 linhagens de bactérias, Pseudomonas aeruginosa (Schroeter, 1872) – ATCC 25922 e Escherichia coli (MIGULA, 1895) Castellani & Chalmers, 1919 – ATCC 8789. O ensaio foi realizado segundo o teste de microdiluição em placas de poliestireno de 96 poços de fundo em “U” padronizada segundo a norma do CLSI (CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE, 2010). Cada poço da placa foi inicialmente preenchido com 0,05 mL de salina 0,9% estéril, com exceção da primeira coluna, a qual, foi preenchida com 0,05 mL da substância-teste na concentração de 200 mg/mL. Em seguida realizaram-se diluições seriadas na base dois para obtenção de diferentes concentrações (100 - 0,04 mg/mL) em um volume final de 0,05 mL. Depois deste processo, 0,05 mL de células (2 x 107 UFC mL–1) ajustadas segundo item anterior foi adicionado a cada poço, obtendo-se um volume final de 0,1 mL. Amoxicilina e meio de cultura MHI com 4% de DMSO foram utilizados, respectivamente, como controles positivos e negativos, além do controle de turbidez da substância-teste, que continha o ex- trato ou as frações diluídas nas mesmas concentrações do teste antibacteriano. Em seguida, as placas foram colocadas em estufa a 37 °C durante 24 ho- ras. O crescimento bacteriano foi medido pela turbidez com auxílio de espectrofotômetro a 630nm. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi estabelecida como sendo a menor concentração da substância teste capaz de inibir visualmente o crescimento bacteriano. Para a determinação da Concentração Bactericida Mínima (CBM) utilizou-se placas de petri contendo meio BHI ágar, as quais foram inoculadas com 10 µL da suspensão contida nos poços que não apresentaram crescimento visual durante o experimento de determinação da CIM. A CBM foi estabelecida como sendo a menor concentração das substâncias-testes capaz de inibir completamente o crescimento microbiano nas placas de petri após 24-48 horas de crescimento. Todos os experimentos foram realizados em triplicata com os respectivos resultados categorizados em Microsoft Excel (Versão 2012 para Windows) e posteriormente analisadas no “software” GraphPad Prism (Versão 5.0 para Windows, San Diego California USA). As dife- renças significativas entre os grupos foram verificadas através da